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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO – UEMA

HISTÓRIA DA LITERATURA

LICENCIATURA EM LETRAS E LITERATURAS DE LÍNGUA


PORTUGUESA

PAULO FRANCISCO OLIVEIRA DE LIMA

AVALIAÇÃO DE HISTÓRIA DA LITERATURA

PROFESSOR: RUBENIL

BACABAL/MA

26/01/2024 a 03/02/2024
O PODER FEMININO AO LONGO DAS ERAS COM BASE NA LEITURA DE
ANTÍGONA

SÓFOCLES. Édipo Rei – Antígona. Ed 4°. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.

O poder feminino ao longo das eras tem sido uma narrativa complexa,
influenciada por diversas correntes culturais, sociais e políticas e até mesmo
intelectuais. Antígona, uma figura da tragédia grega escrita por Sófocles,
oferece uma visão fascinante sobre o papel das mulheres na sociedade e como
o poder feminino é representado e desafiado.

Na Grécia antiga, as mulheres eram seres marginalizadas, tendo sua


voz e poder de opinião silenciado. Personagens como Antígona, filha de Édipo,
destacam-se ao desafiar esse status quo e as normas estabelecidas de seu
tempo na luta por valores fundamentais. Em um contexto social e político
fortemente dominado por homens, ela se destaca ao desafiar o decreto do rei
Creonte ao enterrar seu irmão Polinices, mesmo enfrentando consequências
mortais. Isso sugere que, mesmo em uma sociedade patriarcal, as mulheres
podiam exercer poder de maneiras não convencionais, tal como foi no império
Otomano no que ficou conhecido como o sultanato das mulheres.

Ao longo das eras, observa-se um progresso desigual no


reconhecimento e empoderamento das mulheres. O emergir de movimentos
feministas tem sido crucial no avanço dos direitos feminino e da igualdade de
gênero, desafiando estruturas de poder historicamente patriarcais que
marginalizaram as mulheres. No entanto, nessa luta contínua por igualdade de
gênero ainda pode-se destacar as persistências de desafios e estereótipos
misóginos.

A Renascença testemunhou avanços culturais, mas as restrições


persistiram. Durante a Idade Média, mulheres enfrentaram limitações ainda
mais rígidas, mas movimentos protofeministas começaram a surgir, inspirados
por figuras literárias como Joana D’Arc No século XIX, o movimento sufragista
buscava direitos políticos para mulheres, enquanto escritoras como Mary
Shelley e Virginia Woolf exploravam a complexidade do feminino. No século
XX, o feminismo moderno emergiu, com a segunda onda focando em questões
sociais e a terceira enfatizando a diversidade de experiências femininas, as
mulheres lutaram lado a lado com outros grupos por igualdade, destacando a
interseccionalidade das lutas sociais e a necessidade de abordar questões de
gênero de forma inclusiva.

A Revolução Industrial impactou as dinâmicas de gênero ao impulsionar


mudanças na economia e nas estruturas familiares. Mulheres começaram a
desempenhar papéis mais ativos fora do lar, contribuindo para uma evolução
gradual nas percepções sobre o trabalho feminino e sua influência na
sociedade.

Ao olharmos para o poder feminino, é vital reconhecer a diversidade de


experiências das mulheres ao redor do mundo. Culturas, religiões e sistemas
políticos variam amplamente, influenciando a maneira como as mulheres
acessam e exercem o poder. A globalização trouxe consigo oportunidades, mas
também desafios, ampliando o diálogo sobre questões de gênero em uma
escala internacional.

Em conclusão, a trajetória do poder feminino, moldada por eventos


históricos e movimentos sociais, continua a evoluir. Antígona, em sua ousadia
trágica ao desafiar autoridades, ecoa nas lutas feministas contemporâneas
representando uma centelha inicial que inspira a reflexão sobre o papel das
mulheres na sociedade, sublinhando a importância da autonomia e da justiça. A
busca por equidade de gênero persiste, impulsionada por uma consciência
crescente das complexidades e desafios enfrentados pelo poder feminino ao
longo das eras.

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