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Curso de

APICULTURA

MÓDULO IV

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M
MÓDULO IV

17ª AULA – INIMIGOS E DOENÇAS DAS ABELHAS

Só temem as abelhas aqueles que não têm conhecimento de sua biologia e


de sua atividade, bem como aquele que a importuna, a assalta, a agride sem razão
e, o que é pior, sem proteção. Sim, as abelhas, furiosas e em grupo, podem causar
acidentes fatais com suas ferroadas. Mas elas também têm muitos inimigos e um
dos principais é o próprio homem.

• Principais inimigos das abelhas:


U Homem;
U Bichos;
U Aves;
U Insetos;
U Parasitos;
U Doenças.

™ O homem enquanto apicultor - o homem, por ignorância ou


negligência, acaba cometendo erros que prejudicam as abelhas:

U Instalação de colméias em locais pouco protegidos,


ventosos, frios e demasiado úmidos ou em locais onde freqüentemente se
faz tratamento fitossanitário;
U Falta de higiene durante a manipulação, transmitindo
doenças entre as colméias e até para outros apiários;

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U Excesso de desdobramentos e manipulação exagerada
reduz a viabilidade dos enxames, uma vez que diminuem as reservas
necessárias aos períodos de escassez.

™ O homem enquanto indivíduo

U Em indivíduos alérgicos, apenas uma picada de abelha


pode matar. Para prevenir tragédias ou mesmo as ferroadas sem
conseqüências mais graves que uma dor mais forte, os homens e até os
bombeiros destroem várias colméias todos os dias;

U Apesar de não se tratarem de vetores mecânicos ou


transmissores diretos de doenças, as abelhas podem transformar-se em
um incômodo em muitas residências, tanto na área urbana quanto na
rural.

™ Bichos e aves

U Iraras, gambás, tatus, sapos, lagartos, cobras e ratos


comem abelhas, derrubam e destroem colméias e núcleos, atrás de mel;

Irara (Eyra bárbara) ou papa-mel – ativo dia


e noite descansam nas horas quentes do dia.
Vive aos pares e adora frutos e mel, mas é
principalmente carnívora.

Fonte: Saúde Animal, 2007

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U Aves insetívoras - comem grande número de abelhas,
quando estas se encontram a voar, ou a visitar as flores. São andorinhas,
pica-paus, bem-te-vis.
U Os patos e as galinhas d’angola também são grandes
apreciadores de abelhas, dizimando muitas;

Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus) - O Bem-te-vi


é insetívoro, come todo o tipo de comida,
devora centenas de insetos diariamente, mas
também fruta e flores de um jardim, ovos de
outros passarinhos, minhocas, outros bichos
(até cobras).
Fonte: Frigoletto, 2007

U Para solucionar o problema dos bichos que perturbam


suas colméias
• Procure instalar as colméias a, pelo menos, 1/2 m do
chão;
• Instale um redutor de alvado;
• Coloque um peso em cima das colméias;
• Use espantalhos para aves e pássaros.

™ Insetos
U Formigas: consomem grande volume
de mel, causando enormes prejuízos porque
enfraquecem as colônias e matam a criação. As
Fonte: ib.usp, 2007

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colméias atacadas pelas formigas ficam mais sujeitas
à pilhagem.

Solução:
• Utilização de suportes de 4 pés com óleo;
• Reduzir o alvado.

U Vespas: grandes inimigas das abelhas. São maiores e


entram na colméia. As abelhas defendem-se principalmente aquecendo a
colméia até perto de 45ºC, matando a vespa de intermação. Porém, um
ataque de muitas vespas pode ser terrível para as colméias.

Solução:
• Destruir os vespeiros.

U Aranhas: são inimigas das abelhas, uma vez que


constroem teias nas imediações do apiário capturando-as freqüentemente.

Solução:
• Destruir as teias das aranhas que estiverem em frente à
rota das abelhas e manter terreno limpo nessa área, mas manter as
teias laterais para impedir outros insetos de chegarem.

U Borboleta Esfinge caveira: grande inimiga das abelhas e


apreciadora de mel. Não é atacada pelas abelhas por possuir uma
espessa felpa que lhe cobre o corpo, cuja altura é superior ao aguilhão
das abelhas.

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U Traça ou tinta: pequena borboleta noturna semelhante à
traça da roupa. Alimenta-se de mel e permanece no estado larvar de 30 a
100 dias, sendo esta a fase mais prejudicial.

Solução:
• Não guardar favos pretos ou velhos.

Danos causados pela traça da cera Galleria mellonela na colméia (a)


e no favo (b).
Fonte: Embrapa, 2007

U Forídeo ( Pseudohypocera sp.) mosca muito pequena


que põe seus ovos na colméia; a postura é muito rápida e chega a botar
cerca de 300.000 ovos; as larvas dessa mosca se desenvolvem mais
rapidamente que as das abelhas, comendo todo o alimento delas,
levando-as à morte. Ela invade principalmente, colméias fracas ou
espoliadas por ataques de outros inimigos.

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Fonte: Phorid, 2007

Solução:
• Esta praga é terrível, não existe controle eficaz. As medidas são quase
sempre preventivas.
• Quando fizer captura, transferência ou divisão, executar a manobra o
mais rápido possível e manter vigilância constante até as colméias se fortalecerem.
Preventivamente, colocar frascos com tampa furadinha, e em seu interior vinagre de
maçã, na entrada da colméia. Isso atrairá os forídeos que entrarão na armadilha e
morrerão afogados.
• Caso encontre uma família atacada de forma muito destruidora, o melhor é
queimá-la ou isolá-la completamente com um saco plástico.

A recuperação das colônias atacadas pode ou não se viabilizar, mas é


preciso muito cuidado para não haver contaminação total do apiário. Colméias fortes
e bem alimentadas resistem mais ao ataque de inimigos e pragas.
Retirar e limpar com pano limpo todas as larvas de forídeos e em seguida
alimentar freqüentemente as abelhas; fazer diariamente um acompanhamento para
verificar a evolução da família atacada.

• Doenças

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No Brasil, de modo geral, a ocorrência de doenças e certas pragas é
pequena, principalmente devido à maior resistência das abelhas africanizadas.

Crias saudáveis
Fonte: embrapa, 2007

™ Parasitos

U Ácaro das abelhas (Varroa jacobsoni)-parasitose que afeta a abelha


tanto no estado adulto como durante o desenvolvimento larvar. A Varroa fixa-se no
exterior da abelha, preferencialmente nos pontos onde a carapaça é mais fina (entre
os elos abdominais), fazendo perfurações para sugar a hemolinfa. Para se
multiplicar, introduz-se nos alvéolos com larvas e reproduz-se enquanto eles estão
operculados e assim as jovens abelhas já nascem debilitadas.

Fonte: Apicolturaonline, 2007 Fonte: Entomology, 2007

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Solução:
• No período inicial de infestação, a varroose não provoca sintomas graves.
No entanto, a morte do enxame pode acontecer de repente, quando a infestação for
grande. Regiões mais quentes predispõem as abelhas à varroose intensa, por não
haver parado na postura do parasita, embora no Brasil, as abelhas africanizadas
sejam bastante resistentes à varroose.
• Aplica-se acaricida apenas se a colméia estiver sofrendo muito.

Aplicação de acaricida
Fonte: Apicolturaonline, 2007

U Acariose (Acarapis wood) - multiplica-se na traquéia principal das


abelhas e se alimenta de hemolinfa através de orifícios que são abertos na parede
da traquéia. As abelhas ficam debilitadas e impossibiltadas de voar, apresentam
ampola retal entumecida, pela falta de vôos de higiene. Provoca a morte das
abelhas com mais de quinze dias e pode exterminar a colônia em menos de dois
meses.

Solução:
• O tratamento mais comum é feito com Solução de Hichard Frow, feita
de nitrobenzeno, gasolina e óleo de safrol.

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™ Infecções fúngicas

U Nosemose - doença causada por um micrósporo denominado Nosema


apis que entra por via oral na abelha, chega ao estômago e intestinos, esporula,
causando alta mortandade. No Brasil, as abelhas africanizadas são resistentes.

U Cria giz - Ascosphaera apis e Aspergillus - fungos que são ingeridos


pelas larvas, desenvolvendo-se no seu interior, tomando rapidamente conta do seu
organismo. As larvas morrem e apresentam um aspecto bolorento ou granuloso,
conforme. Não é comum no Brasil.

À esquerda, cria normal. Ao centro, cria morta e mumificada pelo fungo e à


direita, uma cria já com a formação de esporos do fungo Ascosphaera apis.
Fonte: Castagnino et al., 2006

Cria giz
Fonte: Embrapa, 2007

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Solução:
• Preventivamente devem-se isolar as colméias sadias, evitar as águas
paradas nas imediações do apiário, bem como os saques. Fazer limpeza e
desinfecção rigorosa das colméias que alojaram abelhas doentes.

™ Viroses

U Cria ensacada - a cria ensacada brasileira é proveniente de


contaminação de pólen de Stryphnodendron polyphyllum (barbatimão).

Sintomas:
• Favos com falhas e opérculos geralmente perfurados;
• Coloração da cria: cinza, marrom ou cinza-escuro;
• A morte ocorre na fase de pré-pupa;
• Não apresenta cheiro pútrido;
• Ocorre formação de líquido entre a epiderme da larva e da pupa em
formação.

Pré-pupas com
sintomas de cria
ensacada

Solução:
• Evitar a instalação de apiários em locais com incidência da planta
barbatimão;

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• Utilizar alimentação artificial das colméias na época de floração do
barbatimão.

™ Doenças bacterianas

U Cria pútrida americana - Paenibacillus larvae, conhecida pela sigla AFB


(American Foulbrood). A doença é produzida pela ingestão de esporos do agente
por larvas de menos de 3 dias de vida. A postura fica irregular, as crias em estado
de pupa ficam com as tampas afundadas e perfuradas, atingindo cerca de 75% dos
filhotes, que com o tempo entram em putrefação.

Sintomas de Cria Pútrida Americana: consistência viscosa da cria - teste do palito (a)
e restos de crias mortas e ressecadas colados nas paredes do alvéolo (b).
Fonte: Embrapa, 2007

Solução:
• Marcar as colônias com sintomas de CPA;
• Limpar equipamentos de manejo (luvas, formão, fumigador,) e não utilizá-
los nas colônias sadias;
• Após comprovação da doença, destruir as colônias afetadas;
• Esterilização das caixas pode ser feita de duas maneiras: mergulhando as
peças em parafina a 160ºC durante 10 minutos ou em solução de hipoclorito de
Sódio a 0,5% , durante 20 minutos.

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U Cria pútrida européia - atribuída ao Bacillus Alvei, associado ao
Bacillus Pluton, Streptococus, Apis Bacillus Orpheus, Bacillus Eurydice e Bacillus
Laterosporous conhecida pela sigla EFB. Caracteriza-se pela presença de larvas
mortas, com coloração escura em alvéolos não operculados, cheiro pútrido de larvas
e favos de crias apresentando muitas falhas.

Sintomas de Cria Pútrida Européia: área de crias com muitas


falhas (a) e mudança de posição e coloração das larvas (b).
Fonte: Embrapa, 2007

Solução:
• Remoção dos quadros com cria doente;
• Trocar rainha suscetível por outra mais tolerante;
• Evitar uso de equipamentos contaminados quando manejar colméias
sadias.

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18ª AULA – APITERAPIA

O homem primitivo encontrava na natureza, recursos medicinais que usava


empiricamente. O homem das cavernas não dispunha das técnicas de produção dos
produtos das abelhas e ingeria tudo: favos com mel, pólen, crias e geléia real, e se
beneficiava disto. Para conseguir esse material, levava inúmeras ferroadas e
resolvia, de forma paralela, muitos problemas reumáticos e artríticos. Estava,
praticando, sem saber, a APITERAPIA e APIPROFILAXIA.
O hábito do homem pré-histórico de desenhar nas paredes das cavernas os
elementos mais importantes de sua vida permitiu que chegassem, até os nossos
dias, pinturas rupestres, demonstrando como tomava da colméia tudo aquilo de que
necessitavam. Alguns historiadores têm admitido a hipótese de que o homem
primitivo empregava os produtos apícolas além de alimentos, também como
medicamentos.
A primeira referência escrita do emprego de um produto apícola como
medicamento, é encontrada nas tábuas de argila da cultura mesopotâmica
((2700a.C) onde se faz referência ao mel como cicatrizante.
Apiterapia é o uso de abelhas, mel e seus produtos, como método
terapêutico.

Fonte: Apiterapia, 2007

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Este método vem sendo praticado por mais de 2000 anos. Hipócrates, já
mencionava a apiterapia em seus textos, bem como os chineses. No Egito, o veneno
das abelhas já era recomendado no tratamento de reumatismo e artrite.
A apiterapia, portanto, é a utilização cientificamente controlada dos produtos
das abelhas: MEL, PRÓPOLIS, PÓLEN, GELÉIA REAL, CERA, PÃO DE ABELHA,
APITOXINA e LARVAS, sós ou consorciados entre si, com o objetivo de ajudar a
reequilibrar o funcionamento orgânico e restabelecer o estado de saúde dos
organismos vivos. Atualmente, a medicina preventiva vem tomando cada vez mais
espaço, e também com os produtos da abelha se faz profilaxia, que consiste no uso
regular de pequenas quantidades, com os objetivos principais de evitar
desequilíbrios funcionais ou enfermidades nos organismos vivos, melhorar a
qualidade de vida e promover a sua longevidade.
A apiterapia está muito relacionada com a acupuntura e outras terapias
naturais e, em breve, as normativas que regulam as terapias naturais irão
reconhecer que ela é fundamental em algumas enfermidades graves.

Os produtos das abelhas usados em apiterapia são:

U Mel;
U Própolis;
U Pólen;
U Geléia Real;
U Cera;
U Pão de Abelha;
U Apitoxina;
U Larvas.

Fonte: Vasconia, 2007


™ O MEL

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O mel é um alimento energético de alta qualidade que permite uma
alimentação imediata e intensiva de todo o sistema muscular, especialmente os
músculos do coração, através da glicose invertida. Por outro lado, a frutose existente
em grande quantidade no mel, é armazenada no fígado na forma de glicogênio, para
ser utilizada quando o organismo dela necessitar. Por esta razão, é uma fonte
energética muito importante para os atletas e os idosos.
O mel possui a maioria dos elementos minerais essenciais para o nosso
organismo. Já foram encontradas no mel mais de 180 substâncias nutritivas
diferentes.

Fonte: Pasieka.rostkowski, 2007 Fonte: Pasieka.rostkowski, 2007

O valor nutritivo do mel é inquestionável. De acordo com as análises de seus


constituintes podemos dizer que:
4500 gr de ervilha

1 Kg de mel = 4200 gr de uvas


2600 gr de peixe fresco
1200 gr de pão

1000 gr de nozes
5400 gr de maçãs
5600 gr de leite

Fonte: Vasconia, 2007


1680 gr de carne de boi

0,780 gr de queijo
50 ovos

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Quanto ao seu valor energético, podemos dizer:

1000 gr de tomates = 234 cal


1000 gr de mel = 3395 cal
1000 gr de maçãs = 375 cal
1000 gr de arenque = 822 cal
1000 gr de ovos = 1375 cal

O mel, em sua maioria, é composto por carboidratos e grande parte destes


se encontra desdobrado, ou seja, pré-digerido, o que facilita enormemente sua
absorção. Assim, enquanto o açúcar comum necessita cerca de quatro horas para
ser digerido e utilizado, com produção de gases, fermentação alcoólica e grande
trabalho do pâncreas, os açúcares simples do mel estão à disposição do organismo
uns 15 minutos depois de serem ingeridos.
Uma das propriedades plenamente reconhecida do mel é seu poder anti-
séptico e demulcente, que fazem do mel um excelente cicatrizante e protetor da
pele, sendo muito empregado em queimaduras e feridas. A propriedade anti-séptica
provém da presença de ácidos orgânicos como o ácido fórmico e a peroxidase. Por
ação da peroxidase, forma-se oxigênio nascente que impede o desenvolvimento de
bactérias e bacilos. Além disso, pela sua grande osmoralidade, o mel com baixa
umidade está sempre isento de bactérias.

U Outras propriedades do mel:


• Protege o fígado, promovendo a regeneração de suas células e
prevenindo a formação do fígado gorduroso;
• Laxante suave;
• Eficaz no tratamento das doenças respiratórias, digestivas e urinárias;
• Ativa as funções do cálcio e fósforo na formação dos ossos, dentes e
unhas;
• Sedativo e calmante antes de deitar;
• Tonifica o couro cabeludo e elimina caspa;
• Útil na regulação da hipertensão arterial;

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• Pré e pós-operatório, entre outros.

U Uma administração regular de mel puro ou acompanhado de frutas


picadas ajuda a prolongar e dar uma melhor qualidade de vida aos idosos:
• Para equilíbrio do organismo - uma colher das de sopa ao dia, pela
manhã.
• Para reequilíbrio orgânico - 200 gr por dia, assim administrados:

U Indicação de uso
• 60 gr de manhã, 80 gr durante o dia e 60 gr ao deitar
™ A PRÓPOLIS

Própolis é uma substância resinosa de cor castanha ou


amarelo/esverdeada, produzida pelas abelhas a partir de resinas vegetais. Contém,
fundamentalmente, cera e óleos essenciais; é uma substância muito complexa e
varia muito de acordo com sua origem botânica. Já foram isolados mais de 300
componentes químicos, solúvel em álcool, éter, acetona, benzeno, tricloroetileno e
outros.

Própolis bruta
Fonte: Bartpol, 2007

Devido às suas propriedades antimicrobiana (bacteriana, micótica e viral),


antiinflamatória, antiparasitária (Giárdia e Trichomonas), cicatrizante e de
regeneração tecidual, antioxidante, antitumoral e radioprotetora, vasoprotetora,

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imunomoduladora (estimula a produção de anticorpos, aumentando a resistência do
organismo às doenças), broncodilatadora (permitindo a eliminação de secreções)
entre outras. Muitos estudos no mundo todo são feitos com a própolis e muitas
formas de apresentação de seu princípio ativo são comercializadas, tanto para uso
oral quanto para uso tópico.

Tinturas, extratos, cremes de Própolis encapsulada


própolis Fonte: Pčelarski fórum,
Fonte: apiariosmontanhas, 2007 2007

™ O PÓLEN

É o alimento mais completo e valioso da natureza. Contém água, glicídios,


lipídios, proteínas, vitaminas, minerais e oligoelementos, enzimas, celulose e fibras.
Contém todos os aminoácidos essenciais.

Aminoácido (%) Carne Ovo Queijo Pólen Necessid


bovina ade do
Homem

Isoleucina 0,93 0,85 1,74 4,5 2,7

Leucina 1,28 1,17 2,83 6,7 4,0

Metionina O,42 0,39 0,80 1,8 2,1

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Phenilalanina O,66 0,69 1,43 3,9 4,2

Treonina 0,81 0,67 1,38 4,0 2,0

Triptofano 0,20 0,20 0,34 1,3 0,5

Valina 0,91 0,90 2,00 5,7 3,0

U Propriedades do pólen:
• Graças aos minerais presentes em sua composição, especialmente
ferro, combate a anemia; a vitamina B1, niacina e carboidratos diminuem a fadiga e
debilidade orgânica; além disso, é ótimo regulador intestinal;
• Ativo contra infecções da próstata, com propriedade antibiótica que
provém da saliva da abelha, atinge especialmente as salmonelas, bactérias
intestinais causadoras das febres tifóides e paratifóide, além de salmoneloses e
gastroenterites;

Fonte: Apiariosmontanhas, 2007

• Pacientes com síndromes depressivas tratados com pólen demonstraram


melhoras, bem como as vítimas de alcoolismo;
• Regula o funcionamento intestinal equilibrando a flora no nível do cólon e
intestino delgado;
• O ferro e a vitamina B12 presentes no pólen fazem aumentar a taxa de
hemoglobina dos glóbulos vermelhos;

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• Dependendo de cada caso, o pólen, quando consumido na indicação
certa, após 10 ou 20 dias, produz efeito eufórico, aumentando a capacidade física e
mental;
• Os flavonóides existentes no pólen atuam sobre o sistema circulatório,
promovendo um fortalecimento das veias e artérias;
• Por atuar sobre o sistema hormonal, o pólen reduz o stress e o
envelhecimento precoce;
• Atua sobre o metabolismo celular devido à presença da grande quantidade
de aminoácidos, oligo-elementos e vitaminas que são indispensáveis à síntese das
proteínas, pelas células;
• Harmoniza o metabolismo, restabelece o sono e o apetite;
• Estimula e aumenta a energia vital, tem ação antianêmica;
• Tonifica, desintoxica e revigora o trabalho intelectual;
• Regula o sistema digestivo e restabelece o bom funcionamento intestinal;
• Combate afecções respiratórias;
• Age como antidepressivo; combate o estresse;
• Previne e combate a hipertrofia prostática;
• Combate artrite e reumatismo;
• Regula a pressão sangüínea;
• Regula o ciclo menstrual e atenua os efeitos da TPM;
• Melhora o desempenho sexual em pessoas com mais de 40 anos;
• Não tem contra indicação, a não ser para pessoas alérgicas a ele.

U Modo de usar
• Para melhor aproveitamento e efeito imediato, o pólen deve ser
consumido em jejum e mastigado bem insalivado e triturado, possibilitando maior
assimilação pelo organismo humano. Também pode ser consumido misturado com o
mel, manteiga, sucos de frutas, iogurte, cremes, entre outros.
• A dose aconselhável é de 25 g /dia (uma colher das de sopa) para adultos
e 5 a 10 g/dia para crianças (uma colher das de chá), dependendo da idade.

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Fonte: Vasconia, 2007

™ A GELÉIA REAL

A geléia real é o produto resultante da ação combinada


das glândulas faríngeas (secreção clara) e das glândulas mandibulares
(secreção branca leitosa) das abelhas nutrizes de 5 a 15 dias de idade.
Utilizada para a alimentação das larvas até o 3º dia de vida e para a
alimentação da rainha durante toda a sua existência.

Cúpula real com larva de rainha em geléia real


Fonte: Beesforlife, 2007

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A composição da Geléia Real é muito complexa, compreendendo hormônios
esteróides, vitaminas (grupo B, PP, A, C, D, E, acido patogênico, biotina, acido fólico
e inositol), 5,6% lipídios, ácidos orgânicos essenciais e compostos proteicos ativos e
66% de água. Contém, também, antibióticos, aminoácidos (essenciais e não
essenciais) e ferro, ouro, cálcio, cobalto, sílica, magnésio, níquel, prata, enxofre,
crômio e zinco.
É um produto natural, não é tóxico, nem produz efeitos secundários.

U Propriedades da geléia real:


• A geléia real reduz o nível de gordura no sangue e aumenta a fração boa
do colesterol sangüíneo, prevenindo a arteriosclerose;
• Estimula a medula, aumentando sensivelmente o número de glóbulos
vermelhos;
• Estimula a circulação. Aumenta a tensão dos hipotensos, não afetando os
hipertensos;
• Inibe o aparecimento de células cancerígenas;
• É eficaz no tratamento da síndrome do climatério reduzindo os sintomas
de irritabilidade, calor, dores generalizadas, vertigem e cansaço. O uso de geléia
real, não só ameniza estes sintomas, como aumenta significativamente o
desempenho sexual;
• Previne a osteoporose quando usado regularmente;
• Mantém o vigor físico e age como anti-senilidade (contém gama-
globulina), e também controla a indisposição que comumente ocorre nas pessoas de
idade.

Fonte: Sapo.pt, 2007

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™ A CERA

A cera é um produto da secreção de oito glândulas, que aparece no 18º dia


de vida da abelha. Caracterizam-se por uma substância oleosa que se solidifica em
forma de
lâminas delgadas, quase transparentes, que a abelha operária desprende do seu
corpo com auxílio das patas posteriores, para levá-la até as suas
mandíbulas. Depois a cera é amassada e triturada com outras secreções próprias
das abelhas, antes de ser depositada no favo em construção. A cera contém 68
vezes mais vitamina A do que a carne de vaca.

Fonte: Geocities, 2007 Fonte: Artedecurar, 2007

U Utilização da cera:
• Em cosmetologia a cera de abelha é utilizada para cuidar da pele
delicada, especialmente quando está seca e desvitalizada. Também é utilizada para
produção de cera depilatória;
• Em dermatologia é muito apreciada devido as suas qualidades
cicatrizantes e antiinflamatórias. Também é empregada em forma de pomada para o
tratamento de abscessos, queimaduras, escaras, e outras lesões;

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• Em odontologia, é aconselhado mascar cera, pois estimula a salivação e
beneficia a circulação sangüínea, ao mesmo tempo em que fortalece as gengivas e
elimina tártaro;
• Na indústria, a cera é usada para polimento de metais e madeiras, como
isolador de bobinas, na galvanoplastia, na fotografia, na pirotécnica e ainda para
impermeabilizar panos e papéis;
• Na fabricação de velas litúrgicas e ornamentais é a principal matéria
prima.

Cosméticos à base de cera Velas de cera Mel no favo para mascar


Fonte: Sitemomentum, 2007 Fonte: Zovarro, 2007 Fonte: Pi.gov.br, 2007

™ O PÃO DE ABELHA

O pólen é enriquecido pelas abelhas através de substâncias segregadas


pelas glândulas salivares, sofrendo uma fermentação Láctea (frutose, compostos
glicéricos, ácido pirúvico e ácido lácteo). O pólen depois de enriquecido é
armazenado com mel, em camadas, nos alvéolos, onde se faz a criação, e utilizado
para a alimentação das larvas.
Esse pólen chama-se PÃO DE ABELHA. É um produto pouco divulgado,
mas com um elevado interesse, do ponto de vista nutritivo.

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Mel

Pólen

Larva

Pão de mel com pólen de várias tonalidades, mel e larvas


Fonte: Beefine, 2007

U Utilidades Terapêuticas
• Anemia;
• Astenia sexual;
• Beribéri;
• Frigidez;
• Doenças do fígado;
• Doenças gastro-intestinais;
• Doenças do sistema imunitário;
• Estados de intoxicação;
• Fadiga;
• Pelagra;
• Raquitismo.

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™ A APITOXINA

O veneno, ou melhor, a peçonha de abelhas, também conhecida como


apitoxina (do latim: apis, abelha, e toxikon, veneno) é produzido por uma glândula de
secreção ácida e outra de secreção alcalina, que existem dentro do abdômen da
abelha operária.
Veneno, por definição, é aquela substância orgânica ou inorgânica que
produz no organismo humano ou animal, um efeito nocivo que pode ser temporário,
permanente ou fatal, dependendo da dose administrada.
Peçonha é a substância orgânica inoculada no organismo animal através de
órgãos diferenciados como o ferrão das abelhas.
A constituição química da apitoxina estabelecida até o momento descreve
mais de 40 frações e inúmeras propriedades biológicas, particularmente, a
propriedade antiinflamatória. Em doses terapêuticas, a apitoxina pode ter uma ação
benéfica.

Ferrão de uma abelha despejando a apitoxina


Fonte: Serranaextremena, 2007

Terapeuticamente, a apitoxina evita a formação de edemas e alivia a dor.


Utiliza-se no tratamento de enfermidades do sistema circulatório, devido a sua ação

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vasodilatadora e anticoagulante. Em doses médias, regula o ritmo cardíaco,
eliminando a arritmia e tem efeito positivo sobre as células do miocárdio,
aumentando o nível de energia e as funções do coração. Aumenta a produção de
glóbulos vermelhos, dilatando os capilares e artérias, aumentando a taxa de
hemoglobina e diminui a viscosidade e poder de coagulação do sangue. Melhora a
circulação, dissolvendo trombos, evitando obstruções e infartos.
Também tem ação antibacteriana e antifúngica, inibindo o crescimento de
algumas bactérias e fungos. Permite invasão dos glóbulos brancos à zona afetada,
ativando o sistema imunológico.
Na pele, o efeito é rejuvenescedor, porque melhora a circulação e aumenta a
permeabilidade dos vasos capilares.
A terapia com apitoxina ainda não está difundida no Brasil, e apenas o uso
de pomadas à base do produto são utilizadas no alívio da dor e do edema de
artroses e artrites. O uso injetável ainda não está autorizado e a apipuntura, uma
técnica que utiliza a própria abelha para injetar a apitoxina nos locais de inflamação,
produzindo reação local e sistêmica, ainda não está difundida.

Abelha ferroando a pele, abelha se separando de seu aparelho inoculador do veneno, ferrão e parte
do abdome da abelha na pele
Fonte: Serranaextremena, 2007

™ A LARVA

As larvas de zangão são: ricas em aminoácidos, glicídios, lipídeos, minerais


e vitaminas. Existem, na composição das larvas de zangão, 17 aminoácidos

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essenciais. O valor nutritivo máximo obtém-se em larvas de 10 dias. Suas
qualidades são muito valiosas no tratamento de diferentes doenças e é também um
alimento muito completo para o homem e animais. As células de cera onde estão às
larvas de zangão são fáceis de reconhecer porque são maiores do que as de
obreiras e os opérculos são mais convexos (em forma de cúpula).

Larvas e pré-pupa de Apis


Fonte: Embrapa, 2007 Fonte: adaptado de Embrapa, 2007

U Utilidades Terapêuticas
• Cansaço físico;
• Cansaço psíquico;
• Impotência sexual;
• Infertilidade;
• Neuroses simples, depressiva, ansiosa;
• Envelhecimento prematuro;
• Disfunções digestivas;
• Hepatite;
• Faringite crônica, laringite crônica.

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19ª AULA – PLANEJAMENTO E GERENCIAMENTO DA ATIVIDADE
APÍCOLA LEGISLAÇÃO APÍCOLA

A maioria da população humana brasileira está concentrada nas áreas


urbanas. O desenvolvimento sustentável rural continua sendo um desafio real, e a
busca da sustentabilidade deve ser uma prioridade para as famílias de produtores
rurais.
A atividade apícola pode trazer melhorias nas condições ambientais, na
fonte de renda para as famílias e oferecer oportunidades para mulheres e crianças.
Muitos programas de desenvolvimento estão sendo elaborados para
impulsionar o negócio apícola e financiar itens do setor como:
U As benfeitorias e equipamentos necessários ao manejo da apicultura
fixa e migratória (itinerante);
U A aquisição de equipamentos necessários à produção e à extração de
mel, tais como colméias, enxames, equipamentos de proteção, beneficiamento e
envasamento de mel e de outros produtos apícolas;

™ O mercado consumidor de mel

U Somos 180 milhões de brasileiros;


U Destes, 90 milhões compõem a população economicamente ativa;
U Segundo o IBGE, cada família com média de 4 pessoas, representa
22 milhões de famílias.

Se cada família comprar 1 kg de mel por ano teremos um consumo de 22


milhões de quilos de mel / ano, ou seja, 22 Toneladas / ano.
Praticamente toda a produção brasileira de mel vai para a exportação.

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Tudo é uma questão de hábito e de mudança de paradigmas. Devemos
fazer com que a população perceba que mel é um excelente alimento, pode ajudar
na saúde e quando consumido conforme recomendação, não engorda.

™ O Mercado
Para atrair o consumidor, deve-se, não só tornar popular os benefícios do
mel como também investir no visual e formas de apresentação das embalagens.

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Forma tradicional em
potes de vidro e saches
Fonte: Breyer, 2007 Potes plásticos Frascos com enfeites
Fonte: Lajebonita, 2007 personalizados
Fonte: Bienmanger, 2007

Mel em lata Embalagens brinde Embalagens atrativas para


Fonte: Molliersavoieshop, Fonte: Codigovisual, crianças
2007 2007 Fonte: Mimoscomtradicao, 2007

Embalagens especiais Embalagens


Embalagens para presente
Fonte: E-abbatia, 2007 diferentes
Fonte: Mimoscomtradicao,
2007 Fonte: Unodc, 2007

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™ Iniciando a atividade apícola

Para quem nunca criou abelhas, o interessante é que se comece por montar
um apiário com 5 colméias. O investimento é pequeno e, se não agradar, a perda
também é pequena.

U Material básico
• 5 colméias Langstroth completas com quadros;
• 5 núcleos de transporte e captura para caixa isca;
• 5 alimentadores Boardman com vidro;
• 5 suportes para colméia;
• 5 quilos de cera alveolada;
• 5 coberturas para colméia (telha de amianto).

U Material para revisões


• 1 máscara de proteção do rosto;
• 1 macacão de brim branco;
• 1 jaqueta de brim branco;
• 1 par de luvas de borracha;
• 1 par de botas;
• 1 fumigador;
• 1 formão.

U Material para arrumar os quadros


• 1 carretilha de incrustar cera em quadros;
• 1 tábua de incrustar cera em quadros;
• 1 caneco soldador;
• 1 esticador de arame;
• 200 gr de arame galvanizado n.24;
• 200 gr de cera bruta;

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• 1 limpador de ranhuras.

Se a atividade apícola agradar, se você se apaixonar pelas abelhas, se


fizer um curso básico, aprender a lidar com elas, conhecer o mercado, você pode
ampliar seu apiário. Pode continuar a produzir mel ou, se a região for ideal, e quiser
explorar outro produto apícola, pode começar a produzir própolis. Aumente seu
apiário para 30 colméias:
• Adquira coletores de própolis;
• 1 centrífuga 8 quadros, aço inox;
• 1 balde para receber mel da centrífuga;
• 1 decantador pra mel 100 quilos;
• 1 peneira de tela de aço inox com encaixe no decantador.

Aumentando seu apiário e, se a região for adequada, se você gostar de


explorar outro setor apícola, pode aumentar para 50 colméias e, com esse número,
produzir pólen.
• Adquirir coletores de pólen;
• 1 mesa desoperculadora.

Com 100 colméias, você deve abrir um entreposto:


• 1 freezer ou geladeira para guardar própolis;
• 1 decantador para mel 200 quilos.

Com 300 colméias, você pode pensar em produzir geléia real:


• Construção de uma sala de mel registrada junto ao SIF ou IMA;
• 1 descristalizador de mel;
• Trocar a centrífuga por uma motorizada de 20 quadros;
• 1 decantador de 350 quilos para mel.

Com 500 colméias, você pode produzir méis compostos, usina de própolis,
ou iniciar a produção de apitoxina.

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A apicultura deverá se transformar em pouco tempo, num dos mais
importantes setores no cenário nacional das exportações, com uma produção que
cresce em escala vertical. Um dos motivos que tem levado a isto é a
profissionalização do setor.
Como apicultor, você deve se planejar estrategicamente para fazer crescer o
seu investimento:
• Divulgar as propriedades nutritivas e medicinais dos produtos apícolas em
folhetos e distribuir em lojas, feiras, e outros, contribuirão para popularizar o uso do
mel de mesa e dos outros produtos da abelha;
• Investir em marketing, veiculando informações em revistas, jornais,
“outdoors”, rádio e TV;
• Participar de um movimento associativista - um exemplo é a Apimondia, o
órgão máximo da apicultura mundial, que possui 5 milhões de membros filiados,
representados por 49 países, e o Brasil e o Uruguai são os únicos filiados na
América Latina;
• Investir no formato, tamanho e qualidade das embalagens com rótulos que
contenham informações claras sobre a quantidade e propriedades do produto.
Contrate um designer ou outro especialista no ramo;
• Faça sua Certificação do Serviço de Inspeção Federal (SIF).

Os documentos necessários para registrar seu apiário, casa do mel ou


entreposto são:
• Requerimento do interessado, solicitando vistoria do terreno;
• Requerimento solicitando aprovação do projeto;
• Memorial descrito da construção;
• Memorial econômico – sanitário;
• Planta de situação na escala 1:500;
• Planta baixa do apiário na escala 1:50;
• Fachada e cortes na escala 1:50;
• Contrato social em cartório;
• Licença da prefeitura (Se), Licença da Secretaria Estadual (FEPAM);

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• Análise da água (Lara).

™ Casa do Mel - Normas sanitárias do MA - portaria n.006/986

A Casa do Mel é uma central com diversos equipamentos para processar o


mel colhido por um ou vários apicultores.
• Edificação simples e higiênica;
• Sala de recepção;
• Centrifugação;
• Filtragem;
• Decantação;
• Envase;
• Rotulagem;
• Expedição;
• Depósito de material e limpeza de vasilhames;
• Banheiro para funcionários.

Casa do mel da Estação Experimental Casa do mel da Associação de


Agronômica Desenvolvimento Sustentável e Solidário
Fonte: Ufrgs, 2007 da Região Sisaleira

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Fluxograma para extração e envase de mel

07
08
01
02 03 04
09

06
05

01- Melgueiras ou ninhos com favos para extração;


02 - Desoperculação (manual semi-automática ou automática);
03 – Guarda favos giratórios;
04 - Centrífuga motorizada;
05 - Tanque decantador horizontal com bóia para acionamento da bomba;
06 - Bomba para levar o mel ao filtro aéreo;
07 - Filtro aéreo duplo sobre tanque decantador;
08 - Tanques decantadores e envasadores de mel interligados;
09 - Mangueiras de cristal transparente atóxica de 1ª;
10 - Mel envasado.

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Planta simplificada de uma casa de mel – vista de cima

0 01 - Mesa desoperculadora;
02 - Estocagem dos favos;
0
0 03 - Tanque decantador
horizontal;
1 04 - Tanque decantador
1 horizontal envasador com
torneira;
1 0
05 - Pia para limpeza;
0 0
06 - Janela basculante;
07 - Área para estocagem -
depósito (embaixo);
0 08 - Área para depósito;
09 - Produtos envasados;
10 - Tanque descristalizador;
11 – Centrífuga;
0 0
1 12 – Porta;
0 13 - Escada.

™ Rotina da Casa do Mel

U Colheita dos quadros de favos de mel prontos, maduros, completos e


operculados das colméias;
• Colocação dos quadros em caixa de transporte para levá-los até o local da
extração;
• Na casa de mel, recebem-se os quadros para estocagem e
armazenamento, local de alta ventilação e telado;
• Na área de desoperculação, eliminam-se os opérculos;
• Na área de centrifugação, se efetua a centrifugação e, o mel extraído se
coloca em um recipiente sem tampa para sair a umidade;
• Coar o mel a frio ou a quente numa temperatura sempre menor que 50ºC;
• Área de decantação, retirando as impurezas que ficam na superfície;
• Envasar em recipientes próprios, higienicamente tratados e rotulados;

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• Comercialização do mel e produtos derivados.

™ Entreposto

O entreposto recebe o produto in natura, em baldes próprios, iniciando a


partir daí um processo de seleção e qualificação do mel. Em seguida são realizados
os procedimentos exigidos pelo Ministério da Agricultura, visando cumprir as
exigências de qualidade dos mercados nacional e internacional para o consumo
humano.

Entreposto de mel Sala de envase do mel em sache


Fonte: Melsantabarbara, 2007 Fonte: Melsantabarbara, 2007

Sala de envase do mel Decantadores (a, b), mesa coletora de mel e bomba de mel
(b)

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™ Boas Práticas de Fabricação

O elemento Entreposto compreende essencialmente o meio ambiente


exterior e interior. O meio ambiente exterior e interior precisam ser administrados
para prevenir a contaminação dos ingredientes durante o processamento ou depois
de transformado em produto acabado. Exclusão é a palavra-chave. O meio ambiente
externo deve ser mantido livre de pragas. Os resíduos devem ser apropriadamente
isolados e periodicamente removidos do local. O Entreposto ou Casa de Mel deve
ser desenhado e construído para acomodar estes procedimentos, sendo de
fundamental importância que o desenho interno e os materiais de construção
facilitem as condições sanitárias de processamento e embalagem. As operações
com os ingredientes básicos devem ser isoladas das operações com o produto
acabado.
O elemento Pessoal é o mais importante. As pessoas são a chave para
planejar, implementar e manter sistemas efetivos de Boas Práticas de Fabricação.
As verificações do Programa de Boas Práticas de Fabricação devem ser feitas pelos
funcionários que trabalham diretamente com os vários processos. Os funcionários
precisam ser treinados nas práticas de processamento e controle de processos que
estão diretamente relacionados com suas responsabilidades de trabalho. Um
programa de treinamento efetivo é um processo contínuo e, como tecnologia ou
mercado, está em constante evolução. Os funcionários devem seguir hábitos de
higiene pessoal, incluindo-se roupas apropriadas.
O elemento Limpeza e Sanitização compreendem programas e utensílios
usados para manter a fábrica e os equipamentos limpos e em condições próprias de
uso. Remoção e destruição são as palavras-chave.
O elemento Equipamentos e Utensílios compreendem os aparelhos grandes
e pequenos, simples e complexos, que são utilizados para transformar o mel em
produto final embalado. As considerações das Boas Práticas de Fabricação incluem
o material nos quais equipamentos e utensílios são construídos, bem como seu
desenho e fabricação. Este elemento também inclui a manutenção preventiva dos

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equipamentos para garantir a entrega de alimentos com segurança e qualidade
consistentes. Exclusão via sistemas fechados é uma prática efetiva.
O elemento Processos e Controles incluem uma ampla gama de dispositivos
e procedimentos através do qual o controle é exercido de forma consistente. Os
controles podem incluir dispositivos manuais ou automáticos que regulam cada
atributo, como temperatura, tempo, fluxo, pH, acidez, peso, etc. Inibição e Destruição
são práticas adotadas. Este elemento também inclui sistemas de registro que
contém informações que documentam a performance do sistema de processamento
turno por turno, dia após dia.
O elemento Armazenamento e Distribuição compreendem a manutenção de
produtos e ingredientes em um ambiente que proteja sua integridade e qualidade.
Uma forma usual de controle é a de manter o produto em ambiente fresco e arejado,
mas o ambiente de armazenagem e distribuição também deve ser defendido da
ameaça de pragas e poluição ambiental.

FIM DO MÓDULO IV

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