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LETÍCIA TIMBÓ

APOSTILA DE INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

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APOSTILA DE INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

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APOSTILA DE INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

• Mascara odor e sabor


• Ação controlada do fármaco
Formas farmacêuticas são a – • Proporciona a administração do fármaco diretamente
apresentação física final do na circulação sanguínea ou nos tecidos corporais
medicamento
Composição
Essas formas possuem a
finalidade de – otimizar a Princípios ativos + Adjuvantes ou Excipientes
liberação do fármaco para a Medicamento na forma terapêutica + materiais que NÃO
absorção e atuação dele no apresentam atividade terapêutica, confere apenas estabilidade
sítio de ação, permitindo uma ao medicamento.
resposta terapêutica previsível.
Exemplos de adjuvantes
Esses fármacos são preparados em larga escala com Aumentam o volume da
qualidade reprodutível (mesma eficácia). formula
Existem várias formas farmacêuticas com o Diluentes ou espessantes Amido – Manitol – Celulose
mesmo princípio ativo, para: – Microcristalina – Sulfato
de cálcio
• Facilitar a administração Aumentam a adesão das
• Garantir a precisão da dose partículas
• Garantir a presença no local de ação Aglutinantes Goma arábica –
Carbocimetilcelulose –
• Proteger a substância durante o percurso pelo
Ácido algínico – Povidona
organismo
Desestruturam a
• Melhorar a liberação, absorção e atuação do fármaco. formulação em partículas
Exemplo: O Diclofenaco pode ser Cataflam em gel, aerossol, menores
comprimido, gotas, supositório. Agentes desintegrantes Alginato de sódio –
Croscarmelose sódica –
Glicolato sódico de amido
Facilitam o escoamento do
pó para enchimento de
Lubrificantes cápsulas
Estearato de magnésio –
Óleo vegetal hidrogenado
Da cor a forma
Corantes farmacêutica
OBS: A unidade é diferente, mas possui o mesmo princípio
Vermelho Ponceau 4R –
Amarelo crepúsculo
Importante: Conferem cor
Edulcorantes (são adocicados)
O princípio ativo está acondicionado dentro da forma Aspartame – Dextrose –
farmacêutica, pois caso entre em contato com o Ácido Sorbital – Ciclamato sódico
clorídrico estomacal, por exemplo, haverá dificuldade em Odor de essências
agir, podendo até ser destruído. Flavorizantes Xarope de canela – Café –
Chocolate – Baunilha –
Cereja
Importância das formas farmacêuticas

• Proteger do oxigênio – umidade – suco gástrico


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Desenvolvimento - Sabor desagradável


- Erro na dose posológica
Essas formas farmacêuticas são desenvolvidas para exercer: Desvantagens - Não são adequados para
administração de fármacos
• Efeito local ou sistêmico potentes
Efeito local Efeito obtido no local da
Comprimidos
(Pomada) aplicação
Efeito sistêmico Alcança a corrente Os comprimidos são mais utilizados
(Comprimido) sanguínea e é absorvido na
área intestinal São obtidos por compressão – contendo
dose única com um ou mais princípios
• Velocidade de absorção – permitindo a ação terapêutica
ativos.
do fármaco
• Tempo de inicio da ação e duração da ação Além das substâncias ativas, contêm vários adjuvantes.

Classificação Principio ativo + revestimento (sacarose) + lubrificante +


corante + desintegrantes + aglutinantes
• Sólido
• Semissólido - Deglutidos com facilidade
- São insípidos
• Líquido
- Dosagem precisa e
• Gasoso volume reduzido
Vantagens - Proteção da ação da luz,
Sólidas: ar e umidade
- Facilidade de transporte,
Tipos: pós – grânulos – cápsulas – comprimidos – óvulos – preparação e administração
supositórios – patchs transdérmicos - Possibilidade de prolongar
a ação farmacológica
Essas formas apresentam facilidade na manipulação,
acondicionamento e transporte e possui mais estabilidade do Tipos de comprimidos
que as formas líquidas. Bucais Paciente engole
Paciente coloca abaixo da
Bastante utilizado na preparação de outras formas Sublinguais língua
farmacêuticas – posso utilizar o pó contido em uma cápsula Toragesic – Isordil
para preparar suspensões, pomadas, cremes, cápsulas e Paciente mastiga
comprimidos. Mastigáveis LuftalMAX – Centrum –
Albendazol
Pós e Grânulos Efervescentes Ingerido na água
Sonrisal
Podem ser utilizados de maneira Dispersíveis In gerindo na água
interna (estômago – intestino) Nimesulida – Cataflam
ou externa (pele – mucosa) Constituído por uma ou
mais camadas de sacarose,
OBS: Diferença de Pó para Drágeas aromatizante e corante –
Grânulo é apenas o grau de escondendo seu sabor e
agregação entre as partículas odor desagradável
Neosadina
- Velocidade de dissolução
Vantagens - Úteis para pacientes com OBS: Ao deglutir, o comprimido passa pela boca, esôfago,
dificuldade em engolir estômago e intestinos, a liberação do medicamento vai
comprimidos sendo aos poucos – ao contrário do que ocorre no
comprimido sublingual, o efeito é rápido, pois não precisa
passar por todas essas etapas.
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Formas de liberação dos comprimidos Preparação extemporânea (abre-se a cápsula, prepara a


Retardada Destinada a resistir ao fluido solução e consome em até 48hrs)
(Gastro-resistente ou gástrico e liberar os seus
Entéricos) ativos no fluido intestinal Possuem tamanhos e capacidades variáveis
Profenid – Mucosaolvan
Ocorre de forma lenta – o - Fácil administração,
comprimido passa mais dosagem precisa e volume
tempo sendo liberado no reduzido
organismo - Não se nota o sabor e
Prolongada
Menor número de doses odor desagradável
diárias - Absorção mais rápida
Vantagens (material gelatinoso é mais
Glifage
facilmente degradado)
A utilização do revestimento entérico (liberação retardada) - Possibilidade de prolongar
a ação farmacológica
ocorre quando:
(quando se utiliza
microgrânulos de liberação
• Tem que proteger fármacos instáveis em meio ácido, prolongada)
da ação dos fluidos gástricos
• O fármaco é irritante para a mucosa gástrica ou pode Tipos de cápsulas
gerar náuseas e vômitos Maioria das cápsulas
• O principio ativo não sofre diluições antes de atingir o comerciais
intestino Gelatina obtida pela hidrólise
• Para que substâncias ativas estejam disponíveis após parcial do colágeno da pele
um período de tempo – Tecido conjuntivo –
Dura Ososs de animais
Gelatina estável do ar –
porém, sujeita a
decomposição de
micróbios na presença de
umidade
Constituída de uma única
Mole parte
Acondiciona líquido ou
semissólido

Ambas podem ser: Gastro-resistentes ou Cápsulas de


liberação prolongada.
Legenda: comprimido é liberado na forma retardada, ele passa um
tempo maior para começar a liberação e na forma prolongada
desde o começo ocorre a liberação. Revestimento entérico

Devem ser administrados intactos os comprimidos:

• Com revestimento entérico


A cápsula só terá a
• Liberação prolongada
• Sublinguais ou bucais tampa dissolvida no
ambiente intestinal
Capsulas

Envoltório gelatinoso que possui dentro o


princípio ativo + adjuvantes
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Ordem crescente de absorção APOSTILA DE INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

Drágea < Comprimido < Cápsula Pellets ou Implantes

OBS: Durante a deglutição de comprimidos e cápsulas é Forma implantada sob a pele


indicado à utilização de água, devido à possibilidade de
aderência na mucosa esofágica (lesão) Liberação contínua da
medicação – eliminando
Óvulos e Supositórios doses orais ou injeções
frequentes
Possui consistência firme, cônica ou ovoide
Exemplo: contraceptivos
Destinado á aplicação retal ou vaginal
Semi-sólidas
Fundem-se a temperatura corporal
Tipos: cremes – géis – pastas – pomadas
Possui ação local ou sistêmica
(Ex: Laxantes – Anti-inflamatórios – Desenvolvidos para exercer ação local
Antitérmicos) (aplicados na pele ou mucosa)

São utilizados quando os fármacos: Não medicamentosos, são utilizados pelo seu efeito físico
como protetora ou lubrificante
• São afetados pela ação do suco gástrico
• Causam irritação no estômago Cremes
• Quando o fármaco sofre extensa metabolização
hepática Soluções estáveis que
• Crianças e pacientes inconscientes geram menos efeito
• Pacientes com vômitos residual que as
pomadas (some
Adesivos transdérmicos (Patch) rapidamente da pele),
por conta do balanço
São massas adesivas sólidas ou semissólidas espalhadas em água-óleo.
um papel ou plástico.
Agem mais profundamente que as pomadas
Esse fármaco é liberado na
superfície da pele e pode São utilizados para aplicação tópica e em produtos de uso
atravessar várias camadas. retal e vaginal – feridas úmidas, absorção rápida e efeito
curto.
Liberado aos poucos e de forma
constante Pomadas

Utilizado para reposição hormonal, Composta por materiais


contraceptivos, nicotina. mais gordurosos
(Lipofílicos), como Parafina
- Evita dificuldades de líquida ou Vaselina
absorção no TGI
- Evita o metabolismo de 1ª São mais resistentes à eliminação pela água, sendo
Vantagens passagem
necessária a utilização de sabão na retirada.
- Proporciona um contato
prolongado com o local de
São mais oclusivos – veda a região afetada de forma mais
ação
- Rápida interrupção do intensa que os cremes
efeito
Possui ação protetora e emoliente (sensação de pele
gordurosa), deixando mais resíduos que os cremes

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Tipos de pomadas Líquidos


Age superficialmente na
Epidérmicas pele Tipos: Soluções – Suspensões
Vaselina e óleo mineral
Age profundamente na Aplicações das formas líquidas: orais – tópicas – parenterais
Endodérmicas pele (administração endovenosa)
Óleo vegetal
São absorvidas e podem Soluções
Hipodérmicas ter efeito sistêmico
Lanolina Misturas medicamentosas
homogêneas
OBS: Pomadas são ideias para peles secas, sem ferimentos,
com absorção mais lenta e efeito mais prolongado. Existem as: orais – nasais – auriculares
– tópicas – retais – oftálmicas –
Pastas injetáveis – xaropes – elixires

Ação estritamente epidérmica (age


- Fármaco uniformemente
superficialmente na pele) e de distribuído
consistência firme. Vantagens - Flexibilidade da dosagem
- Rapidez de absorção no
As pastas são um subtipo de pomada trato gastrointestinal
com elevada concentração de material - Facilidade de deglutição
sólido. - Inconvenientes de
transportar e estocar
Possui grande poder de absorção de - Menor estabilidade
água provenientes de exsudatos Desvantagens - Meio propício para
(edema) naturais – aliviando quadros de crescimento de
dor em inflamações microrganismos
- Sabor desagradável
Menos gordurosas que as pomadas e mais absorventes
Xaropes
Forma uma barreira protetora da pele
Alta viscosidade com grande quantidade de
Exemplo: Pasta d’água (óxido de zinco) – utilizada para açúcar
tratamento de assaduras.
Absorção mais rápida d que as suspensões e
Géis as formas sólidas – devido a quantidade de
açúcar
Possui uma parte líquida confinada dentro de um Polímero
É uma alternativa aos pacientes com dificuldade de ingerir
O polímero é formado por substancias gelificantes (ágares e formas sólidas
gelatinas), que evaporam formando uma película adesiva.
Elixir
O gel apresenta uma percepção sensorial mais ele e
agradável. Anti espasmódico intestinal

Pode ser preparado para administração por várias vias: Apresenta álcool etílico dissolvido
percutânea, ocular, nasal, vaginal e retal.
Menos doce e viscoso que os
Ordem crescente de absorção Xaropes (menor açúcar)

Creme < Pomada < Pastas

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OBS: Não são recomendados para crianças e alcoólatras


(devido a presença de álcool)

Suspensões

Existem: orais – tópicos –


parenteral

É um sistema bifásico composto


de uma fase sólida dispersa em
uma líquida

As partes sólidas são insolúveis na


fase líquida e tendem a
sedimentar, porém, devem ser dispersas com agitação.

Permite a administração de
Vantagens substâncias insolúveis ou
instáveis na forma líquida

Ordem crescente de absorção

Drágea < Comprimido < Cápsula < Suspensão < Solução

Gasosas

Tipos: gases
(anestésicos
inalatórios) e aerossol
(dispersão de sólido
ou líquido em um
gás)

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Essa atividade multiprofissional integrada busca – estimular o


A terapêutica racional em farmacologia são os - processos
uso racional de medicamentos por parte do paciente.
para uso racional de medicamentos

Assistência farmacêutica (AF) OBS: 10% dos custos em saúde no Brasil são em
decorrência do uso incorreto de medicamentos.
É um conjunto de ações voltado para a promoção,
proteção e recuperação da saúde, tanto individual quanto Prejuízos em saúde e economia
coletiva – tendo o medicamento como insumo essencial,
Baixa qualidade dos Aumento da morbidade e
para qual vida acesso e uso racional. tratamentos mortalidade
É a escolha do Desperdícios de Elevados custos e menor
medicamento com base recursos disponibilidade
Seleção em critérios Riscos de RAM (reações adversas) e
epidemiológicos, técnicos e efeitos adversos resistência bacteriana
econômicos.
É a estimativa da Fatores que influenciam no uso irracional
quantidade necessária que
deve ser adquirida para Informações
Programação suprir a demanda do Crenças
serviço, por determinado Pacientes Diálogo
período de tempo. Concordância
Procedimento para efetivar Capacitação
Aquisição o processo de compra dos Viés na informação
medicamentos Prescritores Tempo de atendimento
Procedimentos que buscam Pressão na prescrição
garantir as condições Crenças
adequadas de recepção, Promoção
Armazenamento estocagem, conservação e Indústria Vantagens
garantir a disponibilidade Lobby
dos medicamentos. Registro falho
Processo de entrega dos Regulação Farmacovigilância
medicamentos às unidades Fiscalização
Distribuição da saúde em quantidade, MS PNAF
qualidade e tempo
oportuno.
Uso racional de medicamentos (URM)
Definição do medicamento
a ser consumido pelo
paciente, com a respectiva É a atitude que permite ao paciente receber medicação
Prescrição
dosagem e duração do apropriada para a sua situação clínica, nas doses corretas às
tratamento. suas necessidades individuais, pelo tempo necessário e ao
Ato de proporcionar um ou menor custo possível.
mais medicamentos, em
Dispensação resposta à apresentação Objetivos:
de uma receita elaborada
por um profissional • Maximizar a atividade terapêutica
autorizado. • Minimizar o risco para o paciente
• Evitar custos desnecessários

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A URM viabiliza: É a redução, a um mínimo aceitável do risco de dano


desnecessário do medicamento.
• Aumenta a prevenção em procedimentos clínicos e
cirúrgicos Objetivo do PNSP: prevenir erro de medicação.
• Reduz custos
Causas mais comuns de erros
• Reduz as internações
• Reduz o tempo de permanência no hospital • Fatores ambientais (luz, calor, ruídos, são
interrupções que interferem na prescrição,
Análise do Prescrição preparação e embalagem do medicamento)
Seguimento
paciente médica • Informações incompletas sobre os pacientes
• Situação geral • URM • Dispensação • Orientações incompletas
• Necessidades • Farmacologia • Administração • Falta de conhecimento técnico e de atualização
particulares clínica • Acompanhamento profissional
• Histórico
terapêutico Categorias de Medicamentos
• Um bom processo de uso – aumenta a Medicamento Referência
probabilidade de resultado positivos
• Um mau processo de uso – aumenta a Produto inovador no mercado farmacêutico – com eficácia,
probabilidade de resultados negativos segurança e qualidade comprovadas cientificamente.

Medicamento Genérico
Contém os mesmos princípios ativos, na
mesma dose e forma farmacêutica –
apresentando eficácia e segurança
equivalentes à do medicamento de
referencia e podendo, com este, ser
Sistema de Medicação intercambiável.
Etapa de – utilização de medicamentos. Intercambialidade – segura substituição do
medicamento de referência pelo seu
Objetivo: medicar, ou seja, o uso da terapia medicamentosa.
genérico.
Processos
O medicamento é assegurado por testes de
• Medicamento correto, dose correta e tempo equivalência terapêutica – comparação in
adequado vitro (estudos de equivalência farmacêutica) e in vivo
• Medicamento accessível ao paciente (estudos de bioequivalência) apresentados à Agência Nacional
• Prescrição adequada preenchida de Vigilância Sanitária.
• Adesão do paciente ao tratamento Medicamento Similar
• Monitorização do paciente
• Educação e aconselhamento Contém os mesmos princípios ativos, mesma concentração,
forma farmacêutica, via de administração, posologia e
Segurança do Paciente indicação terapêutica.

Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP)

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Diferem em características relativas: Notificação de Receita


• Tamanho e forma do produto (Portaria 344/98)
• Prazo de validade A1 – A2 – A3 Receita A – cor amarela
• Embalagem B1 Receita B – cor azul
• Rotulagem B2 Receita B2 – cor azul
• Excipientes e veículo Receita de controle especial
C1 e C5 em duas vias –
Todo genérico pode ser intercambiável com o
Cor branca
medicamento de referência, mas nem todo similar pode ser
Notificação de receita
intercambiável com genéricos – pois nem todo similar passa C2 e C3 especial
pelo teste de vigilância farmacêutica Receituário do Programa da
OBS: Deve ser sempre identificado por nome comercial ou DST/AIDS ou sujeita à
marca. C4 Receita de controle especial
em duas vias.

Notificação de receita tipo A

Medicamento Isento de Prescrição (MIP)


Não exige receita na hora da compra. • Cor: Amarela
• Medicamentos relacionados nas listas A1 e A2
Para ser MIP tem que estar na lista da Anvisa (Entorpecentes) e A3 (Psicotrópicos)
Necessário: • Validade após prescrição: 30 dias
• Valido em todo o território nacional
• Pertencer a uma classe de fármacos na RDC. • Quantidade máxima de prescrição para: 30 dias de
• Comprovação de no mínimo 10 anos de tratamento
comercialização no Brasil • Limitado a 5 ampolas por medicamento injetável.
• Documentação de comprovada segurança
• Indicação para tratar sinal ou sintoma identificável Exemplo: Morfina (A1) – Tramadol (A2) –
pelo paciente Metilfenidato (A3)
• Utilização por curto período
Notificação de receita tipo B
• Fácil manejo pelo paciente
• Baixo risco de mau uso/abuso/intoxicação pelo
paciente
• Não ser injetável
Medicamento com exigência de prescrição para venda
Deve ser prescrito por médico, dentista ou médico-
veterinário. • Cor: Azul
• Medicamento sem retenção de receita • Medicamentos relacionados na lista B1
• Medicamento com retenção de receita (Portaria nº (Substâncias Psicotrópicas)
344 de 12 de maio de 1998) • Validade após prescrição: 30 dias
• Válido somente no estado emitente
Exemplo: Na compra do Rivotril e Ritalina é necessário a • Quantidade máxima de prescrição para: 60 dias de
retenção de receita. tratamento
• Limitada a 5 ampolas por medicamento injetável
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Exemplo: Diazepam OBS: deve vir acompanhado do Termo de consentimento


de risco e consentimento pós-informação.
Notificação de receita tipo B2
Exemplo: Isotretinoina (Tratamento de acne).

Prescrição

Documento legal pelo qual se responsabilizam quem


prescreve (médico, cirurgião, dentista), quem dispensa o
medicamento (farmacêutico) e quem o administra
• Cor: Azul (enfermeiro) – estando sujeito a legislação de controle e
• Medicamentos relacionados na lista B2 (Substâncias vigilância sanitária.
Psicotrópicas Anorexígenas)
• Prescrição Farmacêutica – MIP e terapia não
• Validade após prescrição: 30 dias
farmacológica
• Válido somente no estado emitente
• Prescrição de Enfermagem – solicitar exames
• Quantidade máxima de prescrição para: 30 dias de
complementares, prescrever medicamento e
tratamento
encaminhar.
Exemplo: Sibutramina
Somente terá validade a receita que:
Notificação de receita de controle especial
• Estiver em vernáculo, por extenso e de modo
• Cor: Branca legível, observados a nomenclatura e o sistema de
• Receita de controle pesos e medidas oficiais
especial – em duas • Contiver o nome e o endereço residencial do
vias. paciente
• Medicamentos das • Expressar o modo de como usar o medicamento
listas C1, C3, C4 e C5 • Contiver data e assinatura do profissional, endereço
• Validade após do consultório ou residência, e numero de inscrição
prescrição: 30 dias no respectivo Conselho profissional
• Valido em todo o
Padrão de prescrição
território nacional
• Número de Nome e enderenço do
medicamentos porreceita: no máximo 3 substâncias profissional ou da instituição
da lista C1 e C5 e no máximo 5 substancias da lista de trabalho
C4. Cabeçalho Registro profissional e
• Quantidade máxima de prescrição para: 30 dias de numero de cadastro de
tratamento pessoa física ou jurídica
• Limitado a 5 ampolas para injetáveis Especialidade do
profissional
Retinóides de uso sistêmico Nome e endereço do
Supreinscrição paciente
• Cor: Branca Idade quando pertinente e
• Medicamentos símbolo Rx (receba)
relacionados na Nome do fármaco
lista C2 Inscrição Forma farmacêutica
(Substâncias Concentração
retinóides de uso sistêmico). Subinscrição Quantidade total a ser
fornecida
• Validade após prescrição: 30 dias
Orientações do profissional
• Válido somente no estado da Federação emitente para o paciente
Adscrição
• Quantidade máxima de prescrição para: 30 dias de
Data e assinatura Carimbo
tratamento
• Limitado a 5 ampolas para injetáveis
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Geram:
Drogas – são todas as substâncias que alteram as funções
do organismo vivo, resultando em mudanças fisiológicas e/ou • Perca de percepção, aquidade visual e deformação
comportamentais. de cores
O 1º alvo das drogas de uso abusivo é o – Sistema • Sensação alterada de tempo e espaço
Dopaminérgico Mesolímbico. • Sensação de enorme prazer ou medo intenso
• Facilidade em entrar em pânico e exaltação
Esse sistema origina-se na área tegmentar ventral (ATV) – • Delírios com roubos e perseguições
encontrada no Tronco encefálico, que se projeta para o –
nucleus accumbens, amígdala, hipocampo e córtex pré- Dependência X Adição
frontal.
Dependência física
Os neurônios do ATV são produtores de – Dopamina. Individuo usa rotineiramente
pois acha necessário para
Drogas depressoras do SNC manter o bem-estar ou
Dependência impedir um desconforto
Álcool – Ansiolíticos – Heroína – Inalantes físico
Não atua ativando o
Geram: Sistema Mesolímbico
dopaminérgico
• Menor capacidade de raciocínio e concentração Dependência psicológica
• Relaxamento exagerado Faz uso compulsivo e
• Aumento da sonolência Adição ou Adicção recorrente, ativando o
Sistema Dopaminérgico
• Diminuição da sensação de dor
Mesolímbico
• Dificuldade em fazer movimentos delicados
• Diminuição da rentabilidade no trabalho

Drogas estimulantes

Tabaco – Cafeína – Ecstasy – Cocaína

Geram:

• Sensação intensa de euforia e poder


• Estado de excitação
• Diminuição do sono e apetite
• Pressão alta

Drogas alucinógenas
As substâncias de adição possuem um alvo molecular
LSD – Chá de cogumelos – Maconha específico e distinguem-se em 3 classes:

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Receptores acoplados à Alterações físicas ou


1º grupo Proteína G10 psicológicas que surgem ao
Opióides (Morfina) se suspender o uso da
Receptores inotrópicos ou droga.
canais iônicos Abstinência Os neurônios do núcleo
2º grupo Nicotina – Álcool – accumbens produzem –
Benzodiazepínicos – altos níveis de Dinorfina e
Anestésicos GABA nos neurônios da
Transportados de projeção da ATV =
3º grupo dopamina redução da Dopamina
Cocaína – Anfetamina
Classificação das drogas
OBS: As drogas que provocam Adicção – aumentam o nível
de Dopamina. Drogas que ativam receptores acoplados à Proteína G10

Tolerância X Abstinência Essas drogas inibem os neurônios por meio de


hiperpolarização pós-sináptica e regulação pré-sináptica da
É a adaptação do cérebro
liberação do transmissor.
após ser exposto várias
vezes as drogas de adição
• Opioides
Tolerância É necessária uma maior
dose da droga para • Canabinoides
produzir o efeito desejado • Ácidos y-hidroxibutírico (GHB)
• Alucinógenos
A tolerância pode ser Inata ou Adquirida:
Opioides
São variações individuais na
sensibilidade à droga que Família de agonistas exógenos e endógenos em 3
estão presentes desde sua
receptores acoplados à proteína G:
1ª administração
Álcool – pessoas alta
Inata sensibilidade só precisam de
2 drinques para sentir os
efeitos, já pessoas com OBS: Todos possuem efeitos distintos.
baixa sensibilidade
necessitam de vários
drinques. Na ATV, os opioides causam – inibição dos
Desenvolve-se com o interneurônios inibitórios GABAérgicos e levando à
passar do tempo e desinibição dos neurônios dopaminérgicos.
pode ser:
Farmacodinâmica – Gera síndrome de abstinência (2 à 8 dias) – raramente
causada pela redução da desenvolve adição.
Adquirida concentração de um
fármaco ou duração de Opioides mais comuns são a – Morfina,
ação mais curta Heroína., Codeína e Oxicodona.
Farmacocinética – causada
pelo aumento da Tratamento
capacidade de metabolizar Super Naloxona
ou excretar a droga ao dosagem (antagonista de opioides)
longo do tempo Usa-se opioides de ação
Adição de Opióides longa: Metadona –
Bruprenosfina
Desintoxicação Naltrexona

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• Nicotina
• Álcool
Canabinoides • Benzodiazepínicos
Ligam-se aos receptores • Anestésicos
CB¹, pré-sinápticos, e • Alguns inalantes
Canabinoides endógenos inibem a liberação de
Glutamato ou GABA Nicotina (Cigarro)
Ex: 2-araquidolnil glicerato
(2-AG) e Anandamida Mecanismo de ação: liga-se ao canal iônica – estimulando a
Provocam desinibição dos produção de Dopamina no nucleus accumbens e no córtex
neurônios dopaminérgicos pré-frontal, e estas ligam-se ao receptor dopaminérgico no
Canabinoides exógenos por meio da inibição pré- neurônio pós-sináptico.
sináptica dos neurônios
GABA na ATV. • É um agonista seletivo do receptor nicotínico de
Maconha e THC Acetilcolina.
• Ativada pela Acetilcolina
OBS: Maconha pode causar esquizofrenia em indivíduos com
• Sua abstinência é discreta.
predisposição.
Tratamento
Ácido y-hidroxibutírico (GHB) Administra-se nicotina em
A própria Nicotina (Citisina) formas que são absorvidas
É produzido no metabolismo do GABA – sua função lentamente – mascada,
endógena é desconhecida. inalada ou via transdérmica.
Vareniclina Cessa o tabagismo
OBS: É a droga colocada nas bebidas de mulheres Bupropiona Antidepressivo
(conhecida como “droga do estupro”).
Benzodiazepínicos
É um agonista fraco, inibe apenas os neurônios GABA –
porém, em doses mais elevadas ele também hiperpolariza os São prescritos como ansiolíticos e soníferos.
neurônios dopaminérgicos, inibindo a liberação de dopamina.
• Gera dependência
LSH – Mescalina - Psilocibina (Alucinógenos) • Geram desinibição dos neurônios dopaminérgicos

• Não gera dependência e nem adição Álcool


• A exposição repetitiva causa = tolerância
• NÃO estimulam a liberação de dopamina e sim de Altera a função de vários receptores:
– Glutamato no córtex
• Ácido y-aminobutírico (GABA)
O principal alvo dos alucinógenos é o – receptor 5HT². • Glutamato
• Dopamina
Esse receptor acopla-se a proteína G e gera trifosfato de • Serotonina
Inositol (IP³), levando a liberação de cálcio intracelular. • Acetilcolina
• Opioides endógenos
Drogas com efeitos mediados via receptores ionotrópicos
Tratamento
Podem exercer efeitos combinados sobre os neurônios Benzodiazepínicos Gera morte em pacientes
dopaminérgicos e GABA – provocando o aumento da com coma alcoólico
liberação da Dopamina. Dissulfiram Tratamento para
desintoxicação
Além disso, bloqueia a receptação ou estimulam a liberação
NÃO vesicular de dopamina – provocando acumulo de
dopamina extracelular.
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Cetamina e Feniciclidina (PCP) São drogas nefrotóxicas – que dependem do receptor


NMDA e afetam os neurônios serotoninérgicos e
• “Droga do clube” – das discotecas dopaminérgicos.
• Foi desenvolvida como anestésico para crianças e
remédios veterinários Ex: Ritalina
• Não gera dependência e nem adicção.
Ecstasy (MDMA)
Gera um antagonismo dos receptores NMDA.
• “Bala”
Inalantes • Tem afinidade pelo Transportados de Serotonina
(SERT) – gerando aumento da concentração
Alteração da função dos receptores ionotrópicos e dos extracelular de serotonina.
canais iônicos em todo o SNC
A MDMA possui vários efeitos tóxicos agudos – Hipertermia,
Loló – Lança perfume – Tintas – Esmaltes que associada à desidratação, pode ser fatal (os usuários
tentam compensar a hipertermia bebendo quantidades
Exemplo: Oxido nitroso liga-se aos receptores NMDA aditivos excessivas de água, gerando uma intoxicação hídrica
de combustíveis e aumentam a função do GABA. envolvendo hiponatremia graves, convulsões e morte).

Drogas que se ligam a transportadores de aminas biogênicas

• Cocaína
• Anfetaminas
• Ecstasy

Cocaína

É um alcaloide encontrado nas folhas de – Erythroxylon coca.

• No SNP a cocaína – inibe os canais de sódio


regulados por voltagem, bloqueando a iniciação e a
condução dos potenciais de ação.
• No SNC a cocaína – bloqueia a captação de
Dopamina, Norepinefrina e Serotonina por meio de
seus receptores transportadores.

O bloqueio do transportador de dopamina (DAT) – ao


aumentar as concentrações de dopamina no núcleo
accumbens, foi implicado nos efeitos de recompensa.

Possui maior dependência e alto poder de adicção.

Merla – Coca – Crack – Pasta de coca

Ainda não possui tratamento.

Anfetaminas

Formam um grupo de fármacos simpatomiméticos sintéticos


que liberam – Dopamina e Norepinefrina.

16
LETÍCIA TIMBÓ
APOSTILA DE INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

Cascata de Prescrição
A reação adversa – é qualquer resposta prejudicial ou
É a utilização de um novo medicamento para tratar a
indesejável a um medicamento, que se manifesta após a
reação adversa de outro fármaco.
administração de doses normalmente utilizadas.
O médico pode interpretar essa reação como uma condição
OBS: O médico não é o culpado, mas precisa conhecer as
que requer tratamento.
reações para contorna-las, evitando assim a Cascata de
prescrição. Medicamentos mais frequentes na Cascata de prescrição –
anti-hipertensivos, AINES e antibióticos.
É gerado pelo usuário do
medicamento, mesmo A cascata por ser prevenida por:
obedecendo a dose
prescrita • Medidas não farmacológicas
Reação adversa Quando tomo o • Redução da dose
medicamento • Inicia-se um novo medicamento com dose baixa e
corretamente e mesmo ajusta-se gradualmente até a obtenção do efeito
assim tive desconforto. desejado.
É qualquer ocorrência
desfavorável que aparece
quando o paciente está em Exemplo: Nimesulida + Omeprazol
uso de medicamento
Evento adverso abaixo ou acima da dose Paciente tomou Nimesulida e sentiu
Pode ser causado por queimação, para a correção disso ele utilizou
incorreções de dose – via Omeprazol.
ou intervalo de
administração – omissão de Exemplo: Captopril + Xarope
doses.
Captopril é utilizado para hipertensão e gera
OBS: O medicamento causa efeito, e já o redução da pressão arterial, mas também
usuário apresenta reação adversa. gera tosse seca.
Ao observar a tosse, o paciente utiliza o
Xarope (achando ser uma virose)
Exemplo: Nimesulida
Exemplo: Antibióticos
Paciente tomou Nimesulida e sentiu
desconforto no estômago (queimação), por Geram muitas reações adversas.
que isso ocorre?
Paciente encontra-se com a garganta
O medicamento inibe a enzima COX¹ inflamada (infecção bacteriana) e é prescrito a
produtora de muco (efeito negativo), gerando Amoxicilina de 8 em 8hrs por 7 dias, mas
a queimação e também inibe a enzima COX², além das bactérias da garganta ele matou
diminuindo a inflamação e dores (efeito também bactérias da flora intestinal, gerando
positivo). diarreia no paciente que associa ele a um
alimento estragando indo atrás de uma nova
medicação. 17
LETÍCIA TIMBÓ
APOSTILA DE INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

Gera incapacidade
permanente
Epidemiologia das reações adversas Ameaçadora Necessita de hospitalização
prolongada.
Principais órgãos afetados são:

• Sistema Hematológico Fatores predisponentes


• Sistema Gastrointestinal
• Pele Idade

OBS: Antineoplásicos e Antibióticos são os mais envolvidos Os idosos apresentam maior probabilidade de serem
nas reações adversas. admitidos em hospitais devido reações adversas.

Classificação das reações Essas reações são determinadas por:


Muito comum
• Polifarmácia
Comum
Frequência Incomum • Comorbidade
Rara • Uso desnecessário
Muito rara • Seleção inadequada
Tipo A • Uso a longo prazo sem avaliação.
Mecanismos Tipo B
Leve Medicamentos que devem ser evitados nos idosos:
Gravidade Moderada Benzodiazepínicos (Rivotril, Clonazepam, Digoxina e
Grave Antidepressivo tricíclico).
Ameaçadora
As crianças (neonatos) e lactantes também são mais
Tipo A Tipo B suscetíveis as reações adversas.
Resposta exagerada Resposta bizarra
Previsível Não previsível Medicamentos que devem ser evitados nas crianças:
Depende da Não depende da dose Cloranfenicol (síndrome do bebê cinzento) e Dexametasona
dose (paralisia cerebral).
Incidência alta Incidência baixa
Morbidade alta Morbidade baixa Gênero
Reações mortais Alta mortalidade
Manejo: ajuste da dose ou Manejo: suspensão do Mulheres possuem reações adversas 2x mais e são mais
substituição fármaco susceptíveis, independe da frequência de utilização.
Ex: Sonolência causada Ex: Hipersensibilidade
pelo Rivotril (Choque anafilático) As razões podem ser: fatores psicossociais, estilo de vida,
diferenças hormonais, farmacodinâmica e farmacocinética.
Passageira
Sem necessidade de Raça e características genéticas
Leve tratamento especial e nem
suspensão do fármaco. A metabolização mais lenta ou mais rápida e o caráter de
Gera inconveniência ou acetilação lenta aumenta o risco de reações adversas.
preocupação
Moderada Interfere nas atividades do EX: Síndrome de Stevens-Johnson (Lesões na mucosa e
usuário região genital – Eritema polifórmico) é mais comum em
Melhora com tratamento Taiwan, Tailândia e Malásia, devido ao HLA-B.
simples
Gera irritação Algumas pessoas possuem Colinesterase atípica, que
Grave Necessita de tratamento e prolonga a duração de ação de bloqueadores
hospitalização neuromusculares como Succinilcolina

18
LETÍCIA TIMBÓ
APOSTILA DE INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

OBS: A Farmacogenética vai possibilitar minimizar os riscos


de reposta inadequada ou de maior toxicidade. . Exemplo 2

Associação de medicamentos Paciente toma benzodiazepínicos (Rivotril) e sente


sonolência
A chance de uma pessoa que utiliza de 3 a 4 medicamentos
tem reação adversa é bem maior.
Hipersensibilidade
Consumo de álcool
Decorre da sensibilização prévia do indivíduo a substância
Pode potencializar as reações adversas ou causar doenças estranha, mediada por mecanismos imunológicos.
que são atribuídas as reações.
Varia de organismo para organismos, depende do fator
Mecanismos de produção da Reação Adversa genético, da quantidade de vezes que se ingere aquela coisa,
depende do meio social – é multifatorial.
Sobredosagem relativa
Paciente tem alergia a qualquer medicamento no seu corpo.
São doses terapêuticas que atingem concentrações
superiores às habituais, por modificações farmacocinéticas Exemplo 1
(insuficiência renal)
Urticária e Anafilaxia – inflamação, calor, rubor,
OBS: A dose não é tomada em excesso, ela atinge a edema e dor.
sobredosagem devido a um problema fisiológico (geralmente
renal).
Farmacovigilância – é a ciência relacionada com a detecção,
avaliação, compreensão e prevenção de reações adversas
Exemplo 1
ou qualquer outro problema relacionado com medicamentos.
Paciente tem insuficiência renal e é tratado
Relato de caso 1
com Aminoglicosídeos (Amicacina) que se
acumula no corpo do paciente – causando um Paciente feminina, 54 anos,
aumento da incidência de surdez. branca, queixa de edema +
artralgia (dores) + parestesia
Exemplo 2
(formigamento) e foi para a
Paciente tem insuficiência renal e é tratado Emergência, a equipe médica
com Digoxina (acumula-se no corpo do suspeitou de Síndrome do
túnel.
paciente) – causando intoxicação digitálica.
Tratamento: AINEs (Nimesulida)
Efeitos colaterais
IgM+ para Chikungunya – utilizou-se Hidroxicloroquina
Inerente à própria ação do fármaco, porém, seu 400mg/dia/30 dias
aparecimento é indesejável em determinada situação.
Após 25 dias de tratamento – apareceu Eritema multiforme
(lesões na pele) gerados pela Hidroxicloroquina.
Exemplo 1
Foi internada por 5 dias fazendo uso de
Paciente toma anti-inflamatórios (Nimesulida) que
geram distúrbios gastrointestinais. hidrocortisona (corticoide).
Após a alta hospitalar, o exame clínico confirmou artrite
reumatoide e não Chikungunya.

19
LETÍCIA TIMBÓ
APOSTILA DE INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

Relato de caso 2

Paciente masculino,
53 anos, procura
serviço de urgência
oftalmológica no
qual é diagnosticada
com conjuntivite.

Após dias, em uma emergência odontológica relata uma


ardência bucal, ao fazer o exame foram observadas lesões
vesículo-bolhosas ulcerativas na cavidade bucal e lábios.

Informou estar tomando: Alopurinol, nimesulida, sinvastatina,


omeprazol e frontal.

O quadro evoluiu rápido e o mesmo foi internado no setor


de queimados com diagnóstico de Síndrome de Stevens-
Johnson.

20
LETÍCIA TIMBÓ
APOSTILA DE INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

Ocorre quando uma grande Essa interação pode:


quantidade de
Polifarmácia medicamentos é ingerida • Melhorar a eficácia terapêutica
ao mesmo tempo • Reduzir os efeitos adversos.
(4 a 5, ou mais) • Exacerbar os efeitos farmacológicos
OBS: Idosos são mais sujeitos a interações, pois seus • Antagonizar os efeitos terapêuticos
processos cinéticos já são mais afetados pela idade, sendo Exemplo: Fármaco A possui um efeito e o B possui outro –
assim, utilizam a Polifarmácia. mas quando A e B estão juntos, temo um terceiro efeito
A utilização de mais de um medicamento simultaneamente, criado pela interação
configura uma associação medicamentosa e gera alguns Tipos de Interações
resultados, entre elas o – Indiferentismo farmacológico.
São chamadas de interações físico-químicas ou
Quando cada substância
incompatibilidades
Indiferentismo associada age
farmacológico independentemente das Efeito resultante da
demais (sem alteração de interação de um
ação ou efeito). Farmacocinética medicamento na absorção,
distribuição, metabolismo
Interação Medicamentosa ou excreção de outro.
Ocorrência em nível de
É um evento clínico que se traduz por alteração detectável sítio de ação – quando 2
de cunho quantitativo ou qualitativo e acarreta manifestações Farmacodinâmica ou mais medicamentos
não terapêuticas. atuam no mesmo receptor,
órgão ou sistema fisiológico.
“Interações medicamentosas são ações recíprocas dos Pode ser: sinérgica ou
componentes ativos dos medicamentos”. antagônica
Alteração físico-química
As interações NÃO ocorrem apenas entre os decorrente da associação
medicamentos, mas também entre a qualquer situação à de 2 ou mais
qual o paciente esteja submetido. medicamentos
Incompatibilidade in vitro
• Medicamento-alimento
medicamentosa (fora do organismo)
• Medicamento-enfermidade
(Farmacêutica) Pode gerar – diminuição
• Medicamento-teste diagnóstico da atividade do fármaco,
• Medicamento-substancia química formar um novo
• Medicamento-medicamento composto ou aumentar a
OBS: Crianças são o grupo de risco, devido à falta de toxicidade
maturidade de algumas vias metabólicas
Interações sinérgicas
A utilização de plantas medicinais e fitoterápicos em
Ocorre por efeitos e
automedicação aumentam a probabilidade de interações
mecanismos de ação
Adição semelhantes – gerando um
efeito mais potente

21
LETÍCIA TIMBÓ
APOSTILA DE INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

Ex: Resfenol - Naldecon Grau de interação


– Bengrip – Coristina D
Mesmo efeito, mas Interações leves Efeitos imperceptíveis
Somação mecanismos diferentes Interações moderadas Efeitos nocivos
Efeito maior do que a soma Efeitos letais ou produzem
dos efeitos isolados Interações graves danos irreversíveis
Potencialização Maior duração e maior
intensidade
Ex: Melanta plus – Cefaliv – Interações farmacocinéticas
Bismujet – Cartrax
Fatores que o fármaco interage a nível Farmacocinético:
OBS: Somação é mais seguro e efetivo.
Alteração do pH
Nível de Quelação
Interações antagônicas
absorção Alteração da motilidade
Ações contrárias Alteração da mucosa
Salbutamol X Propranolol Nível de Indução enzimática
Antagonismo farmacológico Antidotismo metabolismo Inibição enzimática
(-) (Benzodiazepínico X Nível de Influencia na secreção e
Flumazenil) excreção reabsorção do fármaco
Furosemida X Cloreto de
potássio pH na absorção
Carvão ativado
Efeito corretivo (+) AAS X Bicarbonato de Ocorre alteração das cargas elétrica no fármaco, capazes de
sódio produzir fármacos iônicos ou sem cargas.
Benzodiazepínicos X
Flumazenil Maior a dificuldade de
+ ionizado atravessar as membranas
Interações ocultas lipossolúveis
Maior a facilidade de
É um indutor enzimático – - ionizado atravessar as membranas
quando álcool chega no
Etanol hepatócito faz com que Ex: Cetoconazol e Hidróxido
aumente as enzimas
metabolizantes Quelação
Interações medicamentosas
Fitoterápicos podem ser benéficas ou É a formação de complexos insolúveis no TGI – que
maléficas resultam na formação de precipitados que não são
Ambulatoriais X permeáveis a mucosa intestinal.
Pacientes Hospitalizados
Os hospitalizados são mais Ex: Tetraciclina (antibiótico) com íons Ca+ (leite)
fáceis de monitorar
Motilidade
OBS: Antibiótico + Álcool – o álcool aumenta a taxa de
degradação/metabolização do medicamento, diminuindo seu Fármacos estimulam o peristaltismo
tempo de meia-vida, dessa maneira o nível de antibiótico cai
e as bactérias resistentes replicam-se. Ex: Ciclosporina e Digoxina

OBS: Psicotrópicos + Álcool – ocorre um sinergismo Mucosa


(potencialização) e ambos vão gerar depressão do SNC,
podendo causar coma. Fármacos que causam danos a mucosa intestinal

Ex: Neomicina ou Metrotexato quando interagem com a


Vitamina B12.
22
LETÍCIA TIMBÓ
APOSTILA DE INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

Interações que afetam a distribuição • Reduz os ricos de resistência bacteriana


• Aumento da adesão ao tratamento quando na
Ocorre quando os fármacos competem para ligar-se a mesma formulação
mesma proteína – um terá mais afinidade química, ligando-se • Antagonistas – anula efeitos indesejados ou
em uma proporção maior que o outro. intoxicação
O fármaco livre procura outro sítio de ligação e assim Desvantagens
potencializa a ação.
• Aumenta os efeitos indesejáveis (Nefrotoxicidade)
Interações que afetam o metabolismo
• Associações em dose fixa na mesma formulação
Diminui atividade da enzima reduz ajustes de doses individuais
CYP • Desconhecimento dos efeitos das interações muito
Diminui a velocidade do fitoterápicas
metabolismo
Inibidor enzimático Favorece a excreção Identificação e prevenção de interações medicamentosas
Aumenta a concentração
do fármaco no sangue • Conhecer as características dos fármacos
Aumenta a • Realizar adequada anamnese farmacológica, incluindo
biodisponibilidade
terapias pregressas, dados clínicos e laboratoriais,
Gera intoxicação
fatores genéticos
Aumenta a atividade da
enzima CYP • Evitar polifarmácia
Aumenta a velocidade do • Evitar associações em doses fixas
metabolismo
Diminui a concentração do Indutor enzimático
fármaco no sangue
Diminui a biodisponibilidade
Gera falha terapêutica

• Inibidores enzimáticos = Omeprazol – Fluconazol –


Fluxetina – Cimetidina
• Indutores enzimáticos = Barbitúricos –
Carbamazepina – Primidona – Fetoína – Rifamicina

Interações Farmacodinâmicas

São mais previsíveis que as interações cinéticas.

Competição

2 fármacos reconhecem o mesmo receptor e competem


por ele – produzindo uma ação semelhante ou contrária.

Ex: Formoterol e Propranolol

Vantagens X Desvantagens

Vantagens

• Aumento da eficácia terapêutica


• Redução do efeito tóxico: redução das doses
• Maior duração do efeito por reduzir a eliminação
23
LETÍCIA TIMBÓ
APOSTILA DE INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

Conjunto de sinais e
Toxicologia – é a ciência que estuda os efeitos nocivos sintomas devido interação
decorrentes de interações de substâncias químicas com o Intoxicação do agente tóxico com
organismo – avaliando a segurança do seu uso. características da pessoa –
gera efeito nocivo.
Pai da Toxicologia Toxicidade Capacidade de gerar danos
ao organismo
Paracelsus dizia que:
Agente capaz de
“O que diferencia o veneno do medicamento é a dose.” antagonizar os efeitos
Antídoto
Ou seja, mesmo que o objetivo seja promover benefícios, tóxicos de uma substância
pode-se gerar danos a depender da dose.
Fases de Intoxicação
Áreas da Toxicologia
• Fase de exposição
Toxicologia dos alimentos -
• Fase toxicocinética
Estudo do que tem no
Toxicologia ambiental meio que pode gerar efeito • Fase toxicodinâmica
nocivo no individuo • Fase clínica
Toxicidade de medicamentos Efeitos tóxicos promovidos
por alguns medicamentos Vias de exposição
Nível de exposição a
Toxicidade ocupacional substancias tóxicas durante • Inalatória
o ambiente de trabalho • Oral
Toxicidade Impacto social causado pela • Ocular
social droga • Dérmica

Divisão da Toxicologia OBS: A exposição pode ser proposital ou acidental


Experimental Estudos realizados em Exemplo: Babosa – uso tópico (cicatrização) X uso oral
animais ou in vitro.
(tóxica).
Análise qualitativa ou
Analítica quantitativa para identificar
uma intoxicação Toxicocinética
Análise de sinais, sintomas
Clínica e alterações funcionais e É o modo como o corpo reage ao agente tóxico.
orgânicas.
Estudo da relação entre a – quantidade de agente tóxico
Conceitos que atua sobre o organismo e a concentração dele no
plasma.
Substancias químicas que
Agente tóxico ou toxicante são capazes de produzir Fatores que modificam as fases da Toxicocinética:
efeito tóxico
Substância capaz de gerar Absorção
Veneno intoxicação ou morte em
baixas doses. É a capacidade do medicamento em atravessar as
membranas biológicas até alcançar a corrente sanguínea.

24
LETÍCIA TIMBÓ
APOSTILA DE INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

Propriedade físico-químicas: pH – constante de ionização – Testes toxicológicos


integridade de barreias biológicas
Existem 5 tipos de ensaios de toxicidade:
Distribuição
• Aguda
Ao chegar na corrente sanguínea e linfática, o fármaco se • Subcrônica
distribui podendo ter um órgão alvo ou ficar aprisionado em
• Crônica
um determinado tecido.
• Teratogenia
Biotransformação • Embriotoxicidade

O mesmo composto na mesma dose, pode ser mais tóxico Tratamento


para um idoso do que para um adulto, devido:
Níveis de evidência A Ensaios clínicos
• Fatores internos – polimorfismo genético, Relatos de casos – estudos
Níveis de evidência B e C observacionais – opiniões
raça/espécie, idade, estado nutricional, estado
patológico
O tratamento ocorre antes do diagnóstico estabelecido:
• Fatores externos – indutores e inibidores
enzimáticos. • Medida de suporte – manter os sinais vitais do
paciente
Eliminação
• Diagnóstico diferencial – de acordo com o quadro
O fármaco pode ser excretado pela – via urinaria, fecal, suor, clínico
ar e exalada. • Medidas de descontaminação
• Terapia específica
Fases
Exposição Vias de introdução Abordagem inicial do paciente
Absorção – distribuição –
Toxicocinética biotransformação – • Assintomático ou variados graus evidentes de
eliminação intoxicação
Toxicodinâmica Natureza da ação
• Avaliar os riscos potenciais
Toxicodinâmica Efeito nocivo
• Considerar descontaminação gastrointestinal
• Tratar complicações
Prevenção contra a Toxicidade
Considerar
• Paciente e medicamento certo
• Hora, via e dose certa • Dose ingerida
• Compatibilidade medicamentosa • Tempo transcorrido desde a ingestão
• Orientação ao paciente • Presença de sintomas ou sinais
• Direito a recursar o medicamento • Existência previa de doenças cardíacas, respiratórias
• Anotação correta e renais
• Níveis séricos específicos do fármaco
População mais susceptível
OBS: A intubação só é necessária quando o paciente não
• Adultos com retardo mental for capaz de proteger as vias respiratórias
• Idosos polimedicados
• Adolescentes e adultos jovens em uso recreativo Diagnóstico
de medicamentos
Prescritos
• Pacientes deprimidos ou com quadros psicóticos
Isentos de prescrição
Medicamentos Fitoterápicos
Suplementos dietéticos

25
LETÍCIA TIMBÓ
APOSTILA DE INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

Substancias ilícitas Bloqueio dos receptores


dopaminérgicos
Avaliar Comum em pacientes com
Parkinson e que usam
• Vias respiratórias Síndrome extrapiramidal antipsicóticos
• Estado mental Crise oculógira – protrusão
• Tamanho da pupila de lábios e língua –
• Reflexos distorção facial – caretas –
tics
• Pele
Síndrome Oxidação da hemoglobina =
• Temperatura metemoglobinêmicos hipóxia
• Tônus muscular Cloroquina e Dapsona
• Atividades peristálticas Superdosagem de
antidepressivo = aumento
Síndromes tóxicas dos níveis de serotonina
Síndrome serotoninérgica Acatisia (agitação) – tremor
Aumento da atividade dos – hipertonia muscular –
receptores muscarínicos e hipertemia
nicotínicos = atividade
excessiva da Acetilcolina Medidas gerais
Síndrome colinérgica Sudorese – peristaltismo –
aumento da tonicidade – Objetivo: diminuir o contato do agente tóxico, reduzindo o
espasmos musculares –
efeito sistêmico.
bronquioespasmos – cólica
Efeitos contrários da
Descontaminação gastrointestinal
Acetilcolina – antagonista
Síndrome anticolinérgica aos receptores
• Tempo transcorrido desde a exposição
muscarínicos
Boca e pele seca – sem (até 1 hora)
sudorese • Toxicidade do agente
Uso abusivo de opiácidos e • Disponibilidade, eficácia e contraindicação do
opióides procedimento
Depressão respiratória – • Gravidade e riscos de complicações
Síndrome narcótica neurológica – distúrbios
psíquicos e sensoriais – Lavagem gástrica
miose – retardo de
esvaziamento gástrico e • Até 1 hora após a exposição
constipação • Intoxicações específicas – substância altamente
Exposição de – Ansiolíticos, tóxica e sem antídoto
anticonvulsivantes e etanol • Riscos: aspiração, arritmia, perturbação gástrica
Disartria – sonolência –
• Evitar: Vômitos excessivos e agentes facilmente
Síndrome coma – depressão – miose
– hipotensão – bradicardia absorvidos no estômago.
hipnótico-sedativa
– hipotermia
Carvão ativado
Aumento da atividade
simpática
Vasoconstricção – • Até 1 hora a partir da exposição oral
Síndrome simpaticomimética aumento da PA – • Quando não há contraindicação ou ingestão de
taquicardia – fármaco letal que seja absorvido por carvão ativado.
broncodilatação
Cocaína – anfetamina – OBS: O Carvão ativado não absorve elementos iônicos.
cafeína – efedrina

26
LETÍCIA TIMBÓ
APOSTILA DE INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

Aumento da eliminação Opioides Nalaxona

Irrigação intestinal total

• Ingestão potencialmente total ou alta toxicidade


• Medicamento de liberação controlada
• Medicamento com revestimento entérico
• Ingestão de grande quantidade de ferro

Usa-se: solução eletrolítica ou polietinolenoglicol 1 a 2L/h até


o efluente letal torna-se límpido

Contraindicação: Hemorragias e perfuração intestinal.

Diurese forçada

Aumento da eliminação de toxina secretadas pelos rins

Usa-se: carga de volume, aumentando a taxa de filtração


glomerular (diurético)

Pode causar: comprometimento da capacidade de fluidos e


eletrólitos, sobrecarga de fluidos (edema
pulmonar e cerebral)

Remoção extracorpórea

São medidas demoradas, de aumento da eliminação – onde


o agente tóxico não requer ação imediata

• Hemodiálise
• Dialise peritoneal
• Hemoperfusão
• Hemofiltração
• Plasmoférese
• Exsanguineo transfusão

Antídotos

Agente tóxico Antídoto


Paracetamol Acetilcisteína
Anticolinérgicos Fisiostigmina
Anticolinesterásicos Atropina
Benzodiazepínicos Flumazenil
Betabloqueadores Glucagon
Bloqueadores dos canais de Cloreto de cálcio ou
cálcio glucagon
Digoxina Anticorpos específicos para
digoxina
Hipoglicemiantes Dextrose ou Glucagon
Ferro Mesilato de deferoxamina
Isoniazida Piridoxina

27
LETÍCIA TIMBÓ
APOSTILA DE INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

Farmácias vivas
É o uso de plantas
medicinais em suas Qualidade
diferentes formas
Fitoterapia farmacêuticas
Não ocorre utilização de
substâncias ativas isolada
(mesmo de origem Baixo
Segurança
vegetal). custo

Fitoterápicos

São produtos obtidos da matéria prima ativa vegetal (exceto


Eficácia
substâncias isoladas) – com finalidades
profiláticas, curativas ou paliativas.
É um programa de assistência social farmacêutica voltado
Fitoterápicos Proveniente de uma única
para as comunidades carentes.
simples espécie vegetal
Fitoterápicos Provenientes de várias Busca fortalecer a Fitoterapia como uma opção terapêutica
compostos espécies vegetais no SUS.

Definições importantes O projeto tinha como objetivo: plantas, cultivas e distribuir


mudar, além de incentivar a criação de hortas comunitárias.
Plantas cultivadas ou não,
Planta medicinal que possuem um propósito Preparações caseiras
terapêutico
Plantas medicinais com Chás
Droga vegetal substâncias responsáveis Temos os chás oficiais e os populares.:
pela ação terapêutica
Produto extraído da planta • Chá oficial – é uma efusão obtida de uma planta
medicinal fresca ou da específica.
droga vegetal – que • Chá popular – é qualquer fitoterápico em água.
Derivado vegetal contêm substâncias
terapêuticas. O chá pode ser preparado por:
Existe na forma de: extrato
– óleos – cera - exsudato Água fervente sobre a
Compreende a planta droga vegetal
Matéria prima medicinal, a droga vegetal Infusão Folhas – flores –
vegetal ou o derivado vegetal. inflorescências – frutos
Droga na água fria e bota
para ferver
Talos – cascas – sementes
Decocção – raízes duras.
Ex: Canela e Sucupira

28
LETÍCIA TIMBÓ
APOSTILA DE INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

Droga vegetal em água fria Um único Vários princípios


Maceração São drogas com Modo de ação principio ativo ativos atuam em
com água substâncias termolábeis atua no receptor conjunto
Ex: Aroeira Concentração Concentração Concentração
do princípio ativo definida variável
Efeitos Farmacológicos Princípio ativo Obtido
Produção do isolado ou diretamente da
Os efeitos farmacológicos das plantas fazem parte do seu -
medicamento sintetizado droga vegetal
metabolismo secundário:

• Defesa contra o meio Algumas vezes pode-se utilizar o fitoterápico como uma
• Atração de polinizadores opção terapêutica, em substituição ao medicamento
alopático (sintético) ou em conjunto com este medicamento.
Fitocomplexo
Fitoquímicos
É um conjunto de substâncias ativas com – ação
farmacológica sinérgica. Principais grupos Fitoquímicos:

Podem modificar interações – farmacocinéticas e • Alcaloides


farmacodinâmicas. • Flavonoides
• Óleos essenciais
São responsáveis pelo – efeito terapêutico suave e pela
• Glicosídeos
redução dos efeitos colaterais.
• Saponinas
Exemplo: efeito da Valeriana é atingindo apenas quando se • Taninos
administra o Fitocomplexo. • Terpenoides
Fitofármacos Adaptógenos
Substância purificada e isolada a partir de matéria prima Aumentam a resistência não especifica do organismo às
vegetal com uma estrutura química definida e atividade influências externas (infecções e estresse) e melhoram a
farmacológica. capacidade de resposta global (adaptação, memória, reflexos
e energia)
Usado como ativo em medicamentos profiláticos, paliativos
ou curativos. Substâncias Fitoterápicas
OBS: Os compostos isolados que passam por qualquer etapa Equinácea
de semi-síntese ou modificação em sua estrutura química –
NÃO são considerados fitofármacos. • Echinacea purpúrea
Exemplo: Digitalis purpúrea L. – indicada para insuficiência Propriedades farmacológicas
cardíaca congestiva – seu princípio ativo é a Digoxina
(Glicosídeo cardiotônico) Imunomodulação Aumento de celularidade =
aumento de defesa
Exemplo: Atropa beladona L – indicada como midriático Atividade Atividade antiviral e
(dilatador pupilar) – seu princípio ativo é a Atropina (alcaloide). Antimicrobiana antibacteriana

Exemplo: Papaver somniferum L. – indicado como Ativos


hipnoanalgésico (elimina a sensação de dor sem gerar perda
de consciência) – seu princípio ativo é a Morfina • Terpenoides
(alcaloide isolado do ópio) • Compostos fenólicos
• Flavonoides
Alopáticos X Fitoterápicos • Polissacarídeos
Características Alopático Fitoterápico
Princípio Mistura de
ativo Único princípios

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LETÍCIA TIMBÓ
APOSTILA DE INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

Ginko Panax ginseng

• Ginko biloba L. Nome popular – Ginseng ou


Ginseng coreano
Propriedades farmacológicas

Aumento do óxido nítrico A parte utilizada é a: raiz, caule


Efeito Cardiovascular endógeno e folha.
Antagonismo ao fator de
ativação plaquetária Composição química
Antioxidante -
Efeito sobre o SNC Melhora cognitiva • Extrato ginsenosídeos.

Ativos Efeitos farmacológicos

• Diterpenos • SNC (aumento da capacidade de proliferação de


• Flavonoides e Flavonóis progenitores neurais e aumento nos níveis de
• Extrato de Flavonoides glicosídeos acetilcolina, serotonina, norepinefrina e dopamina)
• Antioxidante e anti-inflamatório
Reações adversas • Antiestresse
• Náuseas • Analgesia
• Cefaleias • Anticâncer
• Problemas gastrointestinais leves
OBS: Ajuda a melhorar o desempenho físico e mental –
• Dermatites
funciona como um Adaptógeno.
Contraindicações
Reações adversas (Síndrome do abuso)
Contraindicado em interações com antiagregados –
pacientes que associam Varfarina ou AAS, podem
• Insônia
apresentar hemorragias.
• Nervosismo
Rhodiola rósea • Euforia
• Diarreia matinal
Nome popular – Rhodiola • Erupções cutâneas
ou raiz de ouro • Picos hipertensivos

É um tipo de Adaptógenos Contraindicações


que ajuda no controle da
ansiedade e ajuste no nível Para pacientes que tomam medicamento psiquiátricos,
do Cortisol. estrogênio ou hipoglicemiantes, além disso deve ser evitado
em combinação com a Varfarina.
Composição química

• Extrato padronizado 3% de salidroside. Hipérico

Withania somnifera Nome popular – Hypericum


perforatum
Nome popular –
Ashawagananda e Ginseg Ação farmacológica
indiano
Tem ação antidepressiva –
Composição química inibe a atividade da MAO A (inibindo a degradação da
serotonina e da noradrenalina) e inibe também a recaptação
• Withanolídeos da serotonina, noradrenalina e dopamina.
• Alcaloides e esteroides lactonas
30
LETÍCIA TIMBÓ
APOSTILA DE INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

Interações Capim santo e Erva cidreira


Diminuem a atividade de drogas anticoagulantes, digoxina e
ciclosporinas – pois alteram o metabolismo hepático.
Capim santo
Reações adversas (raras)

• Problemas gastrointestinais
• Reações cutâneas e alérgicas
• Fadiga
Erva cidreira
• Agitação

Ansiolíticos

São receptores de GABA/MAO


Ações terapêuticas

• Calmante (citral)
Valeriana • Espamolítica (citral)
• Analgésica (mirceno)

Toxicidade

Prostatite benigna – por conta da atividade hormonal do


Kava-Kava citral.

Açafrão

Maracujá – Passiflora Nome – Cúrcuma longa L.


Atividade farmacológica
Ação farmacológica
• Antioxidante
A Crisina liga-se aos receptores
• Estimula a secreção
benzodiazepínicos –
de bile
promovendo ação de calmante
e tranquilizante. • Inibe a vida NF-kB

OBS: Uso popular do suco de Aroeira do sertão


fruta.
Nome – Myracrodruruon
Toxicidade
Atividade farmacológica
• Alterações
• Anti-inflamatória
respiratórias
• Cicatrização
• Dispneia
• Antiulcerogênica sobre
• Cianose
mucosas
• Náuseas e
• Moderada atividade
vômitos
antimicrobiana
• Cólicas e diarreias
• Distúrbios gastrointestinais Indicações

• Elixir – úlcera, gastrite, dispneia e azia


• Creme – ferimentos da pele e mucosas

31
LETÍCIA TIMBÓ
APOSTILA DE INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

Alho Indicações onde os fitoterápicos podem


ser usados como coadjuvantes para
Categoria 3 uma terapia básica
Doenças hepáticas e das vias
Nome – Allium sativum respiratórias
Indicações onde o uso dos fitoterápicos
não é adequada – pela possibilidade de
Atividade farmacológica Categoria 4 retardar ou impedir uma terapia racional
com medicamentos sintéticos
Hipocolesterolêmico – Tratamento primário de câncer
síntese do colesterol
Antiplaquetário – inibe a
Efeitos cardiovasculares síntese de tromboxano ou
estimula a síntese de óxido
nítrico

Inibe as enzimas contendo


Efeito antimicrobiano tiol necessárias para os
microrganismos
Menor incidência de
Efeito antineoplásico cânceres em indivíduos
com alto consumo de alho

OBS: Os efeitos do alho podem ser benéficos para pacientes


com Aterosclerose.
Efeitos adversos

• Náuseas
• Hipotensão
• Alergia
• Sangramento (raro)
Contraindicações
Contraindicado para pacientes que utilizam fármacos
anticoagulantes (Varfarina, Ácido acetilsalicílico, Ibuprofeno) –
em razão de efeitos antiplaquetários.

Categorias terapêuticas para fitoterápicos

Indicações que os fitoterápicos são a


opção de 1ª escolha (onde não existe
Categoria 1 medicamento sintéticos)
Hepatites tóxica – Hiperplasia benigna de
próstata
Indicações em que os medicamentos
sintéticos podem ser substituídos por
fitoterápicos
Categoria 2 Estados leves de ansiedade ou
depressão – Dispepsia não ulcerosa
neoplásica – Infecções urinária
inespecíficas

32
LETÍCIA TIMBÓ
APOSTILA DE INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

• Racional
Pesquisa e desenvolvimento de novos fármacos • Ética
• Científica
Pesquisas básicas ocorrem dentro das Universidades e as
• Ter metodologia adequada
clínicas nas Indústrias farmacêuticas
Fases do desenvolvimento
• Aprimoramento e ampliação de meios disponíveis
de tratamento
• Produção de novos fármacos que reduzem o
sofrimento e salvam vidas.

Contexto Histórico

Após a década de 1940


O Ápice ocorreu na 2ª
Guerra Mundial – quando os
Nazistas pegavam os judeus,
os colocavam em campos de
concentração e faziam
diversos experimentos em Etapa clínica
condições desumanas.
Descoberta do fármaco
Ex: Varfarina (anticoagulante) – foi descoberta por um
fazendeiro que percebeu que o gado estava alimentando-se Etapa 1 Identificar ou elucidar um
de uma planta que gerava hemorragia exacerbada. novo alvo para o fármaco
Planejamento racional de
uma nova molécula com
Julgamento de Nuremberg (1947) Etapa 2 base na compreensão de
mecanismos biológicos e da
Os médicos foram julgados por fazerem testes estrutura do receptor do
fármaco
em humanos sem o consentimento.
Triagem da atividade
Além disso, a partir desse ano – qualquer pesquisa Etapa 3 biológica do fármaco
de desenvolvimento de medicamentos, Modificar quimicamente
uma molécula ativa
obrigatoriamente, precisava ser realizada em
Etapa 4 conhecida – resultando em
animais laboratoriais e só depois em humanos. um análogo do tipo
“eu também”

As etapas 1 e 2 são conduzidas em laboratórios de pesquisa


Revolução na Prática médica acadêmica, mas a 3 e 4 são em indústrias.
(últimos 60 anos)
Essa pesquisa translacional envolve as etapas Pré-clínicas e
Descoberta de antibióticos – quimioterápicos e vacinas, além clínicas.
do tratamento de doenças intratáveis (HIV).
A criança e utilização terapêutica tinha que ser:
33
LETÍCIA TIMBÓ
APOSTILA DE INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

Triagem dos fármacos • Determina efeitos bioquímicos e fisiológicos


Experimentos ao nível molecular, celular, de sistêmica Toxicidade crônica
orgânico e do animal para definir o –
Perfil farmacológico (mecanismo de • 6 meses
ação e seletividade) • Utiliza-se 3 doses
• Teste com um roedor e outra espécie não
Essa triagem pode revelar efeitos tóxicos roedora
(esperados ou inesperados). • Feita quando se pretende usar fármacos em
OBS: Onde existe bons modelos preditivos pré-clínicos humano por períodos longos
(antibacterianos, hipertensão ou doença trombótica) – • Realizado simultaneamente com os ensaios clínicos
existem fármacos excelentes. • Determina efeitos bioquímicos e fisiológicos

Definição do papel farmacológico Efeito sobre o desenvolvimento reprodutivo

• Mostra se o fármaco foi mal absorvido ou Verifica-se o comportamento de acasalamento, reprodução,


rapidamente metabolizado prole, defeitos congênitos e desenvolvimento pós-natal.
• Verifica a necessidade de modificação da droga – Existem 5 categorias: A, B, C, D e E.
melhorando a sua biodisponibilidade
• Descobre um fármaco de sucesso ou “composto Não há risco de
líder”. A malformação na gestação
Só pode ser prescrito a
Segurança e Toxicidade Pré-clínicos B partir da 9ª semana de
gestação
OBS: TODOS os fármacos são tóxicos em alguns indivíduos
CeD Caso o benefício seja
em alguma dose.
maior que o risco
Objetivo de: estimar o risco associado à exposição do E Não pode prescrever
individuo ao fármaco e considerar isso no contexto das
necessidades terapêuticas e no tempo de uso. Potencial carcinogênico

Estudos Pré-clínicos de toxidade buscam – identificar efeitos É necessário analisar quando se pretende usar o fármaco
tóxicos potenciais em seres humanos. em longos períodos.

Dose sem Dose máxima que não Potencial mutagênico


efeito causa efeito tóxico Testa-se o efeito sobre a estabilidade genética e mutações
Dose letal Dose mínima que mata um em bactérias.
mínima animal
Dose letal Dose que mata 50% dos
mediana (LD50) animais Metas dos estudos Pré-clínicos

Testes de segurança: • Identificação de efeitos tóxicos


• Previsão das toxicidades mais
Toxicidade aguda relevantes a serem monitoradas em
• 48 horas estudos clínicos.
• Teste com 2 espécies de animais utilizando 2 vias – Limitações dos estudos pré-clínicos
faz análise da dose máxima e mínima.
• Determina a dose aguda que é letal. • Testes de toxicidade consomem
tempo e são caros
Toxicidade subaguda ou subcrônica • É necessário um grande número de
• 2 semanas a 3 meses de testes animais
• Quanto mais longa a duração esperada do uso • Não são identificados todos os efeitos
clínico, mais longo é o teste tóxicos
• Efeitos colaterais raros não são
detectados 34
LETÍCIA TIMBÓ
APOSTILA DE INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

Ensaios Clínicos Abertos Sujeito e investigador


conhecem o grupo alocado
• Estudo experimental Sujeito desconhece o
• Participantes são distribuídos aleatoriamente em Simples cego grupo alocado, mas a
grupos equipe conhece
• Estudos de medicamentos, procedimento, vacinas e Sujeito e investigador
dietas. Duplo cego desconhecem a alocação
nos grupos
Experimental Medicamento em teste Triplo Sujeito, investigador e
Medicamento de referência cego observado desconhecem
Controle ou Placebo
Randomizado
Fatores de confusão em Ensaios clínicos:
É o melhor método para distribuir um sorteio.
História natural variável das doenças • Não escolhe os pacientes
• Fazem a divisão de grupos de forma aleatória
Doenças tendem a aumentar e diminuir em gravidade e
algumas até desaparecem espontaneamente. Não randomizado

Deve-se realizar o – Planejamento cruzado. • Informações sobre a composição e fonte do


fármaco
Presença de outras doenças e fatores de risco • Informações química e da fabricação
• Dados de estudos em animais
Doenças e fatores de riscos conhecidos e desconhecidos – • Planos propostos para os ensaios clínicos
podem influenciar os resultados de um ensaio clínico (estilo • Nomes dos médicos que conduzirão os ensaios.
de vida)
Fase 1: Segurança
Viés de sujeito e observador
• Voluntário sadio
A maioria dos pacientes reponde de maneira positiva a • Realização em centros de pesquisa
intervenção terapêutica por pessoal médico interessado e • Curta duração
cuidado – Resposta placebo. • Número reduzido de participantes (20 – 100)
• Podem ser não-cegos
• 30% a 40% dos pacientes que recebem placebo • Toxicidades previsíveis são detectadas
tem efeito positivos
• Os placebos possuem efeitos colaterais e toxicidade Objetivos
• Para evitar o viés de sujeito (resposta-placebo), • Encontrar a dose máxima tolerada
utiliza-se o método simples-cego.
• Estabelecer se o novo medicamento pode ser
• Para evitar o viés do observados deve-se utilizar o administrado com segurança em humano
método duplo-cego.
• Obter dados farmacológicos que sirvam de base as
demais fases
Adesão
Fase 2: Segurança – Eficácia e Posologia
A adesão do paciente ao medicamento é fundamental para
o sucesso do medicamento. • Pessoa tem a doença alvo daquele fator que está
investigando
Estudos Controlados • Realizados em centros clínicos especiais (Hospitais
universitários)
É a comparação dos resultados entre os grupos. • Duração: entre 6 a 24 meses
• 100 – 200 participantes
Utilizado para tratamento com o medicamento em
experimentação.

35
LETÍCIA TIMBÓ
APOSTILA DE INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

Objetivos

• Verificar se além de seguro é eficaz


• Estabelecer a eficácia clínica e a incidência de
reações adversas
• Definir os esquemas posológicos e as doses
apropriadas
• Coletar dados farmacológicos, farmacocinéticos e
metabólicos para aprimorar a utilização do fármaco.
• Apenas 25% dos fármacos inovadores passam para
a fase 3

Fase 3: Segurança e Eficácia

• Voluntário com a doença em estudo


• 1000 – 6000 participantes
• Duração de: 3-5 anos
• Utilização de técnicas: duplo-cego e cruzadas
Objetivos

• Rever os erros e estabelecer a eficácia clínica


• Continua a avaliar a segurança
• Fase de registro para ser comercializado na fase 4
• São projetados para minimizar os erros causados
por efeitos placebos, curso variável de doenças
• Se os resultados foram satisfatórios, faz-se o pedido
para permissão de comercialização da nova droga.

Fase IV: Vigilância farmacológica

É o monitoramento da segurança do novo fármaco sob


condições reais de uso, em grande número de pacientes.

• Não tem tempo exato


• Reações adversas vão ser analisadas
• Grupos grandes com enfermidade
Objetivos
Revisão, aprofundamento e vigilância farmacológica.

Ensaios clínicos em Oncologia

Em casos de urgência, os processos de testes


pré-clínicos e clínicos são acelerados.
Para doenças potencialmente fatais, o FDA
permite a comercialização controlada mesmo
antes que os estudos se completem.
Essa aprovação acelerada em casos especiais, é
concedida com a exigência de que seja feito um
monitoramento cuidadoso da sua efetividade. 36
LETÍCIA TIMBÓ
APOSTILA DE INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

Farmacocinética – consiste no estudo do movimento do A velocidade e eficácia da absorção dependem do – sítio de


fármaco no organismo administração e da formulação do fármaco.
Os processos farmacocinéticos são – absorção +
Além do local de ação, os fármacos podem ser:
distribuição + biotransformação ou metabolismo + excreção.
A utilização da farmacocinética pode ampliar o sucesso • Distribuídos nos reservatórios teciduais (onde tem
terapêutica e diminuir a ocorrência de efeitos adversos dos afinidade)
fármacos. • Ligar-se a locais inesperados, gerando reações
adversas
Absorção • Ir ao fígado, onde são metabolizados e
transformam-se em uma molécula inativa.
Consiste na transferência de fármaco do seu local de
administração para o compartimento central (circulação Caminho do fármaco
sistêmica).
O fármaco passa por todo o TGI, chega ao Intestino – onde
O fármaco encontra-se na sua forma livre e liga-se a é desmanchado, liberando o seu princípio ativo que vai
proteínas plasmáticas – pois a maioria dos fármacos são atravessar várias membranas celulares.
insolúveis no plasma, já as proteínas são solúveis, essa
ligação facilita o transporte do medicamento. Mecanismos para atravessas as membranas celulares

Porém, para chegar ao seu local de ação, é necessário que Transporte Transporte paracelular
o fármaco esteja livre. – dessa maneira, o fármaco liga-se as ativo Difusão
proteínas e é deslocado, mas se desprende para ligar-se aos Transporte Difusão facilitada
passivo Transportadores de
seus receptores no local de ação.
fármacos

OBS: Fármacos administrados por via intravenosa NÃO Biodisponibilidade ou Metabolismo


sofrem absorção.
É a proporção de droga administrada que atinge a circulação
sistêmica logo após a administração por qualquer via.

37
LETÍCIA TIMBÓ
APOSTILA DE INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

Percentual da dose que atinge o sítio de ação” A inibição da Glicoproteína-P e do metabolismo da parede
intestinal – pode está associado a um aumento da absorção
Dose Biodisponibilidade é igual á dos fármacos.
intravenosa unidade
Biodisponibilidade pode ser Distribuição
menos que 100% - devido a
Dose oral extensão incompleta da A perfusão sanguínea é um aspecto importante na
absorção através da distribuição.
parede intestinal e
eliminação na 1ª passagem O aumento da perfusão está diretamente relacionado com o
pelo fígado.
aumento da distribuição de fármaco.
OBS: Na administração intravenosa, os efeitos podem ser
OBS: Órgãos que recebem maior volume de sangue por
imediatos, porém com o risco de aumento de efeitos
peso corporal, tem maior taxa de distribuição.
adversos – motivando a lenta administração do fármaco.

Dosagem terapêutica Dosagem normal Volume de distribuição (Vd)


1ª dose é sempre maior
que todas as outras – as Esse volume (Vd) correlaciona a quantidade de fármaco no
Dosagem terapêutica com
outras são apenas para corpo com a concentração do fármaco (C.) no sangue:
dose de ataque
manter o fármaco
Dosagem Concentração superior á
tóxica terapêutica
Abaixo da terapêutica – os
Dosagem subterapêutica efeitos desejados não são
atingidos. Vd < 0,071 L/kg Droga está na circulação
Droga atingiu tecidos
OBS: A Biodisponibilidade pode cair para níveis Vd > 0,071 L/kg específicos
subterapêuticos, caso o paciente esqueça de tomar uma
O Vd pode ser definido em relação ao sangue, plasma ou á
dose – nesse caso, é indicado tomar o medicamento assim
água.
que lembrar e não pular a dose.
O volume calculado a partir dessa equação é o –
Situações que alteram a biodisponibilidade
Volume Aparente
Ocorre acumulo de drogas
Metabolismo hepático – pois não ocorre Fármacos que possuem o Vd muito alto, tem concentrações
metabolização mais elevadas no tecido extravascular, do que no
Disfunção Se reflete no metabolismo compartimento vascular – dessa maneira, NÃO são
hepática hepático distribuídos de forma homogênea.
Problema no
Insuficiência cardíaca bombeamento sanguíneo. Depuração ou Clearance (Cl)
congestiva
Problemas Produzem efeitos tóxicos
renais quando não são eliminados.

É uma extensão da absorção


A depuração (CL) de um fármaco é o fator que prediz a
Após a administração oral, o fármaco pode ser absorvido de velocidade de eliminação em relação à concentração do
forma incompleta – devido à falta de absorção do intestino. fármaco (C.).
OBS: Alguns fármacos podem não ser absorvidos por conta
Os principais sítios de eliminação de fármacos são os –
de um transportados inverso associado com a
rins e o fígado.
Glicoproteína-P.

38
LETÍCIA TIMBÓ
APOSTILA DE INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

Eliminação não modificada Eliminação de 1ª passagem


Rins
Eliminação ocorre por meio Após a absorção da parede intestinal, o sangue da Veia
de biotransformação do Porta leva o fármaco ao Fígado (antes de ir para
Fígado fármaco, que gera a Circulação sistêmica).
metabólitos.
Alguns fármacos podem ser metabolizados na parede
A eliminação do fármaco NÃO é saturável e a velocidade intestinal ou no sangue da porta, mas é o Fígado o grande
dessa eliminação é diretamente proporcional à concentração. responsável pelo metabolismo antes do fármaco atingir a
circulação.
A depuração anormal pode ser prevista quando há
deficiência na função dos rins, fígado ou coração. OBS: Qualquer um desses sítios contribui para a redução da
Biodisponibilidade.
OBS: A depuração de fármacos pode ser um indicador útil
de insuficiência renal, cardíaca e hepática. A Depuração sistêmica NÃO é afetada pela Biodisponibilidade
– porém, a Depuração pode afetar a extensão da
Tipos de eliminação dos fármacos: Biodisponibilidade.
Eliminação de capacidade limitada As concentrações sanguíneas terapêuticas podem ser
alcançadas pela – Via oral – caso as doses maiores sejam
Para esses fármacos, a depuração varia de acordo com a
administradas. – só que nesse caso, irá ocorrer o aumento
concentração do fármaco.
das concentrações metabólicas.
Esse tipo de eliminação também é chamada de: Ordem
Algumas vias alternativas podem ser utilizadas em casos de:
mista – Saturável – Dependente de dose ou concentração
conveniência, para maximiza a concentração no sítio de
– Não linear – Eliminação de Michaelis-Menten.
ação e minimiza-la em outros locais, para prolongar a
Esse padrão de eliminação é importante para: Etanol – duração da absorção ou para evitar o efeito de 1ª passagem.
Fenitoína – Ácido acetilsalicílico.
O efeito de 1ª passagem pode ser evitado quando se utiliza:
Eliminação dependente de fluxo
A absorção sublingual
Em qualquer concentração, a maior parte do fármaco no Comprimidos propicia acesso direto ás
sublinguais veias sistêmicas (não
sangue vai ser eliminada na 1ª passagem através dos órgãos.
portais)
A eliminação desses fármacos – depende da sua velocidade Preparados Propicia acesso direto às
ao órgão responsável pela eliminação. transdérmicos veias sistêmicas
Entram em vasos que
São fármacos de “extração alta” – pois são quase drenam diretamente para a
totalmente extraídos do sangue pelo órgão. Veia cava inferior –
Supositórios retais evitando o Fígado.
Fatores importantes – fluxo de sangue para o órgão + Esses supositórios algumas
ligação das proteínas do plasma. vezes movem-se para
regiões onde tem veias
Tempo de meia-vida que levam para o Fígado.

É o tempo gasto para que a concentração do OBS: Fármacos administrados por inalação também
contornam o efeito de 1ª passagem hepática, porém, o
fármaco no organismo seja reduzida à sua
Pulmão pode servir como um sítio de perda na 1ª passagem
metade durante a eliminação.
por excreção.
Indica o tempo necessário para se atingir 50%
do estado de equilíbrio – ou para diminuir 50%
das condições de equilíbrio após uma mudança
na velocidade de administração.

39
LETÍCIA TIMBÓ
APOSTILA DE INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA

Tempo no efeito de fármacos Concentração-alvo em um esquema de dosagem racional

Efeitos imediatos Um esquema racional de dosagem se baseia no pressuposto


de que há uma – concentração-alvo que produz efeito
Os efeitos dos fármacos estão diretamente relacionados terapêutico desejado.
com as concentrações plasmáticas – mas, não é linearmente
proporcional a concentração. A partir dos fatores farmacocinéticos, podemos individualizar
o regime de doses para obtenção da concentração-alvo.
Efeitos retardados
Concentração-alvo inicial: é escolhida a partir da extremidade
As alterações nos efeitos dos fármacos são retardadas em mais baixa da faixa de concentração efetiva.
relação a mudança de concentração plasmática.
Em alguns casos, essa concentração-alvo também depende
Esse retardo reflete – o tempo necessário para que o do objetivo terapêutico específico.
fármaco se distribua do plasma para o sítio de ação.
Doses de manutenção
O retardo devido á distribuição é um fenômeno
Farmacocinético. – essa distribuição pode ser responsável Os fármacos são administrados para manter um estado de
pelo curto retardo de efeitos após injeção intravenosa rápida equilíbrio do fármaco no corpo (só se dá
de agente ativos no SNC. fármaco suficiente para repor o eliminado)

Razão comum para os efeitos retardados de fármacos – é a No estado de equilíbrio – a velocidade de administração
reposição lenta de uma substancia fisiológica que esteja deve ser igual á velocidade de eliminação.
envolvida na expressão do efeito do fármaco.
Estimativas de velocidade de administração e concentração
Fármacos acumulativos média em estado de equilibro que podem ser calculadas
utilizando a depuração, NÃO depende de modelos
Alguns fármacos estão mais relacionados com ação farmacocinéticos específicos – ao contrário, a determinação
acumulativa do que ação rapidamente reversível. de concentrações máximas e mínimas no estado de
equilíbrio requer premissas adicionais sobre o modelo
Exemplo: o acúmulo de Aminoglicosídeos no córtex renal farmacocinético.
gera – lesão nos rins.
Doses de ataque
Embora os esquemas de dosagem produzam a mesma Quando o tempo para se alcançar um estado de equilíbrio é
concentração média em estado de equilíbrio – o esquema apreciável – administra-se uma dose de ataque que eleve de
de doses intermitentes leva as concentrações de pico muito imediato a concentração do fármaco no plasma para a
mais altas, que saturam um mecanismo de captação no concentração-alvo.
córtex, gerando menor acumulo de Aminoglicosídeos.
OBS: Só é necessário a computação da quantidade da dose
OBS: Fármacos utilizados para tratamento de câncer reflete de ataque.
uma ação acumulativa.
Embora a estimativa da quantidade da dose seja correta, a
velocidade de administração é crucial na prevenção de
Acúmulo de Fármaco concentrações excessivas do fármaco.

. Após doses repetidas, o fármaco acumula-se no


corpo até que pare sua administração – isso
ocorrer pois leva um tempo infinito para
eliminação total de uma dose.

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