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INSTITUTO POLITECNICO DE SAUDE DE MOCAMBIQUE

CURSO DE FARMACIA, TURMA: ____

Tecnologia farmacêutica iI

Comprimidos

Lichinga, Outubro de 2023

Pascoal Jeremias Carumeia (Farmaceutico) 02-10-23


Comprimidos
Conteúdos

 Generalidades

 Conceito e tipos

 Regras de Preparação

 Manipulação de pós

 Granulação, compressão e preparação de comprimidos

 Tipos Especiais de comprimidos

 Selecção, acondicionamento e verificação de comprimidos


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Comprimido
Generalidades

Actualmente os comprimidos constituem a forma farmacêutica mais utilizada,


representando cerca de 40 a 70% de todas formas de dosificação.

É atribuída ao químico inglês Willian Brockedon a preparação dos primeiros


compridos em 1843 de bicarbonato de potássio. O processo da compressão de
pós na tecnologia farmacêutica foi introduzida no mesmo ano.

A maioria destes são destinados a administração oral, porem, podem também


ser administrados por outras vias como a vaginal, por via hipodérmica (em
injectável ou em implantação) . Igualmente podem ser utilizadas em
preparações extemporâneas de soluções.

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Comprimido
Generalidades

A aplicação local pode destinar-se a conseguir a desinfecção da pele ou das


mucosas ou, mais simplesmente, a proporcionar uma aromatização, como no
caso dos comprimidos contendo «sais» de banho.

Do ponto de vista analítico é bem conhecido o emprego de tampões de pH, bem


assim como outros reagentes que se encontram comercializados sob a forma de
comprimidos.

É bem conhecida a utilização dos comprimidos como depuradora de águas.


(comprimidos de cloraminas, de iodetos com iodatos)

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Comprimidos
Generalidades

Vantagens dos comprimidos

Precisão na dosagem;

Conservação geralmente ilimitada ou pelo menos muito melhor do que


a apresentada pelas soluções;

Rapidez na preparação;

Economia, atendendo à facilidade de produção e rendimento;

Boa apresentação; fácil deglutição; reduzido volume.


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Comprimidos
Conceito

“Os comprimidos são preparações sólidas contendo uma dose de uma ou de


várias substâncias activas. obtidos aglomerando por compressão um volume
constante de partículas ou por um outro processo de fabricação apropriado
como a extrusão, a moldagem ou a liofilização”. (FP 9ª ed.)

Alguns são deglutidos ou mastigados, outros são dissolvidos ou desagregados


em água antes da administração e outros devem permanecer na boca para aí
libertarem a substância activa.

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Comprimidos
Conceito

“Os comprimidos são formas farmacêuticas sólidas de dosificação unitária obtidas


por compressão mecânica de granulados ou misturas de pós com um ou vários
princípios activos com adição de diversos excipientes”. (José Luis Vila Jato )

“Os comprimidos são formas farmacêuticas sólidas contendo substâncias


medicamentosas com ou sem diluentes adequados e preparados por
compressão ou por métodos de moldagem”. (Remington)

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Comprimidos
Conceito

“Preparações farmacêuticas de consistência sólida, forma variada,


geralmente cilíndrica ou lenticular, obtidas agregando, por meio de
pressão, várias substâncias medicamentosas secas e podendo ou não
encontrar-se envolvidos por revestimentos especiais”.

Tecnologia Farmacêutica, Prista, L.N., Alves, A.C.,


Morgado, R., Sousa Lobo, J.M., vol. I
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Comprimidos
Tipos
Em função da sua apresentação e forma de administração recomendada.

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Comprimidos

Manipulação de pós

Para que haja comprimidos é necessário que exista um pó, obedecendo a


determinados requisitos, o qual se comprime numa câmara de compressão
formada na matriz da máquina.

À primeira vista parece suficiente dispor de um produto e de uma máquina de


compressão para se obterem comprimidos. Isto, porém, só sucede num número
muito restrito de substâncias (substâncias directamente compressíveis).

Para que se consiga fazer a compressão da maioria das substâncias é necessária a


presença de adjuvantes, que têm por fim diluir o produto, aglutinar as suas
partículas, facilitar a desagregação do comprimido, evitar as aderências do pó aos
punções e à matriz, facilitar o escoamento do distribuidor, etc.
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Comprimidos

Manipulação de pós – Adjuvantes

Os adjuvantes utilizados na preparação de comprimidos podem dividir-


se em:

 Diluentes  molhantes

  Corantes
Absorventes
  tampões
aglutinantes
  Aromatizantes
desagregantes
  edulcorantes.
Lubrificantes

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Comprimidos

Manipulação de pós – Adjuvantes

Tecnológicos (Primários)
Específicos (Secundários)

Excipientes cuja utilização é função da Excipientes cuja utilização depende das


características do fármaco ou de outros
forma farmacêutica a preparar e que factores não diretamente relacionados com a
surgem, em regra, em quase todas as própria forma farmacêutica e que, por isso,
fórmulas correspondentes a uma aparecem pontualmente nas fórmulas.
determinada forma farmacêutica.
(Diluentes, Aglutinantes, Lubrificantes (Absorventes, Molhantes, Aromatizantes,
Edulcorantes e Corantes)
e Desagregantes)
A adicao e obrigatoria A adição e facultativa

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Comprimidos

Manipulação de pós – Adjuvantes

1. Diluentes

se adicionam com a finalidade de originarem comprimidos de peso conveniente,


quando os princípios activos são empregados em muito pequenas quantidades.
Podem ser solúveis, insolúveis e mistos.

Solúveis — Entre eles citaremos a lactose, a sacarose, o cloreto de sódio, a nianita.


etc.

insolúveis — amidos (amidos de batata, de araruta, de mandioca, de trigo, de


milho, de arroz, até de banana), celulose,pó de cacau, caulino leite em pó…

Mistos — São obtidos por mistura de diluentes solúveis com insolúveis.


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Comprimidos

Manipulação de pós – Adjuvantes

2. Absorventes

se adicionam com a finalidade de absorver a água dos extractos ou de fixar


certos princípios voláteis, como as essências.

Outras vezes servem para incorporar princípios higroscópicos, evitando que a


humidade atmosférica ou residual dos pós provoque a alteração desses
princípios.

O fosfato tricálcico é considerado como um dos seus melhores absorventes.


Mais recentemente introduziu-se neste grupo de adjuvantes um gele de
sílica pulverizado, muito leve e de poros largos.

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Comprimidos

Manipulação de pós – Adjuvantes

3. Aglutinantes

Certas substâncias, não podem aglomerar-se, solidamente, qualquer que seja a pressão
que sobre elas se exerça. Para comprimir esses compostos é necessário adicionar-
lhes um aglutinante que, além disso, permitirá trabalhar com uma compressão
menor.

No entanto, deve procurar-se empregar a mínima quantidade possível de aglutinantes,


visto que estes produtos se opõem à desagregação dos comprimidos.

Os aglutinantes mais utilizados são os açúcares, como a sacarose (quer em pó, quer em
xarope), a glucose e a lactose. Empregam-se, ainda, os amidos. (usados em pó e em
solução ou dispersão)
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Comprimidos

Manipulação de pós – Adjuvantes

4. Desagregantes

Para acelerar a dissolução ou a desagregação dos comprimidos na água ou nos líquidos do


organismo é muitas vezes necessário introduzir, na massa do comprimido, uma ou mais
substâncias, designadas por desagregantes ou desintegrantes.

Com efeito, para que se verifique perfeita actividade terapêutica é necessário que os
comprimidos se desagreguem mais ou menos rapidamente, consoante a acção desejada

Os desagregantes efervescentes asseguram a desintegração por permitirem libertações


gasosas no interior do próprio comprimido. Para isso, as substâncias devem reagir com
água ou com suco gástrico, ou entre si, em presença de água.

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Comprimidos

Manipulação de pós – Adjuvantes

Os desagregantes actuam, geralmente, por três processos:

Inchando em contacto com a água, o que permite uma penetração rápida do líquido e
favorece a separação dos grãos constituintes do comprimido (amidos, pó de laminaria,
pectina, agar-agar, caseína, derivados da celulose, polpas secas de frutos, eu?.);

Reagindo com água ou com o ácido clorídrico do estômago e libertando gases, como o
oxigénio ou o anidrido carbónico (carbonatos, bicarbonatos, peróxidos, misturas
efervescentes, etc.);

Dissolvendo-se na água e abrindo canalículos que facilitam a desagregação dos


comprimidos (lactose, glicose, cloreto de sódio, etc.).

1.O poder de desagregação de um dado composto varia em razão directa com a


quantidade de água que é capaz de aborver e com a rapidez dessa absorção.
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Comprimidos

Manipulação de pós – Adjuvantes

5. Lubrificantes

substâncias capazes de assegurarem um completo enchimento da matriz e de


evitarem a aderência dos pós aos cunhos da máquina, durante a compressão.

Um bom lubrificante deve : facilitar o deslizamento do granulado do distribuidor


para a matriz; diminuir a tendência do produto para aderir aos punções e
matriz, e, por conseguinte, promover uma fácil ejecção dos comprimidos.

Os lubrificantes devem ser deslizantes e anti-aderentes, contribuindo, por para


melhorar a conservação dos punções e matriz e conferindo ao comprimido
aspecto mais brilhante e não pulverulento.
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Comprimidos

Manipulação de pós – Adjuvantes

Lubrificantes insolúveis em água

Talco, óleos vegetais, a parafina, o ácido esteárico, os estearatos, os oleatos,


etc.

Lubrificantes solúveis em água

Carbowax 4000, Carbowax 6000, o benzoato de sódio, o monoestearato de


polietilenoglicol (Myrj 51 e 53), o álcool láurico do polioxietilenoglicol (Brij
35), o ácido bórico, etc.

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Comprimidos

Manipulação de pós – Adjuvantes

6. Molhantes

Visto que os lubrificantes têm propriedades hidrófobas, para combater a repulsão


da água por parte dessas substâncias é conveniente incluir produtos molhantes
(sulfato de laurilo e sódio, dos sais de trietanolamina ou do Tween 80.)

Estes compostos opõem-se à libertação do pó durante a compressão, o que


representa uma vantagem no caso dos pós a comprimir serem tóxicos por via
respiratória.

A maioria destes compostos, tendo propriedades tensioactivas, provoca um


aumento da velocidade de desagregação dos comprimidos, que se embebem
mais facilmente pela água.
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Comprimidos

Manipulação de pós – Adjuvantes

7. Tampões

Havendo necessidade de se manter estável o pH duma fórmula, Por exemplo, na


preparação de comprimidos de penicilina G, para evitar a sua hidrólise ácida no
estômago recorre-se ao uso de tampões.

Tampões - (fosfatos alcalinos, o carbonato de cálcio, o citrato de sódio, o


glicinato de alumínio, o trissilicato de magnésio, a glicocola, etc.)

Nos comprimidos de aspirina, para evitar certas intolerâncias, especialmente a quem


abuse do seu emprego, associa-se o glicinato de alumínio, que impede a hidrólise
do analgésico.
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Comprimidos

Manipulação de pós – Adjuvantes

8. Corantes

A coloração dos comprimidos obedece a dois fins principais: tornar os comprimidos


mais atractivos e evitar confusões com comprimidos tóxicos.

Para as fórmulas de uso interno os corantes empregados devem ser os autorizados na


indústria alimentar. Atendendo a que muitos dos corantes azóicos podem
apresentar propriedades cancerígenas.

São incorporados a seco ou em soluções aquosas ou alcoólicas com que se molha o


pó a comprimir, originando colorações mais homogéneas. Um inconveniente é
poderem mascarar certas alterações dos constituintes dos comprimidos.
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Comprimidos

Manipulação de pós – Adjuvantes

9. Edulcorantes

Trata-se de substâncias empregadas para corrigir o gosto de uma dada preparação,


citando-se, entre elas, diversos açúcares, mais ou menos energéticos.

Como edulcorantes não energéticos são muito usados a sacarina ou o sacarinato de


sódio, os ciclamatos de sódio e de cálcio, etc.

Ultimamente, tem-se criado uma corrente de oposição à excessiva edulcoração,


que poderia dar origem a acidentes de intoxicação em crianças que
ingerissem os medicamentos como verdadeiras guloseimas.

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Comprimidos

Manipulação de pós – Adjuvantes

10. Aromatizantes

A sua utilização é normalmente complementar da dos edulcorantes,


empregando-se várias essências, como as de laranja, limão, cereja,
hortelã--pimenia, etc.

A aplicação destas essências é feita sob a forma líquida, absorvendo-se em


substâncias adequadas, mas podendo, também, utilizar-se sob uma
forma puverulenta conseguida por atomização (Essências do tipo
Soflor).
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Comprimidos

Manipulação de pós – Mistura dos constituintes

A mistura dos pós simples efectua-se em almofariz ou em misturadores,


ainda de acordo com a quantidade a preparar.

Em todos os casos é, porém, fundamental que se sigam, a par e passo,


as regras da preparação dos pós compostos.

A operação de mistura dos comprimidos pode ser de sistemas de dois ou


mais sólidos (mistura de pós) ou sistemas sólidos/líquidos (granulações a
húmido).
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Comprimidos

Manipulação de pós – Mistura dos constituintes

sistemas de dois ou mais sólidos - a mistura de pós pode processar-se por: difusão,
convexão e deslocação por deslizamento.

Difusão - redistribuição dás partículas ao acaso.

Convexão - movimento de grupos de partículas adjacentes, de um lugar para outro


da mistura.

Deslocação por deslizamento - mudança da configuração dos componentes,


mediante o deslizamento da mistura segundo planos definidos.

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Comprimidos

Manipulação de pós – Mistura dos constituintes

Mistura de sólidos com líquidos para a granulação podem ser consideradas três fases
importantes:

1. Aglomeração — A junção de líquidos (ex:soluções aglutinantes) aos pós, sendo em


parte o líquido absorvido por capilaridade para os interstícios das partículas.

2. Quebra dos aglomerados — deslocamento dos pós molhados leva à quebra dos
aglomerados em agregados de menores dimensões e de consistência muito menos
dura.

3. Formação da Pasta —os aglomerados tomam-se mais viscosos, a qual leva à


formação de uma massa ou pasta própria para granular.

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Comprimidos

Manipulação de pós – Mistura dos constituintes

Misturadores - maquinas capazes de proporcionarem uma mistura eficaz de pós secos.


Podem ser de dois tipos: recipiente fixo com agitador, ou recipiente móvel, podendo,
eventualmente, terem intensificadores de agitação.

Misturadores de recipiente fixo fornecem misturas mais perfeitas e apresentem maior


facilidade de carga e descarga, a mais simples limpeza.

Misturadores de recipiente móvel de tipo cúbico, bicónico e em V. constituídos por cilindros


ocos terminados em cone.

O seu movimento em torno de um eixo transporta o pó à medida que o cone ascende,


chegando este a um ponto em que cai por simples gravidade.

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Comprimidos

Manipulação de pós – Mistura dos constituintes


misturador de
recipiente fixo

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Comprimidos

Granulação - Granulação a seco

Pretendem-se obter, com máquinas de compressão adequadas, granulados


irregulares, vulgarmente designados por briquetes.

Numa primeira fase, a partir da mistura dos pós constituintes não adicionados de
lubrificantes, obtêm-se comprimidos sem se observarem quaisquer cuidados
especiais quanto a regularidade ou a peso.

Depois, os comprimidos imperfeitos assim preparados são fragmentados utilizando-


se crivos, moinhos de martelos ou tamisadores granuladores e conseguindo-se,
assim, um granulado, embora irregular, o qual se irá comprimir em definitivo após
adição de lubrificantes.

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Comprimidos

Granulação - Granulação a seco

Este aparelho, na figura ao lado é constituído por


dois cilindros metálicos, dentados, Um motor
acoplado que providencia o movimento dos cilindros
que rodam em sentido oposto.

Entre eles é lançada a mistura de pós a granular, a


qual é comprimida, agregando-se de modo
semelhante ao que sucedia nas máquinas de
compressão.

Posteriormente, fracturam-se os blocos agregados


num tamisador-granulador.

Útil no preparo de comp. de substâncias


higroscópicas ou de comprimidos de compostos
Pascoal Jeremias Carumeia (Farmaceutico) termolábeis. 02-10-23
Comprimidos

Compressão na obtenção de comprimido

os comprimidos resultam da compressão entre dois punções verticais e


uma peça perfurada, dita matriz.

O peso do comprimido não é determinado por pesagem individual, mas


por um método volumétrico, ou seja, pelo volume de granulado/pó que
fica aprisionado no sistema punções-matriz.

Para que este sistema volumétrico seja suficientemente exacto é


necessário que o produto apresente constância de características físicas,
como a tenuidade e a densidade.
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Comprimidos

Compressão na obtenção de comprimido

o punção superior desce e comprime a mistura que se encontra na câmara de


compressão formada na matriz, levando aquela mistura a um grau de dureza
regulável e voltando, depois, à posição inicial.

Simultaneamente, o punção inferior sobe, vindo rasar o plano superior da matriz


e, deste modo, o comprimido é elevado e expulso, recomeçando novo ciclo de
operações.

02-10-23

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Comprimidos

Compressão na obtenção de comprimido

A adesão e coesão das partículas nos comp. obtidos a aprtir de granulados a


húmido dá-se por pontes de líquido entre as partículas do pó gerando uma tensão
superficial das partículas. Já numa granulação a seco, são particularmente as
forças de atracção molecular as responsáveis pela adesão das partículas entre si.

A dureza dum comprimido resulta da pressão exercida sobre o granulado pelo


punção superior e depende, portanto, da posição do punção superior quando está
no ponto mais baixo do seu curso, posição essa também regulável.

Duma maneira geral, um comprimido deve ficar intacto quanto se deixa cair da
altura de um metro sobre um soalho, mas, por outro lado, deve ser facilmente
quebrado entre os dedos, dando uma fractura nítida.
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Comprimidos

Compressão na obtenção de comprimido

Máquinas de compressão

No domínio da oficina de farmácia, podem utilizar-se máquinas compressoras manuais.

A indústria farmacêutica só utiliza máquinas automáticas, as quais são de dois tipos:


máquinas de excêntrico, as mais utilizadas, e máquinas rotativas, empregadas apenas
para grandes produções.

Máquinas de excêntrico — constituídas por dois punções, um inferior e outro superior,


por uma câmara de compressão/matriz, cujo fundo é formado pelo punção inferior, e
por uma peça móvel distribuidora do pó.

Os punções e matrizes são de aço temperado especial e algumas vezes o punção


superior tem gravado o nome do laboratório ou o do medicamento a preparar.
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Comprimidos

Compressão na obtenção de comprimido

Máquinas de compressão - Máquinas de excêntrico


O trabalho destas máquinas para fabricar um comprimido compreende quatro tempos
principais:

1.Com os dois punções afastados, o distribuidor desliza entre os punções, sobre a mesa da
máquina, e, passando por cima da matriz, enche o espaço criado pela descida do punção
inferior com o produto a comprimir.

2.odistribuidor retira-se rapidamente para trás ou para o lado, enquanto o punção superior
desce e o inferior se conserva imóvel, dando-se então lugar à compressão.

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Comprimidos

Compressão na obtenção de comprimido

Máquinas de compressão - Máquinas de excêntrico


O trabalho destas máquinas para fabricar um comprimido compreende quatro tempos
principais:

3.opunção superior sobe e o punção inferior eleva o comprimido até ao nível da mesa da
máquina.

4.ocomprimido é empurrado para o sistema de evacuação pelo bordo da peça móvel e,


como durante este tempo o punção inferior tomou a sua posição mais baixa, o granulado
pode novamente encher a matriz, recomeçando o ciclo.

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Comprimidos

Compressão na obtenção de comprimido

Máquinas de compressão - Máquinas de excêntrico

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Comprimidos

Compressão na obtenção de comprimido

Máquinas de compressão - Máquinas rotativas


Os punções inferiores e superiores, assim como as matrizes, são montados face a face
sobre a mesma coroa circular, animada de movimento contínuo sempre no mesmo sentido.

Durante uma volta efectuam-se os seguintes movimentos:

O comprimido resulta de uma pressão gradual exercida nas duas faces e não de uma força
brusca aplicada unicamente de cima para baixo, como acontece nas máquinas de
excêntrico.

Destaprogressividade da compressão resulta um comprimido com uma estrutura mais


homogénea e que ficará com menos ar retido entre os seus poros.
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Comprimidos

Compressão na obtenção de comprimido

Máquinas de compressão - Máquinas rotativas

Seguidamente, o punção inferior levanta o comprimido, que é expulso um quarto


de volta depois.

Em seguida o punção inferior baixa e, num ponto diametralmente oposto àquele
em que se produz a compressão, tem lugar o enchimento.

Entre tanto, o punção superior já se elevou de modo a passar por cima do


distribuidor fixo, voltando os punções a aproximarem-se progressivamente para
realizar a compressão máxima no fim da volta, e assim por diante.
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Comprimidos

Compressão na obtenção de comprimido

Máquinas de compressão - Máquinas rotativas

Movimento dos comprimidos


Numa maquina rotativa

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Comprimidos

Compressão na obtenção de comprimido

Máquinas de compressão - Máquinas rotativas

Máquinas rotativas 1—Manesty (16 punções); 2 — Colton de grande produção


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Comprimidos

Preparação dos comprimidos

“Fundamentalmente, trata-se de obter um pó, a maioria das vezes composto, o


qual se granula a seco ou a húmido”.

Granulado a húmido - seco o granulado, procede-se à sua calibração e, por último,


associa-se-lhe o lubrificante ou mistura de lubrificantes, depois do que se procede
à compressão.

Granulado obtido por via seca - há que misturar intimamente os pós secos, tamisá-
los, adicionar-lhes ou não parte do lubrificante e comprimi-los, obtendo-se
briquetes.

OS briquetes são fragmentados por trituração e o granulado assim obtido é, depois,


calibrado e adicionado de lubrificante. Novamente efectua-se a compressa final.

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Comprimidos

Preparação dos comprimidos

Factores que originam dificuldades na compressão


 Granulado húmido;  Pressão demasiada

 Absorção de humidade durante a  Presença de muito ar absorvido, elevada


compressão; percentagem de partículas demasiado
pequenas
 Humidade libertada do interior do
comprimido;  Falta de aglutinantes ou secura exagerada
do granulado
 Emprego de punções ou matrizes riscados;
 Cristais muito grandes,
 Existência de folgas entre a matriz e o
punção inferior;  Punções e matrizes sujos ou rugosos

 Deficiente quantidade de lubrificante.  Exagerada velocidade de compressão.


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Comprimidos

Tipos especiais de comprimidos

1. Comprimidos para uso externo

Podem destinar-se à preparação de soluções anti-sépticas, adstringentes, isotónicas ou


aromáticas, sendo aplicados em banhos, em gargarejes, etc.

Estes devem dissolver-se facilmente na água.

2. Comprimidos para dissolver ou desagregar na boca

Dissolvem-se, mais ou menos lentamente, na boca (acção tópica ou absorção pela


mucosa), e os de absorção sublingual

Devem ser de reduzidas dimensões, forma lenticular e apresentarem pequena espessura.


Em geral a sua desagregação deve se dar de 20 a 60 minutos a desintegrar-se
totalmente.
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Comprimidos

Tipos especiais de comprimidos

3. Comprimidos vaginais

são destinados a promoverem uma acção local, geralmente microbicida ou


regeneradora dos epitélios. A forma destes comprimidos é, geralmente, oval ou
redonda.

4. Comprimidos efervescentes

A efervescência promovida pela libertação de gás (oxigénio ou anidrido carbónico)


pode conseguir-se a partir da junção de um ácido, como o cítrico, o tartárico, o
ascórbico, o algínico, etc., com um bicarbonato ou um carbonato.

Habitualmente, a granulação é conduzida a seco.

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Comprimidos

Tipos especiais de comprimidos

5. Comprimidas estéreis

Sob esta designação consideraremos os comprimidos para implantação e os


comprimidos destinados à preparação de soluções injectáveis.

Os comprimidos para a preparação de injectáveis (comprimidos hipodérmicos) serão


inteiramente solúveis em água

Os comprimidos para implantação, têm forma cilíndrica ou discóide e destinam-se a


serem aplicados no tecido subcutâneo. O medicamento aí fixado é gradualmente
cedido, passando à circulação. Haverá uma absorção prolongada do
medicamento, podendo durar alguns dias ou, mesmo, vários meses

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Comprimidos

Alterações em comprimidos

Oxidações

Algumas vezes essas alterações, observáveis por mudanças na coloração dos comprimidos.

Hidrólises

As hidrólises podem ocorrer, igualmente, em vários constituintes dos comprimidos. Muitas vezes
podem processar-se logo durante a preparação.

Perda de constituintes voláteis

Por vezes sucede que determinados compostos presentes nos comprimidos se volatilizem, como
acontece com diversas essências e com a cânfora. Obrigando à utilização de absorventes.
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Comprimidos

Selecção dos comprimidos

Após a sua preparação, os comprimidos vêm geralmente acompanhados de


certa quantidade de pó, que se deve eliminar. Para isso, podem ser:

Agitados - o que pode provocar a sua fragmentação;

Escovados - por intermédio de uma espécie de pincéis, o que é mais eficaz e


menos violento;

Ventilados - com ar comprimido, que arrasta inteiramente todo o pó e não


ocasiona qualquer fractura.

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Comprimidos

Acondicionamento dos comprimidos

Até que sejam embalados definitivamente, os comprimidos são guardados em


armazém.

Podendo servir, para isso, frascos de vidro, de aço inoxidável, de alumínio, de folha
de Flandres, de ferro, de material plástico, etc.

Por outro lado, recomenda-se que os comprimidos de reduzidas dimensões sejam


guardados em pequenos frascos. Em cada frasco convém introduzir uma substância
exsicadora.

As embalagens finais devem ser hermeticamente fechadas e impermeáveis aos gases


e à humidade atmosférica.

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Comprimidos

Acondicionamento dos comprimidos

As embalagens destinadas aos comprimidos são fundamentalmente de dois tipos:


unitárias e múltiplas.

As embalagens unitárias encontram-se difundidas em larga medida, dado que são


económicas, muito práticas e mais adequadas para a maioria dos comprimidos.

Neste tipo de acondicionamento o comprimido é apresentado individualmente em


carteiras de papel ou películas termocoláveis de diferentes materiais.

Usando-se, assim, o celofane transparente ou opaco, o alumínio revestido de


verniz…
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Comprimidos

Acondicionamento dos comprimidos

Máquina para termocolagem

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Comprimidos

Acondicionamento dos comprimidos

A embalagem múltipla realiza-se acondicionando os comprimidos em


tubos, frascos ou caixas, A matéria-prima destes recipientes é também
variável, usando-se o vidro, o alumínio, o cartão, a baquelite, as fibras
plásticas, etc.

Os frascos de vidro ou de alumínio fecham-se com tampas bem adaptadas,


por vezes reforçadas com cintas de matéria plástica, como cloreto de
polivinilo ou polietileno.

Algumas vezes, os tubos ou frascos contêm pequenos exsicadores,


exsicadores o que é
extremamente vantajoso, podendo estes fazer parte da própria rolha, que
é perfurada para o efeito.
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Comprimidos

Verificação dos comprimidos

Os ensaios de controlo de comprimidos são executados durante a sua preparação ou


após aquela.
Determinações físicas
Exame da superfície dos comprimidos, espessura
Apreciação da sua cor
Dureza, Friabilidade
Peso,

Tempo de desagregação
Características de dissolução.
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Comprimidos

Verificação dos comprimidos

Superfície dos comprimidos

A superfície do comprimido, observada a olho nu ou com a lupa, deve apresentar-se


lisa. Por outro lado, cortando-o transversalmente, deverá notar-se uma fractura
isenta de estrias.

Comprimidos riscados, falhados ou apenas sujos, devem rejeitar-se.

Algumas vezes acontece que certos princípios reagem, em determinadas condições,


com o aço dos punções ou das matrizes.

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Comprimidos

Verificação dos comprimidos

Diâmetros e espessuras de comprimidos

os comprimidos são preparados com uma certa quantidade de granulado de tenuidade


estabelecida e sofreram uma determinada força de compressão, é lógico que se avalie
também a sua altura (espessura no centro e nos bordos).

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Comprimidos

Verificação dos comprimidos

cor
A cor deve ser homogénea, excepto nos comprimidos obtidos com a mistura de
granulados de cores diferentes em que talvez se procure apenas um efeito
espectacular.

Peso (uniformidade de massas)


O número de unidades tomadas para o ensaio de peso é em regra de 20 comprimidos,
que são pesados durante a compressão do lote, a cada 10-20minutos, com os
resultados obtidos, calcula-se o desvio padrão e os limites de confiança.

Para se determinar a massa de comprimido, utiliza-se balanças semi-analíticas.


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Comprimidos

Verificação dos comprimidos

Dureza
É um teste que determina a resistência mecânica do comprimido ao esmagamento.
esmagamento

O aparelho para medir a dureza é denominado de durômetro. Este aparelho submete o comprimido a uma pressão diametral
até o ponto de quebrá-lo.

A força para quebrar o comprimido/núcleo é convertida em: unidade Newton (N) ou quilograma força (Kgf) e é registrada no
mostrador do aparelho.

Quanto maior a força de compressão, menor sua porosidade e maior serão a resistência, dureza e tempo de desagregação .

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Comprimidos

Verificação dos comprimidos

Friabilidade
O teste de friabilidade permite avaliar a resistência dos
comprimidos ao atrito mecânico,
mecânico garantindo que se manterão
íntegros durante os processos de acondicionamento,
revestimento, envelopamento, emblistagem e transporte.

O teste é realizado em aparelho denominado de friabilômetro


que lança os comprimidos em queda livre, repetidas vezes,
durante o movimento giratório do disco, a uma velocidade de 20
rpm.

“Consideram-se bons os comprimidos que, quando agitados por


15 minutos não liberam mais de 1% do seu peso.”
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Comprimidos

Verificação dos comprimidos

Este teste se baseia na determinação de tempo em que um comprimido se desfaz em meio


aquoso e acido aquecido a 37°C.

Num sistema em movimento (ascendente e descendente), pretendendo produzir os mesmos


efeitos sofridos pelo comprimido após ser ingerido e no trajeto boca, estômago e intestino.

Em geral, os comprimidos não revestidos, devem desagregar num tempo inferior a 15 minutos.

Os de administração hipodérmica <2‘, os sublinguais de 20’ - 1 h. Os vaginais devem dissolver


num período de 4 – 5’ e os efervescentes, um máximo de 2 ‘.

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Comprimidos

Verificação dos comprimidos

Dissolução

A dissolução é o processo pelo qual um soluto sólido, de relativa


solubilidade, entra em solução.

O teste de dissolução geralmente é feito utilizando 6 amostras do produto


simultaneamente, calculando-se o valor percentual de cada amostra
dissolvida e posteriormente a media, o desvio padrão e o intervalo de
confiança.

Os principais processos de detecção deste método são:


espectrofotométricos, fluorimétricos, cromatografia líquida,
microbiológicos e alguns casos titulométricos
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Esquemas dos aparelhos de dissolução


Comprimidos

Verificação dos comprimidos

Princípios activos
Os processos mais utilizados são as titulações em meio anidro, a complexometria e a
espectrofotometria no ultravioleta e no infravermelho, extração por contra-corrente
e a separação cromatográfica.

Em termos gerais, tomando uma amostra de 30 comprimidos, 10 devem ser


submetidos a um ensaio individual, destes 10, 9 devem ter teores entre 90 -110% da
média das tolerâncias,
tolerâncias não pode haver nenhum que se situe fora dessa média.

Se 2 comprimidos saírem destes limites, deve-se proceder, o ensaio individual dos 20


comprimidos restantes, que devem estar entre os limites de 90 -110%.

Pascoal Jeremias Carumeia (Farmaceutico) 02-10-23


Pela atenção dispensada, muito Obrigado!

Pascoal Jeremias Carumeia (Farmaceutico) 02-10-23

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