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Daniel Nascimento Santos

Exercícios Ponto 5 - Noções de Direito Empresarial para


Engenheiros e Ponto 6 - Noções de Direito do
Consumidor para Engenheiros

Exercícios para obtenção de nota na disci-


plina Aspectos Legais e Éticos da Engenahria.
Professor: Hebert Barbosa Carneiro.

Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)


Centro Tecnológico (CT)
Departamento de Engenharia de Produção (DEP)

Vitória, ES
8 de maio de 2023
Centro
Tecnológico

1 EXERCÍCIOS

1.0.1 Ponto 5 - Noções de Direito Empresarial para Engenheiros.


1 - Considerando que uma empresa de engenharia deve a seguridade
social, bem como, outros tributos, quais seriam as condições para se obter o
parcelamento tributário?
2 - Considerando que você é um dos sócios de uma empresa de engenharia
limitada, qual o limite de responsabilidade de cada um dos sócios?
3 - Considerando a legislação em vigor obrigatoriedade de uma empresa
inscrever no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia - CREA?
4 - Quais as exigências legais para uma empresa usar a denominação
social de engenharia?
5 - Considerando que você participa como sócio de uma microempresa
de engenharia e necessita de capital de giro, compare as linhas de crédito
do Bandes, Sicoob, Caixa Econômica e Banco do Brasil, apontando a mais
vantajosas.
RESPOSTAS
1 - As condições para obter o parcelamento tributário junto à Receita Federal
podem ser encontradas na legislação tributária e em normas específicas da Receita Federal.
As condições podem variar de acordo com o tipo de débito e o programa de parcelamento
disponível. No entanto, algumas das condições gerais para parcelamento de débitos junto
à Receita Federal são: Tomando como base o art. 135, III do Código Tributário Nacional
(CTN), o art. 184 do CTN e Lei de Complementar no 118/2005: Art. 135. São pessoalmente
responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos
praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos: I. as
pessoas referidas no artigo anterior; II. os mandatários, prepostos e empregados; III. os
diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. Art. 184. Sem
prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam previstos em lei,
responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de
qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive
os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual

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for a data da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados unicamente os bens e rendas


que a lei declare absolutamente impenhoráveis.
2 - Com base no artigo 1.052 do Código Civil Brasileiro, a responsabilidade dos
sócios de uma empresa limitada é restrita ao valor de suas quotas, não respondendo estes,
pessoalmente, pelas dívidas da sociedade, salvo em casos específicos previstos em lei. O
art. 1052 do Codigo Civil afirma: Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade
de cada sócio e restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente
pela integralização do capital social. § 1o A sociedade limitada pode ser constituida por
1 (uma) ou mais pessoas. (Incluído pela Lei no 13.874, de 2019) § 2o Se for unipessoal,
aplicar-se-ao ao documento de constituição do sócio unico, no que couber, as disposições
sobre o contrato social. Dessa forma, os sócios de uma empresa de engenharia limitada são
responsáveis pelas obrigações da sociedade apenas no limite do valor de suas quotas. Ou
seja, em caso de dívidas ou processos judiciais em que a empresa não possa arcar com as
obrigações, os credores ou terceiros prejudicados só poderão buscar o valor correspondente
à participação de cada sócio no capital social da empresa. No entanto, é importante lembrar
que existem algumas exceções em que os sócios podem ser responsabilizados pessoalmente
pelas dívidas da empresa, como em casos de fraude, abuso de poder ou desvio de finalidade,
entre outros previstos em lei.
3 - A legislação em vigor no Brasil, mais especificamente a Lei nº 5.194/1966,
estabelece a obrigatoriedade de registro e inscrição no Conselho Regional de Engenharia e
Agronomia (CREA) para empresas que desenvolvam atividades relacionadas à engenharia,
agronomia, geologia, geografia ou meteorologia.O registro no CREA é obrigatório para
empresas que atuem em áreas como construção civil, projetos de engenharia, consultoria,
vistorias técnicas, entre outras. O objetivo do registro é garantir a fiscalização do exercício
profissional e o cumprimento das normas técnicas, visando a segurança da sociedade e a
valorização dos profissionais dessas áreas. Além disso, a Resolução 1.121 CONFEA, DE
13-12-2019, trata exatamente desses pontos nos artigos 6 e 7 (CONFEA1121/2019, 2019).
São eles: Art. 6° O registro de pessoa juridica com as qualificações de engenheiro ou de
engenheiro agronomo em sua denominação sera somente aceito caso a pessoa juridica
seja composta exclusivamente de profissionais que possuam tais titulos. Art. 7° A pessoa
juridica de cuja denominação conste as palavras engenharia ou agro- nomia somente
poderá se registrar no Crea caso a maioria do numero de diretores ou administradores
seja de profissionais registrados nos Creas. Paragrafo unico. Sera possibilitado o registro
da pessoa juridica com denominação engenharia ou agronomia quando possuir 2 (dois)
diretores ou administradores e um deles for profissional registrado no Sistema Confea/Crea.

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Nesse contexto, é importante ressaltar que, a inscrição no CREA também é requisito para
obtenção de alvarás de funcionamento e licenças para empresas que desenvolvam atividades
relacionadas à engenharia, agronomia, geologia, geografia ou meteorologia. Portanto, é
importante que as empresas que atuam nessas áreas cumpram a obrigação legal de registro
e inscrição no CREA.
4 - Para uma empresa utilizar a denominação social de engenharia, é necessário
atender às exigências previstas na Lei nº 5.194/1966, que regulamenta o exercício das
profissões de engenheiro, arquiteto e engenheiro-agrônomo. Sendo assim, de acordo com a
lei, somente podem utilizar a denominação social de engenharia as empresas que possuam
em seu quadro técnico profissionais devidamente registrados e habilitados pelo Conselho
Regional de Engenharia e Agronomia (CREA). Além disso, esses profissionais devem ser
responsáveis técnicos pelas atividades desenvolvidas pela empresa nas áreas de engenharia,
arquitetura, agronomia, geologia, geografia e meteorologia. Outra exigência legal é a
inscrição da empresa no CREA, conforme mencionado na resposta anterior. A inscrição no
conselho é obrigatória para empresas que desenvolvam atividades relacionadas à engenharia,
agronomia, geologia, geografia ou meteorologia. É importante ressaltar que o uso indevido
da denominação social de engenharia por empresas que não atendam às exigências legais
pode configurar infração ética e profissional, podendo acarretar em sanções e penalidades,
além de colocar em risco a segurança da sociedade.
5-

Tabela 1 – Tabela comparativa de linhas de crédito

Valor máximo Prazo Carência Juros


Caixa Econômica R$ 30 milhões 60 meses 12 meses
Sicoob -
BNDS - 60 meses 24 meses 1,25% a.a
Banco do Brasil - 60 meses 12 meses
Fonte: O autor

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1.0.2 Ponto 6 - Noções de Direito do Consumidor para Engenheiros


1 - Qual a importância das normas técnicas para as empresas de enge-
nharia?
2 - Considerando que uma empresa de Engenharia necessita de forneci-
mento de crédito ou financiamento, o que os bancos e os agentes financeiros
são obrigados a informar?
3 -O que deve conter obrigatoriamente no contrato social (ato formal de
constituição) de uma empresa de engenharia?
4 - Considerando que uma empresa de engenharia omite informação
relevante sobre qualidade, quantidade, desempenho, durabilidade, preço ou
garantia de produtos ou serviços, está sujeita a que tipo de penalidade?
RESPOSTAS
1 - As normas técnicas estabelecem regras em determinados contextos que devem
ser cumpridas pelas empresas de engenharia e afins. Sendo assim, as normas técnicas
são extremamente importantes para as empresas de engenharia, pode-se destacar os
principais motivos tais como: Garantia da qualidade, Redução de custos, Competitividade,
Conformidade legal, Internacionalização. Em resumo, as normas técnicas são fundamentais
para as empresas de engenharia, pois ajudam a garantir a qualidade, a segurança e a
conformidade de seus produtos e serviços, além de aumentar a competitividade e facilitar
a expansão internacional dos negócios.
2 - Uma empresa de engenharia deve evitar o descumprimento de normas técnicas
em relação aos seus serviços e produtos, de acordo com o Artigo 39, XVIII do Código
de Defesa do Consumidor (CDC), que estabelece que é vedado ao fornecedor colocar no
mercado de consumo qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas técnicas
aplicáveis. Além disso, é importante que a empresa não tente acrescentar coisas a um
projeto sem consentimento do consumidor, bem como alterar o preço de um projeto ou
produto sem justa causa, se recusar de atender um consumidor, tentar vender algo incluso
sem que o consumidor queira, e tabém deve seguir todas as normas vigentes para realização
de qualquer projeto
3 - De acordo com o artigo 52 do Código de Defesa do Consumidor (CDC), quando
uma empresa de engenharia busca crédito ou financiamento junto a bancos ou agentes
financeiros, estes são obrigados a fornecer informações claras e precisas sobre as condições
do empréstimo ou financiamento, bem como sobre todas as taxas, juros, encargos e

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demais despesas envolvidas. Mais especificamente, o artigo 52 do CDC estabelece que,


nos contratos de crédito ou financiamento ao consumidor, as cláusulas que estabeleçam a
cobrança de juros, comissões, encargos e outras despesas devem ser redigidas de forma
clara e precisa. Além disso, o CDC determina que os bancos e agentes financeiros devem
informar ao consumidor, de forma adequada e clara, sobre: Preço do produto ou serviço
em moeda corrente nacional; Montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros;
Acréscimos legalmente previstos; Número e periodicidade das prestações.
4 - De acordo com os artigos 66 e 67 do Código de Defesa do Consumidor (CDC),
uma empresa de engenharia que omite informações relevantes sobre a qualidade, quantidade,
desempenho, durabilidade, preço ou garantia de seus produtos ou serviços está sujeita a
penalidades que incluem a aplicação de multas, a suspensão das atividades e até mesmo
a interdição total ou parcial do estabelecimento. É importante destacar que o artigo 66
do CDC estabelece que a omissão de informações relevantes sobre produtos ou serviços
sujeita o fornecedor às sanções administrativas previstas no próprio código, que incluem
a aplicação de multas, a suspensão temporária das atividades, a cassação das licenças e
autorizações para funcionamento e a interdição total ou parcial do estabelecimento. Já o
artigo 67 do CDC determina que, nos casos em que a omissão de informações relevantes
sobre produtos ou serviços causar prejuízo ao consumidor, este poderá exigir a reparação
dos danos sofridos, bem como a restituição da quantia paga, corrigida monetariamente.

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