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Carta Mensal | Agosto de 2019

Estratégia dos fundos Macro

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Estratégia
Cenário Doméstico
Como esperávamos, o PIB mostrou um crescimento robusto de 0,4% no
segundo trimestre, eliminando o receio de recessão técnica de alguns
analistas. Destacamos a forte alta de investimentos do lado da demanda
e construção do lado da oferta, ambos historicamente relevantes nas
recuperações cíclicas. Naturalmente, a retomada da economia não
ocorre de forma linear. A produção industrial de julho veio bem abaixo
da nossa expectativa e os indicadores coincidentes de agosto sugerem
estabilidade no mês, o que nos fez revisar a nossa expectativa para o PIB
do terceiro trimestre para 0,2% e a projeção do ano para 0,9%. No
entanto, vale ressaltar que acreditamos que o viés da projeção é para
cima, principalmente pelo efeito do FGTS a partir de setembro.

Em relação à inflação, continuamos vendo uma dinâmica bastante


benigna no IPCA de agosto, principalmente dos núcleos – as medidas
mais sensíveis ao ciclo econômico estão rodando ao redor de 2% na
média móvel de 3 meses anualizada. Também notamos que, apesar da
forte depreciação cambial no mês, houve um movimento concomitante
de queda de commodities, que compensa parte do repasse cambial.
Dito isso, mantemos o nosso call de um corte de 50 bps da Selic na
reunião de setembro e um final de 25 bps na de outubro. Vale notar que,
ao longo do último mês, a comunicação do BC não teve nenhuma
alteração, ou seja, chancela a nossa expectativa para a reunião de
setembro.

Por último, vemos um ruído na reforma da previdência com a


possibilidade de o texto ter que voltar para a Câmara por causa de duas
emendas (emenda Renan e a outra referente às contribuições
extraordinárias de estados e municípios). Acreditamos que haverá um
esforço, seja do relator no Senado, senador Tasso Jereissati, seja das
mesas diretoras das casas, para que não haja nenhum atraso na reforma.
Vale também mencionar a evolução da PEC das regras fiscais, do
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deputado Pedro Paulo, que pode permitir medidas como corte de


salários de servidores, interrupção no pagamento do abono salarial e
limitação de benefícios fiscais, possibilitando um ajuste primário
significativo. Ou seja, está se consolidando uma solução de fato para o
problema fiscal do país.

Cenário Internacional
O destaque do mês de agosto no cenário internacional foi o aumento da
volatilidade dos eventos no cenário geopolítico global. Em relação as
negociações comerciais entre a China e os Estados Unidos, após a
ameaça de tarifas adicionais existiram sinais de que ambos os lados estão
dispostos a voltar à mesa de negociações. Além de ligações entre os
altos escalões de ambos os países, foram anunciados adiamentos de
tranches de tarifas a serem implementadas e rumores de que encontros
presenciais devem ocorrer ao longo das próximas semanas.
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Diante do aumento das incertezas em relação ao trade war, as


expectativas se viraram para o discurso de Jerome Powell no Jackson
Hole sobre qual deveria ser a reação do FED. A resposta foi de que não
existem precedentes recentes para orientar qualquer resposta a situação
atual, ou seja, não existe um livro texto e devem ajustar a política de
forma a garantir seus objetivos. Apesar desse posicionamento garantir
graus de liberdade ao FED em relação aos próximos passos da política
monetária, acreditamos que o sólido fundamento com o balanço das
famílias ajustado e condições financeiras ainda estimulativas resulte
apenas em um “Mid cycle adjustment”. Com isso, continuamos a
acreditar em um cenário onde o FED deva cortar novamente a taxa
básica apenas mais 50 bps esse ano.

Nos demais países latino-americanos, destacamos o PIB colombiano, que


cresceu 3% no 2º trimestre do ano, acima da expectativa do mercado. A
surpresa se deu principalmente por uma revisão para cima dos dados do
primeiro trimestre. Dessa forma, o crescimento está próximo ao potencial,
o que reduz a chance do banco central da Colômbia dar mais estímulos
monetários à economia, pelo menos até o final deste ano. A fraqueza do
mercado de trabalho permanece, o que lança dúvidas sobre a força da
recuperação daqui em diante. No México, o banco central cortou a taxa
básica de 8,25% para 8%, seguindo o movimento do FED em julho. A
atividade permanece muito fraca, o que deve levar o Banxico a cortar
novamente a taxa de juros em setembro.

Por fim, destacamos os eventos ocorridos na Argentina, em que as


primárias para as eleições presidenciais, que ocorrerão em outubro,
mostraram ampla vantagem para a chapa Alberto Fernández / Cristina
Kirchner em relação ao atual presidente Mauricio Macri. O resultado
chocou os mercados e houve aumento abrupto de volatilidade e corrida
por dólares no país. A volta de Cristina Kirchner ao poder representa
ruptura do modelo reformista e pró-mercado que vinha sendo
implantado no país desde a vitória de Macri nas eleições passadas, o que
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trará dificuldades financeiras para o crescimento do país vizinho. O


contágio direto via comércio com o Brasil deve ocorrer, porém será
limitado uma vez que a Argentina já perdeu bastante espaço como
destinação das nossas exportações, ao longo dos últimos anos. O
contágio financeiro também deve ser limitado e dependerá de como o
provável novo governo negociará com os credores internacionais.
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Mês Ano 12m 24m 36m PL


Estratégia dos fundos Macro

MACRO -2,04% 1,01% 0,47% 10,32% 33,21%


R$386,2 m
% CDI — 24% 7% 76% 122%
ABSOLUTO -0,95% 2,25% 2,74% 11,19% 29,91%
R$117,8 m
% CDI — 54% 44% 83% 110%
INSTITUCIONAL1 0,18% 5,25% 8,87% 15,26% 34,48%
R$143,1 m
% CDI 36% 125% 141% 113% 127%
PREVIDÊNCIA2 -0,53% 11,29% 15,20%
R$21,9 m
% CDI — 270% 242%
Nota 1: O fundo se enquadra na resolução 4.661, e, por isso, não possui os ativos internacionais no seu portfólio.
Nota 2: O Mauá Previdência Advisory Icatu se enquadra na resolução CMN 4.444, e, por isso, não possui os ativos
internacionais no seu portfólio. O PL é do fundo master.

ATRIBUIÇÃO DE PERFORMANCE

Resultado negativo na estratégia, impactado pelo combo de posições na


curva de juros Brasil que se beneficiariam de um ciclo de corte mais extenso.
Juros
Posição Atual:
Brasil
Mantivemos o combo de posições na curva de juros nominal que se beneficia
da continuidade do ciclo de corte de taxa de juros pelo BC.
Resultado positivo, impactado por posições compradas em dólar contra o
Moedas real.
Posição Atual:
Brasil
Posição comprada em dólar contra o real.
Resultado negativo na estratégia de bolsa Brasil, em função da posição
comprada mantida na carteira ao longo do mês e posições táticas no
Bolsa mercado de renda variável.
Brasil Posição Atual:
Posição comprada em Ibovespa.
Resultado negativo, impactado pelas posições aplicadas em EUA e
Colômbia.
Juros
Posição Atual:
Offshore
Posição aplicada na curva de juros colombianos e juros americanos.
Resultado negativo, impactado pela posição comprada em euro contra
dólar.
Moedas
Posição Atual:
Offshore
Pequena posição comprada em euro contra dólar.
Resultado negativo.
Bolsa Posição Atual:
Offshore
Praticamente zerada em bolsa offshore.
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Mês Ano 12m PL


Estratégia dos fundos de Ações

AÇÕES FIA 1,73% 29,45% 48,98%


R$182,6 m
IBOV -0,67% 15,07% 31,90%
AÇÕES INST. FIA 1,09% 24,94% 42,55%
R$153,7 m
IBOV -0,67% 15,07% 31,90%

ATRIBUIÇÃO DE PERFORMANCE
No mês de Agosto, os fundos de ações da Mauá Capital tiveram retorno
acima do Ibovespa. Tivemos mais um mês bastante positivo para o fundo em
comparação ao índice principalmente devido à excelente performance de
Intermédica (GNDI3), uma das principais posições do fundo. IRB (IRBR3) e
Magazine Luiza (MGLU3) também contribuíram para a boa performance.
Apesar da volatilidade apresentada no mês, BPAC11 encerrou o período
Visão Geral com uma perda de alpha relativamente baixa (-0.26%). Seguimos
monitorando o desenvolvimento dos últimos acontecimentos e potenciais
impactos para o banco, mas ainda olhamos com otimismo para o
médio/longo prazo da companhia. O setor de Educação foi o destaque
negativo do mês impactado pelo fraco resultado do segundo trimestre.
Nossa posição comprada em derivativos de bolsa também sofreu pela alta
volatilidade dos preços.

Mesmo com o mercado externo adicionando volatilidade para o mercado


de ações brasileiro, seguimos otimistas com a continuação da agenda de
reformas e entendemos que o stock picking se torna fundamental em um
ambiente de transformação. Com isso destacamos as seguintes posições,
que vem apresentando excelência na execução: i) Consumo Discricionário
Principais
(com foco em MGLU3); ii) Saúde (com foco em GNDI3); iii) Financeiro (com
Setores destaque para BPAC11); iv) Transportes (RAIL3). Por fim, seguimos vendidos
em alguns papéis que acreditamos não irão conseguir acompanhar o ritmo
de crescimento dos demais, devido a diversos fatores, como: i) ambiente
competitivo; ii) problemas operacionais; iii) valuations excessivamente
demandantes; entre outros.

Principais
MGLU3 | BPAC11 | CPFE3 |GNDI3 | RAIL3
Posições

Contato
Rua Renato Paes de Barros, 955 - 15º andar

+55 11 2102 0700

mktasset@mauacapital.com

Disclaimer
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não devendo ser utilizadas com este propósito. Nenhuma informação contida neste material constitui uma solicitação, oferta ou recomendação para
compra ou venda de quotas de fundos de investimento, ou de quaisquer outros valores mobiliários. A rentabilidade obtida no passado não representa
garantia de rentabilidade futura. A rentabilidade divulgada não é líquida de impostos e taxa de saída (quando houver). Para a valiação da
performance dos fundos de investimento, é recomendável uma análise de períodos de, no mínimo, 12 (doze) meses. Leia o Formulário de informações
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