Conheça as Responsabilidades referentes às Instituições do
Sistema Profissional de Engenharia, às Instituições de Ensino e aos Profissionais desta classe. Fonte: CAMILA DE OLIVEIRA INÁCIO https://blogdaengenharia.com
Como se sabe, a Engenharia é uma profissão regulamentada, ou
seja, tem como benefícios carteira profissional, piso salarial, jornada de trabalho e licenças.
E é a Lei Nº 5.194 de 24 de dezembro de 1966 que define as
obrigações, responsabilidades, direitos e deveres para o exercício legal da profissão, bem como de seus órgãos fiscalizadores, e dá outras providências.
Mas ainda existem muitas dúvidas referentes às atuações de cada
Instituição do Sistema Profissional de Engenharia, bem como das Instituições de Ensino e também dos próprios Profissionais em questão.
E assim, cansamos de ver por aí uma chuva de comentários e
cobranças, um tanto quanto contraditórias, sem um mínimo conhecimento sobre o que realmente é responsabilidade de quem.
A seguir uma abordagem resumida sobre as Responsabilidades
Institucionais e Profissionais de forma a simplificar este compreendimento.
Mas, vamos começar pelo começo…
Qual é o papel das Instituições de Ensino?
Muita gente acha que ao colar grau na faculdade automaticamente
receberá o título de Engenheiro.
Mas, pasme! Pois não é assim que funciona!
É muito importante saber que as Instituições de Ensino são
responsáveis pela formação profissional e não pela concessão de títulos profissionais.
Logo, ao colar grau, forma-se um “Bacharel em Engenharia” e NÃO
um “Engenheiro”. Ou seja, as Instituições de Ensino são responsáveis exclusivamente por oferecer qualificação técnica aos seus alunos e alinhar teoria à prática de forma a capacita-los para o mercado de trabalho.
Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA)
O CONFEA, autarquia federal com jurisdição em todo o território
nacional, no desempenho de seu papel institucional, é quem exerce, principalmente, ações regulamentadoras.
Baixando resoluções, decisões normativas e decisões plenárias para
o cumprimento da legislação referente ao exercício e à fiscalização das profissões.
Em resumo, é quem regulamenta as profissões de Engenharia,
Agronomia e Geociências.
Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA)
Muita gente se engana ao pensar que é responsabilidade do CREA
a fiscalização da qualidade de uma obra ou serviço.
Mas, novamente, não é assim que funciona.
O CREA fiscaliza o exercício ilegal da profissão. Ou seja, ele
fiscaliza o profissional e não o seu serviço! E tudo isso, de forma a resguardar a sociedade de serviços prestados por pessoas sem competências/atribuições para executá-los.
Em outras palavras, se um fiscal do CREA chegar, por exemplo, em
um canteiro de obra e ver que o prédio que está sendo construído vai cair, ele simplesmente não pode autuar o profissional responsável por aquele serviço, pois o seu papel não é este! Cabe ao CREA, por sua vez, registrar, cadastrar e atualizar os dados sobre os profissionais, bem como orientá-los sobre o exercício de suas profissões, regular os limites de atuação profissional, ou seja, garantir que cada profissional exerça somente aquilo que possui atribuição para exercer, e também, divulgar e discutir temas como ética profissional, áreas de atuação e exercício legal da profissão.
E é a partir do registro profissional no CREA que o “Bacharel em
Engenharia” recebe a concessão do título de “Engenheiro”.
Portanto, para ser um profissional Engenheiro e poder exercer
legalmente a sua profissão, você deve, por obrigatoriedade, ser registrado no Conselho Profissional.
Desta forma, como podemos observar, também NÃO é
responsabilidade do CREA a garantia do piso salarial e dos direitos trabalhistas dos profissionais. Esta responsabilidade, por sua vez, cabe aos sindicatos.
Sindicatos.
Os sindicatos são responsáveis por orientar e fiscalizar relações
trabalhistas, o cumprimento da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, das normas de segurança do trabalho e de atuação funcional, de pisos salariais, convenções e acordos.
Cabendo a eles, também, a coordenação, defesa e
representatividade legal da Engenharia, Agronomia e das Geociências nas esferas pública e privada e perante autoridades e poderes. Sendo responsáveis por oferecer assistência profissional e judicial aos seus associados, bem como, defender os direitos relacionados ao cargo, função ou condições de trabalho.
E qual é o papel das Associações/Entidades de Classe?
Cabe às Associações, a contribuição com a sociedade na formação
de profissionais aptos, ou seja, elas são responsáveis pela promoção de treinamentos e aprimoramentos técnicos aos seus associados. Desta forma, apoiam e promovem atividades para um melhor posicionamento dos profissionais no mercado de trabalho. Uma outra função das Associações é dar representatividade à Engenharia, Agronomia e às Geociências em eventos e espaços políticos, interagindo profissionais através de encontros, simpósios e fóruns.
Mútua: a Caixa de Assistência dos Profissionais dos CREAs.
A Mútua é uma sociedade civil sem fins lucrativos criada pelo
CONFEA em 1977, com o principal objetivo de oferecer a seus associados planos de benefícios sociais, previdenciários e assistenciais, de acordo com sua disponibilidade financeira, respeitando o seu equilíbrio econômico-financeiro.
Todos os profissionais com registro nos Conselhos Regionais de
Engenharia e Agronomia (CREAs) podem se associar à Mútua – desde que atendam às condições estabelecidas em seu regimento – além de empregados dos CREAs, do CONFEA e da Mútua.
E quanto às Responsabilidades Profissionais?
Existem 6 tipos de Responsabilidades Profissionais. Estes, estão
listados e resumidamente exemplificados a seguir:
1. Técnica: se existe serviço mas não existe ART (Anotação de
Responsabilidade Técnica), o profissional será responsabilizado;
2. Civil: caso haja negligência na análise ou no acompanhamento
do serviço e/ou dos materiais utilizados, a responsabilidade é do profissional;
3. Criminal: ocorre quando a Responsabilidade Civil apresenta
caráter criminal com possíveis danos à pessoas e/ou ao meio ambiente;
4. Administrativa: referente à negligências com relação à
legislação do Conselho Profissional e também de órgãos estaduais, municipais, ambientais, etc.
5. Trabalhista: dedicada aos profissionais empregadores,
responsáveis por empresas, etc. 6. Ética: Em caso do descumprimento do Código de Ética definido pela Resolução Nº 1.002 de 26 de novembro de 2002, do CONFEA.
É importante ressaltar que uma Responsabilidade Profissional não
exclui as outras. Ou seja, se um profissional for autuado, por exemplo, por um crime ambiental, o processo também será encaminhado ao CREA, para verificação de falha na conduta ética. E se confirmada, este profissional poderá responder ao órgão ambiental, à justiça e também ao CREA, por infringir o Código de Ética.
Desta forma, é sempre válido ressaltar a importância da
responsabilidade, da atenção, do cuidado e principalmente, da ética profissional nos serviços de Engenharia, Agronomia e Geociências.
A importância da ética na atuação dos profissionais registrados
no CREA
A ética profissional é um valor fundamental para qualquer área de
atuação, incluindo a engenharia. No âmbito do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA), a ética é uma das principais exigências para os profissionais registrados, garantindo a sua responsabilidade social e a qualidade dos serviços prestados.
A ética na atuação dos profissionais registrados no CREA
A ética é um dos principais valores exigidos pelo CREA para a
atuação dos profissionais da área de engenharia. Isso porque a engenharia é uma área que lida diretamente com a segurança da sociedade e do meio ambiente, exigindo um alto grau de responsabilidade social dos profissionais. Além disso, a ética é fundamental para garantir a qualidade dos serviços prestados, a transparência nas relações com clientes e fornecedores, e a valorização da profissão.
Regulamentação da ética no CREA
A ética na atuação dos profissionais registrados no CREA é
regulamentada pelo Código de Ética Profissional da Engenharia, da Agronomia, da Geologia, da Geografia e da Meteorologia (CEP). Esse código estabelece as normas de conduta ética para os profissionais da área, incluindo a integridade, a honestidade, a imparcialidade, o respeito aos direitos humanos e o compromisso com a segurança, a saúde e o meio ambiente.
O CEP também estabelece as sanções disciplinares para os
profissionais que não cumprem as normas de conduta ética. Essas sanções podem incluir advertências, multas, suspensão temporária ou cassação do registro profissional.
A importância da ética para a valorização profissional
A ética na atuação dos profissionais registrados no CREA é
fundamental para a valorização da profissão. Profissionais éticos garantem a qualidade dos serviços prestados, a satisfação dos clientes, a transparência nas relações com fornecedores e parceiros, e a credibilidade da profissão perante a sociedade.
Além disso, a ética é um dos valores que mais são levados em
consideração pelos empregadores na hora de contratar profissionais da área de engenharia. Profissionais éticos têm uma imagem positiva no mercado de trabalho, o que pode resultar em melhores oportunidades e salários mais elevados.
Conclusão
A ética na atuação dos profissionais registrados no CREA é
fundamental para garantir a responsabilidade social, a qualidade dos serviços prestados, a transparência nas relações com clientes e fornecedores, e a valorização da profissão.
A ética é regulamentada pelo Código de Ética Profissional da
Engenharia, da Agronomia, da Geologia, da Geografia e da Meteorologia (CEP), que estabelece as normas de conduta ética e as sanções disciplinares para os profissionais que não cumprem essas normas. Profissionais éticos têm uma imagem positiva no mercado de trabalho e são valorizados pelas empresas e pela sociedade em geral. Por isso, é fundamental que os profissionais da área de engenharia sejam éticos em suas atuações, respeitando os princípios da integridade, da honestidade, da imparcialidade e do compromisso com a segurança, a saúde e o meio ambiente.