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Cenário Econômico

23 de Fevereiro de 2024

A inflação será mais baixa neste ano, mas e a Selic?


o Nossas principais hipóteses para este ano estão se confirmando, mas a inflação deve ser mais
baixa. Um dos principais riscos para a inflação deste ano era o El Niño. O evento está tendo efeito
sobre as safras brasileiras, mas a safra global cresce consideravelmente, levando à queda de preços
no mercado internacional. Assim, revisamos o IPCA deste ano de 3,6% para 3,4%.

o Em relação à atividade, não alteramos nossa avaliação. Os dados do quarto trimestre mostraram
alguma acomodação do consumo das famílias, especialmente no varejo. No entanto, nossa Pesquisa
Empresarial não capturou desaceleração do consumo das famílias nos últimos meses e segue
indicando uma razoável geração de empregos formais neste ano.

o O cenário fiscal também está mantido, com expectativa de déficit primário de 0,7% neste ano.
Destacamos os resultados fortes de arrecadação de janeiro e as decisões recentes da justiça em favor
do Governo Federal no CARF. Essas receitas extras são essenciais para o resultado deste ano e
podem trazer um viés de melhora para o nosso número.

o O ciclo atual de cortes de juros não é idêntico aos demais. O BC ainda deve manter juros em
território acima do neutro, como tem reafirmado em suas comunicações oficiais. Essa postura é
explicada pela desancoragem das expectativas de inflação de médio prazo, que seguem em 3,5%.
Entendemos que o Banco Central seguirá perseguindo o centro da meta, portanto, encerrando o ciclo
acima do nível neutro de juros, em 9,25%. Em nossas simulações, com câmbio em R$/US$ 4,70 e
expectativas para 2024 próximas de 3,5% (hoje em 3,8%), o Banco Central poderia chegar em uma
Selic terminal mais próxima de 9,0%.

Cautela do FED reforça início do ciclo de cortes de juros em junho

o Nos EUA, os primeiros dados de 2024 ainda demandam prudência com o início do ciclo de
cortes de juros. Em linha com o nosso cenário, os mercados postergaram o momento do primeiro
corte para o segundo trimestre. À medida que a atividade econômica segue em ritmo de gradual
acomodação, a dinâmica da inflação permanece como principal tema no início deste ano.

o Neste momento, o balanço de riscos para a inflação nos EUA ainda parece assimétrico para
cima. Com serviços pressionados, a eventual saturação da desinflação de bens adiciona mais um
desafio para as próximas leituras de inflação. Porém, apesar da cautela, permanece o cenário
prospectivo de desinflação e juros menores ao longo do ano e esperamos taxas básicas de juros em
4,75% nos EUA e 3,50% na área do euro ao final de 2024.

o Em meio a um processo de acomodação estrutural da economia chinesa, o governo pode


anunciar novos planos em breve. Medidas pontuais de estímulo já foram anunciadas, mas
mantemos a avaliação de que quaisquer novas medidas não serão tomadas com o objetivo de
reverter a acomodação mais estrutural da economia chinesa. A China seguirá exportando deflação.

o Na América Latina, prossegue o ciclo de cortes de juros na maior parte das economias. Os
índices de inflação vêm convergindo às metas, abrindo espaço para avanço dos cortes de juros, com
exceção de México e Argentina. No primeiro caso, a comunicação da autoridade monetária já vem
abrindo espaço para um possível início dos cortes, enquanto, na Argentina, a política monetária fica
por ora em segundo plano, enquanto o governo busca implementar um forte ajuste das contas
públicas.

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Cenário Doméstico

A inflação será mais baixa neste ano, mas e a Selic?


Nossas principais hipóteses para este ano estão se confirmando, mas a inflação deve ser mais
baixa. O PIB deve crescer 2,0%, sustentado pelo consumo das famílias e alguma recuperação de
investimentos ao longo do ano; as contas externas seguem sólidas e a balança comercial continua
surpreendendo positivamente. O corte de juros nos EUA deve acontecer em junho, como esperávamos, e
isso tem mantido o câmbio ainda pressionado. A apreciação, no entanto, deve ocorrer a partir de meados
do ano. Mesmo com o câmbio médio elevado, os dados correntes e a redução do risco de alta de preços
domésticos de alimentos nos levaram a revisar a inflação de 3,6% para 3,4%, neste ano. Em um ambiente
ainda com expectativas de inflação desancoradas no médio prazo, o BC deve continuar cortando juros,
mas manterá a Selic em terreno restritivo, em 9,25%. Há caminhos para uma taxa terminal mais baixa, mas
dois vetores precisam se confirmar, a apreciação cambial e redução das expectativas de inflação.

Tabela 1: Alterações de projeções do cenário Depec Bradesco


2024 2025
jan/24 fev/24 jan/24 fev/24

PIB (% a.a.) 2,0 2,0 2,0 2,0

IPCA (% a.a.) 3,6 3,4 3,2 3,2

Taxa Selic (% a.a. final de período) 9,25 9,25 8,50 8,50

Taxa de Câmbio (R$/US$ final de período) 4,70 4,70 4,70 4,70

Dívida Bruta (% PIB) 79,5 79,5 81,7 81,7

Resultado Primário (% PIB) -0,7 -0,7 -0,6 -0,6

Crédito SFN (% a.a.) 10,0 10,0 8,0 8,0

PIB EUA (% a.a.) 1,5 1,9 1,6 1,6

Juros EUA (% a.a., intervalo superior) 4,75 4,75 3,50 3,50

PIB global (% a.a.) 2,6 2,7 2,9 2,9

Fonte: Bradesco

Um dos principais riscos para a inflação deste ano era o El Niño. O evento está tendo efeito sobre as
safras brasileiras, com redução de produção de milho e soja, especialmente no Centro-Oeste. No entanto,
os preços não estão subindo com essa redução de oferta porque a queda não é tão grande como chegou-
se a temer no final do ano passado e, também, porque a safra global cresce consideravelmente, levando à
queda de preços no mercado internacional. Assim, revisamos nossa estimativa de inflação de alimentos de
4,5% para 3,5%. Os dados correntes de inflação também confirmaram alguns vieses de baixa para este
ano, especialmente passagens aéreas e licenciamento e emplacamento. Os dados efetivos já deixaram um
ponto de partida mais baixo para as nossas projeções do ano. Por outro lado, os resultados da inflação de
serviços trazem mais cautela.

A alta real de salários nos últimos meses de 2023 já tinha levado a uma revisão para cima nos
rendimentos deste ano. A composição da inflação nas últimas leituras trouxe um novo sinal de possível
pressão salarial afetando a inflação. Os serviços mais intensivos em mão de obra aceleraram, assim como
os serviços subjacentes como um todo. Segue sendo verdade que o ganho dos salários reais deriva mais
da queda da inflação do que aceleração dos rendimentos nominais, mas esse ainda é um tema que requer
monitoramento. Assim, revisamos para baixo o IPCA deste ano, de 3,6% para 3,4%, mas a composição do
novo número inclui serviços mais elevados e alimentação e administrados mais baixos.

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Cenário Doméstico

Título

Gráfico 1: IPCA - aberturas


12 meses
30
IPCA Alimentação no domicílio Serviços
25

20

15

10
4.2
5
3.5
3.4
0

-5

-10
08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Fonte: IBGE, Bradesco

Em relação à atividade, não alteramos nossa avaliação. As pesquisas mensais do quarto trimestre
mostraram alguma acomodação do consumo das famílias, especialmente no varejo. É possível que as
vendas de Black Friday tenham adicionado alguma volatilidade adicional às séries. Nossa Pesquisa
Empresarial não capturou desaceleração do consumo das famílias nos últimos meses e segue indicando
uma razoável geração de empregos formais neste ano. As prévias de arrecadação e os dados de importação
também sugerem uma atividade sustentada no começo de 2024, até um pouco acima das nossas
estimativas iniciais.

Os fundamentos para um consumo sustentado seguem válidos, com massa ampliada de


rendimentos crescendo próxima a 5% e crédito acelerando para pessoas físicas. A queda da taxa de
juros deve também estimular os investimentos ao longo do ano, especialmente no segundo semestre. Além
da recuperação da confiança em alguns setores, a melhora das condições financeiras ao longo do ano deve
ser um fator de estímulo. No ano, de toda forma, os investimentos ainda caem 1%. O setor agrícola irá
refletir os efeitos do El Niño e deve registrar resultado próximo da estabilidade no ano.

A balança comercial deve atingir US$ 90 bilhões em 2024, com déficit em conta corrente de 1% do
PIB. Mesmo com menor volume exportado por conta da safra agrícola um pouco mais contida do que no
ano passado e com queda de preços das principais commodities, as exportações de petróleo e minério
devem manter um saldo bastante positivo. O câmbio tem ficado mais pressionado do que nossa
expectativa para o final do ano, em função de fatores globais: discussão de início do corte de juros nos EUA
e redução de termos de troca, com queda de preços de commodities. Os fundamentos para um câmbio
mais valorizado, no entanto, seguem válidos e, após o início do ciclo nos EUA, acreditamos que há espaço
para a valorização até R$/US$ 4,70, admitindo que os riscos em torno desse número estão um pouco mais
assimétricos para um nível mais elevado.

O cenário fiscal também está mantido, com expectativa de déficit primário de 0,7% neste ano.
Destacamos os resultados fortes de arrecadação de janeiro e as decisões recentes da justiça em favor do
Governo Federal no CARF. Essas receitas extras são essenciais para o resultado deste ano e podem trazer
um viés de melhora para o nosso número. A meta de primário deste ano, de 0% do PIB, tende a ser revisada
para um déficit ao longo do 1º semestre. Ainda não se sabe qual seria a nova meta, mas algo entre -0,25% e

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Cenário Doméstico

-0,5% poderia ser cumprido, caso essas receitas continuem surpreendendo ao longo do ano e com algum
contingenciamento de despesas. Para os próximos anos, consideramos que o arcabouço será mantido e
haverá espaço para o crescimento das despesas obrigatórias, com algum controle das discricionárias
(necessário se houver frustração de receitas, o que limitaria o crescimento das despesas).

O cenário aqui descrito é positivo, a economia cresce em ritmo gradual, sem gerar pressões
inflacionárias relevantes, o câmbio deve se valorizar ao longo do ano e o ambiente fiscal pode surpreender
positivamente. Ainda assim, mantivemos nosso cenário de Selic em 9,25%. Por quê?

O ciclo atual de cortes de juros não é idêntico aos demais. O BC está retirando parte da restrição sobre
a economia, mas ainda deve manter juros em território acima do neutro, como tem reafirmado em suas
comunicações oficiais. Essa postura é explicada pela desancoragem das expectativas de inflação de médio
prazo, que seguem em 3,5%. Enquanto essa restrição permanecer, o Banco Central não deverá levar os
juros para o neutro (estabilizar o nível de inflação) ou para o território estimulativo (aceleraria o nível de
inflação).

Dessa forma, entendemos que o Banco Central seguirá perseguindo o centro da meta, portanto,
encerrando o ciclo acima do nível neutro de juros. A distância final em relação à taxa neutra dependerá
das condições de contorno que o BC irá encontrar ao longo do ano. Em nossas simulações, com câmbio em
R$/US$ 4,70 e expectativas para 2024 próximas de 3,5% (hoje em 3,8%), o Banco Central poderia chegar
em uma Selic terminal mais próxima de 9,0%. Adicionalmente, com uma redução das expectativas de 2025
em diante, esse espaço aumentaria e o ponto terminal poderia ser abaixo de 9,0%. Até o momento,
entretanto, não há sinais contundentes de que o cenário irá caminhar nessa direção, por isso preferimos
manterTítulo
a expectativa
do Gráfico
em 9,25%.

Gráfico 2: Taxa Selic


% a.a.

16%
13.75%
14%

12% 11.25%

10% 9.25%

8%

6%

4%

2%

0%
13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Fonte: BCB, Bradesco

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Cenário Internacional

Cautela do FED reforça início do ciclo de cortes de juros em junho

Nos EUA, os primeiros dados de 2024 ainda demandam prudência com o início do ciclo de cortes de
juros. Após o otimismo dos mercados com a perspectiva de que os primeiros cortes nos EUA pudessem
acontecer já em março, os dados de inflação e do mercado de trabalho norte-americanos adicionaram
cautela à comunicação recente do FED. Em linha com o nosso cenário, os mercados postergaram o
momento do primeiro corte para o segundo trimestre. À medida que a atividade econômica segue em ritmo
de gradual acomodação, a dinâmica da inflação permanece como principal tema no início deste ano.

Neste momento, o balanço de riscos para a inflação nos EUA ainda parece assimétrico para cima. A
inflação ao consumidor acelerou em janeiro, sugerindo resiliência dos preços de serviços, que voltaram a
pressionar de maneira disseminada no índice. Ainda que o núcleo de inflação siga em gradual acomodação,
as métricas de 3 meses mostraram uma reversão dessa tendência. Da mesma forma, o ‘supercore’1 também
voltou a avançar nos últimos meses. Assim, em um contexto de serviços ainda pressionados, a eventual
saturação da desinflação de bens adiciona mais um desafio para as próximas leituras de inflação.
Título
Gráfico 3: Núcleo da inflação ao consumidor (CPI)
Variações SAAR (%)

10.0

8.0 3m 12m

6.0

4.0 4.0
3.9
2.0

0.0

-2.0

-4.0
05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
Fonte: BLS, Bradesco

As tensões no mar vermelho podem trazer alguma pressão adicional no curto prazo. O volume de
comércio transportado na região recuou para níveis inferiores aos observados durante a pandemia e os
custos associados a esse ambiente começam a subir de maneira mais evidente. Os preços das commodities
mais transportadas na região não têm subido consistentemente, mas os custos de fretes praticamente
dobraram neste início de ano (gráfico 4). Nesse contexto, a magnitude do impacto sobre a inflação não é
clara, mas aponta para um risco adicional de renovação das pressões em bens ou saturação mais acelerada
da desinflação desses componentes. Os indicadores antecedentes de preços pagos no ISM dos EUA e no
PMI na Europa também capturaram uma aceleração de preços que estaria associada ao aumento de fretes
da região.

¹ Núcleo de inflação criado pelo FED, que exclui alimentos, energia e os custos de habitação.

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Cenário Internacional

Trade Routes from Shanghai (US$/40ft)

Gráfico 4: Custo dos fretes originados em Shangai


US$ 40/ft
NY Gênova LA Rotterdam
7

6 5.976

5 5.042
4.683
4.221
4

0
16/02/23 17/04/23 16/06/23 15/08/23 14/10/23 13/12/23 11/02/24

Fonte: Drewry, Bradesco

Assim como no Brasil, o mercado de trabalho nos EUA também mostra resiliência. Os dados de janeiro
voltaram a registrar avanço no ritmo de criação de empregos e sustentam a taxa de desocupação em
patamares historicamente baixos. A elevação de 4,0% a 5,0% dos rendimentos se coloca como uma
pressão adicional para a inflação de serviços. Ao mesmo tempo, o atual nível da taxa de desemprego não
demanda urgência no corte da taxa de juros (gráfico 5). Do duplo mandato perseguido pelo FED, o risco de
descumprimento da meta de inflação parece, neste momento, mais relevante do que o risco de
descumprimento do pleno emprego. E, olhando à frente, os dados do mercado de trabalho ainda não
oferecem
Título do Gráfico sinais de recessão.

Gráfico 5: Desemprego nos EUA


Taxa na data do primeiro corte de juros

7.0
6.5
6.5

6.0 5.9
5.7
5.5

5.0
4.7 4.6
4.5 4.4
4.2
4.0
3.7 3.7
3.5
2008 2002-03 1995-96 2007-08 1998 2020 2001 2019 Hoje
Fonte: BLS, Bradesco

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Cenário Internacional

Apesar da cautela, permanece o cenário prospectivo de desinflação e juros menores ao longo do


ano. Os dados mais fortes neste início de 2024 nos levaram a revisar o crescimento do PIB norte-americano
para cima, de 1,7% para 1,9%. Porém, ainda prevemos que a economia do país irá desacelerar ao longo do
ano e, para além dos EUA, os dados de atividade econômica na Europa já sugerem um quadro recessivo. A
inflação na Área do Euro também mantém trajetória de acomodação e deve seguir recuando ao longo do
ano, abrindo espaço para cortes de juros em paralelo aos dos EUA. Esperamos taxas básicas de 4,75% nos
EUA e de 3,50% na área do euro ao final de 2024.

Em meio a um processo de acomodação estrutural da economia chinesa, o governo pode anunciar


novos planos em breve. Neste início de ano, medidas pontuais de estímulo foram anunciadas, incluindo a
redução de taxas de juros e linhas de empréstimos para impulsionar o mercado imobiliário e os mercados
de capitais. Essas medidas ainda devem ser complementadas por novos estímulos fiscais, possivelmente
anunciados no congresso do Partido Comunista, no início de março. Mantemos a avaliação de que quaisquer
novas medidas não serão tomadas com o objetivo de reverter a acomodação mais estrutural da economia
chinesa. O governo entende ser necessário focar mais na correção de desequilíbrios do que perseguir taxas
mais elevadas de crescimento, neste momento. A China seguirá exportando deflação.

Na América Latina, prossegue o ciclo de cortes de juros na maior parte das economias. Assim como
no Brasil, com mais ou menos atraso, os índices de inflação vêm convergindo às metas, abrindo espaço para
avanço dos cortes de juros, com exceção de México e Argentina. No primeiro caso, o Banxico vem ajustando
a comunicação e abrindo espaço para um possível início de cortes, ainda sem sinalizar com clareza a
iminência do processo, possivelmente aguardando um sinal mais concreto do ciclo nos EUA. Já no caso da
Argentina, a política monetária fica em segundo plano, enquanto o governo busca implementar um forte
ajuste das contas públicas, por ora com resultados positivos. Pela primeira vez em 12 anos, a Argentina
registrou superávit nominal no mês de janeiro. Porém, o desafio de manter este desempenho permanece. A
inflação ainda não deve ceder no curtíssimo prazo e uma nova rodada de desvalorização cambial pode ser
necessária nos próximos meses, em meio a um contexto de atividade econômica ainda recuando.

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Projeções Macroeconômicas (2020 – 2025)
2020 2021 2022 2023* 2024* 2025*
ATIVIDADE, INFLAÇÃO E JUROS
PIB (%) -3,3 4,8 3,0 2,9 2,0 2,0
Agropecuária (%) 4,2 0,0 -1,1 16,7 0,0 1,9
Indústria (%) -3,0 5,0 1,5 1,4 1,7 0,9
Serviços (%) -3,7 4,8 4,3 2,3 2,4 2,5
Consumo Privado (%) -4,6 3,0 4,1 3,4 2,8 1,2
Consumo da Adm. Pública (%) -3,7 4,2 2,1 1,2 1,0 1,2
Investimento (FBKF) (%) -1,7 12,9 1,1 -3,6 -1,0 2,0
Exportações Bens e Serviços Não Fatores (%) -2,3 4,4 5,7 9,7 3,8 3,8
Importações Bens e Serviços Não Fatores (%) -9,5 13,8 1,0 -0,7 2,0 3,6
PIB (R$) - bilhões (Preços Correntes) 7.610 9.012 10.080 10.809 11.435 12.174
PIB (US$) - bilhões 1.477 1.671 1.952 2.164 2.371 2.590
População - milhões 211,7 213,2 214,7 216,1 217,5 218,8
PIB per capita - US$ 6.977 7.838 9.093 10.011 10.899 11.836
Produção Industrial - IBGE (%) -4,5 3,9 -0,7 0,2 3,1 0,5
Taxa Média de Desemprego - IBGE 13,8 13,2 9,3 8,0 8,1 8,4
CAGED - Criação líquida de empregos - em milhões 0,2 2,9 2,0 1,5 1,6 0,9
Vendas do Comércio Varejista - Restrita (%) 1,2 1,4 1,0 1,7 3,0 2,0
IPCA - IBGE (%) 4,5 10,1 5,8 4,6 3,4 3,2
IGP-M - FGV (%) 23,1 17,8 5,5 -3,2 2,3 2,9
Taxa Selic (final de período) % 2,00 9,25 13,75 11,75 9,25 8,50
Taxa Selic nominal (acumulado 12 meses) % 2,75 4,44 12,38 13,04 10,07 9,05
Taxa Selic real / IPCA (acumulado 12 meses) % -1,69 -5,11 6,23 8,04 6,45 5,63
EXTERNO E CÂMBIO
Balança Comercial - BCB (US$ bilhões) 32,4 36,4 44,2 80,5 74,5 74,1
Exportações (US$ bilhões) 211 284 340 344 336 346
Importações (US$ bilhões) 178 248 296 264 261 272
Corrente de Comércio (% PIB) 26,3 31,8 32,6 28,1 25,2 23,8
Saldo em conta-corrente (US$ bilhões) -28,2 -46,4 -48,3 -28,6 -22,4 -27,6
Saldo em conta-corrente (% PIB) -1,9 -2,8 -2,5 -1,3 -1,0 -1,1
Investimento Direto no País (US$ bilhões) 37,8 46,4 74,6 62,0 62,0 66,3
Taxa de câmbio (final de período) R$ / US$ 5,20 5,58 5,22 4,89 4,70 4,70
Taxa de câmbio (média anual) R$ / US$ 5,15 5,39 5,16 5,00 4,82 4,70
Reservas internacionais (US$ bilhões) - liquidez 355,6 362,0 368,5 375,2 381,9 388,8
Rating Soberano Moody's Ba2 Ba2 Ba2 Ba2 - -
Rating Soberano S&P BB- BB- BB- BB - -
FISCAL
Resultado primário do setor público (R$ bilhões) -703,0 64,7 126,0 -249,1 -82,8 -76,5
Resultado primário do setor público (% PIB) -9,2 0,7 1,2 -2,3 -0,7 -0,6
Dívida Bruta do Setor Público (% PIB) 86,9 77,3 71,7 74,3 79,5 81,7
Dívida Líquida do Setor Público (% PIB) 61,4 55,1 56,1 60,8 62,2 65,5
CRÉDITO
Crédito Geral (Cresc. em % aa.) 15,7 16,4 14,5 7,0 10,0 8,0
Crédito Livres total (Cresc. em % aa.) 15,4 20,4 14,9 5,2 9,0 6,5

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Indicadores internacionais (2020 – 2025)
2020 2021 2022 2023* 2024* 2025*
PIB Global
Mundo -2,8 6,3 3,5 3,2 2,7 2,9
Países Desenvolvidos -4,2 5,6 2,6 1,6 1,2 1,5
Estados Unidos -2,2 5,8 1,9 2,5 1,9 1,6
Área do Euro -6,1 5,9 3,4 0,6 0,6 1,5
Reino Unido -10,4 9,6 4,5 0,3 0,5 1,3
Japão -4,1 2,6 1,0 1,9 0,8 1,0
Países Emergentes -1,8 6,9 4,1 4,6 3,9 4,0
China 2,2 8,4 3,0 5,2 4,6 4,4
América Latina -7,0 7,4 4,1 2,0 1,1 2,4
Brasil -3,3 4,8 3,0 2,9 2,0 2,0

Indicadores internacionais – América Latina (2020 – 2025)

2020 2021 2022 2023* 2024* 2025*


Argentina
PIB (%) -9,9 10,7 5,0 -1,3 -5,0 4,0
Inflação ao consumidor (%) 36,1 50,9 94,8 211,4 250,0 60,0
Taxa básica de juros (%) 38,00 38,00 75,00 100,00 75,00 50,00
Taxa de câmbio (final do ano) 84,1 102,7 177,13 808,48 2.500,00 3.750,00
Brasil
PIB (%) -3,3 4,8 3,0 2,9 2,0 2,0
Inflação ao consumidor (%) 4,5 10,1 5,8 4,6 3,4 3,2
Taxa básica de juros (%) 2,00 9,25 13,75 11,75 9,25 8,50
Taxa de câmbio (final do ano) 5,20 5,58 5,22 4,89 4,70 4,70
Chile
PIB (%) -6,1 11,7 2,4 0,0 1,8 2,3
Inflação ao consumidor (%) 3,0 7,2 12,8 3,9 3,0 3,0
Taxa básica de juros (%) 0,50 4,00 11,25 8,25 4,00 3,75
Taxa de câmbio (final do ano) 712 852 851 879 850 850
Colômbia
PIB (%) -6,8 11,0 7,5 0,6 1,6 2,8
Inflação ao consumidor (%) 1,6 5,6 13,1 9,3 5,4 4,0
Taxa básica de juros (%) 1,75 3,00 12,00 13,00 8,50 5,50
Taxa de câmbio (final do ano) 3.430 4.080 4.853 3.855 4.200 4.000
México
PIB (%) -8,0 4,7 3,9 3,2 2,2 2,0
Inflação ao consumidor (%) 3,2 7,4 7,8 4,7 4,0 3,7
Taxa básica de juros (%) 4,25 5,50 10,50 11,25 9,50 7,50
Taxa de câmbio (final do ano) 19,91 20,53 19,50 16,97 18,50 19,00
Peru
PIB (%) -10,8 16,1 2,7 -0,6 2,4 3,0
Inflação ao consumidor (%) 2,0 6,4 8,5 3,2 2,7 2,5
Taxa básica de juros (%) 0,25 2,50 7,50 6,75 4,50 3,75
Taxa de câmbio (final do ano) 3,62 4,00 3,81 3,70 3,75 3,75

(*): (projeção)

Fonte: FMI, Bradesco

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos 9


Equipe Técnica
Diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos Fernando Honorato Barbosa
Economistas Constantin Jancsó / Felipe Wajskop França / Henrique Monteiro de Souza
Rangel/ Marcelo Gazzano / Mariana Silva de Freitas / Mayara Santiago da
Equipe Técnica Silva / Myriã Tatiany Neves Bast / Priscila Pacheco Trigo / Rafael Martins
Diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos Murrer
Fernando / Rafael
HonoratoSouza dos Anjos Dallal / Renan Bassoli Diniz / Thiago
Barbosa
Coraucci de Angelis
Economistas Ana Beatriz Moreira dos Santos / Constantin Jancsó / Fabiana D’Atri/ Felipe
Assistente de Pesquisa Hoechst
WajskopCornélio
França /daMariana
Silva Silva de Freitas / Myriã Tatiany Neves Bast /
Estagiários Antônio Moraes Abreu//Rafael
Priscila Pacheco Trigo Martins
João Vitor dosMurrer
Santos/ Rodrigues
Renan Bassoli Diniz
/ Julia / Thiago
Cerqueira
Coraucci de Angelis / Vitor Vidal Costa
Vieira / Karoline Vitória Lima Pinheiro Velho
Estagiários Bruna Andreata Valentino / Gabriel Sartor Ganzarolli / Lorena Pires Sene /
economiaemdia.com.br
Rafaela de Sousa Silva
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