PORTÃO DA SANTIDADE - Rabi Chaim Vital

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PARTE TRÊS

PARA COMPREENDER A RUACH HAKÓDESH

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PORTÃO UM

SOBRE A NATUREZA DOS MUNDOS, UMA BREVE

INTRODUÇÃO AO ENTENDIMENTO DA NATUREZA DA
PROFECIA
PORTÃO DA SANTIDADE PORTÃO DOIS
Rabi Chaim Vital SOBRE O QUE É O HOMEM

Com comentários de: Gaon de Vilna, Rambam, Ramchal, PORTÃO TRÊS

Rashash, Rabi Aharon Rota, Rabi Arieh Kaplan e Rabi Yehuda
Ashlag BARREIRAS PARA A PROFECIA

Edição: Michael Nícolas Bággio PORTÃO QUATRO

Pela primeira vez em Português CONDIÇÕES PARA A PROFECIA

Sha’arei Kedushá – Portão da Santidade PORTÃO CINCO

Copyright © 2014 por Michael Nícolas Bággio SOBRE OS TIPOS DE PROFECIA

Todos os direitos reservados PORTÃO SEIS

PRIMEIRA EDIÇÃO: OUTUBRO DE 2014 SOBRE OS NÍVEIS DE PROFECIA E A QUESTÃO DA

PROFECIA NAS GERAÇÕES ANTIGAS, E QUAL É A
Primeira impressão QUESTÃO DE ATINGIR A RUACH HAKÓDESH QUE É
POSSÍVEL ADQUIRIR EM NOSSOS TEMPOS.
SOBRE O RABI CHAIM VITAL
PORTÃO SETE
INTRODUÇÃO DO RABI CHAIM VITAL:
SOBRE ATINGIR A RUACH HAKÓDESH EM NOSSOS
PARTE UM TEMPOS

PORTÃO UM PORTÃO OITO

CLARIFICAÇAÕ DO DANO CAUSADO PELOS PECADOS DO PARA CLARIFICAR O ATINGIMENTO DA RUACH HAKÓDESH
HOMEM COM RELAÇÃO ÀS MITZVOT EM NOSSOS TEMPOS COM GRANDE CONCISÃO

PORTÃO DOIS PARTE QUATRO

SOBRE O DANO FEITO PELAS MIDOT NEGATIVAS INSTRUÇÕES PARA ATINGIR A RUACH HAKÓDESH

PORTÃO TRÊS PORTÃO UM

UMA EXPLICAÇÃO COMPLETA DOS NÍVEIS DE “TZADIK” E MÉTODOS PRÁTICOS PARA ATINGIR A RUACH HAKÓDESH
“CHASSID” E COMO A PESSOA DEVE AGIR PARA ATINGI-
LOS PORTÃO DOIS

PORTÃO QUATRO SOBRE A QUESTÃO DO ATINGIMENTO

UMA EXPLICAÇÃO DETALHADA DO NÍVEL DE TZADIK PORTÃO TRÊS

PORTÃO CINCO SOBRE A CONDIÇÃO DO ATINGIMENTO

UMA NOTA SOBRE O NÍVEL DO CHASSID PARA QUE SOBRE O RABI CHAIM VITAL
ESTEJAM SEMPRE DIANTE DOS NOSSOS OLHOS
Rabi Chaim Vital era inquestionavelmente o principal discípulo do
PORTÃO SEIS santo Arizal, Rabi Isaac Luria, e seu principal intérprete.

INCLUI UM BREVE RESUMO DE TUDO MENCIONADO NOS O próprio Ari escreveu muito pouco e o que é comumente
PORTÕES ANTERIORES, E EXPLICA COMO O CHASSID conhecido como os “Escritos do Ari”, foram de fato transcritos pelo
DEVE CONDUZIR SUA VIDA PARA PREVINIR SUA PRÓPRIA Rabi Chaim Vital.
RUÍNA
O fluxo Divino experimentado pelo Ari era tão grande que ele não
A PARTE DOIS NÃO FOI TRADUZIDA (VEJA FINAL DO podia cometê-lo à escrita.
PORTÃO SEIS)

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PORTÃO DA SANTIDADE - Rabi Chaim Vital
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Como ele mesmo expressou em: “Quando eu começo a revelar
um segredo da Torá pra você o fluxo de conhecimento se torna
como uma poderosa correnteza e eu busco por formas de abrir
um pequeno canal para que você seja capaz de absorve-lo”.
O Rabi Chaim Volozhin testemunha o fato que quando ele
mencionou o Ari ao Gaon de Vilna, todo o corpo do Gaon tremeu
(Hakdama l’Sefer dTzinuata).
Rabi Chaim Vital nasceu em Israel, provavelmente em Safed. Ele
estudou Niglê (a Torá revelada) sob Rabi Moshe Alshech e
Cabalá sob Rabi Moshe Cordovero. Entretanto, quando o Ari
chegou em Safed do Egito em 1570, o Rabi Chaim logo se tornou
totalmente devoto a ele.
O Ari é relatado ter dito que sua única razão para partir do Egito
para Safed era transmitir sua Torá ao Rabi Chaim Vital. É um fato
incrível que o Ari tenha morrido em 1572 (com 38 anos)
estudando com Rabi Chaim Vital por menos que dois anos, e que
o extenso corpo de escritos transcrito pelo Rabi Chaim Vital tenha
vindo deste curto período.
O Rabi Chaim descreve sua iniciação à nova abordagem do Arizal
à Cabalá como segue:
Quando eu [primeiro] vim ao meu professor de santa memória [o
Arizal] para estudar esta sabedoria com ele, ele estava prestes a
sair para Tiberíades.
Ele me levou com ele. Nós embarcamos em um barco, e
conforme navegávamos [pelo Kinéret] em um ponto em frente aos
arcos da Antiga Sinagoga de Tiberíades, meu professor
mergulhou um copo na água e deu-me para beber.
Ele me disse que agora eu seria capaz de compreender essa
sabedoria [os ensinamentos da Cabalá] pois eu tinha acabado de
beber água do poço de Miriam [que está enterrado no lago
Tiberíades].
Daquele tempo em diante eu comecei a entrar nas profundezas
dessa sabedoria” (Pri Etz Chaim – Shaar Hanhagá HaLimud).
INTRODUÇÃO DO RABI CHAIM VITAL:
Diz o pequeno, Chaim filho do honorável Rabi Yosef Vital de
abençoada memória. Eu tenho visto homens de Aliyá (ascensão
espiritual) e eles são poucos. Eles anseiam subir mas a escada é
oculta de seus olhos.
E eles contemplam nos livros dos antigos Sábios para procurar e
encontrar o caminho da vida, a estrada em que trilhar e as ações
a fazer para ascender suas almas até sua raiz acima, e aderir a
Ele, que Ele seja bendito. Porque esta é a perfeição eterna,
similar aos Profetas, que em todos os seus dias aderiram ao seu
Criador.
E através desta adesão, a Ruach HaKódesh (Inspiração Divina)
se repousou sobre eles, para ensina-los que caminho leva até a
Luz para iluminar seus olhos nos segredos da Torá, como o Rei
David, que a paz esteja sobre ele, disse em “abra os meus olhos
para que eu veja as maravilhas da Tua Torá” (Tehilim 119:18).
Eles seriam levados ao longo de um caminho reto, preparado
pelos homens de Aliyá, até a “Cidade Inabitada”.
Após eles vieram os Chassidim Rishonim (os primeiros pios), que
foram chamados “Perushim” (separatistas).
Eles buscavam andar nos passos dos profetas, e se tornar como
eles, indo para cavernas de pedra e desertos.
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E eles se separaram dos caminhos dos homens. Alguns deles se
tornavam separatistas em suas casas, como os viajantes dos
desertos, e todo o dia e toda a noite, sempre, eles louvariam seu
Criador com labuta na Torá e com canções do Rei David que traz
alegria ao coração, até que seus pensamentos se aderissem com
força e anseio tremendos às Luzes Superiores.
E eles continuaram diligentemente desta maneira por todos os
seus dias até que eles ascenderam ao nível de Ruach HaKódesh
(Inspiração Divina), e eles iriam profetizar e nunca retornar, como
o [comentarista] Onkelos traduziu [o verso] “lo pasaku” (não-pare).
Se assim, onde nós encontramos os seus caminhos e técnicas,
como estas santas pessoas serviram a Deus, que Ele seja bendito
para que nós também possamos fazer o mesmo nós mesmos.
E portanto, os corações se tornaram menores, e também o
conhecimento das gerações que vieram após eles. E os Mestres
da Ruach HaKódesh não são mais (aparentemente). Eles
partiram para suas moradas eternas e nos abandonaram ao
desespero, com sede e fome, até que brotou a desesperança no
coração dos homens em explorar esta sabedoria maravilhosa.
E se nós encontrarmos dois ou três grãos em um ramo de trigo,
um em uma cidade ou dois em uma família que buscam água,
mas não encontram. Porque todas as visões foram bloqueadas
devidos aos métodos e ações não terem sido escritos em um
livro, em como abordar a santidade interior.
E existem aqueles dentre eles que faziam juramentos nos anjos
usando os poderes dos nomes sagrados; e eles esperam pela
Luz, mas eis que era trevas.
Porque eles eram anjos muito baixos, apontados nos assuntos
deste mundo, e eles são misturados com bem e mal.
Então eles mesmos não atingiram a verdade e as Luzes
Superiores. E eles (os anjos) revelariam para eles palavras
misturadas, bem e mal, verdade e falsidade, palavras supérfluas
tais como palavras de cura, e a sabedoria da alquimia, e ações de
talismãs (Kamea) e Hashbaot (jurar usando nomes).
E estes também, no vinho tropeçaram e na cerveja erraram.
Quem dera se fosse, seus corações os teria levado a trabalhar em
Torá e Mitzvot e eles fariam um Kol V’Chomer (a fortiori,
inferência lógica de leve para pesado) dos quatro Gedolei Yisrael
(grandes sábios de Israel) que entraram no Pardes (pomar,
jardim) e nenhum deles saiu intacto exceto o pio ancião, Rabi
Akiva, e até mesmo ele, os anjos ministradores desejaram
derrubá-lo, se não fosse por Deus o ajudar, e ele entrou em paz e
saiu em paz. (Talmud Chagigá 14b: O Santo disse, “Deixe esse
ancião em paz, pois ele é digno de fazer uso da Minha glória”)
E a verdade é que eles desejaram níveis elevados, próximos a
profecia, e por isso eles se colocaram em algum perigo.
E para nós, halevai (quem dera se fosse) que nós possamos
merecer um pouco de Ruach HaKódesh tal como a revelação de
Eliyahu HaNavi (o profeta Elias), que muitos tiveram o mérito de
vê-lo como é bem conhecido, ou por uma revelação da alma de
Tzadikim (justos que morreram), como mencionado muitas vezes
no livro dos Tikunim.
E não apenas isso, mas mesmo em nossos tempos eu tenho visto
homens santos que mereceram todas estas coisas.
E existem alguns cuja própria alma após se tornar muito, muito,
pura, se revela a ele e o guia em todos os seus caminhos. E todos
estes são caminhos estreitos, que a pessoa pode merecer até
mesmo em nossos tempos se for digna.
PORTÃO DA SANTIDADE - Rabi Chaim Vital
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Mas, entretanto, isso requer grande treinamento e grande
experiência para ser estabelecido sobre a verdade, porque talvez
seja outro espírito que venha a ele que não é puro. E tudo isso
será explicado na Parte Três, Portão Oito.
Portanto, meu espírito me pressionou a abrir para os Perushim
(buscadores), e para apoiar sua mão direita, ensina-los o caminho
a trilhar.
E portanto, eu coloquei junto este livro. Ele é pequeno em
quantidade mas grande em qualidade. Para o sábio, ele brilhará,
e eu o chamei de “Sha’arei Kedusha” (O Portão da Santidade).
Nele eu clarificarei coisas ocultas que as [gerações] antigas antes
de nós não sondaram, porque eu as recebi boca a boca do santo
homem, o anjo de Deus, meu professor o Ari Luria z’l [de
abençoada memória] (o Arizal).
E eles sendo segredos do universo e coisas ocultas escondidas,
eu revelarei uma porção e esconder 2000 cúbitos (amos). E eu
abrirei relutantemente os portões da santidade como o orifício de
uma agulha e aquele que é digno merecerá entrar dentro da
câmara interna, e Deus que é bom não reterá o bem para aquele
que andar de todo coração (b’tamim).
Eu o dividi em quatro partes:
A Primeira Parte, sobre a prática da piedade e separação que
levam a pessoa até Ruach HaKódesh (Inspiração Divina). Ela
também se subdivide em Seis Portões.
A Segunda Parte, as repreensões, e a clarificação da
recompensa e punição nas Mitzvot positivas e negativas. Ela se
subdivide em Oito Portões.
A Terceira Parte, sobre a prática de como atingir a Ruach
HaKódesh. Ela se subdive em Oito Portões.
A Quarta Parte, sobre a prática de [meditação nos] Yichudim
(unificação de nomes sagrados) através dos quais a pessoa
atingirá a Ruach HaKódesh conforme eu pessoalmente tentei,
testei e verifiquei a veracidade deles.1
1 Exceto por um, este não foi incluído na tradução devido aos
perigos envolvidos
PARTE UM
PORTÃO UM
CLARIFICAÇAÕ DO DANO CAUSADO PELOS PECADOS DO
HOMEM COM RELAÇÃO ÀS MITZVOT
Eu tornarei conhecido a você e lhe iluminarei na grandeza do mal
em fazer uma das Mitzvot negativas de Deus, das 365 Mitzvot
negativas, que nós não devemos fazer, ou em abster-se de
cumprir uma das 248 Mitzvot positivas que somos ordenados a
fazer.
É conhecido aos homens de entendimento que o corpo do homem
não é o próprio homem. Pelo contrário, o corpo é chamado a
“carne” do homem, como está escrito “De pele e carne me
vestiste, e de ossos e nervos me teceste” (Iyov/Jó 10:11).
Também está escrito “Não se ungirá com ele carne de homem”
(Shemot 30:32)
Então, o homem é a parte interna. Mas o corpo é um tipo de
vestimenta que a alma intelectual veste (isto será explicado
depois), e ela é o próprio homem.
Após a morte, a alma intelectual despoja a vestimenta do corpo e
veste uma diferente vestimenta espiritual em seu lugar. Está
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assim escrito, “Tirai-lhe estes trajes sujos… e te vestirei de trajes
festivos” (Zachariá 3:4), chamadas de a “Vestimenta Rabínica”
(“chaluka d’rabanan” em Aramaico).
Assim como para a vestimenta de um corpo físico, o alfaiate a
fará na forma do corpo, assim também o Santo, bendito seja Ele,
fez o corpo, que é a vestimenta da alma, na forma da alma, com
248 membros e 365 “gidim” (artérias/tendões/veias), o último
serve para manter o corpo ligado e circular o sangue e a força da
vida de membro a membro na forma de tubos.
Após a formação do corpo [físico], Ele soprou nele, a alma da vida
que inclui 248 membros espirituais e 365 gidim espirituais que
vestem os 248 E membros e 365 gidim correspondentes do corpo.
Deste modo, os membros da alma realizam seu trabalho através
das ferramentas, que são os membros do corpo, como um
martelo na mão de um artesão.
A prova disso é que os membros do corpo podem realizar ações
apenas enquanto a alma está dentro dele, os olhos veem, e os
ouvidos ouvem etc. mas quando a alma [intelectual] deixa o corpo
(como durante o sono), a visão dos olhos para e todos os outros
sentidos dos 248 membros se tornam anulados.
Similarmente, os 365 gidim espirituais da alma vestem os 365
gidim físicos do corpo que circulam o alimento do corpo, chamado
o sangue, juntamente com o alimento interno e espiritual dentro
dele para sustentar os 248 membros espirituais da alma.
Após a morte, não há mais força de vida [ao corpo] e os gidim do
corpo desmantelam, decaem e desaparecem assim como seus
248 membros e é como se eles nunca tivessem existido.
Assim, o próprio homem é apenas a “alma intelectual” que entra e
veste o corpo, que é considerado sua vestimenta neste mundo.
E saiba que após o pecado de Adam HaRishon (o primeiro
homem), que foi comer da árvore do conhecimento do bem e do
mal, sua alma e corpo também [juntamente com todos os
mundos] se tornaram misturados, cada um com bem e mal (antes
do pecado ele era apenas bom).
Esta é a Zuhamat HaNachash (a impureza da serpente) injetada
em Chavá (Eva) e em Adam (Adão), e através do mal e da
impureza que ela injetou neles, os causou doenças, aflições e
morte para sua alma e corpo.
E isto é o que está escrito “no dia que comerdes dela, morrer tu
morrerás” (Bereshit 2:17) [a palavra Hebraica para morte é
repetida para indicar] a morte da alma e a morte do corpo.
Nós clarificaremos o que é esta questão de bem e mal que foi
misturado neles. Examine o que nós escrevemos depois na Parte
Três, Portões Dois e Três e você entenderá o que nós
escrevemos neste portão (altamente recomendável, começar da
Parte Três, Portão Um).
Eis que, quando ele pecou com a árvore do conhecimento do bem
e do mal, ele causou esta mistura em todos os mundos e não há
nada que não contenha bem e mal. Portanto, o corpo do homem
que é formado das 4 fundações inferiores, eis que elas contêm
bem e mal. E o corpo do homem é formado do bem das 4
fundações – terra, água, vento e fogo.
Entretanto, do mal deles (o físico dos 4 elementos), foram
formados [no corpo] 4 Maror (substâncias amargas, bílis,) que são
– branco, preto, vermelho e verde.
E quando em qualquer um destes [Maror], o mal nele se fortalece
sobre o bem nele, doenças e aflições vem no homem (fraqueza,
doença através da deterioração do sistema imunológico, câncer
PORTÃO DA SANTIDADE - Rabi Chaim Vital
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ou similares, Deus proíba). E se ele se fortalecer grandemente ele
matará o corpo do homem.
Nós explicamos que em todos os mundos há uma mistura de bem
e mal. Portanto, na alma do homem também é assim pois ela foi
talhada das 4 fundações espirituais das quais foram formados
todos os Superiores e elas são as 4 letras do nome YHVH,
bendito seja Ele. Nisto está escrito “Vem, Ó Espírito, das quatro
direções, ...” (Yechezkel 37:9, na profecia da ressurreição dos
mortos lá). E esta é a própria alma do homem do lado do bem.
E eis que “também correspondente a isso Deus fez”, (i.e. há uma
alma oposta correspondente do mal) e é chamada “Adam Beliyal”
(homem mal, corrupto), que é composto dos 4 pais dos danos, e
os 4 tipos de Negaim (aflições), das 4 fundações do mal. E de lá é
atraída a alma má do homem que é chamada a “Yetzer HaRá”
(inclinação ao mal).
E quando essa alma se torna mais forte do que a alma boa, virá
nela danos, aflições e doenças da alma (ex.: maus traços de
caráter). E se for fortalecido grandemente, a matará (a alma boa).
Eis que, a alma sagrada que é o “fruto” é composta de 613
membros e gidim (248 membros + 365 gidim = 613), veste os 613
membros e gidim da alma má que é chamada a “casca do fruto”, e
ambos eles juntos vestem os 613 membros e gidim do corpo.
Assim, os membros da alma sagrada estão dentro dos membros
da alma má, e os membros da alma má estão dentro dos
membros do corpo.
E eis que, cada uma destas 2 almas espirituais precisa de
alimento espiritual para existir. Entretanto, o alimento para a alma
sagrada é atraído a ela através da observância da Torá que inclui
613 Mitzvot similares aos 613 membros da alma, e a Torá é
chamada “pão” como está escrito “venha e coma do meu pão”
(Mishlei 9:5).
E cada membro dos 248 recebe seu alimento de uma Mitzvá
específica que corresponde a este membro. E quando um homem
falta na observância de uma Mitzvá, então este membro
específico que corresponde aquela Mitzvá faltará seu alimento
que é atraído do nome de Deus de 4 letras, como está escrito
“vós quem dais a vida a todos os seres” 16 (Nechemia 9:6), e
neles dependem todas as Mitzvot como nossos Sábios dissera,
“Yud-Hey Im Shemi = 365, Vav-Hey Im Zichri = 248” (do
Hakdamat HaTikkunim).
E da mesma forma, a partir delas (o nome de Deus de 4 letras)
são atraídas as 4 raízes das fundações da alma sagrada como
mencionado anteriormente. Encontramos, portanto, que este
membro específico morre completamente.
E quando a santidade o deixa, então será vestido dentro dele o
espírito impuro das 4 fundações da alma má como insinuado
pelos nossos Sábios “Tzur [Tiro] não se tornou uma grande
metrópole até que Jerusalém foi destruída”, portanto este membro
agora se alimenta do pão impuro e abominável de lá.
E esta é a questão do ditto “os ímpios durante suas vidas são
chamados mortos” (Talmud Berachot 18b) porque a alma sagrada
do Deus Vivo os deixou e o espírito impuro da morte que é
chamado “o pai dos pais da impureza” estabeleceu-se sobre ele.
(Então, o ser da pessoa desfrutará e desejará as coisas más e
desprezará o bem.)
E da mesma forma, quando o homem cumpre as 365 Mitzvot
negativas abstendo-se de transgredi-las, como nossos sábios
disseram “se o homem sentar e não transgredir um pecado, ele é
recompensado como se fizesse uma Mitzvá”, então há o poder da
capacidade para o alimento espiritual mencionado acima quando
ele cumpre uma Mitzvá positiva ser puxado para baixo através
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destes tubos que são os 365 gidim da alma para dar vida aos
seus 248 membros.
E se ele transgrede uma Mitzvá negativa específica, então o tubo
específico que corresponde àquela Mitzvá negativa se torna
bloqueado através da impureza do alimento mal que se torna
anexado lá (algum tipo de bloqueio de “colesterol” espiritual).
E quando o tubo seca, então aquele membro também seca. Mas
[a santidade] não o deixa completamente como teria sido o caso
para alguém que falta cumprir a Mitzvá positiva [correspondente
ao membro], todavia, o membro se tornará manchado.
Portanto o homem deve buscar com toda a sua força a cumprir
todas as 613 Mitzvot, e quando ele cumpre uma Mitzvá positiva,
ele deve ter a Kavaná (intenção mental) de remover daquele
membro específico de sua alma, que corresponde àquela Mitzvá,
a impureza daquela Klipá.
E então o membro daquela santa Mitzvá se estabelecerá nele
após a impureza ter sido removida, como em “e seus pecados
estavam em seus ossos” (Yechezkel 32:27).
Porque quando este se eleva, aquele cai. E da mesma forma
quando um pecado vem em seu caminho, ele deve se abster de
fazê-lo, e ele deve ter a Kavaná (intenção) que através disso a
impureza naquele gid (tubo) específico da alma que corresponde
àquele pecado será removida.
E então ele será capaz de passar a energia espiritual que é
atraída através daquele tubo espiritual, e através disto sua alma
será uma cadeira e uma carruagem para Sua santidade, que Ele
seja bendito, e este é o Sod (significado secreto) de “os
patriarcas, eles são a carruagem” (Midrash Raba – Bereshit 47:6,
Zohar 1 Daf 173)
O RAMCHAL EXPLICA MAIS:
Ramchal – Sefer HaKlalim (Klalot Sharshei HaChochma)
A Sabedoria da Verdade (Cabalá) não é mais do que a sabedoria
que explica a ordem dos atos de Deus, através dos quais Ele agiu
e age em Suas criações.
Eu agora explicarei claramente esta questão para você. Veja, a
intenção de Deus na criação era criar uma criação (homem)
capaz de receber o bem dEle ao merecê-la. Para que este mérito
fosse possível, foi necessário existir uma questão em que esta
criatura pudesse escolher fazer, então quando ela faz a questão,
ela merecerá o bem.
Portanto, de acordo com este propósito, Ele organizou toda a
ordem de Seu ato [da criação] para que a criação resultante siga
esta escolha [do homem] também de uma maneira ordenada.
Então, Ele desejou e concebeu um tipo de criação (homem)
construído de muitas partes sintetizadas, enquanto que os atos
que perpetuam Suas criações sigam a questão e ordem destas
partes, e tal que a constituição [do homem] fosse na maneira
necessária para a existência do livre arbítrio, chamado, que ele
(homem) seja sujeito a uma inclinação ao bem e a uma inclinação
ao mal.
[E isto seria] em uma forma necessária na ordem para ele
merecer receber a recompensa através dos degraus deste ato.
Então de acordo com este design, Ele começou a ordenar Seus
atos. E cada propagação da Sua Luz Simples para agir é
chamada “uma luminária” ou “uma Sefirá”. A quantidade destas
luminárias que Ele iluminou era de acordo com os detalhes das
partes desta construção criada e planejada.
PORTÃO DA SANTIDADE - Rabi Chaim Vital
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A totalidade destas luminárias são todas [refletidas] no segredo da
forma do homem, e a maneira em que elas são reunidas e
sintetizadas no corpo do homem, esta é a forma que elas foram
reunidas para conduzir [a criação].
Assim, de todas essas luminárias, não há uma que não tenha
uma parte no corpo do homem, e não há um membro no homem
que não esteja nas luminárias.
E todas as [outras] criações do mundo também saem e surgem
das luminárias, enquanto que não há criatura/ criação no mundo
que não esteja nas luminárias e não há luminária que não esteja
no mundo.
Portanto, não há criatura/criação que não esteja no homem e não
há membro do homem que não esteja no mundo.
E não há ato no homem que não esteja nas luminárias nem um
ato nas luminárias que não esteja nos atos do homem.
A raiz desta ordem é a ordem do (espiritual) interno e (físico)
externo, que é a raiz da alma e do corpo.
Nisto está escrito, “Façamos o homem em nossa imagem,
conforme a nossa semelhança” (Bereshit 1:26) ... (pulando...)
Eis que toda luminária possui agentes que são os anjos, um nível
após o outro, todos dos quais são simpatizantes deste nível
específico, e eles se manifestam e agem até abaixo (no reino
físico).
E da mesma forma, cada luminária traz uma criatura/criação física
específica. Portanto, o homem, em seu corpo, e em sua alma,
recebe todas as partes das luminárias.
E isto está nos atos de Deus, que é chamado a raiz em que está a
raiz de todas as criações, e a totalidade de tudo que sai deles é o
homem, e o serviço é encarregado a eles em todas as luminárias,
porque toda a sua influência (aos reinos físico e espiritual) deve
passar através do homem.
E correspondente a isto, os detalhes das criações espirituais,
chamada, os anjos, correspondem a sua alma e todas as miríades
de criações físicas, correspondendo ao seu corpo...
O segredo do serviço é como segue: pois tudo o que Deus
ordenou em relação a Sua governança, Ele decretou Mitzvot
(mandamentos), para que quando os seres humanos as
realizassem, estes atos fossem executados propriamente.
Sua questão é conectar, através deste ato, a parte da alma que
recebe daquela luminária para a qual Ele ordenou aquele ato,
para aquela luminária correspondente.
Então, a Hashpa’á (direção espiritual) é atraída da luminária
àquela parte, e isto é chamado que um “tubo” da Hashpa’á foi
aberto.
Quando todos eles são abertos, cada um em todas as suas partes
derivadas, através de todas as almas de Yisrael, então o mundo
será completamente retificado.
PORTÃO DOIS
SOBRE O DANO FEITO PELAS MIDOT NEGATIVAS
Eis que, sobre a questão das Midot, elas são fixadas na alma
inferior que é chamada “[alma do] fundamento”, que inclui os 4
níveis – Domem (inanimado, como em rochas e metais),
Tzomeach (vegetativo), Behemit (animado) e Medaberet
(falante, como nos humanos) (veja Parte Três, Portão Dois).
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Porque eles (os níveis) também estão misturados com bem e mal.
E eis que nesta alma dependem as Midot boas e más. E elas são
a cadeira, fundação e a raiz da “alma intelectual” elevada em que
dependem as 613 Mitzvot da Torá como mencionado
anteriormente no Portão Um (as Midot são a raiz para a alma
elevada significa, por exemplo, que uma pessoa egoísta terá
todas as suas ações enraizadas no egoísmo.
Em tudo que ela fizer, ela primeiro pensará “como eu vou me
beneficiar disto”).
Por isso, as Midot não estão incluídas nas 613 Mitzvot.
Entretanto, elas são preparações cruciais para as 613 Mitzvot em
seu cumprimento ou anulação pois, a “alma intelectual” elevada
não tem o poder de cumprir as Mitzvot usando os 613 membros [e
gidim] do corpo exceto através do intermédio da alma do
fundamento que está anexada ao próprio corpo no Sod
(significado secreto de) “Porque a alma de toda carne é o seu
sangue, que é sua alma” (Vayikrá 17:14).
Portanto as más Midot são muito, muito piores do que as próprias
transgressões [das 613 Mitzvot]
E através disto, você entenderá o que nossos Sábios disseram
(Talmud Shabat 105b) “aquele que se irrita é como se estivesse
adorando ídolos” – literalmente, o que pesa como todas as 613
Mitzvot.
E, da mesma forma, eles E disseram (Talmud Sotá 71) “aquele
que tem espírito altivo é como se ele fosse Kofer B’Ikar (rejeita a
essência do Judaísmo), e é apropriado corta-lo como um arvoredo
de Asherá2 e seu pó não se moverá [na ressurreição] ...”, e
muitos outros como estes.
E entenda isto muito bem porque elas sendo cruciais e
fundamentais, não são contadas como parte das 613 Mitzvot que
dependem da “alma intelectual”.
Portanto, nós encontramos que a pessoa deve ter mais cuidado
com as más Midot do que em cumprir as Mitzvot positivas e
negativas. Porque sendo um possessor de boas Midot, facilmente
cumprirá [todas] as Mitzvot.
E através disso, você também entenderá as palavras
desconcertantes que nossos Sábios disseram na questão das
Midot, [tais como] que “humildade e submissão conduzem à
Ruach HaKódesh (Inspiração Divina) e a Shechiná (Presença
Divina) repousa sobre ele” e [o profeta] Eliyahu disse “a Torá não
é explicada exceto para aquele que não é um kapdan (pessoa
irritada, impaciente), assim também eu me revelarei apenas
aquele que não é um kapdan”.
E, semelhantemente, nossos Sábios disseram “quem é um Ben
Olam HaBá (uma pessoa destinada para a vida no Mundo
Vindouro) – aquele que é modesto e humilde etc.” e muitos
outros. Eles não mencionaram o cumprimento das Mitzvot, mas
apenas as boas Midot.
E coloque seus olhos nestas coisas e você será bem sucedido em
seus caminhos sem dúvida alguma.
Agora, assim como os corpos das 4 fundações (i.e. as formas
puramente físicas da terra, água, vento e fogo. Veja Parte Três,
Portões 1 e 2 para entender isso adequadamente.) são raízes,
que através delas foram formados os 613 membros [e gidim] do
corpo [físico], assim também as “almas” das 4 fundações (terra,
água, etc.) são fundações de todas as boas e más Midot que são
os meios pelos quais a Torá e as Mitzvot que são 613, que vem
das 4 letras do nome de Deus YHVH, possam ser cumpridas ou
transgredidas, como mencionado anteriormente.
PORTÃO DA SANTIDADE - Rabi Chaim Vital
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E o cumprimento delas é a alma intelectual que inclui as quatro
fundações espirituais das quais foram lavrados os 613 membros
[e gidim] daquela alma (a alma intelectual).
E entenda isto muito bem – como a fundação e o cumprimento
das Mitzvot é através das boas Midot e, da mesma forma, o
oposto.
2 Era um arvoredo utilizado pela antiga idolatria da adoração das
árvores.
E aqui está a questão [das Midot]. Nós já explicamos que tudo
que Deus fez [agora] inclui o bem e o mal (i.e. após o pecado de
Adam), que sãoopostos um ao outro.
E eis que, assim como os quatro corpos das fundações (i.e. a
terra, água, etc.) que são chamadas o “Chomer” (físico, material)
das fundações são misturados com bem e mal, e deles vem os
poderes de sustentação do corpo, ou suas doenças que são os
quatro “Maror” (biles) – branco, verde, preto e vermelho.
Semelhantemente, nas almas que são chamadas “Tzurot” (i.e. os
poderes espirituais nestas quatro fundações), estão desta
maneira – bem e mal. E delas vem a saúde da alma do
fundamento em um homem que são as boas Midot ou suas
doenças que são as más Midot que são atraídas das 4 Klipót
impuras daquela alma [do fundamento].
E quando ela as remove dela mesma, as 4 letras do nome de
Deus, que são Luzes que dão vida para a alma do fundamento,
irão [entrar e] vestir ela.
Então ela (a alma do fundamento) e seu corpo (i.e. o corpo do
homem) se tornarão uma carruagem para Sua santidade, que Ele
seja bendito no mundo de Assiá (o primeiro dos 5 mundos, veja
Parte Três, Portão Um), como nós explicamos [anteriormente]
para a alma intelectual em cumprir as Mitzvot.
Lembre-se e não se esqueça que também através da labuta na
Torá e nos quatro níveis cujo acrônico é PaRDeS:
1) Peshat (significado básico),
2) Remez (significado alusivo),
3) Drash (significado homilético ou interpretativo),
4) Sod (segredo – significado místico), sua Ruach intelectual se
tornará uma carruagem para o nome de Deus no mundo de
Yetzirá.
Se a pessoa tiver o mérito de purificar todos os níveis da alma do
fundamento ao purificar todas as Midot e, na alma intelectual,
através do cumprimento das 613 Mitzvot, ela recebe um 2º nível
de alma chamado “Ruach” do 2º mundo de “Yetzirá”.
Rabi Chaim Vital diz no Sha’ar HaGilgulim 18:18b, “a alma de
uma pessoa sem a Ruach é como alguém que se senta na
escuridão, ela não tem luz nem intelecto (sobrenatural)”.
Similarmente, o Rabi Chaim Vital escreveu em seu livro Etz
Chaim (Hakdama Daf 13): “E não apenas isso, mas o homem foi
criado apenas para mergulhar nas profundezas da Torá.
Mas isto requer que seu corpo (e alma inferior) seja limpo
primeiro, através da ação das Mitzvot cujo único propósito é para
isto e são portanto necessárias.
Então a Neshamá (alma elevada) que é chamada a vela de Deus
(como em ‘a vela de Deus é a alma [Neshamá] do homem’
Mishlei/Provérbios 20:27), será capaz de iluminar este corpo,
como uma vela dentro de um recipiente de vidro, que brilha, e dá
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a ele o poder para entender os segredos da Torá e revelar as
profundezas de dentro da escuridão.
“O 4º nível da Torá, chamado “Sod” (segredo) é o significado
interno e primário. Os outros significados inferiores, também são
verdadeiros, mas servem primariamente pelo propósito de
endireitar o homem”.
– Gaon de Vilna,
Comentário Chemda Genuzá em Mishlei 1:6.
E, da mesma forma, (“após completar estes ela merecerá um 3º
nível de alma chamado ‘Neshamá’ do 3º mundo de Briá”) através
de “Machshavá” (pensamentos) e “Kavaná” (intenções especiais),
sua Neshamá intelectual será uma cadeira para o nome de Deus
no mundo de Briá.
Vamos retornar ao esclarecimento das fundações que existem na
aquisição das Midot. Saiba que todas as más Midot estão
enraizadas nos 4 níveis da alma do fundamento – do lado do mal
e da Klipá deles. Portanto, todas as más Midot são divididas em 4
tipos, e aqui estão os seus detalhes.
A) A fundação do Fogo – da qual é atraída a Ga’avá
(arrogância) que é chamada “Gasut HaRuach” (espírito inflado) –
sendo a mais leve e mais alta de todas as fundações.
E incluída nela está a raiva, pois é devido à Ga’avá que o homem
se torna irritado quando “sua vontade não está sendo feita”. E se
ela fosse “Shefal Ruach” (humilde de espírito), e reconhecesse
sua falta, não ficaria de forma alguma irritada. Segue-se que a
raiva e a Ga’avá são uma característica. E seus derivativos são
três:
1) Kapdanut (ficar irritado) em seu coração. Porque sem a Ga’avá
(arrogância), ela não ficaria irritada em seu coração, semelhante
ao que foi explicado para a raiva.
2) Buscar poder e honra para mostrar aos outros.
3) Ódio aos outros porque eles são maiores do que ela. E este
também é um ramo da Ga’avá.
B) A fundação do Vento (Ar) – dela é atraída a fala que é
chamada “Sicha Betela” (palavras vãs), por coisas que não tem
necessidade alguma, seja para a alma ou o corpo. E seus
derivativos são quatro:
1) Falar palavras de bajulação;
2) Falar mentiras;
3) Falar Lashon HaRá (Má Língua) sobre os outros;
4) Falar palavras de orgulho e enaltecimento aos outros para se
tornar grande diante deles.
C) A fundação da Água – dela vem o anseio por indulgência –
porque é assim que a água faz com que todos os tipos de coisas
prazerosas cresçam. E seus derivativos são dois:
1) Chemda (cobiça) para roubar o dinheiro do seu amigo, ou sua
esposa, e tudo que ela tem para se saciar neles.
2) E inveja, ela terá inveja de seu amigo que tem muito dinheiro
ou similar, para se saciar neles.
D) A fundação da Terra – dela vem a característica da tristeza
em todos os seus detalhes. E seu derivativo é um:
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1) Preguiça em cumprir Torá e Mitzvot devido a sua tristeza em
atingir aquisições nas vaidades deste mundo (tais como dinheiro,
honra, aprovação etc.), ou nos sofrimentos (Yisurim – problemas)
que vem a ela.
E ela não está feliz com sua porção de forma alguma. Além disso
“[contudo não cessa a sua labuta], e também seus olhos não se
satisfazem com as riquezas” (Kohelet 4:8) No Sefer HaBrit – Rabi
Pinchas Eliyahu de Vilna diz que:
Todos os maus traços de caráter danificam apenas em seu nível,
com exceção da tristeza.
A fundação da terra é a mais inferior e mais externa de todos os
níveis, portanto, ela é o “corpo” de tudo. Assim, a corrupção da
terra, que é a tristeza, danifica todos os níveis juntos. Portanto, é
provavelmente um bom lugar para começar”.
Entretanto, é importante manter em mente as palavras de
Deveres do Coração, Portão Nove, Capítulo Cinco: “É adequado
para você, meu irmão, saber que não será possível para você
cumprir quaisquer destas coisas, a menos que você faça todas
elas e não deixe para trás nem mesmo uma delas, porque elas
são como um colar de pérolas, se você cortar uma delas, a corda
se quebrará e todas as outras se dispersarão e sua unidade será
destruída”.
Encontramos, portanto, que os pais (raízes) de todas as más
Midot (características) são quatro. Ga’avá (arrogância) e ira que
está incluída e anexada a ela, palavras vãs, cobiça por
indulgências e a tristeza.
As quatro são provenientes das quatro Klipót da Yetzer HaRá
(inclinação ao mal) da alma do fundamento. E seus opostos são
as quatro boas Midot que são provenientes das quatro boas
fundações da alma do fundamento.
Elas são:
1. Humildade – que é a humildade absoluta (do homem ao lado
de seu Criador, que vem de ter uma consciência constante da
presença de Deus. Veja Parte Quatro) e distanciar-se de todas as
formas de raiva que vêm através da Ga’avá.
2. Silêncio – “como um mudo ela não devia abrir sua boca”,
exceto para Torá e Mitzvot ou o que é necessário para a
manutenção do corpo e também para honrar o público.
3. E repulsa de todos os prazeres do corpo que estão além da
necessidade.
4. Uma Simchá (alegria) constante em sua porção (gratidão por
qualquer situação que você esteja), porque “tudo que é feito do
céu é pelo bem”.
E também se motivar a estar em constante alegria ao fazer o
serviço do seu Criador como está escrito “Encontro alegria em
Teus mandamentos assim como alguém que encontra um grande
tesouro” (Tehilim 119:162).
E como os Sábios disseram “Faça teu estudo da Torá fixo
(primário) e seu trabalho temporário (secundário)”.
Portanto, encontramos que quando as más Midot são
estabelecidas no homem, ele se abstém de cumprir a Torá e as
Mitzvot. E mesmo se ele cumpri-las, não será pelo bem dos céus
(i.e. ele terá motivos egoístas) e também com muito esforço e
aborrecimento. Sobre ele está escrito “Como um anel de ouro no
focinho de um porco...” (Mishlei 11:22).
Porque sua impureza ainda está nele e ele está vestido nas
Klipót. E também como nossos Sábios disseram “Se ele tiver
mérito, sua Torá se tornará como um elixir da vida, mas se não
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tiver mérito, ela se tornará como uma poção da morte” (Yoma
75b).
Mas se ele se fortalecer sobre sua inclinação, guerrear com ela e
remover-se das más Midot através de esforços e cumprimento da
Torá e Mitzvot –ele é chamado um Tzadik Gamur (totalmente
justo), temente de Deus, uma pessoa forte, que conquista sua
inclinação.
E quando ele se habituar mais e mais nisto, até que ele remova
de si mesmo todas as más Midot completamente e sua alma [do
fundamento] não seja tentada por elas de forma alguma, e ele
adquira as boas Midot até que elas se tornem segunda natureza e
ele não precise lutar com a inclinação ao mal porque seu corpo e
alma se tornaram limpos de todas as impurezas da fisicalidade,
como é dito por Moisés “tira as sandálias dos teus pés” (Shemot
3:5), como mencionado no livro dos Tikunim (Tikkun 31 and 48)
(i.e. a sandália é a vestimenta da parte mais inferior do corpo,
chamada, o calcanhar.
Assim também o corpo físico é a vestimenta para a parte mais
inferior da alma e é, portanto, referido como a “sandália”, então as
quatro letras do nome de Deus irão [entrar e] se vestir nele e ele
se tornará um trono santo para Sua carruagem, que Ele seja
bendito.
E este homem é chamado “ama a Deus através do amor” (porque
as boas características são parte de sua natureza), e [ele é
também] chamado um “Chassid” (pio) completo, perfeito com
todas as formas de perfeição.
Isto aparentemente contradiz o Talmud que quanto maior o nível
espiritual de uma pessoa, mais sua Yetzer HaRá (inclinação ao
mal). O Rambam resolve isto como segue (Hakdama L’Avot perek
6):
Os filósofos são unânimes em que aquele que não deseja o mal
está em um nível espiritual mais elevado do que aquele que
deseja o mal mas se abstém dele, porque o desejo pelo mal
deriva do mal na alma da pessoa. E o Rei Shlomo já escreveu
nisto (Mishlei 21:10) “a alma do ímpio deseja o mal”, e “a alegria
do pio em fazer o bem”...
Ao examinar as palavras dos sábios, parece ser o oposto, que
quanto mais elevado o nível espiritual da pessoa, maior é o seu
desejo pelo pecado... como os Sábios escreveram explicitamente
“Aquele que é maior que o seu próximo, assim também sua
inclinação ao mal é maior” ... E eles também disseram ... E Rabi
Shimon ben Gamliel disse – “o homem não deve dizer ‘Eu não
gosto de leite e carne, eu não gosto de vestir Shatnetz, Arayot,
etc.’ ao invés ele deveria dizer ‘Eu quero mas, o que eu posso
fazer, meu Pai no céu decretou sobre mim”.
Mas realmente não há contradição. Ambas são verdade.
O “mal” que os filósofos estão se referindo são àquelas coisas
que são bem conhecidas como sendo más tais como o
assassinato, roubo, opressão, prejudicar os outros por nada,
desrespeito aos pais, etc.
Existem coisas que os Sábios escreveram, “se a Torá não as
escreveu, teria sido adequado escreve-las”, elas são as “Mitzvot
do intelecto”, (i.e. a pessoa pode imaginar por si mesma que estas
coisas são erradas) e certamente aquele cuja alma deseja estas
cosias é deficiente e em um nível mais baixo do que aquele que
não deseja estas coisas.
Mas aquilo que os Sábios disseram “aquele que possui uma
inclinação mais elevada é maior etc., – isto se refere às Mitzvot
sem razão, que sem a Torá elas não seriam ruins ... e isto é o que
o Rabi Shimon ben Gamliel usou no exemplo de “leite e carne”, e
“Shatnez” (veste contendo lã e linho), “Arayot” (relacionamentos
PORTÃO DA SANTIDADE - Rabi Chaim Vital
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proibidos), etc. (e não roubar, ferir os outros, etc.) Estas coisas
são chamadas “decretos”…
– Rambam – Hakdama L’Avot Perek 6
PORTÃO TRÊS
UMA EXPLICAÇÃO COMPLETA DOS NÍVEIS DE “TZADIK” E
“CHASSID” E COMO A PESSOA DEVE AGIR PARA ATINGI-
LOS
e uma pessoa deseja se purificar, se santificar, e verdadeiramente
aceitar o jugo do Reino dos Céus sobre si mesma, que ela se
prepare com todo o seu poder para realizar todas as 613 Mitzvot
com entusiasmo. Através do cumprimento, os 613 órgãos e veias
de sua alma se aperfeiçoarão, como mencionado.
Isto é porque se ela faltar mesmo uma das 248 Mitzvot positivas,
ela ainda falta um órgão de sua alma. Sobre tal pessoa a escritura
declara, “Uma falta que é incalculável”, que é pior do que a
questão de, “Aquele que tem uma mancha não se aproximará” 3.
Entretanto, aquele que cumpre as Mitzvot positivas, mas
transgrediu mesmo uma das 365 Mitzvot negativas, está dentro
da categoria de um verdadeiro “Baal Mum” – uma pessoa
verdadeiramente manchada. Isto é porque o tubo (ou veia) que
atrai o sustento aos órgãos foi dobrado [portanto obstruindo o
fluxo].
Sobre tal pessoa o verso declara, “irremediavelmente torta”.
Entretanto, o significado do verso é que ela só é irreparável uma
vez que sua alma partiu deste mundo, porque a pessoa não pode
realizar as Mitzvot que ela falta ou se arrepender e assim retificar
as transgressões que ela cometeu, exceto enquanto ainda está
neste mundo.
Isto é como a escritura 3 Isto é porque, como explicado acima,
uma mancha em uma Mitzvá não é a ausência completa da
Mitzvá.
Portanto, aquele que falta uma Mitzvá positiva
completamente é pior do que aquele que a realiza, mas de
uma maneira manchada e imperfeita.
Todavia, as suas Mitzvot positivas estão manchadas,
entretanto, visto que ela não transgrede as Mitzvot negativas,
ela não cai na categoria de um verdadeiro “Baal Mum”, ou
seja, uma pessoa verdadeiramente manchada.
declara, “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme
as tuas forças; porque no Sheol, para onde tu vais, não há obra,
nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma”. “Obra”
aqui, se refere a realizar as Mitzvot positivas, “Projeto” se refere a
se arrepender sobre as negativas e “conhecimento” se refere ao
conhecimento ganhado através do estudo da Torá.
Nenhuma destas são possíveis “no Sheol, para onde tu vais”.
Daqui nós vemos que enquanto a pessoa não cumpriu as 613
Mitzvot ela está na categoria de um “Tzadik Imperfeito”. Não é
sem mandado, que nosso professor, Moisés, que a paz esteja
sobre ele, orou pela permissão para entrar na terra 515 vezes,
correspondendo ao valor numérico da palavra, “VaEtchanan” [e
eu implorei por graça] (‫) ואתחנן‬.
Ele buscou aperfeiçoar sua alma mantendo as 613 Mitzvot [muitas
das quais se aplicam somente na terra de Israel].
Se uma pessoa cumpre todas as Mitzvot, mas não adquiriu
completamente todas as boas Midot, nisto ela deve
constantemente conquistar sua Yetzer HaRá (inclinação ao mal)
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ao lutar com ela, tal pessoa está na categoria de “Tzadik Perfeito
que conquista sua Yetzer (inclinação)”.
Entretanto, uma vez que todas as boas Midot se tornarão
completamente imbuídas em uma pessoa que elas se tornaram
sua natureza, para que ela realize as 613 Mitzvot com alegria que
vem do amor, sem qualquer resistência da Yetzer HaRá
(inclinação ao mal) porque sua fisicalidade foi completamente
refinada, ela é chamada um “Chassid Perfeito”. Similarmente, o
Rei David disse, “Meu coração está vazio dentro de mim”.
Além disso, ele disse, “HaShem, meu coração não é soberbo,
nem os meus olhos são altivos. Nem persigo assuntos que são
grandes e maravilhosos de mais para mim. Não tenho eu
acalmado e sossegado a minha alma como um bebê se
amamentando de sua mãe? Minha alma é como um bebê se
amamentando”.
Isto é para dizer que parece como se todas as suas boas Midot já
estivessem naturalmente imbuídas nele quando ele saiu pela
primeira vez do útero de sua mãe. Portanto, porque as boas Midot
e a realização das Mitzvot se tornaram tão imbuídas na natureza
do Rei David, ele se chamou um Chassid (pio), como no verso,
“Guarda minha alma, pois eu sou um Chassid”.
Além disso, nossos Rabis, de abençoada memória, disseram,
“Aquele que deseja se tornar um Chassid deve cumprir as
palavras de Pirkei Avot – que fala sobre a aquisição das boas
Midot.
Por exemplo, nossos sábios, de abençoada memória, disseram,
“Rabi [Yehudá o Príncipe] disse, “Qual é o caminho reto que uma
pessoa deve seguir? Tudo que o que é bonito para o fazedor e
bonito para ele dos outros etc.”. Akaviá ben Mehalalel disse,
“Contemple três questões e você nunca chegará a possibilidade
da transgressão.
Saiba de onde você veio e para onde você está indo e diante de
quem você é destinado a prestar contas. De onde você veio? –
De um lugar de pó, larvas e vermes. Diante de quem você é
destinado a prestar contas? – Diante do Reio, o Rei dos reis, O
Santo, Bendito seja Ele. Da mesma forma, o Rabi Levitas de
Yavné disse, “Seja muito, muito humilde, pois a esperança do
homem é os vermes”.
O que Akaviá quis dizer quando ele disse, “e você nunca chegará
a possibilidade de transgredir” é que você nunca estará sujeito à
Yetzer HaRá que faz com que a pessoa transgrida, porque sua
Yetzer HaRá deixará de existir. Entretanto, se a Yetzer HaRá
ainda existe e a pessoa meramente se restringe pela força da
vontade, ele deveria ter dito, “você não transgredirá”.
De modo geral, o que sai disso é que um Tzadik é uma pessoa
que tem uma Yetzer HaRá mas cumpre as 613 Mitzvot
superando-a.
Por outro lado, uma pessoa que tenha adquirido completamente
boas Midot, como sua natureza, cumpre as Mitzvot porque sua
Yetzer HaRá foi revogada.
Tal pessoa é chamada de um “Chassid Perfeito”.
Além disso, há um nível da Chassidut ainda mais elevado do que
este, que é o mais elevado de todos os níveis. Tal pessoa é
chamada “Santa”. Este nível é mencionado muitas vezes no Sefer
HaTikunim e no Zohar, especialmente na Parashat Ki Tetzei de
Raya Mehmna, como segue:
“Não é sem mandado que o Santo, Bendito seja Ele, disse,
‘Aquele que se ocupa no estudo da Torá, em Gemilut Chassadim
[fazer atos de amor-bondade] e em orar com a congregação, eu o
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considero como se ele tivesse redimido a Mim e aos Meus filhos
do exílio entre as nações do mundo’.
Agora, quantas pessoas se ocupam no estudo da Torá, em atos
de amor-bondade e em orar com a congregação, mas todavia, o
Santo, Bendito seja Ele, Sua Shechiná e Israel não são
redimidos!?
Entretanto, o significado é que uma pessoa deve estar ocupada
no estudo da Torá apenas para unir a Shechiná com o Santo,
Bendito seja Ele.
Conforme nós estabelecemos, Gemilut Chassadim aqui significa
que um verdadeiro Chassid é aquele que é benigno com o seu
Mestre.
Ou seja, sua intenção ao fazer todas as Mitzvot é libertar a
Shechiná Divina do exílio. Fazendo isso, ele age benignamente
com o Santo, Bendito seja Ele.
Ao agir benignamente com a Shechiná Divina ela está agindo
benignamente com o Próprio Deus.
Quando Israel pecou, o Santo, Bendito seja Ele, quis puni-los,
mas sua Mãe [a Shechiná] os protegeu.
Devido a isto, eles desceram para maus caminhos.
O que o Santo, Bendito seja Ele, fez? Ele baniu os filhos do Rei,
juntamente com a Rainha [a Shechiná] e Ele jurou que Ele não
retornaria ao Seu lugar até que a Rainha retornasse ao lugar
dEla.
Assim, aquele que se arrepende com a única intenção de libertar
a Shechiná através da Torá e Mitzvot, tal pessoa age
benignamente com seu Mestre.
É como se ele libertasse Ele, Sua Shechiná e Seus filhos do
exílio.
Eliyahu e todas as cabeças [líderes] das academias superiores
declararam, ‘Raya Mehemna [Moisés], tu és tal pessoa.
Tu és o filho do Rei e da Rainha. Realmente, a tua maneira de
labutar pelo Santo, Bendito seja Ele, é ainda mais além daquele
que age benignamente com seu Mestre.
Ao invés, tu és como um filho que investe todo o seu ser e força
para libertar seu pai e sua mãe, que está disposto a dar sua vida
por causa deles.
Entretanto, uma pessoa que não é filho do Rei, mas que, todavia,
faz benignidades ao Rei e a Rainha, tal pessoa é considerada
como benigna com seu Mestre’.
Raya Mehemna se levantou e se prostrou diante do Santo,
Bendito seja Ele.
Ele chorou e disse, ‘Que seja a vontade de Deus que ele me
considere como um filho.
Que Ele considere minhas ações em favor do Santo, Bendito seja
Ele, e Sua Shechiná, como um filho que labuta em favor de seu
pai e sua mãe porque ele os ama mais do que seu próprio corpo,
alma [Néfesh], espírito [Ruach] e alma superior [Neshamá] e ele
considera todas as suas posses comos em valor, exceto pelo
propósito de servir a vontade de seu Pai e Mãe e liberta-los.
Apesar de eu perceber que [na realidade] tudo está em posse de
Deus [e que eu não tenho nada de mim mesmo], todavia, o
Misericordioso deseja o coração.
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Agora, o acima é como as escrituras declaram, “Fizeste com que
a Rocha que te gerou fosse removida”.
Além disso, ela declara, “Dá força a Deus”. Isto está de acordo
com a declaração, “Rabi Yochanan diz,
Feliz é aquele que labuta na Torá e traz satisfação para Aquele
que o formou’. – ou seja, que ele não labuta na Torá para receber
uma recompensa de modo alg
um. Pelo contrário, sua intenção é apenas trazer satisfação para
Aquele que o formou, sobre quem está escrito, “Em todo seu
sofrimento, Ele sofreu”. Isto é, onde quer que Israel esteja exilado,
a Shechiná sai com eles.
Ela é nossa Mãe, sobre quem é dito, “Assim diz o Senhor, ‘Onde
está a carta de divórcio de sua Mãe [como prova de] que eu a
bani? Para qual dos meus credores eu o vendi? Verdadeiramente,
você foi vendido pelos seus pecados e pelas suas transgressões
ela foi banida com você’”. [Isto é, especificamente, a Shechiná
que] é chamada “Aquele que nos Formou”, como no verso,
“Fizeste com que a Rocha que te gerou fosse removida”. [A
palavra para rocha aqui é Tzur (‫) צור‬, que também significa a
“fonte de forma”, assim como uma criança é formada no útero de
sua mãe.]
É por isso que Rabi Yochanan disse que tal pessoa traz
satisfação “para Aquele que a formou”, ao invés de dizer “ao
Santo, Bendito seja Ele”.
Disto nós vemos que quando um Chassid se ocupa no estudo da
Torá ou em realizar as Mitzvot ou em outras boas Midot, se até
mesmo uma pitada de motivação para receber uma recompensa é
misturada nele, ele é um Chassid por si mesmo, como no verso,
“Um homem de bondade (Ish Chéssed) traz bondade sobre si
mesmo”.
Isto é porque quando ele cumpre as Mitzvot ele traz bondade
sobre si mesmo. Por isso, ele é chamado um “Homem de
Chéssed” ao invés de um “Chassid”, porque ele faz ele mesmo a
bondade.
Apenas uma pessoa cuja única motivação seja fazer bondade ao
seu Mestre pode ser verdadeiramente chamada de um “Chassid”
e um “Homem Santo”. Isto é porque ela se tornou purificada de
todas as impurezas e se santificou na santidade do Criador,
Bendito seja Ele.
Nós encontramos que o termo Kedushá (santidade) significa
“preparação”, como no verso, “Preparem-se pois amanhã vocês
comerão carne”.
Isto é porque tal pessoa se torna um veículo para a santidade do
Criador, Bendito seja Ele. Como mencionado acima, ao invés de
se preocupar com sua própria glória, ele apenas se preocupa com
a glória do seu Mestre.
Quando Rabi Pinchas ben Yair disse, “Cuidado leva ao zelo, o
zelo leva a limpeza, limpeza leva a separação, separação leva a
pureza, pureza leva a santidade, santidade leva ao temor do
pecado, o temor do pecado leva a humildade, a humildade leva a
Chassidut, a Chassidut leva a Ruach HaKódesh [Inspiração
Divina] e a Ruach HaKódesh leva a ressurreição dos mortos”, ele
estava se referindo a isto.
Este é especificamente a Chassidut perfeita que segue a
santidade e leva a Ruach HaKódesh. Porque ele se adere ao
Criador totalmente, ele merecerá atingir a revelação dos segredos
da Torá e a profecia sobre o futuro.
PORTÃO DA SANTIDADE - Rabi Chaim Vital
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Isto é como o Rabi Meir disse, “Aquele que está ocupado na Torá
Lishmá (pelo Nome Dela, i.e. pelo bem dela, ao invés de para seu
próprio bem) merece muitas coisas. Além disso, o mundo inteiro é
merecedor porcausa dele.
Ele é chamado amigo, amado, amante do Criador, amante das
criaturas, o deleite do Criador e o deleite das criaturas.
A Torá o veste em humildade e temor. Ela o prepara para seu um
Tzadik, um Chassid, reto e fiel.
Ela o distancia do pecado e o traz mais próximo do mérito. Ele
beneficia os outros com conselho e sabedoria, entendimento e
força, como é dito, “Meu é o conselho e a sabedoria, eu sou o
‘entendimento’, a força é minha”.
A Torá lhe dá reinado, governança e juízo penetrante. Ele se
torna como um manancial transbordante e como um rio que
sempre flui.
Ele se torna modesto, longânime e perdoador de insultos. A Torá
o magnifica e o eleva acima de todas as coisas”.
Além disso, quando o Rabi Meir disse, Lishmá, ele quis dizer pelo
“nome” da Torá, em que a Torá é o nome do Santo, Bendito seja
Ele. Isto é porque toda a Torá é composta dos nomes do Santo,
Bendito seja Ele, e isto o trará muitos méritos, e a revelará os
segredos da Torá, e se tornará um manancial etc.
PORTÃO QUATRO
UMA EXPLICAÇÃO DETALHADA DO NÍVEL DE TZADIK
ara ser um Tzadik, a pessoa deve ser zelosa em cumprir todas as
Mitzvot que são aplicáveis em nossos tempos com todo o seu
poder.
Agora, visto que existem muitas opiniões sobre a enumeração das
Mitzvot, eu irei primeiro apresenta-las de acordo com a opinião do
Maimônides (Rambam), de abençoada memória.
Seguindo isso eu apresentarei Mitzvot adicionais de acordo com
outros comentaristas e do Zohar, incluindo a enumeração das
Mitzvot positivas da Torá, assim como as Mitzvot positivas dos
escribas. Estas serão divididas em cinco seções:
1) Mitzvot que são aplicáveis durante as orações dos dias normais
da semana.
2) Mitzvot que dependem de fatores de tempo.
3) Mitzvot que são aplicáveis quando a oportunidade surge.
4) Mitzvot que uma pessoa deve perseguir para cumpri-las.
5) Mitzvot que não estão dentro da capacidade de uma pessoa
perseguir. Pelo contrário, o Santo, Bendito seja Ele, traz a
oportunidade para cumpri-las.
Elas são como se segue:
1) Perceber que Deus existe4 quando recitar o verso, Shma
Yisrael HaShem Eloheinu [“Ouve Ó Israel, HaShem é nosso
Deus”], perceber a unidade de Deus quando completer o verso
com as palavras, HaShem Echad [“HaShem é Um”]5, colocar
franjas (Tzitzit) sobre uma
2)
4 Sefer HaMitzvot, Mitzvá Positiva 1
5 Sefer HaMitzvot, Mitzvá Positiva 2
vestimenta de quatro cantos e envolver-se nela6, vestir o Tefilin
da cabeça7 de acordo com as opiniões do Rashi, Rabeinu Tam,
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Shimusha Rabba [e Raavad], vestir o Tefilin do braço de modo
semelhante8, recitar o Shma Yisrael duas vezes por dia9, orar a
oração de Amidá todos os dias, lembrar-se o que Amalek fez para
nós todos os dias quando responder, “Amen, Yehei Shmei Rabá”
durante o Kadish e quando recitar, “Nos leva para mais próximo
do teu grande nome, [HaShem] nosso Rei”, conforme as
escrituras dizem, “Pois uma mão é [levantada em juramento] pelo
trono de Deus, ‘HaShem declarará guerra contra Amalek de
geração à geração’”10, confessar todos os dias11 após a oração
de Amidá e durante a oração de, “Shma Koleinu” e que os
Cohanim devem abençoar a congregação de Israel todos os
dias12.
2) Recitar o Kidush sobre o vinho no início do Shabat e Havdalá
em sua conclusão13, cessar toda a atividade que é proibida no
Shabat14, anular o Chametz em seu coração no décimo quarto
dia do mês de Nissan15. Recitar a história do êxodo do Egito da
Hagadá na primeira noite de Pêssach16, cessar toda a atividade
que é proibida no primeiro dia de Pêssach17, comer Matzá na
primeira noite de Pêssach18, cessar toda a atividade que é
proibida no sétimo dia de Pêssach19, se regozijar nas três
festividades de Pêssach, Shavuot e Sukot e alegrar sua esposa,
seus filhos e os pobres, cada um na forma adequada20, contar o
Sefirat HaOmer por quarenta e nove dias completos, começando
6 Ibid. Mitzvá Positiva 14
7 Ibid. Mitzvá Positiva 12
8 Ibid. Mitzvá Positiva 13
9 Ibid. Mitzvá Positiva 10
10 Ibid. Mitzvá Positiva 189
11 Ibid. Mitzvá Positiva 73
12 Ibid. Mitzvá Positiva 26
13 Ibid. Mitzvá Positiva 155
14 Ibid. Mitzvá Positiva 154
15 Ibid. Mitzvá Positiva 156
16 Ibid. Mitzvá Positiva 157
17 Ibid. Mitzvá Positiva 159
18 Ibid. Mitzvá Positiva 158
19 Ibid. Mitzvá Positiva 160
20 Ibid. Mitzvá Positiva 54
36
na noite do décimo sexton dia do mês de Nissan21, cessar toda a
atividade que é proibida no festividade de Shavuot22, cessar toda
a atividade que é proibida em Rosh HaShaná23, ouvir o som do
Shofar em Rosh HaShanah24, cessar toda a atividade que é
proibida em Yom Kipur25, jejuar em Yom Kippur26, cessar toda a
atividade que é proibida no primeiro dia de Sukot27, cessar toda a
atividade que é proibida em Shemini Atzeret28, habitar em uma
Suká pelos sete dias de Sukot29, agitar as quatro espécies no
primeiro dia de Sukot30.
3) Escrever um Sefer Torá31, fixar uma Mezuzá nos umbrais das
portas da casa32, recitar o Birkat HaMazon [graças após as
refeições com pão]33, aprender e ensinar Torá todos os dias34,
ser frutífero e multiplicar35, casar por meio de Kidushin36,
circuncisar o seu filho homem37, separar a Chalá da massa na
terra de Israel38, dar Tzedaká [caridade]39, emprestar aos
pobres40, retornar um depósito em seu tempo, fazer um corrimão
em seu telhado, honrar os Cohanim41, honras os estudiosos da
Torá42, honrar seu pai e sua
21 Ibid. Mitzvá Positiva 161
22 Ibid. Mitzvá Positiva 162
23 Ibid. Mitzvá Positiva 163
24 Ibid. Mitzvá Positiva 170
25 Ibid. Mitzvá Positiva 165
26 Ibid. Mitzvá Positiva 164
27 Ibid. Mitzvá Positiva 166
28 Ibid. Mitzvá Positiva 167
29 Ibid. Mitzvá Positiva 168
30 Ibid. Mitzvá Positiva 169
31 Ibid. Mitzvá Positiva 18
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32 Ibid. Mitzvá Positiva 15 case com a estuprada85, que ele não tenha permissão de se
33 Ibid. Mitzvá Positiva 19 divorciar dela pela
34 Ibid. Mitzvá Positiva 11 65 Ibid. Mitzvá Positiva 82
35 Ibid. Mitzvá Positiva 212 66 Ibid. Mitzvá Positiva 119
36 Ibid. Mitzvá Positiva 213 67 Ibid. Mitzvá Positiva 143
37 Ibid. Mitzvá Positiva 215 68 Ibid. Mitzvá Positiva 144
38 Ibid. Mitzvá Positiva 133 69 Ibid. Mitzvá Positiva 204
39 Ibid. Mitzvá Positiva 195 70 Ibid. Mitzvá Positiva 194
40 Ibid. Mitzvá Positiva 197 71 Ibid. Mitzvá Positiva 198
41 Ibid. Mitzvá Positiva 32 72 Ibid. Mitzvá Positiva 142
42 Ibid. Mitzvá Positiva 209 73 Ibid. Mitzvá Positiva 185
37 74 Ibid. Mitzvá Positiva 208
mãe43, temer seu pai e sua mãe44, amar o próximo45, amar os 75 Ibid. Mitzvá Positiva 202
convertidos46, pagar o seu empregado em tempo47, alimentar os 76 Ibid. Mitzvá Positiva 203
seus empregados48, checar pelos sinais de animais 77 Ibid. Mitzvá Positiva 148
domesticados e não domesticados Kasher49, checar pelos sinais 78 Ibid. Mitzvá Positiva 146
de aves Kasher50, checar pelos sinais de peixe Kasher 51 e 79 Ibid. Mitzvá Positiva 147
gafanhoto52, lamentar [luto] sobre a morte de seus parentes 80 Ibid. Mitzvá Positiva 135
próximos, repreender o seu próximo se ele se desviar dos 81 Ibid. Mitzvá Positiva 134
caminhos da Torá e das Mitzvot53, ser cuidadoso para não falar 82 Ibid. Mitzvá Positiva 222
Lashon HaRá (má língua), aderir a Deus e seguir os Seus 83 Ibid. Mitzvá Positiva 92
caminhos, temer HaShem, se distanciar do pecado, amar 84 Ibid. Mitzvá Positiva 247
HaShem em todos os modos que nossos sábios, de abençoada 85 Ibid. Mitzvá Positiva 218
memória, mencionaram. 39
duração de sua vida86, santificar o nome de Deus, apontar
4) Separar a “Grande oferta de Terumá54, separar o Terumá juízes87 e marechais, considerar ambos os lados de um litígio
dizimado55, separar o primeiro dízimo56, separar o segundo igualmente88, testificar na corte89, condenar falsas
dízimo57, separar o dízimo para os pobres58, dar Peá59, testemunhas90, interrogar as testemunhas91, que um noivo
Leket60, Shichechá61, Perret62 e Olelot63, redimir o primogênito permaneça com sua noiva pelo primeiro ano completo de
do jumento64, quebrar o pescoço de um jumento primogênito que casamento92, liberação dos votos93, pagar os danos por
propriedade destruída ou danificada, pagar pelos danos causados
43 Ibid. Mitzvá Positiva 210 pelo seu animal94 e os danos causados pelo dente95, fosso96 ou
44 Ibid. Mitzvá Positiva 211 fogo97, os danos de um vigia não remunerado98, um vigia
45 Ibid. Mitzvá Positiva 206 remunerado99 e um mutuário100, leis comerciais101, leis de
46 Ibid. Mitzvá Positiva 207 reinvindicações102 e herança103, pagamentos por roubo104,
47 Ibid. Mitzvá Positiva 200 julgar de acordo com a maioria dos juízes105, 5) Redimir o filho
48 Ibid. Mitzvá Positiva 201 primogênito106, casamento levirato, realizar a cerimônia de
49 Ibid. Mitzvá Positiva 149 Chalitzá isentando, portanto, a pessoa do casamento levirato.
50 Ibid. Mitzvá Positiva 150 As seguintes Mitzvot são de origem Rabínica:
51 Ibid. Mitzvá Positiva 152
52 Ibid. Mitzvá Positiva 151 Shabat,
53 Ibid. Mitzvá Positiva 205 Acender as velas de Chanuká,
54 Ibid. Mitzvá Positiva 126 86 Ibid. Mitzvá Positiva 219
55 Ibid. Mitzvá Positiva 129 87 Ibid. Mitzvá Positiva 176
56 Ibid. Mitzvá Positiva 127 88 Ibid. Mitzvá Positiva 177
57 Ibid. Mitzvá Positiva 128 89 Ibid. Mitzvá Positiva 178
58 Ibid. Mitzvá Positiva 130 90 Ibid. Mitzvá Positiva 180
59 Ibid. Mitzvá Positiva 120 91 Ibid. Mitzvá Positiva 179
60 Ibid. Mitzvá Positiva 121 92 Ibid. Mitzvá Positiva 214
61 Ibid. Mitzvá Positiva 122 93 Ibid. Mitzvá Positiva 95
62 Ibid. Mitzvá Positiva 124 94 Ibid. Mitzvá Positiva 237
63 Ibid. Mitzvá Positiva 123 95 Ibid. Mitzvá Positiva 240
64 Ibid. Mitzvá Positiva 81 96 Ibid. Mitzvá Positiva 238
97 Ibid. Mitzvá Positiva 241
você não queira redimir65, Neta Revai66, Zroa Lechayaim 98 Ibid. Mitzvá Positiva 242
VeKeibá67, O primeiro corte [de cabelo]68, retornar um objeto 99 Ibid. Mitzvá Positiva 243
perdido69, retornar um objeto roubado70, emprestar a não-judeus 100 Ibid. Mitzvá Positiva 242
com interesse71, compelir não-judeus a pagarem seus débitos72, 101 Ibid. Mitzvá Positiva 245
destruir a idolatria73, corrigir escalas, pesos e medidas74, ajudar 102 Ibid. Mitzvá Positiva 246
a descarregar um animal que está curvado sobre sua carga75, 103 Ibid. Mitzvá Positiva 248
ajudar a recarrega-lo76, jurar em nome de Deus na corte, mandar 104 Ibid. Mitzvá Positiva 194
embora a mãe pássaro77, abater os animais domesticados e não 105 Ibid. Mitzvá Positiva 175
domesticados e as aves78, cobrir o sangue do animal não 106 Ibid. Mitzvá Positiva 80
domesticado abatido e das aves79, clamar e suplicar durante a 40
oração, soprar trombetas ou chifres de carneiro em tempos de
emergência pública, cessar o trabalho da terra todo sétimo ano80,
não vender os frutos do sétimo ano81. refeições,

Nisto há controvérsia se ele é de origem bíblica ou Rabínica. Se Eiruv Chatzeirot [Unificação de Propriedades, para permitir o
divorciar com uma carta de divórcio82, que o Nazireu permita que transporte de objetos entre duas ou mais propriedades], Eiruv
seu cabelo cresça83, salvar o perseguido84, que o estuprador Techumin [permite que a pessoa ande mais de 2000 cúbitos for a
de uma cidade no Shabat ou em Yom Tov (Apenas usado em
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casos de necessidade urgente)], Eiruv Tavshilin [permite a Matzot [pães ázimos], por todos os
pessoa cozinhar em Yom Tov pelo bem do Shabat], Shitufei milagres e por todos os eventos que os seguem,
Mevo’ot [semelhante ao Eiruv Chatzeirot, mas ele) permite a de silêncio no Shabat e
pessoa a carregar de casa para casa, e de patio para patio, e em Yom Tov.
pode incluir até mesmo uma cidade inteira],
de: 17 de Tamuz, 9 de Av, 3 de Tishrei, 10 de Tevet, o jejum de PORTÃO CINCO
Ester e o jejum decretado em especiais dias de jejum de
emergência pública. UMA NOTA SOBRE O NÍVEL DO CHASSID PARA QUE
ESTEJAM SEMPRE DIANTE DOS NOSSOS OLHOS
As seguintes são Mitzvot da Torá de acordo com outras
autoridades da Torá e de acordo com o Santo Zohar: Estas questões são encontradas constantemente, e estas
questões são coisas que requerem uma grande quantidade de
vigilância pessoa sobre a sua vida, e estas são coisas que são
Tzitzit de dia e de noite, particularmente rigorosas, como foi explicado nas doces palavras
Shabat todos os dias, de nossos Rabis no Talmud, nos Midrashim, no Masechet Yirat
Chet, no Pirkei Derech Eretz [o Pirkei Avot (Ética dos Pais)], e no
HaShem no deserto, Sefer HaZohar.

Existem três níveis como foi explicado nos portões anteriores, o

Tzitzit enquanto recitar “e olharás sobre ele”, primeiro nível é a aquisição das boas Midot dentro da alma do
Teshuvá [arrependimento, lit. retorno] completa, fundamento, como um estado completo e totalmente natural.
HaShem enquanto recitar a ordem dos sacrifícios
na manhã e enquanto recitar o Pesukei D’Zimra que os segue. O segundo nível é o aspecto de afastar-se do mal, das 365
HaShem durante a benção de “Um amor eterno etc.” e Mitzvot negativas que são encontradas dentro da alma intelectual
durante o verso, “E amarás a HaShem teu Deus” etc., [aspecto pensante]. O terceiro nível é o cumprimento das 248
Yishtabach” e em “Yotzer Ohr” e em Mitzvot positivas devido a [e através de] suas boas Midot.
“Yotzer HaMeorot” e durante as sete bençãos que acompanham o
“Shma” pela manhã e pela noite, E aqui estão outros degraus intermediários que possuem a
propriedade das Midot, e eles são próximos das Mitzvot
alma à morte quando recitar o verso, Shma Yisrael HaShem negativas, através da referência e das palavras que ele recebeu
Eloheinu HaShem Echad [“Ouve Ó Israel, HaShem é nosso Deus, pelos Nevi’im (Profetas) e dos Ketuvim (Escritos):
HaShem é Um”],
Nakdischa”, 1) Sobre as Midot que são particularmente impróprias e estão
detendo a adesão do homem ao Criador, é a Ga’avá (arrogância,
“A Ti HaShem, eu entrego minha alma”, o senso do “eu”), a raiva, a Kapdanut (se sentir irritado), a tristeza,
HaShem é Deus quando recitar o verso, “Shma o ódio, a inveja, o desejo por prazeres momentâneos, cobiçar as
Yisrael”, coisas, o domínio, a busca por honra, tentar mostrar boas ações
Shabat, para as pessoas.
Havdalá no fim das festividades,
Halel em seus tempos específicos, E o oposto de tudo isto é a diminuição do espírito ao ponto
Mitzvá, máximo, a humildade, você não deve se irritar de modo algum,
nem mesmo com os membros da sua família, não seja específico
do mundo, sobre coisa alguma, seja aquele que é envergonhado e não o que
– Yom Kipur, envergonha os outros, seja alegre, mesmo durante os tempos de
Nissan, suas dificuldades [ou sofrimentos], ame todas as pessoas até
mesmo os não-judeus, não tenha inveja de nada, pois assim
no lavatório, como a sombra do dia é nosso tempo na terra, odeie e chame
vaidade [fisicalidade] todas as questões deste mundo, coma pão
com sal, etc. (uma referência a Pirkei Avot 6:4), não deseje
quaisquer das vaidades deste mundo, fuja com toda sua força de
-los para a Serara (domínio sobre os outros) que sepulta seu possuidor, pois
desgraça, derrubar um arvoredo de Asherá, queimar um arvoredo isto faz com que seu mundo seja perdido e com que o Mundo
de Asherá, quebrar seus ídolos, destruir seus lugares altos, Vindouro seja um lugar de Gehinom (punição).
destruir seus altares, destruir instrumentos usados para idolatria,
-se de sua esposa antes de seu período menstrual, 2) Midot que são proibidas. A Lashon HaRá (má língua), a fofoca,
-se de relações conjugais durante seu período menstrual, envergonhar as pessoas, a frivolidade (palhaçada excessiva), as
mentiras, a bajulação, trapaça [engano], Sicha Betela (palavras
vãs), falar sobre seu amigo, ter prazer em desonrar seu amigo,
causar contenda entre irmãos, ganhar para si mesmo através da
Mitzvot, honra da Torá, buscar por Arayot (relacionamentos proibidos,
HaShem teu Deus, imoralidade sexual).

favoravelmente, 3) Se proteger das Mitzvot negativas que trazem a morte para a

azer a paz entre as pessoas, alma, ser afastado do Criador, e também aquelas coisas que
trazem a morte no julgamento, e a pior de todas é a profanação
do nome de Deus.

E estas são as Mitzvot encontradas nas palavras dos escribas: E está escrito (Bamidbar 32:22) “você sempre se apresentará
como puro [limpo] diante de Deus, e diante de Israel”, ser
Tevilá] novos recipientes, particular sobre todas as leis de Nidá em todos os tipos de
hecar o Chametz [levedo] na noite do dia 14 de Nissan, aproximação e em guardar o Shabat em todos os detalhes mais
Maror [ervas amargas] na primeira noite de Pêssach do que qualquer outra Mitzvá, ser cuidadoso que todo o seu
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alimento tenha sido adequadamente separado de leite e sangue,
e de todo Keri [sêmen] que possa acontecer nas noites [durante o
sono], não fazer uso de qualquer um dos nomes sagrados de
Deus, aquele que usa sua coroa é cortada, não falar
impropriamente [contra] um Talmid Chacham [estudioso da Torá]
porque ele foi chamado de herege, e contra qualquer forma de
envolvimento [na corte] e de calúnia [na corte] de não-judeus, ser
muito cuidadoso para não fazer quaisquer juramentos em nome
de Deus, mesmo em um juramento verdadeiro ou falso, em todos
os tipos, todos os tipos de alimentos proibidos, não Kasher.
4) A observância das Mitzvot positivas. Tzitzit, Tefilin, Kriat Shema
[Recitar o Shema] duas vezes por dia, honrar o Shaba tem todos
os seus detalhes, circuncisar o seu filho, Gemilut Chassadim
[fazer bons atos de amor-bondade], ir e visitar os doentes, trazer
hóspedes e dar-lhes hospitalidade, trazer paz ao mundo, orar o
Shemonê Esrei [Dezoito Orações] com felicidade completa e
Kavaná [pensamentos diretos], somente julgar as pessoas
favoravelmente, fazer todos os seus negócios em honestidade e
verdade, dar Tzedaká [caridade], dar em segredo, fazer tempos
fixos dia e noite para a aprendizagem da Torá.
5) O cumprimento da Torá, recitar o Kriat Shema Al Hamita
[Shema na Hora de Dormir] com Kavaná, levantar-se a noite após
a meia-noite e lamentar pela Shechiná, e estudar Torá até o
tempo da oração, ter o temor do [Reino do] Céu constantemente
sobre si, em todos os seus caminhos você deve conhece-Lo, você
deve se aderir com sua alma ao Criador e não permitir nem
mesmo um momento sem essa conexão.
PORTÃO SEIS
INCLUI UM BREVE RESUMO DE TUDO MENCIONADO NOS
PORTÕES ANTERIORES, E EXPLICA COMO O CHASSID
DEVE CONDUZIR SUA VIDA PARA PREVINIR SUA PRÓPRIA
RUÍNA
enha cuidado com todas as formas de ira, irritação e Ga’avá
(arrogância), mesmo com os membros de sua família.
E se um homem é insolente com você, não o responda. Seja
daqueles que são insultados mas que não insultam.
Devido a isto está escrito “mas aqueles que O amam serão como
o sol quando se levanta na sua força” (Shoftim 5:31). E “Ha’aver
al Midotecha” (esqueça e perdoe) a todos que pecarem contra
você, e não sinta dor nem mesmo em seu coração, porque é bom
para você visto que “aquele que inspeciona os erros dos outros,
eles (no Alto) inspecionam seus pecados (medida por medida,
Talmud Rosh HaShaná 17a)”.
E se você tivesse um olho inteligente, você iria procurar pessoas
que lhe incomodam [aborrecem] – porque isso é como procurar
vida. E receba todo homem com Simchá (alegria) mesmo se ele é
seu inimigo, porque através disso ele se tornará um amigo e o
mérito será seu.
E todas as suas palavras devem ser calmas e em baixa voz, para
que você não entre no limite da raiva. E remova a tristeza e
preocupação do seu coração e você, assim, removerá o mal de
sua carne. Porque é uma armadilha para você para remover a
Ruach HaKódesh de você.
E fuja da Rabanut (ser um Rabi) que encurta os anos do homem.
E distancie-se de palavras vãs e de mentiras, bajulações,
frivolidade (palhaçada excessiva), e Lashon HaRá (má língua),
porque eles são os grupos que não recebem a presença Divina no
Mundo Vindouro.
E se agarre à humildade que traz à Ruach HaKódesh. E seja
como o degrau da porta que todo mundo pisa (muito humilde)
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para [as pessoas] grandes ou pequenas. E bloqueie seus ouvidos
de ouvir calúnia e Lashon HaRá.
E seja como um mudo que não abre sua boca exceto para Torá e
Mitzvot, e para os negócios necessários, e receba toda pessoa
com uma face agradável e uma conversa agradável. E não louve
suas boas ações aos outros porque você perderá sua
recompensa e, além disso, você receberá punição por isso.
Existem outras coisas que eu escrevi no Portão Cinco, veja lá, e
por amor da concisão, eu não as repito aqui.
E agora, nós estabeleceremos uma Segulá (remédio) geral para
se salvar de todas as doenças da alma. E elas são três coisas,
porque o princípio das faltas do homem e as causas de seus
danos são três coisas.
1. O [lado] físico [do homem] causa com que ele esqueça do bem
para ele, para fazê-lo pecar.
2. Porque ele [o lado animal] o dá em seu coração que existe uma
continuidade ao dia bom e que ele continuará sendo bom [i.e.
assim como tal e tal indulgências são boas, elas continuarão
assim para sempre. E assim ele não tem que se preparar para a
vida após a morte].
3. Mesmo se ele coloca seu coração para lembrar, eis que ele
será ainda mais culpado, porque ele dirá em seu coração, “o que
eu comerei quando tiver 70 anos”. E isto é mais difícil do que os
primeiros dois.
Portanto, por favor, faça meu filho e salve-se destes três
pecadores de Israel. Porque correspondendo ao primeiro, ponha
seus olhos sempre, não deixe que seu espírito se apresse a fazer
qualquer ação e a falar qualquer [até mesmo uma] pequena
palavra até que você esteja paciente, paciente em seu
pensamento se ou não você deve fazer ou falar. Porque o fruto da
precipitação é o remorso e não há mais reparo para retorna-lo
como era antes.
Correspondendo ao segundo, ponha o temor a Deus em sua face.
Não remova-o de sua face o temor do dia da morte e da
colocação na sepultura até o apodrecimento [da carne] enquanto
sua carne se torna alimento para os vermes, e o julgamento do
“Chibut HaKever” (a batida da sepultura), e o julgamento do
Gehinom, e o grande dia do julgamento para todos que vieram ao
mundo. Porque até mesmo Shmuel que era considerado tão
grande como Moshe e Aharon tinha medo disso (Talmud Chagigá
4b).
Correspondendo ao terceiro, ele deve adquirir a característica da
Bitachon (confiança em Deus) em verdade, porque Seus olhos
estão sobre todos os caminhos do homem para dar a ele
conforme seus caminhos [o que ele merece].
E as ações do homem e também suas estratégias não aumentam
ou diminuem de modo algum [o dinheiro que ele ganha] [este
último ponto requer muitas informações básicas para iniciantes,
para ser compreendido adequadamente], porque “a corrida não é
para o rápido”.
E ele deve jogar suas necessidades nEle, como eles disseram
“feliz o homem que não esquece de Ti, e o homem que se
fortalece em Ti, porque aqueles que Te buscam nunca cairão, e
aqueles que confiam em Ti nunca serão envergonhados”.
(Saltando adiante para Sha’arei Kedushá 3:1. A Parte Dois trata
na maior parte com os detalhamentos das Mitzvot e das Midot
(traços de caráter) e não é essencial para entender a questão da
Ruach HaKódesh.)
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Entretanto, é crucial manter em mente as palavras imortais do
Cabalista Rabi Yehuda Leib Ashlag trazidas no início do Talmud
Êser Sefirot, Capítulo 1, Ohr Pnimi: “A pessoa deve se lembrar
que toda a sabedoria da Cabalá é baseada em assuntos
espirituais que não ocupam espaço e nem tempo, e o conceito de
falta ou mudança não se aplica a eles de modo algum.
E todas as “mudanças” que são faladas nesta sabedoria, não
significam que a existência anterior se foi e uma forma diferente
tomou seu lugar, ao invés, a mudança que é declarada se refere
apenas a uma forma adicional, e a forma original não se move de
seu lugar.
Porque a falta e a mudança são conceitos físicos, e esta é toda a
dificuldade para os iniciantes.
Porque eles compreendem os conceitos com um ponto de vista
físico, com limites de tempo, espaço e mudança, que os autores
(Cabalistas) usaram estes termos apenas como Simanim (sinais,
palavras chave) em suas raízes espirituais.
PARTE TRÊS
PARA COMPREENDER A RUACH HAKÓDESH
PORTÃO UM
– SOBRE A NATUREZA DOS MUNDOS, UMA BREVE
INTRODUÇÃO AO ENTENDIMENTO DA NATUREZA DA
PROFECIA
Eis que, o Criador Superior que criou todos os mundos é
chamado Ein Sóf (Sem Fim). E Ele não possui qualquer
representação – nem por nome, nem por letra, nem mesmo por
uma coroa de uma letra.
Portanto, até mesmo contempla-Lo é proibido. Ele criou 5
mundos, um é a alma para o próximo, e o próximo para o
próximo.
Eles são:
1. “Adam Kadmon” (homem primordial), que é mencionado no
Livro dos Tikunim (retificações) [Tikún 19, no início do Tikún 70 e
em outros lugares], e nas palavras dos Mestres ele é chamado de
“tzach-tzachut”.
2. O segundo é o mundo de Atzilut (emanação).
3. O terceiro é o mundo de Briá (criação).
4. O quarto é o mundo de Yetzirá (formação).
5. O quinto é o mundo de Assiá (ação).
Estes cinco mundos [juntos] são chamados por um nome de Deus
(Yud-Hey-Vav-Hey), porque a coroa da Yud é Adam Kadmon (no
pergaminho da Torá, a Yud tem um pequeno ponto, que é
chamado coroa), a Yud é Atzilut, a primeira Hey é Briá, a Vav é
Yetzirá, e a última Hey é Assiá.
E desde que Adam Kadmon em sua grande ocultação não tem
uma letra [complete] mas, pelo contrário, apenas uma coroa na
Yud, porque Ein Sóf não tem nem mesmo uma coroa, portanto
nós apenas mencionamos os quatro mundos – Atzilut, Briá,
Yetzirá, Assiá. Pois elas são letras completes e as quatro juntas
são chamadas por um nome de Deus, Y-H-V-H.
Estas quatro também são divididas em 9 níveis. Eles são:
Chochmá, Biná, as seis bordas de Tiféret (i.e. Chéssed, Gvurá,
Tiféret, Netzach, Hod, Yessod) e Malchut. Então, estas 4 são
chamadas as “4 fundações superiores” que são os quatro
mundos, Atzilut, Briá, Yetzirá e Assiá, que são divididos em 9
“Sefirot”.
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Entretanto a “coroa da Yud” que é Adam Kadmon, o quinto e mais
elevado mundo inclui todas elas e apenas nele está a raiz de
todas as 4 fundações [superiores], que são os 4 mundos – Atzilut,
Briá, Yetzirá e Assiá. Portanto, nós encontramos que não há mais
do que 4 fundações somente. [Outro] princípio geral é que Ein Sóf
nunca é incluído em qualquer cálculo de modo algum.
E após [Ein Sóf] estão os mundos. Primeiro eles são um grupo, e
eles são um nome de Yud-Hey-Vav-Hey. Depois eles se divide
mem 4 fundações, exceto por sua raiz que é Adam Kadmon, a
coroa da Yud, que é a décima Sefirá, mais elevada do que todas
elas, e é chamada “Kéter” (coroa). E depois, estas 4 fundações se
dividem em 9 Sefirot como mencionado.
Nota: Deus manifesta a Si Mesmo apenas através destas 10
Sefirot. Nós nunca O veremos através do infinito, Ein Sóf. Cada
Sefirá tem uma propriedade particular com que o mundo se
reflete. Por exemplo, o 2º mundo, Atzilut corresponde à Sefirá
Chochmá, sabedoria, então a sabedoria de Deus como ela se
manifesta na criação, funciona através deste mundo.
Os cinco mundos juntos são como um computador infinito, exceto
que os componentes não são chips de computador mas seres
sensíveis e inteligentes. Uma forma simples de entender a função
relativa dos cinco mundos é a seguinte: Deus criou o mundo para
fazer bondade. A coroa que começa a Yud é a vontade original de
fazer bondade.
A Yud é como a ideia de como fazer isso, i.e. uma moeda, em
seguida a Hey que representa a “mão” de Deus toma a moeda e
começa a agir (Hey tem valor numérico cinco, como nos cinco
dedos).
A letra Vav em hebraico, que significa “gancho” sempre conecta
as palavras. Então ela é como a mão de Deus se estendendo
para nós. Então a última Hey é nossa mão recebendo.
Basicamente é assim que os cinco mundos funcionam um em
relação ao outro.
– do livro Inner Space pelo Rabi Aryeh Kaplan.
Eis que, todas estas [divisões] podem ser agrupadas em 2
divisões [principais]. Elas são o Emanador (Criador) e todas as
emanações (criações). E isto é o que está escrito no Pirkei D’Rabi
Eliezer (Cap. 23) “até que o mundo fosse criado, Ele (Hu) e Seu
Nome (Shemo) eram Um”, porque Ein Sóf que é chamado Hu e a
criatura estava incluída em Seu nome, que é Yud-Hey-Vav-Hey,
tudo era um, porque a chama estava escondida na brasa. (i.e. os
mundos não tinham ainda emanado de Ein Sóf)
Veja, nós explicamos que todos os mundos estavam incluídos no
nome Yud-Hey-Vav-Hey, que se divide em 4 fundações e 10
Sefirot. Similarmente, cada mundo se subdivide deste modo. Por
exemplo, o mundo de Atzilut que é a letra Yud, que é chamada
Chochmá, se divide em todos os níveis que nós explicamos.
E ele contém um complete Yud-Hey-Vav-Hey que se divide em 4
fundações e 10 Sefirot completas na exata maneira mencionada
[acima] para todos os mundos em sua totalidade. E é deste modo
para todos os 5 mundos mencionados.
E deste modo ele continua indo e se subdividindo em uma
categorização absoluta até que nós encontramos que mesmo
neste mundo inferior não há uma minúscula criatura que não
contenha as 4 letras completas de Yud-Hey-Vav-Hey e as 10
Sefirot completas. E tudo isto é para nos ensinar que tudo foi
criado pelo poder do Emanador, que Ele seja bendito, e que não
há outro [poder].
Outra introdução, que é que todas essas classes e níveis das
alturas de Adam Kadmon até as profundezas deste mundo
PORTÃO DA SANTIDADE - Rabi Chaim Vital
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inferior, todas elas são, cada uma mais elevada que a próxima e
cada uma mais interna do que a próxima.
Porque a mais elevada, mitlabesh (entra e veste) dentro do
inferior como a alma ao corpo. Entretanto, nem todo o superior
veste o inferior, mas, ao invés, apenas um nível específico mais
inferior do superior (Malchut) veste todo o inferior.
E similarmente, deste modo, até o fim dos mundos, de tal forma
que todos os mundos se juntos (em totalidade) ou se em cada
nível (subdividindo), tudo é deste modo. Porque este é mais
elevado do que o próximo e mais interior até que todos eles são
como [camadas] de vestimenta um para o próximo até Ein Sóf
(que é o mais interno e mais elevado) e a Alma de todas as
almas. (i.e. Por exemplo, a Luz de Ein Sóf veste todos de Adam
Kadmon, como uma alma que veste o corpo.
Então a parte mais inferior de Adam Kadmon veste todos de
Atzilut da mesma maneira, então Atzilut veste Briá etc. até que
Assiá é a casca mais externa que contém dentro dela as partes
mais inferiores de todos os mundos e de Ein Sóf.
E note que este Ein Sóf que é o mais interno de todos os mundos
é na verdade a Luz da Torá, que está enraizada em Ein Sóf – veja
Rashash, Hakdamot Rechovot haNahar.)
Entretanto, em cada um destes 5 mundos há uma diferença na
ramificação das Luzes, até que elas atinjam, a fim de que haja
uma diferença entre cada uma. E do mesmo modo, há outra
diferença nas subdivisões das 4 fundações de cada mundo, e
também as subdivisões mas este não é o lugar para clarificar este
assunto.
Portanto, nós encontramos que asism como na ramificação das
Luzes de Cima para baixo, não há Sefirá que não esteja incluída
pelas 10 Sefirot, e cada uma [daquelas] se subdivide mais em
milhares e dezenas de milhares de Sefirot (cada subdivisão sendo
apenas 10 Sefirot), similarmente, a questão da ramificação das
Luzes do interno para o externo é deste modo.
Porque o mais interno de todos eles é chamado Kéter e externo a
ele, Chochmá, e externo a ele Biná, e externo a ele as 6 bordas
(Sefirot) de Tiféret, e a mais externa de todos é Malchut.
E similarmente, todos os níveis se subdividem deste modo a
milhares e dezenas de milhares de subdivisões.
E desde que a explicação disto é clara para nós exceto pela
questão de Assiá (o 5º mundo e mais inferior), portanto nós
explicaremos esta questão com absoluta concisão o que é
necessário para o assunto aqui.
Eis que existem 7 firmamentos (em nosso mundo, que é Assiá). O
mais elevado é chamado Aravot porque ele inclui as 3 primeiras
Sefirot de Assiá, elas são Galgal Sechel (esfera do intelecto),
Galgal Makif (esfera circundante) e Galgal Mazalot (esfera das
constelações).
E as 5 esferas Saturno, Júpiter, Marte, o Sol e Vênus
correspondem [às Sefirot] Chéssed, Gvurá, Tiféret, Netzach, Hod,
e a sexta esfera [que é] Yessod inclui Mercúrio e a Lua (de algum
modo estes planetas são “estações retransmissoras” para as
Luzes de Assiá.
Daqui está a base da antiga astrologia para determinar eventos
futuros através da observação astronômica pois as Luzes
Superiores devem passar primeiro por estas estações.)
O último [firmamento] é chamado Vilon, ele não tem uma função
[ativa] porque é a Sefirá de Malchut de Assiá. E ele em si se
subdivide em dez Sefirot.
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Elas são: Vilon, Kéter dele, e as quatro fundações do mundo
inferior – fogo, vento (ar), água e terra que são Chochmá (fogo),
Biná (vento, ar), e as 6 bordas de Tiféret (água) e Malchut (terra).
Portanto, encontramos que Malchut de Malchut (i.e. desde que a
primeira Malchut é Vilon e a segunda é a “terra”) é a fundação da
terra, que é o Kli (vaso) e forma para o mundo inteiro.
E nesta fundação da terra são encontradas todas as derivações
(as criaturas: animais, rochas etc.) que [cada uma] inclui todas as
4 fundações mencionadas (fogo, vento, água, terra) no Sod
(significado secreto) de “Tudo era da terra”.
(Para resumir, o 5º mundo se divide em 10 Sefirot, i.e. os 7
firmamentos. Estes são como o “universo”, o receptáculo do
tempo/espaço. Seguindo, o firmamento mais inferior, Vilon, se
divide em outras 10 Sefirot, que são os blocos construtores de
toda matéria e das criaturas neste mundo.)
Nós clarificamos a questão de Cima para baixo. Eis que isso
ocorre de modo similar do interno para o externo. Veja, a
fundação da “terra” também inclui [internamente] 10 Sefirot, e o
Kéter deles, é o mais interno de todos e é chamado a classe de
Yechidá da fundação da terra.
Externo a ele está [a Sefirá de] Chochmá [que é a classe de]
Chaiá. Externo a ele está Biná que é Neshamá.
Externo a ele estão as 6 bordas de Tiféret, que são Ruach.
Externo a ele está Malchut, que é Néfesh da fundação da terra. E
este Malchut também se subdivide em suas 10 Sefirot, e o mais
externo Malchut deles é a fundação da terra em si, o físico que
não tem espiritualidade, mas é, ao invés, a base física que é
chamada Domem (inanimado como em rochas).
E tudo dentro [Malchut mais externo da terra] é chamado a “alma
do Domem”. (Segue-se disto que a fundação da terra tem um
“corpo” que é o Malchut mais externo, e também uma “alma”
espiritual correspondente às camadas internas das Sefirot dentro.)
E de modo similar para a fundação da água. Porque o Malchut
mais externo de todos eles [dentro da fundação da água] é
chamado a “água do crescimento” e é chamado Tzomeach
(vegetativo). E tudo que está dentro dele é chamado a “alma do
Tzomeach”. E de modo similar para a fundação do “vento” e a
fundação do “fogo”, que são Chai (animado) e Medaber (falante,
humano).
E os quatro juntos são (i.e. as quatro fundações, completas com
todas as suas divisões externas.): Domem – Néfesh (corpo da
terra com a alma da terra), Tzomeach – Ruach (corpo da água +
alma), Chai – Neshamá (corpo do vento + alma), Medaber –
Chaiá (corpo do fogo + alma) e Vilon – Yechidá.
E isto é o que você encontrará nas palavras dos filósofos que são
chamadas “poderes”. Eles dizem que a alma do Tzomeach (alma
da água nas plantas) possuem o poder do sustento (gerando
energia), e o poder de sugar (tal como o sugamento da água e
dos minerais através de suas raízes), e o poder da nutrição, e o
poder da expulsão (dos resíduos).
E, similarmente, eles dizem sobre a alma de Chaiá (alma do vento
nos animais) que tem o poder do movimento e do sentimento,
porque ele tem nele o poder da consciência e o poder da
imaginação, e o poder da representação mental etc., e deste
modo para todos eles
O que sai de tudo isso é que também a Malchut mais externa de
cada classe (ex. classe da terra, ou água etc.), eis que ele é o
corpo daquela classe (com o restante sendo a “alma” daquela
classe”).
PORTÃO DA SANTIDADE - Rabi Chaim Vital
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Entretanto ele não é chamado o corpo base, verdadeiramente
físico, exceto pela Malchut mais externa de todos [do mundo] de
Assiá de Cima para baixo e do interno para o externo. E somente
este ponto é a fundação da terra, base e totalmente físico e é a
mais base e o corpo físico de todos os mundos.
O mundo de Assiá é Malchut (10ª Sefirá) dos 5 mundos nas 10
Sefirot primárias. Ele se divide em 10 Sefirot (os 7 firmamentos)
com Malchut sendo Vilon.
Vilon posteriormente se divide em 10 Sefirot com Malchut sendo a
fundação da terra.
A fundação da terra se divide internamente duas vezes e a
últimas Malchut, que também é a camada mais externa, é o
“corpo” da fundação da terra. Esta terra pura, física, é o corpo de
todos os mundos. Desde que ela é a final e mais externa de todas
as Sefirot. Então os mundos, assim como o ser humano, têm um
corpo e diferentes níveis de alma.
Como veremos, no ser humano, a alma não pode se elevar ou
trazer energia espiritual sem as ações do corpo aqui abaixo.
Similarmente, todos os mundos espirituais acima precisam das
ações deste corpo, i.e. ações em nosso mundo físico para trazer
sua energia espiritual. Isto ocorre apenas através das ações do
homem.
Então apesar de nosso mundo ser o fundo do poço em termos da
espiritualidade, todavia ele é o painel de comando de tudo. É
também por isso que o homem tem um corpo físico. Ele não é um
déficit sob os anjos, mas ao invés uma vantagem.
Desde que ele inclui em si mesmo todos os mundos, então ele
deve também incluir este mundo físico e, portanto, ele tem um
corpo físico com todos os níveis da fisicalidade (i.e. inanimado,
vegetativo, animado, falante).
PORTÃO DOIS
SOBRE O QUE É O HOMEM
este portão serão esclarecidas palavras que os antigos não
atingiram.
Elas são fundações maravilhosas, e se elas não fossem
essenciais para clarificar a questão da profecia, eu não as teria
revelado, e eu as escreverei o mais concisamente quanto
possível. Guarde-as debaixo de suas vestes.
Eu farei algumas perguntas profundas:
1. Porque foi necessário criar um ser humano neste mundo com
corpo e alma?
2. Por que Deus adicionou ao homem duas criações, as
inclinações ao bem e ao mal?
3. Se ambas as inclinações são iguais em força, então onde o
poder do livre arbítrio entra para apontar a escala deste ou
daquele modo? E se o livre arbítrio é mais forte do que as
inclinações, então qual é o ponto das inclinações?
4. Saber se a alma do homem é maior do que os anjos ou não. Se
dissermos que é, então por que os anjos também descem a este
mundo para se vestir em um corpo? E se [você disser] que os
anjos são maiores, isto não pode ser, porque em todos os escritos
dos Sábios nós encontramos o oposto. Por exemplo, “Quem é
maior, o guardião ou o guardado” (Midrash) e muitos outros.
Além disso, a própria Bíblia testifica o oposto, pois ela diz “Você
tem enfraquecido, a Rocha [Deus] que te formou” (Devarim
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32:18). Ou “Dá força a Deus” (Tehilim 68:35), “Vocês são os filhos
do Senhor, vosso Deus” (Devarim 14:1).
“Yisrael em quem sou glorificado” (Yeshaya 49:3), “os anjos não
dizem ‘Kadosh’ até que os judeus comecem abaixo”.
E nós não encontramos tais coisas pelos anjos de modo algum
em lugar algum [que nós precisamos esperar por eles].
5. Mesmo se dissermos que é verdade [que a alma do homem é
maior do que os anjos], é difícil entender para chamar o homem
“filhos de Deus” ou dizer que eles enfraquecem ou dão força a
Deus?! A pessoa poderia chegar a heresia...
6. A questão da profecia, como é concebível que o Rei dos Reis
falou ao homem inferior, e mesmo através de um anjo ao homem
inferior, e também enquanto o homem está vestido na matéria
mais inferior e mais vil de todos os mundos!
Nós esclarecemos na seção anterior (Parte Três, Portão Um) a
questão dos mundos, como eles são todos um nome de Deus, e
são divididos em 5 mundos com 5 níveis espirituais diferentes
[Yechidá, Chaiá, Neshamá, Ruach, Néfesh], e este mundo físico é
como o corpo de todos eles.
O que resulta é que todos os mundos juntos estão na forma de
um homem que também inclui um corpo físico e uma alma com 5
níveis espirituais.
Saiba que o [valor numérico] do nome de Deus em completa
(soletração) equivale a [o valor numérico de] Adam em Gematria.
Estas formas também existem em cada subdivisão [corpo e os 5
níveis espirituais] e cada subdivisão é como um subhomem com
um nome de Deus dividido em 5 níveis e 10 Sefirot.
Há também outra divisão que nós não discutimos e que é que as
10 Sefirot são compostas de 613 níveis como explicaremos.
Portanto, todos os mundos juntos e também em cada subdivisão
por si mesma, foram criados na forma do homem abaixo. Este é o
segredo de “Façamos o homem em nossa imagem, conforme
nossa semelhança” (Bereshit 1:24). Entenda isto bem.
Nós explicamos anteriormente (no livro Etz Chaim, 374:4) que de
Briá [o 3º mundo] e abaixo, tudo é chamado a “árvore do
conhecimento” que inclui o bem e o mal, exceto que a cada nível
abaixo, o bem diminui e o mal aumenta, até que encontramos que
este mundo inferior é maioritariamente mal e minimamente bom.
Nós também explicamos (ibid.) que o mal sempre envolve o bem.
Portanto, o bem é chamado o fruto e o mal é chamado a Klipá
(casca) que é vestida pelo fruto. Não só isso, mas isto se aplica
até mesmo nas “boas” Luzes, porque a Luz mais pura e mais
espiritual veste e é envolvida por outra Luz menos espiritual.
Da mesma forma em todos os níveis.
Nós também explicamos como a Luz de Ein Sóf é a mais interna
de todas e externo a ela, as 10 Sefirot de acordo com seus níveis,
onde Kéter é o mais interno e Malchut o mais externo.
Agora nós explicaremos algo novo.
Ou seja, assim como há uma Luz Única, chamada o mundo das
10 Sefirot, que está na forma de um homem, assim também há
outra Luz chamada o “repositório das almas dos homens” que é
exatamente da mesma forma em todos os níveis e detalhes assim
como o “homem” das 10 Sefirot, que é chamado completa
“Divindade” [pois as 10 Sefirot são como um prisma para passar a
Luz Divina de Ein Sóf.
PORTÃO DA SANTIDADE - Rabi Chaim Vital
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Então elas são consideradas “completa Divindade”]. E ela [as 10
Sefirot] entra e veste esta Luz que é chamada o “repositório das
almas dos homens” em todos os seus detalhes.
Há outra Luz na forma do homem que é chamada o “repositório
dos anjos” dos quais são formados todos os anjos. Ele também é
exatamente da mesma forma que as 10 Sefirot em todos os níveis
e é a vestimenta externa para a Luz do “repositório das almas dos
homens”.
Há outra Luz pequena, e ela é chamada a “luz negra”. É todos os
Dinim (julgamentos) duros dos quais vêm todas as Klipot (forças
impuras) em cada mundo. Ela envolve e é vestida pela Luz do
“repositório dos anjos” e é também da forma do homem.
Externo a todas estas 4 luzes estão os firmamentos daquele
mundo, que são o “corpo” daquele mundo. Dentro dos
firmamentos estão as 5 Luzes descritas anteriormente,
nomeadamente, Ein Sóf é o mais interno e em intensidade de
acordo com o nível espiritual daquele mundo.
Externo a ele, a Luz das 10 Sefirot, então o respositório das
almas, o repositório dos anjos e as Klipot, então os firmamentos
que são o corpo destas Luzes. Depois, dentro dos firmamentos
[por exemplo, em nosso mundo este é o espaço/tempo que pode
conter matéria e energia] são criados os derivativos daquele
mundo [i.e. matéria, energia, criaturas etc. que preenchem aquele
mundo].
Estes derivativos incluem todos os níveis visto que eles atraem
sua força dos firmamentos que em si mesmos incluem todas as
cinco luzes [Ein Sóf, 10 Sefirot, Homem, Anjos, Klipót], com Ein
Sóf o mais interno e dando vida a todos eles.
O poder atraído do “repositório das almas dos homens” é
chamado o Mazal Superior do homem abaixo. E entenda isto
muito bem. Mas, aquilo que está em [o mundo de] Briá é chamado
a Mazal da Neshamá, e nele [o mundo de Yetzirá] é chamado a
Mazal da Ruach, e em [o mundo de] Assiá é chamado a Mazal da
Néfesh.
Agora, nós esclareceremos o que é o hoem, qual é sua função.
Nós começaremos do mundo de Assiá [o 5º] de baixo para Cima.
Nós examinamos cada mundo e seus derivativos. Agora, o mundo
de Assiá [começando de baixo] tem sua primeira e mais inferior
porção [mais inferior das 10 Sefirot] que são chamadas as “4
fundações” [terra, água, vento, fogo].
Eles foram criados com a parte física da fundação da terra [a
fundação da terra também possui níveis espirituais internamente
na forma das 10 Sefirot. A Sefirá mais inferior, Malchut da terra, é
a terra física desprovida de qualquer espiritualidade].
Eles são divididos em quatro classes:
1. A forma mais inferior deles são as pedras, metais e similares
(Domem, literalmente “inanimado”). Eles contém apenas a
fundação da terra que recebeu poder das 4 fundações, mas
apenas do “corpo” [i.e. a Malchut mais inferior de cada uma das
outras fundações: água, vento e fogo].
Eles se misturaram juntos e se tornaram aquele metal.
Entretanto, há nele um poder que se misturou com esta mistura.
Ele é chamado a alma da fundação da terra. [i.e. pedras, metais
etc. são compostos da Malchut mais inferior, i.e. os corpos, de
água, vento e fogo combinados coma terra e a alma da terra. A
alma da terra dá o poder para manter unida a mistura para que
ela não quebre de volta a suas quatro fundações.]
2. Depois dos objetos inanimados foram criados o Tzomeach
(vegetativo), tais como árvores e gramíneas. Eles tem um corpo
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da fundação da terra etc. [misturados com o “corpo” das outras
fundações como nas rochas], com os níveis apropriados de alma
da terra como antes.
Adicionalmente, ele tem uma alma do Tzomeach [i.e. o elemento
água não é apenas físico, ele também contém os níveis
apropriados de alma da água] que inclui seus cinco poderes
[crescimento, ingestação, digestão, expulsão e reprodução] como
na Parte Três, Portão Dois.
3. Depois, o Chai (animado) foi criado. Eles são os animais,
pássaros etc. Eles contêm o corpo e a alma da terra (misturados
com o corpo da água, vento e fogo de acordo como nas rochas],
além da alma da água com seus cinco poderes [como nas plantas
que cuida de todas as funções corporais involuntárias].
Adicionalmente, eles contém a alma de Chaiá [i.e. alma do vento]
que é chamada a alma animal, o movimento, sentimento etc.
[arbítrio, mas não é verdadeiramente o livre arbítrio.]
4. Depois, o Medaber (homem falante) foi criado. Ele contém
todos os poderes acima e adicionalmente uma “alma falante” da
fundação do fogo [i.e. ele não tem apenas o “corpo” do fogo mas
também os níveis de alma do fogo].
Saiba porém, que certamente todos os níveis de alma [dos 4
elementos] no homem são mais puros do que em um animal.
[Por exemplo, os níveis de alma do vento ou água no homem são
mais elevados do que nos animais.] Similarmente, para os
animais em relação às plantas.
Depois, o homem Judeu foi criado [ele recebeu uma alma extra
durante o processo no Monte Sinai, do Vilon que é o nível de
Kéter das 4 fundações – Sefer HaBrit].
Mais puro em todos os níveis de alma do que em todas as outras
criações, se nas almas do Domem (terra), Tzomeach (água),
Chaiá (vento) ou Medaber (fogo).
[Um não-judeu também pode receber esta “alma extra” desde que
ele reencene o processo no Sinai, i.e. uma aceitação completa e
incondicional das 613 Mitzvot. É por isso que as “conversões”
sem completa aceitação da Torá são inválidas.]
Sendo mais puro do que todas as criações, ele é elevado até
mesmo mais alto porque ele também está incluído e vinculado
com todos os 5 mundos e em todos os seus detalhes.
Como? Depois da alma inferior [dos 4 elementos: terra, água,
vento e fogo], uma alma entra nele do firmamento de Vilon, e de
lá Acima, até o firmamento mais elevado em Assiá [que é
chamado Aravot], tudo isto junto é chamado a alma de Assiá. Isto
é chamado a alma intelectual, a santa alma em uma pessoa.
Ela é dividida em 5 níveis de alma [dentro do próprio Assiá].
Nós também podemos olhar para isso em termos de 2 divisões,
pois todo nível que é tomado das 4 fundações [terra, água, vento
e fogo] são todas chamadas juntas a “alma do fundamento” que é
dividida como antes em [Domem, Tzomeach, Chai, Medaber] e a
alma de Vilon é Kéter (coroa) acima deles.
É chamada a “alma intelectual” e os firmamentos remanescentes
são os níveis de alma remanescentes da alma intelectual [Ruach,
Chaiá, Yechidá]. Tudo junto pode ser chamado uma Néfesh
(alma) de Assiá que inclui todos os níveis em Assiá.
Depois, ele toma uma Ruach do 4º mundo [Yetzirá]. Ele também é
dividido em muitos níveis juntamente com as linhas que nós
descrevemos para o 5º mundo. Juntos, todos os níveis de alma
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em Yetzirá são chamados o nível de alma de Ruach em relação
ao quadro geral dos 5 mundos.
De modo similar, Neshamá do mundo de Briá, Chaiá de Atzilut e
Yechidá de Adam Kadmon.
Agora nós explciaremos bem o que é o homem. Ele inclui dentro
de si mesmo todos os mundos sejanas subdivisões ou na
totalidade de todos os mundos, ao contrário de todas as outras
criações sejam superiores [anjos] ou inferiores [animais etc.] que
apenas incluem do mundo em que elas foram criadas.
Agora, tudo isto é de baixo para Cima [que o homem inclui todos
os mundos]. O homem também inclui todos os mundos do interno
para o externo.
Como? Veja, no 5º mundo [Assiá] ele tinha um corpo do elemento
da terra que é chamado Olam HaShafal [mundo inferior] e dentro
dele a “alma do fundamento” na semelhança das Klipot.
Dentro dele estão os anjos deste mundo que foram criados por
todas as matérias deste mundo, para fazer com que as plantas
cresçam etc.
Dentro dele a semelhança das almas dos homens e todos estes
juntos fazem uma carruagem para a Luz que vem das Luzes das
10 Sefirot do mundo de Assiá que são as mais internas e servem
para dar vida a tudo. E da mesma forma para o que há para o
homem do restante de Assiá e os 3 mundos Yetzirá, Briá e Atzilut.
Agora que nós explicamos todas as respostas para as perguntas
que fizemos acima [início da Seção 3]. Agora, a Luz das almas
dos homens é mais interna e mais elevada do que a dos anjos,
portanto os anjos são seus servos, porque através dele [o
homem] eles [os anjos] recebem sua Luz e vida das 10 Sefirot.
Isto é o que se pretende dizer por “Eis que os valentes estão
clamando de fora; e os embaixadores da paz estão chorando
amargamente” (Isaías 33:7). [i.e. os anjos choraram durante a
destruição do templo]
Pois quando a energia das 10 Sefirot não atinge as almas dos
homens, que é mais interna do que a deles, sua energia também
é reduzida sendo que elas são externas às almas dos homens.
E portanto, os anjos não desceram abaixo para vestir um corpo
físico, porque certamente eles seriam derrotados pelas Klipot.
Porque até mesmo as almas dos homens não têm a força para
enfrentar as Klipot, quanto mais eles.
E a prova é dos Nefilin [anjos caídos em Bereshit 6:4 – Rashi em
Bamidbar 13:33 traz “Nefilin (Gigantes) entre os filhos de
Shamchazay e Azazel que caíram dos céus durante os dias de
Enoch”), que tentaram descer a este mundo e se perderam. Eles
serão destruídos no futuro.
Outra razão ainda maior [pela qual anjos não descerão para vestir
um corpo] é que na sua falta, eles não podem atrair energia
espiritual para todos os mundos, exceto do seu nível e exterior [ao
contrário do homem que contém todos os níveis de todos os
mundos], e mesmo essa quantidade eles não são capazes, sendo
que eles não podem trazer energia para si desde as 10 Sefirot
exceto através das almas dos homens.
Agora é verdade que a alma do homem no mundo de Yetzirá [4º
mundo] é mais inferior do que um anjo em Briá [3º mundo] e o
mesmo vale para os outros mundos, mas a alma do homem em
Briá é maior do que um anjo em Briá e da mesma forma para
cada mundo. [i.e., dentro do mesmo mundo e nível, a alma dos
homens é maior que a do anjo.]
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Nós também esclarecemos a grandeza da alma do homem. É Luz
nascida e atraída da Luz das próprias 10 Sefirot, sem qualquer
intermediário. Por isso eles são chamados de “Vocês são filhos do
Senhor teu Deus”. (Devarim 14:1). Porque eles estão na
semelhança de um filho que é unido com o pai e vem dEle.
E este é também o que se entende por “os Avot (patriarcas), eles
são a Carruagem Santa”, ou seja, uma carruagem para as 10
Sefirot que monta neles sem qualquer Luz intermediária. Este
também é o significado de “Tu és o Meu servo, Israel, em quem
serei glorificado” (Isaías 49:3), porque a roupa de uma pessoa é
sua glória, como está escrito “como um noivo vestirá glória” (ibid
61:10).
Agora, a Luz das almas é uma vestimenta para a Luz das 10
Sefirot. Este é o significado de “meu amado [Deus] desceu ao
jardim [este mundo] para apascentar nos jardins e colher rosas”
(Shir HaShirim 6:2) cujas primeiras letras soletram Levush
(vestimenta) porque Ele escolhe as almas dos tzadikim, que têm
uma fragrância como rosas devido a suas boas ações neste
mundo, e Ele escolhe-as para vestir sua Luz sobre eles [Ruach
HaKódesh]. E este é o significado de “Mas vós, que vos aderiste
ao Senhor...” (Devarim 4:4). Aderir-se completamente com a Luz
da 10 Sefirot, ao contrário de todas as outras criações.
Nós também esclarecemos a questão das inclinações ao bem e
ao mal em um homem. São duas formas adicionadas a um
homem além de sua alma. E elas são as Luzes dos anjos
[inclinação ao bem] e a Luz das Klipot [inclinação ao mal], externo
a inclinação ao bem e externo a ele.
Mas sendo que a própria alma é mais interna do que todos eles, e
sendo que ela é a essência do homem, portanto está em seu
poder inclinar o livre arbítrio ao lugar que ela quer, porque ela [a
alma] é maior do que elas.
Agora, seu desejo principal é em direção a inclinação ao bem,
porque é sagrado como ele e também próximo a ele. Mas para o
corpo, seu desejo primário é a inclinação ao mal, porque ambos
estão do lado do mal [fisicalidade], e também eles estão mais
próximos um do outro.
É por isso que há uma batalha entre a fisicalidade e a alma.
Porque desde que a alma não pode fazer as Mitzvot exceto
através do corpo, que tende para a inclinação ao mal, por causa
disto, há uma grande dificuldade para subjugá-la [a inclinação ao
mal].
Nós esclarecemos que a alma tem o poder de escolher seguir a
inclinação ao bem, mas desde que precisa das ações do corpo,
tem grande esforço em subjugar a inclinação ao mal.
E entenda isto bem, depois da morte, não há nenhuma punição
[principal], nem para a alma nem para o corpo até eles se reúnam
como antes da morte [no momento da Ressurreição].
Vamos agora explicar a resposta às duas primeiras perguntas. Ou
seja, por que foi necessário criar o homem com um corpo físico e
também por que ele foi criado com uma inclinação ao bem e ao
mal. Isto responderá também o verso “Dar força a Deus” (Tehilim
68:35) e “Você enfraqueceu, a Rocha [Deus] que te formou...”
(Devarim 32:18) [i.e., como é concebível ao homem fortalecer ou
enfraquecer Deus].
Eis que, no início da criação, todos os mundos foram criados da
forma descrita acima. Do poder de Ein Sóf, com Seu simples
desejo altruísta de fazer bondade.
Depois, [após a criação de todos os mundos] era necessário atrair
a “nutrição”, vida e energia espiritual para todos os mundos, a fim
de que eles continuem a existir...
PORTÃO DA SANTIDADE - Rabi Chaim Vital
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Então após a criação era necessário que os mundos se
sustentassem através de suas próprias ações, semelhante a um
filho que cresce e já não precisa comer na mesa do seu pai.
Entretanto, as 10 Sefirot não dependem de quaisquer ações
porque a energia espiritual necessária para sustentá-las é
extraída constantemente de Ein Sóf como se diz “não habitará o
mal contigo”. (Tehilim 5:5)
A criação, ou seja, das almas dos homens e fora, que são
misturadas com o bem e o mal, precisa de ações e Tikun
(reparação). Portanto, quando há uma diminuição da energia
espiritual das 10 Sefirot para as criações, parece como se há um
enfraquecimento do poder de Deus [i.e., desde que as almas dos
homens são os intermediários entre as 10 Sefirot e o resto da
criação, quando as almas bloqueiam a passagem de energia,
parece como se o poder de Deus fosse enfraquecido.] Por
conseguinte, está escrito “Você enfraqueceu, a Rocha [Deus] que
te formou...” (Devarim 32:18) e o contrário: “Dar força a Deus”
(Tehilim 68:35).
Outra razão [pela qual parece que Deus está enfraquecido] é a
seguinte. Quando um homem é saudável e limpo, ele deseja que
suas vestes sejam nobres de acordo com a sua grandeza. Assim
também, a Sefirot parecem fracas quando as criações estão
precisando de reparação [desde que as Sefirot são mais internas
e “vestem” as almas dos homens como uma vestimenta]. Nós
esclarecemos a terceira pergunta [no início da Parte Três, Portão
Dois].
Por motivos explicados acima [que é necessário para os mundos
se manterem], era necessário criar um homem que incluiria todas
as criações e emanações [ou seja, tudo], que uniria todos os
mundos como explicado acima, até as profundezas da terra
[nosso mundo].
Porque ele é o mais próximo a receber a força de energia/vida
das 10 Sefirot. Então pelo Tikun (reparação) de suas ações, ele
irá atrair para baixo a energia da 10 Sefirot para si mesmo, e
depois de si mesmo aos anjos e dos anjos para as Klipot, a fim de
que eles reparem o que é possível separar como explicaremos a
seguir, e das Klipot para os próprios mundos que são os Kelim
(vasos) e corpos de cada mundo. E se, Deus proíba, ele peca, ele
destrói todos os mundos.
Eis que, nós explicamos a necessidade de criar o homem com um
corpo e alma e com uma inclinação ao bem e ao mal. E há outra
razão semelhante, para a Yetzer HaRá. Ou seja, que é necessário
ser criada no homem para que ele faça filhos e que ele coma,
mas tudo somente nas quantidades necessárias e na pureza.
E também, ela [a Yetzer HaRá] é necessária em cada mundo para
trazer para baixo a energia espiritual que condensa-se e torna-se
física para os vasos, ou seja, os próprios mundos. E sem a
energia espiritual, os vasos [mundos] não continuariam a existir.
Portanto, era necessário que o homem fosse unido com todos os
mundos, que eles o ajudassem em suas ações para trazer para
baixo a energia espiritual para si e para eles.
Porque eles mesmos não têm o poder de atrai-la [a energia].
Portanto, quando um homem peca, todos os mundos são
danificados e recebem punição e uma diminuição da energia,
porque eles não o ajudam.
Entenda isto bem. E este é o significado de “toda a maldade será
destruída como a fumaça”, sendo que as Klipot causaram o
pecado mais do que tudo o resto, portanto, sua punição será
grande.
No entanto, sobre a boa parte delas [as Klipot] está escrito
“amarás ao Senhor teu Deus como todos os teus corações”
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(Devarim 6:5), “corações” no plural significa com ambas as
inclinações. Desde que a inclinação ao mal também pode ser
purificada, mas a parte negativa da inclinação ao mal [que deve
ser eliminada] em que está escrito “Como a cera derrete perante o
fogo, que os ímpios pereçam com a presença de Deus” (Tehilim
68:3).
Nós explicamos que o homem inclui todos os mundos, e isto é o
que se entende por “é tudo do homem” (Kohelet 12:13). E este é o
significado mais profundo de “Façamos o homem à nossa
imagem”.
É por isso que “Façamos” está escrito no plural, porque todos os
mundos foram parceiros ao fazê-lo. Então, ele inclui a imagem do
homem em todos os mundos [ou seja, as 10 Sefirot] porque todos
eles precisam de suas ações.
Este é o significado mais profundo de “e Ele o pôs no jardim do
Éden para o trabalhar (cultivar) e o guardar”. (Gênesis 2:15) [o
trabalhar] significa as Mitzvot positivas e [o guardar] significa as
Mitzvot negativas. Como se diz “Deus não tinha feito chover sobre
a terra, pois não havia homem para trabalhar (cultivar) a terra”
(Gênesis 2:5)
E também, “Na tua boca coloquei minhas palavras, para plantar
os céus e colocar as fundações a terra” (Isaías 51:16). Porque o
homem através de suas ações traz vida ao céu e a terra, e é
como se ele plantasse e colocasse suas fundações.
Portanto, encontramos que “Tu estás comigo [Deus]” como os
sábios ensinaram [Deus diz:] “Meu parceiro, Eu crio e tu
sustentas”.
A partir de agora não deve ser difícil de entender a questão da
profecia como os Sábios ensinaram no verso “e adira a Ele.”
(Devarim 11:22) e “com Ele te aderirás" (ibid 10:20) porque o
profeta se adere a Deus ao trazer a profecia e a energia espiritual
para o mundo inferior.
E isso não é surpresa porque não há nenhuma Luz que se adira
às 10 Sefirot como as almas dos homens. Este é o significado
mais profundo de “Mas vós, que vos aderiste ao Senhor vosso
Deus...”
PORTÃO TRÊS
BARREIRAS PARA A PROFECIA
a seção anterior, discutimos como é fácil para um homem a
profecia já que ele inclui todos os mundos e todos eles recebem
seu sustento [luz espiritual] através dele. A base de tudo isso é
exatamente o oposto, a profecia deve existir no mundo a fim de
endireitar o homem para corrigir seus caminhos para trazer para
baixo a energia de todos os mundos, para que eles não sejam
destruídos.
E para os mundos, se a profecia não repousasse em Moshe e ele
não trouxesse para baixo a Torá do céu que sustenta os mundos,
como se diz “se não fosse pela Minha aliança [a Torá] dia e noite,
eu não teria apontado a ordenança do céu e da terra” (Yirmiyá
23:25) então os mundos teriam sido destruídos, Deus proíba.
E em suas [Moisés] maneiras ele trouxe todos os profetas
posteriores para endireitar a nação [Judaica] e iluminar seus olhos
na sabedoria da Torá e seus segredos através da Ruach
HaKódesh (Inspiração Divina) que os reveste.
Portanto, profecia e Ruach HaKódesh são necessários e devem
ser encontrados no mundo e é muito fácil de fazer, mas com a
condição de que sejam encontrados homens que estejam aptos
para isso.
PORTÃO DA SANTIDADE - Rabi Chaim Vital
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Mas se a alma é falha, isso é o que bloqueia. Portanto, vamos
explicar estas barreiras.
Eis que, quando a energia da Ruach HaKódesh é despertada a
descer para o homem e repousar nele, mas ele é um pecador, eis,
a Yetzer HaRá (inclinação ao mal) cria uma barreira entre a alma
intelectual para a fonte da Ruach HaKódesh. Isto é o que se
entende por “seus pecados foram separando, etc.” (Isaías 59:2) e
a Ruach HaKódesh não repousa nele.
E isso é através dos 365 pecados que danificam a alma
intelectual, como descrito acima.
Da mesma forma, se a mancha é devido à falta de uma Mitzvá
positiva entre as 248 Mitzvot positivas, eis que ele é um Ba’al
Mum (manchado), e a energia de cima não pode descer para a
alma intelectual, enquanto há um órgão que está corrompido ou
manchado.
Mas se o defeito for abaixo – na alma do fundamento por causa
de traços de mau caráter na alma animal ou devido a comida
proibida que corrompe a alma do Tzomeach (vegetativo) e, da
mesma forma, para casos semelhantes.
Então o poder abaixo não pode despertar para trazer para baixo a
energia de Cima e isso se torna uma barreira de separação lá e o
despertar abaixo não subir para trazer para baixo a energia
espiritual de Cima.
Portanto, encontramos que existem várias barreiras.
Tzomeach (alma vegetativa) e acima
devido a danos através dos alimentos proibidos, cujos poderes
estão na alma vegetativa.
de luxúria em despertar a Néfesh Chaiá (alma animal).
Nós também explicamos que cada mancha é somente naquele
ponto específico da alma em cada nível e em cada mundo.
Entenda isto. E às vezes, quando a mancha é fortalecida, o ramo
da alma é cortado do corpo da árvore que é chamado o
“repositório das almas dos homens”
[veja Parte Três, Portão Dois].
Este é o significado mais profundo do que os sábios disseram: “os
ímpios enquanto vivos são chamados de mortos” (Talmud
Berachot 18b)
Nós explicamos que nem todo o dano é igual. Há danos na alma
vegetativa, animal, falante e intelectual. Mas para a questão de
trazer abaixo a Ruach HaKódesh (Inspiração Divina), uma vez
que existe um dano em qualquer um deles, ele não pode trazê-la
abaixo de modo algum.
Portanto, quem quer purificar-se, deve certificar-se de que todos
os níveis estão cristalinos; completamente limpos de todas as
doenças da Yetzer HaRá, que está misturada com todos os níveis
da alma.
E isto é o que foi dito para Moshe Rabeinu – “tira as sandálias dos
teus pés” (Shemot 3:5).
Que todos os membros do seu corpo e os poderes da alma em
todos os níveis que nós mencionamos devem ser puros de todos
os tipos de base corpórea como mencionado no Sefer Tikunim.
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E que não deve permanecer da impureza da Yetzer HaRá de
modo algum, exceto a “parte boa”, que é necessária para o
sustento do corpo. Então não há nenhum bloqueio para separar a
alma de sua raiz na Luz do repositório das almas que por sua vez
está ligado à fonte da Ruach HaKódesh, nomeadamente as 10
Sefirot.
Eis que, nós esclarecemos que, devido a um dano há dois males.
Um, que o “desejo e vontade” inferior não podem subir para a
fonte da Ruach HaKódesh e por isso que a Ruach HaKódesh
superior não pode descer abaixo. E tudo isso é devido a barreiras
dos pecados, conforme explicado.
Entretanto, para todos os danos [em todos os níveis], todos eles
devem passar através do corpo [i.e., a parte mais inferior de] a
Néfesh HaDomem (alma mais inferior do elemento da terra) que é
rigidamente vinculada com o próprio corpo [físico]. Porque [o
corpo] é o instrumento através do qual a alma age em todos seus
níveis.
Mas nem todos os danos são encontrados em todos os seus
níveis. Porque existem danos no vegetativo, ou animal, ou falante
ou intelectual, como explicado anteriormente. [A exceção é que]
os [danos] em todos os níveis são encontrados na Néfesh
HaDomem e no corpo [já que eles são usados em todos os
níveis].
PORTÃO QUATRO
CONDIÇÕES PARA A PROFECIA
Para as condições da profecia. Temos explicado que há danos
que são feitos para as almas dos Tzomeach (vegetativo), e alguns
para os animais e alguns para os falantes e alguns para o
intelectual e que a pessoa deve limpar todos eles [as almas].
1. Portanto a pessoa deve primeiro completar a Teshuvá
(arrependimento, retorno) de todos os pecados ou más Midot
(traços de caráter) e não retornar a eles. [Isto vai desbloquear os
tubos para a energia espiritual poder fluir.
Mas se alguém tenta cumprir Mitzvot positivas, enquanto os
pecados não são corrigidos, as Klipot ligadas a ele, devido a seus
pecados vão sugar a santidade dele e seduzi-lo a pecar mais
[assim elas podem tornar-se mais fortemente ligadas e recebem
uma porção maior].
Essa pessoa é como alguém que tenta encher um balde com
buracos].
2. Depois disso, deve tentar cumprir tudo o que é possível em
nossos tempos das 248 Mitzvot positivas, explicadas na primeira
seção.
E especialmente daquelas que são para fixar tempos para estudo
da Torá durante o dia e a noite, não perca nem um dia.
E orar com completa Kavaná (concentração) 3 vezes ao dia e
cumprir Birkat HaMazon (graça após as refeições com pão) e
todas as outras Brachot com Kavaná.
E honrar o Shabat em todos os seus detalhes e cumprir “ame ao
próximo como a ti mesmo” com um coração completo e cumprir o
Shema, Tzitzit e Tefilin corretamente em suas orações.
3. Depois de ter cuidado para não pecar com qualquer uma das
365 Mitzvot negativas e mesmo nos Dikdukei Sofrim (obrigações
derivadas pelos sábios de um escrutínio meticuloso do texto das
Escrituras).
E especialmente de todos aqueles que carregam uma penalidade
de Karet (excisão espiritual) ou de morte do céu ou do Beit Din
PORTÃO DA SANTIDADE - Rabi Chaim Vital
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(tribunal) abaixo e de outras Mitzvot negativas e especialmente de
calúnia, Lashon HaRá, palavras vãs (Devarim Betalim),
frivolidade, contemplação dos membros proibidos do sexo oposto,
todos os tipos de Keri (sêmen desperdiçado), Nidá, juramentos
nem pela verdade e guardar o Shabat, acima de tudo.
E tenha cuidado com todas as Midot (traços de caráter)
impróprias porque elas contaminam a alma do fundamento (ou
seja, os níveis de alma na terra, água, vento, fogo) e,
especialmente, de Ga'avá (arrogância), ao oposto extremo até
que a pessoa seja como a eira que todos pisam e a Shiflut
(humildade) deve ser fixada em seu coração, literalmente até não
sentir qualquer alegria de quem honra você nem vergonha de
uma pessoa que o insulta, que os dois devem ser iguais em seus
olhos.
Se guarde também da raiva, mesmo se alguém bater na sua face,
porque não há nada que impeça a Ruach HaKódesh mais do que
a raiva. E da irritação, até mesmo com sua família.
E da tristeza, distancie-se totalmente e completamente porque a
profecia não repousa de modo algum mesmo para alguém digno
dela enquanto está em um estado de tristeza. E ele deve estar
“contente com sua porção” mesmo quando o sofrimento vem nele,
como se diz “E amarás ao Senhor teu Deus com ambos os seus
corações, etc.”
4. Depois de tudo isso, ele deve labutar com toda sua força na
Torá completamente Lishmá [intenções puras] – para dar Nachat
Ruach (prazer) apenas ao seu Criador.
E quando ele labutar em Torá e Mitzvot, ele deve ser alegre ao
extremo, como se diz “Estou alegre em Teus mandamentos como
alguém que encontra um grande tesouro” (Tehilim 119:162).
Porque através disto você trará a Shefá (abundância, energia
espiritual) para todos os mundos.
E o principal e crucial é Yirato Yitbarach (temor a Deus) sempre, a
cada segundo, para que que você não peque.
E isso vem através da colocação de Deus diante de seus olhos,
como se diz “Shiviti Adonai Lenegdi Tamid (Tenho posto Deus
diante de mim sempre)” (Tehilim 16:8) e ele deve ter a intenção
de aderir seus pensamentos a Ele, não pare nem por um
segundo. E este é o significado de (o verso:) “e se adira a ele”, ou
“com Ele te aderirás”.
PORTÃO CINCO
SOBRE OS TIPOS DE PROFECIA
) Nós explicamos como há uma Luz na forma de um homem [i.e.,
o repositório das almas dos homens], que se espalha em todos os
4 quatro mundos – Atzilut, Briá, Yetzirá, Assiá até as profundezas
das 4 fundações deste mundo inferior.
Esta Luz se apega à Luz do homem mais elevado, ou seja as 10
Sefirot. [As 10 Sefirot] vestem esta Luz que é chamada o
repositório das almas dos homens e todas as almas dos homens
abaixo estão incluídas aí.
E quando elas descem até este mundo [nosso mundo físico], para
vestir um corpo físico, elas deixam sua raiz anexada à sua fonte
[i.e., quando a alma desce a este mundo para ter um corpo, a
parte da raiz superior permanece ligada ao repositório das almas
dos homens no alto] de que foi tirada.
E apenas o ramo da raiz desce e veste um corpo neste mundo.
Isto pode ser comparado aos ramos de uma árvore que estão
anexados e enraizados na própria árvore e os ramos curvam para
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baixo e tocam o chão, mesmo enquanto eles estão anexados à
árvore [como em um salgueiro].
Mas quando um homem peca um pecado que merece Karet
(“cortar” como em “Mas a alma que faz isso temerariamente...
esta alma deve ser cortada dentre seu povo.” Bamidbar 15:30),
então esse ramo torna-se separado da árvore e a pessoa
permanece em pé neste mundo como o espírito de um animal [ou
seja, sem conexão superior].
E este é o significado secreto de “esta alma certamente será
cortada...." (Bamidbar 15:31). E este também é o significado de
“O homem é uma árvore do campo” (Devarim 20:19).
Este também é o segredo de porque os nomes dos tzadikim são
repetidos na Torá, como em “Avraham, Avraham”, “Yaakov,
Yaakov”, “Moshe, Moshe” um correspondente à raiz que
permanece acima ligado à árvore. E esta [raiz] é chamada o
“Mazal” de um homem.
Assim como nossos sábios disseram “Que Moshe viu a Mazal de
Rabi Akiva sentado e expondo a Torá...” (Menachot 29b). Porque
a partir dela [a raiz, i.e., Mazal] flui a energia espiritual para o
ramo que desceu abaixo e se vestiu em um corpo físico.
2) Eis que, a raiz é muito elevada, no topo das alturas do mundo
de Atzilut e o ramo é muito longo, ele se espalha e desce em
todos os mundos, até o fim e se veste dentro de um corpo. E em
cada nível de cada mundo, deixa lá uma raiz, de modo que não
há nenhuma alma que não tenha uma quantidade infinita de
raízes, cada uma mais elevada do que a outra.
E através das ações de uma pessoa, ela pode merecer ascender
a todos elas. Agora, todos os níveis no mundo de Assiá, todas as
raízes que saíram de lá são chamadas na totalidade [juntas], uma
“Néfesh Shelema de Assiá” (alma completa de Assiá).
E da mesma forma nos outros níveis.
3) Através disso nós esclarecemos a questão da profecia, desde
que quando a parte do homem físico se torna pura, limpa, sem as
impurezas da Yetzer HaRá (inclinação ao mal) e não nas mãos
dos poderes da alma inferior [i.e, é livre de traços de mau caráter],
e ele não tem em suas mãos um pecado que prejudica alguma
raiz das raízes de sua alma, eis que quando ele se prepara para
se conectar a sua raiz acima, ele será bem sucedido na conexão.
Entretanto, mesmo que ele seja apropriado para isso, ele deve
separar (Hitpashet) sua alma e derramar completamente todas as
formas de fisicalidade, e então ele vai ter sucesso em se conectar
a sua raiz espiritual.
Eis, a questão da separação [Hitpashtut, ou seja, a alma sai do
corpo e ascende aos mundos espirituais], que você encontrará
escrito em todos os livros sobre a questão profecia e Ruach
HaKódesh (Inspiração Divina) não é realmente separação onde a
alma deixa o corpo completamente durante o sono, porque se
assim for, não é profecia, mas pelo contrário, um sonho, como
todos os sonhos.
Ao invés a sedimentação da Ruach HaKódesh num homem
ocorre quando sua alma ainda está ligada ao seu corpo e ele está
acordado.
Pelo contrário, a questão da separação refere-se a remoção de
todos os pensamentos completamente e, também, o poder da
imaginação, que é um poder cuja fonte está na Néfesh Chaiá
[“alma animal” vivente, veja Parte Três, Portão Dois].
Então, uma vez que ele conseguiu parar os pensamentos e a
imaginação de todos os assuntos deste mundo, [e atingiu o
estado] como se sua alma deixasse o corpo dele, então ele pode
PORTÃO DA SANTIDADE - Rabi Chaim Vital
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alternar o seu poder de imaginação dos pensamentos para
imaginar e retratar como se ele estivesse elevando os mundos
espirituais às raízes da sua alma que ele tem lá [i.e., já que ele
tem raízes em cada mundo como Item 2 acima) e de lá [uma raiz]
para lá [outra raiz] até que ele atinja usando o retrato de sua
imaginação para sua fonte superior, e ele deve esculpir as formas
de todas as Luzes em seu pensamento, como se elas existissem,
e vê-las.
E então, ele deve pensar e ter intenção de receber Luz das 10
Sefirot daquele ponto onde a raiz de sua alma está ligada lá, e ele
deve ter a intenção também de elevar as 10 Sefirot, uma à outra
até Ein Sóf e trazer-lhes Luz de lá até abaixo, no caminho de
descida até o fim.
E quando a Luz [de Ein Sóf] desce através dele para elas [as 10
Sefirot], elas se regozijam nisso e brilham daquela Luz que ele
trouxe abaixo para a raiz de sua alma, que está ligada lá de
acordo com a porção adequada para ele.
Então ele deve ter a intenção de descer através dos canais de
descida de nível para nível, até que a Luz e energia atinjam sua
alma intelectual em seu corpo, e de lá atinge a “alma vivente” e o
poder da imaginação nele.
Lá a matéria será retratada em uma imagem física em seu poder
de imaginação. Então ele os entenderá como se realmente
tivesse visto com os olhos.
Às vezes essa luz que desce e se forma no poder da imaginação
do indivíduo, assume a forma de um anjo que fala com ele, e ele
vê ou ouve a voz ou o gosto de um dos seus 5 sentidos, da
imaginação dele [i.e., ele sente, mas apenas em sua mente].
A partir daí, eles se tornam [mais] externos e manifestados até
que ele vê, ouve, cheira e fala literalmente com seus sentidos
físicos, como se diz “o Espírito de Deus falou através de mim e a
Sua palavra estava na minha língua” (Shmuel II 2:23).
Desde que a Luz se condensa e se forma para os sentidos físicos.
Às vezes a profecia do indivíduo só atinge os cinco sentidos da
imaginação. Tudo isso depende da extensão da pureza da
separação da imaginação de todos os pensamentos físicos [i.e., a
qualidade da meditação preparatória, que ele deve ter removido
todos os pensamentos e tornar-se receptivo em silêncio].
Nós encontramos que a profecia é como um sonho pelo qual a
alma intelectual sai dele e ascende acima de nível para nível e lá
contempla e depois retorna e desce esta Luz até a “alma da vida”
(Néfesh Chaiá, alma animal), em que há o poder da imaginação.
Lá esta Luz se condensa, se forma e se torna mais física.
Quando a pessoa acorda, ela lembra dos assuntos através do
poder do guardar (mental) e da memória que também está em
Néfesh Chaiá, como é conhecido na ciência da natureza.
Eis que explicamos o assunto da profecia e a questão dos sonhos
bem, pois este [Profecia] é quando sua alma está no corpo dele
enquanto aquele [sonho] é depois que deixou [seu corpo].
Entretanto, na profecia em si, existem dois tipos. Um é a profecia
de outros profetas [além de Moshe].
Quando a Luz desce e atinge em sua descida a alma intelectual
nele e de lá para a “alma viva” para formar nos 5 sentidos da
imaginação, os sentidos externos [físicos] iriam tremer com um
grande tremor e eles cairiam no chão porque eles não têm o
poder para receber essa Luz e para forma-la e condensá-la aos
sentidos físicos.
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A profecia deste modo é considerada um “sonho”, mesmo que
isso não seja realmente um sonho como se diz “e um grande sono
caiu sobre Avraham...” (Bereshit 15:12).
O segundo tipo de profecia é uma profecia completa onde os
sentidos não tremem de modo algum e [a Luz] forma e se
condensa suavemente. Esta foi a profecia de Moshe Rabeinu.
A razão para isto é porque seu lado físico tornou-se totalmente
puro e transformado através da santidade de seus atos até atingir
o nível de “alma” [i.e., o físico tornou-se completamente espiritual].
Porque as impurezas [físicas] foram removidas e permaneceram
apenas o bom e puro de seu corpo e da mesma forma para os
poderes de sua alma do fundamento [i.e., as partes de alma da
terra, água, vento, fogo] porque neles só existe fisicalidade, ao
contrário da alma intelectual e acima.
Nós já explicamos que existem inúmeras raízes da alma de um
homem [i.e., quando a alma desce da sua fonte no repositório da
alma, deixa as raízes ao longo do caminho em todos os mundos
espirituais.].
E eis que, de acordo com a grandeza da fonte de onde ela foi
talhado, será a grandeza do poder para trazer para baixo a
energia da profecia.
[Mas] da mesma forma mesmo que a raiz da sua alma seja de um
lugar muito elevado, mas se ele não retificar e tiver o mérito de
trazer para baixo de todas as raízes de lá e abaixo, assim também
ele não será capaz de trazer para baixo a energia da profecia,
exceto no nível que ele retificou e mereceu. Só a partir daí ele vai
trazer para baixo a energia da profecia.
Com isso você pode entender que há inúmeros níveis de profetas
[i.e., cada profeta tem um nível de profecia, de acordo com o mais
elevado na cadeia das raízes que ele tenha retificado
completamente. Seu potencial máximo é de acordo com a raiz
mais elevada. Mas seu nível atual depende do número de links
que são totalmente retificados].
E não pense que, desde que nós explicamos que a alma do
Profeta não deixa seu corpo, se assim qual poder faz seus
pensamentos ascenderem e abrir os portões, etc.
A resposta para isso é como eu escrevi acima, porque a alma é
como um longo ramo [de árvore]. E se propaga a partir de sua raiz
primária, que está anexada a árvore [o repositório de almas] até o
corpo do homem.
E esta “linha”, que é puxada, constantemente, conforme o homem
anseia ascender à sua raiz [primária], a Luz de seu pensamento
que é chamada Muskal (o pensamento) do Maskil (pensador), que
é a alma intelectual, sobe para o Sechel (intelecto), que é a raiz
elevada [raiz primária] de sua alma.
[Quando o pensamento sobe do homem abaixo a sua raiz
primária através do “ramo”) eles [o Maskil e o Sechel] se agarram
e se unem através da Haskalá (compreensão) em si, que é a
energia que descende do Sechel (raiz primária) para o Maskil
(alma intelectual abaixo).
Portanto, o Muskal é a Luz e a própria energia que descende do
Sechel para a Néfesh HaMaskelet (alma intelectual) e esta
energia e Luz que é tangível é chamada de Machshavá (o
pensamento). Entenda isto bem porque não é algo vazio.
Porque se não fosse assim, então todas as questões de Kavaná
(intenções) em oração e pensamentos do bem ou do mal tornam-
se nulas e vazias.
PORTÃO DA SANTIDADE - Rabi Chaim Vital
............................................................................
Saiba meu irmão, que eu irei transferir para você outro grande
princípio. Há Sechel, Maskil e Muskal, que significa que todos os
judeus têm uma centelha de santidade, que é chamada a Néfesh
HaMaskelet, cuja raiz está ligada nos céus acima [mundos
espirituais].
E essa centelha que está em seu corpo é muito pequena, e não é
nem um milésimo, de um décimo de milésimo, de um décimo de
milésimo comparado com a raiz de sua Neshamá nos céus.
Porque lá ela é maior sem limite que podemos compreender. E a
Néfesh no corpo, é anexada a ele, como uma cadeia que está
ligada de um lado para o outro.
E este é o significado secreto do verso “Pois a porção do Senhor
é seu povo Yaakov na cadeia de sua herança”, Devarim 32:9 [veja
Ohr HaChaim sobre este verso e, também, no verso “com Ele te
aderirás” Devarim 4:4].
E a raiz da Néfesh está nos céus [i.e., mundos espirituais], e é
chamada Sechel e a Néfesh [abaixo, no corpo] é chamada Maskil
e a Luz, o fogo, o desejo, a vontade, a súplica que a Néfesh tem
por Deus, e a aderir-se a sua raiz, essa Luz que surge é chamada
o Muskal.
E quando esta Luz se eleva acima, junta-se lá e se torna um
grande fogo flamejante, que é sentido e visto por todos os anjos
acima, e as almas acima.
E esta luz que é chamada de Muskal se junta com sua raiz, e se
um homem se retificou e é de estatura, então o Sechel acima
retorna e brilha abaixo... Ahavá, Yirat Shamayim e Mesirut Néfesh
como está escrito (Midrash Shir HaShirim 5), “abra para mim
como o orifício de uma agulha, e Eu vou abrir para você uma
abertura do tamanho de um palácio”.
– Taharat HaKodesh (Maamar Taharat HaMachshava, Capítulo 3)
Cabalista Aharon Rota
80
E eis que nós esclarecemos como a profecia é um assunto
necessário e é possível de acontecer.
É como um homem que pega com a mão a extremidade de um
ramo de árvore que está dobrado até o chão e ele puxa e o
sacode com força.
Em seguida, a árvore inteira, necessariamente, se move e treme.
No entanto, os mundos superiores não serão movidos pelos
pensamentos de um homem a menos que ele seja apropriado
para trazer para baixo a Luz maior para eles.
E então através da Simchá [alegria que receberam em receber a
Luz] eles também canalizarão para baixo um pouco daquela Luz
para ele.
Mas se ele não tem a capacidade de trazer a Luz para eles, eles
vão ignorá-lo completamente, e eles não vão querer ficar perto
dele e ajudá-lo a ascender a Luz de seus pensamentos acima,
porque é inútil e não conseguirá nada.
PORTÃO SEIS
– SOBRE OS NÍVEIS DE PROFECIA E A QUESTÃO DA
PROFECIA NAS GERAÇÕES ANTIGAS, E QUAL É A
QUESTÃO DE ATINGIR A RUACH HAKÓDESH QUE É
POSSÍVEL ADQUIRIR EM NOSSOS TEMPOS
ós explicamos acima como existem 4 mundos que são chamados
de Atzilut, Briá, Yetzirá, Assiá.
E abaixo de todos eles está este mundo inferior que divide as 4
fundações [terra, água, vento, fogo], eles e seus poderes da alma
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do fundamento [i.e., a água por exemplo tem água física e
também os níveis das almas que são encontrados dentro plantas,
animais, seres humanos, mas não nas rochas].
E eles [os mundos] são divididos como 10 Sefirot. Nós também
explicamos que, em cada mundo, há uma Luz Interna, que é
chamada as 10 Sefirot.
Externo a eles está a Luz do repositório de almas. Externo a eles
está a Luz do repositório dos anjos. Externo a eles está a Luz
Negra do repositório das Klipot.
Finalmente, externo do que é o mundo em si que são os Reki'im
(firmamentos) desse mundo. E da mesma forma mamash
(literalmente) neste mundo inferior [i.e., isto acontece em grande
escala, grandes imagens de todo o mundo, e também as
subseções menores têm esta forma, ou seja:] Porque neste
mundo, o lado físico das 4 fundações [terra, água, vento, fogo] é
como o corpo e o mundo.
Em seguida, dentro dela, você tem as outras Luzes, cada uma
delas contém os 4 níveis da alma do fundamento [i.e., as Luzes
espirituais dentro das 4 bases estão na forma de 10 Sefirot como
todos os mundos juntos.].
Também existem incontáveis [níveis espirituais] porque cada
Sefirá inclui dentro dela 10 [sub] Sefirot e estas também contêm
10 [sub] Sefirot, etc. de tal forma que lá cada mundo tem
inúmeros níveis.
Nós já explicamos o assunto da profecia no Portão Cinco,
segundo o qual o “pensamento” do Profeta se espalha e sobe de
nível para nível de baixo para Cima até chegar ao local de fixação
da raiz [primária] da sua alma.
Então ele pensaria em erguer a Luz das 10 Sefirot até Ein Sóf (o
Infinito) e puxar de lá a Luz, em seguida, retornar e descer de
nível para nível, de Cima para baixo nos níveis que ascendeu
anteriormente até que ele atinja abaixo a sua alma intelectual e
tome sua porção desta Luz de acordo com a medida de anexação
de sua alma primária acima.
A partir daí ele traz o poder da imaginação na “alma viva” (Néfesh
Chaiá) nele e lá as coisas são formadas em sentidos internos do
poder da imaginação ou em sentidos externos [físicos].
Eis que, ao puxar os pensamentos [i.e., a ascensão do
pensamento e a subsequente descida] certamente não ocorreu
por si só, mas sim através das Kavanot [intenções especiais] e
Yichudim107, que foram transmitidos a ele desde o profeta
[anterior], que lhe ensinou a profecia.
Semelhante aos “filhos” [estudantes] dos profetas com Shmuel,
Eliyahu e Elisha, de abençoada memória, a fim de que com estes
Yichudim que eles usariam para trazer para baixo a Luz e energia,
segundo a sua vontade.
Este é o propósito da questão da profecia.
Havia outras técnicas que eles lhes ensinaram, ou seja, orações e
a pronunciação de nomes especiais para os Guardiões dos
portões nos firmamentos e os “corredores” em cada um dos
mundos, do fim dos mundos que são os quatro fundamentos e os
“espaços” entre eles, até as alturas do mundo de Atzilut, como
mencionado no Zohar Parashat Vayakhel sobre a questão da
ascensão das orações (pg. 201b). Da mesma forma nos capítulos
dos corredores e seu Beraitot108.
No começo eles trabalham para abrir os portões desse nível e
então unir o Yichud e a oração específica para esse nível. Isto é
como eles ascenderiam de nível para nível até que eles
chegassem a sua raiz primária no alto e 107 Uma forma de
PORTÃO DA SANTIDADE - Rabi Chaim Vital
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meditação cabalística, com base em diferentes permutações e
combinações dos nomes Divinos e atributos de Deus.
108 Beraitot são ensinamentos na lei oral judaica não incorporada
na Mishná descansassem lá. Depois, eles continuariam a
empurrar seu pensamento até o Ein Sóf (infinito) e retornar e
trazer para baixo a energia abaixo como descrito.
Sobre a questão dos portões e os nomes especiais, isto significa
que eles jurariam, usando o poder de um nome sagrado, que é da
Sefirá daquele nível, o anjo que está enraizado e talhado de lá.
E ele [o anjo] seria apontado naquele portão que está no
firmamento em si e é a “fisicalidade” [por assim dizer] desse nível.
E o portão teria um nome especial que é conhecido [pelos
profetas].
Ele então o abriria e a mente do Profeta entraria através do
caminho do portão de Luz a Luz até a Luz mais interna daquela
Sefirá nesse nível.
Então ele iria orar e unir o Yichud que é necessário lá. Assim, ele
iria subir de nível para nível.
Eis que esta é a questão da visão de Yechezkel [veja Ezequiel 1]
que é chamado Ma'ase Merkavá [a questão da carruagem] sendo
que os níveis estão montando um sobre o outro.
(Aqui está uma citação de lá sobre a Ma’ase Merkavá para ajudar
o leitor. Nota que o original hebraico tem camadas sobre camadas
de significados ocultos e que a visão era espiritual e não deve ser
tomada puramente de forma literal: (Yechezkel/Ezequiel 1)
E aconteceu no trigésimo ano, no quarto mês, no quinto dia do
mês, que estando eu no meio dos cativos, junto ao rio Chebar, se
abriram os portões dos céus, e eu tive visões de Deus.
No quinto dia do mês, no quinto ano do cativeiro do rei Jeoiaquim,
Veio expressamente a palavra do Senhor a Ezequiel, filho de
Buzi, o sacerdote, na terra dos caldeus, junto ao rio Quebar, e ali
esteve sobre ele a mão do Senhor.
Olhei, e eis que um vento tempestuoso vinha do norte, uma
grande nuvem, com um fogo revolvendo-se nela, e um resplendor
ao redor, e no meio dela havia uma coisa, como de cor do elétron
(Chashmal), que saía do meio do fogo.
E do meio dela saía a semelhança de quatro Chayot (seres
viventes). E esta era a sua aparência: tinham a semelhança de
homem. E cada um tinha quatro rostos, como também cada um
deles quatro asas.
E os seus pés eram pés direitos; e as plantas dos seus pés como
a planta do pé de uma bezerra, e luziam como a cor de cobre
polido.
E tinham mãos de homem debaixo das suas asas, aos quatro
lados; e assim todos quatro tinham seus rostos e suas asas.
Uniam-se as suas asas uma à outra; não se viravam quando
andavam, e cada qual andava continuamente em frente.
E a semelhança dos seus rostos era como o rosto de homem; e
do lado direito todos os quatro tinham rosto de leão, e do lado
esquerdo todos os quatro tinham rosto de boi; e também tinham
rosto de águia todos os quatro [representação dos reis de Chayot
(bestas), Behemot (animais domésticos), e pássaros
respectivamente].
Assim eram os seus rostos. As suas asas estavam estendidas por
cima; cada qual tinha duas asas juntas uma a outra, e duas
cobriam os corpos deles.
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E cada qual andava para adiante de si; para onde o espírito havia
de ir, iam; não se viravam quando andavam.
E, quanto à semelhança dos seres viventes, o seu aspecto era
como ardentes brasas de fogo, com uma aparência de lâmpadas;
o fogo subia e descia por entre os seres viventes, e o fogo
resplandecia, e do fogo saíam relâmpagos; E os seres viventes
corriam, e voltavam, à semelhança de um clarão de relâmpago.
E vi os seres viventes; e eis que havia uma roda sobre a terra
junto aos seres viventes, uma para cada um dos quatro rostos.
O aspecto das rodas, e a obra delas, era como a cor de berilo; e
as quatro tinham uma mesma semelhança; e o seu aspecto, e a
sua obra, era como se estivera uma roda no meio de outra roda.
Andando elas, andavam pelos seus quatro lados; não se viravam
quando andavam.
E os seus aros eram tão altos, que faziam medo; e estas quatro
tinham as suas cambotas cheias de olhos ao redor.
E, andando os seres viventes, andavam as rodas ao lado deles; e,
elevando-se os seres viventes da terra, elevavam-se também as
rodas. Para onde o espírito queria ir, eles iam; para onde o
espírito tinha de ir; e as rodas se elevavam defronte deles, porque
o espírito do ser vivente estava nas rodas.
Andando eles, andavam elas e, parando eles, paravam elas e,
elevando-se eles da terra, elevavam-se também as rodas defronte
deles; porque o espírito do ser vivente estava nas rodas.
E sobre as cabeças dos seres viventes havia uma semelhança de
firmamento, com a aparência de cristal terrível, estendido por
cima, sobre as suas cabeças.
E debaixo do firmamento estavam as suas asas direitas uma em
direção à outra; cada um tinha duas, que lhe cobriam o corpo de
um lado; e cada um tinha outras duas asas, que os cobriam do
outro lado.
E, andando eles, ouvi o ruído das suas asas, como o ruído de
muitas águas, como a voz do Onipotente, um tumulto como o
estrépito de um exército; parando eles, abaixavam as suas asas.
E ouviu-se uma voz vinda do firmamento, que estava por cima
das suas cabeças; parando eles, abaixavam as suas asas. E por
cima do firmamento, que estava por cima das suas cabeças,
havia algo semelhante a um trono que parecia de pedra de safira;
e sobre esta espécie de trono havia uma figura semelhante a de
um homem, na parte de cima, sobre ele.
E vi-a como a cor de âmbar, como a aparência do fogo pelo
interior dele ao redor, desde o aspecto dos seus lombos, e daí
para cima; e, desde o aspecto dos seus lombos e daí para baixo,
vi como a semelhança de fogo, e um resplendor ao redor dele.
Como o aspecto do arco que aparece na nuvem no dia da chuva,
assim era o aspecto do resplendor em redor.
Este era o aspecto da semelhança da glória do Senhor; e, vendo
isto, caí sobre o meu rosto, e ouvi a voz de quem falava. E disse-
me: Filho do homem, põe-te em pé, e falarei contigo.
Então entrou em mim o Espírito, quando ele falava comigo, e me
pôs em pé, e ouvi o que me falava... (fim da citação do editor)
No início os céus abriram, ou seja, os portões dos firmamentos
que são as Luzes da corporeidade e dos vasos daquele mundo. A
partir daí ele entrou nas Klipot, como está escrito “e eu olhei e eis
que um vento tempestuoso...” e como está escrito em Hoshea 1:2
“Quando Deus falou no início com Oséias” que significa o início da
revelação da palavra de profecia, que foi uma revelação das
PORTÃO DA SANTIDADE - Rabi Chaim Vital
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Klipot (impurezas) e seus poderes. Portanto, a mulher do pecado
e os filhos do pecado [falados lá].
No entanto, uma vez que ele estava nos céus, lá ele queria se
aderir e olhar em volta, como está escrito “se abriram os portões
dos céus, e eu tive visões de Deus”, mas quando ele alcançou o
lugar das Klipot, ele não queria se aderir lá, mas ao invés se
dividir no meio e passar sem se aderir lá, apenas um [mínimo]
necessário de contemplação.
E este é o significado secreto de Eliyahu (Melachim I 19), (Ao que
Deus lhe disse: Vem cá fora, e põe-te no monte perante o Senhor:
E eis que o Senhor passou; e um grande e forte vento fendia os
montes e despedaçava as penhas diante do Senhor, porém o
Senhor não estava no vento; e depois do vento um terremoto,
porém o Senhor não estava no terremoto; e depois do terremoto
um fogo, porém o Senhor não estava no fogo; e ainda depois do
fogo uma voz mansa e delicada.)
De lá (as Klipot) ele (Yechezkel) entrou da separação, para a Luz
dos anjos, como é conhecido, porque entre cada uma delas há
um pargud (“véu” separador) e este é o segredo escondido da
questão do Chashmal (Yechezkel 1:4) que é a Gematria (valor
numérico) de Malbush (vestimenta) e é o vaso e a “fisicalidade”
[por assim dizer] para a Luz dos anjos, que Deus expie por mim
por revelar esse segredo escondido. E então ele viu 10 grupos de
anjos que são todos divididos em 4 Chayot e 4 acampamentos da
Shechiná (presença divina).
Isto é o que está escrito “e dentro da forma de 4 Chayot” (ibid
1:5). De lá ele entrou até que ele chegou a luz das próprias 10
Sefirot. Isto é o que se entende por “na forma de uma cadeira, a
aparência de um homem...” E a cadeira em si é a Luz do
repositório de almas [dos homens], no segredo de “os pais são a
Merkavá (carruagem)”.
Portanto, a alma é chamada Kavod [glória, como o “trono de
glória” desde que as almas são o próprio trono] como o verso
“para que minha glória Te cante louvores, e não se cale” (Tehilim
30:13) ou em “por quanto tempo minha glória será envergonhada”
(Tehilim 4:3).
Eis que revelei a você um segredo profundo, que inclui questões
de Merkavá que as gerações anteriores não mereceram. Nós já
esclarecemos acima no Portão Cinco que nem todos os profetas
“sugam” da mesma raiz porque existem inúmeras raízes que são
na verdade 600.000 em cada mundo. Isto é o que se entende pelo
ensinamento de nossos Rabis “600.000 profetas surgiram em
Israel, etc. e Moshe Rabeinu incluiu todos eles e era igual a todos
eles [combinados]”.
Agora de modo geral, nós clarificaremos os seus níveis. Porque
Moshe Rabeinu ascenderia até Atzilut e de lá poderia realmente
(mamash) ver.
Mas foi através de ser encoberto apenas no mundo de Briá. E
mesmo isso era apenas no caminho de passagem.
Porque o Atzilut sozinho é restrito [não existem anjos, etc., lá só
há a presença de Deus desde que é como a câmara privada do
Rei].
E este é o significado secreto de “nenhum homem pode Me ver e
viver” (Shemot 33). Os outros profetas poderiam ver em Atzilut
através de serem totalmente encobertos nas Luzes de Briá.
Após a destruição do templo, Yechezkel profetizaria de Atzilut
depois de ser encoberto em Briá e Briá dentro do total
encobrimento [do mundo de] Yetzirá.
[Em termos leigos, Moshe podia ver Atzilut através de uma tela de
televisão enquanto os outros profetas poderiam ver uma tela de
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televisão de Atzilut através de uma tela de televisão de Briá. –
Rabi Aryeh Kaplan]
A partir daí, não há nenhuma revelação da Luz de Atzilut ou Briá
de modo algum.
Isto é o que se entende por “Depois de Chagai, Zecharia e
Malaquias, a profecia parou completamente e permaneceu
apenas a Ruach HaKódesh (Inspiração Divina)” (Talmud
Sanhedrin 61), que está trazendo as Luzes de Yetzirá apenas de
lá para baixo.
E isto é o que é referido no Talmud como “a subida ao Pardes”,
que é o Yetzirá que é chamado o mundo de Matat (Metatron, NÃO
PRONUNCIE!).
E também por isso lá eram conhecidas ações para abrir os
portões que estão no mundo inferior [aqui] e [outras em] Assiá e
Yetzirá e para unir os Yichudim e as orações designadas para o
mundo de Yetzirá e as 10 Sefirot nele.
E este é o significado secreto das ações dos “capítulos dos
salões” que foram usados por Rabi Nechunya, Rabi Akiva, Rabi
Yishmael e os homens da grande assembleia.
Depois, mesmo estas ações foram esquecidas e também porque
perdemos a pureza das cinzas da vaca vermelha nos tempos dos
Amoraim (sábios Talmúdicos) até o tempo de Abaye e Rava como
mencionado no Talmud (Chagigá 25).
Portanto, eles não usavam a partir daí a ascensão ao Pardes e a
partir daí eles usaram apenas ações no mundo de Assiá. E ele
sendo o mais inferior de todos os mundos e, também, desde que
os anjos lá poucos são bons e a maioria são maus e, além disso,
o bem e o mal se agarram muito juntos, portanto não há nenhuma
revelação clara (Hasagá) porque é impossível revelar somente o
bem, portanto, a revelação é misturada com o bem e o mal,
verdade e falsidade.
E esta é também a questão da Cabala Prática.
Portanto, é proibido a praticá-la, porque inevitavelmente ele
também vai aderir ao mal que é anexado ao bem.
Ele pensa em purificar sua alma, mas a contamina através
deste mal.
E mesmo se ele consegue atingir, será verdade misturada com a
falsidade. E, especialmente, uma vez que não existem cinzas da
vaca vermelha encontradas hoje, e as forças impuras das Klipot
se agarram ao homem que se aproxima do atingimento através da
Cabala Prática.
Portanto, aquele que se preocupa com a sua alma deve
distanciar-se disso.
Porque além dele poder contaminar-se, ele será punido no
Gehinom.
E mesmo no mundo, temos uma tradição que ele ou seus
descendentes também se tornarão pobres, ou gravemente
doentes ou exterminados.
Tome a prova do Rabi Yosef Deila Reina [uma incrível “história
para acabar com todas as histórias” sobre um mestre cabalista
que procurou com uma só tacada derrubar as forças do mal e
quase conseguiu.
Veja Sha’arei Kedushá HaShalem em Hebraico] e o Rabino
Shlomo Molcho que praticava a Cabala Prática e foi expulso do
mundo. Tudo isso por causa do que dissemos, ou seja que lá não
existe o bem [nos mundos inferiores] sem o mal.
PORTÃO DA SANTIDADE - Rabi Chaim Vital
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E também [mais um motivo para ficar longe da Cabala Prática]
porque o cabalista deve forçá-los [os anjos guardando os portões,
etc.] pela força através de juramentos com nomes sagrados.
Então eles o seduzem e o dirigem para as direções não-boas, até
que ele perca sua alma. E maior que isso é que todas as formas
de juramento [usando nomes sagrados] foram escondidas pelos
antigos [primeiros sábios] e nós não somos muito proficientes em
seus caminhos, e é apropriado se distanciar deles
completamente.
PORTÃO SETE
SOBRE ATINGIR A RUACH HAKÓDESH EM
TEMPOS
No portão anterior, adverti o iniciado sobre as armadilhas que
espreitam a estrada que leva ao atingimento [revelações
superiores/poderes e perigos].
Ainda assim, ele não deve desistir nem se render [devido às
dificuldades envolvidas]. Comentando o verso “Devorah foi uma
profetisa” (Juízes 4:4), [há um comentário do] Tana D’Bei Eliyahu:
“[Deus diz] convoco o céu e a terra por testemunhas, de que
qualquer indivíduo – homem ou mulher, judeu ou gentio, livre ou
escravo – pode ter Ruach HaKódesh (Inspiração Divina) sobre
ele.
Tudo depende de suas ações. [i.e., qualquer um pode atingir
Ruach HaKódesh até mesmo mulheres, escravos ou não-judeus.]
Nossos próprios olhos viram, e nossos próprios ouvidos ouviram
indivíduos distintos que atingiram o nível de Ruach HaKódesh, até
mesmo em nossa época, em nosso tempo.
Alguns destes indivíduos podiam predizer o futuro. Outros tinham
dominado a sabedoria que nunca tinha sido revelada para as
gerações anteriores.
De modo que aqueles que desejam entrar no Santuário e não ser
desencorajados, explicarei alguns conceitos, abrindo a porta
como o orifício de uma agulha.
Primeiro, explicarei alguns princípios gerais que envolvem o
atingimento [da Ruach HaKódesh]. Então, no Portão Oito,
discutirei várias práticas específicas com a ajuda de Deus, que
Ele seja bendito (yitbarach).
O melhor caminho de todos [i.e. o caminho mais seguro que não
tem perigos] é como o que nós escrevemos em nome do Tana
D’Bei Eliyahu.
Este foi o caminho dos primeiros pios (Chasidim Rishonim),
também conhecidos como fariseus. A técnica é a seguinte:
1. A pessoa deve se arrepender de todo pecado que alguma vez
tenha cometido, retificando todo o dano espiritual que tenha
causado.
2. Então, ela deve aperfeiçoar sua alma através da prática das
Mitzvot positivas, como também através de uma completa Kavaná
(concentração) nas orações, e através da labuta diligente na Torá
Lishmá [sem segundas intenções].
Ela deve manter-se como um boi sobre seus ombros até que seu
nível físico se torne mais fraco. Isto também deve incluir muita
disciplina, como diminuir a quantidade de comida que come,
despertando-se à meia-noite [para o Tikun Chatzot e para
aprender Torá na tranquilidade da noite], afastando e evitando
todas as Midot (traços de caráter) indignas, afastando-se de
outras pessoas e não falando palavras inúteis, desnecessárias.
3. E deve também constantemente purificar seu corpo através da
imersão no Mikvê.
4. Depois disso, deve meditar (hitboded) ocasionalmente em Yirat
HaShem (temor a Deus). Deve colocar as letras do Tetragrama
(‫ה‬-‫ו‬-‫ )י‬em seus olhos (mentalmente) sempre.
Neste período deve ser cuidadosa em afastar seus pensamentos
de toda e qualquer vaidade mundana ligando-se ao amor a Deus
com grande paixão.
Através disso, poderá se tornar digna da Ruach HaKódesh em um
dos seguintes aspectos:
NOSSOS
1) O primeiro aspecto consiste da transmissão da Luz mais alta
para a raiz [primária] da alma do indivíduo, como mencionado
anteriormente no Portão Cinco, e ela se revelará para ele.
E tal revelação é Ruach HaKódesh em sua forma mais pura.
2) O segundo aspecto ocorre pelo estudo da Torá e/ou
observância de uma Mitzvá, como nossos sábios ensinaram:
“Quando uma pessoa mantém um mandamento, ela ganha um
defensor [Anjo]”.
Isto realmente (mamash) significa que um anjo é criado através
da ação [da Mitzvá] daquela pessoa.
Se esta pessoa fizer isto consistentemente de acordo com a
Halachá (lei), com grande Kavaná, então este anjo se revelará
para ela. Este é o significado dos anjos chamados Maguidim, que
são mencionados em vários escritos.
Mas se a Mitzvá não é cumprida de acordo com a Halachá, então
este anjo será feito de bem e mal, combinando verdade e
falsidade.
3) O terceiro aspecto vem como resultado da piedade/devoção
como acima. Elias se revelará para ela. Quanto maior for sua
devoção/piedade, maior será sua revelação [iluminação/
esclarecimento].
4) O quarto aspecto é maior que todos eles. Ele envolve a
revelação da alma de um Tsadik (justo) que já faleceu [tal como o
Rei Salomão]. Este Tsadik deve compartilhar a mesma raiz com a
alma da pessoa [i.e., estar próximo a raiz da sua alma] ou pode vir
de outras raízes.
Este aspecto pode ocorrer através da observância adequada de
uma Mitzvá [excepcionalmente] similar a este Tzadik, assim como
dos aspectos anteriores. Pessoas que são dignas de atingir este
nível, podem atingir que eles ensinem a ela a sabedoria e os
mistérios ocultos e maravilhas da Torá, e tudo isto depende de
suas ações.
5) O quinto aspecto é o mais baixo de todos. Envolve sonhos,
onde o futuro e outros conhecimentos são revelados ao indivíduo.
Isto também está perto da Ruach HaKódesh.
O método discutido anteriormente traz a pessoa a um caminho
reto [i.e. o caminho melhor e mais seguro], pois a pessoa não usa
juramentos místicos para ligar-se aos Seres Supremos [usando
nomes sagrados como mencionado no Portão Seis acima], mas
unicamente o recurso do poder de suas boas ações e santificação
do ego.
Ela pode, então, assegurar-se de que a Ruach HaKódesh que ela
atinge será pura, sem qualquer mal.
Um dos modos para se conhecer a raiz da alma é se o indivíduo
nasceu sobre o mesmo signo do Tsadik. E um modo ainda mais
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impressionante é se o Tsadik tem alguma ligação ancestral e/ou
nasceu no mesmo dia do mês que ele. Também são ligações da
alma se o indivíduo nasceu no mês que é regido pela mesma letra
do mês do Tsadik.
Isto não é verdadeiro quando a pessoa tenta coagir [os Seres
Superiores. É verdade que alguém pode ter sucesso] através de
métodos que envolvam juramentos místicos, ações específicas,
preces e Yichudim [unificações].
Mas se esse alguém cometer o erro mais insignificante, é possível
que sua revelação seja misturada com [o mal das] Forças
Externas [perigosas].
Existe também outros métodos envolvendo técnicas específicas,
os quais serão discutidos na Parte Quatro.
Estes podem trazer um dos 5 aspectos mencionados acima para
uma pessoa, até mesmo quando eles não vêm automaticamente
[i.e. para acelerar o processo]; estes métodos, entretanto,
requerem grande santidade e pureza, caso contrário, eles darão
uma revelação misturada [com o mal], conforme mencionado
acima.
O primeiro caminho [i.e. do caminho de 5 passos “seguro” acima]
que já discutimos, entretanto, é o caminho levado pelas gerações
mais antigas.
Este é o caminho referido pelo Ramban em seu comentário sobre
o verso “e aderirás a Ele” (Devarim 11:22 e 30:20).
Este também é o significado da experiência de Ben Azai, quando
ele simplesmente se sentava e aprendia e era rodeado pelas
chamas flamejantes, como o Ramban explica em seu Iguéret
HaKódesh ("Epístola Sagrada"), Capítulo 5.
PORTÃO OITO
PARA CLARIFICAR O ATINGIMENTO DA RUACH HAKÓDESH
EM NOSSOS TEMPOS COM GRANDE CONCISÃO
A pessoa deve passar por 5 purificações.
1. Primeiro, ela deve se arrepender (retornar) de todos os seus
pecados, sejam aqueles que envolvem [a transgressão de]
Mitzvot negativas, a negligência das Mitzvot positivas ou a
transgressão de leis rabínicas, até mesmo em todos os tipos de
más Midot (traços de caráter).
Tal arrependimento deve incluir a resolução de nunca repetir o
pecado ou retornar aos maus hábitos. Tal arrependimento é
especialmente importante para pecados para os quais a Torá
prescreve uma penalidade de Karet (ser cortado
[espiritualmente]), ou aqueles que envolvem Chilul HaShem (a
profanação do Nome de Deus [através de más ações não
condizentes com um judeu]).
Isto inclui guardar o Shabat, Nidá [as regras menstruais], e todas
as formas de Keri (sêmen desperdiçado) [para homens],
juramentos, até mesmo se eles envolvem a verdade,
contemplação dos membros proibidos do sexo oposto, e de
Lashon HaRá (falar negativamente sobre alguém, mesmo se for
verdade), difamação, frivolidade e Devarim Betalim (palavras vãs).
A pessoa também tem que se distanciar da Ga’avá (arrogância),
raiva, irritação e tristeza, e se habituar na modéstia e humildade e
alegrando-se com o que tem.
2. A segunda purificação envolve a observância meticulosa de
todas as 248 Mitzvot da Torá [os quais fazem paralelo com as 248
partes do corpo humano], assim como os mandamentos
Rabínicas, particularmente aqueles que envolvem a separação de
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tempo para o estudo da Torá, rezar com Kavaná, recitando todas
as bênçãos, e dar Birkat HaMazon (graças após as refeições com
pão) com Kavaná, amar ao próximo e honrar o Shabat em todos
os detalhes.
A pessoa deverá acordar toda noite, à meia-noite, para labutar na
Torá e lamentar por Jerusalém. Qualquer um que assim fizer
deverá proceder com amor, pela causa dos céus [motivos puros,
não para receber recompensa etc.].
3. A terceira purificação envolvem o tempo em que a pessoa se
prepara para se santificar (lehitkadesh) com Ruach HaKódesh.
4. A quarta purificação envolve a purificação do corpo através da
imersão no Mikvê e uso de roupas limpas.
5. A quinta purificação é quando a pessoa, na verdade, se
prepara para receber Ruach HaKódesh, depois que as outras
boas Midot se tornaram parte de sua natureza.
Então, você deverá estar sozinho em um quarto, após a imersão e
a santificação. Deve ser um lugar onde você não será distraído
pelo som de vozes humanas ou pelo gorjeio dos pássaros. O
melhor momento para fazer isto é logo após a meia noite.
Feche seus olhos e liberte seus pensamentos de todas as coisas
mundanas, como se sua alma deixasse seu corpo e você ficasse
destituído de sensações, como um cadáver.
Então, fortaleça-se com um poderoso anseio, meditando sobre o
Mundo Superior. Lá você deve se ligar à Raiz de sua alma e às
Luzes Superiores.
Você deve imaginar como se sua alma deixasse seu corpo e
ascendesse ao alto. Imagine você se erguendo nos Mundos
Superiores.
Se você fizer uso de um Yichud (Unificação), tenha em mente
que, através dele, você estará transmitindo Luz e sustento para
todos os mundos. Também tenha em mente que você receberá
sua porção no fim.
Medite (hitboded) em pensamento por um curto tempo e tente
sentir como se um Espírito estivesse repousando sobre você.
Se você não sentir nada, pode-se assumir que você ainda não
está preparado para isto. Portanto, você deve se fortalecer ainda
mais no serviço e na santidade.
Depois de alguns dias, você deve meditar novamente desta
maneira, até que você se torne merecedor de que o Espírito
repouse sobre você [esta discussão será mais detalhada na Parte
Quatro].
Quando o espírito ficar sobre você, você deve ainda discernir se
ele é puro e limpo, ou se vem da Sitra Achra (“outro lado”, o lado
do mal), uma mistura de bem e mal.
Guarde em mente o que aconteceu a Ben Zoma e Ben Azai
[sábios mishnáicos] quando eles ascenderam ao Pardes.
Você deve discernir isto pelo que é revelado.
E deve consistir completamente de verdade, ou pode ser Verdade
misturada com falsidade.
Ocasionalmente, a revelação pode consistir de Devarim Betalim
(palavras inúteis), que tratam de vaidades mundanas ou ideias
que não estão de acordo com os ensinamentos da Torá, ou
similares. Quando isto acontecer, você deve afastar-se dele. Você
deve continuar se fortalecendo no serviço até que a revelação
seja fiel, baseada no temor aos céus etc.
PORTÃO DA SANTIDADE - Rabi Chaim Vital
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E saiba que no princípio, o espírito descansará sobre você
ocasionalmente, a intervalos longos. A revelação unicamente
envolverá conceitos simples, e não ideias profundas. Muito pouco
será revelado, mas à conforme o tempo passar, se fortaleça em
todos os detalhes que nós especificamos.
(aqui está um exemplo do Rabi Moshe Chaim Luzzato de uma
primeira revelação):
Vou descrever a questão concisamente. Em Rosh Chódesh Sivan
de 5486, enquanto eu estava unificando um Yichud, adormeci. E
quando acordei, ouvi uma voz dizer:
Para revelar eu desci, segredos ocultos do Santo Rei’.
Rapidamente levantei-me com medo e depois me fortaleci.
A voz não parou e me contou um segredo. No segundo dia, ao
mesmo tempo, tentei ficar sozinho no quarto, e a voz retornou e
disse outro segredo, até que um dia ele me revelou que ele é um
Magid enviado dos Shamayim (céus) e me deu Yichudim especial
para fazer todos os dias e então ele viria.
Eu não o vi, só ouvi a voz dele falar pela minha boca. E depois,
ele me deu permissão para fazer perguntas também.
Depois de cerca de 3 meses, ele me deu alguns Tikunim para
fazer cada dia, a fim de que eu merecesse uma revelação de
Eliyahu HaNavi. E então ele me mandou escrever um livro sobre
Kohelet, que ele iria me explicar o significado secreto de cada
verso.
Depois, Eliyahu veio e disse que alguns segredos. E ele disse
isso agora, Matat o grande príncipe. E quando ele chegou, eu
sabia que era ele por causa das palavras de Eliyahu.
E a partir daí, reconheci cada um por si mesmo. E além disso,
havia as almas de (tzadikim) que se revelaram...”
– trecho do livro Yarim Moshe Igeret 12)
Eis que, o princípio geral é: purificação do físico até o outro
extremo e desenraizamento dos pensamentos aleatórios e o
poder da imaginação em si completamente [i.e. mente clara].
E ele deve se apegar ao Reino Superior totalmente e
absolutamente e eis que a pessoa deve contemplar tudo o que
nós escrevemos na Parte Um, Portão Seis, porque lá é clarificada
a ordem e o modo de alcançar piedade em maiores detalhes.
PARTE QUATRO
INSTRUÇÕES PARA ATINGIR A RUACH HAKÓDESH
PORTÃO UM
MÉTODOS PRÁTICOS PARA ATINGIR A RUACH HAKÓDESH
Eu já esclareci na Parte Três, Portão Sete, que existem 5 tipos de
atingimento. Eles são:
1. Ruach HaKódesh,
2. Almas dos Tzadikim,
3. Anjos que são chamados “Magidim”,
4. Eliyahu HaNavi, e
5. Sonhos.
E para todas estas coisas é possível atingi-las por si mesmas
(indiretamente) através da santidade da pessoa e sua labuta
em Torá, sem necessidade por qualquer ação (daqui nós
vemos uma explicação para os poderes sobrenaturais
encontrados nos grandes sábios Talmúdicos).
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Também é possível atingi-los através de ações específicas após o
pré-requisito que a pessoa está apta e preparada para o
atingimento. E esta última maneira [as ações específicas] serão
esclarecidas nesta parte de tudo que é encontrado nos livros dos
antigos Sábios, e é dividido em Três Portões:
E eu já escrevi em meu longo livro, que é chamado Etz Chaim
alguns Yichudim (unificações), e tipos de caminhos maravilhosos
na questão do atingimento. E se HaShem, que Ele seja bendito,
decretar, eu os escreverei aqui com uma explicação clara em uma
parte separada.
(Nota do tradutor: O restante do Portão Um não é adequado a ser
traduzido devido ao perigo envolvido para aqueles que não são
aptos [i.e. todos nós]...) O Rav Chaim Vital escreve lá:
“E aquele que é descarado usando este nome [Sagrado] e não o
guarda, ele será punido e destruído do mundo. Ele vai morrer sem
filhos. Ele herdará sua porção entre o humilhado, ele será de
eterna traição, seu fogo nunca se apagará e seu verme não
morrerá (uma referência a Isaías 66) e da civilização ele será
banido e da luz à obscuridade, eles o expulsarão”.
(Ele também escreve na Parte Três, Portão Seis:
“E esta é também a questão da Cabala Prática. Portanto, é
proibido a praticá-la, porque inevitavelmente ele também vai
aderir ao mal que é anexado ao bem. Ele pensa em purificar sua
alma, mas a contamina através deste mal”.)
PORTÃO DOIS
SOBRE A QUESTÃO DO ATINGIMENTO
Aqui o Rabi Chaim Vital traz algumas citações de vários livros abi
Pinchas o filho de Yair diz “zelo traz a limpeza, limpeza a pureza,
pureza a separação, separação a santidade, santidade a
humildade, humildade ao temor do pecado, temor do pecado a
piedade (Chasidut), piedade a Ruach HaKódesh e Ruach
HaKódesh a ressurreição dos mortos e a ressurreição vem
através de Eliyahu”.
Igeret HaRamban, ele a enviou ao seu filho de Ako para
Barcelona. [O Rabi Chaim Vital cita palavra por palavra abaixo:]
(Escrito para seu filho mais velho, Nachman, com a instrução de
lê-la semanalmente.)
“Ouça, meu filho, as instruções do seu pai e não se esqueça do
ensinamento de sua mãe” (Provérbios 1:8). Adquira o hábito de
sempre falar calmamente com todos. Isto o afastará da ira; um
grave defeito de qualidade que leva as pessoas a pecar.
Como nossos Sábios ensinaram: “Quem se inflama com a ira está
sujeito à disciplina do Gehinom” (Nedarim 22a) conforme é dito:
"Expulse a ira do seu coração, e remova o mal da sua carne.”
(Eclesiastes 12:10) aqui Mal significa Gehinom, conforme lemos:
“e os ímpios estão destinados ao dia do mal.” (Provérbios 16:4).
Depois te ter sido salvo da ira, a qualidade da humildade entrará
em seu coração. Este atributo radiante é o melhor de todos os
atributos admiráveis (veja Avoda Zará 20b), “No despertar da
humildade vêm o temor (respeito) ao Senhor.” (Provérbios 22:4)
E através da humildade, o atributo do respeito entrará em seu
coração. Isto fará com que você sempre pense de onde veio e
PORTÃO DA SANTIDADE - Rabi Chaim Vital
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para onde está indo, e que enquanto viver você é como uma larva
e um verme, e o mesmo depois da morte.
Isto também servirá para te relembrar diante de Quem você será
julgado, o Rei da Glória (veja Avot 3:1) conforme está escrito,
“Mesmo os céus e os céus dos céus não podem Te conter,
quanto menos os corações das pessoas!” (1ª Reis 8:27;
Provérbios 15:11) Isto também está escrito: “Não sou eu que
preencho os céus e a terra? Diz o Senhor.” (Jeremias 23:24)
Quando você pensar sobre todas estas coisas, você temerá Seu
Criador, e se protegerá do pecado e, consequentemente, com
estes atributos você será feliz com o que lhe coube.
Além disso, quando você age humildemente e modestamente
diante de todos, e teme a Deus e o pecado, então o espírito da
Shechiná e seu glorioso esplendor repousará sobre você, e você
viverá a vida do Mundo Vindouro!
E agora, meu filho, entenda e veja que quem tem coração
orgulhoso e sente que é maior que os outros está se rebelando
contra o Reino dos céus, porque está se adornando com as
vestes do reino dos céus, conforme está escrito:
“O Senhor reina, vestido de orgulho.” (Salmos 93:1) Por que o
coração deveria sentir orgulho? É por causa da riqueza? “O
Senhor torna pobre ou rico.” (1ª Samuel 2:7)
É por causa da honra? Isto pertence a Deus, como nós lemos:
“Riqueza e honra vem de Ti.” (1ª Crônicas 29:12) Então como
alguém poderia se adornar com a honra do mestre? E quem se
orgulha de sua sabedoria certamente sabe que Deus “retira o
discurso dos confiantes e elimina o discernimento dos sábios.” (Jó
12:20)
Então nós vemos que todos são iguais perante Deus, já que com
Sua ira Ele diminui o orgulhoso e quando Ele quer eleva o caído.
Então diminua-se e Deus o elevará!
No entanto, agora explicarei a você como comportar-se com
humildade e a sempre seguir este atributo. Fale gentilmente em
qualquer circunstância, com sua cabeça curvada, seus olhos
voltados para o chão e seu coração para o alto (para Deus). Não
olhe a face de uma pessoa enquanto falar com ela.
Considere todos como maiores que você. Se ele é sábio ou rico,
você deve prestar-lhe respeito.
Se ele é pobre e você é mais rico ou sábio que ele, considere-se
(em seu coração) mais culpado do que ele, e que ele é mais
inocente que você, pois quando ele pecar trata-se de um engano;
enquanto seu pecado é intencional!
Em todas as suas palavras, todas suas ações, todos os seus
pensamentos e em qualquer momento considere-se em pé diante
do Santo, bendito seja Ele, e Sua Shechiná estivesse pairando
sobre você, pois a Sua gloria preencher o mundo inteiro.
Fale com temor e respeito, como um escravo diante do seu
mestre.
Atue com moderação perante todos. Quando alguém lhe chamar,
não responda alto, mas gentilmente, como alguém que está
diante do seu mestre.
A Torá deve ser sempre estudada com diligência, então você será
capaz de cumprir seus mandamentos.
Quando levantar-se de seu estudo reflita cuidadosamente sobre o
que estudou, a fim de ver o que nisto pode pôr em prática.
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Examine suas ações toda manhã e tardes, e desta maneira todos
os seus dias se passarão com Teshuvá (arrependimento).
Durante suas orações, remova todas as preocupações mundanas
do seu coração. Prepare seu coração diante do Senhor, purifique
seus pensamentos e pense no que vai falar antes de dizer.
Se você seguir estas instruções em todas as suas ações diárias,
você nunca pecará.
Desta forma tudo o que você disser, fizer ou pensar será
adequado; e suas orações serão puras, claras, limpas, piedosas e
aceitáveis perante ao Santo, bendito seja Ele, como está escrito:
“Quando os corações de alguém estão direcionados a Ti, escute-
o.” (Salmos 10:17)
Leia esta carta pelo menos uma vez por semana e não
negligencie qualquer parte dela. Cumpra isto, e ao fazê-lo, ande
com ela para sempre nos caminhos do Senhor, que Ele seja
Bendito, então você terá sucesso em todos os seus caminhos, e
mereça o Mundo Vindouro que está oculto e destinado aos justos.
Cada vez que você ler esta carta, os céus responderão seus
desejos do coração eternamente. Amén, Selá. (FIM DA
CITAÇÃO.)
Rav Yitzchak de Ako escreveu em nome de HaRav Moshe, um
estudante do Rav Yosef Gikatlia de abençoada memória: “o
homem cujo coração tem o inspirado para reparar suas Midot
(traços de caráter) e para endireitar seus caminhos e ações e a
correr atrás da humildade com absoluta sinceridade, para ser
insultado e não insultar [de volta], ouvir os outros o zombando e
não respondê-los, imediatamente a Shechiná (presença divina)
vai descansar nele e ele não vai precisar aprender da carne e
sangue, porque a Ruach Elokim (espírito do Todo Poderoso) vai
ensiná-lo.
Achei escrito que, no Tratado Kalá Capítulo “julgue seu próximo...”
diz Aba Eliyahu (Eliyahu HaNavi), “Sempre, a Torá é explicada
somente aquele que não é um kapdan (impaciente, irritável),
assim também eu me revelarei apenas aquele que não é um
kapdan”.
Quem deseja aprender a sabedoria deve se apegar a esses três
atributos: Yirá (temor e reverência a Deus), humildade e Simchá
(alegria); que ele deve temer o pecado, ser humilde e feliz com
sua porção.
E quando ele atinge a compreensão desses níveis, ele vai
alcançar a sabedoria.
Há uma história de um homem que jejuava a maioria de seus
dias, e ele fez muitas boas obras de caridade e ajudou órfãos,
mas ele buscava posições de liderança (honra).
Ele veio para os místicos que tinham atingido o nível de profecia e
disse para o maior entre eles.
“Meu mestre, em sua bondade, me diga a razão por que depois
de ter feito todas essas boas ações, porque eu não mereci o nível
de profecia, para dizer eventos futuros como você?”
Ele respondeu-lhe: pegue um saco cheio de figos e nozes e
pendure em seu pescoço.
Então vá para a rua principal da cidade em frente a todas as
pessoas importantes e reúna os jovens. Diga-lhes ‘quem quer que
eu lhe dê figos e nozes, venha e me bata com a mão no meu
pescoço e depois na minha bochecha’.
Se você fizer isso muitas vezes, volte para mim e vou guiá-lo no
caminho para atingir a verdade”.
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Ele respondeu “Meu mestre, como pode um homem honrado e
importante como eu fazer essas coisas?” O místico respondeu-lhe
“isto é uma grande questão em seus olhos!? Esta é apenas a
maneira mais fácil, que você precisará fazer se você quer que sua
alma veja a Luz da verdade” [já que ele precisava quebrar o seu
desejo por honra]. Imediatamente, ele se levantou e saiu
desanimado.
Rav Eliyahu Samelly, autor de “Reishit Chochmá” testemunhou
para mim em nome de seu Rabi, HaRav Moshe Kordovero autor
de “Pardes Rimonim”, que quem quiser saber alguma matéria, ele
deve se habituar em Kedushá, Tahará e Yirat Chet (santidade,
pureza e o temor do pecado) e especialmente nesse dia.
E à noite, depois que ele recitou a oração do Shema antes de
dormir, ele deve meditar um pouco em sua mente sem quaisquer
outros pensamentos. Então ele deveria pensar em sua pergunta
até o sono cair sobre ele e ele dormir.
E ele deve estar sozinho em casa em um lugar onde nenhum
homem irá despertá-lo.
Então eles [ou seja, lá em cima] vão responder sua pergunta
durante o sono, e ele deve ter cuidado que outros não perturbem
seu sono então.
Escreve HaRav Yitzchak de Ako, entre as condições de Perishut
(separação) e Hitbodedut (meditação) é distanciar-se de todos os
pecados [seja acidental ou voluntário] que causam a remoção da
Luz da Shechiná (divina presença) da alma do pecador.
Porque, se os homens agem mal, eles formam uma barreira entre
a sua alma e a Luz da Shechiná, e eles permanecerão na
escuridão. Mas se eles são bons, a pessoa encontrará com eles a
Luz da Shechiná.
PORTÃO TRÊS
SOBRE A CONDIÇÃO DO ATINGIMENTO
Sobre a segunda forma para alcançar os três tipos como acima
[i.e., diferentes tipos de realização – Eliyahu, almas, etc.].
Não vou anotar quaisquer ações através de juramentos [usando
nomes sagrados] e pronunciamento de nomes sagrados exceto
através de pensamento e contemplação apenas, ou através de
orações para Deus na forma de orações.
Você já sabe que todos os assuntos do atingimento requerem que
o homem esteja sozinho em sua casa para que outros não o
perturbem de seus pensamentos.
E o próprio homem deve meditar em seus pensamentos, até o
extremo oposto, que ele deve remover o corpo da sua alma, como
se ele não sentisse que ele está vestindo um [corpo] físico.
E de acordo com o quanto ele pode remover o físico, assim será
também o poder do atingimento. E se ele detecta um ruído ou
movimento que anula seus pensamentos (concentração), ou se
ele próprio virá a algum pensamento físico, eis que, o pensamento
de sua alma irá se desconectar de ser anexada aos reinos mais
elevados, e ele não vai alcançar nada.
A razão é que a santidade no alto não pode repousar sobre um
homem enquanto ele está se agarrando ao físico, nem que seja
da largura de um fio de cabelo.
E, portanto, a profecia ou Ruach HaKódesh é chamado Tardema
(sono profundo), ou Chalom (sonho) ou Chizayon (visão).
A base é que mesmo se um homem é digno de ter o repouso da
Ruach HaKódesh nele, se ele não se habituar nisso, para remover
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a alma de seu corpo completamente, a Ruach HaKódesh não irá
descansar nele.
E este é o significado secreto dos Bnei Nevi’im (estudantes dos
profetas) que jogaram perante eles tambores e tubulações, etc.
(Shmuel 1:15), porque através da doçura do som da música, a
meditação caiu sobre eles durante a doçura da voz, e eles
removeriam as suas almas [de seu corpo].
Em seguida, o jogador iria parar a música e os Bnei Nevi’im,
permaneceriam no mesmo apego Superior e fariam a profecia. Eis
que esta é a primeira condição.
A segunda condição é que o homem deve anular de si mesmo
todas as coisas que causam uma interrupção em sua meditação.
Porque na primeira condição, mencionamos apenas as coisas
físicas, que naturalmente causam uma interrupção na meditação.
No entanto, agora, vamos falar de coisas espirituais que
interrompem. E elas são as forças de Tum’á (impureza) que vem
da Yetzer HaRá (inclinação ao mal) que é vestida no próprio
homem. E eles são fortalecidos através dos pecados do homem.
Portanto, quem vem para meditar, deve primeiro fazer Teshuvá
(retorno, arrependimento) de tudo o que ele pecou.
E depois de ter cuidado para não continuar pecando em nenhum
deles. E depois de se habituar para remover de si mesmo as más
Midot (traços de caráter) que estão enraizadas nele, tais como as
Midot de raiva, tristeza, Kapdanut (irritação), palavras vãs e
similares.
E depois que ele tiver reparado as enfermidades da alma, seja em
pecados ou nas Midot, então a Ruach HaTum'á (força da
impureza) não tem o poder de interromper seu apego ao Superior
(Hebraico: Elyonim). E então ele pode se habituar na anulação do
físico de si mesmo, como mencionado na primeira condição.
E depois [de dominar] tudo isso [as 2 condições], ele pode
começar com ações que trazem a adesão com o Superior, como
explicaremos com a ajuda de Deus, como eu encontrei nas
palavras de livros e nas palavras de meditadores.
No entanto, a questão da 2ª condição, que é remover de si
mesmo as forças de Tum'á (impureza) e isto é através do
arrependimento de seus pecados, e distanciar-se das más Midot,
já expliquei o assunto conforme eu encontrei nos livros.
E depois de ter-lhe ensinado as duas condições mencionadas,
agora vou mencionar as ações que são para se aderir ao poder
da alma de um homem ao Superior, depois que ele domina as
duas condições mencionadas. Vamos começar com isto:
(Agora o Rabi Chaim Vital vai trazer algumas práticas reais para o
atingimento. Eu só traduzi a primeira. Observe que no final da
introdução deste livro ele afirma pessoalmente ter verificado que
esses métodos funcionam.)
Medite sozinho em uma casa como antes e envolva-[se] em um
Talit, sente-se e feche os olhos e retire-se completamente do
físico, como se sua alma deixasse seu corpo, e ela sobe para o
Rakia (firmamento).
E depois da remoção (do físico), leia uma Mishná, a que você
quiser, muitas vezes repetidamente, costas a costas, muito
rapidamente, tão rápido quanto você puder, mantendo uma
pronúncia clara e sem pular todas as palavras.
E tenha a intenção de aderir a sua alma com a alma do Tana
(Sábio Mishnáico), que é mencionada na Mishná.
E isto é através de sua intenção de que a sua boca deve ser um
Kli (instrumento) por meio do qual saem as letras da Mishná e a
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voz que sai do instrumento da boca, são as centelhas de sua
alma interna que saem e leem aquela Mishná.
E eles se tornam uma carruagem, para permitir o revestimento
dentro da alma daquele Tana, autor da Mishná, e que sua alma
deve tornar-se revestida em sua alma. E quando você se cansar
de ler a Mishná, se você estiver apto para isso, talvez, o autor da
Mishná entrará em sua boca, e se vestirá lá conforme você estiver
lendo a Mishná.
E então, conforme você está lendo, a Mishná, ele falará através
de sua boca e o cumprimentará Shalom. E tudo o que você então
pensará em seus pensamentos para perguntar dele, ele irá
responder-lhe e falar através de sua boca. E suas orelhas vão
ouvir suas palavras. Você não será quem está falando pela boca,
ele vai estar falando.
E este é o significado secreto de [palavras do rei David:] “o
espírito Deus falou através de mim e a Sua palavra estava na
minha língua”. (Shmuel II 2:23) (alguns dos Tehilim foram
compostos dessa maneira)
E eis que, se você não é digno para este nível elevado, é possível
que ele virá de outra maneira. É através da grande velocidade de
sua boca (na leitura da Mishná), você se cansará e suas palavras
silenciarão sem sua intenção e você vai dormir levemente.
Então, durante o sono, você verá que eles vão responder sua
pergunta seja em uma alusão ou claramente. Tudo de acordo com
sua intenção.
E se você não merecer uma destas duas formas, saiba que não
está ainda apto para isso, ou que você não foi capaz de remover-
se adequadamente do físico. [Note que a Mishná é preenchida
com camadas de significados secretos.]
(Aqui está uma parte do próximo.)
Purifique seu corpo e santifique-o das impurezas. Lave as mãos
de todas as formas de roubo e corrupção, como está escrito
(Tehilim 24:3) “quem subirá para a montanha de Deus, e quem
subirá para seu lugar santo? Aquele com as mãos limpas e um
coração puro... ele vai levantar (yisá) uma benção de Deus...”. E
você deve purificar o seu interior para ser como o seu exterior
[Tocho K'baro - que seu exterior deve refletir o seu interior, ou
seja, a pureza do coração de uma criança] como dito [acima] “e
um coração puro”.
E então ele vai “levantar uma benção de Deus”, que se refere ao
nível da profecia, como está escrito (pelo profeta Bilam –
Bamidbar 23:7), “e ele levantou a sua mensagem e disse...” Ele
deve amarrar seu espírito acima e depois ele pode atrair seu
manancial abaixo.
Primeiro aprender as razões para as Mitzvot namatéria revelada
(alguns Talmud) e depois um pouco dos Nistarot de Deus (Torá
Mística). Aprenda Torá e faça as Mitzvot e abstenha-se de todas
as palavras vãs naquele dia.
E mergulhe em um Mikvê, vestido com roupas brancas e vá para
um lugar longe de todas as formas de Tum'á (impureza) e longe
de corpos mortos ou cemitérios.
Distancie-se de todas as formas de preocupação, desespero ou
tristeza e vista-se de grande Simchá (alegria). Separar-se do
físico e ascenda mentalmente de firmamento para firmamento
[dos sete firmamentos mencionados na Parte Três, Portão Um]
até o sétimo firmamento que é chamado Aravot.
E imagine que acima de Aravot, há um grande Yeriá (cortina),
branca e enormemente grande. E lá está gravado o nome de Y-H-
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V-H [‫ה‬-‫ו‬-‫ ]י‬em escrita Ashurit (Torá) em letras enormemente
grandes.
Cada letra, como uma montanha, de forma branca como a neve.
E você deve juntar as letras...
(saltando adiante...)
(Rabi Chaim agora vai citar um livro:)
O livro Meirat Einayim (iluminação dos olhos), Parashat Ekev, no
verso “e se aderirá a Ele”: “e eu, Yitzchak o pequeno, filho de
Shmuel de Ako diz, que seja por indivíduos especiais (yechidim)
ou pelo público em geral, que quem quer saber o segredo da
conexão de sua alma no alto e o apego de seu pensamento a
Deus no alto, para que ele adquira com esse pensamento
constante e ininterrupto, o Olam HaBá (mundo vindouro), e que
Deus estará com ele neste mundo e no Olam HaBá, ele deveria
imaginar diante dos seus olhos as letras do único nome de Deus
(Yud-Hey-Vav-Hey) [‫ה‬-‫ו‬-‫ ]י‬que Ele seja bendito, como se eles
estivessem escritos na frente dele em um livro na escrita Ashurit
[hebraico na caligrafia do Sefer Torá], e cada letra deve ser
grande em seus olhos sem limite.
Isso significa que quando você coloca as letras do nome original
diante de seus olhos, os olhos da sua imaginação devem ser
sobre eles e o pensamento de sua mente e seu coração sobre o
Ein Sóf (Infinito), tudo ao mesmo tempo, a visão e o pensamento
– os dois juntos.
E este é o significado secreto da verdadeira adesão mencionada
na Torá “e se aderirá a Ele” (Devarim 30:4), ou “e nEle você
aderirá” (Devarim 10:20), ou “e vós que aderistes a Deus”
(Devarim 4:4).
E todo o tempo que a alma do homem se adere a Ele, que Ele
seja abençoado, desta forma, nenhuma coisa ruim vai acontecer
com ele, e ele nem nunca vai chegar ao erro em qualquer assunto
da sua matéria, intelectual ou emocional, e ele não vai cair na
mão do acaso [a ordem natural], porque como ele está se
aderindo com Deus, ele está acima de todos os acontecimentos e
governa sobre eles.
E em honra a Deus, que Ele seja abençoado, ele deve ter cuidado
para não aderir seus pensamentos nEle, exceto em lugares
limpos e não em becos sujos e não com as mãos limpas, e não na
frente de ídolos, ou coisa parecida.
E eu ouvi de um sábio homem temente a Deus, que ele viu o
piedoso Rabi Yitchak o filho do Ravad, que ele serviu e ele disse
que o homem piedoso (Rabi Yitzchak) todos de seus dias, seus
olhos físicos não viram nada porque ele era cego, e quando ele
precisava ir para algum lugar, ele dizia ao seu estudante que ia
com ele que quando ele atingisse um lugar de adoração de ídolos,
apressasse os seus passos, tanto quanto possível.
E parece-me que tudo o que ele fez foi em honra HaShem, que
Ele seja abençoado, porque ele precisava não pensar em um
lugar de completa Tum'á (impureza) pensamentos dEle que é a
completa Kedushá (santidade). E ele se apressaria para Pêssach
(Páscoa) a fim de retornar ao ponto onde ele parou.
E se você perguntar, por que deveríamos aderir nossos
pensamentos neste nome mais do que em qualquer outro nome
[de Deus]? É porque este nome é a fonte das fontes e a causa
das causas e tudo está incluído nele, desde Kéter para Atara, de
Ein Sóf para Ein Sóf, e é a causa de toda a existência de Kéter a
um pequeno mosquito.
E sobre este grande nome disse que o grande compositor de
Israel [o Rei David] “Shiviti Adonai Lenegdi Tamid Ki Mimini Bal
Emot” ["Coloquei Deus diante de mim sempre, Ele está à minha
PORTÃO DA SANTIDADE - Rabi Chaim Vital
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mão direita, e não se moverá” Tehilim 16:8, Rabi Aryeh Kaplan
explica: o que ele quis dizer foi, “Não afasto os meus
pensamentos de Deus, Ele é como minha mão direita, que eu não
esqueço nem mesmo por um instante devido à facilidade de seus
movimentos.
Portanto, eu não me moverei, eu não cairei.
Ao dizer “diante de mim”, é uma dica para o que escrevemos, que
seus olhos e coração estavam sempre a Deus como se
estivessem escritas na frente dele...
[Nota: Curiosamente, isto é trazido como a primeira Halachá no
Shulchan Aruch (código da lei judaica) no Rama.
O Chafetz Chaim explica este verso da seguinte forma (do Shem
Olam parte 2 cap.10): “o princípio geral, é para cada pessoa boa
contemplar, sempre, como a presença de HaShem preenche o
mundo, e que ele está de pé diante dele para fazer a sua vontade.
Isto é o que se entende por “Shiviti Adonai...”, que “Eu contemplo
constantemente que eu estou em pé diante de Deus para fazer
Sua vontade” e isto é o que Deus disse para Avraham “Ande
perante Mim e seja Perfeito...” (Bereshit 17:1), que significa
contemple sempre que você está em pé diante de mim”.
Também, o Rav Avigdor Miller ensinou que o
contemplar o Olam HaBá diariamente por
contemplar como o Chafetz Chaim escreveu
durante 30 segundos provavelmente também é
para desenvolver uma Emuná “tangível”.
O livro sagrado Arvei Nachal (Chelek 2 111b) acrescentou que
“Toda vez que alguém cumpre o verso “Shiviti Adonai....”, ele não
virá a arrogância, ou busca de honra, enquanto ele está em pé
diante do Rei dos reis, o Santo bendito seja Ele, mas se ele
esquece momentaneamente até mesmo um pouco, este é o
significado do verso “vatechasrehu me-at mElokim” (você faltou
um pouco de Deus) então imediatamente “vkavod vhadar
teatrehu” (e honra e glória o circundam).]
...Depois que um homem tenha merecido a adesão [de seus
pensamentos para Deus], ele merecerá o segredo da “igualdade”
[explicado em breve] e se ele merecer o segredo da “igualdade”,
ele merecerá o segredo da “meditação”, e depois que ele tenha
merecido o segredo da “meditação”, ele merecerá Ruach
HaKódesh e deste a profecia, o que significa, ele profetizará e dirá
sobre eventos futuros [ele também será capaz de olhar com os
olhos da sua alma e não apenas seus olhos físicos. Isto lhe dará
poderes sobrenaturais, de clarividência].
E sobre a questão de “Hishtavut” (igualdade [de atributos]), Rabi
Avner me disse: um homem sábio, entre os Mitbodedim
(meditadores) veio até mim buscando que eu o aceitasse entre os
Mitbodedim.
O mestre disse-lhe “Abençoado sejas meu filho Deus, suas
intenções são boas.
No entanto deixe-me saber se você alcançou o nível de
‘igualdade’ ou não”.
Ele respondeu “Rabi explicou suas palavras”. Ele disse “Pois dois
homens, se um deles honra você e o segundo te insulta, eles são
iguais aos seus olhos?”
Ele respondeu “não meu mestre. Porque sinto prazer e
contentamento de quem me honra e a dor de quem me insulta,
mas não qualquer rancor contra ele”.
Ele respondeu “meu filho, vá em paz, porque enquanto você não
atingir ‘igualdade’ até que sua alma não sinta a honra de alguém
que homenageia você, nem o embaraço de uma pessoa que se
envergonha, não está preparado para ter seus pensamentos,
atados com o Superior quando você vir e meditar.
Vá e humilde mais seu coração em verdade até que você atinja a
‘igualdade’ e, então, você será capaz de meditar.
A questão da igualdade, vem através da adesão dos seus
pensamentos a Deus, que Ele seja abençoado.
Porque a adesão a Deus faz com que o homem não olhe aos
outros o honrando, nem em lhe envergonhando.
Ele também não ficará preocupado com as forças do mal. Você
pode ver que quando Deus estava com [o rei Shaul] e os
pensamentos de Shaul se aderiram a Ele, ele removeu os
feiticeiros da terra e da mesma forma, ele não se importava
quando homens malvados o insultaram quando ele foi coroado
como rei sobre Israel (Shmuel 11).
Mas quando Deus o deixou, ele se transformou em uma pessoa
diferente.
Ele perseguiu os feiticeiros (Shmuel I 28:7) e ele também ficou
furioso e irado sobre os justos Kohanim que não pecaram contra
ele e ele derramou seu sangue por nada... E se assim for, um
indivíduo deve homem deve primeiro fazer uma grande humildade para merecer
30 segundos, a Hitdabkut (adesão a Deus) e isso vem através da observância
todos os dias das Mitzvot com toda sua força [ênfase minha].
uma boa ideia,
E também para aderir-se absolutamente com a característica da
humildade, que os olhos dele devem estar abaixo e o coração
dele acima.
[A razão que o indivíduo deve tentar cumprir suas obrigações para
Deus com o melhor de sua capacidade é que caso contrário
pensar nEle só pode trazer o indivíduo a vergonha – Mesilat
Yesharim – O Caminho dos Justos]
(as próximas 20 páginas aproximadamente não foram traduzidas
devido a abstração e aos perigos envolvidos. O Rabi Chaim Vital
alerta na Parte Quatro, Portão Um:
“... e na condição de que quem usa este [nome sagrado] é um
vaso preparado para receber a energia espiritual, e que ele está
apto para isso [i.e., uma pessoa muito Santa], mas se ele não for,
então Deus vai mudar para cruel e eles “então se transformarão
em uma planta degenerada de uma videira estranha”, Deus
proíba (uma referência a Yirmiyahu 2:21)... “e aquele que é
descarado usando este nome [sagrado] e não o guarda
corretamente, ele será punido e destruído do mundo.
Ele vai morrer sem filhos [seus filhos serão massacrados]. Ele
herdará sua porção entre o humilhado, ele será de eterna traição,
seu fogo nunca se apagara e seu verme não morrerá (uma
referência a Isaías 66:24) e do mundo ele será banido e da luz à
escuridão, eles o expulsarão”. [i.e., ele vai trazer um espírito
destrutivo que irá levá-lo às garras das Forças do mal.]
Para um somatório de grande parte dos preparativos, consulte a
enganosamente simples, carta do Ramban acima ou o pequeno
livro: Tomer Devorá (Tamareira de Débora, aqui)
Para o “mapa da estrada” dos preparativos práticos, veja o
inigualável Caminho do Justo pelo Rabi Moshe Luzzato (que
foi o principal sucessor do Rabi Chaim Vital) (este livro é o
único que não só te diz o que fazer, mas também diz-lhe em que
ordem fazer, ou seja, qual etapa deve ser dominada antes de
passar para o próximo passo.)
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