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LABORATÓRIO DE QUÍMICA

APOSTILA PARA AULAS PRÁTICAS

Prof. Dr Jaciomar A. Tavares


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PREFÁCIO

Este manual de Laboratório de Química Geral apresenta as aulas experimentais


destinadas aos alunos do cursos da área de Química. Tem por objetivo auxiliar e
possibilitar ao aluno uma situação de maior aproveitamento.

O trabalho que se realiza em um curso prático requer, além de grande dedicação e


interesse, muito cuidado e atenção. Para melhor aprendizagem, torna-se necessário o
aproveitamento substancial do tempo. O volume de informações é enorme e a quantidade
de conceitos é muito grande.

À medida que as aulas ocorrem, procure fixar muito bem os conceitos básicos,
deixando-os cada vez mais solidificados e vivos na memória; isto lhe dará mais segurança
e uma maior capacidade de raciocínio. Com certeza, quando um aluno consegue entender
e assimilar claramente os problemas relacionados à separação e identificação dos íons ou
elementos de um grupo analítico, se sentirá mais firme, hábil e com maior determinação ao
procurar o entendimento do trabalho analítico.

O tempo de laboratório é importantíssimo, quanto mais, melhor. Tenha sempre


presente que a Química é uma ciência experimental, por isso aproveite ao máximo o tempo
de laboratório.

Anote tudo o que observar e procure representar por meio de equações de reação
todos os fenômenos químicos processados. Reserve um tempo para estudar e explore a
literatura.
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Aula 1: Noções de Segurança em Laboratório Químico e


Reconhecimento de Vidrarias.

INSTRUÇÕES GERAIS

O trabalho que se realiza em um curso prático de química geral, requer, além de


grande dedicação e interesse, muito cuidado e atenção. Para facilitar esse trabalho, serão
dadas algumas instruções que, devidamente observadas, auxiliarão na obtenção de bons
resultados, fator muito importante no aprendizado dessa disciplina.
a) O laboratório é um lugar de trabalho sério. Evite qualquer tipo de brincadeira;
b) É indispensável o uso de avental e de óculos de segurança;
c) O aluno deverá estudar as experiências antes de executá-las, registrando, no manual de
laboratório, as observações e conclusões que fez, após as execuções das mesmas;
d) Trabalhar com pequenas quantidades de substâncias. Quando as provas forem realizadas
em tubo de ensaio, o volume da solução problema, bem como os de cada um dos reagentes
adicionados, deve ser de aproximadamente 5 gotas (0,25 mL);
e) Deve-se evitar o desperdício de soluções, reativos, reagentes sólidos, gás e água
destilada;
f) Deve-se sempre usar água destilada, ao se preparar uma solução ou ao se proceder a
uma diluição;
g) Deve-se tomar o máximo cuidado para não contaminar os reagentes sólidos e as
soluções. Não introduzir conta-gotas nos frascos de solução-estoque;
h) O material de vidro deve ser lavado logo após a sua utilização. Em geral, lava-se primeiro
com água corrente e depois se enxágua com pequenos volumes de água destilada; quando
necessário, usar sabão ou detergente; em certos casos, podem-se usar pequenas
quantidades de ácido muriático (ácido clorídrico comercial) na limpeza do material;
i) Ao se aquecer um tubo de ensaio, deve-se fazê-lo de maneira adequada, caso contrário o
conteúdo do tubo poderá ser projetado para fora, atingindo o operador ou outra pessoa;
j) Todas as operações nas quais irá ocorrer desprendimento de gases tóxicos devem ser
executadas na capela, bem como as evaporações de soluções ácidas, amoniacais, etc;
k) É indispensável tomar o maior cuidado possível ao se trabalhar com ácidos concentrados,
especialmente se for necessário aquecimento. Nunca se deve adicionar água ao ácido;
deve-se sempre fazer a operação contrária, isto é, adicionar ácido na água;
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l) No estudo das reações de cátions, empregam-se, de preferência, soluções de seus


cloretos ou nitratos; para o estudo dos ânions, usam-se soluções de seus sais de sódio ou
potássio;
n) Dar tempo suficiente para que um vidro quente resfrie. Lembre-se que o vidro quente tem
o mesmo aspecto do vidro frio. Não o abandone sobre a bancada, mas sim sobre uma tela
de amianto;
o) Informe o Professor de qualquer acidente que ocorra, mesmo que seja um dano de
pequena importância;
A seguir estão relacionados os acidentes mais comuns que ocorrem nos laboratórios
e as iniciativas a serem tomadas e/ou primeiros socorros que devem ser realizados:

INCÊNDIO

• Para que haja fogo são necessários os seguintes elementos:

1. CUIDADOS PARA EVITAR INCÊNDIOS


• Assegurar o bom estado dos quadros da rede elétrica.
• Assegurar o uso adequado das tomadas conforme recomendações especificadas em
“normas básicas para uso de equipamento elétrico”.
• Armazenamento dos botijões de gás em local bem ventilado fora do prédio. Tolera-
se o uso de botijões de até 13 kg no interior do prédio em áreas seguras.
• Solventes químicos não podem ser armazenados próximos a fornos, estufas e locais
aquecidos.

2. EQUIPAMENTOS PARA CONTROLAR INCÊNDIOS


• Os extintores devem estar dentro do prazo de validade e fixados em locais de fácil
acesso, como por exemplo, nos corredores.
• Conforme IT16 do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, os extintores devem
estar localizados a uma distância de caminhamento de 15 metros, no máximo, um do
outro. No máximo, a 5 metros da entrada principal de cada pavimento ou da edificação
deverá existir um extintor.
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3. COMO PROCEDER EM CASO DE INCÊNDIO


• Se forem percebidos indícios de incêndio (fumaça, cheiro de queimado, estalidos,
etc.), aproxime-se a uma distância segura para ver o que está queimando e a
extensão do fogo.
• Mantenha a calma.
• Dê o alarme pelo meio disponível aos responsáveis.
• Se não souber combater o fogo, ou não puder dominá-lo, saia do local, fechando
todas as portas e janelas atrás de si, mas sem trancá-las, desligando a eletricidade,
alertando os demais ocupantes do andar e informando os laboratórios vizinhos da
ocorrência do incêndio.
• Não perca tempo tentando salvar objetos, salve sua vida.
• Mantenha-se vestido, pois a roupa protege o corpo contra o calor e a desidratação.
• Procure alcançar o térreo ou as saídas de emergência do prédio, sem correr.
• Jamais use o elevador, pois a energia é normalmente cortada, e ele poderá ficar
parado, sem contar que existe o risco dele abrir justamente no andar em chamas.
• Telefone para o Corpo de Bombeiros, 193.
• É da responsabilidade de cada chefe de laboratório conhecer os disjuntores e suas
instalações.

Classes de Incêndios:
• Classe “A”: Materiais que queimam em superfície e em profundidade. Exemplos:
madeira, papel, tecido.

• Classe “B”: Os líquidos inflamáveis. Queimam na superfície. Exemplos: álcool,


gasolina, querosene.

• Classe “C”: Equipamentos elétricos e eletrônicos energizados. Exemplos:


computadores, televisores, motores.
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• Classe “D”: Materiais que requerem agentes extintores específicos. Exemplos: pó de


zinco, sódio, magnésio.

Tipos de Extintores:

•Extintor de pó para classes ABC


• É o extintor mais moderno no mercado, que atende a todas as classes de incêndio.
O pó especial é capaz de combater princípios de incêndios em materiais sólidos,
líquidos inflamáveis e equipamentos energizados.
• É o extintor usado atualmente nos veículos automotivos.

• Extintor de água pressurizada-gás:


• Indicado com ótimo resultado para incêndios de Classe “A”. Contraindicado para as
Classes “B” e “C”.
• Modo de usar: Rompa o lacre e aperte o gatilho, dirigindo o jato para a base do fogo.
• Água-gás: Este tipo possui uma pequena ampola de ar comprimido. Abra o registro
da ampola de gás e dirija o jato para a base do fogo.
• Processo de extinção: Resfriamento.
• Extintor de espuma:
• Indicado com ótimo resultado para incêndios de classe “B” e com bom resultado para
a classe “A”. Contra indicado para a classe “C”.
• Modo de usar: Aproxime-se com segurança do líquido em chamas, inverta a posição
do extintor (posicione-o de cabeça para baixo) e dirija o jato para um anteparo, de
modo que a espuma gerada cubra o líquido como uma manta.
• Processo de extinção: Abafamento. Um processo secundário é o resfriamento
(umidificação).
• Extintor de pó químico seco
• Indicado com ótimo resultado para incêndios de classe “C” e sem grande eficiência
para a classe “A”. Não possui contra-indicação.
• Modo de usar: Rompa o lacre e aperte o gatilho, dirigindo o jato para base do fogo.
• Processo de extinção: Abafamento.
• Extintor de gás-carbônico
• Indicado para incêndios de classe “C” e sem grande eficiência para a classe “A”.
• Não possui contra indicação.
• Modo de usar: Rompa o lacre e aperte o gatilho, dirigindo o difusor para a base do
fogo. Não toque no difusor, pois com a passagem de gás por ele, ele poderá gelar e
agarrar a pele ao ser tocado.
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• Processo de extinção: Abafamento.



• Obs.: Incêndios de classe “D” requerem extintores específicos podendo, em alguns
casos, ser utilizado o de gás carbônico (CO2) ou pó químico seco (PQS).

COMO SE DEVE PROCEDER AO USAR UM EXTINTOR


• Fonte: http://www.corpodebombeiros.sp.gov.br/internetcb/Downloads/Cartilha_de_Orientacao.pdf

PRIMEIROS SOCORROS:
QUEIMADURAS:
a) Queimaduras causadas por calor seco (chama ou objetos aquecidos):
Queimaduras leves, refrescar com água fria. No caso de queimaduras graves, refrescar com
água fria e cobrir com gaze esterilizada umedecida, sem tocar o local com as mãos. Procurar
um médico imediatamente.
Nunca cubra a pele queimada com pasta de dente, manteiga, creme hidratante, maisena,
etc., pois isso pode agravar o caso.

b) Queimaduras por ácidos:


Lavar imediatamente o local com água corrente em abundância durante cinco minutos. Em
seguida, lavar com solução saturada de bicarbonato de sódio a 10% e novamente com água.
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OBS: No caso de a queimadura ser muito severa lavar apenas com bastante água e procurar
um médico.
c) Queimaduras por álcalis:
Lavar a área atingida imediatamente com bastante água corrente durante cinco minutos.
Tratar com solução aquosa de ácido acético 1 % e lavar novamente com água.
OBS: No caso da queimadura ser grave lavar apenas com água e procurar um médico.

ÁLCALIS OU ÁCIDOS NOS OLHOS:


Lavar os olhos abundantemente com água limpa e após manter a pálpebra fechada.
Não esfregar os olhos, não pingar colírios. Consultar um profissional de saúde, se
necessário.

INTOXIDAÇÃO POR INALAÇÃO DE GASES:


Remover a vítima para um ambiente arejado, deixando-a descansar.

INGESTÃO DE SUBSTÂNCIAS TÓXICAS:


Consultar a Ficha de Informação de Produtos Químicos (FISPQ*) do produto ingerido ou
ligue para o CEATOX (0800 0148110). Siga as instruções e procure atendimento médico
imediatamente. Identificação da substância e transporte ao hospital de referência o mais
rápido possível.

Antes de iniciar qualquer experimento em um laboratório químico, é importante


familiarizar-se com os equipamentos disponíveis, conhecer seu funcionamento, indicação
de uso e a maneira correta de manuseá-lo.
A grande maioria dos equipamentos utilizados nos laboratórios é de vidro, portanto é
necessário muito cuidado ao manuseá-los. Estes podem ser de vidro comum, borossilicato
(pirex) ou de quartzo fundido. As vidrarias volumétricas, como bureta, pipeta volumétrica e
pipeta graduada, são calibradas e portanto não devem ser aquecidas.
A seguir apresentaremos alguns equipamentos básicos utilizados rotineiramente em
laboratórios de química e suas funções.

VIDRARIAS

Tubo de ensaio: execução de Béquer: dissolução de sólidos e Erlenmeyer: aquecimento


reações químicas em pequena aquecimento de líquidos. de líquidos e titulações.
escala

Funil comum: filtração simples,


com o auxílio de um papel de filtro Kitassato: filtração a pressão Proveta: medida volumes de
e transferência de líquidos. reduzida (ou filtração a vácuo) líquidos sem grande precisão.
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Balão volumétrico: preparo de Balão de fundo redondo: sistemas Balão de fundo chato:
soluções com volumes precisos e de destilação, refluxo e evaporação aquecimento de líquidos em
prefixados. a vácuo. sistemas de destilação.

Vidro de relógio: pesagem, Dessecador: utilizado para guardar Funil de separação ou


secagem de sólidos e cobertura de substâncias em atmosfera com decantação (funil de bromo):
cápsula de porcelana ou béquer. baixa umidade com auxílio de um separação e extração líquido-
agente de secagem (dessecante). líquido.
0

10

20

30

40

50

Pipeta graduada: medida de Pipeta volumétrica: medidas Bureta: utilizada em titulações


volumes variáveis de líquidos com precisas de volume fixo de líquidos. na medida precisa de volume
boa precisão dentro de uma de líquidos através do
determinada escala. escoamento controlado do
líquido.

Condensador: condensação de Bastão de vidro/baqueta: agitação Placa de Petri: secagem de


vapores produzidos no processo de soluções e de líquidos e no substâncias e cultura de
de destilação ou aquecimento sob auxílio para transferência de microrganismos.
refluxo. Existem condensadores de líquidos de um recipiente para outro.
tubo reto (Liebig), de bolas etc..
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UTENSÍLOS DE PORCELANA

Funil de Büchner: utilizado Cadinho: aquecimento de Almofariz e pistilo: Cápsula: evaporação


em filtrações a vácuo em sólidos a altas temperaturas, trituração e homogeneização de líquidos. Pode ser
conjunto com o kitassato. calcinações. Pode também de materiais de sólidos. Pode aquecida na chama.
ser constituído de metal. também ser constituído de
ágata.

UTENSÍLOS GERAIS

Suporte universal: utilizado para


dar sustentação aos materiais de
laboratório.

Garra metálica
Garra metálica: fixação de
vidrarias.

Suporte universal

Mufa: fixação de garras


metálicas ao suporte universal.
Argola ou anel: suporte de funil
de vidro em montagens de
filtração, decantação, etc.

Tela de amianto: utilizada para Pisseta ou frasco lavador:


Tripé: sustentação à tela de distribuir uniformemente o calor lavagem de diversos materiais.
amianto ou ao triângulo de recebido da chama do bico de Em geral, contém água destilada,
porcelana. Bunsen para todo o recipiente. mas outros solventes podem
também ser armazenados.
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Pinça metálica: utilizado para Espátula: usada na transferência Suporte para tubos de ensaio:
segurar objetos aquecidos. de substâncias sólidas. sustentação de tubos de ensaio
na posição vertical.

Pinça de madeira: utilizada para Trompa de vácuo: utilizada para Pipetador de borracha ou pêra:
segurar tubos de ensaio. reduzir a pressão no interior de um utilizado para encher pipetas por
frasco, principalmente durante a sucção.
filtração sob pressão reduzida.

EQUIPAMENTOS

0.00
0 g

Agitador magnético: Manta aquecedora: Balança: utilizada para Centrífuga: separação


agitação de líquidos com aquecimento de líquidos pesagem. Deve estar de misturas imiscíveis do
auxílio de uma barra inflamáveis contidos em nivelada e ter tipo sólido-líquido,
magnética movida por um balão de fundo manutenção e calibração quando o sólido se
um campo magnético redondo. periódica. encontra disperso no
rotativo. líquido.

Estufa: secagem de Capela: Usada para Bomba de vácuo: Bico de Bunsen:


materiais em geral, manusear substâncias redução da pressão no aquecimento de
principalmente vidrarias. gasosas, tóxicas, interior de um recipiente. materiais não
irritantes, etc. inflamáveis
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O BICO DE BUNSEN
O bico de Bunsen, figura 1, utiliza como combustível o gás liquefeito de petróleo (GLP)
que é uma mistura de hidrocarbonetos e como comburente o gás oxigênio do ar atmosférico.
Possui na sua base um regulador de entrada de ar, quando a chama é amarela, a combustão
é incompleta e a chama apresenta temperatura relativamente baixa. Com o aumento da
entrada de ar a chama torna-se azul, mais quente e forma um cone interior distinto, mais
frio.
Zona oxidante
região mais quente
1540 oC
Zona redutora
região mais fria
300 a 530 oC

Anel de regulagem
de entrada de ar
entrada Válvula de controle
do gás do gás

Figura 1: O bico de Bunsen e as zonas da chama


Zona redutora: é uma zona intermediária, luminosa e forma um pequeno "cone", onde se
inicia a combustão dos gases. Nesta zona forma-se monóxido de carbono, que se decompõe
por ação do calor dando origem a pequenas partículas de carbono, que, sendo
incandescentes, dão luminosidade à chama e espalham-se sobre a tela de amianto na forma
de "negro de fumo". Região da chama de temperatura intermediária (530 ºC a 1540 ºC).
Zona oxidante: zona externa de cor violeta-pálido, quase invisível, que compreende toda a
região acima e ao redor da zona redutora. Os gases que são expostos ao ar sofrem
combustão completa, formando gás carbônico e água. Região de maior temperatura (1540
ºC).
Para acender o bico de Bunsen, segue-se o seguinte procedimento:
I. Fechar completamente a entrada de ar
II. Abrir lentamente a válvula de entrada de gás e aproximar a chama de um fósforo.
III. Abrir lentamente o anel de regulagem para entrada de ar até se obter uma chama
azulada (indicativo de combustão completa).

TÉCNICAS BÁSICAS DE LABORATÓRIO

Transferência de sólidos: não utilizar a mesma espátula para transferir amostras de


substâncias diferentes. Este procedimento pode contaminar os reagentes.

Transferência de líquidos: pode-se usar conta-gotas, bastão de vidro, funil de vidro e


pipetas.
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Leitura do nível de um líquido - menisco: a medida do volume de líquidos é feita


comparando-se o nível do líquido com as marcações nas paredes da vidraria. Para ler
corretamente o nível de um líquido, é importante olhar pela linha tangente ao menisco, que
é côncavo no caso de líquidos que aderem ao vidro, e convexo no caso de líquidos que não
aderem ao vidro (mercúrio), figura 2. O menisco consiste na interface entre o ar e o líquido
a ser medido. Para líquidos incolores ou transparentes o seu ajuste deve ser feito de modo
que o seu ponto central fique horizontalmente tangente ao plano da linha do traço de
graduação, mantendo o plano de visão coincidente com esse mesmo plano para evitar o
erro de paralaxe, figura 3. Para líquidos escuros, a leitura é feita na parte superior do
menisco.

água mercúrio

transparente

escuro
A B C D

Figura 2: A – menisco côncavo, B - menisco convexo, C – leitura do menisco para soluções


transparentes e D – leitura do menisco para líquidos escuros.

Figura 3: Forma correta de se ler o volume de um líquido com a linha de visão tangencial
ao centro do menisco.

A Pipetador de borracha de três vias (pera): Possui três válvulas para a


passagem de ar: A, S e E. Quando de pressiona a válvula A, ela se abre
permitindo a retirada de ar do bulbo. Ao se pressionar a válvula S, o líquido, por
sucção, entra para dentro da pipeta. A pipeta pode ser esvaziada pressionando-
se a válvula E.
S
E
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Filtração simples e a vácuo: a filtração é o processo usado para a separação de uma


mistura heterogênea sólido-líquido. A figura 4 representa o esquema dos dois tipos de
filtração.
Bastão de
vidro

Papel de Mistura
filtro sólido-líquido Funil de Buchner
Papel de filtro

sólido funil
vácuo

béquer

Solução Kitassato
Suporte
universal filtrada

B
A
Figura 4: Esquema da filtração simples (por gravidade) (A) e filtração à vácuo (B)

Papel de filtro dobrado liso: é utilizado quando se deseja produzir uma filtração mais lenta
e o filtrado (líquido) é o que mais interessa no processo.

Papel de filtro pregueado: é utilizado quando se deseja produzir uma filtração mais rápida
e o sólido é o que mais interessa no processo. O papel pregueado apresenta maior superfície
de contato entre a mistura e o papel. Na figura 5 são mostrados o modo de preparo para o
papel de filtro liso e pregueado.

um pequeno rasgo confere maior aderência ao papel

A B

Figura 5: Modo de preparo para o papel de filtro liso (A) e pregueado (B).
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OBJETIVOS

• Reconhecer os principais equipamentos e vidrarias de uso corrente em laboratório químico.


• Realizar técnicas básicas de laboratório.

PARTE EXPERIMENTAL

Materiais e Reagentes: Proveta de 50 mL, Erlenmeyer de 50 mL, pipeta graduada de 10 mL, suporte
universal, bureta de 50 mL, tubo de ensaio, pera de borracha, balão volumétrico de 25 mL, funil de
vidro, papel de filtro, anel ou argola, almofariz com pistilo, vidro de relógio, espátula, bastão de vidro,
béquer de 100 mL e pisseta com água destilada.

Procedimento:
1) Medidas de volume e utilização da pêra:
a) Com o auxílio de uma proveta de 50 mL, meça 20 mL de água destilada e transfira para um
erlenmeyer de 50 mL. Compare os resultados obtidos. Eles são coincidentes? Explique.

b) Com auxílio de uma pipeta graduada, meça 10 mL de água destilada e transfira para uma proveta
de 50 mL. Compare os resultados obtidos. Eles são coincidentes? Explique.

c) Meça 25 mL de água numa proveta e transfira-a quantitativamente para um balão volumétrico de


25 mL. Os resultados são coincidentes? Explique.

d) Complete com água destilada um tubo de ensaio.


e) Transfira a água para um erlenmeyer de 50 mL e meça o volume. V= ____________________
f) Complete novamente com água destilada o mesmo tubo de ensaio.
g) Transfira a água para uma proveta de 50 mL e meça o volume. V= ____________________
h) Utilizando uma garra, prenda uma bureta de 50 mL a um suporte universal;
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i) Com o auxílio de um béquer, preencha uma bureta com água destilada. Acerte o zero. Deixe escoar
água para o mesmo tubo de ensaio usado nos itens c) e e) até completar todo o tubo com água. Leia o
volume de água escoado pela bureta. V= ____________________

Compare os resultados obtidos nos itens e), g) e i) . Eles são coincidentes? Explique.

2) Utilização da balança e preparo de misturas:


a) Utilizando um almofariz com pistilo, triture bastões de giz branco (CaSO 4) até a completa
pulverização do mesmo;
b) Utilizando a balança disponível e com o auxílio de um vidro de relógio e uma espátula, pese cerca
de 0,3 g do giz pulverizado. Anote o valor da massa pesado:____________________
c) Transfira o pó de giz pesado para um béquer e adicione, com o auxílio de uma proveta, 25 mL de
água destilada. Agite a mistura com um bastão de vidro;
d) Classifique essa mistura como homogênea ou heterogênea e guarde essa mistura para o próximo
procedimento.

3) Realização de uma filtração simples:


a) Faça uma montagem para a realização de uma filtração simples utilizando o seguinte material:
suporte universal, anel ou argola, funil de haste longa, papel de filtro dobrado corretamente e béquer;
b) Filtre a mistura de CaSO4 e água preparada anteriormente.

EXERCÍCIOS
1) A extração de substâncias químicas - como as que apresentam atividade farmacológica, obtidas
a partir de qualquer material de origem natural, seja ele vegetal ou animal - envolve diversas
operações de laboratório. Nesse sentido, numere a 2ª coluna de acordo com a 1ª, relacionando
as operações de laboratório com os respectivos equipamentos utilizados.
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(i) secagem ( ) funil de Büchner


(ii) filtração a vácuo ( ) pipeta
(iii) destilação ( ) estufa
(iv) medidas de volume de líquidos ( ) almofariz e pistilo
(v) trituração ( ) condensador

2) Em um laboratório químico trabalha-se com diversos tipos de vidrarias e materiais. Conforme


a operação a ser feita, é indicada uma determinada vidraria. Que vidraria deve ser utilizada
para transferir um determinado volume de uma solução, de um recipiente para outro, de
maneira que o volume transferido seja o mais exato possível?

3) Em uma destilação simples, qual é a vidraria usada para transformar vapor em


líquido?

4) Para cada uma das sentenças abaixo, classifique-as como Verdadeiro ou Falso e justifique as falsas:
a) O béquer é utilizado para medir volumes de líquidos com grande precisão.
b) O balão volumétrico é utilizado na preparação e diluição de soluções.
c) O condensador é um dos componentes da aparelhagem da destilação.
d) A pipeta volumétrica serve para medir volumes variáveis.
e) A pinça de madeira é usada para segurar tubos de ensaio durante o aquecimento.
f) O funil de decantação é usado na separação de líquidos imiscíveis.
g) O triângulo de porcelana é usado juntamente com o kitassato na filtração à vácuo.

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