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CENTRO DE FORMAÇÃO TECNOLOGICO DO ITEL – CFITEL.

Redes de Fibras Ópticas

Conector Trechos de fibra


Fontes de Fontes de
óptico óptica
Informação Informação

Transmissor
Receptor óptico
óptico
Amplificador
Dispositivos ópticos, óptico Conector
activos ou passivos
óptico

Formador: Dionísio Fama Noque.


dionisiofama@hotmail.com

Todos os direitos reservados pelo autor.


Em nenhuma circunstância esse material poderá ser reproduzido ou transmitido sejam quais
forem os meios usados: electrônicos, mecânicos, fotográficos ou quaisquer outros.

Centro de Formação Tecnologico do ITEL (CFITEL). Versão 1.3


Bairro CTT, Km 7- Rangel – Luanda - Angola
www.itel.co.ao. Autor: Dionísio
E-mail: formacao.formacao@cfitel.gov.ao Fama Noque
Curso de Redes de fibras ópticas.

Índice
o Introdução aos Sistemas de Telecomunicações.
o Fundamentos das fibras ópticas.
o Vantagens das comunicações ópticas.
o Desvantagens das comunicações ópticas.
o Índice de refracção absoluto.
o Confinamento da luz na fibra.
o Tipos de Fibras.
o Estrutura Básica Da Fibra Óptica.
• Cabos ópticos.
o Atenuação.
o Dispersão Cromática e Dispersão por modo de polarização (PMD).
o Conectores.
o Enlaces de fibras ópticas.
o Critérios para Elaboração dos Desenho do Traçado
o Testes Em enlaces Ópticos.
o Medidas De Atenuação.
o Redes ópticas.
o FTT-X.
o Topologias de Rede Óptica.
o PON – Network Optical Passive.
o Componentes ópticos passivos.
o Sistemas WDM e DWDM.
o Sistemas Rádio sobre Fibra.
o Principais componentes de um sistema RoF.
o Cálculo de Enlace.
o Simulação computacional.
o Interpretação de projetos.

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INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE TELECOMUNICAÇÕES

Um sistema de telecomunicações é todo sistema capaz de realizar uma comunicação a


distância. De um modo geral um sistema de Telecomunicações é composto pelos seguintes
blocos: Transmissor, Canal e receptor. A figura 1 apresenta uma visão geral de um sistema de
Telecomunicações..

Figura 1: Diagrama em bloco de um Sistema de Telecomunicações.

Note que na figura 1 além dos blocos dito anteriormente, está referenciado outros
parâmetros a serem considerados como:

Fonte – Na entrada, gera o sinal que contém a informação a ser transmitida;

Sinal transmitido - é o sinal processado pelo bloco transmissor a fim de possuir características
que lhe permitem propagar no canal; normalmente é um sinal modulado e/ou multiplexado.

Ruído, interferência e Distorção são sinais indesejados que surgem no canal ao longo da
propagação da informação. Em um sistema de comunicação, devido a imperfeição do canal
sempre teremos a presença destes parâmetros.

Sinal recebido – é a soma do sinal transmitido com todos os sinais interferentes (ruído);

Sinal de saída – é o sinal processado pelo receptor a fim de possuir as características da


mensagem que se deseja interpretar.

Constantemente os sistemas de telecomunicações apresentam evoluções ao longo do


tempo e a tecnologia em comunicações ópticas tem crescido rapidamente nos últimos anos.
Conseguiram-se avanços significativos no tipo de guias de ondas para as frequências do

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infravermelho identificado como fibra óptica. Os modelos mais aperfeiçoados apresentam baixa
atenuação, baixa dispersão e pequenos efeitos não-lineares. A aplicação dessas fibras nos
diversos setores da tecnologia da informação é muito difundida. Nas últimas décadas, os
sistemas de comunicações ópticos têm passado por grande evolução, elevando sua capacidade a
taxas de cerca de 100 vezes por década, superando muito os sistemas eletrônicos com circuitos
integrados. Atingiram-se transmissões de dezenas de gigabits por segundo, sendo o limite
determinado pelos circuitos eletrônicos de processamento do sinal de modulação. Com o advento
da tecnologia de multiplexagem por comprimentos de onda (WDM), ampliou-se ainda mais a
largura de faixa, mesmo com as limitações dos circuitos eletrônicos, possibilitando a transmissão
de taxas de terabits por segundo em uma única fibra.

Conversão de Potência

Em sistemas de telecomunicações é usada a unidade logarítmica dBm para expressar uma


determinada potência de um sinal. Em certos casos existe há necessidade de sabermos a potência
equivalente em watts (unidade de potencia no sistema Internacional), para tal é utilizada a
expressão a seguir para a conversão da potência.

𝑃(𝑑𝐵𝑚) = 10 log 𝑃(𝑚𝑊). (1)

FUNDAMENTOS DAS FIBRAS ÓPTICAS

A fibra óptica em si foi inventada pelo físico indiano Narinder Singh Kanpany, ela se
tornou mais prática, durante os anos 60 com o surgimento das fontes de luz de estado sólido, raio
lazer e os LEDs (do inglês Light-Emitting Diodes), e das fibras de vidro de alta qualidade com
baixa concentração de impurezas. As companhias telefónicas foram as primeiras a se beneficiar
do uso de técnicas de fibra óptica em conexões de longa distância, em meados da década de 80,
foram estendidos, nos Estados Unidos e no Japão, milhares de quilômetros de cabos de fibra
óptica para estabelecer comunicações telefónicas.

Além de aplicação em telecomunicações, as fibras ópticas são usadas em vários


equipamentos médicos projetados para examinar o interior do corpo, uma vez que as imagens
transmitidas podem ser ampliadas e manipuladas para permitir uma observação mais detalhada
de cavidades do organismo. Recorre-se também à fibra óptica nos estudos de física e engenharia
nuclear para a visualização das operações que se realizam na inspeção do núcleo dos reatores.

As Fibras Ópticas são fios finos feitos de sílica, silicone, vidro, nylon ou plástico, que
são materiais dielétricos (isolantes eléctricos) e transparentes para a faixa do espectro da luz

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visível e infravermelho próximo. São guias de onda, e podem ser informalmente entendidas
como "encanamentos de luz": a luz aplicada a uma das extremidades percorre a fibra até sair pela
outra extremidade, podendo este percurso atingir centenas de quilômetros sem a necessidade de
regeneração ou amplificação do sinal.

Os dados percorrem o centro de cada fio de fibra de vidro, denominado núcleo. A luz de
um díodo ou lazer entra no núcleo através de uma das extremidades do cabo e é absorvida por
sua parede (um fenômeno denominado reflexão interna total). As fibras ópticas são atualmente
as maiores responsáveis pelas revoluções ocorridas nas telecomunicações. Elas têm tomado os
lugares dos cabos metálicos na transmissão de dados e têm capacidade de transmitir uma
quantidade enorme de informações com confiabilidade e em alta velocidade.

Vantagens das fibras ópticas

 Baixa atenuação
 Maior capacidade de transmissão
 Dimensões e peso reduzido nos cabos
 Condutividade eléctrica nula
 Imunidade as interferências electromagnéticas
 Qualidade de transmissão
 Sigilo na transmissão
 Facilidade de obtenção da matéria-prima
 Baixas Perdas de informação

Desvantagens das fibras ópticas.

Embora as características vantajosas das fibras ópticas superem em muito suas


desvantagens, alguns efeitos indesejáveis devem ser conhecidos, a fim de que se possa orientar a
dequadamente a sua utilização.

 Custo elevado para sistemas de pequenas larguras de faixa;


 Dificuldades nas emendas e conectores;
 Absorção de hidrogénio;
 Impossibilidade de conduzir corrente eléctrica;
 Sensibilidade a irradiação;
 A escolha da frequência;
 Não permitir mobilidade.

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Índice de refracção absoluto

O índice de refracção (n) é definido como a razão entre a velocidade da luz no vácuo
(constante para todos os comprimentos de onda) e a velocidade da luz no material. Assim, a luz
viaja mais rapidamente por um meio que apresenta n menor e mais lentamente por um meio que
apresenta n maior.

Para o cálculo de índice de refracção é usada a seguinte formula.


c
𝑛=v (2)
Onde c é a velocidade da luz no vácuo e igual a 3.108m/s, e v é a velocidade da luz no
meio. Como a velocidade de propagação da luz é maior no vácuo do que em qualquer outro meio
material (c>v), pela formula acima concluímos que o índice de refracção é sempre maior que 1.
Tabela 1.Índice de refracção de alguns meios e a velocidade da luz no meio.
Meio Índice de refracção (n) Velocidade da luz v(Km/s)
Vácuo 1 300,000
Ar 1,0003 300,000
Água 1,33 225,000
Vidro 1,5 200,000
Diamante 2,0 150,000
Arseneto de gálio 3,6 83,000
O índice de refracção na fibra é aproximadamente 1,5 tanto no núcleo quanto na casca,
sendo ligeiramente maior no núcleo.

Confinamento da luz na fibra

A luz ao se propagar pela fibra sofre continuas reflexões internas, uma vez que há
materiais diferentes na sua composição e é confinada principalmente em seu núcleo pelo
processo de reflexão interna total (figura 2). Isso ocorre quando o ângulo de incidência é igual ou
maior do que o ângulo critico na interface do núcleo com a casca. O fenômeno ocorrerá quando
o índice de refracção do núcleo da fibra for maior que o índice de refracção da casca.

Figura 2: Reflexão interna total na fibra óptica.

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Tipos de fibras ópticas

Segundo o número de modos guiados as fibras ópticas são classificadas em: Multímodo
(MM) e Mono modo (SM-Singlemode) (figura 3).

Figura 3: fibras monomodo e fibra multímodo.

Comparação entre as fibras multímodo e monomodo

 Multimodo:
o Permite o uso de fontes luminosas de baixa ocorrência tais como LEDs (mais
baratos).
o Diâmetros maiores; facilitam o acoplamento de fontes luminosas e requerem pouca
precisão nos conectores.
o Muito usado para curtas distâncias pelo preço e facilidade de implementação, pois a
longa distância tem muita perda.

Casca Núcleo
125um 62,5um n

Figura 4: Fibra multímodo

 Monomodo:
o Permite a propagação de apenas um modo na fibra.
o Dimensões menores.
o Maior banda passante por ter menor dispersão.
o Geralmente é usado laser como fonte de geração de sinal.

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Figura 5:Fibra monomodo

ESTRUTURA BÁSICA DA FIBRA ÓPTICA

Devido a sua fragilidade, a fibra óptica é revestida de elementos que lhe dão sustentação,
permitindo-lhe maior flexibilidade e facilitando o seu manuseio. O material mais utilizado para
este finalidade é o acrilato e o diâmetro deste revestimento é de 250μm. O acrilato é também
utilizado para numeração das fibras de um cabo óptico, através de um código de cores.

Os cordões ópticos utilizados para interligar os cabos ópticos aos equipamentos possuem
uma terceira camada de revestimento. Esta terceira é de nylon e possui um diâmetro em torno de
900μm.

Figura 6: Estrutura básica da fibra óptica.

Como são muitos os fabricantes de cabos ópticos, portanto existe uma grande variedade
de cabos. Os modelos de cabos ópticos variam entre fabricantes e pelo número de fibras que eles
suportam.

No caso da tabela 3 e 4. Trata-se de um modelo de cabo com 144 fibras. As fibras estão
distribuídas nas unidades básicas, formando grupos independentes de 12 fibras cada, obedecendo
uma sequência de cores: Na tabela 4, temos um cabo com 72 fibras.

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Tabela 3 – Código de cores para cabos com 144 fibras Padrão EIA598-A

Tabela 4 – Código de cores para cabos com 144 fibras e cabo para 72 fibras. Patrão ABNT
CÓDIGO DE CORES PARA CFOA 12 FO POR TUBO LOOSE ATÉ 144 FO
Verde Amarelo Branco Branco Branco Branco Branco Branco Branco Branco Branco Branco
GR-01 GR-02 GR-03 GR-04 GR-05 GR-06 GR-07 GR-08 GR-09 GR-10 GR-11 GR-12
Verde 1 13 25 37 49 61 73 85 97 109 121 133
Amarelo 2 14 26 38 50 62 74 86 98 110 122 134
Branco 3 15 27 39 51 63 75 87 99 111 123 135
Azul 4 16 28 40 52 64 76 88 100 112 124 136
Vermelho 5 17 29 41 53 65 77 89 101 113 125 137

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Violeta 6 18 30 42 54 66 78 90 102 114 126 138


Castanho 7 19 31 43 55 67 79 91 103 115 127 139
Rosa 8 20 32 44 56 68 80 92 104 116 128 140
Preto 9 21 33 45 57 69 81 93 105 117 129 141
Cinzeto 10 22 34 46 58 70 82 94 106 118 130 142
Laranja 11 23 35 47 59 71 83 95 107 119 131 143
Azul claro 12 24 36 48 60 72 84 96 108 120 132 144

CÓDIGO DE CORES PARA CFOA 06 FO POR TUBOLOOSE ATÉ 72 FO


Verde Amarelo Branco Branco Branco Branco Branco Branco Branco Branco Branco Branco
GR-01 GR-02 GR-03 GR-04 GR-05 GR-06 GR-07 GR-08 GR-09 GR-10 GR-11 GR-12
Verde 1 7 13 19 25 31 37 43 49 55 61 67
Amarelo 2 8 14 20 26 32 38 44 50 56 62 68
Branco 3 9 15 21 27 33 39 45 51 57 63 69
Azul 4 10 16 22 28 34 40 46 52 58 64 70
Vermelho 5 11 17 23 29 35 41 47 53 59 65 71
Violeta 6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72
Tabela 4 – Código de cores para cabos com cabo de 72 fibras. Patrão ABNT

Para facilitar o lançamento e garantir uma proteção adequada, as fibras ópticas são grupadas
em cabos com 6, 12, 18, 36, 48, 72 ou até 144 fibras, monomodo, multímodo ou com zero-
dispersão, conforme o tipo de utilização.
CABOS ÓPTICOS.

São estruturas compostas por fibras ópticas monomodo ou multimodo agrupadas em


unidades básicas, por um ou mais elementos de tração e por revestimentos, enfaixamentos e
compostos destinados à proteção das fibras ópticas.Têm por função proteger, agrupar e organizar
as fibras ópticas.
Estrutura
o Fibras ópticas
o Unidades básicas
o Elementos de tração ou sustentação
o Barreira à penetração de umidade
o Enfaixamentos
o Proteções extras de acordo com ambiente de uso
o Cordão de rasgamento
o Revestimento externo

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Projeto

Existem duas filosofias de projeto de cabo óptico:

o Utilizando fibras “Tight” – sem excesso de fibra óptica.

o Utilizando fibras “Loose” – permite o excesso de fibra óptica.

Para facilitar o lançamento e garantir uma proteção adequada, as fibras ópticas são
grupadas em cabos com 6, 12, 18, 36, 48, 72 ou até 144 fibras, monomodo, multímodo ou com
zero-dispersão, conforme o tipo de utilização.

Em Telecomunicações onde se exige alta capacidade e rotas de longa distância


(backbones), a preferência é pela fibra monomodo, dada as suas vantagens, já abordadas. De
uma maneira geral, os cabos ópticos podem ser classificados em:

CABOS AÉREOS

São instalados em postes, formando a rede externa aérea para telefonia e TV a cabo.
Podem ser auto-sustentados ou espinados. No primeiro caso, elementos de sustentação são
inseridos na própria estrutura dos cabos. No segundo caso os cabos são lançados sobre
cordoalhas de aço de sustentação denominadas mensageiros. O cabo é fixado ao mensageiro
através de um arame isolado com capa plástica denominado arame de espinar que é enrolado em
forma helicoidal. Para isso utiliza-se uma máquina de espinar. A fixação do cabo ao mensageiro

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pode ser feita através da máquina de grampear, que une o mensageiro ao cabo através de
grampos espaçados a cada 50 cm.

Figura 7: Estrutura cabo aéreo.

CABOS SUBTERRÂNEOS PARA DUTOS E SUBDUTOS

Os cabos são lançados no interior de dutos e subdutos que o protegem de agentes


externos minimizando a interrupção dos serviços por acidentes ou vandalismo.
Como os cabos ópticos são sensíveis à tração no lançamento podem ser utilizadas máquinas que
sopram (insuflam) o cabo utilizando ar comprimido em vez de guinchos que puxam (tracionam)
o cabo.

Figura 8: dutos e subdutos.

CABOS SUBTERRÂNEOS DIRETAMENTE ENTERRADOS

Os materiais utilizados na fabricação do cabo garantem total proteção contra intempéries.


Seu revestimento em poliamida protege-o contra o ataque de formigas e cupins e danos causados
por ação química de substâncias existentes no solo.
No lançamento desse tipo de cabo utiliza-se um aradoouvaletadeira que consiste em um
trator que reboca uma bobina de cabos. A mesma máquina faz a abertura do solo, a colocação do
cabo e o recobrimento, em uma única operação, barateando e agilizando a instalação.

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Figura 9: Veletadeira

CABOS SUBMARINOS

Embora relativamente finos (com cerca de 7 centímetros de espessura) os cabos


submarinos são construídos para serem bastante resistentes. Por baixo de uma grossa camada de
poliestireno (1) temos uma camada de mylar (2), múltiplos cabos de aço, destinados a tornarem o
cabo resistente mecanicamente (3), camadas de alumínio e policarbonato, que garantem a
proteção contra a água (4, 5), um tubo de cobre (6) uma camada de gel (7) e por fim o feixe de
cabos de fibra, que são a parte realmente importante:

Figura 9: Cabos Submarinos

Os cabos ópticos submarinos são instalados no leito do oceano a um custo de vários


bilhões de dólares por navios especializados. O trabalho é feito em duas etapas: com o navio
movendo-se lentamente é depositado o cabo no leito do oceano; um instalador robótico
conectado ao cabo cava uma cova rasa no leito do oceano e enterra o cabo na mesma velocidade.
Para que a degradação do sinal seja a menor possível, o cabo precisa ser instalado em trechos
perfeitamente retos, o que demanda uma navegação especialmente precisa.

Figura 10: Lançamento de um Cabos Submarinos

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CABOS INTERNOS:

Utilizados em instalações no interior de edifícios. Com características de não propagação


à chama, estes cabos são indicados para instalações internas em centrais telefônicas, prédios
comerciais, industriais ou aplicações onde seja exigido segurança a não propagação de fogo.

Linhas de transmissão de eletricidade com fibras ópticas


Atualmente as empresas fornecedoras de eletricidade, instalam as redes eléctricas
juntamente com redes ópticas para gerenciar as estações remotas da empresa e para geração de
receitas, alugando as fibras não utilizadas. São exemplos de cabos usados pelas operadoras de
eletricidade:

Cabos pára-raios (OPGW –Optical Ground Wire)

É um cabo especial utilizado em linhas de transmissão de energia elétrica. Os cabos que


transportam energia elétrica são suportados por altas torres e delas convenientemente isolados.
São linhas de longa distância levando energia elétrica, em alta tensão, das usinas geradoras até as
cidades, as quais servem. Pelo topo das torres, acima das linhas de transmissão, passa um cabo
pára-raios, que protege as linhas da incidência de raios atmosféricos.

Utilizados em instalações no interior de edifícios. Com características de não propagação


à chama, estes cabos são indicados para instalações internas em centrais telefônicas, prédios
comerciais, industriais ou aplicações onde seja exigido segurança a não propagação de fogo.

Com o advento das fibras ópticas, este cabo pára-raios passou a ter fabricação especial.
Ele é oco e no seu interior passa um cabo óptico de características especiais. Geralmente ele é
composto de 8 ou até 48 fibras, do tipo multimodo de índice gradual e com 8 μm de diâmetro,
utilizando as janelas de 1300 e 1550 nm. Este cabo serve para a transmissão de sinais de
telessupervisão e telecomando, das unidades que compõem a linha de transmissão, bem como
para a transmissão de mensagens administrativas entre os órgãos da empresa de energia elétrica,
ao longo da rota. Podem, também, serem utilizados para comunicações públicas mediante
convênios firmados entre as operadoras de telecomunicações e as empresas de transmissão de
energia elétrica.

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Cabos pára-raios (OPGW –Optical Ground Wire)

Figura 11: Cabos OPGW


OPPW – Optical Fiber Phase Wire: Cabo de fase que abriga em seu interior fibras
Óptica;

CABO DROP

Recomendado para utilização em redes FTTH (Fiber To The Home –fibra até a casa) para
acesso final ao cliente em redes FTTH. Sua construção tipo figura 12, confere ao produto grande
facilidade de instalação e confiabilidade da rede somado ao baixo custo de instalação e
manutenção. Apresenta desempenho mecânico adequado para instalações em vão máximo de 80
metros com flecha de 1%, podendo ser instalado em linhas de dutos ou eletrocalhas.

Figura 12: Cabos drop

Nomenclatura para cabos em Dutos ou Enterrados

CFOA-X-Y-G-Z

C- Cabo;

F- fibra;

O- Óptica;

A- Revestimento da fibra “Acrilato”;

X- tipo de Fibra: MM-Multimodo, SM- Monomodo.

Y- Aplicação do cabo: DD-Duto; DE-Enterrado; DPE- Protegido Enterrado.

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G- Núcleo geleado.

Z- Número de fibras ópticas.

Nomenclatura para cabos Aéreos

CFOA-X-ASY-G-Z

C- Cabo;

F- fibra;

O- Óptica;

A-Revestimento da fibra “Acrilato”;

X- Tipo de Fibra: MM-Multimodo, SM- Monomodo, DS- Dispersão deslocada.

AS- Auto sustentado

Y- Vão máximo sustentado: 80m, 120m, 200m.

G- Núcleo geleado.

Z- Numero de fibras ópticas.

COMPRIMENTO DE ONDA

Em um sistema de fibras, as janelas usuais de transmissão estão centradas em 850, 1310 e


1550nm (figura 13). O comprimento de onda na origem afeta a atenuação assim como a
dispersão de pulso do sinal transmitido na fibra.

Figura 12: Janelas usuais de transmissão em comunicações ópticas.

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A largura espectral, ou faixa de comprimento de onda emitido, também afetam a dispersão de


pulso, que aumenta com a faixa de comprimento de onda. A largura espectral é uma das
principais diferenças entre os LEDs e os Lasers de linha mais estreita.
O comprimento de onda emitido depende do material semicondutor do qual a fonte de luz é
feita e a largura espectral depende da estrutura do dispositivo. Por exemplo, um laser e um LED
feitos do mesmo material podem ter o mesmo comprimento de onda central e largura espectral
diferentes, dois lasers com a mesma estrutura feitos de matérias diferentes têm larguras
espectrais comparáveis, mas com diferentes comprimentos de onda.

EFEITOS LINEARES NA FIBRA ÓPTICA


Atenuação

A atenuação mede a redução da intensidade do sinal comparado à potência de saída com a


potência de entrada. As medidas são feitas em decibéis (dB). O decibel é uma unidade de medida
logarítmica da razão entre potência de saída e potência de entrada. Decibel é na realidade um
décimo de uma unidade chamada BEL em homenagem ao Cientista Alexandre Graham Bell.

As perdas em decibéis são calculadas pela fórmula:

A = −10 ∗ log10 𝑃𝑠⁄𝑃𝑖 [𝑑𝐵]

Onde:

A – Atenuação
Ps – Potência de saída
Pi – Potência de entrada
O sinal menos é usado para evitar números negativos em medidas de atenuação. Isso não
é usado em sistemas onde o nível de sinal pode aumentar, onde o sinal do logaritmo indica se o
sinal diminui (negativo) ou aumenta (positivo).

As fibras ópticas são as únicas linhas de transmissão que permitem transmissão de sinais
em alta velocidade com baixa atenuação. As fibras monomodo se destacam pela sua baixa
atenuação, cerca de 0,2dB/km através de uma largura de banda de vários THz. Entretanto, após
longas distâncias de propagação, a atenuação na fibra reduz a potência do sinal abaixo do limiar
detectável pelos receptores ópticos, tornando necessária a amplificação óptica.

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CONECTORES

Um conector é um dispositivo que pode ser casado e descasado repetidamente com


dispositivos similares para transferir luz entre duas extremidades de fibras ou entre uma
extremidade de fibra e um transmissor ou receptor. O conector é montado na extremidade de um
cabo ou em um invólucro de dispositivo.

Tipos de Conectores Ópticos

• Quanto a tecnologia:

• FC, SC, ST, SMA, Bicônico, E2000, etc...

• Quanto ao polimento:

• PC, SPC, UPC, APC

• Quanto ao material do ferrolho:

• Cerâmica, aço inox

Tipos de conectores

• SMA • DIN ANOS • ST


90 bastante
utilizado em
equipamentos, por ser
ANOS 90 um modelo de
ANOS 90
ENCONTRAD conector de boa
ENCONTRAD resistência aos esforços
O EM CABOS
O EM CABOS de conexão e
ANTIGOS desconexão
ANTIGOS

• E 2000 • SC • LC
muito utilizado em
• FC/PC
muito utilizado em
mais utilizado que o SC,
rotas de longa É o mais comum nas equipamentos de teste, pois
estações, pois oferece pois tem preço
distância perdas é mais robusto, qualidade
custos baixos e equivalente e é menor,
inferiores a 0,1dB e facilidade de necessária em conectores de
reduzindo o espaço por
possui um sistema manuseio. Tem perdas cordões de testes, pois há a
conector e portanto é
mecânico de na ordem de 0,2dB a necessidade de
0,5dB por conexão. possível colocar mais
autoproteção que evita acoplamentos e
conectores por bastidor
a contaminação da desacoplamentos
extremidade custo frequentes
mais elevado

Figura 7: Conectores Óptico

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Perda de retorno

PC-Polim UPC-Poliment APC-Poliment


ento plano o contato Ultr o plano em âng
Perda de R
Perda de R Perda de Ret etorno
etorno orno < 70 dB

Polimentro dos conectores ópticos

Especificação dos conectores ópticos

SC / PC SC / APC Connectors
o Return Loss -30 dB min. o Insertion Loss 0.35 dB max.
(1310 and 1550 nm) 0.15 dB ty
SC UPC Connectors
pical
o Insertion Loss 0.2 dB max. o Return Loss -60 dB min.
(1310 and 1550 nm) 0.09 dB (1310 and 1550 nm)
typical o Polished Endface Radius 5 -
o Return Loss -50 dB min. 15 mm
(1310 and 1550 nm) o Endface Angle 8˚ ± 0.5
o Radius of Curvature 10-25
mm

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ENLACES DE FIBRAS ÓPTICAS

Normalmente os cabos de fibras ópticas vêm em carretéis nos comprimentos padrões de 1


a 4 km (figura 13). Para instalações em comprimento maior é feito emendas em vários
segmentos de cabo.

Figura 17: carretel de fibra óptica

Quando os cabos são instalados em dutos subterrâneos, as emendas são feitas e instaladas
em orifício de manutenção, com comprimento do segmento de cabo dependendo do espaçamento
entre orifício. Os cabos aéreos são emendados em campo, de segmentos tipicamente bem acima
de um quilómetro de comprimento.

As características físicas das emendas são importantes em muitas aplicações de longa


distância. Os cabos emendados precisam ser capazes de suportar o ambiente externo hostil, e,
portanto são acondicionados em invólucros protetores (caixas de emendas). Apesar de muitos
invólucros de emendas serem projetados para serem reabertos se forem necessários reparo ou
alterações, eles podem ser hermeticamente selados para proteger contra extremos de temperatura
e humidade. Isso combinado com a baixa perda das emendas torna as mesmas a maneira
preferida de se reunir comprimento de fibra em sistemas de telecomunicações de longa distância.
Essas considerações são menos importantes em sistemas mais curtos e em sistemas mais
controlados, onde os conectores costumam ser usados.

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Figura 8: Caixa de emenda.

Macrocurvatura

Em redes ópticas, a macrocurvatura ocorre quando a Fibra sofre uma curvatura tal que a
luz tende aescapar de seu confinamento e consequentemente de sua reflexão normal.

Este fenômeno é usado para extrair e também para inserir luz em uma Fibra, para fins de medida,
alinhamento em máquinas de emenda, comunicação em campo, etc.

Neste caso deve se tomar cuidado com o raio de curvatura efectuado para realizar esta
macrocurvatura, pois se este raio for muito reduzido a Fibra poderá sofrer um dano permanente.

Figura 9: Macrocurvatura.

Microcurvatura

A Microcurvatura geralmente ocorre, quando uma Fibra sofre algum tipo de impacto ou
uma curvatura com raio extremamente pequeno. Geralmente este tipo de dano é irreversível e
impede o seu uso. A figura 16 apresenta uma ideia deste tipo de ocorrência.

Figura 10: microcurvatura.

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CRITÉRIOS PARA ELABORAÇÃO DOS DESENHO DO TRAÇADO

Instalação de Ductos

Curvatura Mínima
As valas para a passagem de ductos, devem ser feitas de modo a garantir a linearidade do
traçado evitando contudo os obstáculos visíveis (sarjetas, válvulas de água, caixas de esgotos,...).
Os obstáculos devem ser evitados utilizando desvio horizontal ou vertical suaves.

A curvatura mínima permitida entre duas caixas de visita deve ser superior a 135º.

pipe
n

manhole1 Note: n>135°


manhole2
In ideal case n=180 °

Em situações em que a curvatura dos ductos for inferior a 135º, deve ser incluída uma
caixa de visita ou caixa de passagem de modo a facilitar a passagem do cabo de fibra óptica.
A escolha do tipo de caixa irá depender a situação verificada em campo.

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Declive

Declive
slope
Ductos
Ductos
F.O.Cable

Em situações em que os ductos são instalados em declives superiores a 20 º e de comprimento


superior a 30 metros, o traçado dos ductos devem ser em forma de “S”. Deve ser adoptada em
simultâneo a protecção por retenção por blocos em escadaria ou por sustentação de declive
recorrendo a utilização de paredes de contenção.

Em situações onde o declive seja superior a 30º e de comprimento superior a 30 metros, deve
ser utilizada a solução em “S”, e as protecções devem ser feitas de betão armado.

Instalação de Cabo de Fibra Óptica

Generalidades
O comprimento das bobines de cabos deve ter entre 3 km à 4 km de modo a reduzir ao
máximo o número de junções. Não é permitido a utilização de cabos com comprimento inferior a
200 metros.

Não serão permitidos utilizações de curvaturas inferiores a 20 vezes o diâmetro exterior


do cabo. Esta curvatura deve sempre ser tida em conta para todo o projecto.

Reserva de Cabo

Deve ser considerado cabo de reserva para as junções e para futuras reparações. Devem
ser previstos 10 metros de cabo de reserva para cada lado nas caixas de visita em que são
realizadas as junções de cabos. Deve ser também previstos 10 metros de reserva para cada
direcção nas caixas de visita de acesso as estações. Para efeitos de manutenção devem ser

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previstos reservas de pelo menos 10 metros a cada 500 metros em ramais ou cordas em zonas
metropolitanas e em cada caixa de visita deve ser existir uma reserva de 1 metro. Para situações
de cordas em zonas rurais, deve ser prevista uma reserva de pelo menos 20 metros a cada 1000
metros.

Utilização de Cabo Aéreo

Em situações em que exista uma ponte de carácter não definitivo, deverá ser adoptada a
utilização de passagem aérea. Puderão existir outras situações passíveis de utilização de
passagem de cabo aéreo.

Acesso as Estações ou Sites

O acesso a estações térreas deve ser feito através do uso de uma caixa de visita externa à
vedação ligada a uma caixa de passagem instalada por debaixo da entrada lateral dos cabos de
telecomunicações. A subida dos ductos é feita através de uma escada metálica lateral
devidamente aterrada. Deverá ser prevista a instalação de um ducto galvanizado de 110 mm
entre a caixa de passagem e o inicio da escada lateral.

O acesso a estações em edifícios deve ser feito por uma caixa de visita externa ligada
directamente as coretes do edifício. Quando esta situação não for possível, a subida dos ductos,
deve ser feita através de um ducto galvanizado de 110 mm de 3 metros de altura, instalado junto
a uma coluna do edifício. A ligação entre o ducto metálico e a sala técnica deve ser feita
recorrendo a calhas metálicas devidamente aterradas.

Instalação de Caixas de Visita e de Passagem

Em situações em que existam travessias de valas de drenagem, sarjetas, linhas férreas, linhas
de água, passagem de pontes ou outro tipo de travessias, deve ser sempre previsto a utilização de
duas caixas de visita ou duas caixas de passagem nas suas extremidades. A escolha de tipo de
caixa irá depender a situação verificada em campo. Ver na figura abaixo a exemplificação desta
situação.

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ESPECIFICAÇÃO DOS MATERIAIS DE FIBRA ÓPTICA

Terminação do Cabo

ODF
O ODF recomendado consiste numa gaveta de 19" 2U telescópica, com 200 mm de
profundidade, para 48 adaptadores SC - PC, este material deve ser da marca “Corning”, para a
utilização de material equivalente será necessário a homologação da Unitel.

Bandejas – funções na ODF

Gaveta de Reserva de Patch Cords

Os patch cords deverão ser acondicionados em gaveta de 19" para reserva de Jumpers. Este
material deve ser da marca “Corning”, para a utilização de material equivalente será
necessária a homologação da Unitel.

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Caixa de Junção Estanque

Caixas de Emenda: Função e Simbologia

• Abrigar e proteger as emendas de fibras ópticas contra esforços e choques mecânicos,


umidade, vandalismo, etc...;

• Permitir a organização das emendas e do excesso técnico de fibra armazenado de forma a


minimizar qualquer efeito atenuação por curvaturas;

• Restaurar a integridade da capa do cabo, dando continuidade mecânica ao elemento de


tração;

• Permitir reentradas, derivações e rearranjos;

• Prover continuidade elétrica e aterramento quando necessário.

Aplicações em telecomunicações protegendo as emendas de cabos ópticos

Partes da caixa de emenda

• Corpo

• Tampa

• Bandejas

• Elementos de vedação

Tipos

• Emenda linear;

• entrada de cabos em lados opostos,

• risco de colocação na caixa subterrânea e acomodação no degrau,

• torções na acomodação.

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• Emenda de topo;

• entrada de cabos no mesmo lado da caixa,

• facilidade de entrada na caixa subterrânea e de acomodação dos cabos,

• não provoca torções.

• Emenda de topo-linear

• entrada de cabos no mesmo lado e em lado opostos,

• flexibilidade de utilização como emenda de topo ou linear,

• grande capacidade de derivações.

Junta estanque com capacidade para 48 fusões ou mais, fornecida com bandejas de 12
fusões, suporte mural, tipo torpedo. A caixa pode suportar pressões entre 70 à 106 Kpa.
Poderá ser instalada uma válvula de ar para inspeccionar vazamentos de ar.

Este material deve ser da marca “Corning”.Para a utilização de material equivalente será
necessária a homologação do cliente.

Tipos de caixa de emenda

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Cabo de Fibra Óptica

Características do Cabo Terrestre

Os cabos de fibra óptica serão compostos por 48 fibras do tipo mono modo, fabricados para
cumprir as especificações das recomendações ITU-T G.650 (04/97) e G.652.D (03/2003).

A bainha exterior do cabo deverá ter marcações com o nome e o logótipo da CLIENTE bem
como a metragem do cabo em relevo e/ou pintura, com espaçamento não superior a 2 metros.

O cabo deve ter resistência anti-térmitas e anti-roedores.

Cópias dos ensaios de fabrica das bobines deverão ser fornecidas ao Cliente.

O cabo homologado pela maioria das empresa de telecomunicações é o cabo Corning


GYFTY74 48B1. Para a utilização de equivalente será necessária a homologação do referido
cliente.

A utilização de cabos dos fabricantes Draka e Cabelte é permitida desde que estes
tenham as mesmas especificações que o cabo Corning descrito acima.

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A utilização de cabos dos fabricantes como exemplo Draka e Cabelte pode ser permitida
desde que estes tenham as mesmas especificações que o cabo Corning descrito acima.

Características do Cabo Aéreo

O cabo aéreo tem as mesmas performances de propagação que o cabo terrestre, mas não
necessita da resistência anti-térmitas e anti-roedores.

Por outro lado, o cabo aéreo terá que suportar vãos até 50 metros.

Medidas de Atenuações dos Troços e Fusões

As aceitações das ligações serão realizadas com a elaboração de medidas ópticas através de
OTDR, de acordo com a Rec. G.652.D (03/2003). da ITU-T, sendo as medidas efectuadas
nos dois extremos das ligações em uma ou nas duas duas janelas ópticas 1310 e 1550 nm.

Depois das fibras do cabo serem totalmente ligadas e dada por concluída toda a instalação,
serão feitos ensaios finais a partir dos extremos, utilizando o OTDR. Serão registados todos
os valores de atenuação, troço a troço, bem como os seus comprimentos e da atenuação de
todas as juntas. Seguidamente, estes ensaios serão repetidos do outro extremo, uma vez que
os valores finais de atenuação de uma junta serão obtidos pela média dos valores medidos
nos dois sentidos. Deverá ser utilizado um “launch box” de pelo menos 1 km em cada
extremidade.

Estes valores medidos fibra a fibra serão igualmente gravados em formato digital e
disponibilizada uma cópia ao cliente.

Os valores máximos permitidos de atenuação para os diferentes componentes são:

 < 0,34 dB/km para as perdas de um fibra mono modo a 1310 nm;
 < 0,20 dB/km para as perdas de um fibra mono modo a 1550 nm;
 < 0,05 dB para as fusões. *

Nb. Nos casos de aceitação de projecto com integração é recomendavel uma atenuação de <
0,02 dB para as fusões.

DUCTOS

Hdpe

Os ductos à serem utilizados devem ser do tipo HDPE, de cor preta e com quatro faixas de
identificação laterais. Deve ser usado uma cor de faixa diferente para cada ducto da mesma
vala. As cores permitidas para as faixas são o encarnado, verde e o azul. A bainha exterior
do ducto deverá ter marcações com o nome e o logótipo do cliente em relevo e/ou pintura,
com espaçamento não superior a 2 metros. Estes ductos devem, ter o diâmetro externo de 40

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mm, o diâmetro interno de 33 mm e devem suportar o lançamento do cabo por sopragem a 2


km utilizando uma pressão de 10 Bar.

Em situações de acesso a edifícios, o cabo deve ser instalado dentro de ducto HDPE flexível
(ducto corrogado) desde o ducto de aço galvanizado até a entrada de cabos do contentor.

AÇO GALVANIZADO

Em situações de travessias de vias, ou passagem de pontes, ou outra situação já descrita


neste documento, deve ser sempre utilizado um ducto de aço galvanizado de 110mmm para
protecção.

FITA DE AVISO

A fita de aviso deve ser de PVC ou HDPE, com cor amarela, largura 100 mm e espessura
0,1 mm. A cor das letras de aviso deve ser pretas e a informação de acordo com a figura abaixo.
A repetição da informação deve respeitar um espaçamento não superior a 1 metro.

Figura. Exemplo de fita de aviso

Ductos de Aço Galvanizado para Protecção


Em situações em que for necessário fazer travessias com escavação de vala ou
perfurações, deve ser instalado ductos de aço galvanizado de 110 mm para proteger os ductos
HDPE entre as caixas de visita.

Em travessias de pontes, também deve ser instalado ductos de aço galvanizado de 110
mm para protecção dos HDPE. Os ductos são fixados nas extremidades com blocos de betão
armando de classe C25 e ao longo da ponte são fixados com suportes de aço galvanizado que

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permitam o movimento dos ductos causado pelos movimentos da ponte. Devem também ser
previstas juntas de expansão para fazer união de ductos.

Exemplifica-se na figura abaixo a instalação de ductos HDPE no interior de um ducto de


aço galvanizado.

TESTES EM ENLACES ÓPTICOS

Três testes são possíveis efetuar em um enlace óptico. O teste de continuidade que tem
por objetivo identificação das fibras em um cabo óptico, bem como a continuidade óptica em
uma fibra. Para a verificação de perda de potencia, recorre-se ao teste de perda de potência. Por
fim temos o teste, usando o refletômetro óptico no domínio do tempo (OTDR - Optical Time
Domain Reflectometer).

Prováveis perdas de potência ópticas em enlace óptico.

Sendo a figura abaixo a representação de um enlace óptico, a perda total do enlace será a soma
de todas as perdas parciais provocadas pelas emendas, conectores e a perda da fibra óptica
oriunda do processo de fabricação.

ODF ODF
EM-mecanica EM-fusão EM-fusão
Conector Conector

L=10Km
BEO BEO

Figura: Enlace de fibra óptica

Considerando os valores de 0.2dB e 0.5dB como sendo máximos admissíveis nas


emendas e conectores, para o cálculo da potência óptica total do enlace óptico, é adoptado a
seguinte fórmula:

𝐴𝑡 = (0,5. 𝑛 + 0,2. 𝑚 + 𝑙. 𝐴𝑓𝑜 ). (10)

Onde:

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At = Perda de potência óptica ou atenuação total na fibra (dB).

n = numero de conectores;

m = numero de emendas;

l = comprimento da fibra (Km)

Afo = atenuação da fibra óptica (dB).

Verificação De Enlaces De Fibras Ópticas

Para realização de testes de aceitação ou verificação de enlaces de fibras ópticas, deve-se antes
de tudo, tomar conhecimento das atenuações máximas admissíveis no enlace, nas emendas por
fusão ou mecânica e nos conectores conforme exemplificado na tabela 3.

Tabela 3. Verificação de teste de aceitação.


Comprimento de onda (𝜆)
Atenuação Para1.310nm Para 1.550nm
1-Atenuação na F.O ≤0,45 dB/Km ≤0,25 dB/Km
2-Emenda por fusão ≤0,10 dB/em ≤0,10 dB/em
3-Emenda mecânica ≤0,20 dB/em ≤0,20 dB/em
4-Conectores ≤0,50dB/em ≤0,50 dB/em
REDES ÓPTICAS.

A figura abaixo ilustra a hierarquia de cabos ópticos em uma rede de Telecomunicações.

Figura 11: Instalação de Cabos de Fibra Óptica em Redes de Telecomunicações.

Muitos meios de transmissão diferentes podem ser usados em uma rede de acesso,
incluindo fios trançados de cobre, cabo coaxial, fibras ópticas e links de rádio. As redes de
distribuição óptica que não exigem quaisquer componentes opticoeletrônico ativos na região de
acesso oferecem uma serie de vantagens de funcionamento sobre os outros meios. Essa
implementação exemplificada na figura 21, é chamada de rede óptica passiva (PON – Passive
Optical network) e é a base para as instalações de fibra para redes FTT-x.

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Figura 12: Exemplo de uma rede óptica.

Elementos principais de um enlace de fibra ópticas.

Assim como nos sistemas elétricos, a função básica de uma conexão por fibra óptica é
transportar o sinal de um equipamento de comunicação (por exemplo, um computador, telefone
ou aparato de vídeo) a outro equipamento correspondente em outro local com o maior grau de
confiabilidade e precisão. A figura 22 apresenta os componentes principais de uma rede de
comunicação óptica. Os elementos principais são: um transmissor que consiste em uma fonte de
luz e o seu circuito de controle associado, um cabo de fibras ópticas e um receptor constituído
por um fotodetector, circuito de amplificação e restaurador de sinais. Os componentes adicionais
incluem amplificadores ópicos, conectores, emendas, acopladores, regeneradores, e outros
componentes passivos e dispositivos fotonicos ativos.
Conector Trechos de fibra
Fontes de Fontes de
óptico óptica
Informação Informação

Transmissor
Receptor óptico
óptico
Amplificador
Dispositivos ópticos, óptico Conector
activos ou passivos
óptico

Figura 13: Elementos principais de um enlace óptico.

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Amplificadores
Os amplificadores são dispositivos usados em enlaces ópticos quando se pretende manter o
nível de sinal acima de um limiar de potencia definido no projeto da rede. Esses dispositivos
podem ser instalados no inicio do trecho (amplificadores de potencia), no meio do trecho
(amplificadores de linha) ou no final do trecho (Prê amplificadores).

A A Rx
Amplificadores de Linha Tx fibra
fibra

booster

Amplificador de Tx A Rx
Potência fibra

Pré - amplificação

Pré Amplificador Tx A Rx
fibra

Barra óptica
nòs

Amplificador de Tx A Rx
Linha Amplificador de LAN

Figura 14: Disposição dos amplificadores em um enlace óptico.

Cabeamento óptico

O cabeamento da fibra é um dos processos mais importantes de uma conexão de fibra


óptica. Além de proteger as fibras durante a instalação e a manutenção, o cabo óptico pode
conter fios de cobre para alimentação de amplificadores ópticos ou regeneradores de sinal, os
quais são instalados periodicamente em ligações de longa distancia para amplificar e regenerar o
sinal. Para a proteção das fibras durante a instalação e manutenção, existem muitas
configurações de cabo, que dependem da aplicação do mesmo, se o cabo será instalado no
interior de um edifício, em valas, ou enterrado, diretamente sob o solo, externamente sobre
postes ou debaixo de água.

Na instalação de cabos de fibras ópticas, os técnicos podem puxa-los ou sopra-los através


de dutos interiores ou exteriores, ou outros espaços, coloca-los em uma vala, enterra-los
diretamente no chão, suspende-los em postes, estica-los ou repousa-los debaixo da água. Apesar

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de cada método ter seus próprios procedimentos de manuseio especial, todos eles precisam
obedecer a um conjunto comum de precauções, as quais incluem evitar dobras acentuadas do
cabo, minimizando as tensões sobre o cabo instalado, permitir folgas adicionais ao longo do
trajeto para reparos inesperados e evitar puxadas ou arrancadas excessivamente fortes. Para
instalação subterrânea, um cabo de fibra óptica pode ser arado diretamente no solo ou colocado
em uma vala que é posteriormente preenchida.

Os comprimentos de cabos transoceânicos podem ser de vários milhares de quilômetros


de comprimento e incluem repetidores ópticos, que aumentam o nível do sinal, periodicamente
espaçados aproximadamente de 80 a 120Km. Os cabos são montados em fabricas no continente,
normalmente no cais de um porto e, em seguida, carregados em navios especiais para sua
instalação.

Figura 15: Cabeamento óptico.

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Figura 16: Exemplos de procedimentos durante a instalação de uma rede óptica.

FTT-X

FTTx é um termo usado para designar arquiteturas de redes de transmissão de alto


desempenho, baseadas em tecnologia óptica. São redes totalmente passivas também designadas
por PON – Passive Optical Network

Uma rede FTTX pode apresentar várias arquiteturas:

 Fiber to the home (FTTH), ou fibra até a residência do usuário final. A terminação do
cabo óptico externo é feita no ponto terminal óptico (PTO) que é instalado na casa do
cliente. As redes FTTH oferecem velocidades de até 100 Mbps.

 Fiber To The Building (FTTB), onde a fibra vai até o prédio e a distribuição para os
assinantes são feitas através de uma rede Ethernet tendo como meio o cabo coaxial ou o
par trançado.

 Fiber To The Curb (FTTC) – onde a fibra vai até um armário na rua e a distribuição para
os assinantes nos arredores é através de VDSL2 ou Ethernet tendo como meio o cabo
coaxial ou o par trançado

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Figura 17: Arquitetura FTTx.

Em termos de tecnologias, as redes ópticas vêm sofrendo uma evolução o que tem
proporcionado o surgimento de redes com maiores taxas e com maior numero de usuários. A
figura 27 apresenta a evolução das redes PON ao longo do tempo.

Figura 18: Evolução das redes PON. Fonte Infoneticsresearch.

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Tabela 5: Comparação da Tecnologia usada nas redes PON.

Arquiteturas APON/BPON EPON GPON

Padrões ITU-T G.983 IEEE 803.ah ITU-T G.984

Largura de banda Máxima 622 Mb/s 1,25 Gb/s 2,5 Gb/s

Quadro ATM Ethernet GEM

Usuários na PON 16 32 64/128

Custos estimados Baixo Mais baixo Médio

TOPOLOGIAS DE REDE ÓPTICA

 Rede ponto a ponto com derivação;

 Rede ponto a ponto sem derivação,

 Rede PON

A seguir são apresentadas algumas simbologias usadas para definir componentes da rede
óptica:

• ELO – Equipamento de Linha Óptico. Este equipamento pode ser PDH, SDH, ou
outra tecnologia que utiliza fibra óptica como meio de transmissão.

• Cordão Óptico SC/PC;

• DGO – Distribuidor Geral Óptico;

• DIO – Distribuidor Intermediário Óptico;

• BEO – Bastidor de Emenda Óptica;

• CFOA – Cabo de Fibra Óptica com revestimento de Acrilato;

• CEO – Conjunto de Emenda Óptica;

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Rede ponto a ponto sem derivação.

Este tipo de rede éutilizado em backbones para interligação de duas centrais. Todas as
fibras do cabo utilizado fazem conexão direta das duas estações. Em determinadas situações, é
possível ter atendimentos de outras estações intermediarias, mas o cabo principal continuará
tendo todas as suas fibras terminadas nas duas estações.

Figura 19: Rede ponto a ponto sem derivação.

Rede ponto a ponto sem derivação em anel.


Este tipo de rede é geralmente utilizado para a ligação entre duas estações de uma
operadora.

Nesse tipo de rede, existe dois ou mais caminhos para o escoamento de dados. Os cabos
presente no anel devem percorrer caminhos completamente diferentes, inclusive dentro da
central minimizando assim o risco do rompimento dos cabos simultaneamente.

Figura 20: Rede ponto a ponto sem derivação em anel.

Rede ponto a ponto com derivação.

Este tipo de rede tem os mesmos componentes da rede ponto a ponto sem derivação, porém
o objetivo principal do cabo que sai da estação principal não é se conectar com outra estação,
mas sim com vários usuários, clientes, ou outros pontos de conexão que estão espalhados por

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uma determinada área. Por este motivo, as fibras do cabo que sai da central serão distribuídas
para estes pontos.

Na Figura abaixo, podemos verificar um cabo de 48 fibras onde as fibras de 1 a 24 serão


terminadas na central 1, as fibras de 25 a 36 serão terminadas na central 2 e as fibras de 37 a 48
na na central 3. Como estes pontos estão em endereços diferentes, teremos neste projeto 4 cabos,
sendo um cabo com 48 fibras ópticas do DGO da central office até a CEO e outros 3 cabos sendo
1 de 24 e outros dois de 12 fibras cada interligando a CEO e os clientes.

Figura 21: Rede ponto a ponto com derivação.

Rede ponto a ponto com derivação em anel.

Este tipo de rede é geralmente utilizado para o entroncamento entre duas estações de uma
operadora.

Conforme ilustrado na figura abaixo, nesse tipo de rede o Cabo 1 e o Cabo 2 precisam
fazer dois caminhos completamente diferentes, inclusive dentro da central minimizando assim o
risco do rompimento dos dois cabos simultaneamente. Cabe ressaltar que caso haja um
rompimento de um dos dois Cabos principais (Cabo 1 ou Cabo 2) o atendimento às empresas
permanecerá pelo outro sentido do anel óptico. Caso ocorra rompimento em um Cabo de
barramento (Cabos 1.1, 2.1, 2.2), a empresa atendida por este cabo terá o serviço interrompido
até que o cabo seja recuperado.

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Figura 22: Rede ponto a ponto com derivação em anel.

PON – PASSIVE OPTICAL NETWORK

Uma rede óptica passiva (PON) usa a arquitetura ponto-multiponto, em que divisores
ópticos, também chamados de spliters são usados para permitir que uma única fibra óptica possa
servir múltiplos locais, tipicamente (4, 8, 16, 32, 64, 128). A rede PON simplificada consiste de
um terminal de linha óptica (OLT), no escritório central do provedor de serviço e um número de
unidades de rede óptica (ONUs), perto de usuários finais. Essa estrutura de rede, em comparação
com arquitetura ponto-a-ponto reduz a quantidade de equipamentos na rede.

As redes PON (redes ópticas passivas) são caracterizadas por possuir elementos ativos
apenas na central telefônica e no usuário. Ou seja, toda a rede externa, desde a central até o
usuário é totalmente passiva.

Na Figura abaixo, podemos observar que os componentes ativos do sistema são: OLT
(terminal de linha óptico – na central) e ONT (terminal de rede óptico – na casa do usuário).

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Figura 23: equipamentos passivos de uma Rede PON.

Dispositivos opticos eletrônico na rede PON.

As redes PON são caracterizadas de passivas, por possuírem equipamentos ativos


somente no escritório central e nos pontos terminais de usuários ou perto destes.

Terminal da linha óptica (OLT) – esta localizado em um escritório central e controla o


fluxo bidirecional de informações através da rede. Um OLT deve conseguir suportar distancias
de transmissão de até 20Km. Na direção do fluxo, a função de um OLT é levar o trafego de voz,
dados e vídeo de uma rede de longa distância ou metropolitana e transmiti-los a todos os
usuários da rede. No sentido inverso (contrafluxo), uma OLT aceita e distribui vários tipos de
tráfego de voz e dados dos usuários da rede.

Tipicamente uma OLT é projetada para atender mais de uma rede PON. A transmissão
simultânea de serviço separados na mesma fibra é ativada utilizando comprimentos de onda de
1490nm para o trafego combinado de voz e dados e um comprimento de onda de 1550nm para a
distribuição de vídeo. O trafego do contrafluxo de voz e dados usa o comprimento de onda de
1310nm. Os acopladores passivos WDM executam as funções de combinação e separação de
comprimentos de onda. Dependendo do padrão particular da rede PON utilizada. O equipamento
de transmissão no fluxo e contrafluxo funciona a 155Mbps, 622Mbps, 1,25Gbps ou 2,5Gbps. Em
alguns casos, as taxas de transmissão são as mesmas em ambas direções (redes simétricas). Em
outros padrões PON, a taxa no fluxo pode ser mais elevada do que a taxa no contrafluxo, o que é
chamado de uma aplicação assimétrica.

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Figura 24: Exemplo de uma OLT.

Terminal de rede óptica (ONT) – Situa-se diretamente nas instalações do cliente. O


objetivo é proporcionar uma conexão óptica com a rede do lado de contrafluxo e fazer a interface
elétrica para o equipamento local do cliente. Dependendo das necessidades de comunicação do
cliente ou bloco de usuários, a ONT geralmente suporta uma mistura de serviços de
telecomunicações, incluindo várias taxas de Ethernet, conexões telefônicas, interfaces ATM e
formatos analógicos e digitais de vídeo.

Figura 25: Exemplo de ONT instalado.

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Unidade de rede óptica (ONU) embora seja semelhante a um ONT, normalmente está
alojada em um abrigo de equipamentos exterior, perto das instalações do usuário. Essas
instalações podem incluir abrigos localizados em meio da rede ou em local centralizado dentro
de um escritório. Assim a ONU deve ser robusto ambientalmente para resistir a grandes
variações de temperatura.

Figura 26: ONU.

Lista dos equipamentos mais usados nas redes PON ilustrados na figura abaixo:
• OLT – Terminal de Linha Óptico;
• DIO – Distribuidor Intermediário Óptico;
• DGO – Distribuidor Geral Óptico;
• BEO – Bastidor de Emenda Óptica;
• CFOI – Cabo de Fibra Óptica Interno;
• CEO – Conjunto de Emenda Óptica;
• CFOA – Cabo de Fibra Óptica com revestimento de Acrilato;
• SPLITTER – Divisor passivo;
• CTO – Caixa Terminal Óptica;
• DROP – Cabo de entrada em residências;
• PTO – Ponto de Terminação Óptica;
• Cordão Óptico Monofibra SC/APC
• DGOI – Distribuidor Geral Óptico Interno (para prédios);
• CDOI – Caixa de Distribuição Óptica Interna (para prédios);
• ONT – Terminal de Rede Óptica.
• ONU – Unidade de rede óptica

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Figura 27: Rede PON.

COMPONENTES ÓPTICOS PASSIVOS


São todos os componentes usados em redes ópticas e que funcionam sem a necessidade
de alimentação eléctrica.

Os componentes ópticos passivos incluem ramificação, dispositivos como Wavelength-


DivisionMultiplexer/Demultiplexers- (WDMs), isoladores, circuladores e filtros. Estes
componentes são utilizados em Fiber In The Loop (FITL), Hybridfiber-coaxial (HFC), rede
óptica síncrona (SONET) e Synchronous Digital Hierarchy (SDH) Sistemas e outras redes de
telecomunicações empregando comunicações ópticas sistemas que utilizam amplificadores de
fibra óptica (OFAS) e Multiplexe Division Wavelength Sistems Dense (DWDM).

A ampla variedade de aplicações dos componentes ópticos passivos inclui: transmissão


de múltiplos canais, distribuição, monitor amento, sequência de combinadores para
amplificadores de fibra, limitadores de taxa de bits, variação de polarização etc.

Splitter Óptico – É um componente passivo da rede FTTx, que possui uma fibra óptica para
entrada de sinal e possui duas ou mais fibras ópticas para saída do sinal recebido. O sinal óptico
recebido na entrada é derivado de maneira uniforme entre as diversas fibras de saída. Em outras
palavras, podemos dizer que o Splitter é um divisor da potência óptica transmitida.

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Na rede FTTH, os Splitters de primeiro nível, ficam próximos à central e dividem o sinal de uma
fibra para 2, 4 ou 8 fibras ópticas. Os Splitters de segundo nível, já ficam próximos aos usuários
e dividem o sinal que veio do splitter de primeira ordem para 8, 16 ou 32 fibras. Após a divisão
de segunda ordem, o sinal que veio de uma fibra estará dividido por 64 fibras, podendo atender,
portanto, 64 usuários.

Os Splitters ficam normalmente em caixas de emenda na rede externa (na rua) ou, em caso de
prédios, podem ficar no DGOI do prédio.

O acoplamento das fibras dos cabos ópticos com os splitters são geralmente emendados por
fusão com as fibras dos cabos antes e após o splitter.

Entretanto, cabe ressaltar que algumas operadoras preferem trabalhar com splitters
conectorizados, ou seja, eles vêm de fabrica com conectores nas pontas de suas fibras de entrada
e de saída. Sendo assim, as fibras dos cabos ópticos que serão acoplados a ele deverão ser
emendadas com cordões pigtail para poderem ser conectadas ao splitter.

Caixa de Terminação Óptica (CTO) - Dispositivo que atua como meio de ligação entre
o cabo óptico principal e os cabos drop. Ou seja, nada mais é que uma caixa de emenda próxima
dos assinantes que é preparada para ter a entrada de vários cabos do tipo DROP.

Um isolador óptico é um componente passivo com duas portas que permite a luz (em um
determinado intervalo de comprimentos de onda) passar com baixa atenuação numa direção,
enquanto isola (proporcionando uma elevada atenuação) de propagação de luz na direção
inversa.

Um circulador óptico opera de uma maneira semelhante a um isolador óptico, porém a


propagação de ondas de luz reversa é dirigida a uma terceira entrada para a saída, em vez de o
sinal ser perdido. Um circulador óptico pode ser utilizado para a transmissão bidireccional, tal
como um tipo de componente de ramificação que distribui a potência óptica entre as fibras, com
base na direção de propagação.

Um filtro óptico é um componente com dois ou mais orifícios, que fornece a perda
sensível do comprimento de onda, o isolamento e / ou a perda de retorno.

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SISTEMAS WDM

O uso de multiplexação por divisão de comprimento de onda (WDM) oferece


um novo avanço na capacidade de transmissão das fibras. A base do sistema WDM
é a utilização de múltiplas fontes que operam em comprimento de onda
ligeiramente diferentes para transmitir vários fluxos de informação independentes
pela mesma fibra simultaneamente. A figura 37 ilustra o conceito básico de
sistemas WDM. Na figura, n fluxos de informação independentes são formados
opticamente, cada um transmitindo em um comprimento de onda diferente, são
combinados por meio de um multiplexador óptico e enviados através da mesma
fibra. Cada um desses fluxos pode ter diferentes taxas de dados. Cada fluxo de
informação mantém a sua taxa de dados individual depois de ser multiplexado com
outros fluxos e ainda opera em seu próprio comprimento de onda. Conceitualmente
o conceito de WDM é o mesmo que a multiplexação por divisão de frequência
(FDM) utilizada na região de rádio de microondas e sistemas de satélite.

Figura 28: Conceito de WDM

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Figura 29: Sistema WDM, conceito.

Componentes dos Sistemas WDM


• Multiplexador:
– Tem a função de combinar a saída de vários transmissores ópticos; o uso de
diferentes comprimentos de onda reduz a perda de inserção; o uso de mesmo
comprimento de onda (no caso de transmissão bidirecional) aumenta a perda de
inserção.
• Demultiplexador:
– Tem a função de separar a saída dos canais WDM com mínima perda e com mínimo
crosstalk direcionando-os ao receptor.
• Inserção/ Derivação de canais (optical add/drop mux):
– Tem a função de inserir ou derivar canais ópticos sem a conversão o/e
preservando a integridade dos demais canais.
• OpticalCrossconnect- OXC:
– Função de distribuir os sinais WDM para diferentes pontos;
– Possibilita rotear o sinal opticamente sem ter a necessidade de se realizar a
conversão óptica/ elétrica;
– Como não há regeneração do sinal o crosstalk advindo do chaveamento é
adicionado ao crosstalk advindo da transmissão;
– Acumula ruído, distorções e crosstalk;
– Geralmente empregados para rotear sinais SDH.
• Transponder:

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O “upgrade” da rede existente requer o suporte para terminais ópticos com diferentes
comprimentos de onda e com valores de taxas de transmissão e formatos diferentes (PDH, SDH,
ATM). O mux/ demux deve ser capaz de adaptar uma variedade de feixes chegando a
multiplexagem por divisão de comprimento de onda densa (DWDM) e restaurando-o ao formato
original nos receptores.

Transponders . . . . . Gateways para o DWDW


Sinal instável Transmissor e Sinal estável
Indefinido Transponder Definido ?

Tx RX TX
Mux

Receptor End
? Transponder
?
?
Rx TX RX
DeMux

Camada do Cliente / Camada DWDM

Figura 30: Componentes de um Sistema WDM.

FTTH - DWDM –PON

Figura 31: Distribuição de sinal usando DWDM em redes PON.

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A diferença entre os sistemas WDM e DWDM, figura no espaçamento entre os canais de


operação. A figura 41 ilustra essa diferença, sendo que para os sistemas WDM os canais são
mais espaçados quando comparados com os canais do sistema DWDM.

Figura 32: Bandas de operação e separação dos canais dos sistemas WDM e DWDM.

WDM

Faixa de Operação 186 a 196 THz, correspondente: 1530 a 1612nm.

Canais espaçados de 100GHz.

Correspondência de 10% da eficiência espectral oferecendo então 10Gbps por canal.

DWDM

Faixa de Operação 186 a 196 THz, correspondente a 1530 a 1612nm.

Canais espaçados de 50 ou 25GHz.

Correspondência de 80% da eficiência espectral oferecendo então até 40 Gbps por canal.

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Figura 33: Distribuição de canais para sistemas DWDM.

SISTEMAS RÁDIO SOBRE FIBRA

Os sistemas rádio sobre Fibra (RoF), baseiam-se na transmissão do sinal de radiofrequência


utilizando uma portadora óptica na faixa de centenas de terahertz. Nos sistemas de comunicação
sem fio, como a telefonia celular, a maioria das funções de processamento, como: conversão de
frequência, modulação da portadora e multiplexação são realizadas na estação rádio base (ERB).
A tecnologia RoF tem como objetivo utilizar enlaces ópticos para realizar a distribuição de sinais
sem fio entre estações de controlo ou entre uma estação central e uma RAU (Remote Antenna
Unit – unidade de antena remota), centralizando as funções de processamento e gerenciamento.
Desta forma, a estação rádio base é simplificada, ficando somente responsável pela conversão do
sinal óptico para elétrico e pela amplificação do sinal de radiofrequência (RF). Além disso, a
centralização do processamento e gerenciamento de sinais permite a alocação dinâmica de
recursos e a criação de uma plataforma de baixo custo operacional.

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Uma configuração típica do sistema RoF em redes de telefonia móvel pode ser observada
na figura abaixo. No enlace de descida, o sinal de RF é enviado da estação central para a ERB
que o modula em uma portadora óptica e a transmite por meio de um enlace óptico. Na ERB, o
sinal é detectado por um fotodetector, passando por um estágio de amplificação antes de ser
irradiado pela antena. Por outro lado, o sinal recebido pela antena no canal de enlace de subida, é
amplificado por um LNA (LowNoiseAmplifier- amplificador de baixo ruído), uma vez que o
sinal gerado pelo usuário possui uma SNR (SignalNoiseRatio– relação sinal ruído) muito inferior
ao enlace de descida devido às limitações de potência de transmissão e distância da ERB em
relação ao usuário. Por fim, o sinal recebido pela antena da ERB é usado para modular outra
portadora óptica, que posteriormente será transmitida para a Estação Central.

estação central estação rádio base


fibra óptica

RF
antena
estágio de
laser fotodetector amplificação

fibra óptica circulador

RF

fotodetector laser LNA

Figura 34: Sistema RoF.

Em consequências das altas taxas de transmissão requeridas, é comum o uso de Sistemas


RoF em rede de transporte (Backhauls e Backbones) de operadoras de serviços de
telecomunicações. Por outro lado, os sistemas de RoF, podem ser utilizados em soluções para
atender os usuários finais, na expansão da área de cobertura, na redução de regiões de sombra e
no aumento de capacidade em redes sem fio. Além disso, o sistema RoF também pode ser
aplicado na distribuição de sinais Wi-Fi em ambientes internos e externos, na interconexão de
ERBs e na distribuição de internet banda larga sem fio. As aplicações do sistema RoF envolvem
várias tecnologias e proporcionam grande interoperabilidade entre diversos sistemas e serviços.
Algumas dessas aplicações e serviços podem ser observadas na figura abaixo.

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FTTH Interconexão
de ERBs
Escritório central

WLANs

Telefonia
Móvel 4G

Figura 35: Aplicações de sistemas RoF.

No caso de sistemas de telefonia móvel, a principal vantagem da tecnologia RoF é a


simplificação do número de Estações Rádio Base, o que diminui os gastos operacionais,
permitindo a instalação de várias antenas remotas. A instalação de várias antenas em conjunto
com a arquitetura centralizada permite a alocação dinâmica de recursos. Como exemplo, é
possível redirecionar os recursos ociosos da rede para uma região com alta concentração de
acessos, como nas empresas, no período da manhã e à noite realocá-la para áreas residenciais
utilizando a multiplexação por divisão de comprimento de onda. Outra vantagem dos sistemas
RoF é a transparência com os padrões de comunicação sem fio, tornando o sistema compatível
com várias tecnologias como: GSM(Global System for Mobile Communications),
UMTS(Universal Mobile Telecommunications System), rede de sensores sem fio, Wi-Fi e
WiMAX (WorldwideInteroperability for Microwave Access).

PRINCIPAIS COMPONENTES DE UM SISTEMA ROF

Transmissor Óptico

O transmissor óptico tem o laser como componente principal. Geralmente, os sistemas RoF
utilizam laseres semicondutores que operam na região em torno de 1310 e 1550nm, consideradas
segunda e terceira janela de operação, devido às vantagens que as fibras apresentam nestas
regiões: baixa dispersão e atenuação respectivamente. Aplicações na primeira janela em torno de

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850nm também são possíveis, no entanto a alta atenuação nesta região limita sua aplicação para
longas distâncias, sendo utilizados na distribuição de sinais em ambientes internos e com laseres
de baixo custo.

Alguns dos transmissores RoF utilizam a modulação direta no processo de conversão em


virtude da simplicidade, eficiência e baixo custo. Além disso, os diodos laseres representam a
principal fonte de luz nestes sistemas, uma vez que eles são pequenos, operam em temperatura
ambiente, possuem estreita largura de linha, boa potência óptica de emissão, linearidade e estão
disponíveis nas três principais janelas de transmissão das fibras ópticas (850,1310 e 1550nm).

As características dos laseres são importantes em transmissores ópticos com modulação


directa. Por exemplo, a linearidade define a máxima potência de RF que pode ser inserida no
laser, levando em consideração à corrente de alimentação, para que o processo de modulação
não gere produtos de intermodulação ou harmônicos na saída do sistema. Por outro lado, o RIN
(Relative Intensity Noise– ruído de intensidade relativo) define a mínima figura de ruído em
sistemas RoF não amplificados.

Actualmente, os laseres mais usados em equipamentos comerciais, são os que apresentam


estrutura com realimentação distribuída (Distributed Feed Back– DFB). Os laseres DFB, podem
ser modulados diretamente em frequências de até 37GHz, apresentam grandes vantagens, porém
são caros. Visando a construção de laseres eficientes e de baixo custo, novas estruturas estão
sendo pesquisadas e desenvolvidas. Nesse contexto, laseres semicondutores com cavidade
vertical de emissão (Vertical Cavity Surface Emitting Laseres- VCSELs) evoluíram
significativamente, tornando-se uma solução atraente para transmissores RoF.

Pode-se concluir que o transmissor óptico é um dos dispositivos mais importantes em


sistemas RoF e podem apresentar modulação direta ou modulação externa. Na figura abaixo, é
apresentado de forma simplificado um diagrama em bloco de um transmissor de RoF com
modulação externa. Diferentes fontes ópticas podem ser empregadas na sua construção. A
escolha da fonte óptica irá variar conforme as características desejadas para o sistema de
comunicação como: a linearidade e frequência de operação.

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Circuito
de
Amplificador controle
de RF Optical
RF IN
OUT
Modulador

Módulo TX

Figura 36: Diagrama em bloco de um transmissor RoF com modulação externa.

Receptor Óptico

O receptor óptico tem o fotodetector como principal dispositivo. O fotodetector é responsável


pela conversão do sinal no domínio óptico para o domínio elétrico. A maioria dos receptores
RoF utiliza um fotodiodo PIN, geralmente feitos com a heterojunção de arseneto de gálio índio
(InGaAs), a qual apresenta óptima responsividade nas janelas de interesse (1310nm e 1550nm).
Nesses dispositivos, os principais parâmetros que devem ser considerados são: responsividade,
potência óptica de saturação e banda de operação do fotodiodo.

Idealmente, fotodetectores devem apresentar alta responsividade, grande banda de


operação e devem admitir altos níveis de potência óptica. Entretanto, é difícil a combinação de
todos esses parâmetros, existindo um equilíbrio. Os fotodiodos PIN usados em sistemas RoF
comerciais com modulação directa apresentam responsividade de 0,85 e 0,9A/W em 1310 e
1550nm, respectivamente, admitem potências ópticas entre 4 a 10dBm e operam na faixa de
10MHz a 18GHz. Na figura abaixo é apresentado o diagrama simplificado do receptor RoF.

Fotodector Amplificador
de RF
Optical
RF OUT
IN

Módulo RX

Figura 37: Diagrama em bloco simplificado do receptor ROF.

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CÁLCULO DE ENLACE.

𝑃𝑟𝑥 (𝑑𝐵𝑚) ≤ 𝑃𝑡𝑥 (𝑑𝐵𝑚) + ⅀𝐺𝑎𝑛ℎ𝑜(𝑑𝐵) − ⅀𝑃𝑒𝑟𝑑𝑎(𝑑𝐵) − ⅀𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚(𝑑𝐵) (13)

Onde:

Prx(dBm) – Potência de recepção dada em dBm;

Ptx(dBm) – Potência de transmissão dada em dBm;

⅀Ganho(dB) – Somatório dos ganhos envolvidos no enlace;

⅀Perda(dB) – Somatório das perdas envolvidas no enlace;

⅀Margem(dB) – Somatório das margens envolvidas no enlace.

INTERPRETAÇÃO DE PROJETOS

Distribuição de cabos em rede primária Direta (Antes do Splitter de 1º Nível)

Identificação do Tipo do Cabo

Distribuição dos Cabos


Número
Fibras não do
utilizadas
Siglano
dacabo
Estação
(Fibras Mortas)
seguido
por “FH#” (Fiber
Home)

Splitter Óptico Primário – Primeiro Nível

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Número da Fibra Alimentadora


Splitter de 1ª Nível
Número do cabo
Modularidade do Splitter
Capacidade de Divisão,
neste caso, 1x2

Splitter Óptico Secundário – Segundo Nível

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CFOA entre Spliters de 1º e 2º Nível

Cabos e Splitters

A D

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Distribuição das Fibras no conjunto de Splitters

Distribuição de cabos em rede secundária (Após a 2ª Derivação)

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Cabos e Splitters

Exercicios

1. Dado a figura, calcule todos os parâmetros em falta. Considere a atenuação na fibra igual
0,2dB/Km.

-12dBm
-20dBm 0dBm 1
-2dBm ? . 2
.
? .
N=?

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2. Calcular o comprimento máximo de um enlace óptico, com as seguintes características:


comprimento de onda de 1550nm; potência de saída de -2dBm; sensibilidade do receptor de -
38dBm; margem de confiabilidade de 6dB. Considere bobinas com tamanho de 4Km.

3. Considere uma rede PON que distribui o sinal utilizando um Spliter 1/32 com 16 dB de
atenuação, já incluídas as perdas nas fusões do Spliter.

Se este equipamento utiliza uma portadora em 1549 nm para dados e voz no sentido de
distribuição, uma portadora em 1550 nm para distribuição de vídeo e 1310 nm como canal de
retorno para voz e dados, calcule a distância máxima que os usuários poderão ficar da estação.
As potências de transmissão e recepção do sinal são respectivamente:

Para 1310 nm, Ptx = -2 dBm e Srx = -28 dBm;

Para 1549 nm, Ptx = 0 dBm e Srx = -27 dBm;

Para 1550 nm, Ptx = 0 dBm e Srx = -24 dBm;

Considerar uma margem de segurança de 4 dB e emendas feitas a cada 2 Km.

Resolução

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Bibliografia

Comunicações ópticas- Autor: Justino Ribeiro, Editora: Erica

Fibras ópticas – Autor:almir Wirth, Editora: Excel Books.

Comunicações por fibras ópticas – Gerd Keiser 4º edição, Bookman.

Formando:____________________________________________________

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