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Universidade Federal de Pelotas

Centro de Engenharias

LEGISLAÇÃO APLICADA À ENGENHARIA Prof. Tillmann

Manual do Estudante:
Legislação Aplicada à Engenharia

2022
Universidade Federal de Pelotas
Centro de Engenharias

LEGISLAÇÃO APLICADA À ENGENHARIA – 2020 Prof. Tillmann

Manual do Estudante: Legislação


Aplicada à Engenharia
O Manual do estudante: Legislação Aplicada à Engenharia tem a pretensão de
abordar alguns tópicos importantes ao futuro profissional em Engenharia. Destinado a
estudantes dos cursos de engenharia, apresenta sucinto conteúdo no sentido de contribuir
para a formação e o entendimento pleno no exercício profissional das categorias
tecnológicas vinculadas ao Sistema Confea/Crea.
Com objetivo de esclarecer e destacar alguns parâmetros e procedimentos que
contribuam para o conhecimento e uma melhor compreensão do universo profissional do
engenheiro, como as responsabilidades impostas pela legislação no qual estaremos
inseridos.
Um preliminar acesso dos estudantes de engenharia no conhecimento do
Código de Ética Profissional, Código do Consumidor entre outros que contribuam para
uma abordagem dos aspectos práticos e legais de nossas atividades, fundamentados nos
princípios que norteiam a Ética e a Técnica, apontamos também a abrangência e os limites
deste exercício, além dos diversos aspectos relativos à regulamentação profissional
(direitos e deveres) e do papel do Sistema Confea/Crea, contextualizados de modo a
delimitar a ação institucional dos Conselhos e a responsabilidade de cada um na
construção de sua trajetória profissional.
ÍNDICE

INTRODUÇÃO 06

SINOPSE HISTÓRICA DA LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL NO BRASIL 07

DIPLOMAS LEGAIS DO BRASIL 08

LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL 09

ASPECTOS LEGAIS DAS PROFISSÕES 11

Profissões regulamentadas
Profissões não regulamentadas

SISTEMATICA DE CONCESSÃO DE ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS 12

COMO SE DA A QUALIFICAÇÃO E HABILITAÇÃO PROFISSIONAL 14

SISTEMACONFEA/CREA 16

Formação Profissional 16
Exercício Profissional 17
Organização do Sistema 17
Integração Social e Profissional 18

ENTIDADES PARTICIPATIVAS DO SISTEMA CONFEA/CREA 21

PERFIL DAS MODALIDADES PROFISSIONAIS 21

Grupo Engenharia

Modalidades Civil, Eletricista, Mecânica e Metalúrgica, Química,


Geologia e Minas e Agrimensura

Grupo Agronomia

Modalidade Agronomia

Campo de Atuação

Modalidade Engenharia de Segurança do Trabalho

REGISTRO PROFISSIONAL 27

SISTEMA DE TRABALHO PROFISSIONAL 29


CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL 32

ÉTICA PROFISSIONAL 32

ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA – ART 39

CERTIDÃO DE ACERVO TÉCNICO – CAT 49

LIVRO DE ORDEM 55

RESPONSABILIDADES 57

Responsabilidade Profissional 57

Responsabilidade Técnica ou Ético-Profissional


Responsabilidade Civil
Responsabilidade Penal ou Criminal
ResponsabilidadeTrabalhista
Responsabilidade Administrativa

Exercício Ilegal da Profissão 59

Penalidades por Falta de Ética 60

Infração Ética 60

Profissões de Responsabilidade de Meio e de Resultado

GESTÃO DE PROJETOS E CONTRATOS 76

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 83

BASE LEGAL PARA O EXERCÍCIO PROFISSIONAL 84

Legislação Profissional Aplicada as Modalidades Profissionais


Leis
Decreto-Lei
Decreto
Resolução
Decisão Normativa

LEGISLAÇÃO – CREA-RS 88

VERIFICAÇÃO DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL 89

LEGISLAÇÃO TRABALHISTA 91

CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO 95


CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR 97

DATAS COMEMORATIVAS DO SISTEMA CONFEA/CREA 97

ANEXOS 98
Legislação Aplicada à Engenharia

INTRODUÇÃO

Engenharia e a sociedade
A sociedade, direta ou indiretamente, depende cada vez mais da engenharia, seja para
realização de obras e projetos. Como atuar como uma sociedade moderna e conceber nos
dias atuais a ausência da tecnologia que envolve a vida projetando novos meios de
conviver e conservar os recursos naturais do nosso planeta. Até mesmo as relações de
trabalho foram alteradas pela influência da engenharia, que proporcionou a mecanização
e a automação de muitas atividades, bem como outros tipos de melhoria nos postos de
trabalho, trazendo melhor segurança e qualidade de vida aos trabalhadores.

O engenheiro é o profissional que deve ser visto, acima de tudo, como um agente
transformador da sociedade em que vive. É o indivíduo preparado para avaliar situações
e propor soluções seguras, eficientes e eficazes, considerando que para se tornar um
engenheiro que de fato fará diferença na sociedade, contribuindo de forma efetiva na
resolução de muitos problemas.

A preparação começa com uma boa formação escolar, pois uma boa formação é algo
duradouro e nos prepara para sermos capazes de acompanhar a evolução das coisas. É
preciso, ainda, ter em mente que um profissional engenheiro precisa constantemente de
atualização, uma vez que o conhecimento e as ciências evoluem de maneira muito rápida.
A sociedade muda, técnicas se tornam ultrapassadas e novas áreas de conhecimento
surgem. É importante inovar, mas com segurança e responsabilidade, calculando sempre
o risco das ações a serem tomadas, assim, sem dúvida o engenheiro contribuirá para o
desenvolvimento da empresa onde trabalha, de sua profissão e de sua sociedade.

Por fim, a sociedade tem se mostrado cada vez mais consciente de que o modelo atual de
desenvolvimento econômico está associado à degradação do meio ambiente, com
impactos diretos na qualidade de vida e na própria sobrevivência do homem, e para o
engenheiro diante dessa realidade, torna-se necessário o entendimento a respeito do meio
ambiente, da sua relevância e a da importância do desenvolvimento sustentável, para a
longevidade do planeta terra.
Legislação Aplicada à Engenharia

SINOPSE HISTÓRICA DA LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL NO BRASIL

1808 – Família Real Portuguesa, fugindo das tropas napoleônicas para o Brasil, D. João
VI criou novos estabelecimentos governamentais militares, científicos, culturais e de
formação profissional, até então limitados ou proibidos na Colônia.

1880 – Decreto Imperial Nº 3.001: fixaram-se novos requisitos para que os Engenheiros
Civis, Geógrafos e Agrimensores pudessem exercer cargos e funções de nomeação do
Governo.

1890 – Decreto Nº 9.827 e Nº 1.073: regulamentou o exercício da profissão de Agrimensor


e a criação do grau de “Doutor em Ciências” e “Distintivo” de Engenheiro.

1891 – Aprovação da nova Constituição, foi transferida aos Estados a responsabilidade de


criar as faculdades de ensino e, também, a incumbência de controlar as profissões
técnicas dentro dos seus respectivos territórios.

1933 – Decreto Nº 23.196 vem regulamentar a profissão agronômica e em dezembro


desse mesmo ano um novo Decreto Nº 23.569, vem regulamentar, especificamente, três
profissões: engenheiro, arquiteto e agrimensor.

1966 – Com o avanço tecnológico, novos campos de atuação profissional fizeram-se


presentes e foi necessária nova regulamentação para o exercício profissional do
engenheiro, arquiteto e agrônomo, através da Lei Federal Nº 5.194/66 que regula e
estabelece normas complementares.

Todo exercício profissional do engenheiro, do agrônomo, do geólogo, do geógrafo, do


meteorologista está condicionado a uma série de documentos legais.

Conceitualmente: Legislação é um corpo de leis que regulariza determinada matéria ou


ciência, ou ainda um conjunto de leis que organiza a vida de um país, ou seja, o que
popularmente se chama de ordem jurídica e que estabelece condutas e ações aceitáveis
ou recusáveis de um indivíduo, instituição, empresa, entre outros.

Necessidade de legislação: Legislação é necessária quando certa conduta causa repulsa,


ou seja, quando desvirtua dos padrões.

Em uma sociedade, a função das leis é controlar os comportamentos e ações dos


indivíduos de acordo com os princípios daquela sociedade.

No âmbito do Direito, a lei é uma regra tornada obrigatória pela força coercitiva do poder
legislativo ou de autoridade legítima, que constitui os direitos e deveres numa comunidade.
Legislação Aplicada à Engenharia

LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL

A Legislação Aplicada à Engenharia tem um papel importante no ensino da legislação


abordando assuntos que mais diretamente dizem respeito à atividade profissional dos
futuros engenheiros. É comum os profissionais descobrirem a existência da legislação a
medida que mais vão se aprofundando no campo profissional, enfrentando situações que
poderiam ser evitadas ou de certa forma, melhor resolvidas se conhecessem melhor a
legislação que regula o seu campo de atuação profissional no início da carreira, para que
tenham condições de desempenha-la com maior proficiência.

O conhecimento da legislação visando melhor desempenho das atividades profissionais


dos engenheiros é delimitado pelo Art. 7º da Lei n.º 5.194/66, que regula o exercício da
profissão, em consonância com o disposto nos Artigos 1º, 2º e 7º da Resolução n.º 218
do CONFEA. São atividades que propiciam o fornecimento de bens e serviços à
sociedade, abrangendo a engenharia do processo e a engenharia do produto e, todas,
atuando sobre o interesse e a propriedade, pública ou privada; sobre o meio ambiente;
sobre as relações interpessoais; causando impactos financeiros ou econômicos aos
envolvidos. Além disto, é facilmente reconhecível que, havendo um relacionamento
financeiro e a intervenção no meio ambiente, surge a possibilidade de ocorrer conflitos de
interesses, levando ao contencioso.

Assim, o profissional de engenharia deve ser um indivíduo ativo e participativo em prol da


melhoria da qualidade de vida da humanidade. O atual momento exige cada vez mais que
haja um comportamento empresarial por parte dos engenheiros, face a redução da oferta
de emprego, para tanto, deverão estar qualificados para enfrentar um mundo comercial
em competitividade crescente.

Quanto aos diplomas legais podemos citar a Hierarquia das Leis – O conhecimento do
ordenamento das Leis do País, cabe a todos os cidadãos, principalmente aos profissionais
de nível superior. Para tanto devem ter em mente que o estabelecido em diploma de grau
superior detém prevalência sobre outro de grau inferior. Este é um dos primeiros passos
para o reconhecimento de direitos e obrigações do profissional pois, deste modo, poderá
evitar o talante arbitrário de qualquer administrador.
DIPLOMAS LEGAIS DO BRASIL

Para efeito de compreensão e localização dos assuntos, dividiremos os documentos


legais, referentes ao exercício profissional, em grupos e abordaremos os principais,
conforme segue:

 Leis: Normas gerais de conduta que disciplinam as relações de fato incidentes no


direito, e cuja observância é imposta pelo poder estatal, sendo elaborada pelo
Poder Legislativo, por meio do processo adequado.
 Decretos: Atos do Presidente da República para estabelecer e aprovar o
regulamento de lei, facilitando a sua execução.
 Decretos-Lei: Normas baixadas pelo Executivo, através da Presidência da
República, que se restringe a certas matérias e estão sujeitas ao controle do
Congresso Nacional.
 Resolução: Ato normativo de competência exclusiva do Plenário do CONFEA,
destinado a explicitar a lei, para sua correta execução e para disciplinar os casos
omissos.
 Decisão Normativa: Ato de caráter imperativo, de exclusiva competência do
Plenário do CONFEA, destinado a fixar entendimentos ou a determinar
procedimentos a serem seguidos pelos CREAs, visando à uniformidade de ação.
 Decisão Plenária: Ato de competência dos Plenários dos Conselhos para
instrumentar sua manifestação em casos concretos.

Na hierarquia das Normas Legais, configurando-se no topo do ordenamento jurídico, está


a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é a lei fundamental e
suprema do Brasil, servindo de parâmetro de validade a todas as demais espécies
normativas.

Em seu Artigo 5º apresenta-se primeiramente a relação entre a garantia de direitos


fundamentais aos indivíduos brasileiros ou não.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Título II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais

Capítulo I
Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
Inciso XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as
qualificações profissionais que a lei estabelecer;
DECRETO N.º 23.569/33, 11 de dezembro de 1933.

Importante documento legal de suporte ao Sistema Profissional que deu origem aos
Conselhos Profissionais, atribuições e atividades profissionais estão relatadas no Decreto
23.569/33, o qual refere-se:

Art. 25 ao Art. 27 – Criou o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Engenharia,


Agronomia e Arquitetura.

 Os Conselhos são órgãos de serviço público, criados para regulamentar e fiscalizar


o exercício profissional;
 Dedicam-se a assegurar as prerrogativas profissionais de engenheiros, arquitetos,
agrônomos, geólogos, geógrafos, meteorologistas, tecnólogos e técnicos.
 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1930-1949/D23569.htm

Figura – Conselhos CONFEA e CREA

LEI N.º 4.950-A – PISO PROFISSIONAL ENGENHEIROS. De 22 de abril de 1966.

Dispõe sobre a remuneração de profissionais diplomados em Engenharia, Química,


Arquitetura, Agronomia e Veterinária.

LEI N.º 5.194 – REGULA O EXERCÍCIO PROFISSIONAL. De 24 de dezembro de 1966.

Regula o exercício das profissões de Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro-Agrônomo, e dá


outras providências.

LEI N.º 5.869 – CÓDIGO DO PROCESSO CIVIL. De 11 de janeiro de 1973.

LEI N.º 6.496 – RESPONSABILIDADE TÉCNICA. De 07 de dezembro de 1977.

Institui a “Anotação de Responsabilidade Técnica” – ART na prestação de serviços de


engenharia, de arquitetura e agronomia; autoriza a criação, pelo Conselho Federal de
Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CONFEA, de uma Mútua de Assistência
Profissional; e dá outras providências.

LEI N.º 8.078 – CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. De 11 de setembro de 1990.

LEI N.º 8.666 – LEI DAS LICITAÇÕES. De 21 de junho de 1993.

Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações
e contratos da Administração Pública e dá outras providências.

LEI N.º 10.406 – CÓDIGO CIVIL. Bens, Direitos, Contratos. De 10 de janeiro de 2002.

RESOLUÇÃO N.º 1002 – CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL. De 26 de novembro de


2002.

CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DA ENGENHARIA, DA ARQUITETURA, DA


AGRONOMIA, DA GEOLOGIA, DA GEOGRAFIA E DA METEOROLOGIA.

Estabelecido em 1971, o Código de Ética Profissional acompanha o cotidiano dos


profissionais da Engenharia, da Agronomia e das Geociências, atendendo o que preconiza
a Lei nº 5.194/1966 quando define o caráter social das atividades abrangidas pelo Sistema
Confea/Crea. “A profissão é bem social da humanidade e o profissional é o agente capaz
de exercê-las, tendo como objetivos maiores a preservação e o desenvolvimento
harmônico do ser humano, de seu ambiente e de seus valores.” (Art. 8º do Código de Ética
Profissional).

Figura – Código de Ética Profissional


RESOLUÇÃO Nº 1.010 do CONFEA. De 22 de agosto de 2005.

Dispõe sobre a regulamentação da atribuição de títulos profissionais, atividades,


competências e caracterização do âmbito de atuação dos profissionais inseridos no
Sistema Confea/Crea, para efeito de fiscalização do exercício profissional.

RESOLUÇÃO Nº 1.073 do CONFEA. De 19 de abril de 2016.

Regulamenta a atribuição de títulos, atividades, competências e campos de atuação


profissionais aos profissionais registrados no Sistema Confea/Crea para efeito de
fiscalização do exercício profissional no âmbito da Engenharia e da Agronomia.
Legislação Aplicada à Engenharia

ASPECTOS LEGAIS DAS PROFISSÕES

No Brasil existem as profissões:

 PROFISSÕES REGULAMENTADAS

 PROFISSÕES NÃO REGULAMENTADAS

O Estado regulamenta uma profissão se entender que seu exercício pode ser
indiscriminado colocando em risco a sociedade.

Profissões regulamentadas são definidas por lei, ou seja, tem regulamentação própria
de direitos e garantias, como piso salarial, jornada de trabalho e adicionais.

Mesmo possuindo regimento próprio (atribuições profissionais), os profissionais são


regidos também pela Consolidação das Leis do Trabalho, a CLT, que também ampara as
profissões reconhecidas pelo Ministério do Trabalho e integram a Classificação Brasileira
de Ocupações.

Qual objetivo da regulamentação.

 CRIAR COMPROMISSOS LEGAIS – O profissional deve pautar suas


atividades, seu trabalho e contratos pelos ditames da Lei

 CRIAR COMPROMISSOS ÉTICOS – O profissional tem um comprometimento


ético e social com a comunidade

Exemplos de profissões regulamentadas.

Medicina, Engenharia, Odontologia, Arquitetura, Fonoaudiologia, Agronomia, Medicina


Veterinária, Farmácia, Técnico Agrícola, Técnico Industrial, Nutrição, Biblioteconomia,
Economia, Advocacia, entre outras.

No Brasil, a profissão de engenheiro é regulamentada pela lei nº 5.194, de 24/12/1966,


promulgada pela Presidência da República, onde as profissões de engenheiro, arquiteto e
engenheiro-agrônomo são caracterizadas pelas realizações de interesse social e humano
que importem na realização dos seguintes empreendimentos:

a. aproveitamento e utilização de recursos naturais;


b. meios de locomoção e comunicações;
c. edificações, serviços e equipamentos urbanos, rurais e regionais, nos seus
aspectos técnicos e artísticos;
d. instalações e meios de acesso a costas, cursos e massas de água e extensões
terrestres;
e. desenvolvimento industrial e agropecuário.
Ainda, segundo esta lei, o exercício, no País, da profissão de engenheiro, arquiteto ou
engenheiro-agrônomo, observadas as condições de capacidade e demais exigências
legais, é assegurado:
a. aos que possuam, devidamente registrado, diploma de faculdade ou escola superior
de engenharia, arquitetura ou agronomia, oficiais ou reconhecidas, existentes no
País;
b. aos que possuam, devidamente revalidado e registrado no País, diploma de
faculdade ou escola estrangeira de ensino superior de engenharia, arquitetura ou
agronomia, bem como os que tenham esse exercício amparado por convênios
internacionais de intercâmbio;
c. aos estrangeiros contratados que, a critério dos Conselhos Federal e Regionais de
Engenharia, Arquitetura e Agronomia, considerados a escassez de profissionais de
determinada especialidade e o interesse nacional, tenham seus títulos registrados
temporariamente.

Ainda, de acordo com a lei citada, as atividades e atribuições profissionais do engenheiro,


do arquiteto e do engenheiro-agrônomo consistem em:

a. desempenho de cargos, funções e comissões em entidades estatais, paraestatais,


autárquicas, de economia mista e privada;
b. planejamento ou projeto, em geral, de regiões, zonas, cidades, obras, estruturas,
transportes, explorações de recursos naturais e desenvolvimento da produção
industrial e agropecuária;
c. estudos, projetos, análises, avaliações, vistorias, perícias, pareceres e divulgação
técnica;
d. ensino, pesquisas, experimentação e ensaios;
e. fiscalização de obras e serviços técnicos;
f. direção de obras e serviços técnicos;
g. execução de obras e serviços técnicos;
h. produção técnica especializada, industrial ou agropecuária.

SISTEMATICA DE CONCESSÃO DE ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS


Assim como a lei estabelece privilégios ao graduado, cabendo tão somente a ele o
exercício da profissão, em contrapartida são exigidos alguns requisitos básicos para a sua
prática, através de uma regulamentação profissional.

Não basta ter obtido o diploma (qualificação) para atuar na profissão.

Há dispositivos legais que devem ser atendidos para a habilitação legal.

Legislação Profissional – Regulamentação Profissional

 Referenciais Nacionais dos Cursos de Engenharia – é um descritivo que aponta,


em linhas gerais, um perfil do profissional formado, os temas abordados durante a
formação, as áreas em que o profissional poderá atuar e a infra estrutura necessária
para a implantação do curso.

 Diretrizes Curriculares Nacionais para Cursos de Graduação em Engenharia

http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=112681-
rces002-19&category_slug=abril-2019-pdf&Itemid=30192

REFERENCIAL DOS CURSOS DE ENGENHARIA


Recomendação as Instituições de Ensino Superior
Carga Horária Mínima: 3600h
PERFIL DO EGRESSO
O Engenheiro.......
TEMAS ABORDADOS NA FORMAÇÃO
Atendidos os conteúdos do núcleo básico da Engenharia, os conteúdos profissionalizantes
do curso são: Eletricidade Aplicada; Mecânica dos Sólidos; Mecânica dos Fluídos; Ciência
dos Materiais; .......
ÁREAS DE ATUAÇÃO
O Engenheiro ......
INFRAESTRUTURA RECOMENDADA
Laboratório de Física; Laboratório de Informática com programas específicos; Laboratório
de Química; Laboratório de Metrologia; Laboratório de Materiais de Construção;
Laboratório de Concreto; Laboratório de Estruturas; Processos de Fabricação.....
LEGISLAÇÃO PERTINENTE
Lei 5.194/66.
Resolução Confea 235/1975.

Importância da Engenharia: A Engenharia existe desde os mais remotos tempos. Pode-


se afirmar que ela existe desde o aparecimento do homem na face da Terra. Se a
entendermos como a arte de usar a técnica para realizar aquilo que a imaginação humana
concebe, verificaremos que, enquanto existir a humanidade, ela estará presente. A
Engenharia, compreendida como a arte de fazer, consiste em aplicar conhecimentos
científicos à criação de estruturas, processos e dispositivos, que são utilizados para
converter recursos naturais em formas adequadas ao atendimento das necessidades
humanas.
Figural – Profissões, CREA

Com a conclusão do curso de graduação, novas perspectivas se abrem perante a


sociedade. Você acabou de concluir uma etapa técnico-científica, em que seu acervo de
conhecimentos, somados à sua formação cultural, veio transformá-lo em um profissional
de nível superior.

Figura – Engenharias

O exercício das atividades inerentes a sua profissão, assegura-lhe, pela legislação vigente,
todos os direitos pertinentes a ela juridicamente.

E quem exercer ilegalmente, é passível de sanções penais e civis, estabelecidas por lei.
É bom lembrar: além dos direitos que lhe são assegurados, há também os
correspondentes deveres e obrigações de ordem LEGAL e de ordem ÉTICA.

É importante que o futuro profissional e mesmo aqueles recém-formados entendam a


necessidade de cumprimento de duas exigências, para que possam exercer suas
profissões:

1. Possuir qualificação técnico-científica, fornecida pela escola e atestada pelo


seu diploma. (QUALIFICAÇÃO – TÉCNICA)

2. Ter habilitação, obtida com seu registro no CREA, que lhe fornece a carteira
profissional. (HABILITAÇÃO – LEGAL)

COMO SE DA A QUALIFICAÇÃO E HABILITAÇÃO PROFISSIONAL


Para o fiel cumprimento das responsabilidades profissionais, é imprescindível dupla
habilitação: técnica/científica e legal.

A legal cabe ao Estado, por ser interesse dele o bom desempenho do exercício
profissional, controlando e fiscalizando o exercício da atividade profissional, mediante
órgãos competentes, criados por lei. Cabe aos Conselhos de Fiscalização das diversas
profissões:

CREA (Engenharia, Agronomia) – CREMERS (Medicina) – CRO (Odontologia) –


CMVET (Medicina Veterinária) – OAB (Direito) – CAU (Arquitetura), entre outros.

Figura – Atribuições Profissionais


Publicações sobre Nossa Legislação Profissional (CREA-RS) e Profissionais da
Engenharia e da Agronomia (CONFEA) estão disponíveis nos respectivos sites como e-
book.

Figura – Legislação Profissional – CREA/CONFEA

O órgão responsável pela fiscalização e regulamentação do profissional de engenharia no


Brasil é o Conselho Nacional de Engenharia e Agronomia (CONFEA), representado nos
estados pelos Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (CREAs).

Para que um profissional formado possa exercer a profissão de engenheiro no Brasil é


necessário que possua o registro profissional no CREA, que conferirá as habilitações
profissionais específicas à área de formação escolhida, emitindo, também, credenciais
para o exercício profissional.

A resolução Nº 1.010, de 22/08/2005 do CONFEA dispõe sobre a regulamentação da


atribuição de títulos profissionais, atividades, competências e caracterização do âmbito de
atuação dos profissionais inseridos no Sistema CONFEA/CREA, para efeito de
fiscalização do exercício profissional.
Legislação Aplicada à Engenharia

SISTEMA CONFEA/CREA

O Conselho Federal de Engenharia e Agronomia – CONFEA, instituído juntamente com


os Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia – CREAS, atraves do Decreto nº
23.569, de 11 de dezembro de 1933, atualmente regido pela Lei n° 5.194, de 24 de
dezembro de 1966, são responsáveis pela verificação, fiscalização e aperfeiçoamento do
exercício e das atividades das áreas profissionais da engenharia, agronomia e
geociências.

O Conselho Federal é a instância máxima a qual um profissional pode recorrer no que se


refere ao regulamento do exercício profissional.

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia é entidade autárquica de fiscalização


do exercício e das atividades profissionais, dotada de personalidade jurídica de direito
público, vinculada ao CONFEA, para exercer papel institucional de primeira e segunda
instâncias no âmbito de sua jurisdição. É o órgão de fiscalização, controle, orientação e
aprimoramento do exercício e das atividades profissionais da Engenharia, da Agronomia,
da Geologia, da Geografia e da Meteorologia, em seus níveis médio e superior, no território
de sua jurisdição.

Cabe ao CONFEA garantir a unidade de ação e a normatização de todos os CREAs,


exercendo funções de supervisão financeira e administrativa sobre eles, formando-se
assim, o Sistema CONFEA/CREA.

O chamado SISTEMA CONFEA/CREA é o conjunto formado pelo Conselho Federal de


Engenharia e Agronomia - CONFEA e pelos Conselhos Regionais de Engenharia e
Agronomia – CREA atuando de forma associada e coesa em prol de um objetivo comum:
zelar pela defesa da sociedade e do desenvolvimento sustentável do país, observados os
princípios éticos profissionais. A intenção de se buscar essa unidade de ação é que tais
órgãos fiscalizadores – que possuem, cada um, personalidade jurídica própria – trabalhem
de forma sinérgica, de modo a potencializar suas entregas aos cidadãos.

Os CREAS, visando à maior eficiência da fiscalização, possuem a prerrogativa de criar


câmaras especializadas por grupo ou modalidade profissional. Estes órgãos têm entre
suas atribuições, julgar e decidir em primeira instância, os assuntos de fiscalização e
infração à legislaçãoprofissional.

O funcionamento do Sistema CONFEA/CREA, do qual o CONFEA é o órgão central, é


orientado basicamente pelos seguintes eixos temáticos:

 Formação Profissional
As profissões que integram o Sistema Confea/Crea possuem diferentes níveis de
formação e são caracterizadas pelos seguintes elementos: a) na parte da formação
profissional, pelas diretrizes curriculares, perfis e títulos acadêmicos; e b) na parte do
exercício profissional, pelas atribuições profissionais, perfis e títulos profissionais.

Na formação desses profissionais – que se distribuem pelos níveis tecnológico e pleno –


atuam milhares de instituições de ensino.

Apesar da subordinação dessas instituições a um complexo legal denominado


“legislação do ensino”, que lhes confere autonomia didática e pedagógica, as leis
do país condicionam o início do exercício profissional de seus egressos ao prévio
atendimento às disposições de distinto complexo legal, denominado de “legislação
profissional”.
Assim, efetivamente, para o exercício de qualquer uma dessas profissões, é exigida uma
dupla habilitação: a acadêmica, concedida pelas instituições de ensino, e a profissional,
concedida pelos conselhos profissionais. A compatibilização ou a integração dos
elementos acadêmicos e profissionais tem sido buscada desde a criação do Sistema
Confea/Crea, inicialmente em 1933 e depois em 1966, quando o legislador colocou
representações acadêmicas nos plenários dos Conselhos.

Mediante ações estratégicas, o Confea tem buscado estabelecer parcerias visando ao


alinhamento entre os sistemas acadêmico e profissional, haja vista as crescentes e
diversificadas demandas do mercado de trabalho, bem como avaliar as qualificações
profissionais requeridas e a contínua busca de melhor formação ético-cidadã dos
profissionais.

 Exercício Profissional
O Exercício Profissional efetivo, eficiente e eficaz desejado reflete-se, entre outros
aspectos, na qualidade indispensável de obras, serviços e produtos colocados à
disposição da sociedade, na flexibilidade exigida dos profissionais em um mercado em
permanentes e aceleradas transformações e no comportamento ético, sujeito aos padrões
compensados pelos cidadãos-profissionais que integram o Sistema Confea/Crea.

Exercício efetivo significa também, em relação às profissões para as quais a Constituição


exige comprovada qualificação, manter a atividade profissional em níveis próximos ao
pleno emprego ou à plena ocupação. O exercício profissional é regulado por inúmeros
instrumentos legais e regulamentado por instrumentos administrativos normativos editados
pelo Confea (resoluções e decisões normativas) e pelos Creas (atos).

Os Creas trabalham na ponta do Sistema, procedendo ao registro de profissionais e de


empresas, de instituições de ensino e de cursos, bem como da Anotação de
Responsabilidade Técnica – ART. Além disso cabe aos Creas realizar a fiscalização do
exercício e das atividades profissionais, a partir da normatização exarada ou homologada
pelo Confea.

O Confea, de seu turno, efetua a normatização necessária para regulamentar o exercício


e as atividades das profissões abrangidas pelo Sistema e acolhe recursos, em última
instância, de processos de infração à legislação profissional e ao Código de Ética
Profissional, bem como atua em processos de interesse de profissionais fiscalizados,
como a homologação de registro de profissionais diplomados no exterior, entre outros.

 Organização do Sistema
A boa gestão das relações entre entidades, instituições de ensino e conselhos de
fiscalização é condição indispensável para o alcance da eficiência, eficácia e efetividade
do sistema profissional. Acresce salientar que o complexo formado por essas
organizações é estruturado primeiramente no âmbito dos municípios, depois no estadual
e, finalmente, no âmbito federal, adquirindo dessa forma representatividade, capacidade
de mobilização e, consequentemente, força reivindicatória. Força essa direcionada
principalmente ao aperfeiçoamento da legislação profissional, a fim de que a mesma possa
acompanhar o dinamismo do processo de desenvolvimento sustentável do País.

Apesar de integrados a um mesmo sistema profissional, portanto alinhadas aos objetivos


comuns estabelecidos, essas organizações também possuem finalidades próprias e
desempenham diferenciados papéis. Sintetizando: (1) as Associações desenvolvem
atividades políticas, sociais, culturais, recreativas, desportivas, etc.; (2) os Sindicatos
se incumbem da defesa socioeconômica dos profissionais; (3) a Caixa de
Assistência, Mútua oferece serviços de assistência aos diversos profissionais atendidos
pelo sistema; (4) as Cooperativas promovem a “união profissional” face às questões
referentes ao acesso ao crédito facilitado e ao trabalho; e (5) os Conselhos são
autarquias criadas para a defesa social diante da prestação de serviços nas áreas das
profissões regulamentadas e neles registradas.

O CONFEA – tendo em vista as competências legais que lhe foram atribuídas, as


condições e características especiais de seu funcionamento e o âmbito federal de sua
atuação – é considerado o órgão central desse sistema profissional. Para auxiliá-lo, foram
instituídos os chamados órgãos consultivos. Estes, de caráter técnico-administrativo e
político-institucional, são os seguintes: a) o CP - Colégio de Presidentes do Sistema
Confea/Crea, com a representação dos 28 conselhos (regionais e federal) e da Mútua; b)
o CDEN - Colégio de Entidades Nacionais, com representação das entidades nacionais
credenciadas; e c) as CCEC - Coordenadorias de Câmaras Especializadas dos Creas,
com representantes das Câmaras Especializadas Nacionais. O componente assistencial
– a Mútua, representando as 27 Caixas de Assistência dos estados – também
desempenham papéis relevantes e contribuem para a sustentabilidade do sistema
profissional.

Em relação aos conselhos-autarquias, é importante esclarecer ainda que, diferentemente


do que acontece em todos os demais conselhos profissionais, os Plenários dos Conselhos
Federal e Regionais de Engenharia e Agronomia são integrados pelas representações
desse complexo de entidades de classe e instituições de ensino. Por isso, a estrutura de
funcionamento desse complexo, a qualidade dessas representações, e,
consequentemente, a maior eficácia desses Plenários têm tudo a ver com a
governabilidade e a sustentabilidade dessas organizações (as partes) e do Sistema (o
todo).
 Integração Social e Profissional
A Integração Social diz respeito ao estreitamento das relações das organizações do
Sistema Confea/Crea com as organizações públicas e privadas do universo social. E a
presidir essa integração, a par dos valores e princípios constitucionais consensados,
estarão sempre os “interesses sociais e humanos” – citados no art. 1º da Lei nº 5.194, de
1966 – a serem considerados quando da realização dos empreendimentos profissionais.

Para tanto, os canais de acesso da sociedade à organização – especialmente a Ouvidoria,


o Serviço de Informações ao Cidadão (SIC), o Portal da Transparência e as mídias
institucionais – identificam diariamente as manifestações dos cidadãos afetados pelos
serviços prestados pelo Sistema Confea/Crea, bem como lhes possibilitam conhecer a
instituição sob diversos aspectos.

Ademais, diretamente associado ao conceito e à prática da Integração Social, está a


comunicação social integrada, em que as diversas áreas – jornalismo, publicidade,
relações públicas e eventos – atuam em conjunto na divulgação interna e externa de ações
e resultados do Sistema Confea/Crea, de forma a, entre outros objetivos, promover a
integração do Sistema, ampliar a transparência junto à sociedade acerca de informações
sobre a gestão, facilitar o acesso dos diferentes públicos aos serviços prestados pelo
Confea e possibilitar a divulgação da imagem institucional do Confea e dos Creas, de suas
atribuições e competências

Outro importante processo relacionado à Integração Social é a atuação parlamentar que,


mediante o acompanhamento e manifestação acerca dos projetos de lei e políticas
públicas relacionados às profissões do Sistema Confea/Crea, visa atuar em prol da
sociedade, uma vez que esta tem refletido e exigido aptidão profissional e tecnologia que
atendam seus anseios e, consequentemente, o desenvolvimento do país.

Por sua vez, a Integração Profissional diz respeito ao estreitamento cada vez maior das
relações entre os profissionais integrantes do Sistema, desses com as entidades
representativas e destas entre si.

Como mecanismo de Integração Profissional, o Confea promove ações institucionais


voltadas à discussão de questões internas e daquelas relacionadas às amplas interfaces
político-sociais do Sistema Confea/Crea. Nessa categoria, tem-se o Encontro de
Representantes do Sistema Confea/Crea, realizado anualmente, os Congressos Nacional
e Estaduais de Profissionais (o CNP e os CEPs), realizados a cada 3 anos, e os diversos
Encontros Nacionais por modalidade profissional organizados pelo Confea. Na categoria
de ações institucionais voltadas ao debate de temas de interesse das profissões, tem-se
a Semana da Engenharia e da Agronomia (SOEA), realizada anualmente.

Por fim, também abarcada pelo eixo Integração Social e Profissional, a inserção
internacional do Sistema Confea/Crea é motivada em linhas gerais pelo processo de
globalização e dos novos paradigmas que se refletem em um novo desafio: a necessidade
da consolidação de um modelo que harmonize as condições do exercício profissional para
atender a mobilidade profissional. Além da mobilidade profissional, abre-se uma excelente
oportunidade de reflexão e análise sobre diversos aspectos do negócio – tais como registro
e certificação profissional – diante dos modelos existentes no mundo.

Assim, o Sistema Confea/Crea vem estreitando seu relacionamento com as congêneres


de outros países, com o objetivo de conhecer e discutir as normas que regulamentam o
exercício profissional nesses países, como preliminar indispensável não apenas aos
possíveis tratados de livre circulação de profissionais, como também para participar
proativamente dos processos de transferência e absorção de tecnologias, de inovação e
de empreendedorismo. Para tanto, participa de inúmeros fóruns, bem como promove
diversas missões representativas em eventos internacionais afetos às profissões de
engenharia e agronomia.

Os Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (CREAs) são entidades de


fiscalização do exercício de profissões de engenharia, arquitetura e agronomia, em seus
estados.

Entre as atribuições dos CREAs, estão criar as câmaras especializadas; examinar


reclamações e representações acerca de registros; julgar e decidir, em grau de recurso,
os processos de infração da legislação profissional enviados pelas câmaras
especializadas; julgar, em grau de recurso, os processos de imposição de penalidades e
multas; organizar o sistema de fiscalização do exercício das profissões reguladas pelo
Sistema; examinar os requerimentos de registro e expedir as carteiras profissionais;
cumprir e fazer cumprir a presente legislação profissional e as resoluções baixadas pelo
Conselho Federal; criar inspetorias e nomear inspetores especiais para maior eficiência da
fiscalização; organizar e manter atualizado o registro das entidades de classe e das
escolas e faculdades que devam participar da eleição de representantes nos plenários dos
Creas e do Confea e registrar as tabelas básicas de honorários profissionais elaboradas
pelos órgãos de classe (todas as atribuições estão listadas no Artigo nº 34 da Lei nº
5.194/1966).

No CREA-RS, existem oito Câmaras Especializadas responsáveis por deliberar sobre


questões específicas de suas áreas.

 Agronomia
 Engenharia Civil
 Engenharia Elétrica
 Engenharia Florestal
 Engenharia Mecânica e Metalúrgica
 Engenharia Química
 Engenharia de Segurança do Trabalho
 Geologia e Engenharia de Minas

Por fim, a Lei nº 12.378, de 31 de dezembro de 2010, regulamenta o exercício da


Arquitetura e Urbanismo, bem como criou o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil
– CAU/BR e os Conselhos de Arquitetura e Urbanismo dos Estados e do Distrito Federal
– CAUs, de forma que esta profissão deixou de pertencer ao Sistema Confea/Crea desde
então.
O mesmo ocorrendo com os técnicos industriais e agrícolas, em virtude da Lei nº 13.639,
de 26 de março de 2018, que criou o Conselho Federal dos Técnicos Industriais, o
Conselho Federal dos Técnicos Agrícolas, os Conselhos Regionais dos Técnicos
Industriais e os Conselhos Regionais dos Técnicos Agrícolas.

ENTIDADES PARTICIPATIVAS DO SISTEMA CONFEA/CREA

A Escola– Instituição que habilita o profissional através do ensino, da pesquisa e da


extensão.

As Associações– Entidades que visam à integração dos profissionais em torno de


objetivos comuns. Essa interação propicia o aprimoramento pessoal e profissional,
buscando a defesa dos interesses dos seus associados e reciclagem profissional.

Os Sindicatos– São organizações que objetivam a defesa dos interesses comuns de uma
mesma categoria profissional ou de profissões correlatas, principalmente na área
trabalhista. Os sindicatos representam, perante o Poder Judiciário e as entidades
administrativas, os interesses dos trabalhadores a eles congregados, diante dos
empregadores.
Legislação Aplicada à Engenharia

PERFIL DAS MODALIDADES PROFISSIONAIS


Para fins de organização da representação nos plenários dos Creas e da constituição das
câmaras especializadas, o Confea definiu oito modalidades profissionais, abrigadas nos
grupos da Engenharia, da Agronomia e Especiais.

 Grupo Engenharia: modalidades Civil, Eletricista, Mecânica e Metalúrgica,


Química, Geologia e Minas e Agrimensura;

 Grupo Agronomia: modalidade Agronomia;

 Campo de Atuação: Engenharia de Segurança do Trabalho.

Na sequência, serão abordadas as características das profissões agrupadas em cada uma


das modalidades, visto que uma das dificuldades encontradas pelo pessoal incumbido da
fiscalização é identificar, de forma clara, onde atuam e quais atividades são privativas
destes profissionais.

 Modalidade Civil

Enquadram-se nesta modalidade os engenheiros ambientais, os engenheiros civis, os


engenheiros de fortificação e construção, os engenheiros de operação (construção civil,
construção de estradas, edificações e estradas), os engenheiros industriais (Civil), os
engenheiros militares, os engenheiros rodoviários, os engenheiros sanitaristas, os
engenheiros sanitaristas e ambientais, os engenheiros de infra-estrutura aeronáutica, os
engenheiros de produção (Civil), os engenheiros hídricos, os urbanistas, bem como os
tecnólogos e os técnicos de nível médio.

De acordo com sua habilitação específica, limitados à sua formação curricular, atuam na
concepção e planejamento de diversos tipos de serviços e obras de construção civil, bem
como nos estudos de sua viabilidade técnica e econômica. Exercem atividades
relacionadas ao dimensionamento das construções, com a escolha e especificação de
materiais de construção, além do acompanhamento técnico da execução de obras e
serviços. Estudam e propõem soluções para as obras civis, tais como: edifícios e grandes
edificações, estradas, pontes, viadutos, túneis, dentre outras. Incumbem-se das obras de
infra-estrutura, como barragens, obras de contenção de encostas, obras de terra, bem
como do planejamento de meios de transporte e de tráfego.

Atuam também no desenvolvimento de projetos e empreendimentos de sistemas de


saneamento básico (água, esgoto, resíduos sólidos e drenagem) e de pesquisa e gestão
ambiental, visando preservar e restabelecer o meio ambiente sob modelos sustentáveis,
tanto ecológica quanto economicamente.
 Modalidade Eletricista

Inserem-se nesta modalidade os engenheiros de computação, os engenheiros de


comunicações, os engenheiros de controle e automação, os engenheiros de operação
(eletrônica, eletrotécnica, telecomunicação), os engenheiros de produção (eletricistas), os
engenheiros de telecomunicações, os engenheiros de transmissão, os engenheiros
eletricistas, os engenheiros eletricistas, (eletrônica, eletrotécnica), os engenheiros em
eletrônica, os engenheiros em eletrotécnica, os engenheiros industriais (elétrica,
eletrônica, eletrotécnica, telecomunicações), engenheiros biomédicos, bem como os
tecnólogos e os técnicos de nível médio desta área. De acordo com sua habilitação
específica, limitados à sua formação curricular, atuam com sistemas computacionais,
sistemas de comunicação e telecomunicações, eletrotécnica (geração, transmissão e
distribuição de energia elétrica) e eletrônica (computação, microeletrônica, circuitos
integrados, controle e automação industrial).

Atuam, também, realizando desde projetos de unidades simples de fontes de alimentação


para circuitos eletrônicos, até pesquisa de alta tecnologia, na área de microprocessadores
utilizados em computação.

 Modalidade Mecânica e Metalúrgica

Enquadram-se nesta modalidade os engenheiros aeronáuticos, os engenheiros mecânicos


e de armamento, os engenheiros mecânicos e de automóveis, os engenheiros de operação
(aeronáutica, fabricação mecânica, indústria da madeira, máquinas e motores, mecânica
automobilística, mecânica de manutenção, mecânico de máquina e ferramentas,
metalurgista, processos de fabricação mecânica, produção, refrigeração e ar condicionado
e siderurgia), os engenheiros de produção, os engenheiros de produção (mecânica,
metalurgista, agroindústria), os engenheiros industriais (madeira, mecânica, metalurgia),
os engenheiros mecânicos, engenheiros mecânicos (automação e sistemas), os
engenheiros metalurgistas, os engenheiros navais, os engenheiros mecânicos eletricistas,
bem como os tecnólogos e os técnicos de nível médio desta área. De acordo com sua
habilitação específica, limitados à sua formação curricular, atuam no planejamento e
supervisão da produção e da utilização de máquinas e componentes mecânicos
industriais, em processos de automação e produção de bens de capital e bens de consumo
duráveis, na manutenção e na assistência técnica de máquinas, componentes e estruturas
mecânicas industriais.

Atuam, ainda, no planejamento e na execução de projetos de produção de metais e ligas


ferrosas, além do tratamento desses metais, visando aumentar sua resistência à corrosão.
Atuam também, no desenvolvimento de técnicas e de projetos que possibilitem a
montagem, manutenção e reparo de embarcações, de seus equipamentos e suas
instalações.

Participam na elaboração e execução de projetos aeronáuticos, preparam especificações,


desenhos e técnicas de construção.
 Modalidade Química

Integram esta modalidade, conforme disposto no anexo da Resolução nº 473/2002, do


Confea, todos os profissionais com os seguintes títulos: engenheiros de alimentos,
engenheiros de materiais, engenheiros de operação, engenheiros de petróleo,
engenheiros químicos, engenheiros têxteis, bem como os tecnólogos, os técnicos de nível
médio destas áreas e os demais profissionais constantes na Tabela de Títulos da citada
Resolução.

De acordo com sua habilitação específica, limitados à sua formação curricular, é o ramo
da Engenharia que trata de conceber, projetar, construir e operar equipamentos
destinados a reproduzirem, em escala econômica, os processos controlados de
transformação da matéria em sua composição, estados físicos e conteúdo energético.

Atuam ainda no desenvolvimento ou projeto de Unidades Industriais a partir da definição


das etapas de processamento, arranjo, dimensionamento de equipamentos,
operacionalização ou condução do processo, bem como a otimização visando: o melhor
aproveitamento das matérias-primas, reagentes e insumos; uma maior produção dos
produtos de interesse econômico; o controle da qualidade dos produtos; o aumento da
eficiência na utilização dos recursos hídricos e energéticos do processamento e; a
minimização na geração e o tratamento dos resíduos industriais.

Atuam também na obtenção, definição, pesquisa e utilização de materiais, na criação de


novos produtos, nos processos e nos sistemas de produção em escala industrial, nas
áreas de energia, farmacêutica, petroquímica, e demais processos produtivos
relacionados a quaisquer das áreas da engenharia da modalidade química.

Na indústria alimentícia atuam na fabricação, na conservação, no armazenamento, no


transporte e no consumo dos produtos, visando a segurança alimentar e padrões de
qualidade, objetivando a garantia da saúde da população, bem como no controle de
matérias primas, na produção, no processamento, no controle e garantia da qualidade, no
gerenciamento e na análise da produção de alimentos.

Atuam no planejamento, na produção e na infra-estrutura da indústria têxtil, participando


de pesquisas, análises e experimentações em laboratórios têxteis, bem como no
desenvolvimento de novos produtos.

 Modalidade Geologia e Minas

Inserem-se nesta modalidade os engenheiros de minas, os engenheiros geólogos, os


geólogos, os engenheiros de exploração e produção de petróleo, bem como os tecnólogos
e os técnicos de nível médio dessa área. De acordo com sua habilitação específica,
limitados à sua formação curricular, esses profissionais atuam em pesquisa, planejamento,
prospecção e aproveitamento de recursos minerais.

Estudam aspectos legais e de execução na área da pesquisa mineral, além de projetos de


aproveitamento racional dos recursos minerais, incluindo sua extração e beneficiamento.
Realizam estudos relativos à ciência da terra, tais como: levantamentos geológicos,
geoquímicos, geofísicos e geotécnicos.

Atuam, também, no estudo das características do interior e da superfície do planeta Terra,


em várias escalas, compreendendo seus processos físicos, químicos e físico-químicos.

 Modalidade Agrimensura

Enquadram-se nesta modalidade os agrimensores, os engenheiros agrimensores, os


engenheiros cartógrafos, os engenheiros de geodésia, os engenheiros em topografia rural,
os engenheiros geógrafos, os engenheiros topógrafos, os geógrafos, bem como os
tecnólogos e os técnicos de nível médio desta área. De acordo com sua habilitação
específica, limitados à sua formação curricular, esses profissionais analisam resultados
das interações humanas com a natureza, com dados concretos do espaço geográfico,
envolvendo questões sócio-econômicas, políticas e ambientais.

Atuam, ainda, em atividades tais como levantamentos topográficos, batimétricos,


geodésicos, astronômicos, aerofotogramétricos, sensoriamento remoto,
georreferenciamento de imóveis urbanos e rurais e elaboração de cartas geográficas,
dentre outras, que se inter-relacionam com diversos ramos da Engenharia. Tal
versatilidade evidencia-se pelo fato de que boa parte dos trabalhos que envolvam
Engenharia e Agronomia desenvolvem-se em função do conhecimento prévio da posição
e de características do terreno no qual se assentam como, por exemplo:

 Engenharia Civil atuam no levantamento planialtimétrico cadastral, demarcação


de movimento de terra, de obras de terraplenagem, de açudes, de bacias
hidrográficas, de portos, aeroportos, rios e canais, bem como na locação de
fundações, de viadutos, pontes, estradas e estruturas;

 Engenharia Elétrica atuam no cadastramento das linhas de transmissão, na


locação de torres, dentre outras; e na Engenharia Industrial colaboram no
assentamento de grandes máquinas, por exigirem grande precisão.

 Modalidade Agronomia

Integram esta modalidade os engenheiros agrícolas, os engenheiros agrônomos, os


engenheiros de pesca, os engenheiros florestais, os meteorologistas, os
engenheiros de aquicultura, bem como os tecnólogos e os técnicos de nível médio desta
área.

Os engenheiros agrícolas atuam nas atividades referentes à aplicação de conhecimentos


tecnológicos para a solução de problemas relacionados à produção agrícola, envolvendo
energia, transporte, sistemas estruturais e equipamentos, nas áreas de solos e águas,
construções para fins rurais, eletrificação, máquinas e implementos agrícolas,
processamento e armazenamento de produtos agrícolas, controle da poluição em meio
rural, seus serviços afins e correlatos.

Os engenheiros agrônomos atuam nas atividades referentes à engenharia rural;


construções para fins rurais e suas instalações complementares; irrigação e drenagem
para fins agrícolas; fitotecnia e zootecnia; melhoramento animal e vegetal; recursos
naturais renováveis; ecologia, agrometeorologia; defesa sanitária; química agrícola;
alimentos; tecnologia de transformação (açúcar, amidos, óleos, laticínios, vinhos e
destilados); beneficiamento e conservação dos produtos animais e vegetais; zimotecnia;
agropecuária; edafologia; fertilizantes e corretivos; processo de cultura e de utilização de
solo; microbiologia agrícola; biometria; parques e jardins; mecanização na agricultura;
implementos agrícolas; nutrição animal; agrostologia; bromatologia e rações; economia
rural e crédito rural; seus serviços afins e correlatos.

Os engenheiros de pesca atuam as atividades referentes ao aproveitamento dos


recursos naturais aquícolas, a cultura e utilização da riqueza biológica dos mares,
ambientesestuarinos, lagos e cursos d'água; a pesca e o beneficiamento do pescado, seus
serviços afins e correlatos.

Os engenheiros florestais atuam nas atividades referentes a engenharia rural;


construções para fins florestais e suas instalações complementares, silvimetria e inventário
florestal; melhoramento florestal; recursos naturais renováveis; ecologia, climatologia,
defesa sanitária florestal; produtos florestais, sua tecnologia e sua industrialização;
edafologia; processos de utilização de solo e de floresta; ordenamento e manejo florestal;
mecanização na floresta; implementos florestais; economia e crédito rural para fins
florestais; seus serviços afins e correlatos.

Os meteorologistas atuam nas atividades referentes à direção de órgãos, serviços,


seções, grupos ou setores de Meteorologia; julgar e decidir sobre tarefas científicas e
operacionais de Meteorologia e respectivos instrumentais; pesquisar, planejar e dirigir a
aplicação da Meteorologia nos diversos campos de sua utilização; executar previsões
meteorológicas; executar pesquisas em Meteorologia; dirigir, orientar e controlar projetos
científicos em Meteorologia; criar, renovar e desenvolver técnicas, métodos e instrumental
em trabalhos de meteorologia; introduzir técnicas, métodos e instrumental em trabalhos de
Meteorologia; pesquisar e avaliar recursos naturais na atmosfera; pesquisar e avaliar
modificações artificiais nas características do tempo; atender a consultas meteorológicas
e suas relações com outras ciências naturais; fazer perícias, emitir pareceres e fazer
divulgação técnica dos assuntos referidos nas alíneas anteriores.

Os engenheiros de aquicultura atuam nas atividades referentes ao cultivo de espécies


aquícolas, construções para fins aquícolas, irrigação e drenagem para fins de aquicultura,
ecologia e aspectos de meio ambiente referentes à aquicultura, análise e manejo da
qualidade da água e do solo das unidades de cultivo e de ambientes relacionados a estes,
cultivos de espécies aquícolas integrados à agropecuária, melhoramento genético de
espécies aquícolas, desenvolvimento e aplicação da tecnologia do pescado cultivado,
diagnóstico de enfermidades de espécies aquícolas, processos de reutilização da água
para fins de aquicultura, alimentação e nutrição de espécies aquícolas, beneficiamento de
espécies aquícolas e mecanização para aquicultura.
Os tecnólogos e os técnicos de nível médio desta área atuam nas atividades referentes às
suas formações profissionais.

 Campo de Atuação: Engenharia de Segurança do Trabalho

Os profissionais desse campo atuam na supervisão, coordenação e orientação técnica de


serviços de Engenharia de Segurança do Trabalho; estudo das condições de segurança
dos locais de trabalho e das instalações e equipamentos, com vistas especialmente aos
problemas de controle de risco, controle de poluição, higiene do trabalho, ergonomia,
proteção contra incêndio e saneamento; Planejamento e Desenvolvimento da implantação
de técnicas relativas a gerenciamento e controle de riscos;

Incluem ainda as atividades de vistoriar, avaliar, realizar perícias, arbitrar, emitir parecer,
laudos técnicos e indicar medidas de controle sobre grau de exposição a agentes
agressivos de riscos físicos, químicos e biológicos, tais como poluentes atmosféricos,
ruídos, calor, radiação em geral e pressões anormais, caracterizando as atividades,
operações e locais insalubres e perigosos; Analisar riscos, acidentes e falhas, investigando
causas, propondo medidas preventivas e corretivas e orientando trabalhos estatísticos,
inclusive com respeito a custo; Propor políticas, programas, normas e regulamentos de
Segurança do Trabalho, zelando pela sua observância.
Legislação Aplicada à Engenharia

REGISTRO PROFISSIONAL

É o ato de inscrição no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia - Crea da região


onde pretendem exercer suas atividades, por engenheiros, agrônomos, geógrafos,
meteorologistas, tecnólogos e técnicos de nível médio. É o documento que possibilita o
exercício profissional legal.

A graduação confere o título ao profissional e indica que ele está capacitado a desenvolver
atividades próprias de sua formação, porém só estará habilitado ao exercício profissional
após o competente registro no CREA.

Como iniciar a profissão

Antes de iniciar as atividades no campo de sua formação, o profissional deverá registrar-


se no CREA, do qual receberá uma carteira de identificação numerada, na qual constarão
as atribuições profissionais que definem as atividades que poderá exercer.

Tipos de registro:

1. Definitivo: Com validade indeterminada, destina-se aos profissionais já


diplomados. O registro somente o habilita para a região correspondente. Caso
o profissional ainda não esteja de posse do diploma, basta apresentar a
declaração de conclusão do curso, com o comprovante da colação de grau e
indicação de que o diploma encontra-se em trâmite (ou semelhante). Será
dado prazo de 1 (um) ano para a apresentação do diploma no CREA.

2. Visto em carteira: Caso o profissional registrado em uma região pretenda


exercer atividade em outra, deve solicitar um “visto” em sua carteira, no CREA
do estado onde pretende trabalhar.

Registro definitivo – documentação necessária

 Requerimento de Profissional (RP);


 Diploma (original e cópia);
 Histórico escolar (original e cópia);
 Cópias de: carteira de identidade, CPF, título de eleitor (e comprovante da
quitação eleitoral) e certificado de reservista (para homens);
 Comprovante de residência;
 Tipo sanguíneo e fator RH (optativo);
 2 (duas) fotos 3 x 4 iguais;
 Pagamento das taxas de registro e anuidade e;
 Declarações, conforme o caso.

Registro de empresas

A constituição de uma pessoa jurídica que se organiza para atuar nas áreas sob a
jurisdição do CREA está sujeita a registro, conforme estabelecido na Lei nº 5.194/66 e
Resolução nº 336/89 do CONFEA.

Visto de pessoa física

Para profissionais que estão cadastrados no SIC: Apresentar Requerimento de


Profissional (RP) devidamente preenchido e assinado, original e cópia do comprovante de
residência ou local de atuação, Certidão de Registro e Quitação de Pessoa Física
(CRQPF), emitida pelo CREA de orgem. Não será cobrada taxa. Na sede do CREA ou nas
Inspetorias, existem formulários específicos onde constam os documentos exigidos.

Importante: O profissional que for atuar em unidades da Federação diferentes da que


obteve seu registro deverá requerer no CREA correspondente ao estado "Visto Provisório
de Exercício Profissional", não havendo necessidade de novo recolhimento da taxa
deanuidade.
Legislação Aplicada à Engenharia

SISTEMA DE TRABALHO PROFISSIONAL

O registro no Sistema Confea/Crea habilita e qualifica o profissional para o pleno exercício


de sua atividade. Para compreender melhor o papel de cada um nesse sistema de
trabalho, listamos cinco elementos básicos que interagem simultaneamente nessa relação:

I - Profissional
II - Cliente
III - Poder Público
IV - Serviço
V - Remuneração

I – O profissional – Aquele que possui formação técnica, conhecimento científico


especializado em determinada matéria e com domínio de métodos, estratégias e
procedimentos para o "fazer" e desde que habilitado a atuar e intervir no ambiente no
sentido de transformá- lo em prol do bem-estar social do homem.

Como profissional, você deve procurar atender e satisfazer às necessidades e anseios do


cliente, atuando como agente do desenvolvimento na comunidade.

Você vai poder atuar profissionalmente como:

 Autônomo – quando prestar serviços de natureza eventual ou não, gerando um


vínculo contratual temporário entre você e o cliente enquanto perdura a prestação
do serviço – profissional liberal.
 Empregado – quando existe um vínculo empregatício contínuo com uma empresa
pública ou privada.

 Empresário – quando sócio ou diretor de uma empresa de prestação de serviços.

II – O cliente – Pessoa física ou jurídica que contrata os serviços de um profissional.


Quando o cliente é coletivo e impessoal, identifica-se com a própria comunidade.

Atenção: Como agente da prestação de serviços, você deve sempre ter em mente que o
cliente é a razão da sua prática profissional, podendo apresentar-se como um cliente
eventual, para um fim específico e temporário, ou como um cliente empregador, com o
qual você manterá vinculação empregatícia permanente e de dependência.

III – O Poder Público – É o conjunto de entidades que controlam o processo de


desenvolvimento, administrando o sistema socio econômico através de normas de
posturas exigíveis ao funcionamento do sistema de trabalho.

O Poder Público atua como sistema Regulador Profissional e Regulador do Cliente. No


primeiro caso, restringe-se a suas ações, fixando o seu limite de atuação, regulamentando,
fiscalizando e disciplinando a forma de seu serviço, dando garantias mínimas ao cliente
conforme estabelece o Código de Defesa do Consumidor - CDC.

No segundo, as limitações agem sobre o cliente e fixam os pisos de atuação do


profissional, estabelecendo, assim, as obrigações remuneratórias do cliente e
assegurando ao profissional suas reservas e privilégios através das Tabelas de Honorários
Profissionais Mínimos, fixadas pelas Entidades de Classe e registradas no CREA.

Atenção: Sua vida profissional será sempre regida por leis, decretos, resoluções, códigos,
normas, procedimentos e outros dispositivos que devem ser obedecidos. Em
contrapartida, você terá seus direitos, garantias, oportunidades e vantagens profissionais
assegurados por esses diplomas legais.

IV – Serviço – É o ato técnico de intervenção profissional. Dividem-se em:

 eventuais: Decorrentes de um vínculo contratual temporário e finito.

 permanentes: Decorrentes da vinculação do profissional a um cliente, de forma


empregatícia, estabelecendo-se uma relação (patronal/profissional) por tempo
indeterminado.

V – Remuneração – De acordo com a relação contratual com o cliente, a remuneração


divide-se da seguinte forma:

 Honorários – Remuneração paga ao profissional autônomo ou liberal para um


serviço determinado. Geralmente, os serviços são tabelados pelas entidades de
classe e registrados no CREA, devendo seus valores mínimos estabelecidos ser
observados sob pena de infração ao Código de Ética.

 Salário – Por força de lei, os engenheiros, arquitetos, agrônomos e geólogos têm


direito a um piso salarial mínimo de 6 (seis) salários mínimos por uma jornada de 6
(seis) horas diárias. Tais aspectos legais são fixados pela Lei 4.950-A/66.

 Lucro – Remuneração não pré-fixada do capital (e não do trabalho) advinda do seu


risco. No caso dos empresários, o "pro-labore" corresponde ao "salário" que a
empresa paga pelo trabalho realizado.
Legislação Aplicada à Engenharia

CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL

ÉTICA PROFISSIONAL
A ética profissional é algo que deve fazer parte vida de todo profissional, lembrada de
maneira pessoal, independentemente da sua área de atuação. Princípios éticos sempre
devem reger a forma como o profissional atua e se relaciona, garantindo que sua conduta
seja honesta, digna e cidadã, sendo fator determinante nos rumos de uma sociedade.

Um profissional ético deve agir sempre considerando princípios gerais de conduta como:
Responsabilidade, Lealdade, Iniciativa, Honestidade, Sigilo, Competência, Prudência,
Perseverança, Compreensão, Humildade e Imparcialidade.

Em qualquer tipo de atividade profissional o trabalho em equipe é fundamental para que a


tarefa seja realizada a contento e o objetivo seja alcançado. Trabalhar em equipe
representa muito mais do que um grupo de pessoas. Trata-se de um time imbuído dos
mesmos propósitos, visando um só objetivo. Todo trabalho em equipe, esta
comprovadamente evidente que as pessoas conseguem realizar coisas que sozinho o
trabalhador teria mais dificuldade.
Uma equipe coesa trabalha de forma que cada um de seus membros tem sua função
específica e conhece as funções exercidas pelos demais membros, sempre tendo em
mente o objetivo em comum. Todos os participantes são responsáveis pelo trabalho, de
modo que o sucesso de um é o sucesso de todos, bem como o fracasso de um é o fracasso
de todos.

A ética no ambiente de trabalho é de fundamental importância para o bom funcionamento


das atividades da empresa e das relações de trabalho entre os colaboradores”.

O trabalho em equipe é diferente do trabalho em grupo. Em um grupo as atividades são


realizadas conforme um planejamento, mas os participantes não se envolvem no todo,
apenas executam o que lhes foi confiado. Em uma equipe cada participante tem
responsabilidades individuais e coletivas, de modo a agir de forma conjunta e simultânea
para o resultado conjunto. Pode-se dizer que toda equipe forma um grupo, mas nem todo
grupo forma uma equipe.

Na realização de um trabalho, uma equipe deve ter:

 Um objetivo claro
 Cada membro da equipe deve ter uma função bem definida
 Todos os participantes devem ter compromisso com o objetivo do trabalho
 As decisões devem ser tomadas em consenso
 Deve haver o reconhecimento da equipe com relação ao esforço de cada
membro
 Deve haver avaliações a respeito do andamento do trabalho.

Assim podemos definir ética profissional como “conjunto de atitudes e valores positivos
aplicados no ambiente de trabalho e, com o intuito de padronizar a conduta profissional,
os conselhos reguladores de profissão criam seus códigos de ética.

As Entidades Nacionais representativas dos profissionais da Engenharia, da Agronomia,


da Geologia, da Geografia e da Meteorologia pactuam e proclamam o presente Código
de Ética Profissional.

Preâmbulo

Artigo 1º - O Código de Ética Profissional enuncia os fundamentos éticos e as condutas


necessáriasà boa e honesta prática das profissões da Engenharia, da Agronomia, da
Geologia, da Geografiae da Meteorologia e relaciona direitos e deveres correlatos de seus
profissionais.

Artigo 2º - Os preceitos deste Código de Ética Profissional têm alcance sobre os


profissionais em geral, quaisquer que sejam seus níveis de formação, modalidades ou
especializações.
Artigo 3º - As modalidades e especializações profissionais poderão estabelecer, em
consonância com este Código de Ética Profissional, preceitos próprios de conduta
atinentes às suas peculiaridades e especificidades.

Identidade das profissões e dos profissionais

Artigo 4º - As profissões são caracterizadas por seus perfis próprios, pelo saber científico
e tecnológico que incorporam, pelas expressões artísticas que utilizam e pelos resultados
sociais, econômicos e ambientais do trabalho que realizam.

Artigo 5º - Os profissionais são os detentores do saber especializado de suas profissões


e os sujeitos pró-ativos do desenvolvimento.

Artigo 6º - O objetivo das profissões e a ação dos profissionais volta-se para o bem-estar
e o desenvolvimento do homem, em seu ambiente e em suas diversas dimensões: como
indivíduo, família, comunidade, sociedade, nação e humanidade; nas suas raízes
históricas, nas gerações atual e futura.

Artigo 7º - As entidades, instituições e conselhos integrantes da organização profissional


são igualmente permeados pelos preceitos éticos das profissões e participantes solidários
em sua permanente construção, adoção, divulgação, preservação e aplicação.

Princípios éticos

Artigo 8º - A prática da profissão é fundada nos seguintes princípios éticos aos quais o
profissional deve pautar sua conduta:

Objetivo da profissão

I - A profissão é bem social da humanidade e o profissional é o agente capaz de exercê-


la, tendo como objetivos maiores a preservação e o desenvolvimento harmônico do ser
humano, de seu ambiente e de seus valores;

Natureza da profissão

II - A profissão é bem cultural da humanidade construído permanentemente pelos


conhecimentos técnicos e científicos e pela criação artística, manifestando-se pela prática
tecnológica, colocado a serviço da melhoria da qualidade de vida do homem;

Honradez da profissão

III - A profissão é alto título de honra e sua prática exige conduta honesta, digna e cidadã;

Eficácia profissional

IV - A profissão realiza-se pelo cumprimento responsável e competente dos compromissos


profissionais, munindo-se de técnicas adequadas, assegurando os resultados propostos e
a qualidade satisfatória nos serviços e produtos e observando a segurança nos seus
procedimentos;

Relacionamento profissional

V - A profissão é praticada através do relacionamento honesto, justo e com espírito


progressista dos profissionais para com os gestores, ordenadores, destinatários,
beneficiários e colaboradores de seus serviços, com igualdade de tratamento entre os
profissionais e com lealdade na competição;

Intervenção profissional sobre o meio

VI - A profissão é exercida com base nos preceitos do desenvolvimento sustentável na


intervenção sobre os ambientes natural e construído, e na incolumidade das pessoas, de
seus bens e de seus valores;

Liberdade e segurança profissionais

VII - A profissão é de livre exercício aos qualificados, sendo a segurança de sua prática de
interesse coletivo.

Deveres

Artigo 9º - No exercício da profissão são deveres do profissional:

I - ante o ser humano e a seus valores:

a) oferecer seu saber para o bem da humanidade;


b) harmonizar os interesses pessoais aos coletivos;
c) contribuir para a preservação da incolumidade pública;
d) divulgar os conhecimentos científicos, artísticos e tecnológicos inerentes à
profissão;

II - ante a profissão:

a) identificar-se e dedicar-se com zelo à profissão;


b) conservar e desenvolver a cultura da profissão;
c) preservar o bom conceito e o apreço social da profissão;
d) desempenhar sua profissão ou função nos limites de suas atribuições e de sua
capacidade pessoal de realização;
e) empenhar-se junto aos organismos profissionais para a consolidação da
cidadania e da solidariedade profissional, e da coibição das transgressões éticas;

III - nas relações com os clientes, empregadores e colaboradores:

a) dispensar tratamento justo a terceiros, observando o princípio da eqüidade;


b) resguardar o sigilo profissional quando do interesse de seu cliente ou
empregador, salvo em havendo a obrigação legal da divulgação ou da informação;
c) fornecer informação certa, precisa e objetiva em publicidade e propaganda
pessoal;
d) atuar com imparcialidade e impessoalidade em atos arbitrais e periciais;
e) considerar o direito de escolha do destinatário dos serviços, ofertando-lhe,
sempre que possível, alternativas viáveis e adequadas às demandas em suas
propostas;
f ) alertar sobre os riscos e responsabilidades relativos às prescrições técnicas e às
conseqüências presumíveis de sua inobservância;
g) adequar sua forma de expressão técnica às necessidades do cliente e às normas
vigentesa plicáveis;

IV - nas relações com os demais profissionais:


a) atuar com lealdade no mercado de trabalho, observando o princípio da igualdade
de condições;
b) manter-se informado sobre as normas que regulamentam o exercício da
profissão;
c) preservar e defender os direitos profissionais;

V - ante o meio:
a) orientar o exercício das atividades profissionais pelos preceitos do
desenvolvimento sustentável;
b) atender, quando da elaboração de projetos, execução de obras ou criação de
novos produtos, aos princípios e recomendações de conservação de energia e de
minimização dos impactos ambientais;
c) considerar em todos os planos, projetos e serviços as diretrizes e disposições
concernentes à preservação e ao desenvolvimento dos patrimônios sócio-cultural e
ambiental.

Condutas vedadas

Artigo 10º - No exercício da profissão são condutas vedadas ao profissional:

I - ante o ser humano e a seus valores:

a) descumprir voluntária e injustificadamente com os deveres do ofício;


b) usar de privilégio profissional ou faculdade decorrente de função de forma
abusiva, para fins discriminatórios ou para auferir vantagens pessoais;
c) prestar de má fé orientação, proposta, prescrição técnica ou qualquer ato
profissional que possa resultar em dano às pessoas ou a seus bens patrimoniais;

II - ante a profissão:

a) aceitar trabalho, contrato, emprego, função ou tarefa para os quais não tenha
efetiva qualificação;
b) utilizar indevida ou abusivamente do privilégio de exclusividade de direito
profissional;
c) omitir ou ocultar fato de seu conhecimento que transgrida à ética profissional;
III - nas relações com os clientes, empregadores e colaboradores:

a) formular proposta de salários inferiores ao mínimo profissional legal;


b) apresentar proposta de honorários com valores vis ou extorsivos ou
desrespeitando tabelas de honorários mínimos aplicáveis;
c) usar de artifícios ou expedientes enganosos para a obtenção de vantagens
indevidas, ganhos marginais ou conquista de contratos;
d) usar de artifícios ou expedientes enganosos que impeçam o legítimo acesso dos
colaboradores às devidas promoções ou ao desenvolvimento profissional;
e) descuidar com as medidas de segurança e saúde do trabalho sob sua
coordenação;
f) suspender serviços contratados, de forma injustificada e sem prévia
comunicação;
g) impor ritmo de trabalho excessivo ou exercer pressão psicológica ou assédio
moral sobre os colaboradores;

IV - nas relações com os demais profissionais:

a) intervir em trabalho de outro profissional sem a devida autorização de seu titular,


salvo no exercício do dever legal;
b) referir-se preconceituosamente a outro profissional ou profissão;
c) agir discriminatoriamente em detrimento de outro profissional ou profissão;
d) atentar contra a liberdade do exercício da profissão ou contra os direitos de outro
profissional;

V - ante o meio:

a) prestar de má-fé orientação, proposta, prescrição técnica ou qualquer ato


profissional que possa resultar em dano ao ambiente natural, à saúde humana ou
ao patrimônio cultural.

Direitos

Artigo 11º - São reconhecidos os direitos coletivos universais inerentes às profissões,


suas modalidades e especializações, destacadamente:

a) à livre associação e organização em corporações profissionais;


b) ao gozo da exclusividade do exercício profissional;
c) ao reconhecimento legal;
d) à representação institucional.

Artigo 12º - São reconhecidos os direitos individuais universais inerentes aos


profissionais, facultados para o pleno exercício de sua profissão, destacadamente:

a) à liberdade de escolha de especialização;


b) à liberdade de escolha de métodos, procedimentos e formas de expressão;
c) ao uso do título profissional;
d) à exclusividade do ato de ofício a que se dedicar;
e) à justa remuneração proporcional à sua capacidade e dedicação e aos graus de
complexidade,risco, experiência e especialização requeridos por sua tarefa;
f ) ao provimento de meios e condições de trabalho dignos, eficazes e seguros;
g) à recusa ou interrupção de trabalho, contrato, emprego, função ou tarefa quando
julgar incompatível com sua titulação, capacidade ou dignidade pessoais;
h) à proteção do seu título, de seus contratos e de seu trabalho;
i) à proteção da propriedade intelectual sobre sua criação;
j) à competição honesta no mercado de trabalho;
k) à liberdade de associar-se a corporações profissionais;
l) à propriedade de seu acervo técnico profissional.

Infração ética

Artigo 13º - Constitui-se infração ética todo ato cometido pelo profissional que atente
contra os princípios éticos, descumpra os deveres do ofício, pratique condutas
expressamente vedadas ou lese direitos reconhecidos de outrem.

Artigo14º - A tipificação da infração ética para efeito de processo disciplinar será


estabelecida, apartir das disposições deste Código de Ética Profissional, na forma que a
lei determinar.
Legislação Aplicada à Engenharia

ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA - ART

Legislação aplicada:

LEI nº 6.496/1977 (anteriores Res. 141/1964 e 194/1970 do CONFEA)

 FUNÇÃO: Instituir a ART e criar a MÚTUA


 DEFINE: Obrigação da Anotação de Responsabilidade Técnica

LEI nº 1.025/2009 – Regulamenta a Lei nº 6.496/1977

Art. 1º Fixar os procedimentos necessários ao registro, baixa, cancelamento e anulação


da Anotação de Responsabilidade Técnica – ART, ao registro do atestado emitido por
pessoa física e jurídica contratante e à emissão da Certidão de Acervo Técnico – CAT,
bem como aprovar os modelos de ART e de CAT, o Requerimento de ART e Acervo
Técnico e os dados mínimos para registro do atestado que constituem os Anexos I, II, III e
IV desta resolução, respectivamente.

O Art. 1º da Lei 6.496/77, determina que "Todo contrato, escrito ou verbal, para a execução
de obras ou prestação de quaisquer serviços profissionais referentes à Engenharia, à
Arquitetura e à Agronomia fica sujeito à Anotação de Responsabilidade Técnica - ART".
Isto significa que cada vez que o profissional prestar um serviço, desde uma simples
consulta até uma grande obra, deverá fazer previamente uma ART - Anotação de
Responsabilidade Técnica. A ART deve ser feita também para o registro de Desempenho
de Cargo ou Função Técnica, até mesmo em órgãos públicos.

A ART é um instrumento formal, estabelecido por Lei Federal, com o preenchimento dos
dados principais do contrato (escrito ou verbal), em formulário próprio, fornecido pelo
CREA, o profissional, mediante o pagamento de uma taxa, registra os seus contratos no
Conselho Regional.

A ART é, pois, a súmula de um contrato celebrado entre um cliente e um profissional, em


que se estabelece, além das obrigações contratuais, a identificação dos responsáveis
técnicos pela execução de uma obra ou prestação de um serviço, delimitando as
responsabilidades. A ART de projetos, avaliações e arbitramentos deverá ser emitida e
recolhida na jurisdição do CREA onde o profissional mantém o seu registro, domicílio ou
visto provisório, independentemente do local onde o serviço será executado.

Em contrapartida, para a realização de ARTs de execução, é obrigatório seu recolhimento


na jurisdição do CREA onde a obra ou serviço serão executados.

Responsabilidade técnica
Responsavel Técnico – RT – É um profissional registrado e habilitado no CREA

Responsabilidade Técnica – RT – É a capacidade que os profissionais possuem para


responderem por obras e serviços em que atuarem. Essa capacidade advém do domínio
que os responsáveis possuem sobre a técnica empregada na atividade executada.

Anotação de Responsabilidade Técnica – ART – É o instrumento que define, para os


efeitos legais, os responsáveis técnicos pela execução de obras ou prestação de serviços
relativos às profissões abrangidas pelo Sistema CONFEA /CREA.

Importância da ART
Profissional:

 ART – define responsabilidade técnica – tem fé pública


 Registro dos deveres e direitos do profissional e do contratante
 Garante os direitos autorais e remuneração
 Comprova a existência de um contrato
 Instrumento de fiscalização
 Instrumento de valorização profissional
 Obrigatória para emissão da CAT
 Comprova o tempo de serviço pra aposentadoria
Consumidor:

 Instrumento de defesa (no caso de acidentes)


 Identifica individualmente os responsáveis técnicos
 Identifica as características do serviço contratado
 Segurança para a contratação do profissional/empresa

Tipos de ART:
 Obra ou serviço (projeto)
 Obra ou serviço de rotina (múltipla)
 Cargo e Função Técnica

Forma de registro:
 Inicial
 Complementar
 Substituição

Participação técnica:

 Individual;
 Coautoria;
 Corresponsabilidade;
 Equipe.

ART (Resolução. 1025/ 2009)

Onde eu registro a ART?

 No CREA em cuja circunscrição for exercida a respectiva atividade.

O que eu registro?

 As atividades constantes do contrato (execução de obra, serviços ou projetos)


que cada profissional será responsável (podem ser todas ou parte delas)
 O cargo ou função técnica que envolva atividades para as quais sejam
necessários habilitação legal e conhecimentos técnicos nas profissões
abrangidas pelo Sistema CONFEA/CREA – Vínculo com pessoas jurídicas de
direito público ou privado. (Paragrafo Único art.3º)
Quem deve cadastrar e registrar a ART?

 Compete ao profissional cadastrar a ART de obra ou serviço no sistema


eletrônico e efetuar o recolhimento do valor relativo ao registro no CREA em
cuja circunscrição for exercida a atividade, nos seguintes casos: (art. 32)

I – quando o profissional for contratado como autônomo diretamente por pessoa física ou
jurídica; ou

II – quando o profissional for o proprietário do empreendimento ou empresário.

 Compete ao profissional cadastrar a ART de obra ou serviço no sistema


eletrônico e à pessoa jurídica contratada efetuar o recolhimento do valor
relativo ao registro no CREA em cuja circunscrição for exercida a atividade,
quando o responsável técnico desenvolver atividades técnicas em nome da
pessoa jurídica com a qual mantenha vínculo. (art. 33)

Quando devemos registrar a ART?

Deve ser efetivado antes do inicio da(s) atividade(s).

O que acontece se for feito depois do inicio da(s) atividade(s)?

Ensejará as sanções legais cabíveis. (§ 1º art. 4º)

Como se efetiva o registro?

Efetuando o cadastro no SISTEMA de ART do CREA.

Como se efetua o cadastro?

O profissional acessa o SISTEMA de ART do CREA e digita as atividades que vai executar,
conforme objeto do contrato, em campo específico e, em função dos códigos dos campos
de atuação, relacionados às atribuições profissionais de cada modalidade ou profissão.

Importante:
Quando o profissional pretende executar uma atividade que não está relacionada no seu
Campo de Atuação (Atribuições), não consegue CADASTRAR , nem REGISTRAR A ART.

O responsável técnico deverá manter uma via da ART no local da obra ou serviço.(art. 7º)

É vedado ao profissional com o registro cancelado, suspenso ou interrompido registrar a


ART. (art. 8º)
Quanto ao tipo de ART (Art. 9º)

I – ART de obra ou serviço, relativa à execução de obras ou prestação de serviços


inerentes às profissões abrangidas pelo Sistema CONFEA /CREA;

II – ART de obra ou serviço de rotina, denominada ART múltipla, que especifica vários
contratos referentes à execução de obras ou à prestação de serviços em determinado
período;

III – ART de cargo ou função, relativa ao vínculo com pessoa jurídica para desempenho
de cargo ou função técnica.

Quanto à forma de registro (Art. 10)

I – ART complementar: Anotação de responsabilidade técnica do mesmo profissional que,


vinculada a uma ART inicial, complementa os dados anotados nos seguintes casos:

a) quando for realizada alteração contratual que amplie o objeto, o valor do


contrato ou a atividade técnica contratada, ou prorrogado prazo de execução;
ou
b) houver a necessidade de detalhar as atividades técnicas, desde que não
impliquem na modificação da caracterização do objeto ou da atividade técnica
contratada.

II – ART de substituição: Anotação de responsabilidade técnica do mesmo profissional


que, vinculada a uma ART inicial, substitui os dados anotados nos casos em que:

a) houver a necessidade de corrigir dados que impliquem na modificação da


caracterização do objeto ou da atividade técnica contratada; ou
b) houver a necessidade de corrigir erro de preenchimento de ART.

Quanto à participação técnica (Art. 11)

I – ART individual, que indica que a atividade, objeto do contrato, é desenvolvida por um
único profissional;

II – ART de coautoria, que indica que uma atividade técnica caracterizada como intelectual,
objeto de contrato único, é desenvolvida em conjunto por mais de um profissional de
mesma competência;

III – ART de corresponsabilidade, que indica que uma atividade técnica caracterizada como
executiva, objeto de contrato único, é desenvolvida em conjunto por mais de um
profissional de mesma competência;

IV – ART de equipe, que indica que diversas atividades complementares, objetos de


contrato único, são desenvolvidas em conjunto por mais de um profissional com
competências diferenciadas.
Importante:
Para efeito desta resolução, todas as ARTs referentes a determinado empreendimento,
registradas pelos profissionais em função de execução de outras atividades técnicas
citadas no contrato inicial, aditivo contratual, substituição de responsável técnico ou
contratação ou subcontratação de outros serviços, devem ser vinculadas à ART
inicialmente registrada, com o objetivo de identificar a rede de responsabilidades técnicas
da obra ou serviço.(Art.12)

Baixa da ART

A ART deve ser baixada em função de algum dos seguintes motivos: (Art.15)

I – conclusão da obra ou serviço: Quando do término das atividades técnicas descritas na


ART;

II – interrupção da obra ou serviço: Quando da não conclusão das atividades técnicas


descritas na ART, de acordo com os seguintes casos:

a) rescisão contratual;
b) substituição do responsável técnico; ou
c) paralisação da obra e serviço.

Importante
Para os efeitos legais, somente será considerada concluída a participação do profissional
em determinada atividade técnica a partir da data da baixa da ART correspondente. (Art.
13)

A baixa da ART não exime o profissional ou a pessoa jurídica contratada das


responsabilidades administrativa, civil ou penal, conforme o caso.(Parágrafo único)

O término da atividade técnica desenvolvida obriga à baixa da ART das atividades


exercidas durante sua vigência, de execução de obra, prestação de serviço ou
desempenho de cargo ou função. (Art. 14)

Quem pode requerer a baixa da ART?

 Deve ser requerida ao CREA pelo profissional por meio eletrônico e instruída
com o motivo, as atividades concluídas e, nos casos de baixa em que seja
caracterizada a não conclusão das atividades técnicas, a fase em que a obra
ou serviço se encontrar. (Art. 16)

 Pode ser requerida ao CREA pelo contratante ou pela pessoa jurídica


contratada por meio de formulário próprio, conforme o Anexo III, desde que
instruída com informações suficientes que comprovem a inércia do
profissional em requerê-la. (Art.17)

 O CREA notificará o profissional para manifestar-se sobre o requerimento de


baixa no prazo de dez dias corridos (§1º).
 O CREA analisará o requerimento de baixa após a manifestação do
profissional ou esgotado o prazo previsto para sua manifestação. (§2º)

Baixa automática da ART, pelo CREA: (Art. 19)

 a ART que indicar profissional que tenha falecido ou que teve o seu registro
cancelado ou suspenso após a anotação da responsabilidade técnica;

 a ART que indicar profissional que deixou de constar do quadro técnico da


pessoa jurídica contratada.

 A baixa da ART por falecimento do profissional será processada


administrativamente pelo CREA mediante apresentação de cópia de
documento hábil ou de informações acerca do óbito. (Parágrafo único)

Importante:
Art. 20. Após a baixa da ART, o motivo, as atividades técnicas concluídas e a data da
solicitação serão automaticamente anotados no SIC.

§ 1º No caso de rescisão contratual ou falecimento do profissional, deverá ser anotada no


SIC a data do distrato ou do óbito.

§ 2º No caso em que seja apresentado documento comprobatório, também será anotada


no SIC a data da conclusão da obra ou serviço.

Cancelamento de ART
Quando ocorrerá o cancelamento da ART ?(Art.21)

 Quando nenhuma das atividades técnicas descritas na ART forem


executadas; ou
 Quando o contrato não for executado.

Quem deve requerer o cancelamento das ART? (Art. 22)

 Deve ser requerido ao CREA pelo profissional, pela pessoa jurídica contratada
ou pelo contratante, e ser instruído com o motivo da solicitação

Quem decide pelo cancelamento da ART? (Art. 23)

 A câmara especializada competente decidirá acerca do processo


administrativo de cancelamento
Importante:
Compete ao CREA averiguar as informações apresentadas e adotar as providências
necessárias ao caso. (§ 1º Art.23)

No caso em que a atividade técnica descrita na ART caracterizar assunto de interesse


comum a duas ou mais especializações profissionais, o processo será apreciado pelas
câmaras especializadas competentes e, em caso de divergência, encaminhado ao
Plenário do CREA para decisão. (§ 2º Art. 23)

O CREA deverá comunicar ao profissional, à pessoa jurídica contratada e ao contratante


o cancelamento da ART. (§ 3º Art.23)

Após o cancelamento da ART, o motivo e a data de cancelamento serão automaticamente


anotados no SIC. (Art. 24).

ART de obra ou serviço

Deve ser registrada antes do início da respectiva atividade técnica, de acordo com as
informações constantes do contrato firmado entre as partes.(Art.28)

No caso de obras públicas, a ART pode ser registrada em até dez dias após a liberação
da ordem de serviço ou após a assinatura do contrato ou de documento equivalente, desde
que não esteja caracterizado o início da atividade.

ART de coautoria ou corresponsabilidade

A coautoria ou a corresponsabilidade por atividade técnica, bem como o trabalho em


equipe para execução de obra ou prestação de serviço obriga ao registro de ART,
vinculada à ART primeiramente registrada. (Art. 29)

Subcontratação ou subempreitada

A subcontratação ou a subempreitada de parte ou da totalidade da obra ou do serviço


obriga ao registro de art, da seguinte forma: (Art.30)

O profissional da pessoa jurídica inicialmente contratada deve registrar ART de gestão,


direção, supervisão ou coordenação do serviço subcontratado, conforme o caso;

O profissional da pessoa jurídica subcontratada deve registrar ART de obra ou serviço


relativa à atividade que lhe foi subcontratada, vinculada à ART de gestão, supervisão,
direção ou coordenação do contratante.

No caso em que a ART tenha sido registrada indicando atividades que posteriormente
foram subcontratadas, compete ao profissional substituí-la para adequação.

Importante:
A substituição, a qualquer tempo, de um ou mais responsáveis técnicos pela execução da
obra ou prestação do serviço obriga ao registro de nova ART, vinculada à ART
anteriormente registrada.(Art. 31)

ART de obra ou serviço de rotina (ART MULTIPLA)

Caso não deseje registrar diversas ARTs específicas, é facultado ao profissional que
execute obras ou preste serviços de rotina anotar a responsabilidade técnica pelas
atividades desenvolvidas por meio da ART múltipla. (Art. 34)

O disposto no caput deste artigo também se aplica ao serviço de rotina executado por
profissional integrante do quadro técnico de pessoa jurídica.(Parágrafo único)

Como eu caracterizo uma atividade tecnica de rotina?

Aquela que é executada em grande quantidade ou de forma repetitiva e continuada.


(Art.35)
Poderá ser objeto de ART múltipla contrato cuja prestação do serviço seja caracterizada
como periódica. (Parágrafo único).

ART de obra ou serviço que abrange circunscrições de diversos Creas:

Deve ser registrada antes do início da respectiva atividade técnica, de acordo com as
informações constantes do contrato firmado entre as partes, da seguinte forma: (Art.42)

ART referente à execução de obras ou à prestação serviços que abranjam mais de uma
unidade da federação pode ser registrada em qualquer dos CREAs onde for realizada a
atividade;

ART referente à prestação de serviço cujo objeto encontra-se em outra unidade da


federação pode ser registrada no CREA desta circunscrição ou no CREA onde for
realizada a atividade profissional; ou

ART referente à execução de obras ou à prestação de serviços executados remotamente


a partir de um centro de operações deve ser registrada no CREA em cuja circunscrição se
localizar o centro de operações.

A ART é o mais importante instrumento de fiscalização do CREA, pois possibilita:

 elaborar o acervo técnico dos profissionais, através dos registros efetuados;


 acompanhar a efetiva participação do responsável técnico nas obras e
serviços;
 analisar os serviços dos profissionais, evitando-se a extrapolação de atividades
e o acobertamento;
 efetuar a arrecadação através do pagamento de taxas;
 manter cadastros atualizados dos profissionais e empresas em suas
especialidades e atividades.
A partir da ART, o CREA obtém elementos para a elaboração de estudos estatísticos,
possibilitando-lhe traçar um perfil da dinâmica profissional na jurisdição, o que dá
condições para ajustar, periodicamente, as atividades do CREA no sentido de adequar
seus serviços e programas às demandas de diversos setores de atividades profissionais.

Além do mais, é pela ART que o CREA passa a ter ciência da regularidade e legalidade
das atividades técnicas de cada um dos profissionais, em obras ou serviços de sua
exclusividade, impedindo a ocorrência de irregularidades ou o exercício ilegal da profissão.

Também boa parte da arrecadação, decorrente das taxas pagas pelas ARTs, permite ao
CREA promover a continuidade dos serviços, inclusive mantendo um cadastro atualizado
dos profissionais e empresas e suas respectivas especialidades/atividades, beneficiando
os profissionais e a comunidade.
Legislação Aplicada à Engenharia

CERTIDÃO DE ACERVO TÉCNICO – CAT

O que é o acervo técnico? (Art. 47)

É o conjunto das atividades desenvolvidas ao longo da vida do profissional compatíveis


com suas atribuições e registradas no CREA por meio de ARTs.

O que constitui o acervo técnico do profissional?

As atividades finalizadas cujas ARTs correspondentes atendam às seguintes condições:

I – tenham sido baixadas;

II – não tenham sido baixadas, mas tenha sido apresentado atestado que comprove a
execução de parte das atividades nela consignadas.

O que é uma Certidão de Acervo Técnico- CAT? (Art.49)

É é o instrumento que certifica, para os efeitos legais, que consta dos assentamentos do
CREA a ART pelas atividades consignadas no acervo técnico do profissional.
Quem e como deve ser requerida a CAT? (Art. 50)

Deve ser requerida ao CREA pelo profissional por meio de formulário próprio, conforme o
Anexo III, com indicação do período ou especificação do número das ARTs que constarão
da certidão.

Importante:
No caso de o profissional especificar ART de obra ou serviço em andamento, o
requerimento deve ser instruído com atestado que comprove a efetiva participação do
profissional na execução da obra ou prestação do serviço, caracterizando, explicitamente,
o período e as atividades ou as etapas finalizadas. (Parágrafo único, Art. 50)

O CREA manifestar-se-á sobre a emissão da CAT após efetuar a análise do requerimento


e averificação das informações apresentadas. (Art. 51)

O requerimento será deferido somente se for verificada sua compatibilidade com o


disposto nesta resolução. (§1º,Art.51)

Onde a CAT é valida? (Art. 53)

Em todo o território nacional.

Quando a CAT perde a validade?

A CAT perderá a validade no caso de modificação dos dados técnicos qualitativos e


quantitativos nela contidos, bem como de alteração da situação do registro da ART. (§ 1º)

Importante:
É vedada a emissão de CAT ao profissional que possuir débito relativo a anuidade, multas
epreços de serviços junto ao Sistema CONFEA/CREA, excetuando-se aqueles cuja
exigibilidade encontrar-se suspensa em razão de recurso. (Art. 54)

É vedada a emissão de CAT em nome da pessoa jurídica. (Art. 55)

A CAT constituirá prova da capacidade técnico-profissional da pessoa jurídica somente se


o responsável técnico indicado estiver a ela vinculado como integrante de seu quadro
técnico.(Parágrafo único, Art. 55)

Atestado técnico

É a declaração fornecida pela contratante da obra ou serviço, pessoa física ou jurídica de


direito público ou privado, que atesta a execução de obra ou a prestação de serviço e
identifica seus elementos quantitativos e qualitativos, o local e o período de execução, os
responsáveis técnicos envolvidos e as atividades técnicas executadas. (Parágrafo único,
Art. 57)
O atestado pode ser registrado no CREA? Qual o objetivo? (Art.57)

Sim. Com o objetivo de fazer prova de aptidão para desempenho de atividade pertinente
e compatível em características, quantidades e prazos.

Quem pode declarar as informações e os dados tecnicos sobre a execução da obra


ou prestação de serviço? (Art.58)

Devem ser declarados por profissional que possua habilitação nas profissões abrangidas
pelo Sistema CONFEA/CREA.

No caso em que a contratante não possua em seu quadro técnico profissional habilitado,
o atestado deverá ser objeto de laudo técnico.

Como requerer o registro do atestado? (Art. 59)

O registro de atestado deve ser requerido ao CREA pelo profissional por meio de
formulário, conforme o Anexo III, e instruído com original e cópia, ou com duas cópias
autenticadas, do documento fornecido pelo contratante.

Somente será objeto de registro pelo CREA o atestado emitido sem rasuras ou
adulteração, e que apresentar os dados mínimos indicados no Anexo IV. (§ 1º)

O requerimento deverá conter declaração do profissional corroborando a veracidade das


informações relativas à descrição das atividades constantes das ARTs especificadas e à
existência de subcontratos ou subempreitadas. (§ 2º)

O atestado que referenciar serviços que foram parcialmente concluídos deve explicitar o
períodoe as etapas executadas. (Art. 60)

Importante:
O atestado que referenciar serviços subcontratados ou subempreitados deve estar
acompanhado de documentos hábeis que comprovem a anuência do contratante original
ou que comprovem a efetiva participação do profissional na execução da obra ou
prestação do serviço, tais como trabalhos técnicos, correspondências, diário de obras ou
documento equivalente.(Art. 61)

O CREA manifestar-se-á sobre o registro do atestado após efetuar a análise do


requerimento e a verificação dos dados do atestado em face daqueles constantes dos
assentamentos do CREA relativos às ARTs registradas. (Art. 63)

Quando necessário e mediante justificativa, o CREA poderá solicitar outros documentos


ou efetuar diligências para averiguar as informações apresentadas.(§ 2º)

Em caso de dúvida, o processo será encaminhado à câmara especializada competente


para apreciação.(§ 3º)
Como se efetiva o registro do atestado?

O registro de atestado será efetivado por meio de sua vinculação à CAT, que especificará
somente as ARTs a ele correspondentes. (Art. 64)

A quem cabe a responsabilidade pela veracidade das informações?

A veracidade e a exatidão das informações constantes do atestado são de


responsabilidade do seu emitente.

Que documento comprova o registro do atestado?

A CAT à qual o atestado está vinculado é o documento que comprova o registro do


atestado no CREA.

A CAT apresentará informações ou ressalvas pertinentes em função da verificação do


registro do profissional e da pessoa jurídica à época da execução da obra ou da prestação
do serviço, bem como dos dados do atestado em face daqueles constantes dos
assentamentos do CREA relativos às ARTs registradas.

Importante
O atestado registrado constituirá prova da capacidade técnico-profissional da pessoa
jurídica somente se o responsável técnico indicado estiver ou venha ser a ela vinculado
como integrantede seu quadro técnico por meio de declaração entregue no momento da
habilitação ou da entrega das propostas.

Inclusão ao acervo técnico de atividade desenvolvida no exterior

É facultado ao profissional, brasileiro ou estrangeiro, registrado no CREA, que executou


obra, prestou serviços ou desempenhou cargo ou função no exterior, requerer a inclusão
desta atividade ao seu acervo técnico por meio do registro da ART correspondente, desde
que tenha sido realizada após sua diplomação em curso técnico de nível médio ou de nível
superior nas profissões abrangidas pelo Sistema CONFEA/CREA. Art. 65.

O profissional terá o prazo de um ano para requerer a inclusão ao acervo técnico de


atividade desenvolvida no exterior, contados da data de registro no CREA ou de sua
reativação após entrada no país. (Parágrafo único)

A câmara especializada competente decidirá sobre o requerimento de registro da ART


após averificação das informações apresentadas.(Art. 68)

Regularização de obras e serviços (Res. 1.050/2013)

Fixar os critérios e os procedimentos para regularização de obras e serviços de Engenharia


e Agronomia concluídos sem a devida ART.(Art. 1º)

Onde devemos requerer a regularização?

Deve ser requerida no CREA em cuja circunscrição foi desenvolvida a atividade pelo
profissional que executou a obra ou prestou o serviço.(Art. 2º)

Que documentos devem ser apresentados? (Art.2º)

I – formulário da ART devidamente preenchido;

II – documento hábil que comprove a efetiva participação do profissional na execução da


obra ou prestação do serviço, indicando explicitamente o período, o nível de atuação e as
atividades desenvolvidas, tais como trabalhos técnicos, correspondências, diário de obras,
livro de ordem, atestado emitido pelo contratante ou documento equivalente;

III – comprovante de pagamento do valor correspondente à análise de requerimento de


regularização de obra ou serviço concluído.

Mediante justificativa fundamentada, poderá ser aceita como prova de efetiva participação
do profissional declaração do contratante, desde que baseada em indício de prova
material, não sendo admitida prova exclusivamente testemunhal.(§1º Art.2º)

A falta de visto no CREA em cuja circunscrição a atividade foi desenvolvida não impede a
regularização da obra ou serviço, desde que a situação do profissional seja previamente
regularizada.(§ 2º Art.2º)

Procedimento de analise:

1) O requerimento de regularização da obra ou serviço será analisado para


verificação da documentação apresentada, das atribuições do profissional e
da atividade descrita, em função da legislação em vigor à época de sua
execução, e após a verificação pelo CREA da existência de obra ou serviço
concluído.(Art.3º)
2) Quando necessário o CREA poderá solicitar outros documentos para
averiguar as informações apresentadas.(Par. Único)
3) Após instrução, o processo será encaminhado à câmara especializada
competente para apreciação.(Art.4º)
4) No caso de a atividade técnica descrita na ART caracterizar assunto de
interesse comum a duas ou mais especializações profissionais, a matéria,
obrigatoriamente, será apreciada por todas as câmaras especializadas
competentes.(§1º). Ocorrendo divergência nas decisões das câmaras, o
requerimento será encaminhado ao Plenário do CREA para
deliberação.(Art.2º)
5) Não havendo câmara especializada da categoria ou modalidade do
profissional requerente, o processo será apreciado diretamente pelo Plenário
do Regional.(§3º)
6) Deferido o requerimento, o profissional será comunicado para efetuar o
registro da anotação de responsabilidade técnica mediante o recolhimento do
valor da ART. (Art.5º)
Importante
A regularização de obra ou serviço na forma desta resolução não exime o interessado de
outras combinações legais cabíveis. (Art. 6°)

Os valores referentes ao registro da ART e à análise de requerimento de regularização de


obra ou serviço concluído a serem aplicados pelos CREAs serão aqueles constantes de
resolução específica, em vigor à época do requerimento. (Art. 7°)

O que conferir?

Prazos e datas de inicio e fim da atividade: do contrato, do atestado e da ART;


Se as atividades relacionadas no atestado técnico fazem parte do objeto contratual ( é
ilegal alterar) e constaram da ART;

A CAT deve ser concedida em função do que foi contratado, anotado e executado,
conforme laudo técnico , quando houver;

Nem sempre o que foi contratado e possui ART, foi executado;

Se as ARTs foram vinculadas.

As certidões relativas ao Art. 69 não são consideradas como certidao de acervo


tecnico(é facultado ao profissional requerer por meio de fomulário, conforme o anexo III,
certidão que relaciona as ARTs registradas no CREA em função do período ou da situação
em que se encontram).
Legislação Aplicada à Engenharia

LIVRO DE ORDEM

O diário de obra é um documento usado por construtoras e incorporadoras para registrar


informações importantes sobre cada dia de atividade na construção de um
empreendimento. É uma espécie de memorial da obra. Nele, é anotado tudo o que
aconteceu de importante na construção em um determinado dia: os serviços feitos, os
equipamentos utilizados – e por quantas horas –, as condições do clima, etc. E, se
necessário, também podem ser descritos no diário os problemas na execução de serviços,
falhas nos equipamentos, etc.

Ele também é importante, porque conta, dia a dia, a história do empreendimento ao longo
de todo seu período de execução. Serve para discutir determinadas ocorrências com os
empreiteiros, ou justificar problemas nos prazos com o cliente, por exemplo. O diário é
uma ferramenta com valor de documento, e por isso deve ser preenchido com atenção.

O registro das ocorrências é de responsabilidade do responsável técnico e demais


profissionais intervenientes na obra ou serviço. Em obras de grande porte, porém, muitas
vezes é inviável um único engenheiro preencher o documento.

A Resolução nº 1.024 de 2009, do CONFEA, dispõe sobre a obrigatoriedade de adoção


do Livro de Ordem de obras e serviços de Engenharia e Agronomia.
O que é registrado no livro de ordem?

Deverão, obrigatoriamente, ser registrados no livro de ordem:

I – dados do empreendimento, de seu proprietário, do responsável técnico e da respectiva


Anotação de Responsabilidade Técnica;

II – as datas de início e de previsão da conclusão da obra ou serviço;

III – as datas de início e de conclusão de cada etapa programada;

IV – posição física do empreendimento no dia de cada visita técnica;

V – orientação de execução, mediante a determinação de providências relevantes para o


cumprimento dos projetos e especificações;

VI – nomes de empreiteiras ou subempreiteiras, caracterizando as atividades e seus


encargos, com as datas de início e conclusão, e números das ARTs respectivas;

VII – acidentes e danos materiais ocorridos durante os trabalhos;

VIII – os períodos de interrupção dos trabalhos e seus motivos, quer de caráter financeiro
ou meteorológico, quer por falhas em serviços de terceiros não sujeitas à ingerência do
responsável técnico;

IX – nos serviços de Agronomia devem constar no Livro de Ordem as anotações referentes


às receitas prescritas para cada tipo de cultura, bem como as orientações para aplicação
dos produtos receitados e;

X – outros fatos e observações que, a juízo ou conveniência do responsável técnico pelo


empreendimento, devam ser registrados.

Todos os relatos serão datados e assinados pelo responsável técnico pela obra ou serviço.

Qual o modelo de livro de ordem devo utilizar?

Os livros de ordem porventura já existentes, tais como Boletim Diário, Livro de


Ocorrências Diárias, Diário de Obras, Cadernetas de Obras etc., em uso pelas empresas
privadas, órgãos públicosou autônomos, poderão ser admitidos como Livro de Ordem,
desde que atendam às exigências da Resolução nº 1.024, de 2009, do
CONFEA.(www.CONFEA.org.br/legislação).
Legislação Aplicada à Engenharia

RESPONSABILIDADES

1. RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL

Responsabilidade é um dever jurídico decorrente da violação de uma obrigação. Violada


a obrigação, pode o agente ser responsabilizado civilmente e criminalmente, em
decorrência, passa a existir a obrigação de indenizar ou ser penalizado pelos seus atos.

No Brasil, a sociedade, as autoridades públicas e por incrível que pareça os profissionais


engenheiros, em particular, têm pouquíssimo conhecimento sobre a responsabilidade civil
inerente à sua ação profissional quanto a fatos ocorridos em atividades, projetos e obras
de sua autoria.

Em virtude da ocorrência de sinistros, com ocorrências nas várias áreas da engenharia,


como quedas de marquises, incêndios, descolamento de elementos de fachada, colapso
de cortinas de contenção, queda de palanques e arquibancadas, colapso de coberturas
de madeira e de aço, dentre outros, decorrentes de falhas na construção, inexistência de
projeto específico, falta de fiscalização ou pela falta de manutenção, causando mortes e
prejuízos injustificáveis, a sociedade de maneira geral está abrindo os olhos para este
assunto.

Além disso, o descumprimento do pacto contratual pode gerar obrigações de


ressarcimento e indenização ou mesmo do encerramento das relações contratuais com
prejuízo para as partes.

Como exemplos do descumprimento de contratos têm-se: atraso ou morosidade na


execução dos trabalhos acertados, atrasos de pagamentos, vícios decorrentes do
descumprimento de normas técnicas, descumprimento dos projetos singulares, retrabalho
por utilização de material inadequado ou pessoal sem qualificação, etc..

Faz-se importante ressaltar que sanções por descumprimento de obrigações contratuais


não se limitam, apenas, ao que foi estabelecido no pacto contratual, mas também na
legislação ou na jurisprudência relativa aos contratos.

Cabe então ao gestor conhecer a legislação pertinente de modo a manter um


acompanhamento documental dos contratos e, assim, poder instrumentalizar seus
advogados caso ocorra a necessidade de alguma demanda judicial ou extrajudicial.

É interessante notar, nos temos dos artigos números 113, 421 e 422 do Código Civil
Brasileiro, que os contratos e os contratantes devem respeitar a função social do contrato,
os bons costumes e a boa fé. Constata-se, porém, ser pouco discutida no âmbito
profissional e, consequentemente, haver um desconhecimento quanto às obrigações e
responsabilidades decorrentes dos contratos que, além da responsabilidade civil, abrange
responsabilidade penal, a administrativa, a ética profissional e a trabalhista.
Longe de pretender esgotar este assunto, o intuito aqui é despertar essa discussão como
alerta aos futuros egressos dos cursos de Engenharia, da importância do assunto em
questão, pois os envolverá no transcurso da vida profissional.

O profissional ao exercer sua profissão estará sujeito aos ditames da Lei nº 5.194/66 que
considera as seguintes modalidades de responsabilidades:

I - Responsabilidade Técnica ou Ético Profissional


II - Responsabilidade Civil
III - Responsabilidade Penal ou Criminal
IV - ResponsabilidadeTrabalhista
V - Responsabilidade Administrativa

São responsabilidades independentes e inconfundíveis entre si, decorrentes de fatos ou


atos distintos, ou ainda de um mesmo fato ou ato ligado à atividade que o profissional está
exercendo.

Como exemplo, o caso do desabamento de uma obra executada por profissional


habilitado, motivado por sua imperícia, imprudência ou negligência e que venha a provocar
prejuízos a terceiros ou lesões nos operários em serviço, configurar-se-á simultaneamente
a ocorrência de quatro tipos de responsabilidades.

Se caracterizada a responsabilidade do profissional pela ocorrência, será passível de


várias sanções, como:

1. Punição em nível profissional pelo descumprimento da legislação específica e/ou


Código de Ética (responsabilidade técnica);

2. Reparação dos prejuízos causados ao cliente e a terceiros, se houver


(responsabilidade civil);

3. Punição criminal pela comprovação da culpa ou dolo (responsabilidade penal);

4. Indenização aos operários acidentados (responsabilidade trabalhista).

Nestes exemplos, evidenciam-se as formas de responsabilidade profissional possíveis.

I – ResponsabilidadeTécnica ou Ético Profissional

Essa responsabilidade deriva de imperativos morais, de preceitos regedores do exercício


da profissão, do respeito mútuo entre os profissionais e suas empresas e das normas a
serem observadas pelos profissionais em suas relações com os clientes.

A Lei 5.194/66 é que fundamenta legalmente o Código de Ética Profissional, adotado pela
Resolução nº 1.004 de 27.06.2003 do CONFEA e que estabelece os princípios éticos que
devem reger a conduta profissional.
O descumprimento da legislação ou o exercício inadequado da profissão, sem prejuízo
para com suas demais responsabilidades, pode resultar em um processo ético- disciplinar
junto aos órgãos disciplinadores da profissão: CREA’s e CONFEA.

As penalidades aplicadas nesses processos incidirão sobre a pessoa física e podem variar
em função da gravidade ou reincidência da falta. São elas:

 Advertência reservada;
 Censura pública;
 Multa;
 Suspensão temporária do exercício profissional;
 Cancelamento definitivo do registro.

Toda obra ou serviço executado pelo profissional estão sujeitos à Anotação de


Responsabilidade Técnica ART, que substitui o contrato entre as partes e garante
responsabilidades de ambos os lados - profissional e cliente.

Mesmo que o profissional dê baixa na sua ART no CREA, ele não se desvincula totalmente
das suas responsabilidades condizentes à obra ou às obras. A baixa da ART deve-se
efetivar apenas para o não enquadramento nos atos normativos.

EXERCÍCIO ILEGAL DA PROFISSÃO

Exerce ilegalmente a profissão de Engenheiro, Agrônomo, Meteorologista, Geólogo e


Geógrafo, artigo 6º, Lei 5.194/66:

b) o profissional que se incumbir de atividades estranhas as atribuições discriminadas em


seu registro;

Exemplo: Artigo 6º alínea b Lei 5.194/66

O nome dado para esses casos é Extrapolação de Atribuição, são os profissionais


que praticam atividades na qual não estudaram quando da sua graduação e não as
receberam como atribuição quando do registro no Crea.

c) o profissional que emprestar seu nome a pessoas, firmas, organizações ou empresas


executores de obras e serviços sem sua real participação nos trabalhos delas;

Exemplo: Artigo 6º alínea c Lei 5.194/66

O nome dado para esses casos é Acobertamento, são os profissionais que anotam a
ART se responsabilizando por uma obra ou serviço, sendo que na verdade quem está
exercendo as atividades na sua grande maioria é uma pessoa leiga, que não possui
habilitação junto ao Crea.
PENALIDADES POR FALTA ÉTICA

Aplicação da penalidade – Advertência reservada

Será anotada nos assentamentos do profissional e terá caráter confidencial, ou seja,


somente as partes envolvidas no processo terão o conhecimento dessa penalidade
imposta ao profissional.
O que acontece?

Ficará nos assentamentos do profissional durante o prazo de 5 (cinco) anos e


acarretara em negativação do mesmo em casos que ele venha a necessitar de uma
Certidão Negativa a falta de ética para efeitos de participação em uma licitação ou
mesmo de ter que apresentar tal documento quando aprovado em concurso público
dentre outros.

Aplicação da penalidade – Censura pública

Será anotada nos assentamentos do profissional, será efetivada por meio de edital
afixado no quadro de avisos nas inspetorias, na sede do Crea onde estiver inscrito o
profissional, divulgação em publicação do Crea ou em jornal de circulação na
jurisdição, ou no diário oficial do estado ou outro meio, economicamente aceitável,
que amplie as possibilidades de conhecimento da sociedade, ou seja, essa
penalidade pode ser amplamente divulgada para a sociedade, no intuito de alertar
sobre o mau comportamento do profissional penalizado.

Aplicação da penalidade – Multa

Por infração ao Artigo 6º alínea c da Lei nº 5.194/66, segundo a dosimetria para


aplicaçao das penalidades definida pela Decisão Normativa nº 111/2017 do Confea.
Caso haja reincidência do profissional a aplicação de penalidade poderá chegar a
suspensão e/ou cancelamento do registro profissional pela prática do
Acobertamento.

Aplicação da penalidade – Cancelamento do registro profissional

Por má conduta pública, escândalos, crime infamante e pela prática de


acobertamento.

INFRAÇÃO ÉTICA – Definido no Artigo 13 da Resolução 1002/02, “constitui-se


infração ética todo o cometido pelo profissional que atende contra os princípios éticos
(Art. 8º), descumpra os deveres do ofício (Art. 9º), pratique condutas expressamente
vedadas (Art. 10º) ou lesem direitos reconhecidos de outrem”.

Será anotada nos assentamentos do profissional e terá caráter confidencial, ou seja,


somente as partes envolvidas no processo terão o conhecimento dessa penalidade
imposta ao profissional.
II – Responsabilidade Civil

É a que, em caso de dano, por ação ou omissão voluntária, imprudência ou negligência


requer reparação pelo profissional se caracterizada e julgada a sua culpa, conforme
determina o Código Civil Brasileiro, Art. 159 – cabendo à pessoa lesada receber
compensação não apenas pelo prejuízo efetivo, como também por aquilo que ela deixou
de ganhar.

O Código Civil Brasileiro rege tais ocorrências e seus efeitos. Nestes casos, a
responsabilidade civil varia em função do p roblema, a partir da entrega da obra/serviço,
podendo limitar-se a seis meses, cinco anos ou chegando a perdurar por 20 anos.

A responsabilidade civil abrange os seguintes itens em relação à obra: execução, solidez


e segurança, escolha de materiais, danos a vizinhos e prejuízos a terceiros.

A responsabilidade civil é determinada no Código Civil Brasileiro em seu Art. 186 que
estabelece: “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”.

Figura – A Responsabilidade Civil na Engenharia

Responsabilidade Contratual

A responsabilidade contratual decorre da inexecução culposa de suas obrigações, ou seja,


violando o contrato ao não executar a obra ou ao executá-la defeituosamente,
inobservadas as regras nele estabelecidas, o construtor responderá civilmente, como
contratante inadimplente, pelas perdas e danos, com base nos artigos 389 e 402 do Código
Civil.

Assim, se o contratado unir os quatro elementos da responsabilidade civil – a ação ou


omissão, somados à culpa ou dolo, o nexo e o consequente dano - em relação ao
contratante, em razão do vínculo jurídico que lhes cerca, incorrerá na chamada
Responsabilidade Civil Contratual.
Ele só será exonerado da responsabilidade contratual se provar que a inexecução total ou
parcial da obra resultou de caso fortuito ou de força maior de acordo com o Código Civil
no seu artigo 393.

Responsabilidade Extracontratual

Em relação à Responsabilidade Civil Extracontratual, também conhecida como aquilina, o


agente não tem vínculo contratual com a vítima. Mas, tem vínculo legal, uma vez que, por
conta do descumprimento de um dever legal, o agente por ação ou omissão, com nexo de
causalidade e culpa ou dolo, poderá causar dano à vítima.

A responsabilidade extracontratual ou legal diz respeito à perfeição da obra, à


responsabilidade ético profissional, à responsabilidade pela solidez e segurança da obra,
à responsabilidade por danos a vizinhos e a terceiros (Artigos incluindo sanções civis e
penais previstas na Lei nº 5.194/66 do código de ética que regula a profissão de
engenheiro e arquiteto, na legislação penal que prevê crime de desabamento ou
desmoronamento no seu Artigo 256 e na lei das contravenções penais que prevê as
contravenções de desabamento e de perigo de desabamento nos seus artigos 29 e 30,
além de sanções administrativas pela construção de obra clandestina), à responsabilidade
por materiais, à responsabilidade pelos atos de seus prepostos, à responsabilidade pelos
riscos da obra e à responsabilidade por danos ambientais.

Os danos resultantes desses incidentes devem ser reparados, cabendo ao profissional


tomar as providências necessárias para que seja preservada a segurança, a saúde e o
sossego de terceiros, sob penas de assumir a responsabilidade por possíveis danos.

Cumpre destacar que os prejuízos causados são de responsabilidade do profissional e do


proprietário, solidariamente, podendo o lesado acionar tanto um como o outro.

Construção Civil - Responsabilidades Extracontratuais

 Responsabilidade pelos materiais: a escolha e aplicação dos materiais


utilizados na obra são da competência do profissional, sendo comum cumprir
a especificação dos materiais relacionados no documento denominado
"Memorial Descritivo". Quando o material não estiver de acordo com a
especificação, ou dentro dos critérios de segurança, o profissional deve
rejeitá-lo, sob pena de responder por qualquer dano futuro. Sendo o material
fornecido pelo contratante, cabe ao profissional alerta-lo e de forma
inconteste, sob as consequências do uso de material não especificado.

 Responsabilidade de desempenho: este é um caso referente ao processo


construtivo, cabendo ao profissional responder pela solidez e segurança da
construção nos termos do Código Civil e do Consumidor. Se o projeto for
realizado em desacordo com o especificado, o executor assumirá a
responsabilidade.

 Responsabilidade de Projeto: caso ocorra erro de projeto, o projetista


assumirá a responsabilidade quando aos danos advindos. Sendo o erro
grosseiro e perceptível ao profissional com formação comum, este também
será solidário.

 Responsabilidade por danos a terceiros: é muito comum na construção


civil a constatação de danos a vizinhos, em virtude da vibração de
estaqueamentos, fundações realizadas sem as precauções necessárias e
quedas de materiais que atingem bens ou pessoas. É caso típico de
responsabilidade extracontratual.

Caracterização da Responsabilidade Civil

Responsabilidade civil expressa a obrigação de reparar ou indenizar um dano que uma


pessoa tenha causado a outra.

Ou, responsabilidade civil corresponde à reparação de danos injustos, resultantes de


violação de um dever geral de cuidado, com a finalidade de recomposição do equilíbrio
violado.

Para caracterizar a responsabilidade civil é necessário que se reúnam quatro elementos,


a saber: o dano, o ato humano ilícito, a culpa ou o dolo do agente, e a relação ou nexo de
causalidade.

1º. O dano ou prejuízo havido;


2º. A ação ou omissão  Conduta;
3º. A culpa ou o dolo  Intenção;
4º. O nexo de causalidade.

Para facilidade de entendimento, a Figura mostra o processo de caracterização da


responsabilidade.

Considerando a ocorrência de um fato jurídico que possa ser considerado como danoso e
consequentemente gerar possível indenização, serão discutidos os seguintes conceitos:
Fato Jurídico; Dano; Ato Ilícito; Conduta; Intenção; Nexo Causal; Obrigação.

Para facilidade de entendimento, a Figura apresenta um fluxograma que mostra as etapas


necessárias à caracterização do ato ilícito. Caracterizado o ato ilícito e estabelecido o nexo
causal com o fato jurídico, gera a obrigação de indenizar.
a) Fato Jurídico

Para o cumprimento dos contratos e das obrigações inerentes, são realizadas ações cujos
efeitos ou decorrências podem ocasionar fatos jurídicos, seja com relação ao contratante,
aos vizinhos, à comunidade ou aos empregados das empresas envolvidas no processo de
construção ou projetos.

Definindo: “fato jurídico é um acontecimento em virtude do qual começam, se modificam,


ou se extinguem as relações jurídicas”.

Isto é, serem os profissionais interpelados judicial ou extrajudicialmente visando justificar,


explicar ou responder por suas ações por danos causados ou pretensamente causados a
terceiros.
Como exemplos de fatos jurídicos na engenharia ou na construção citam-se:

 Descumprimento dos prazos contratuais, parciais e totais;


 Descumprimento de especificações e memorial descritivo devido à escolha de
materiais de qualidade inferior;
 Descumprimento do cálculo estrutural com a geração de trincas em paredes e
estruturas;
 Atraso ou inexecução de atividades devido à incompetência técnica ou
administrativa;
 Realização de obras lindeiras a edificações já existentes sem as cautelas
necessárias e que decorram ou se prevê a possibilidade de prejuízos a vizinhos;
 Desabamentos ou desmoronamentos devido à imprevidência em reformas ou
serviços de terraplenagem;
 Atrasos de pagamentos;
 Descumprimento de encargos sociais ou trabalhistas;
 Desatenção ou descumprimento de exigibilidades ambientais;
 Etc.

b) O Dano

Tendo ocorrido algum fato jurídico, inicialmente, deve-se verificar se ocorreu ou há a


pretensão da reparação de algum dano havido. Para tanto, o dano pode ser definido como
material, moral.

O dano moral é todo aquele que abala a honra, a boa-fé subjetiva ou a dignidade das
pessoas físicas ou jurídicas. A caracterização da ocorrência do dano moral depende da
prova do nexo de causalidade entre o fato gerador do dano e suas consequências nocivas
à moral do ofendido.

É importantíssimo, para a comprovação do dano, provar minuciosamente as condições


nas quais ocorreram às ofensas à moral, boa-fé ou dignidade da vítima, as consequências
do fato para sua vida pessoal, incluindo a repercussão do dano e todos os demais
problemas gerados reflexamente por este.

O dano material é o que atinge, diretamente, o patrimônio das pessoas físicas ou jurídicas.
Sejam eles físicos ou financeiros.

O dano material pode ser configurado por alguma despesa ou custo gerado por uma ação
ou omissão indevida de terceiros. Ou, ainda, pelo que se deixou de auferir em razão de tal
conduta, caracterizando a necessidade de reparação material dos chamados lucros
cessantes.

O direito à reparação destes danos está expressamente previsto na Constituição Federal


e em outros dispositivos legais, como o Código Civil em vigor, o Código de Defesa do
Consumidor, o Código Comercial e outros diplomas legais específicos.
Para haver a obrigação de indenizar o dano material mostra-se imprescindível demonstrar-
se o nexo de causalidade entre a conduta indevida do terceiro e o efetivo prejuízo
patrimonial que foi efetivamente suportado.

c) Ato Humano

Para caracterizar um ato humano como ilícito, há que se qualificar a conduta e a intenção
do agente.

Figura – Caracterização do Ato Ilícito

Como sabemos, o dever de indenizar surge do dano ou prejuízo injustamente causado a


outrem, seja na esfera material, ou no âmbito extrapatrimonial.

d) A Conduta

Definido o dano, seja moral ou material, há que se qualificar o ato humano, se esse ato é
lícito ou ilícito. Para tanto há que se verificar a conduta do agente.

A conduta pode ser por ação comissiva ou omissiva, que é a realização material da
vontade humana, mediante a prática de um ou mais atos.

A ação comissiva consiste em desatender a preceitos proibitivos, ou seja, a norma


mandava não fazer e o agente fez. Em outras palavras, o agente praticou uma ação
mesmo ela sendo contraditória aos preceitos normativos.

A ação é dita omissiva quando o agente ou responsável não agiu ou não tomou quando
deveria agir, de acordo com a norma. Ou, não tomou as providencias cabíveis para impedir
que um fato danoso previsível ocorresse.

e) A Intenção

O passo seguinte é definir a intenção da conduta, se o agente do fato se houve com culpa
ou dolo.

O dolo ocorre quando houve intenção de que um fato jurídico acontecesse. Ou, então, se
o agente assumiu o risco de realizar uma ação previsível de causar dano.
A culpa ocorre quando não havia a intenção de causar dano.

Para qualificar a culpa, há que se constatar, e deve ser provado, se a ação do agente
ocorreu com negligência, imprudência ou imperícia.

f) Nexo Causal

O nexo causal ou de causalidade corresponde ao vínculo existente entre a conduta do


agente e o resultado por ela produzido. Para haver indenização e a obrigação de
reparação, há que se provar qual o motivo da ação e qual o dano causado.

O conceito de nexo causal não é jurídico; decorre das leis naturais. É o vínculo, a ligação
ou relação de causa e efeito entre a conduta e o resultado.

O nexo de causalidade é elemento indispensável para estabelecer qualquer espécie de


responsabilidade civil.

Assim, para se dizer que alguém causou um determinado fato, faz-se necessário
estabelecer a ligação entre a sua conduta e o resultado gerado, isto é, verificar se de sua
ação ou omissão adveio um resultado danoso.

Examinar o nexo da causalidade é descobrir quais as condutas positivas ou negativas que


deram causa ao resultado ou fato danoso. Não havendo a condição “SINE QUA NON",
não há nexo de causa.

No caso de obras e serviços de engenharia, tendo ocorrido de algum fato dado por danoso
e havendo discussão em juízo, há que o perito definir a causa que produziu o dano
relatado. E, o responsável pela ocorrência do fato.

III – Responsabilidade Penal ou Criminal

Esta responsabilidade pode sujeitar os profissionais à pena de reclusão e/ou multa


dependendo da gravidade das ações por ele cometidas. Para tanto o profissional pode ser
condenado por se haver negligência, imprudência ou imperícia.

Dos crimes em que possa incidir o engenheiro em sua atuação profissional, merecem
destaque:

 Desabamento que expressa a queda de construção em virtude de fator humano;


 Desmoronamento, que resulta de fatos da natureza de ordem telúrica;
 Incêndio quando provocado por sobrecarga elétrica;
 Intoxicação ou morte por agrotóxico pelo uso indiscriminado de herbicidas e
inseticidas na lavoura sem a devida orientação e equipamento;
 Intoxicação ou morte por produtos industrializados quando mal manipulados na
produção ou quando não conste indicação da periculosidade;
 Contaminação - quando provocada por vazamentos de elementos radioativos e
outros;
 Inundação, provocada por defeitos, manutenção ou operação inadequada em
barramentos hídricos;

Todas essas ocorrências são incrimináveis, havendo ou não lesão corporal ou dano
material, desde que se caracterize perigo à vida ou à propriedade.

Por isso, cabe ao profissional, no exercício de sua atividade, prever todas as situações
que possam ocorrer a curto, médio e longo prazo, para que fique isento de qualquer ação
penal.

Provado que tais erros resultem em morte de alguém e derivem da atuação direta do
engenheiro responsável pela obra, este responde penalmente por sua ação ou omissão,
podendo ser penalizado com restrição de liberdade (reclusão).

A infração que se caracterize como crime ou contravenção torna o profissional responsável


criminalmente, impondo-lhe penas - de acordo com a gravidade - que variam desde a
perda da liberdade (reclusão, detenção ou prisão simples) a outras de natureza pecuniária
(multa) ou de restrição ao exercício de um direito ou de uma atividade (interdições).

As infrações podem ter ainda agravantes. Se forem cometidas deliberadamente, sabendo


o agente causador do risco de sua prática, decorre de um ato de imprudência, imperícia
ou negligência. Quando caracterizada como falta de intenção do causador e excluídos o
conhecimento do risco de sua prática, a infração é culposa. É esta última a de maior
incidência na atividade profissional.

IV – Responsabilidade Trabalhista

Aquela que decorre das relações contratuais ou legais assumidas com empregado
mobilizado para a realização de obra ou serviço, estendendo-se a obrigações acidentárias
e previdenciárias.

Alerta-se que as obrigações previdenciárias e trabalhistas se estendem aos empregados


dos empreiteiros, subcontratados e terceirizadas sendo responsabilidades do contratante
ou do proprietário da obra, cabendo a estes a fiscalização do pagamento.

A Consolidação das Leis do Trabalho legisla a relação entre empregado e empregador e,


no seu Art. 1º, estabelece como "empregador a empresa, individual ou coletiva, que,
assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação
pessoal de serviços".

Configuram-se também como empregadores os profissionais liberais, quando contratantes


de trabalhadores empregados, estabelecendo-se conseqüentemente a responsabilidade
do profissional liberal no âmbito da legislação trabalhista.
V – Responsabilidade Administrativa

Obriga o cumprimento das normas, dos encargos e das exigências de natureza técnico-
administrativa. Entre esses elementos aparecem, em primeiro lugar, as várias leis que
definem a extensão e os limites do "privilégio profissional".

No Sistema Confea/Creas surge uma centena de instrumentos administrativos


(Resoluções) que regulamentam essas leis. Mas não param aí as normas, encargos e
exigências que balizam o exercício profissional.

Há também aquelas inseridas nas normas técnicas brasileiras e internacionais aplicáveis


nos códigos de obras e posturas municipais, nas normas de proteção e defesa ambiental,
nas normas estabelecidas pelas empresas concessionárias de serviços públicos de
energia, telecomunicações, saneamento, nas exigências de proteção contra incêndio e
outras mais. Novamente, a Lei 5.194/66 é o principal instrumento regulamentador a ser
considerado.

PROFISSÕES DE RESPONSABILIDADE DE MEIO E DE RESULTADO

As profissões podem ser caracterizadas como profissões com responsabilidade de meio


ou de resultado.

A profissão de responsabilidade por obrigação de meio se refere a casos em que o


profissional cumpriu uma obrigação de meio empregando todas as técnicas, recursos e
esforços que estiveram ao seu alcance, visando alcançar os resultados previstos em
contrato. Se os resultados não forem alcançados nos prazos estabelecidos pode-se aplicar
ao profissional questões de responsabilidade por obrigações de meio.

Em contrato de obrigação de meio entende-se que existe um comprometimento e


dedicação pessoal para o melhor resultado. O profissional para tanto deve dispor de
competência, habilidade e empenho para o cumprimento do pactuado, mas não existe a
obrigação de conseguir o que é desejado, ou seja, o fim exitoso do objeto pactuado.

Essa situação é mais comum do que a maioria das pessoas imagina. Por exemplo, depois
de sofrer um grave acidente é obrigação do hospital ou do médico fazer todos os esforços
para que a pessoa fique bem, porém, o médico e o hospital não têm a obrigação de salvar
a vida.
A profissão de responsabilidade por obrigação de resultado implica em
responsabilidade quanto ao que foi pactuado e suas garantias legais quanto as atividade
técnico-econômica de projeto, construção ou incorporação.

Assim esses profissionais, engenheiros, estão obrigados a executarem e entregarem seus


produtos sem vícios construtivos e defeitos, cumprir os termos pactuados, efetuar seus
trabalhos conforme as normas técnicas vigentes, adotar processos construtivos seguros e
empregar o conhecimento científico reconhecido na época.

Quando os profissionais firmarem contratos considerados como aleatórios, exercem uma


atividade de meio. Como exemplo tem-se a pesquisa e a prospecção geológica, cujos
resultados podem não atender ao objetivo esperado.

Responsabilidade de Resultado

A responsabilidade de resultado ocorre quando o contratado assumiu uma obrigação, um


contrato, com um objetivo específico e com êxito esperado.

A engenharia/arquitetura são profissões de resultado, pois, basicamente, são gestoras de


contratos relativos a: projeto, construção, gestão, incorporações e serviços técnicos.

Figura – Responsabilidade Objetiva e Subjetiva

A responsabilidade de resultado pode ser de ordem:

 Objetiva;
 Subjetiva.

Responsabilidade Objetiva

A responsabilidade é dita objetiva quando ocorre uma relação direta entre o dano e o
agente que a causou. Ou seja, não há dúvida quanto ao agente causador do dano.
Para caracterizar a responsabilidade civil objetiva, basta haver uma relação direta entre
causa e efeito do dano e o agente causador. Ou seja, o nexo causal para a indenização
do prejuízo ou dano.

Quando existe essa relação direta, o agente é responsabilizado sem necessidade de se


provar a culpa. Neste caso, a obrigação de reparar é independente de qualquer ideia de
dolo ou culpa.

Como exemplo tem-se: a ruína de uma edificação; queda de uma torre de água sobre um
edifício; o desabamento de um muro de arrimo; a queda de um viaduto. O construtor, o
proprietário ou quem causou esse fato danoso tem a obrigação de repará-lo ou indenizar
o ofendido.

Incide, também, em responsabilidade objetiva o descumprimento de cláusulas contratuais


expressas. Se o objetivo não for atingido de forma total ou parcial, o contratado ou executor
passa a ser responsabilizado por danos ou prejuízos causados ao contratante.

Para isso o lesado mostra a existência do contrato e prova a não obtenção do que foi
prometido. Só ocorre a extinção da obrigação quando o contratado prova que não alcançou
o objetivo final por motivo de força maior.

Estabelecida a responsabilidade objetiva, independentemente da culpa ou dolo, cabe a


aplicação direta do Art. nº 186 da Lei nº 10.406 de 2001, O Código Civil:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Responsabilidade Subjetiva

A responsabilidade civil é dita subjetiva quando causada por conduta culposa lato sensu,
que envolve a culpa stricto sensu e o dolo. Neste caso há que se provar quem foi o
causador do dano.

A culpa (stricto sensu) caracteriza-se quando o agente causador do dano praticar o ato
com negligência ou imprudência. Porém, sem haver a intenção do agente em que o fato
acontecesse.

O dolo ocorre quando houve a intenção do agente quanto à ocorrência do fato danoso ou,
então, ele tenha assumido o risco de sua ocorrência. Noutros termos pode-se dizer que:
“dolo é a vontade conscientemente dirigida à produção do resultado ilícito”. Nota-se que a
pena no caso ser caracterizado o dolo é superior à da culpa.

A responsabilidade subjetiva pode ser qualificada como dolo ou culpa.

O dolo ocorre quando o profissional quis ou assumiu o risco da ocorrência de um fato


danoso.

A culpa ocorre quando a ação do profissional não tinha a intenção de causar dano.
Para a imputação da responsabilidade do profissional liberal, e aí se incluem os
engenheiros e arquitetos no desempenho das suas funções profissionais
independentemente de atuar como autônomo ou empregado, há que se qualificar se a
ação do agente ocorreu com negligência, imprudência ou imperícia, o que deve ser
provado.

Estas três qualificações são definidas no quadro a seguir:

Negligência - Corresponde à falta de precaução sem a qual o fato


previsível não teria ocorrido
Imprudência - Corresponde à prática de ato perigoso

Imperícia - Decorre de fato ocorrido devido a falta de aptidão


técnica, teórica ou prática

A responsabilidade subjetiva obriga os engenheiros a empregar seus conhecimentos para


alcançar o resultado final, conforme a boa técnica e a ética profissional.

Se constatados erros de cálculo, a responsabilidade é do projetista. Se constatados erros


na execução, a responsabilidade é do responsável técnico.

Quando o projetista não especifica bem os projetos que serão entregues à construtora, dá
margem à subjetividade que podem acarretar condenações aos envolvidos no processo
de construção.

Assim, a responsabilidade deve ser atribuída à pessoa diretamente incumbida de tomar


as cautelas necessárias. Não se pode atribuir culpa a quem não tenha responsabilidade
direta sobre a segurança e a engenharia locais.

Na ocorrência de erro profissional, a culpa é atribuída ao profissional. Porém exige a


indagação das normas fundamentadas em critérios técnicos, com a indicação da norma
de dever violada, derivada da lei, da ciência ou dos costumes.

Eles lidam com a incerteza das teorias, dos modelos de cálculo, das técnicas de
construção, do comportamento dos materiais, das ações humanas e da natureza. Porém,
tem o dever de cumprir suas obrigações a contento do contratante.
Figura – Qualificação da Ação

Os profissionais minimizam os riscos seguindo as orientações das normas técnicas e


adotando boas práticas de projeto, execução e manutenção. Mas não são obrigados a
assegurar o “zero defeito” ou total ausência de falhas.

Exemplificando, nenhum projetista de barragens, por mais competente que seja, pode
garantir com 100% de confiabilidade a segurança contra rompimento por enchentes.
Geralmente, para grandes obras, trabalha-se com a probabilidade de ocorrer uma grande
cheia a cada dez mil anos – período de retorno deca milenar.

Ocorrido um fato danoso numa construção, cabe estabelecer a culpa pessoal do


profissional que a cometeu para estabelecer a responsabilidade, no caso a subjetiva.

Este entendimento é definido pelo Código de Defesa do Consumidor, Lei nº 8.078, Art.º 14
parágrafo 4º que diz:

§ 4º - A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a


verificação de culpa.

Há, porém, que se entender que, mesmo em sobrevindo fato danoso, a responsabilidade
do profissional e mesmo da empresa pode ser descaracterizada. Quando sobrevirem
eventos extraordinários, imprevistos e imprevisíveis, onerosos, retardadores ou
impeditivos da execução do contrato, a parte atingida fica liberada dos encargos
originários.

Como exemplos de fatos danosos e a respectiva caracterização da responsabilidade, são


mostrados na Figura.
Figura – Exemplos de Obras e Fatos em Obras

No caso da ruptura da edificação, a construtora é a responsável objetivamente pelo fato.


Cabe, então, provar a responsabilidade subjetiva: verificar se o fato ocorreu por defeito de
projeto ou de execução. Tendo ocorrido por deficiência dos materiais empregados, por
calculo estrutural equivocado, por execução equivocada das fundações ou da
superestrutura e a qual profissional caberá a atribuição da responsabilidade;

Figura – Exemplos de Obras e Fatos em Obras

No caso da torre d’água tombada sobre a edificação, a responsabilidade objetiva caberá,


indubitavelmente, à empresa a subjetiva ao profissional que se houve com negligência,
imprudência ou imperícia, seja o responsável pelo projeto e/ou pela execução;
Figura – Exemplos de Obras e Fatos em Obras

O caso do viaduto, corresponde à situação similar à anterior;

Figura – Exemplos de Obras e Fatos em Obras

No caso de desabamento da piscina provocada por escavação realizada em prédio situado


em nível inferior, caberá a responsabilidade objetiva ao dono da obra inferior e,
solidariamente, à empresa executora.

A responsabilidade subjetiva será atribuída ao profissional responsável pela execução da


obra inferior que não tomou as providências necessárias a evitar a ocorrência do fato.
Legislação Aplicada à Engenharia

GESTÃO, PROJETOS E CONTRATOS


A essência do trabalho de um engenheiro é a construção de projetos. A todo instante esse
profissional é requerido para resolver problemas, definir melhorias, ajustar processos,
avaliar equipamentos, etc. Faz parte do dia a dia dessa profissão o projetar.

Para a elaboração de projetos um engenheiro utiliza de ferramentas e métodos que podem


auxiliar e otimizar o processo. Utiliza também de conhecimento técnico, bem como de
outros conhecimentos que estejam envolvidos direta ou indiretamente com a questão alvo
do projeto.

Um projeto é um plano de execução de um trabalho com a definição clara de objetivos e


metas, procedimentos, recursos necessários, tempo, orçamento, recursos humanos, etc.
Na fase de projeto, que antecede a execução do trabalho, devem ser definidas todas as
etapas e atividades que serão realizadas no tempo de execução.

Neste item são relacionados alguns procedimentos essenciais a serem permanentemente


documentados e/ou disponíveis durante a execução dos projetos e contratos. E, também,
documentos a serem interpostos entre as partes, sejam na iniciativa pública ou particular.

O objetivo desses procedimentos é salvaguardar a memória, documentar e caracterizar as


responsabilidades entre as partes caso ocorra a intenção de futura reinvindicação bem
como instrumentalizar seus advogados ao ocorrer a necessidade da interposição de
alguma demanda jurídica.

Nestes termos, recomenda-se registar sistematicamente a documentação afeta aos


contratos bem como fatos, procedimentos e ocorrências havidas durante a execução dos
mesmos.

Figura – Sistematização da documentação


Como exemplo de documentação ou fatos a serem registrados tem-se:

 Alterações no escopo do projeto;


 Interpretações ou entendimento de cláusulas contratuais;
 Inexistência de especificações;
 Alterações nos quantitativos originalmente contratados;
 Mudanças nos custos acima em percentuais que superem os índices de
correção pactuados;
 Trabalhos efetivamente realizados;
 Registro de condições geológicas não previstas;
 Datas de paralização de empreitadas por deficiência ou falta de projetos;
 Datas de retomada dos trabalhos;
 Valores pagos a menor ou com atraso;
 Solicitações extraordinárias ou novas orientações na realização de processos
construtivos realizadas por prepostos do contratante;
 Suspenção dos trabalhos devido a embargos de órgãos públicos;
 Cronograma físico-financeiro contratual e como realizado devidamente
atualizado;
 Histogramas atualizados de pessoal e equipamentos;

1 – Pré-requisitos para uma Ação Gerencial

1.1 Contratos, propostas, ordens de serviços e ART’s;


1.2 Atas de Reunião;
1.3 Cartas documentando fatos e acontecimentos;
1.4 Livro de ocorrência ou de ordem - CONFEA;
1.5 Boletins de Medição ou de Entregas de Documentos;
1.6 Fichas de apropriação de pessoas ou equipamentos;
1.7 Edital de Licitação.

2 – Iniciativa Privada

Como ações que visam o cumprimento de contratos que envolvam, eminentemente, a


iniciativa privada cita-se:
2.1. Entendimento Prévio ou Negociação;
2.2. Cartas enviadas com Aviso de Recebimento – AR.
2.3. Atas de reunião;
2.4. Notificação Extrajudicial;
2.5. Notificação Judicial;
2.6. Uso da Câmara de Mediação do CREA;
2.7. Ação Judicial.
3 – Iniciativa Pública

Como ações que visam o cumprimento de contratos envolvendo a esfera pública e a


particular citam-se:
3.1. Atas de reunião;
3.2. Ofício Reivindicatório à autoridade superior; devidamente protocolado;
3.3. Ofício documentando fatos e ocorrência não previstos ou que contrariem contratos;
3.4. Notificação Judicial à autoridade superior;
3.5. Ação Judicial.

4 – Contratos

Ao se discutir contratos em engenharia, e como será visto no NCC, há que se distinguir


entre trabalhos de serviços e de empreitada, já que este código considera ambos de forma
distinta.
Serviço refere-se a trabalhos de cunho predominantemente intelectual ou de apoio de mão
de obra. Como exemplo: projetos de arquitetura, cálculo estrutural, sondagem,
fiscalização, consultoria. E, manutenção, limpeza e segurança.

Empreitada refere-se a trabalhos relativos à materialização de um bem. Como exemplo:


construção de edificações; pontes; rodovias; portos e aeroportos ai inclusos os trabalhos
relativos à materialização de suas partes.

O processo de construção pode ser dividido em três fases básicas distintas: a concepção,
a engenharia do produto; e a engenharia do processo. Ver Figura – Processo do Projeto
de Engenharia.

Na fase de concepção é definido o objeto a ser realizado, instituída a engenharia do


proprietário e elaborada a análises de pré-viabilidade do projeto. É interessante notar que
a engenharia do proprietário pode ser desenvolvida por pessoal próprio ou contratado.

A engenharia do produto tem como responsabilidade principal desenvolver os projetos


singulares, definir as etapas de concepção, a elaboração e o planejamento dos projetos
segundo os termos de referência recebidos da engenharia do proprietário. Área esta
associada a serviços

A engenharia do processo instrui como fazer ou materializar o objeto estabelecido pela


engenharia do produto.

Ela tem como objetivos principais: a definição da tecnologia a ser adotada em cada projeto
singular; a execução do processo construtivo; e, a entrega do produto em condições de
operação. Área associada a empreitadas.
Figura – Processo do Projeto de Engenharia.

Os contratos relativos às fases de concepção e de projeto são, primordialmente, de


serviços. Os de execução, primordialmente de empreitada.

Os contratos em engenharia são constituídos por duas partes distintas, porém


complementares: os termos de contrato e os anexos, conforme especificado na Figura –
Partes dos Contratos de Engenharia.

Os termos de contrato qualificam e definem as relações entre as partes, as obrigações


recíprocas, o foro e as cláusulas obrigatórias, quais sejam: o objeto, o prazo e o preço.

No caso de ser um contrato de serviço, os termos de referência podem integrar os termos


de contato. Ou, ser adicionado aos anexos, normalmente quando esses foram extensos.

No caso de empreitada, como o projeto é um documento volumoso e vai ser distribuídos


aos participantes do projeto, recomenda-se locá-lo nos anexos.

Em ambos os casos, o cronograma físico financeiro, os histogramas de mobilização de


pessoal e equipamentos, o orçamento detalhado das partes constitutivas e outros
documentos complementares são locados nos anexos do contrato.

Ressalta-se que o contrato é um todo indivisível a gerar direitos e obrigações entre as


partes seja quanto ao que for estabelecido nos termos do contrato como nos seus anexos.

Além dos contratos, estabelecem obrigações e direitos recíprocos as propostas de preços


e as ART - Anotações de Reponsabilidade Técnica. Os contratos e as propostas regidos
nos termos do Código Civil, Lei nº 10.406 e as ART pela Lei nº 6.496.
Definindo o que seja contrato:

Contrato é um acordo de vontades com a finalidade de produzir efeitos jurídicos.


SAAVEDRA, 2009, ou contrato corresponde a todo acordo de vontades, firmado
livremente entre as partes, com o objetivo de criar obrigações e direitos recíprocos.
MEIRELLES, 2001.

Sem dúvida alguma, o contrato é o instrumento que rege as relações entre as partes.
Mesmo havendo este entendimento ele, o contrato, não se sobrepõe ao que estiver
estabelecido em lei, na jurisprudência estabelecida pelos tribunais ou na doutrina.

Figura– Partes dos Contratos de Engenharia

Ao se formatar um contrato há se precaver quanto à adição e ao entendimento de


cláusulas de modo simplista. As cláusulas devem estabelecer uma equitatividade entre as
obrigações, isto é, devem ser justas a ambas as partes e atender a legislação superior que
trata da matéria.

Além disso, o profissional durante a execução dos contratos, e para resguardar a sua
responsabilidade, deverá seguir as orientações das normas técnicas, teóricas e adotar
boas práticas de projeto, execução e manutenção.

Tanto isto é importante que o Código Civil em seu artigo nº. 422 reza:

“Os contratantes são obrigados a guardar, assim da conclusão do contrato como em sua
execução, os princípios de probidade e boa fé”.

As cláusulas contratuais são classificadas em três tipos: cláusulas explicitas, implícitas e


cláusulas nulas ou anuláveis.

Cláusula explicita é aquela estabelecida ou escrita no contrato e rege as relações entre


partes não necessitando de demanda em juízo para a sua aplicação.

Cláusula tácita ou implícita é aquela que não esta escrita em contrato. Ela decorre da lei
ou da jurisprudência e sua aplicação depende de interpelação judicial.

Cláusula nula ou anulável é aquela que infringe direito expresso em lei ou na


jurisprudência. Esse tipo de cláusula, pode ser considerada como ilegal e sua aplicação
depende de interpelação judicial. A cláusula anulável tanto pode restringir o acesso à
justiça ou favorecer, desequilibradamente uma das partes, ocorrendo o denominado
contrato leonino.

5 – Termos de Referência e Projeto.

Termo de Referência é um documento elaborado pelo contratante destinado a caracterizar


os objetivos de um contrato cujo objeto é a realização de um projeto ou algum serviço de
engenharia. Na Figura são relacionadas algumas informações necessárias a compor um
termo de referência.

Figura – Especificação dos Termos de Referência

A importância em se dispor de um termo de referência bem elaborado, ou seja, definidor


e caracterizador da funcionalidade e da qualidade do produto final, contribui fortemente
para evitar dúvidas e inconsistências do projeto e orientar com segurança o profissional
responsável por sua elaboração. E, antes disso, avaliar o número de horas a serem
demandadas pelo projeto e as qualificações dos profissionais convocados.

Para tanto, deve estabelecer o que dele se deseja do produto final: seus destinos e usos,
a qualidade esperada, o desempenho e o rendimento esperado. É recomendável que os
Termos de Referência disponham, também, possíveis óbices à elaboração do projeto
(design) quanto a restrições legais, físicas, geológicas e de natureza ambiental.

O projeto é o documento que define o objeto do contrato em termos de forma, qualidade,


tipo de processo construtivo, segurança e o custo/preço do bem.

Ele é composto dos seguintes documentos: desenhos dos projetos singulares; memorial
descritivo; processo construtivo; especificações e normas técnicas; orçamento.
Figura – Projeto e Termos de Referência.

Ao profissional responsável pela execução do projeto, recomenda-se manter sua atuação


restrita aos termos do contrato.

Havendo necessidade de alteração, só a realizar após a concordância do proprietário e a


concorrência dos demais profissionais envolvidos, para que não incorra em algum fato
jurídico.
Legislação Aplicada à Engenharia

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

A interferência do homem no meio ambiente é necessária para a sobrevivência e para


desenvolvimento das civilizações, mas esta interferência deve ser realizada com
responsabilidade. É preciso que todo o trabalho do homem que possa interferir no meio
ambiente seja de tal forma que atenda às necessidades do presente sem comprometer a
possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades. Além do
lado financeiro, as empresas devem ter em mente que para que seu funcionamento não
prejudique o futuro do planeta é necessário que desde agora se preocupem, também, com
o social e com o ambiental. A figura ilustra este conceito.

Figura – Desenvolvimento sustentável


Fonte: Wikipédia, acesso em 23/03/2022
Em busca da preservação do planeta terra e de uma sociedade com desenvolvimento
sustentável, acordos nacionais e internacionais são estabelecidos no sentido de haver um
compromisso universal com esse tema.
Legislação Aplicada à Engenharia

BASE LEGAL PARA O EXERCÍCIO PROFISSIONAL

Neste item são apresentados os principais textos legais que regulamentam o exercício das
diversas profissões abrangidas pelo Sistema Confea/Crea.

Legislação Profissional Aplicada as Modalidades Profissionais

Leis

Lei nº 4.076, de 23 de junho de 1962, que regula o exercício da profissão de geólogo;

Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964, que dispõe das Incorporações e Condomínios;

Lei nº 4.643, de 31 de maio de 1965, que determina a inclusão da especialização de


engenheiro florestal na enumeração do Art. 16 do Decreto-Lei nº 8.620, de 10 de janeiro
de 1946;

Lei nº 4.950-A, de abril de 1966, que determina a remuneração de profissionais


diplomados em Engenharia, Química, Arquitetura, Agronomia e Veterinária;
Lei nº 5.194, de 24 de dezembro de 1966, que regula o exercício das profissões de
engenheiro, arquiteto e engenheiro-agrônomo, e dá outrasprovidências;

Lei nº 5.524, de 5 de novembro de 1968, que dispõe sobre o exercício da profissão de


Técnico Industrial de Nível Médio;

Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, propõe o Código do Processo Civil;

Lei nº 6.496, de 7 de dezembro de 1977, que institui a “Anotação de Responsabilidade


Técnica” na prestação de serviços de Engenharia, de Arquitetura e Agronomia; autoriza a
criação, pelo Confea, de uma Mútua de Assistência Profissional, e dá outras
providências;

Lei nº 6.664, de 26 de junho de 1979, que disciplina a profissão de geógrafo;

Lei nº 6.766, de dezembro de 1979, que institui a Lei do Parcelamento do Solo Urbano;

Lei nº 6.839, de 30 de outubro de 1980, que dispõe sobre o registro de empresas nas
entidades fiscalizadoras do exercício deprofissões;

Lei nº 7.399, de 04 de novembro de 1985, que altera a redação da Lei nº 6.664, de 26 de


junho de 1979, que disciplina a profissão de geógrafo;

Lei n° 7.410, de 27 de novembro de 1985, que dispõe sobre a especialização de


engenheiros e arquitetos em Engenharia de Segurança do Trabalho, a profissão de técnico
de segurança do trabalho, e dá outrasprovidencias.

Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, que dispõe do Código de Defesa do Consumidor.


Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, que regulamenta o Art. 37, inciso XXI da Constituição
Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências.

Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, que dispõe do Código Civil.

Decreto-Lei
Decreto-Lei nº 8.620, de 10 de janeiro de 1946, que dispõe sobre a regulamentação do
exercício das profissões de engenheiro, de arquiteto e de agrimensor, regida pelo Decreto
nº 23.569, de 11 de dezembro de 1933, e dá outras providências;e

Decreto-Lei nº 241, de 28 de fevereiro de 1967, que inclui entre as profissões cujo exercício
é regulado pela Lei nº 5.194, de 24 de dezembro de 1966, a profissão de engenheiro
deoperação.
Decreto
Decreto nº 23.569, de 11 de dezembro de 1933, que regula o exercício das profissões de
engenheiro, de arquiteto e deagrimensor;

Decreto nº 90.922, de 6 de fevereiro de 1985, que regulamenta a Lei nº 5.524, de 5 de


novembro de 1968, que dispõe sobre o exercício da profissão de técnico industrial e
técnico agrícola de nível médio ou de 2ºgrau;

Decreto n° 92.530, de 9 de abril de 1986, que regulamenta a Lei n° 7.410, de 27 de


novembro de 1985, que dispõe sobre a especialização de engenheiros e arquitetos em
Engenharia de Segurança do Trabalho, a profissão de técnico de segurança do trabalho,
e dá outras providencias.

Decreto nº 4.560, de 30 de dezembro de 2002, que altera o Decreto nº 90.922, de 6 de


fevereiro de 1985, que regulamenta a Lei nº 5.524, de 5 de novembro de 1968, que
dispõe sobre o exercício da profissão de técnico industrial e técnico agrícola de nível
médio ou de 2ºgrau.

Resolução
Resolução nº 218, de 29 de junho de 1973, que discrimina atividades das diferentes
modalidades profissionais da Engenharia, da Arquitetura e da Agronomia;

Resolução nº 261, de 22 de junho de 1979, que dispõe sobre o registro de técnicos de 2º


grau, nos Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (revogada pela
Resolução nº 1.007, de 5 de dezembro de 2003, exceto os arts. 13 e14);

Resolução nº 262, de 28 de julho de 1979, que dispõe sobre as atribuições dos técnicos
de 2 º grau, nas áreas de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (revogado o contido no art.
2º, exceto o seu parágrafo único, pela Resolução nº 473, de 26 de novembro de 2002);

Resolução nº 278, de 27 de maio de 1983, que dispõe sobre o exercício profissional dos
técnicos industriais e técnicos agrícolas de nível médio ou de 2º grau, e dá outras
providências;

Resolução nº 288, de 7 de dezembro de 1983, que designa o título e fixa as atribuições


das novas habilitações em Engenharia de Produção e EngenhariaIndustrial;Resolução nº
313, de 26 de setembro de 1986, que dispõe sobre o exercício profissional dos Tecnólogos
das áreas submetidas à regulamentação e fiscalização instituídas pela Lei n° 5.194, de 24
de dezembro de 1966, e dá outras providências (revogado o art. 16 pela Resolução nº 473,
de 26 de novembro de2002);

Resolução nº 336, de 27 de outubro de 1989, que dispõe sobre o registro de


pessoasjurídicas nos Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia;

Resolução nº 345, de 27 de julho de 1990, que dispõe quanto ao exercício profissional de


nível superior das atividades de Engenharia de Avaliações e Perícias deEngenharia;

Resolução n° 359, de 31 de julho de 1991, que dispõe sobre o exercício profissional, o


registro e as atividades do engenheiro de segurança do trabalho, e dá outras providências;

Resolução CONAMA nº 307, de 05 de julho de 2002, publicada no DOU em 17 de julho de


2002, que estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da
construção civil;

Resolução nº 1.002, de 26 de novembro de 2002, que adota o Código de Ética Profissional


da Engenharia, da Arquitetura, da Agronomia, da Geologia, da Geografia e da
Meteorologia e dá outras providências;

Resolução nº 1.004, de 27 de junho de 2003, que aprova o Regulamento para a Condução


do Processo Ético Disciplinar;

Resolução nº 1.008, de 9 de dezembro de 2004, que dispõe sobre os procedimentos para


instauração, instrução e julgamento dos processos de infração e aplicação de penalidades
(Revogados os arts. 7º e 8º e o inciso VIII do art. 47 e alterado o caput do art. 9º pela
Resolução 1.047 de 28 de maio de2013);

Resolução nº 1.010, de 22 de agosto de 2005, que dispõe sobre a regulamentação da


atribuição de títulos profissionais, atividades, competências e caracterização do âmbito de
atuação dos profissionais inseridos no Sistema Confea/Crea, para efeito de fiscalização
do exercício profissional (Suspensa a aplicabilidade da Resolução nº 1.010, de 2005, aos
profissionais diplomados que solicitarem seu registro profissional junto ao Crea a partir de
01 de janeiro de 2014 até 31 de dezembro de 2014 – Resolução 1.051, de 23 de dezembro
de2013);

Resolução nº 1.025, de 30 de outubro de 2009, que dispõe sobre a Anotação de


Responsabilidade Técnica e o Acervo Técnico Profissional, e dá outrasprovidências;

Resolução Nº 1048, de 15 de agosto de 2013, consolida as áreas de atuação, as


atribuições e as atividades profissionais relacionadas nas leis, nos decretos-lei e nos
decretos que regulamentam as profissões de nível superior abrangidas pelo Sistema
Confea/Crea.

Decisão Normativa
Decisão Normativa nº 005, de 25 de junho de 1982, que dispõe sobre registro nos CREA
de Auxiliares Técnicos equiparados a Técnicos de 2ºGrau;

Decisão Normativa nº 047, de 16 de dezembro de 1992, que dispõe sobre as atividades


de parcelamento de solo urbano, as competências para executá-las, e dá outras
providências;

Decisão normativa n° 069, de 23 de março de 2001, que dispõe sobre aplicação de


penalidades aos profissionais por imperícia, imprudência e negligência e dá outras
providências;

Decisão Normativa nº 74, de 27 de agosto de 2004, que dispõe sobre a aplicação de


dispositivos da Lei nº 5.194, de 24 de dezembro de 1966, relativos ainfrações;

Decisão normativa nº 83, de 26 de setembro de 2008, que dispõe sobre procedimentos


para a fiscalização do exercício e das atividades profissionais referentes a monumentos,
sítios de valor cultural e seu entorno ouambiência;

Decisão normativa nº 085, de 31 de janeiro de 2011, que aprova o manual de


procedimentos operacionais para aplicação da Resolução nº 1.025, de 30 de outubro de
2009, e dá outrasprovidências;

A Decisão Normativa nº 95, de 24 de agosto de 2012, que aprovou as Diretrizes Nacionais


da Fiscalização do exercício e da atividade profissional do Sistema Confea/Crea).

LEGISLAÇÃO – CREA-RS

http://www.crea-rs.org.br/site/index.php?p=legislacao

Atos Normativos em Vigor


Legislação
Estatuto CONFEA/CREAs

Normas de Fiscalização do CREA-RS:


Câmara Especializada de Agronomia
Câmara Especializada Engenharia Civil
Câmara Especializada Engenharia Elétrica
Câmara Especializada Engenharia Florestal
Câmara Especializada Engenharia Industrial
Câmara Especializada Engenharia Química
Câmara Especializada Geologia e Eng. Minas
Legislação Aplicada à Engenharia

VERIFICAÇÃO DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL – Fiscalização

O objetivo da fiscalização é verificar o exercício e atividades das profissões reguladas pela


Lei n° 5.194, de 1966, nos seus níveis superior e médio, de forma a assegurar a prestação
de serviços técnicos ou execução de obras com participação de profissional habilitado e
em observância aos princípios éticos, econômicos, tecnológicos e ambientais compatíveis
com as necessidades da sociedade.

A fiscalização deve apresentar um caráter educativo e preventivo em um primeiro


momento e, não obtendo êxito, de caráter coercitivo. Sob o aspecto educativo e preventivo
deverá a fiscalização do Crea orientar os profissionais, órgãos públicos, dirigentes de
empresas e outros segmentos sociais sobre a legislação que regulamenta o exercício das
profissões abrangidas pelo Sistema Confea/Crea e os direitos da sociedade,
documentando as inconformidades identificadas e as penalidades previstas na legislação
vigente. Sob o aspecto coercitivo, a fiscalização deve ser célere, clara, objetivando o
cerceamento total do exercício ilegal daprofissão.

Estão sujeitos à fiscalização as pessoas físicas - leigos ou profissionais - e as pessoas


jurídicas que executam ou se constituam para executar serviços ou obras de Engenharia
ou de Agronomia.

Para facilitar a identificação da infração e o enquadramento no dispositivo legal


correspondente, são apresentadas a seguir as principais ocorrências rotineiramente
registradas pela fiscalização dos Creas.

EXERCÍCIO ILEGAL DA PROFISSÃO/LEIGOS

Descrição: pessoa física leiga que executa atividade técnica privativa de profissionais
fiscalizados pelo Sistema Confea/Crea
Infração: alínea “a” do art. 6º da Lei nº 5.194, de 1966.
Penalidade: alínea “d” do art. 73 da Lei nº 5.194, de 1966.

EXERCÍCIO ILEGAL DA PROFISSÃO/PROFISSIONAL SEM REGISTRO NO CREA

Descrição: profissional fiscalizado pelo Sistema Confea/Crea que executa atividades


técnicas sem possuir registro no Crea.
Infração: art. 55 da Lei nº 5.194, de 1966.
Penalidade: alínea “b” do art. 73 da Lei nº 5.194, de 1966.

EXERCÍCIO ILEGAL DA PROFISSÃO – EXORBITÂNCIA DE ATRIBUIÇÃO

Descrição: profissional que se incumbe de atividades estranhas às discriminadas em


seu registro.
Infração: alínea “b” do art. 6º da Lei nº 5.194, de 1966.
Penalidade: alínea “b” do art. 73 da Lei nº 5.194, de 1966.
EXERCÍCIO ILEGAL DA PROFISSÃO – ACOBERTAMENTO

Descrição: profissional que empresta seu nome a pessoa física ou jurídica sem a real
participação na execução da atividade desenvolvida.
Infração: alínea “c” do art. 6º da Lei nº 5.194, de 1966.
Penalidade: alínea “d” do art. 73 da Lei nº 5.194, de 1966.

EXERCÍCIO ILEGAL DA PROFISSÃO/ PROFISSIONAL COM REGISTRO SUSPENSO

Descrição: profissional que, suspenso de seu exercício, continua em atividade.


Infração: alínea “d” do art. 6º da Lei nº 5.194, de 1966.
Penalidade: alínea “d” do art. 73 da Lei nº 5.194, de 1966.

EXERCÍCIO ILEGAL DA PROFISSÃO/PROFISSIONAL COM REGISTRO CANCELADO

Descrição: profissional que, cancelado seu registro, continua em atividade.


Infração: parágrafo único do art. 64 da Lei nº 5.194, de 1966.
Penalidade: alínea “b” do art. 73 da Lei nº 5.194, de 1966.

AUSÊNCIA DE ART

Descrição: profissional ou pessoa jurídica que deixa de registrar a Anotação de


Responsabilidade Técnica referente à atividade desenvolvida.
Infração: art. 1º da Lei nº 6.496, de 1977.
Penalidade: alínea “a” do art. 73 da Lei nº 5.194, de 1966.

MODIFICAÇÃO DE PLANO OU PROJETO SEM O CONSENTIMENTO DO AUTOR

Descrição: profissional ou pessoa jurídica que modifica plano ou projeto sem o


consentimento expresso do autor.
Infração: art. 18 da Lei nº 5.194, de 1966.
Penalidade: alínea “a” do art. 73 da Lei nº 5.194, de 1966.
Observação: ocorrendo denúncia contra profissional, deve ser instaurado processo de
infração ao art. 10, inciso IV, do Código de Ética Profissional, adotado pela Resolução nº
1.002, de 2002, sujeitando os profissionais às penalidades estabelecidas no art. 72 da Lei
nº 5.194, de 1966.

USO INDEVIDO DE TÍTULO PROFISSIONAL

Descrição: Não utilização pelo profissional das denominações de engenheiro ou


engenheiro agrônomo, acrescidas, obrigatoriamente, das características de sua formação
básica.
Infração: art. 3 da Lei n.º 5.194, de 1966.
Penalidade: alínea “a” do art. 73 da Lei n.º 5.194, de 1966.
NÃO CUMPRIMENTO DO PISO SALARIAL (Estado do que não cumpre no termo
convencionado todas as obrigações contratuais)

Descrição: dispõe sobre a remuneração profissional. Ver Lei nº 4950A/66.


Infração: art. 82 da Lei n.º 5.194, de 1966.
Penalidade: alínea “a” do art. 73 da Lei n.º 5.194, de 1966. (reincidência: Art.73 Parágrafo
Único).

LEGISLAÇÃO TRABALHISTA

Essencial para regulamentar os contratos profissionais no país, a legislação


trabalhista passou por uma revisão que trouxe importantes atualizações. Tanto para
empresas quanto funcionários, a Reforma Trabalhista aprovada em 2017 visa modernizar
as relações de trabalho, facilitando processos como o de contratação e férias.

Abaixo reunimos 11 importantes pontos da legislação brasileira que mudaram após a


Reforma Trabalhista.

1. JORNADA DE TRABALHO

Antes da reforma, a jornada do trabalhador era limitada a um máximo de 8 horas diárias


com até 2 horas extras por dia. Durante o período de uma semana, o tempo limite era de
44 horas trabalhadas e, a cada mês, 220 horas.

Agora, após a atualização das leis, ficam mantidos os limites máximos semanais e mensais
(de 44 e 220 horas, respectivamente). Entretanto, a jornada diária poderá ser de até 12
horas trabalhadas, com intervalo mínimo de 36 horas descansadas.

2. TRABALHO INTERMITENTE

O chamado contrato intermitente é mais uma novidade aprovada na Reforma Trabalhista


que entrou em vigor no ano de 2017. Esses modelos são aqueles nos quais o funcionário
é remunerado pelo período de trabalho. Portanto, seu pagamento é feito pelas horas ou
dias trabalhados.

Nessa modalidade que passa a vigorar oficialmente agora, os colaboradores passarão a


ter direito a benefícios como férias, décimo terceiro, FGTS e previdência social. Sendo
essas quantias pagas na proporcionalidade dos períodos estabelecidos em contrato.

Outro aspecto trazido pela nova CLT é que, durante os intervalos inativos desse tipo de
contrato, fica garantido o direito ao trabalhador de atuar em parceria com outras empresas.
3. HOME OFFICE

Essa modalidade de contratação não era contemplada antes da nova CLT. Após a
Reforma, será possível formalizar esse modelo de trabalho por meio de contrato. Com
isso, ficam inclusos contratualmente os gastos com equipamentos, gastos com energia,
internet e telefonia.

Já o controle do trabalho poderá ser feito remotamente via tarefas estabelecidas, ou seja,
esses contratados não terão a obrigatoriedade de cumprir uma jornada de trabalho mensal
ou semanal, por exemplo.

4. REMUNERAÇÃO

De acordo com as antigas normas, a remuneração diária estabelecida por produtividade


ao trabalhador não poderia ser inferior ao salário mínimo ou ao piso estabelecido para a
categoria. O cenário antes da Reforma ainda previa que as comissões, gratificações,
gorjetas ou prêmios também integravam os honorários mensais.

Agora, não é obrigatório que as empresas sigam os valores estabelecidos pelo piso ou
salário mínimo quando temos os salários definidos por produção. Já as bonificações e
outras extensões salariais podem ser negociadas entre funcionários e empresas, sem que
elas constem como salário fixo.

5. PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS

No caso dos planos de cargos e salários, antes da Reforma Trabalhista era necessário
que eles fossem homologados junto ao Ministério do Trabalho e constassem nos contratos
de trabalho estabelecidos.

Com as mudanças na CLT, os chamados planos de carreira poderão ser diretamente


negociados entre as empresas e seus funcionários. Dessa forma, foi extinta a
obrigatoriedade de sua homologação e até mesmo seu registro nos contratos profissionais.

Resumidamente, as novas leis trabalhistas permitem que os planos de cargos de uma


empresa sejam modificados com mais facilidade, beneficiando o desenvolvimento
profissional dos trabalhadores.

6. CONVENÇÕES E ACORDOS COLETIVOS

Segundo as antigas normas, os acordos e convenções coletivas eram parte integrante dos
contratos individuais de trabalho. Nesse cenário, esses pontos só poderiam ser alterados
mediante novas negociações coletivas das empresas com os sindicatos.

A antiga legislação ainda estabelecia que, após o tempo de vigência dos contratos, essas
cláusulas eram mantidas em vigor até que o contratante realizasse uma nova convenção.

O pacote de alterações da Reforma Trabalhista decreta que os acordos definidos não terão
obrigatoriedade de constar em contrato. Dessa forma, os prazos de validade e os direitos
estabelecidos pelos acordos coletivos serão decisões que competem às empresas e
sindicatos. Já em relação ao encerramento do período de vigência dessas convenções,
novas negociações deverão ser feitas.

7. BANCO DE HORAS

As empresas não têm mais a obrigação de estabelecer um acordo com os sindicatos para
colocarem em prática um regime de banco de horas. Portanto, basta que haja um acordo
entre ambas as partes. Nesses casos, o contratante fica obrigado a compensar as horas
do colaborador em um período de até 6 meses.

Antes da Reforma esse processo era bastante burocrático e, muitas vezes, acontecia de
forma irregular, pois os empregadores precisavam formalizar um acordo coletivo para a
compensação de jornada de trabalho.

8. DEMISSÃO

Nos casos de demissão por justa causa ou pedido de demissão voluntário, o trabalhador
perdia o direito ao pagamento da multa de 40% sobre seu saldo de fundo de garantia e
também não tinha acesso a retirada do FGTS acumulado.

Para o aviso prévio, as antigas normas previam que as empresas tinham a obrigação de
notificar os colaboradores sobre seu desligamento com, no mínimo, 30 de antecedência.
Caso contrário, era necessário que o contratante realizasse o pagamento do salário
referente a esse mês sem que o funcionário precisasse trabalhar.

Atualmente, os contratos de trabalho podem ser encerrados por meio de um acordo


comum entre a empresa e seu funcionário. Nesse modelo, é possível que o trabalhador
tenha direito a receber metade do montante referente ao aviso prévio e metade do valor
da multa de 40% sobre o acumulado do FGTS.

A Reforma Trabalhista também facilitou o acesso ao fundo de garantia, pois o funcionário


terá acesso à movimentação de até 80% desse valor acumulado. No entanto, isso
impossibilita que ele tenha direito ao seguro-desemprego.

9. TERCEIRIZAÇÃO

A terceirização dos contratos de trabalho é certamente um dos pontos mais discutidos da


Reforma Trabalhista.

Os contratos trabalhistas terceirizados já tinham legalidade mesmo antes de sancionadas


as novas regras. No entanto, eram autorizadas apenas a terceirização das chamadas
atividades-meio de uma empresa. Com a atualização da CLT, é possível que todas os
postos de trabalho dentro de uma empresa sejam terceirizados, inclusive as ditas
atividades-fim.

Foi estipulada uma quarentena de 18 meses para a recontratação de um colaborador.


Essa medida foi criada com o intuito de evitar que as empresas demitam seus funcionários
e os recontrate como terceirizados.
De acordo com a Reforma aprovada pelo Presidente da República, os funcionários
contratados nesse esquema terão os mesmos direitos daqueles que têm carteira assinada.
Dessa forma, alimentação, transporte, capacitação, segurança, auxílio médico,
equipamentos e outros benefícios são assegurados aos colaboradores terceirizados.

10. RESCISÃO CONTRATUAL

Todas as homologações de rescisão de contrato deviam ser feitas nos respectivos


sindicatos.

Com as novas regras, a homologação de fim de um contrato de trabalho poderá ser


realizada na própria empresa mediante a presença dos advogados do contratante e do
empregado. Nesse caso, o funcionário pode contar com a assistência do sindicato ao qual
é filiado.

11. FÉRIAS

Outro ponto bastante discutido, as férias remuneradas poderão ser agora divididas em até
três períodos. Para isso, é preciso que exista um acordo entre o colaborador e a empresa.
Vale reforçar que para isso é obrigatório que esses períodos não sejam inferiores a 5 dias
e não ultrapassem a 15 dias úteis.

Antes das mudanças na legislação, as férias de 30 podiam ser fracionadas em no máximo


dois períodos, sendo que um deles não poderia ser menor que 10 dias. Havia ainda a
hipótese de 1/3 das férias ser pago em forma de abono.

Mesmo diante de muitas discussões, essa foi uma decisão bastante comemorada por
ambas as partes. Sobretudo para o pequeno empresário que, por dispor de equipes
reduzidas, poderá agora coordenar de forma mais tranquila a concessão de férias para
seus funcionários.

A flexibilização dos contratos é um grande estímulo para os empregadores, sobretudo para


as PMEs (Pequenas e Médias Empresas). Sendo assim, os novos artigos previstos pela
legislação trabalhista são fundamentais e podem ajudar os pequenos empresários a
ampliarem suas equipes, focando no crescimento e consolidação de seus negócios.
Legislação Aplicada à Engenharia

Lei 605/1949 Repouso Semanal Remunerado

Lei 2.757/1956 Porteiros, Zeladores

Lei 2.959/1956 Contrato por Obra ou Serviço Certo

Lei 3.030/1956 Desconto por Fornecimento de Alimentação

Lei 4.749/1965 13º Salário

Lei 4.860/1965 Regime de Trabalho nos Portos Organizados

Lei 4.886/1965 Representantes Comerciais Autônomos

Lei 4.950-A/1966 Remuneração de Profissionais em


Engenharia, Química, Arquitetura,
Agronomia e Veterinária

Lei 5.889/1973 Trabalho Rural

Lei 6.019/1974 Trabalho Temporário Urbano

Lei 6.494/1977 e Lei 11.788/2008 Estagiários

Lei 7.418/1985 Vale-Transporte

Lei 8.036/1990 Lei do FGTS

Lei 9.601/1998 Banco de Horas e Contrato por Prazo


Determinado

Lei 10.101/2000 Participação dos Trabalhadores nos Lucros


ou Resultados

Lei 10.607/2002 Declara Feriados Nacionais

Lei 10.748/2003 Programa Primeiro Emprego - PNPE

Lei 13.467/2017 Lei da Reforma Trabalhista

A CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO - CLT

A CLT surgiu pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1 de maio de 1943, sancionada pelo então
presidente Getúlio Vargas, unificando toda legislação trabalhista existente no Brasil.

Seu principal objetivo é a regulamentação das relações individuais e coletivas do trabalho,


nela previstas. A CLT é o resultado de 13 anos de trabalho - desde o início do Estado Novo
até 1943 - de destacados juristas, que se empenharam em criar uma legislação trabalhista
que atendesse à necessidade de proteção do trabalhador, dentro de um contexto de
"estado regulamentador".

A Consolidação das Leis do Trabalho, cuja sigla é CLT, regulamenta as relações


trabalhistas, tanto do trabalho urbano quanto do rural. Desde sua publicação já sofreu
várias alterações, visando adaptar o texto às nuances da modernidade. Apesar disso, ela
continua sendo o principal instrumento para regulamentar as relações de trabalho e
proteger os trabalhadores.

Seus principais assuntos são:

 Registro do Trabalhador/Carteira de Trabalho;

 Jornada de Trabalho;

 Período de Descanso;

 Férias;

 Medicina do Trabalho;

 Categorias Especiais de Trabalhadores;

 Proteção do Trabalho da Mulher;

 Contratos Individuais de Trabalho;

 Organização Sindical;

 Convenções Coletivas;

 Fiscalização;

 Justiça do Trabalho e Processo Trabalhista.

Apesar das críticas que vem sofrendo, a CLT cumpre seu papel, especialmente na
proteção dos direitos do trabalhador. Entretanto, pelos seus aspectos burocráticos e
excessivamente regulamentador, carece de uma atualização, especialmente para
simplificação de normas aplicáveis a pequenas e médias empresas.

Texto de Júlio César Zanluca, autor da obra CLT - Atualizada e Anotada.


Acesso em 04/03/2020: http://www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/clt.htm
Legislação Aplicada à Engenharia

CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

O Código de Defesa do Consumidor é uma lei abrangente que trata das relações de
consumo em todas as esferas: civil, definindo as responsabilidades e os mecanismos para
a reparação de danos causados; administrativa, definindo os mecanismos para o poder
público atuar nas relações de consumo; e penal, estabelecendo novos tipos de crimes e
punições.

Consultar:http://www.procon.al.gov.br/legislacao/cartilhadoconsumidor.pdf

DATAS COMECORATIVAS DO SISTEMA CONFEA/CREA

JANEIRO

31 – Dia do Engenheiro Ambiental

MARÇO

21 – Dia da Floresta Mundial


22 – Dia Internacional da Água
23 – Dia Mundial da Meteorologia

ABRIL

10 – Dia da Engenharia
15 – Dia da Conservação do Solo
22 – Dia Internacional do Planeta Terra

MAIO

03 – Dia do Solo
06 – Dia do Cartógrafo
12 – Dia do Engenheiro Militar
27 – Dia do Profissional Liberal
29 – Dia do Geógrafo
30 – Dia do Geólogo

JUNHO

04 – Dia do Engenheiro Agrimensor


05 – Dia Mundial da Ecologia e Meio Ambiente
JULHO

08 – Dia Nacional do Pesquisador


12 – Dia do Engenheiro Florestal
13 – Dia do Engenheiro Sanitarista
14 – Dia do Engenheiro Aquicultor
20 – Dia Pan-Americano do Engenheiro

SETEMBRO

11 – Dia Nacional do Cerrado


12 – Dia do Técnico Têxtil
23 – Dia do Engenheiro Químico
26 – Dia do Técnico em Agropecuária

OUTUBRO

12 – Dia do Engenheiro Agrônomo


14 – Dia do Meteorologista
16 – Dia da Ciência e Tecnologia
25 – Dia da Cosntrução Civil
27 – Dia do Engenheiro Agrícola

NOVEMBRO

05 – Dia do Técnico Agrícola


23 – Dia do Engenheiro Eletricista
24 – Dia do Tecnólogo
27 – Dia do Engenheiro de Segurança e do Técnico de Segurança
30 – Dia do Estatuto da Terra

DEZEMBRO

11 – Dia do Engenheiro e do Agrimensor


13 – Dia do Engenheiro Avaliador e do Perito de Engenharia
14 – Dia do Engenheiro de Pesca

ANEXOS

ANEXO I – Princípios Jurídicos – Lei n. º 8.078 – CÓDIGO DE DEFESA


DO CONSUMIDOR. De 11 de setembro de 1990.

ANEXO II – LEI Nº 8.666 - LEI DAS LICITAÇÕES. De 21 de junhho de 1993.

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