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Terceiro Trimestre 2019

Sumário Executivo
ƒƒ Acreditamos que o crescimento
econômico global, que se acomodou
desde o trimestre anterior, perman-
ecerá mais resiliente, sustentado pelo
crescimento americano, melhores
condições domésticas na Europa e
sinais de que estímulos monetários
e fiscais na Ásia estejam ganhando
tração.

ƒƒ Reduzimos nossa expectativa de


crescimento para a economia amer-
icana em 2019 para algo entre 1,75%
e 2,00% em função de dados mais
fracos em produção industrial e no
mercado de construção civil.

ƒƒ O nível de taxas de juros de títulos


de economias desenvolvidas reflete
muito pessimismo, sendo que, os
títulos alemães parecem ser os mais
sobrevalorizados.

ƒƒ Esperamos um crescimento econômi-


co de cerca de 1% para a zona do Euro.
Esse nível de crescimento é, apenas Os receios sobre o crescimento econômico global se intensificaram desde o trimestre anterior na
marginalmente, abaixo do que esti- medida em que a guerra comercial entre EUA e China foi ganhando contornos mais abrangen-
mamos ser o crescimento potencial tes. Os mercados globais também sofreram por conta das perspectivas de uma recessão nos
da região, mesmo depois de 5 anos
EUA, uma desaceleração prolongada da economia da zona do Euro e aumento de volatilidade
de crescimento acima do potencial.
da volatilidade dos preços do petróleo em função da escalada das tensões no Oriente Médio.
ƒƒ Em nossa visão, a recente mudança Apesar desses receios, nós acreditamos que o crescimento econômico global permanecerá
de postura do FED para um posiciona-
sustentado pelo crescimento dos EUA, melhores condições domésticas na Europa e sinais de
mento mais acomodatício e sinais de
desaceleração do crescimento amer- que os estímulos monetários e fiscais que estão sendo concedidos na Ásia ganharão tração.
icano são positivos para as condições Reconhecemos que o ruído nas transações comerciais serão um peso para a confiança tanto
financeiras de emergentes e para os de investidores quanto de empresários, mas com os bancos centrais principais tendo se tor-
fluxos de capitais.
nado muito mais explícitos em seu compromisso para injetar estímulos na economia global,
os riscos de queda acentuada ficam reduzidos. Este material apresenta as principais teses que
substanciam nosso cenário global, nossos posicionamentos nos portfolios e uma descrição
detalhada dos setores em que vemos valor nos mercados atuais. 
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Principais Teses
EUA: Não há Nossas estimativas atuais para crescimento da economia americana estão entre 1,75% e 2,00% para o ano
de 2019. Essa é uma pequena redução do que projetávamos em Abril, algo entre 2,00% a 2,25%. Estávamos
ameaça imediata esperando um crescimento menor da atividade manufatureira e de construção civil, e isso se materializou.
de Recessão Adicionalmente, o crescimento das vendas no varejo desacelerou um pouco, deteriorando o desempenho da
atividade manufatureira em relação ao que havíamos projetado anteriormente. Apesar de os investimentos
em bens de capital, exportações e estoques terem desacelerado, nenhum deles tem mostrado uma fraqueza
muito pronunciada – certamente não o suficiente para indicar uma recessão. Mesmo a desaceleração do setor
de construção civil de cerca de 10% em relação a 2018, ainda é significativamente melhor do que a queda de
30% verificada no período de 2006-2008. Portanto, nesse momento, projetamos crescimento para 2019 menor
do que tivemos em 2017-2018, mas não vemos o risco de recessão como sendo relevante.

Com isso em mente, não temos motivos fortes para que tenhamos o mesmo otimismo do FED de que a inflação
logo estará perto de 2% ou acima disso. Como discutido em nosso artigo recente Falling Inflation Could Move
the Fed, o crescimento nominal dos gastos que poderia levar a um aumento sustentado da inflação ou mesmo
a um crescimento econômico maior, não ocorreu a despeito do esforço do FED para estimular seu aumento.
Apesar de ainda não ser uma certeza que a inflação medida pelo PCE se estabilizará ao redor do patamar de 1,4%
a.a., em que esteve rodando ao longo dos últimos meses, as últimas medições têm se mostrado muito menos
transitórias do que os comentários do FED fariam crer. Acreditamos que o quadro mais provável é que a taxa de
inflação permanecerá abaixo da meta de 2% do FED. Quanto mais as projeções de inflação permanecerem abaixo
da meta do FED, maior será a pressão para que ele incorpore esses dados em suas projeções ao longo do ano.

Europa: O Depois de um crescimento muito fraco no 2S18, o crescimento, tanto de Alemanha, quanto da zona do Euro
como um todo, melhorou e veio acima das expectativas do mercado, à medida em que o impacto negativo
Pessimismo parece de alguns setores específicos da indústria, em particular o setor automobilístico, começaram a desaparecer. Os
exagerado levantamentos de expectativas do mercado se recuperaram dos pontos mais baixos de Janeiro. Os principais
fatores de crescimento econômico na zona do Euro, incluindo Alemanha, permanecem robustos e, até agora,
se mostraram resilientes, a despeito dos fracos dados de atividade do setor manufatureiro.

Apesar de ter havido algum enfraquecimento marginal


do mercado de trabalho em algumas economias euro- Os drivers domésticos de crescimen-
peias (incluindo a Alemã), no geral, os dados perman- to em grande parte dos países na
eceram sólidos, com o aumento de renda contribuindo zona do euro, incluindo Alemanha,
para a sustentação dos níveis de consumo. Ao juntarmos permanecem robustos
os dados econômicos já divulgados, com os projetados,
esperamos um crescimento de cerca de 1% esse ano – não é algo espetacular, mas é apenas marginalmente
abaixo das estimativas de PIB potencial da região, mesmo após 5 anos consecutivos de crescimento acima do
potencial. Baseado nisso, o temor de recessão parece exagerado. Adicionalmente, achamos que o BCE (Banco
Central Europeu) reforçou seu compromisso com políticas acomodatícias, em seu Forum anual em Sintra, Portugal.

Continuamos atentos a fatores que podem comprometer esse cenário, em particular um recrudescimento da
guerra comercial, no entanto, achamos que os investidores estejam exagerando em seu pessimismo acerca da
economia europeia e global. Caso não tenhamos nem um aumento significativo da guerra comercial ou uma
desaceleração acentuada nos EUA ou na China no 2S19, os mercados de renda fixa já refletem um pessimismo
exagerado, e dentro desse universo, os papéis alemães parecem ser os mais sobrevalorizados.
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Western Asset 2 Terceiro Trimestre 2019


Principais Fatores
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O nosso cenário base para as economias asiáticas no 3T19 é de que a continuidade das tensões sobre guerra comercial
Ásia: Bancos Centrais poderão impactar negativamente a atividade econômica. O efeito mais visível será a contração das exportações
prontos para agir asiáticas e o declínio da atividade econômica. Os riscos para esse cenário de moderada desaceleração podem se
acentuar caso haja uma transição para uma guerra comercial mais profunda e disseminada, aliada a restrições nas
cadeias produtivas e de negócios do setor de tecnologia, que poderia resultar em perda de confiança. No entanto, os
fracos dados de inflação na Ásia permitem aos bancos centrais da região a afrouxarem suas políticas monetárias, para
China contrapor a desaceleração da economia. Os bancos centrais que possuem mais margem de manobra, são aqueles que
6%- estão com taxas de juros reais mais altas (ex. Indonésia e Filipinas) ou com fortes contas externas (ex. Coréia do Sul).
6,5%
A capacidade de resposta total da China a uma eventual escalada da guerra comercial ainda é desconhecida.
Nosso cenário base é de que as autoridades chinesas usarão suas ferramentas fiscais como o relaxamento
EUA
das restrições ao uso de recursos provenientes de títulos emitidos por governos locais. Atribuímos uma baixa
Zona 1,75%- probabilidade de haver um afrouxamento monetário muito forte, bem como uma desvalorização da moeda
do Euro 2%
1% dada a sensibilidade do atual estágio das negociações entre EUA e China e o risco para a estabilidade financeira.

Taxas de crescimento Há expectativa de algum relaxamento monetário para as empresas privadas e de infra-estrutura, ao invés de
globais estimadas um modelo de relaxamento como feito anteriormente, que resultarão em desequilíbrios futuros. Dado o recuo
do superávit da conta corrente da chinesa, fluxo positivo de capitais em função do mercado chinês passar a
fazer parte dos “benchmarks” de renda fixa e de renda variável globais, ajudarão a fortalecer a conta de capital.

Os preços do petróleo se sustentaram em função do crescimento da demanda, crescimento de produção nos


Commodities:
EUA, manutenção das cotas de produção na OPEP e Russia, quebras nas cadeias de fornecimento globais e riscos
Tensões geopolíticos. Consequentemente, os fundamentos continuam a apontar para um melhor equilíbrio ao longo do
geopolíticas tempo. No entanto, eventos recentes como as preocupações sobre a demanda em função das tensões comerciais
entre EUA e China, o atual momento do ciclo econômico, as sanções aplicadas à Venezuela e a escalada dos
se somam à riscos no Oriente Médio, introduziram volatilidade aos preços. O último fator serviu para suportar os preços do
volatilidade do petróleo em patamares mais altos. Como consequência, as preocupações sobre a oferta global de petróleo estão
focadas num dos principais gargalos, o estreito de Hormuz, por onde aproximadamente um terço do petróleo
preço do petróleo transportado maritimamente passa diariamente. Pode haver
altas de preços no curto prazo, mas acreditamos que, em
Eventos recentes levaram a um
última análise, os fundamentos prevalecerão.
aumento na volatilidade do preço
Olhando o lado da demanda, a demanda anual de petróleo do petróleo, especialmente as
continua a subir e, atualmente, é puxada por países
tensões no Oriente Médio.
emergentes (principalmente China e India). A demanda
dos países desenvolvidos tem crescido principalmente
por conta dos EUA e Europa, e permanece estável em função dos ganhos de eficiência energética. A taxa de
crescimento da demanda por petróleo poderá ser menor do que em anos anteriores, mas permanece em níveis
robustos a despeito do crescimento econômico global fraco. Dito isso, o lado da oferta continua a ser o principal
direcionador de preços do barril de petróleo, na medida em que a produção nos EUA atingiu patamares recordes,
superando inclusive a produção da Arábia Saudita. Isso alterou a dinâmica do mercado, na medida em que
a Arábia Saudita, historicamente, conseguia ter mais controle sobre a produção e consequentemente preços
globais. No entanto, é possível percebermos que a atividade nos EUA começou a desacelerar, à medida que
os produtores responderam de forma proativa aos preços mais baixos, em função de sua disciplina financeira
e também por conta da redução natural de capacidade produtiva dos reservatórios. Ademais, o compromisso
da OPEP e da Rússia de cortarem produção parece ter sido prorrogado por mais nove meses, com intuito de
equilibrar o mercado e prover estabilidade de preços.

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The Big Picture
Juros em países desenvolvidos: Valor relativo por região
CANADA: A curva de juros canadense está mais “flat” do que a curva
de juros americana, o que compromete sua atratividade. Os títulos
mais longos parecem mais atrativos do que os mais curtos e mesmo JAPÃO: Com as taxas
em relação aos títulos americanos, eles parecem ter algum apelo. de juros dos títulos
japoneses de 10 anos
sendo controladas
REINO UNIDO: Caso pelo BOJ num
o Reino Unido e a intervalo entre +0,2%
União Europeia cheg- a -0,2%, esperamos
uem a alguma forma EUROPA: Acreditamos que o
que a curva incline ao
de acordo sobre o nível das taxas de juros de países
longo do tempo.
“Brexit”, esperamos desenvolvidos reflete muito pes-
que as taxas de juros simismo. Dentro desse universo,
subam e que a Libra os títulos alemães são os mais
se valorize. sobrevalorizados.
EUA: Continuamos a ver valor
na parte curta da curva de juros,
dada nossa visão de crescimento
econômico moderado nos EUA
e ao FED, que deve se manter AUSTRÁLIA: Estamos sub-alocados na
cauteloso; também permanec- parte curta da curva, na medida em que
emos construtivos quanto aos os mercados já precificaram um segundo
títulos mais longos na medida corte de taxas pelo RBA e uma alta
em que eles podem servir como probabilidade de mais um corte até o final
contra-peso aos ativos de risco de 2019. Adicionamos títulos australianos
nos portfolios que tenham risco Veja o valor relativo por setor para as de longo prazo na medida em que
de “spread”. perspectivas dos Mercados Emergentes. achamos que a curva vá perder inclinação.

Estamos projetando um crescimento da economia dos EUA entre 1,75% e 2,00% em 2019. Investimentos em equipamentos, exportações
e estoques perderam força, no entanto, nenhum desses setores está significativamente fraco, não a ponto de se tornar uma ameaça de
EUA recessão. Mesmo o setor de construção civil que apresentou uma queda de cerca de 10% em 2018, parece melhor do que esteve em 2006-
2008, quando recuou 30%. Atualmente, projetamos, mais uma vez, que o crescimento de 2019 será menor do que o apresentado ao longo
de 2017-2018, porém, achamos que os riscos de recessão sejam pequenos.
As taxas de juros canadenses parecem estar aguardando um equilíbrio entre o crescimento econômico de 2019 que pode ser impactado
pelo mercado imobiliário e pelos riscos decorrentes da guerra comercial. A recente elevação da inflação poderá postergar a resposta da
Canada
política monetária, pelo menos em relação aos seus parceiros comerciais, porém, é possível notar que os setores que são mais dependentes
de taxas de juros já mostram sinais de desaceleração.

Projetamos que o crescimento da zona do Euro será ao redor de 1% em 2019 – não será espetacular, porém, esse patamar é apenas margin-
almente abaixo do PIB potencial estimado para a região, mesmo depois de ter crescido acima do PIB potencial por 5 anos seguidos. Assim,
Europa
achamos que o receio do mercado de que pode haver uma recessão esteja exagerado. Adicionalmente, achamos que em seu Forum anual
em Sintra – Portugal, o BCE reforçou de forma significativa seu compromisso em prover um novo ciclo de afrouxamento monetário.

O Banco Central Inglês sinalizou que poderia manter uma política monetária mais dura, à medida em que a inflação se aproximou de sua
meta de 2% e a economia apresenta baixo desemprego e alto crescimento de salários. No entanto, esse cenário ficou mais condicionado
à mudança de postura dos demais bancos centrais relevantes, que indicaram políticas monetárias mais frouxas. Adicionalmente, o prolon-
Reino Unido gamento das discussões sobre “Brexit” tem mantido a incerteza alta, o que pode pesar sobre atividade econômica. Receios de um “Brexit”
sem acordo aumentaram à medida em que Boris Johnson – o candidato que deve suceder Theresa May como líder do partido conservador
e, portanto, como Primeiro Ministro – sinalizou que o Reino Unido deveria deixar a união Europeia até o final de Outubro, mesmo que não
haja acordo. Acreditamos, no entanto, que haja maior probabilidade de um “Brexit” que evite tamanha ruptura.
Esperamos que o Banco Central Japonês mantenha sua política monetária acomodatícia por algum tempo para que a inflação atinja sua
Japão meta de 2%, o que estaria em linha com suas últimas declarações. Não esperamos afrouxamento adicional, nesse momento. O BOJ, no
entanto, poderá fazer ajustes para manter a sustentação de sua política.
O crescimento econômico australiano desacelerou, em linha com o crescimento dos demais mercados desenvolvidos, e agora esperamos
que o PIB cresça 2,5% em 2019. Apesar se não ser muito afeito a cortes de juros, o Banco Central Australiano (RBA) cortou 0,25% em Junho e
em Julho – a primeira sequência de cortes consecutivos desde 2012 – dada uma recalibragem de sua estimativa de NAIRU, e deu indicações
Austrália de que pode fazer mais um corte de juros. O banco está acompanhando os dados de perto, particularmente os de emprego e buscando
uma resposta mais abrangente do governo, dada a capacidade limitada da política monetária de atingir os objetivos desejados de baixo
desemprego, maior inflação de salários e de crescimento econômico robusto e sustentável. Com o governo de volta ao campo superavitário,
o RBA pode vir a receber uma contribuição da política fiscal.

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Valor Relativo por Setor
Crédito Corporativo
Grau de Investimento Outlook Valor Relativo
EUA Os spreads de crédito grau de investimentos nos EUA abriram marginalmente; +/– Continuamos com posições no setor financeiro, de
as políticas monetárias acomodatícias ao redor do mundo dão sustentação energia e de metais e mineração, na medida em
para a manutenção desse risco no curto prazo. Permanecemos cautelosos nos que são menos sensíveis à guerra comercial e estão
setores de alimentos e bebidas, farmacêuticas/saúde e automotivo bem posicionados para receberem “upgrade” das
agências classificadoras de ratings.
Europa Os fundamentos do segmento na Europa permanecem sólidos, porém, sus- + Temos um viés para o setor financeiro, em detri-
cetíveis a crescimento e pressões tarifárias. Estamos acompanhando os riscos mento dos demais, dados os balanços fortes e po-
de curto prazo para crescimento econômico na região e em especial, nos tencial aumento para “spread bancário”.
setores automotivo e de varejo. O mercado europeu parece bem suportado
por demanda externa e interna, mas os preços dos ativos parecem menos
atrativos do que no início do ano.
Austrália Os fundamentos permanecem fortes na medida em que as empresas estão + Estamos alocados nesse segmento, porém manten-
mantendo uma gestão conservadora de seus balanços, alinhada com retor- do um “duration” curto como forma de gerenciar
nos sólidos. A limitação de emissões e os vencimentos ao longo de 2019, tam- o risco de aumento de “spread”. Do ponto de vista
bém devem contribuir do lado técnico. de setores, permanecemos com um viés em finan-
ceiros, REITS e serviços regulados.
Crédito Corporativo High-Yield
EUA A compressão de prêmios de crédito, baseada em fundamentos corporativos + Continuamos com sub-alocados em CCCs, dadas o
estáveis e movimentos técnicos positivos, levou esses ativos a ficarem bem valor relativo e o fato de o ciclo de crédito já estar
precificados. Alguns riscos latentes ainda inspiram cautela. As oportunidades no final; estamos com sobre-exposição em metais e
permanecem em emissores de maior qualidade, que continuam a desalavan- mineração (ex. cobre), serviços cíclicos, financeiros
car e têm acesso ao capital. e empresas com potencial para upgrade.
Europa A volatilidade do mercado aumentou à medida que que a percepção de risco +/– O fraco cenário de crescimento regional, as incer-
oscila, impactando a liquidez. Isso causou dispersão entre os emissores. Os tezas relacionadas ao Brexit e guerra comercial
fatores técnicos têm dado suporte, com novas emissões BB e B, porém, sem nos levam a uma abordagem mais oportunistica /
muito prêmio adicional nas novas emissões. cautelosa para novas emissões e oportunidades do
mercado secundário.

Bank Loans
EUA Continua a haver um crescimento moderado de empréstimos; taxas de juros + Com a demanda advinda dos CLOs, esperamos que
mais baixas podem estimular ainda mais o fluxo. Esperamos que a formação a faixa B1 e os ratings mais altos fiquem mais de-
de CLO deve direcionar a demanda; no entanto, as taxas de juros baixas mandados, independentemente dos fundamentos.
poderão levar os investidores de varejo a redirecionarem seus investimentos. Temos sido capazes de extrair bastante valor e de
A classe permanece atrativa do ponto de vista de carregamento. obter estruturas mais robustas em novas emissões,
o que é uma tendência positiva para a classe.
CLOs
EUA A oferta de CLOs continua robusta. Enquanto fundamentos e valor relativo con- + Operações curtas AAA e de 1 ou 2 anos são as mais
tinuam atrativos, acreditamos que a oferta de CLOs deverá manter os spreads in- atrativas. Nas cotas mezanino há algumas tranches
teressantes. Para os CLOs com rating BBB e BB, esperamos uma abertura margin- (BBB/BB) interessantes.
al dos spreads caso o volume de oferta surpreenda. Nesse caso, procuraremos
aproveitar essa oportunidade.
Crédito Estruturado
Agency MBS Estamos construtivos com o setor de hipotecas devido aos prêmios interes- +/– Vemos prêmio de MBS contra as treasuries, princi-
santes, carregamento e expectativa de que o FED permanecerá com política palmente nas de coupons mais baixos e de ativos
acomodatícia. Algumas reformas implicam em cautela. comerciais.

Non-Agency Estamos construtivos com os fundamentos do setor de construção e esper- + Estamos otimistas com o risco de crédito das agên-
Residential MBS amos um modesto aumento dos preços de residências nos próximos anos, cias Fannie Mae e Freddie Mac e recentemente en-
(RMBS) com pouca probabilidade de queda de preços, dado que vemos o mercado tramos em estruturas de non-agency assim como
ajustado. Os critérios de crédito estão historicamente altos, o que torna a qual- de empréstimos reperformados
idade dos empréstimos elevada.
Non-Agency Permancemos construtivos com o Mercado de CMBS em função dos funda- + Estamos otimistas com operações de curto prazo e
Commercial MBS mentos positivos para o setor e boas perspectivas econômicas; no entanto, bem estruturadas. Nas estruturas de “contuits” ve-
(CMBS) acreditamos que as perspectivas podem se diferenciar por subclasses de mer- mos mais valor nas operações AAA.
cados e tipos de propriedades
Asset-Backed Continuamos construtivos com os fundamentos de consumo e com o atual +/– Estamos construtivos com operações sêniores
Securities (ABS) nível de alavancagem. Achamos que há boas oportunidades em estruturas bem de alta qualidade como empréstimos estudantis
montadas, em setores com baixa visibilidade, com boa relação risco/retorno. FFELP e de aluguel de veículos.
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Western Asset 5 Terceiro Trimestre 2019
Valor Relativo por Setor
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Inflação Outlook Valor Relativo
EUA O nível da inflação implícita está abaixo da meta do FED e esses títulos se +/– No curto prazo, preferimos manter uma sobre alo-
mostram com bom valor frente ao nosso cenário base. No entanto, o carrega- cação em taxas de juros reais americanas combina-
mento baixo no curto prazo e os riscos apontando para inflação mais baixa, das com posicionamentos táticos na curva de juros
devem ser fatores a restringir a demanda pelos ativos. pré-fixada.

Europa A inflação implícita na Europa recuou, mesmo descontando o movimento de +/– Nos mandatos com benchmark em inflação im-
recuperação de petróleo, que acabou impactando outros mercados. Espera- plícita, continuamos vendidos tanto em juros reais
mos que a inflação fique próxima a 1,2% em 2019, o que é mais alto do que o como nominais.
que está embutido em preços de mercado. Assim, esperamos algum alinha-
mento em função do preço do petróleo e dos fundamentos.
Municipals
EUA Continuamos a ver bons fundamentos no mercado de títulos municipais em + Continuamos preferindo nomes específicos em
função de uma série de fatores, incluindo boas condições técnicas do merca- detrimento a uma exposição ao mercado como um
do, baixo desemprego, melhora na arrecadação de impostos e orçamentos todo. Preferimos títulos atrelados a operações de
cautelosos com gastos. Ajustado por rating, os títulos municipais estão mais desenvolvimento industrial e ao setor de transportes.
atrativos do que os demais títulos de 5 anos ou mais.
Mercados Emergentes
Títulos soberanos Apesar das incertezas em relação às condições de crescimento global, a + Gostamos de alguns títulos soberanos em dólar,
em dólar mudança do FED para uma postura mais acomodatícia e sinais de que o tanto grau de investimento como abaixo do grau
crescimento da economia americana pode desacelerar, são postivos para as de investimento, por conta da boa perspectiva de
condições financeiras e fluxo para mercados emergentes. Do ponto de vista carregamento de juros e de retorno total. Estamos
técnico, os mercados emergentes permanecem sub representados nos índi- avaliando adicionar exposição aos países de menor
ces globais. Dado isso, a inclusão progressiva de mercados relevantes como risco da GCC e aos países com economias de frontei-
China e de países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC) deve aumen- ra atrativos, enquanto os ativos BBB já parecem mais
tar a visibilidade e o apetite dos investidores. bem precificados.
Mercados Emergen- Uma postura acomodatícia do FED, combinada com moedas estáveis ou até + Atualmente achamos que exposições a taxas de ju-
tes em moeda local se apreciando nos mercados emergentes, reduziu a pressão por aperto mon- ros de emergentes em moeda local são muito atra-
etário nesses países. O diferencial de juros reais entre emergentes e desen- tivas dado o nível elevado de juros real e a postura
volvidos, dão suporte à classe de ativos e pode vir a se reduzir. A redução do mais acomodatícia dos bancos centrais. Preferimos
impacto fiscal nos EUA e aumento na China deve diminuir o protagonismo exposição a países mais estáveis e com inflação
dos EUA em termos de crescimento. Em nossa visão, esses fatores devem ser moderada, incluindo Indonesia, India, Brasil e Russia.
positivos para emergentes.
Títulos corporativos Os títulos corporativos de países emergentes continuam a se beneficiar de + Acreditamos que os títulos corporativos grau de in-
de países emer- uma combinação de fundamentos resilientes e gestão conservadora dos vestimentos em emergentes sejam a melhor forma
gentes balanços. Diferentemente das empresas americanas, as de emergentes tem de se expor ao segmento, uma vez que os funda-
menos interesse em fazer recompra de ações ou processos de fusão e con- mentos são bons e os preços atrativos. Quanto aos
tinuaram a reduzir seu endividamento depois das crises políticas e de com- emissores, preferimos aqueles com algum suporte
modities de 2014-2016. Apesar de o mercado como um todo mostrar boa soberano e com geração de receitas em moeda
quantidade de emissões, quando desconsiderarmos China, as emissões têm forte. Para os mandatos com mais restrições de rat-
sido poucas, o que ajuda do lado técnico. ing, os títulos grau de investimentos de emergentes
são uma boa diversificação às posições em EUA, da-
dos seus prêmios mais atrativos, prazos mais curtos
e melhores condições técnicas do mercado BBB.

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