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RESUMO CRÍTICO DE DIREITO CONSTITUCIONAL EMPRESARIAL

Seminário 5: Supranacionalidade do Direito Empresarial

A globalização e a internet das coisas aproximou a sociedade de uma forma jamais imaginada.
Novos moldes virtuais de relações surgiram, sejam elas no âmbito profissional, pessoal e até
mesmo amoroso. Para tudo há um aplicativo coordenando, e com as empresas não poderia ser
diferente. O E-commerce tem ganhado força ao possibilitar que se possa ter acesso a qualquer
produto do mundo à distância de um clique de compra. Shein, Aliexpress, Shopee e outras
gigantes chinesas têm tomado conta do mercado e invadido a casa de milhões de brasileiros que
buscam produtos de qualidade e preço baixo. Empresas brasileiras acabam perdendo espaço e
muitas vezes tendo que se render aos fornecedores orientais. Entretanto, surge o questionamento:
onde se encaixa o direito empresarial no novo molde supranacional de comércio?

Ao longo do tempo, tratados comerciais foram firmados para aproximar estados e criar blocos
econômicos que se fortaleceriam.
A supranacionalidade do direito vem ao longo dos anos se desenvolvendo e
consolidando, principalmente com a União Europeia (observa-se uma maior
recepção da supranacionalidade nos países europeus), mas também nas
Américas, com o Mercosul (Mercado Comum do Sul) e o NAFTA (Tratado
Norte-americano de Livre Comércio), por exemplo, e de maneira mais universal
através da ONU (Organização das Nações Unidas), que atua por meio de suas
agências especiais, tais como o BIRD (Banco Internacional para Reconstrução e
Desenvolvimento) e o PNUD (Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento). (DURÃO e SILVA)

Entretanto, um outro enfoque pode ser tomado para a compreensão dessa supranacionalidade que
passa a tomar conta dos diversos ramos do direito, incluindo o Direito Empresarial, que a otica
humanista dos direitos. Partindo dos Direitos Humanos Fundamentais como princípios
motivadores e norteadores das empresas.

O crescimento da atividade empresarial tanto pode ser positivo, ao trazer e


produzir riquezas nos mais diversos países, como também pode impactar
negativamente no meio ambiente, nas relações trabalhistas e na exploração de
pessoas de regiões mais vulneráveis. O Direito Internacional dos Direitos
Humanos, dada esta conjuntura, torna-se de suma importância na tarefa de
regular a atividade das empresas através do compliance, ou seja, a atuação
empresarial em conformidade com os princípios e normas fundamentais,
assunto que será tratado mais detalhadamente no próximo tópico. (DURÃO e
SILVA)

Nesse sentido, Flavia Piovesan já destacou que no que se refere ao setor privado, há grande
necessidade de se acentuar sua responsabilidade social, especialmente em empresas
multinacionais, na medida em que constituem as grandes beneficiárias do processo de
globalização. Bastando citar que das 100 maiores economias mundiais, 51 são empresas
multinacionais. Na visão da pesquisadora, sendo essas as maiores beneficiárias, devem ser as
mesmas a utilizar o papel social da empresa para a colaboração do direito ao desenvolvimento.

BIBLIOGRAFIA

DURAO, Pedro; SILVA, Deise C de M. Compliance e direitos humanos na empresa: a


supranacionalidade no direito empresarial. Direito empresarial I [Recurso eletrônico on-line]
organização CONPEDI. Florianópolis: CONPEDI, 2020. ISBN: 978-65-5648-219-4

PIOVESAN, Flávia. Direitos humanos: e o direito constitucional internacional. São Paulo:


Saraiva, 2013.

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