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ANJOS – O EXERCITO DE DEUS

“Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para serviço a favor
dos que hão de herdar a salvação?” – Hebreus 1:14

Introdução: Não é somente a salvação, que Deus disponibiliza, a todos os homens


que o recebem como Senhor e Salvador de suas vidas. Dentre os muitos “bônus”
que o Senhor usa para abençoar o cristão, há um, o exército celestial, que guarda,
protege e abençoa o seu povo.

O que são Anjos?


“Anjos são seres espirituais criados, dotados de juízo moral e alta inteligência, mas
desprovidos de corpos físicos”.

Por anjos entendemos aqueles seres espirituais que Deus criou acima da
humanidade, alguns dos quais permaneceram obedientes a Deus e realizam sua
vontade, enquanto outros desobedeceram, perderam sua condição santa e agora se
opõem à sua obra e a dificultam.

ANJOS BONS

O Principal termo hebraico equivalente a anjo é mal’âk; a palavra grega


correspondente é angelos; em ambos os casos, o significado básico é “mensageiro”.
Outros termos:
a) Antigo Testamento – “santos” (Sl. 89:5,7) e “vigilantes” (Dn. 4:13,17,23).
Coletivamente, são tratados por “o conselho” (Sl. 89:7), “a assembléia” (Sl.
89:5), e “exército” ou “exércitos”, como na expressão muito comum
“SENHOR dos exércitos” encontrada mais de 60 vezes no livro de Isaías.
b) Novo Testamento – “milícia celestial” (Lc. 2:13), “espíritos” (Hb. 1:14) e, em
várias combinações, “principados”, “poderes”, “tronos”, “domínios” e
“soberanias” (Cl. 1:16; Rm. 8:38; 1 Co. 15:24; Ef. 6:12; Cl; 2:15). O termo
arcanjo aparece em duas passagens, 1 Te. 4:16 e Judas 9. Nesta, Miguel é
denominado arcanjo.

Sua Origem, Natureza e Posição

Não se afirma claramente na Escritura que os anjos foram criados e o relato


da criação não os menciona (Gn. 1 – 2). Que foram criados, no entanto, infere-se
claramente do Salmo 148:2, 5 “Louvai-o, todos os seus anjos; louvai-o todas as
suas legiões celestes […] Louvem o nome do Senhor, pois mandou ele, e foram
criados”.
Segundo o autor de Hebreus (1:14) parece certo concluir que os anjos são
seres espirituais; eles não possuem corpo físico ou material. As manifestações
registradas nas Escrituras devem ser consideradas aparências assumidas na
ocasião (angelofanias).
A Passagem mais longa que trata dos anjos (Hebreus 1.5 – 2:9) faz questão
de estabelecer que Cristo é superior a eles. Embora por um breve período estive um
pouco abaixo deles, Jesus é em todos os aspectos superior. E embora sejam, por
sua vez, superiores aos homens em muita de suas habilidades e qualidades, os
anjos ainda fazem parte da classe de seres criados e, portanto, finitos.
Suas Capacidades e Poderes

Os anjos são apresentados como seres pessoais. É possível interagir com


eles. Eles têm inteligência e vontade (2 Sm. 14:20; Ap. 22:9). São criaturas morais,
alguns sendo caracterizados como santos (Mt. 25:31; Mc. 8:38; Lc. 1:26; At. 10:22;
Ap. 14:10), enquanto outros, os que decaíram, são descritos como seres que
mentem e pecam (Jo. 8:44; 1 Jo. 3:8-10).
Em Mateus 24:36 Jesus insinua que os anjos possuem conhecimento sobre-
humano, mas, ao mesmo tempo, afirma expressamente que esse conhecimento
não é ilimitado: “Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos
céus, nem o Filho, senão o Pai”. Assim como os anjos possuem um grande
conhecimento, mas não onisciência, também possuem um poder sobre-humano,
mas não onipotência. Esse grande poder deriva de Deus, e os anjos continuam
dependendo de sua boa vontade para exercê-lo. Isso se aplica também a Satanás,
cuja capacidade de afligir Jó foi circunscrita pelo Senhor (Jó 1:12; 2:16). Os anjos de
Deus só agem para cumprir as ordens de Deus. Não há exemplos de anjos agindo
independentemente. Só Deus faz os milagres (Sl. 72:10). Sendo criaturas, os anjos
estão sujeitos a todas a limitações das criaturas.

Suas Atividades

1. Os anjos louvam e glorificam continuamente a Deus (Jó 38:7; Sl. 103:20;


148:2; Ap. 5:11,12; 7:11; 8:1-4). Embora essa atividade em geral se dê na
presença de Deus, em pelo menos uma ocasião aconteceu na terra – no
nascimento de Jesus, os anjos cantaram: “Glória a Deus nas maiores alturas” –
Lc. 2:13,14.
2. Os anjos revelam e comunicam a mensagem de Deus para os homens. O
Novo Testamento os apresenta com freqüência como portadores das
mensagens de Deus. Gabriel aparece para Zacarias (Lc. 1:13-20) e Maria (Lc.
1:26-38). Os anjos também falam com Filipe (At. 8:26), Cornélio (At. 10:3-7),
Pedro (At. 11:13; 12:7-11) e Paulo (At. 27:23).
3. Os anjos ministram aos crentes. Isso inclui sua proteção contra danos. Na
igreja primitiva, foi um anjo que livrou da prisão os apóstolos (At. 5:19) e, mais
tarde, Pedro (At. 12:6-11). O salmista experimentou o cuidado dos anjos (Sl.
34:7; 91:11). Entretanto, o maior ministério é no suprimento de necessidades
espirituais. Os anjos têm grande interesse na batalha espiritual dos crentes,
regozijando-se em sua conversão (Lc. 15:10) e servindo-os em suas
necessidades (Hb. 1:14). Os anjos são espectadores de nossa vida (1 Co. 4:9; 1
Tm. 5:21) e estão presentes na igreja (1 Co. 11:10). Na morte, os crentes são
transportados pelos anjos para um lugar de bênçãos (Lc. 16:22).
4. Os anjos executam julgamento sobre os inimigos de Deus. O anjos do
Senhor levou morte a 185.000 assírios (2 Rs. 19:35), e 70.000 aos filhos de
Israel até que o Senhor lhe disse para retirar a mão que estava sobre Jerusalém
(2 Sm. 24:16). Foi um anjo do Senhor que matou a Herodes (At. 12:23. O livro de
Apocalipse está cheio de profecias a respeito do julgamento que será efetuado
pelos anjos (8:6-9:21; 16:1-17; 19:11-14).
5. Os anjos estarão envolvidos na segunda vinda. Eles acompanharão o
Senhor em sua volta (Mt. 25:31), assim como estavam presentes em outros
acontecimentos significativos da vida de Jesus, incluindo seu nascimento,
tentação e ressurreição. Eles separarão o trigo do joio (Mt. 13:39-42). Cristo
enviará seus anjos com um grande som de trombetas para reunir, dos quatro
ventos, os eleitos (Mt. 24:31; veja tb. 1 Ts. 4:16,17).

Conclusões

1. Para nós, é um consolo e um incentivo saber que há numerosos e poderosos


agentes invisíveis à disposição para nos ajudar nas necessidades. Os olhos da
fé farão pelos que crêem o que a visão dos anjos fez pelo servo de Eliseu (2 Rs.
6:17).
2. O Louvor e o serviço dos anjos a Deus nos dão um exemplo de como
devemos nos conduzir agora e de como será nossa atividade na vida do além,
na presença de Deus.
3. Ficamos alertas quando percebemos que até os anjos, que estavam perto de
Deus, sucumbiram à tentação e caíram. Isso é um aviso para nós: “Aquele, pois,
que pensa estar em pé veja que não caia” (1 Co. 10:12)
4. O conhecimento acerca dos anjos maus servem para nos alertar contra o
perigo e a sutileza da tentação que se pode esperar das forças satânicas e nos
faz perceber algumas estratégias do diabo. Precisamos nos guardar contra dois
extremos. Não podemos tratá-lo com muita leviandade, para não subestimar
seus perigos. Por outro lado, também não podemos nos interessar demais por
eles.
5. Ganhamos confiança ao perceber que, por mais poderosos que sejam
Satanás e seus cúmplices, há limites definidos com respeito ao que podem
fazer. Podemos, portanto, pela graça de Deus, resistir a ele com sucesso. E
podemos saber que sua derrota final é certa, pois Satanás e seus anjos serão
lançados no lago de fogo e enxofre para sempre (Mt. 25:41; Ap. 20:10).

Estudo resumido proferido por Pr. Marcos Marangoni (28/01/2009) na Terceira


Igreja Batista de Campo Grande-MS.

Fontes.
ERICKSON, Millard J. – Introdução à Teologia Sistemática – Edições Vida Nova
GRUDEM, Wayne – Teologia Sistemática – Edições Vida Nova

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