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Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região

Ação Trabalhista - Rito Sumaríssimo


0100077-80.2022.5.01.0070

Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 08/02/2022


Valor da causa: R$ 5.000,00

Partes:
RECLAMANTE: MAURICIO VASCONCELOS GALVAO FILHO
ADVOGADO: Carolina Tupinambá Faria
RECLAMADO: BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONOMICO E SOCIAL
PAGINA_CAPA_PROCESSO_PJE
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EXCELENTÍSSIMO JUÍZO DA ___ VARA DO TRABALHO DO RIO DE


JANEIRO.

MAURICIO VASCONCELOS GALVÃO FILHO, brasileiro, natural do Rio de


Janeiro (RJ), casado, portador da carteira de identidade n° 06458417-0, inscrito
no CPF/ME sob n° 074.412.307-05, advogado inscrito na OAB/RJ sob n°
113.087, empregado público concursado do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES sob a matrícula n° 10.111-7,
domiciliado na Avenida Visconde de Albuquerque n° 1210, apartamento 501,
Leblon, Rio de Janeiro, RJ, CEP.: 22.450-000, por sua advogada, vem propor

AÇÃO TRABALHISTA

contra o BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E


SOCIAL – BNDES, Empresa Pública federal, inscrita no CNPJ/ME sob n°
33.657.248/0001-89, com sede em Brasília (DF), e principal Escritório de
Serviços na Avenida República do Chile n° 100, Centro, Rio de Janeiro, RJ,
CEP.: 20.031-917, pelos seguintes fatos e fundamentos jurídicos a seguir
expostos.

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Tendo a finalidade de colaborar com a cognição judicial, o RECLAMANTE


apresenta o sumário das matérias tratadas nesta petição inicial:

Sumário

1. NOTIFICAÇÕES ................................................................................................................................... 3
2. DOS FATOS. ......................................................................................................................................... 3
2.1 SOBRE O RECLAMANTE. .......................................................................................................... 3
2.2 DAS NORMAS DE EMPREGO E DE AVALIAÇÃO APLICÁVEIS AO RECLAMANTE A
PARTIR DE 10/03/2008....................................................................................................................... 4
2.3 DO NOVO SISTEMA DE AVALIAÇÃO INDIVIDUAL POR PONTOS INSTITUÍDO PELO
BNDES. .................................................................................................................................................. 8
2.4 DO PLANO DE CARREIRA DO RECLAMANTE: PLANO ESTRATÉGICO DE CARGOS
E SALÁRIOS (PECS). ....................................................................................................................... 17
2.5 DA AVALIAÇÃO DO RECLAMANTE PELO SISTEMA GDI – GESTÃO DE
DESEMPENHO INDIVIDUAL – BNDES 2021 ............................................................................... 17
2.6 DA SEGUNDA AVALIAÇÃO DO RECLAMANTE NO ANO DE 2021, REALIZADA NO
NOVO SISTEMA DE AVALIAÇÃO INDIVIDUAL POR PONTOS. ............................................. 20
2.7 DO ASSÉDIO MORAL. ............................................................................................................... 23
3. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS. ............................................................................................... 25
4. DAS PROVAS. .................................................................................................................................... 33
5. DOS PEDIDOS. ................................................................................................................................... 33
6. DO VALOR DA CAUSA. ................................................................................................................... 37

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1. NOTIFICAÇÕES

Inicialmente, requer que todas as notificações sejam procedidas em nome da


advogada Carolina Tupinambá, inscrita na OAB/RJ sob o nº 124.045, com
escritório sito na Avenida Treze de Maio, n° 13, Salas 517/518/519, Cinelândia,
Centro, Rio de Janeiro, CEP 20031-901, sob pena de nulidade

2. DOS FATOS.

No ano de 2021, o BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO


E SOCIAL – BNDES, ora RECLAMADO, inovou em prejuízo dos seus
trabalhadores ao instituir de forma inconstitucional, ilegal, imoral, arbitrária e
irregular um novo Sistema de Avaliação Individual por Pontos ou por “curva
forçada”, em absoluta ofensa à ordem jurídica constitucional, legal e trabalhista
vigentes, conforme será demonstrado a seguir.

2.1 SOBRE O RECLAMANTE.

O RECLAMANTE é advogado do RECLAMADO, contratado em 10 de março de


2008, em decorrência de aprovação no Concurso Público Nacional realizado no
ano de 2006, com base no Edital de Concurso Público n° 01/2006 – BNDES.
Encontra-se vinculado ao Plano Estratégico de Cargos e Salários – PECS, e tem
a sua relação trabalhista pautada pelo Contrato Individual de Trabalho nº
138/08, de 10/03/2008. Ao longo de quase 14 (quatorze) anos de relação de
emprego, o RECLAMANTE realizou todas as atividades e serviços que lhe foram
propostos, construiu um currículo e uma reputação profissional no BNDES e não
possui qualquer mácula em sua folha funcional, além de manter constantemente

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atividades de estudo e pesquisa1 visando a sua constante melhoria e atualização


na sua Área de atuação, visando o melhor exercício da advocacia.

2.2 DAS NORMAS DE EMPREGO E DE AVALIAÇÃO APLICÁVEIS AO


RECLAMANTE A PARTIR DE 10/03/2008.

O Edital n° 01/2006 – BNDES, que regeu o Concurso Público do


RECLAMANTE, é expresso ao prever:

1.4. As relações de trabalho serão regidas pela


Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), pela legislação
complementar e pelos regulamentos em vigor no Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES
na data de admissão do candidato contratado.
1.5. Os candidatos aprovados, quando contratados, serão
enquadrados no nível inicial do Plano de Cargos e Salários
em vigor na data de admissão, sendo que os atuais
empregados do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social - BNDES serão enquadrados no cargo para
o qual tenham sido aprovados nesta Seleção Pública, sem
prejuízo dos direitos adquiridos e da irredutibilidade do salário,
que lhes serão assegurados, quando for o caso, a título de
vantagem pessoal.
...
2.4 - Os candidatos admitidos, além dos benefícios legais,
farão jus à percepção das seguintes vantagens: a) ingresso
em quadro de carreira; b) participação nas despesas com
assistências médica, hospitalar e dentária, extensivas aos
dependentes; c) participação nas despesas com utilização de
creche com sistema de livre escolha; d) seguridade social
optativa através da Fundação de Assistência e Previdência
Social do BNDES - FAPES.

1
Em resumo, conforme comprovado pelos documentos em anexo a petição inicial, MAURICIO
VASCONCELOS GALVÃO FILHO é bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade Nacional de
Direito da UFRJ (2001), concluiu com bolsa acadêmica o Curso Preparatório da EMERJ (2005), possui pós-
graduação lato sensu em Direito Público e Privado (2005), Mestrado em Direito pela UERJ (2009), é
Fundador e Consultor ad hoc da Revista Eletrônica de Direito Processual da UERJ (2007) e é Doutorando
em Direito na UERJ (início em 2021). Foi docente em cursos de graduação em Direito na UniverCidade,
UNESA e UFRJ, além de cursos extras e preparatórios. Foi Membro da Comissão de Mediação de Conflitos
da OAB/RJ no período de 2010 até 2018, e desde 2019 é Membro da Comissão de Recuperação de Ativos
em Fraudes Internacionais da OAB/RJ.

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Em decorrência de tais normas editalícias, conclui-se que:

a) o RECLAMANTE tem direito adquirido a ter a sua relação de


trabalho regida pelas normas da Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT) e pelos regulamentos internos em vigor no BNDES
na data da sua admissão, ou seja, 10/03/2008;

b) é obrigatório o recorte temporal das normas negativas, obstativas


ou restritivas de direitos aplicáveis ao RECLAMANTE, tendo como
TERMO a data da sua contratação em 10/03/2008;

c) tendo em vista que as normas e regulamentos internos que versam


sobre avaliação de pessoal tem a natureza de normas negativas,
obstativas ou restritivas de direitos do RECLAMANTE e de todos
os demais empregados públicos, certo é que só podem ser
aplicadas ao RECLAMANTE as normas desta natureza vigentes em
10/03/2008, desde que sejam estas normas constitucionais e legais; e

d) qualquer instrumento de avaliação profissional instituído pelo


RECLAMADO (BNDES) após 10 de março de 2008, não pode ser
aplicado em desfavor do RECLAMANTE, sob pena de violação do
direito adquirido e do ato jurídico perfeito, consubstanciados no
Contrato Individual de Trabalho n° 138, de 10/03/2008.

Além do Edital n° 01/2006 do Concurso Público, o Contrato Individual de


Trabalho nº 138/08, de 10/03/2008, celebrado entre o RECLAMADO e o
RECLAMANTE, é expresso ao prever em sua Cláusula Sétima que:

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(...)

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Por força do disposto no Edital do Concurso e na Cláusula Sétima do


Contrato Individual de Trabalho nº 138/08, deve-se observar o disposto na
norma 3. DO REGIME ADMINISTRATIVO, integrante do REGULAMENTO
GERAL DE PESSOAL do PECS, a qual dispõe:

As relações de trabalho mantidas entre o BNDES e os


ocupantes dos cargos integrantes do PECS reger-se-ão pela
Consolidação das Leis do Trabalho, pela Consolidação das
Leis da Previdência Social e Legislação complementar,
assim como pelas disposições deste Regulamento e das
normas que disciplinam o referido Plano e que se
incorporam às condições ajustadas nos Contratos
Individuais de Trabalho.

Diante desta base normativa, tem-se que o regime de avaliação e de


promoção de pessoal ao qual se encontra submetido o RECLAMANTE, refere-
se ao designado Sistema de EVOLUÇÃO SALARIAL VERTICAL (ESV), sendo
que as normas aplicáveis ao RECLAMANTE são as normas 3.1, 5 e 7, e
subitens do anexo à Decisão DIR 095/98 – BNDES denominado de NORMA
DE EVOLUÇÃO SALARIAL E ACESSO (NEA), da qual impõe-se as seguintes
transcrições:

3.1. Evolução Salarial: É o acréscimo de salário concedido


ao empregado em razão de tempo de serviço e/ou de seu
desempenho funcional. A evolução salarial pode ser
horizontal ou vertical.
(...)

5. EVOLUÇÃO SALARIAL VERTICAL


É a elevação de um nível na faixa salarial do cargo em
decorrência de antiguidade e de até 2 níveis em função do
mérito.
5.1. A evolução salarial vertical por mérito e antiguidade
será concedida anualmente a 30% (trinta por cento) do
quadro de pessoal, respeitados os arredondamentos de que
tratam os subitens 5.1.2 e 5.1.3;
(...)
7. DISPOSIÇÓES GERAIS DA EVOLUÇÃO SALARIAL
VERTICAL

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7.1. As evoluções salariais verticais ocorrerão anualmente tendo


como data-base o dia 1° de julho.
7.2. O processamento da evolução salarial vertical por mérito
precederá o de antiguidade.
7.3. Para fins da classificação dos candidatos à evolução
salarial vertical por mérito deverá ser observada a aplicação
de instrumentos de Avaliação de Desempenho.
7.3.1. O período de avaliação terá início em 1° de abril do
ano anterior ao considerado para cômputo do interstício e
conclusão em 31 de março seguinte.
(...)
7.9. A homologação das evoluções salariais verticais caberá ao
Presidente do BNDES, ou por sua delegação.

Portanto, qualquer norma de avaliação do RECLAMADO, de natureza


negativa, obstativa ou restritiva de direitos a ser aplicada ao
RECLAMANTE, só pode ser admitida se vigente na data da sua contratação
(10/03/2008), por força do princípio constitucional da vinculação ao edital do
concurso público para provimento de cargos e funções públicas.

2.3 DO NOVO SISTEMA DE AVALIAÇÃO INDIVIDUAL POR PONTOS


INSTITUÍDO PELO BNDES.

O RECLAMADO, em 05/02/2021, por sua Diretora Ângela Brandão Estellita


Lins, pela Instrução de Serviço DIR2 Nº 02/2021 – BNDES instituiu um novo
processo de avaliação e promoção dos seus empregados integrantes do Plano
Estratégico de Cargos e Salários (Empregados PECS), alegando que seria
referente ao exercício de 2021 (com data-base em 01º de janeiro de 2022).

É flagrante que o RECLAMADO inovou de forma negativa nas normas internas


voltadas ao seu corpo funcional, violando expressamente as normas trabalhistas
constantes do Plano Estratégico de Cargos e Salários (PECS) e respectivos
Anexos do ano de 1988.

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O objetivo propagado pela Administração do BNDES sobre o novo Sistema de


Avaliação Individual era servir como instrumento do processo de promoção
interna de empregados, bem como possibilitar o pagamento diferenciado de
Participação nos Lucros e Resultados aos empregados.

Mas, ao contrário da publicidade realizada, é evidente que a finalidade real


deste instrumento de avaliação por “curva forçada” é a demissão de 30%
(trinta por cento) dos empregados públicos do BNDES, ao criar um “sistema
de avaliação de desempenho” individual baseado na técnica da “curva forçada
de desempenho” e pautado em métricas que não são passíveis de controle por
qualquer empregado.

A base para a demissão individual e/ou coletiva de empregados do


RECLAMADO, utilizando o novo Sistema de Pontos, encontra-se no Acordo
Coletivo de Trabalho (ACT 2020/2022) vigente, o qual estabelece
expressamente que é motivo para a demissão de empregados do RECLAMADO
a “insuficiência de desempenho do empregado”, nos termos da Cláusula 6ª,
alínea “c” e §2° do ACT 2020/2022, in verbis:

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O novo Sistema de Avaliação é arbitrário, imoral e viola as mais basilares normas


constitucionais e trabalhistas, inclusive os Regulamentos Internos de Pessoal do
próprio RECLAMADO, saltando aos olhos que este Sistema de Avaliação não
prevê qualquer possibilidade de defesa, impugnação, recurso ou de
oposição do empregado em relação a avaliação que é realizada do seu
desempenho, por isto violando o direito constitucional ao contraditório e à
ampla defesa, e por conseguinte ao devido processo legal, dentro de um
processo administrativo de avaliação de empregado público concursado
realizado dentro de uma Empresa Pública federal.

A inexistência de ampla defesa, contraditório ou simples possibilidade real de


participação e de oposição à avaliação que é feita do RECLAMANTE é
comprovada pela ilustração elaborada e propagada pelo RECLAMADO, onde é
incontroverso que o empregado(a) não tem qualquer participação real e efetiva
nas Etapas do processo de avaliação individual de desempenho:

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Na apresentação feita ao RECLAMANTE e demais empregados públicos, após


a imposição unilateral do Sistema de Avaliação, o RECLAMADO apresentou a
seguinte ilustração que apresenta as finalidades deste Sistema de Pontos:

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É flagrante e salta aos olhos que o cronograma do novo Sistema de Avaliação


viola expressamente o cronograma de avaliação e promoção estabelecido desde
1998 e constante do Plano Estratégico de Cargos e Salários – PECS, ao qual
está vinculado o RECLAMANTE pelo Edital do Concurso e o seu Contrato
Individual de Trabalho nº 138/08.

No anexo à Decisão DIR 095/98 – BNDES (que instituiu o Plano PECS),


denominado de NORMA DE EVOLUÇÃO SALARIAL E ACESSO (NEA), é
previsto o seguinte cronograma:

7.1. As evoluções salariais verticais ocorrerão anualmente


tendo como data-base o dia 1° de julho.
(...)
7.3.1. 0 período de avaliação terá início em 1° de abril do ano
anterior ao considerado para cômputo do interstício e
conclusão em 31 de março seguinte.

O novo Sistema de Avaliação por Pontos do BNDES instituído em 2021 é


inconstitucional, ilegal e, mais do que tudo, imoral, mediante a utilização de
metodologia de “curva forçada de desempenho”, dissociada da realidade da
Empresa Pública Federal e sem qualquer amparo no Plano Estratégico de
Cargos e Salários – PECS, sendo claramente destinado a amparar a futura
demissão de 30% (trinta por cento) dos empregados públicos do
RECLAMADO, todos aprovados em concursos públicos nacionais.

A gravidade do novo Sistema de Avaliação Individual por Pontos é tão séria


que, no mínimo, 30% (trinta por cento) ou 720 (setecentos e vinte)
empregados públicos federais concursados, serão qualificados
arbitrariamente como ruins, insuficientes ou insatisfatórios e serão
passíveis de demissão.

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A arbitrariedade, imoralidade e covardia do Sistema de Avaliação por Pontos,


que se tenta impor ao RECLAMANTE e aos demais empregados do BNDES, e
a situação daí decorrente é melhor representada pela seguinte explicação.

O novo Sistema Avaliatório de 2021 foi criado com a ideia de que cada
empregado gera (dá causa de ser criado) anualmente um determinado número
de pontos (por exemplo 50 pontos), igual aos demais empregados.

Os pontos gerados por todos os empregados são somados e vinculados a Área


onde estão alocados, ficando sob responsabilidade do Superintendente.

O Superintendente (nível Área), com todos os pontos de todos os empregados


sob sua responsabilidade, dá início ao processo de divisão arbitrária, subjetiva e
pessoal dos pontos entre os Departamentos que lhe são subordinados, tendo
plena liberdade para realizar a distribuição desigual dos pontos baseada em suas
opiniões e convicções pessoais.

Cada Departamento receberá pontos e os dividirá aleatoriamente entre as suas


Gerências, também de forma arbitrária, subjetiva e pessoal – já que não existe
qualquer metodologia pré-definida, linear, uniforme e pactuada com todos
os empregados para a definição de metas individuais, e é evidente que os
empregados não podem ser punidos por metas gerenciais e
departamentais que não assumiram pessoalmente.

Por fim, cada Gerente receberá os pontos destinados à sua Gerência (já com as
perdas ou reduções de pontos determinadas pelo Superintendente e pelo Chefe
de Departamento) e os dividirá arbitrariamente, subjetivamente e de forma
pessoal entre os seus subordinados, sem parâmetros previamente
estabelecidos, e sem qualquer possibilidade de comparação objetiva entre as
metas, objetivos e trabalhos realizados por cada empregado(a) em avaliação.

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Ou seja, a distribuição dos pontos originários de cada empregado, é feita


de cima para baixo, pautada em critérios subjetivos e pessoais, com
absoluta violação da impessoalidade administrativa (CRFB/1988, artigo 37,
caput), além de que trata desigualmente empregados sem qualquer critério
objetivo, violando o princípio constitucional da isonomia, ao estabelecer
distinções desarrazoadas entre empregados, com flagrante prejuízo de 30%
(trinta por cento) do corpo funcional.

Deste modo, mesmo cada empregado gerando o mesmo número X de pontos,


poderá receber ou mais de X, ou menos de X, apenas em decorrência das
escolhas pessoais e subjetivas feitas pelo Superintendente, pelo Chefe de
Departamento e pelo Gerente, numa distribuição de cima para baixo de pontos,
sem necessariamente refletir uma avaliação justa, verdadeira e correta. A
ilustração a seguir serve para dar uma ideia simplificada do processo descrito:

1°) Inicialmente cada empregado(a) gera 50 pontos, que “sobem” e são concentrados
na Área (nível hierárquico mais alto na organização básica do BNDES, fora Diretoria).

2°) Nível de Área


Área 1
Superintendente
1.000 pontos de todos os empregados subordinados
(total de pontos da Área)

3°) Nível Departamental


Departamento 1 Departamento 2
Chefe de Departamento Chefe de Departamento
400 pontos 600 pontos
(Total de pontos atribuído à cada Departamento pelo Superintendente por sua escolha
pessoal e subjetiva, com impacto em todos os empregados de cada Departamento)
Sendo que originariamente cada Departamento tinha
500 pontos 500 pontos

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4°) Nível Gerencial


Originariamente cada Gerência tinha
250 pontos 250 pontos 250 pontos 250 pontos
Gerência 1/1 Gerência 2/1 Gerência 1/2 Gerência 2/2
Gerente Gerente Gerente Gerente
250 pontos 150 pontos 350 pontos 250 pontos
(total de pontos atribuído à cada Gerência pelo Chefe por sua escolha pessoal)

5 empregados 5 empregados 5 empregados 5 empregados


50 pontos 30 pontos 70 pontos 50 pontos
(Média dos pontos que podem ser recebidos por cada empregado em cada Gerência,
do exemplo. Pontos são atribuídos por cada Gerente por sua escolha pessoal usando
critérios subjetivos, não existindo obrigatoriedade de observar as médias acima.)

Antes que se diga que esta “pirâmide de pontos” seria uma mera alegação do
RECLAMANTE, cumpre informar que tal sistemática é a que decorre da
aplicação das normas constantes dos artigos 5°, 6° e 7° da Instrução de
Serviço DIR2 nº 01/20212.

2
Seção I
Geração de Pontos
Art. 5º. Os pontos serão gerados a cada Ciclo de Pontuação, cabendo ao(à) Diretor(a) da Área responsável
pela gestão de recursos humanos definir, anualmente, o número total de pontos por empregado(a), a ser
gerado entre dezembro de um ano e novembro do ano seguinte.
Parágrafo Único. A Diretoria definirá, anualmente, a quantidade de pontos para os Projetos Transversais,
podendo tal quantidade ser ajustada a cada Ciclo de Pontuação.
Seção II
Distribuição de Pontos
Art. 6º. Os pontos gerados consoante disposto no artigo anterior serão distribuídos, ao final de cada Ciclo
de Pontuação para os titulares de cada Unidade Fundamental.
Seção III
Alocação de Pontos
Art. 7º. Após a distribuição referida no artigo anterior e a definição dos pontos para os Projetos Transversais,
os mesmos serão alocados aos empregados da seguinte maneira:
I. Alocação aos Projetos Transversais: A Área responsável pela gestão de recursos humanos, com o
apoio da Área responsável pelo planejamento estratégico, alocará pontos diretamente aos empregados
participantes dos Projetos Transversais e/ou repassará aos gestores dos Projetos Transversais. Neste
caso, em seguida, o(s) patrocinador(es) em conjunto com o(s) gestor(es) do projeto deverão alocar os
pontos diretamente para os empregados da equipe do Projeto Transversal.
II. Alocação pelas Unidades Fundamentais: o titular da unidade deverá alocar pontos para seus
subordinados diretos e/ou repassar para as unidades subordinadas (Unidades Administrativas Principais).

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Em suma, é evidente que este novo Sistema de Avaliação viola o disposto nas
normas 5.1, 7.1 e 7.3 da Norma de Evolução Salarial e Acesso (NEA) do
Plano Estratégico de Cargos e Salários (PECS) do BNDES de 1998, vigente
na data de contratação do RECLAMANTE em 10/03/2008.

Isto porque, enquanto no Plano Estratégico de Cargos e Salários (PECS) é


previsto que o processo de avaliação dos empregados para promoção só
pode beneficiar positivamente 30% (trinta porcento) dos empregados do
BNDES, o novo Sistema de Avaliação se destina a desqualificar, punir e
humilhar o percentual de 30% (trinta porcento) dos empregados
(qualificados como “empregados ruins, insatisfatórios ou insuficientes”),
criando uma situação real de prejuízo e assédio para quase 1/3 (um terço)
do corpo funcional ativo do RECLAMADO.

Por outro lado, por força da norma 7.3 do NEA/PECS-BNDES de 1998, é


mandatório que ao RECLAMANTE só possam ser aplicadas as normas
constantes do Regulamento Interno de Avaliação de Desempenho vigente
em 10 de março de 2008, por força da norma 1.4 do Edital nº 01/2006 da
Seleção Pública do BNDES e da Cláusula Sétima do Contrato Individual de
Trabalho n° 138/08.

III. Alocação pelas Unidades Administrativas Principais: os titulares dessas unidades deverão fazer a
alocação dos pontos aos seus empregados subordinados diretos, bem como aos coordenadores de serviço,
e/ou repasse às suas gerências.
IV. Alocação pelas Gerências: os gerentes deverão alocar os pontos aos respectivos subordinados,
exceto aos coordenadores de serviço.

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2.4 DO PLANO DE CARREIRA DO RECLAMANTE: PLANO


ESTRATÉGICO DE CARGOS E SALÁRIOS (PECS).

Tendo em vista o Edital nº 01/2006 da Seleção de Pessoal do BNDES e a


Cláusula Sétima do Contrato Individual de Trabalho nº 138/08, o
RECLAMANTE contratado em 10 de março de 2008, encontra-se subordinado
ao Plano Estratégico de Cargos e Salários (PECS) do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, ora RECLAMADO.

O PECS foi criado no ano de 1998 e é composto por um conjunto de normas que
aderem ao contrato de trabalho celebrado em 10/03/2008 entre o RECLAMADO
e o RECLAMANTE.

Junto com as normas do seu Contrato Individual de Trabalho, o Plano de Carreira


vigente na data da contratação constitui a estrutura básica que orienta a relação
trabalhista entre as Partes.

Deste modo, certo é que as normas propostas em 2021 no âmbito da


Instrução de Serviço DIR2 nº 01/2021 representam verdadeiro prejuízo ao
RECLAMANTE, uma “inovação” in pejus no Contrato Individual do
Trabalho n/ 138/08, a qual não pode ser admitida de acordo com o vigente
Regime Jurídico Trabalhista brasileiro, inclusive em decorrência da vedação ao
retrocesso social.

2.5 DA AVALIAÇÃO DO RECLAMANTE PELO SISTEMA GDI –


GESTÃO DE DESEMPENHO INDIVIDUAL – BNDES 2021

Não obstante entenda que o outro Sistema de Avaliação do RECLAMADO, ora


vigente, denominado GDI – Gestão de Desempenho Individual, também
apresente graves falhas, sendo também pessoal e subjetivo, deve-se observar

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que no ano de 2021 o RECLAMANTE já havia sido submetido a processo interno


de avaliação por este Sistema de Gestão de Desempenho Individual – GDI,
encontrando-se abaixo a reprodução dos principais pontos da sua avaliação:

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Da análise de avaliação realizada pelo Sistema GDI, tem-se que o Avaliador


do RECLAMANTE foi categórico em consignar que o RECLAMANTE
atendeu às tarefas, atividades e expectativas existentes dentro de todos os
itens submetidos a esta avaliação concluída em 2021, demonstrando-se a
arbitrariedade e a injustiça do mesmo ter sido qualificado como abaixo da
média na segunda avaliação realizada no mesmo ano de 2021, agora pelo
novo Sistema de Pontos.

2.6 DA SEGUNDA AVALIAÇÃO DO RECLAMANTE NO ANO DE 2021,


REALIZADA NO NOVO SISTEMA DE AVALIAÇÃO INDIVIDUAL POR
PONTOS.

No dia 3 de janeiro de 2022, o RECLAMANTE e os demais empregados


foram surpreendidos ao receber um e-mail institucional do RECLAMADO
comunicando que os resultados das avaliações pelo novo Sistema de
Pontos BNDES tinham sido liberados para consulta naquela data.

Mediante acesso ao sistema do RECLAMADO, o RECLAMANTE teve ciência do


resultado da sua Avaliação por Pontos, o qual apresenta as seguintes
informações:

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Da leitura dos dados, tem-se que o RECLAMANTE foi avaliado com apenas
482 (quatrocentos e oitenta e dois) pontos, sendo por isto classificado
arbitrariamente e sem qualquer fundamento na Faixa 4 (quatro) – ABAIXO
DA MÉDIA – da Avaliação Individual por Pontos, a qual representa o seguinte:

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Ou seja, o RECLAMANTE foi classificado com desempenho abaixo da


média, em segmento composto por 20% (vinte por cento) do total de
empregados públicos ativos do Sistema BNDES, o que representa mais de 480
(quatrocentos e oitenta) empregados públicos concursados.

Sendo avaliado abaixo da média, o RECLAMANTE sofrerá consequências daí


decorrentes, inclusive a mais grave de todas, que é a possibilidade de
demissão em decorrência de lhe ter sido imputado um desempenho
profissional insuficiente, o que, além de tudo, é uma avaliação falsa e sem
qualquer fundamento real dentro de todas as atividades profissionais prestadas
ao longo do ano de 2021.

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2.7 DO ASSÉDIO MORAL.

Da análise dos fatos narrados, associado ao estudo dos materiais divulgados


pelo RECLAMADO sobre o referido Sistema de Avaliação Individual por Pontos,
tem-se por evidente a situação de assédio moral institucional imposta ao
RECLAMANTE e aos demais empregados do BNDES.

É cristalino que no mínimo 30% (trinta por cento) dos empregados do


RECLAMADO serão subjugados por estratégias pseudo-avaliatórias
subjetivas, pessoais e parciais, as quais além de favorecer aqueles que estão
sob as “asas ou graças dos superiores”, joga no “poço do vexame” mais de
700 (setecentos) empregados públicos concursados, incluindo o ora
RECLAMANTE.

Resta claro que o Sistema proposto não se destina a melhoria das condições
de trabalho e de carreira, mas, na verdade, na construção de uma classe de
privilegiados denominados os “acima da média”, em desfavor de 30% os
“abaixo da média”, que poderão sofrer demissão, amparada em avaliações
falsas, incorretas, subjetivas e/ou parciais.

A situação em nada se confunde com o poder diretivo do empregador, pois


se destina a criar um quadro de violação de direitos básicos dos
trabalhadores que são postos em condições péssimas de trabalho, em
situação constante de medo e tensão, seja por excesso de trabalho não
reconhecido, seja por ser colocado em “geladeira” ou sem trabalho, e
posteriormente serem falsamente avaliados como insuficientes,
insatisfatórios ou deficientes, caso antes não adoeçam no meio do percurso,
como tem ocorrido com muitos empregados do RECLAMADO, especialmente
em sede de saúde mental.

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O assédio moral institucional, seja na esfera individual, seja na coletiva,


também decorre da inovação in pejus no contrato de trabalho, criando para todos
os superiores hierárquicos uma obrigatoriedade de mal avaliar, no mínimo, 30%
dos seus subordinados, mesmo que, na verdade, os subordinados tenham
cumprido todas as metas, realizado corretamente todas as atividades e na
verdade, merecessem reconhecimento e não uma avaliação mentirosa e
vexatória.

É um assédio moral institucional que viola expressamente a norma coletiva


constante da Cláusula 4ª do vigente Acordo Coletivo de Trabalho do
BNDES - 2020/2022, a qual é expressa ao estabelecer:

Por óbvio, o quadro narrado é gravíssimo e demanda a ciência ao Ministério


Público do Trabalho – MPT, para a adoção das providências quanto ao caráter
coletivo do assédio moral praticado institucionalmente pelo RECLAMADO.

Por tudo isto, vem o RECLAMADO postular pela declaração de nulidade, a


anulação ou invalidação desta avaliação individual, realizada pelo Sistema de
Avaliação Individual por Pontos criado pelo RECLAMADO em 2021, a adoção
de providências quanto a situação de assédio moral institucional e a reparação
ao RECLAMANTE quanto ao assédio moral individualmente sofrido em 2021, e
expresso no resultado divulgado publicamente perante os diversos níveis
hierárquicos da organização de sua negativa e vexatória avaliação.

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3. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS.

É imperativa a Constituição Federal de 1988 ao estipular:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer


dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e,
também, ao seguinte:

O novo Sistema de Avaliação criado pelo RECLAMADO viola o princípio da


legalidade administrativa stricto sensu.

A relação trabalhista do RECLAMADO com os seus empregados públicos, só


pode se basear nas normas legais e demais normativos admitidos no âmbito do
Direito do Trabalho, sempre sendo observado as garantias do ato jurídico
perfeito, do direito adquirido, da coisa julgada, do contraditório e da ampla defesa
além da vedação de adoção de normas prejudiciais, negativas ou restritivas aos
direitos dos empregados, após o início do vínculo de emprego público.

A celebração do Contrato Individual de Trabalho n 138/08 em 10/03/2008, é o


marco temporal e termo determinante para a aferição do regime jurídico ao qual
estará subordinado este empregado público federal do BNDES, inclusive como
previsto na norma 1.4 do Edital do Concurso de Seleção de Pessoal do
BNDES nº 01 de 2006.

Diante deste cenário, é evidente que a Instrução de Serviço DIR2 nº 01/2021


– BNDES que instituiu o novo Sistema de Avaliação por Pontos com
metodologia de “curva forçada de desempenho” viola a legalidade
constitucional no que se refere ao RECLAMANTE.

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Além disto, a conduta do RECLAMADO afronta o princípio da moralidade


constitucional no âmbito da Administração Pública.

O princípio da moralidade conduz a necessidade insuperável de coordenação


entre qualquer conduta do agente público e das pessoas jurídicas da
Administração Pública e a moral. Qualquer conduta imoral praticada no âmbito
da Administração Pública, desde 1998, recebe dupla qualificação, a primeira de
imoral e a segunda de inconstitucional.

Portanto, quando o BNDES adotou em 2021 um novo Sistema de Avaliação


de Pessoal que viola a forma de pensar e de agir por décadas dos próprios
empregados públicos do BNDES, bem como afrontou toda a lógica laboral
existente dentro das Empresas Estatais federais, das Autarquias, das
Fundações Públicas e dentro da Administração Pública Direta, certo é que
tal atuar da Administração do BNDES se reveste de flagrante imoralidade,
o que lhe conduz a uma situação de inconstitucionalidade.

Por fim, o novo Sistema de Avaliação Individual viola o princípio da


impessoalidade da Administração Pública.

No âmbito do RECLAMADO atuam mais de 2.400 (dois mil e quatrocentos)


empregados públicos, divididos em diversas carreiras de nível superior
(Economia, Engenharia, Contabilidade, Arquitetura, Direito, Biblioteconomia,
Administração, Psicologia etc.), ou de nível médio.

Como se pode comparar as atividades de um Advogado e de um Engenheiro?


De um Economista e de um Contador? De um Arquiteto e de um Psicólogo? De
um Administrador e de um Biblioteconomista? De um profissional de nível
superior e um profissional de nível médio? Não há como fazê-lo.

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A inconstitucionalidade, a ilegalidade, a imoralidade, a arbitrariedade e a


pessoalidade do Sistema de Avaliação Individual por Pontos instituído em
2021 pelo BNDES, são brutais ao prescreverem previamente a qualquer
conduta a punição de 30% (trinta porcento) do corpo funcional do BNDES e a
inclusão destes já a partir de 03/01/2022 numa lista de demissão coletiva, em
decorrência da imputação de “desempenho ruim, insuficiente ou insatisfatório”,
a qual é completamente dissociada da verdade do trabalho de cada um destes
empregados aleatoriamente mal avaliados.

Repita-se, o Sistema se destina primordialmente a PUNIR 30% dos


empregados públicos concursados do BNDES, claramente visando
amparar futuras estratégias de demissão individual e coletiva de
empregados públicos federais do RECLAMADO.

Este novo Sistema de Avaliação é uma inovação em flagrante retrocesso social


na Política de Recursos Humanos de uma Empresa Pública Federal com
mais de 60 (sessenta) anos, e que ao longo de seis décadas vinha avaliando
somente no aspecto positivo (ressalvadas as subjetividades sempre
presentes há décadas) os seus empregados, de acordo com as normas
vigentes e aplicáveis.

Por tudo isto, o Sistema de Avaliação Individual por Pontos, criado pela
Instrução de Serviço (IS) DIR2 n° 01/2021 – BNDES viola frontalmente a
impessoalidade, especialmente por ser claramente pautado na pessoalidade e
subjetividade dos avaliadores em relação aos seus avaliados, dentro de
quantitativos arbitrários pré-definidos e sem qualquer participação do
RECLAMANTE e dos demais empregados a serem avaliados.

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É flagrante que a adoção de um procedimento de avaliação na qual o


empregado público pode ter uma avaliação negativa ou insatisfatória
atribuída pelos Gestores, é prejudicial ao RECLAMANTE, além de ser
altamente gravosa em decorrência do previsto no artigo 11 da Instrução de
Serviço DIR2 n° 01/2021 – BNDES, verbis:

Art. 11. Os dados obtidos por meio do Sistema GPE poderão ser
utilizados, total ou parcialmente, para diferentes processos de
gestão de recursos humanos.

Por tudo isto, é latente a inconstitucionalidade do Sistema de Avaliação Individual


por pontos, em virtude da completa violação dos princípios constitucionais da
impessoalidade, da moralidade e da legalidade, insculpidos no artigo 37, caput,
da CRFB/1988.

Além disto, o referido Sistema Avaliatório também é inconstitucional por violar


claramente as seguintes normas constitucionais:

1º. princípio constitucional da igualdade, artigo 5º, caput e inciso I da


CRFB/1988;

2º. princípio constitucional da legalidade ampla, artigo 5º, inciso II da


CRFB/1988;

3º. princípio constitucional da segurança jurídica, artigo 5º, caput da


CRFB/1988;

4º. princípio constitucional na liberdade do exercício de trabalho,


atendidas as qualificações profissionais impostas aos Advogados
pela legislação de regência, artigo 5º, inciso XIII da CRFB/1988;

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5º. violação dos direitos trabalhistas adquiridos pelo RECLAMANTE,


especialmente quanto a modelagem e regime de avaliação de pessoal de
forma individual pelo RECLAMADO, nos termos da legislação trabalhista e
do constante no Edital nº 01/2006 da Seleção Pública realizada pelo
BNDES, artigo 5º, inciso XXXVI da CRFB/1988;

6º. A flagrante inconstitucionalidade da avaliação individual do


RECLAMANTE realizada, diante da notória violação dos princípios
constitucionais do contraditório e da ampla defesa - artigo 5º, inciso LV
da CRFB/1988 - no âmbito do processo administrativo de avaliação de
desempenho individual, no qual não foi facultado ao RECLAMANTE a
apresentação de provas do seu desempenho e das atividades
desempenhadas e entregues ao longo do ano de 2021, nem a possibilidade
de contraditar a avaliação realizada, já que todo o processo de avaliação
pelo proposto Sistema de Pontos corre a revelia dos avaliados;

7º. inconstitucionalidade do Sistema de Avaliação Individual por Pontos por


ser destinado a gerar fundamento para demissão arbitrária do
RECLAMANTE e outros empregados, pautada em falsas e incorretas
avaliações, as quais poderiam indicar um desempenho profissional
insuficiente, completamente dissociadas da realidade dos desempenhos
das atividades profissionais pelo RECLAMANTE ao longo de mais de 13
(treze) anos de emprego, na forma do artigo 7º, inciso I da CRFB/1988;

8º. inconstitucionalidade da previsão de tratamento anti-isonômico entre


o RECLAMANTE e outros empregados públicos, pela adoção do
Sistema de Avaliação Individual por Pontos que não possui amparo legal e
viola a lógica da legislação de regência da Participação nos Lucros ou
Resultados, por força do artigo 7º, inciso XI da CRFB/1988;

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9º. inconstitucionalidade do Sistema de Pontos por criação de distinção


irrazoável e imotivada entre os profissionais que realizam tarefas e
desempenham atividades distintas no âmbito do BNDES, tentando
parametrizar modelagens de avaliações de atividades absolutamente
distintas dentro de um mesmo Sistema de base matemática e sem o
tratamento das sensibilidades subjacentes a cada profissão e formação
especialmente entre aqueles que exercem atividades eminentemente
técnicas daqueles que realizam atividades predominantemente
intelectuais, por força do artigo 7º, inciso XXXII da CRFB/1988;

Além das inconstitucionalidades, recorda-se que é mais do que reconhecido no


Direito do Trabalho que não se pode admitir retrocesso nos direitos sociais
adquiridos, na conhecida vedação ao retrocesso.

Também é cristalina a violação pelo BNDES de normas e princípios


fundamentais da Lei do Processo Administrativo Federal – Lei nº 9.784, de
29/01/1999 – dentro das suas pretensas metodologias avaliatórias.

Neste sentido, o RECLAMADO viola as normas constantes do artigo 2°,


incisos I, III, IV, V, VI, VII, VIII, IX, X, XIII, artigo 3°, incisos I, II, III, IV, artigo
22, caput e §§ 1° e 4°, e artigo 26 da Lei do Processo Administrativo Federal.

Todas estas normas estão sendo violadas na implementação deste Sistema


arbitrário, inconstitucional, ilegal e imoral, sendo impositivo o afastamento deste
Sistema de Avaliação Individual por Pontos dos assentos profissionais do
RECLAMANTE, para todos os fins de Direito.

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Por fim, o Sistema de Avaliação por Pontos viola o princípio da motivação dos
atos administrativos e, por consequência, afronta a norma constante do artigo
2°, alínea “d” e p.ú., alínea “d”, da Lei da Ação Popular (LAP – Lei nº
4.717/1965)3.

Além disto, a situação imposta ao RECLAMANTE e aos demais empregados


configura, de forma cristalina, situação de assédio moral institucional
individual e coletivo (abrangendo não menos que 30% dos empregados do
BNDES).

O RECLAMANTE foi de forma irregular, imoral e ilegal avaliado como


deficiente, na classe de “abaixo da média”, sendo tal situação vexatória
objeto de divulgação interna para diversas pessoas, sendo MAURICIO
rotulado de forma falsa, incorreta e estigmatizante como um empregado de
desempenho insuficiente ou insatisfatório, mesmo com todos os serviços e
atividades prestados ao longo do ano de 2021, bem como o seu currículo
profissional e acadêmico construído com esmero ao longo das últimas décadas.

O assédio moral institucional é flagrante, em um quadro em que o


RECLAMANTE é subjugado por um sistema avaliatório pautado em
subjetividades e interesses distintos de uma avaliação linear, objetiva e pautada
em parâmetros homogêneos para todos os empregados, e que estivessem de
acordo com o regime vigente em 10 de março de 2008 (data da contratação).

3
Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos
de: (...)
d) inexistência dos motivos; (...)
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes normas: (...)
d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se
fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido;

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E, ainda, o RECLAMANTE fica marcado profissionalmente de forma


negativa perante os seus colegas e superiores, criando uma espiral de
destruição de sua imagem profissional, de sua carreira e de colocação do
mesmo numa espécie de “geladeira” pautada em escolhas subjetivas de
superiores hierárquicos, dentro de uma rota destinada a demissão do
RECLAMANTE e de mais todos os empregados abrangidos pelo estigma dos
30% abaixo da média neste arbitrário Sistema de Pontos.

Vale destacar que neste modelo de Sistema de Avaliação Individual por Pontos,
o empregado recebe tão somente o número de pontos, sem saber previamente
os motivos da atribuição destes pontos, sem poder questionar a avaliação que
recebeu, e sendo que a alegada conversa de feedback é, na prática, inexistente
para o processo de desenvolvimento profissional de cada empregado, sendo na
maioria das vezes um “mero bate papo constrangedor entre avaliador e
avaliado após os pontos serem dados mas sem poderem ser modificados”,
sem a análise minuciosa dos pontos fortes e fracos, o que pode ser melhorado
e como fazer. Ou seja, é um sistema de avaliação de pessoal que não visa
realmente avaliar, não visa o desenvolvimento do corpo funcional da Instituição,
nem o aprimoramento profissional de qualquer empregado, já que não há sequer
informação sobre o que poderia ser desenvolvido pelo profissional no ano
seguinte. Ou seja, este Sistema de Avaliação nada mais é do que um
instrumento de assédio moral institucional.

Tratando-se de flagrante situação de assédio moral institucional, a sua


reparação em sede individual só pode ser implementada por meio da
condenação do RECLAMADO a indenizar ao RECLAMANTE pelos danos
morais decorrentes do assédio, reparação indenizatória com assento
constitucional na tutela do direito a moral e a imagem do empregado, tendo a
condenação tanto o caráter inibidor de novas condutas, quanto de restauração
do status quo ante prévio ao ilícito perpetrado pelo empregador.

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Por fim, que o Ministério Público do Trabalho seja comunicado para ciência e
adoção das providências cabíveis diante de tal situação coletiva aviltante.

4. DAS PROVAS.

Protesta o RECLAMANTE pela produção de todas as provas em Direito


admitidas, especialmente prova pessoal (depoimento pessoal e testemunhal, em
rol a ser indicado oportunamente) e prova documental, com destaque para os
que acompanham a petição inicial.

5. DOS PEDIDOS.

Diante do exposto, o RECLAMANTE requer:

a) a imediata comunicação ao Ministério Público do Trabalho (MPT) para


ciência e acompanhamento da presente AÇÃO TRABALHISTA, já que
trata de matérias de ordem pública, inclusive quanto a possível assédio
moral individual e coletivo dos empregados públicos do BNDES, com
a adoção de todas as medidas que entenda cabíveis;

b) que seja determinado ao RECLAMADO – BNDES – a imediata


exibição judicial dos seguintes documentos de forma integral; sem
qualquer tarja ou rasura; nestes autos eletrônicos, sob pena de busca
e apreensão, aplicação de multa judicial (astreintes) e
configuração de crime de desobediência, em até 7 (sete) dias
corridos após a citação do BNDES, a título de produção antecipada
de provas na forma de exibição de documentos:

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b.1) inteiro teor da Informação Padronizada (IP)


BNDES/AA/DERHU/GERHU1 – 17/98, de 06.03.98, devidamente
assinada pelos seus subscritores, referenciada na Decisão DIR nº
095/98 – BNDES de 10/03/1998, que tem por assunto a aprovação
do Plano Estratégico de Cargos e Salários (PECS);
b.2) consolidação das normas do Plano Estratégico de Cargos
e Salários (PECS) vigente em 10 de março de 2008;
b.3) inteiro teor da Informação Padronizada (IP)
BNDES/APEC/SUP nº 01/2021, de 05/02/2021, devidamente
assinada pelos seus subscritores, referenciada na Instrução de
Serviço DIR 2 nº 01/2021 – BNDES, de 05/02/2021, que “institui o
Sistema de Gestão de Pontos do Empregado – Sistema GPE;
b.4) inteiro teor da Informação Padronizada (IP)
BNDES/APEC/DEPARH nº 07/2021, de 05/02/2021, devidamente
assinada pelos seus subscritores, referenciada na Instrução de
Serviço DIR2 nº 02/2021 – BNDES, de 05/02/2021, que tem por
assunto o “processo de promoção dos empregados das empresas
do Sistema BNDES, integrantes do Plano Estratégico de Cargos e
Salários (PECS, referente ao exercício de 2021”; e
b.5) lista completa NOMINAL e com a MATRÍCULA, de todos
os(as) empregados(as) públicos concursados ativos do
BNDES, lotados no ano de 2021 na Área Jurídica 2, inclusive o
RECLAMANTE, sendo informado de forma vinculada a cada
empregado(a) o número TOTAL DE PONTOS que lhe foi
atribuído pelo Sistema de Avaliação Individual por Pontos de
2021, em conjunto com a FUNDAMENTAÇÃO/MOTIVAÇÃO para
a atribuição da pontuação para cada empregado(a), tudo isto
diante das metas de tarefas e serviços fixadas para todos os
empregados da Área Jurídica 2, de forma linear, objetiva e
impessoal.

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c) a integral procedência dos seguintes PEDIDOS DE MÉRITO


formulados por MAURICIO VASCONCELOS GALVÃO FILHO:

c.1) a declaração de inconstitucionalidade e/ou de ilegalidade


do Sistema de Avaliação Individual por Pontos do BNDES 2021
em relação ao RECLAMANTE, por afronta às normas suscitadas
na presente, sendo o RECLAMADO condenado a não mais utilizar
este Sistema e Metodologia em relação ao RECLAMANTE, sob
pena de nulidade e aplicação de multa judicial (astreintes) de não
menos que R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) por cada Evento ou
Ato relacionado, que seja praticado pelo BNDES;

c.2) a declaração de nulidade, a anulação ou a invalidação da


avaliação individual do RECLAMANTE realizada e registrada
no banco de dados relacionado ao Sistema de Avaliação
Individual por Pontos BNDES do ano de 2021, cujo resultado foi
divulgado em 03/01/2022, por sua inconstitucionalidade,
ilegalidade, imoralidade, absoluta desproporcionalidade, ausência
de motivação, falta de razoabilidade e notória pessoalidade;

c.3) o RECLAMADO seja condenado a excluir (obrigação de


fazer) estes dados e informações dos assentos pessoais-
profissionais e/ou das bases de dados do RECLAMANTE
internas ou externas, devendo fazer prova em Juízo do
cumprimento desta obrigação, sob pena de multa diária
(astreintes) não inferior a R$ 500,00 (quinhentos reais) por
cada dia de inadimplemento;

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c.4) o RECLAMADO seja condenado a não mais aplicar


(obrigação de não fazer) ao RECLAMANTE ou submetê-lo a
qualquer metodologia de avaliação de desempenho por
Sistema de Avaliação por Pontos ou Sistema de Avaliação por
“curva forçada” ou outro Sistema Análogo, distinto do sistema
de avaliação vigente em 10/03/2008 (data da contratação), sob
pena de aplicação de multa diária de R$ 500,00 (quinhentos reais),
incidente até a cessação da conduta, além da configuração do
crime de desobediência a decisão judicial, a ser imputado ao(s)
agente(s) que der(em) causa ao ato e fato jurídico;

c.5) o RECLAMADO seja condenado ao pagamento integral ao


RECLAMANTE dos valores correspondentes a Participação
nos Lucros e Resultados (PLR), pelo teto máximo de 3,1 (três
vírgula 1) salários referente ao ano exercício de 2021, e não 2,9
(dois vírgula nove) salários correspondentes a Faixa 4, devendo os
valores serem acrescidos de correção monetária e juros de mora
desde a citação;

c.6) a condenação do RECLAMADO a indenizar o


RECLAMANTE a título de danos morais em decorrência do
assédio moral institucional sofrido no âmbito individual, em
não menos que R$ 5.000,00 (cinco mil reais); e

c.7) a condenação do RECLAMADO ao pagamento de todas as


verbas da sucumbência, inclusive os honorários advocatícios
devidos à Advogada do RECLAMANTE, fixado mediante prudente
arbitramento judicial.

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6. DO VALOR DA CAUSA.

Dá-se à causa o valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

Termos em que postula pela procedência integral dos pedidos.

Rio de Janeiro (RJ), 08 de fevereiro de 2022.

CAROLINA TUPINAMBÁ
OAB/RJ n° 124.045

NAYARA FALCÃO
OAB/SP nº 362.365

KELLY CARVALHAL
OAB/RJ nº 145.534

Assinado eletronicamente por: Carolina Tupinambá Faria - Juntado em: 08/02/2022 17:59:16 - ec5ed17
https://pje.trt1.jus.br/pjekz/validacao/22020817223880200000147031208?instancia=1
Número do documento: 22020817223880200000147031208

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