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Sumário Executivo
Acreditamos que o crescimento
econômico global, que se acomodou
desde o trimestre anterior, perman-
ecerá mais resiliente, sustentado pelo
crescimento americano, melhores
condições domésticas na Europa e
sinais de que estímulos monetários
e fiscais na Ásia estejam ganhando
tração.
Com isso em mente, não temos motivos fortes para que tenhamos o mesmo otimismo do FED de que a inflação
logo estará perto de 2% ou acima disso. Como discutido em nosso artigo recente Falling Inflation Could Move
the Fed, o crescimento nominal dos gastos que poderia levar a um aumento sustentado da inflação ou mesmo
a um crescimento econômico maior, não ocorreu a despeito do esforço do FED para estimular seu aumento.
Apesar de ainda não ser uma certeza que a inflação medida pelo PCE se estabilizará ao redor do patamar de 1,4%
a.a., em que esteve rodando ao longo dos últimos meses, as últimas medições têm se mostrado muito menos
transitórias do que os comentários do FED fariam crer. Acreditamos que o quadro mais provável é que a taxa de
inflação permanecerá abaixo da meta de 2% do FED. Quanto mais as projeções de inflação permanecerem abaixo
da meta do FED, maior será a pressão para que ele incorpore esses dados em suas projeções ao longo do ano.
Europa: O Depois de um crescimento muito fraco no 2S18, o crescimento, tanto de Alemanha, quanto da zona do Euro
como um todo, melhorou e veio acima das expectativas do mercado, à medida em que o impacto negativo
Pessimismo parece de alguns setores específicos da indústria, em particular o setor automobilístico, começaram a desaparecer. Os
exagerado levantamentos de expectativas do mercado se recuperaram dos pontos mais baixos de Janeiro. Os principais
fatores de crescimento econômico na zona do Euro, incluindo Alemanha, permanecem robustos e, até agora,
se mostraram resilientes, a despeito dos fracos dados de atividade do setor manufatureiro.
Continuamos atentos a fatores que podem comprometer esse cenário, em particular um recrudescimento da
guerra comercial, no entanto, achamos que os investidores estejam exagerando em seu pessimismo acerca da
economia europeia e global. Caso não tenhamos nem um aumento significativo da guerra comercial ou uma
desaceleração acentuada nos EUA ou na China no 2S19, os mercados de renda fixa já refletem um pessimismo
exagerado, e dentro desse universo, os papéis alemães parecem ser os mais sobrevalorizados.
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O nosso cenário base para as economias asiáticas no 3T19 é de que a continuidade das tensões sobre guerra comercial
Ásia: Bancos Centrais poderão impactar negativamente a atividade econômica. O efeito mais visível será a contração das exportações
prontos para agir asiáticas e o declínio da atividade econômica. Os riscos para esse cenário de moderada desaceleração podem se
acentuar caso haja uma transição para uma guerra comercial mais profunda e disseminada, aliada a restrições nas
cadeias produtivas e de negócios do setor de tecnologia, que poderia resultar em perda de confiança. No entanto, os
fracos dados de inflação na Ásia permitem aos bancos centrais da região a afrouxarem suas políticas monetárias, para
China contrapor a desaceleração da economia. Os bancos centrais que possuem mais margem de manobra, são aqueles que
6%- estão com taxas de juros reais mais altas (ex. Indonésia e Filipinas) ou com fortes contas externas (ex. Coréia do Sul).
6,5%
A capacidade de resposta total da China a uma eventual escalada da guerra comercial ainda é desconhecida.
Nosso cenário base é de que as autoridades chinesas usarão suas ferramentas fiscais como o relaxamento
EUA
das restrições ao uso de recursos provenientes de títulos emitidos por governos locais. Atribuímos uma baixa
Zona 1,75%- probabilidade de haver um afrouxamento monetário muito forte, bem como uma desvalorização da moeda
do Euro 2%
1% dada a sensibilidade do atual estágio das negociações entre EUA e China e o risco para a estabilidade financeira.
Taxas de crescimento Há expectativa de algum relaxamento monetário para as empresas privadas e de infra-estrutura, ao invés de
globais estimadas um modelo de relaxamento como feito anteriormente, que resultarão em desequilíbrios futuros. Dado o recuo
do superávit da conta corrente da chinesa, fluxo positivo de capitais em função do mercado chinês passar a
fazer parte dos “benchmarks” de renda fixa e de renda variável globais, ajudarão a fortalecer a conta de capital.
Estamos projetando um crescimento da economia dos EUA entre 1,75% e 2,00% em 2019. Investimentos em equipamentos, exportações
e estoques perderam força, no entanto, nenhum desses setores está significativamente fraco, não a ponto de se tornar uma ameaça de
EUA recessão. Mesmo o setor de construção civil que apresentou uma queda de cerca de 10% em 2018, parece melhor do que esteve em 2006-
2008, quando recuou 30%. Atualmente, projetamos, mais uma vez, que o crescimento de 2019 será menor do que o apresentado ao longo
de 2017-2018, porém, achamos que os riscos de recessão sejam pequenos.
As taxas de juros canadenses parecem estar aguardando um equilíbrio entre o crescimento econômico de 2019 que pode ser impactado
pelo mercado imobiliário e pelos riscos decorrentes da guerra comercial. A recente elevação da inflação poderá postergar a resposta da
Canada
política monetária, pelo menos em relação aos seus parceiros comerciais, porém, é possível notar que os setores que são mais dependentes
de taxas de juros já mostram sinais de desaceleração.
Projetamos que o crescimento da zona do Euro será ao redor de 1% em 2019 – não será espetacular, porém, esse patamar é apenas margin-
almente abaixo do PIB potencial estimado para a região, mesmo depois de ter crescido acima do PIB potencial por 5 anos seguidos. Assim,
Europa
achamos que o receio do mercado de que pode haver uma recessão esteja exagerado. Adicionalmente, achamos que em seu Forum anual
em Sintra – Portugal, o BCE reforçou de forma significativa seu compromisso em prover um novo ciclo de afrouxamento monetário.
O Banco Central Inglês sinalizou que poderia manter uma política monetária mais dura, à medida em que a inflação se aproximou de sua
meta de 2% e a economia apresenta baixo desemprego e alto crescimento de salários. No entanto, esse cenário ficou mais condicionado
à mudança de postura dos demais bancos centrais relevantes, que indicaram políticas monetárias mais frouxas. Adicionalmente, o prolon-
Reino Unido gamento das discussões sobre “Brexit” tem mantido a incerteza alta, o que pode pesar sobre atividade econômica. Receios de um “Brexit”
sem acordo aumentaram à medida em que Boris Johnson – o candidato que deve suceder Theresa May como líder do partido conservador
e, portanto, como Primeiro Ministro – sinalizou que o Reino Unido deveria deixar a união Europeia até o final de Outubro, mesmo que não
haja acordo. Acreditamos, no entanto, que haja maior probabilidade de um “Brexit” que evite tamanha ruptura.
Esperamos que o Banco Central Japonês mantenha sua política monetária acomodatícia por algum tempo para que a inflação atinja sua
Japão meta de 2%, o que estaria em linha com suas últimas declarações. Não esperamos afrouxamento adicional, nesse momento. O BOJ, no
entanto, poderá fazer ajustes para manter a sustentação de sua política.
O crescimento econômico australiano desacelerou, em linha com o crescimento dos demais mercados desenvolvidos, e agora esperamos
que o PIB cresça 2,5% em 2019. Apesar se não ser muito afeito a cortes de juros, o Banco Central Australiano (RBA) cortou 0,25% em Junho e
em Julho – a primeira sequência de cortes consecutivos desde 2012 – dada uma recalibragem de sua estimativa de NAIRU, e deu indicações
Austrália de que pode fazer mais um corte de juros. O banco está acompanhando os dados de perto, particularmente os de emprego e buscando
uma resposta mais abrangente do governo, dada a capacidade limitada da política monetária de atingir os objetivos desejados de baixo
desemprego, maior inflação de salários e de crescimento econômico robusto e sustentável. Com o governo de volta ao campo superavitário,
o RBA pode vir a receber uma contribuição da política fiscal.
Bank Loans
EUA Continua a haver um crescimento moderado de empréstimos; taxas de juros + Com a demanda advinda dos CLOs, esperamos que
mais baixas podem estimular ainda mais o fluxo. Esperamos que a formação a faixa B1 e os ratings mais altos fiquem mais de-
de CLO deve direcionar a demanda; no entanto, as taxas de juros baixas mandados, independentemente dos fundamentos.
poderão levar os investidores de varejo a redirecionarem seus investimentos. Temos sido capazes de extrair bastante valor e de
A classe permanece atrativa do ponto de vista de carregamento. obter estruturas mais robustas em novas emissões,
o que é uma tendência positiva para a classe.
CLOs
EUA A oferta de CLOs continua robusta. Enquanto fundamentos e valor relativo con- + Operações curtas AAA e de 1 ou 2 anos são as mais
tinuam atrativos, acreditamos que a oferta de CLOs deverá manter os spreads in- atrativas. Nas cotas mezanino há algumas tranches
teressantes. Para os CLOs com rating BBB e BB, esperamos uma abertura margin- (BBB/BB) interessantes.
al dos spreads caso o volume de oferta surpreenda. Nesse caso, procuraremos
aproveitar essa oportunidade.
Crédito Estruturado
Agency MBS Estamos construtivos com o setor de hipotecas devido aos prêmios interes- +/– Vemos prêmio de MBS contra as treasuries, princi-
santes, carregamento e expectativa de que o FED permanecerá com política palmente nas de coupons mais baixos e de ativos
acomodatícia. Algumas reformas implicam em cautela. comerciais.
Non-Agency Estamos construtivos com os fundamentos do setor de construção e esper- + Estamos otimistas com o risco de crédito das agên-
Residential MBS amos um modesto aumento dos preços de residências nos próximos anos, cias Fannie Mae e Freddie Mac e recentemente en-
(RMBS) com pouca probabilidade de queda de preços, dado que vemos o mercado tramos em estruturas de non-agency assim como
ajustado. Os critérios de crédito estão historicamente altos, o que torna a qual- de empréstimos reperformados
idade dos empréstimos elevada.
Non-Agency Permancemos construtivos com o Mercado de CMBS em função dos funda- + Estamos otimistas com operações de curto prazo e
Commercial MBS mentos positivos para o setor e boas perspectivas econômicas; no entanto, bem estruturadas. Nas estruturas de “contuits” ve-
(CMBS) acreditamos que as perspectivas podem se diferenciar por subclasses de mer- mos mais valor nas operações AAA.
cados e tipos de propriedades
Asset-Backed Continuamos construtivos com os fundamentos de consumo e com o atual +/– Estamos construtivos com operações sêniores
Securities (ABS) nível de alavancagem. Achamos que há boas oportunidades em estruturas bem de alta qualidade como empréstimos estudantis
montadas, em setores com baixa visibilidade, com boa relação risco/retorno. FFELP e de aluguel de veículos.
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Western Asset 5 Terceiro Trimestre 2019
Valor Relativo por Setor
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Inflação Outlook Valor Relativo
EUA O nível da inflação implícita está abaixo da meta do FED e esses títulos se +/– No curto prazo, preferimos manter uma sobre alo-
mostram com bom valor frente ao nosso cenário base. No entanto, o carrega- cação em taxas de juros reais americanas combina-
mento baixo no curto prazo e os riscos apontando para inflação mais baixa, das com posicionamentos táticos na curva de juros
devem ser fatores a restringir a demanda pelos ativos. pré-fixada.
Europa A inflação implícita na Europa recuou, mesmo descontando o movimento de +/– Nos mandatos com benchmark em inflação im-
recuperação de petróleo, que acabou impactando outros mercados. Espera- plícita, continuamos vendidos tanto em juros reais
mos que a inflação fique próxima a 1,2% em 2019, o que é mais alto do que o como nominais.
que está embutido em preços de mercado. Assim, esperamos algum alinha-
mento em função do preço do petróleo e dos fundamentos.
Municipals
EUA Continuamos a ver bons fundamentos no mercado de títulos municipais em + Continuamos preferindo nomes específicos em
função de uma série de fatores, incluindo boas condições técnicas do merca- detrimento a uma exposição ao mercado como um
do, baixo desemprego, melhora na arrecadação de impostos e orçamentos todo. Preferimos títulos atrelados a operações de
cautelosos com gastos. Ajustado por rating, os títulos municipais estão mais desenvolvimento industrial e ao setor de transportes.
atrativos do que os demais títulos de 5 anos ou mais.
Mercados Emergentes
Títulos soberanos Apesar das incertezas em relação às condições de crescimento global, a + Gostamos de alguns títulos soberanos em dólar,
em dólar mudança do FED para uma postura mais acomodatícia e sinais de que o tanto grau de investimento como abaixo do grau
crescimento da economia americana pode desacelerar, são postivos para as de investimento, por conta da boa perspectiva de
condições financeiras e fluxo para mercados emergentes. Do ponto de vista carregamento de juros e de retorno total. Estamos
técnico, os mercados emergentes permanecem sub representados nos índi- avaliando adicionar exposição aos países de menor
ces globais. Dado isso, a inclusão progressiva de mercados relevantes como risco da GCC e aos países com economias de frontei-
China e de países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC) deve aumen- ra atrativos, enquanto os ativos BBB já parecem mais
tar a visibilidade e o apetite dos investidores. bem precificados.
Mercados Emergen- Uma postura acomodatícia do FED, combinada com moedas estáveis ou até + Atualmente achamos que exposições a taxas de ju-
tes em moeda local se apreciando nos mercados emergentes, reduziu a pressão por aperto mon- ros de emergentes em moeda local são muito atra-
etário nesses países. O diferencial de juros reais entre emergentes e desen- tivas dado o nível elevado de juros real e a postura
volvidos, dão suporte à classe de ativos e pode vir a se reduzir. A redução do mais acomodatícia dos bancos centrais. Preferimos
impacto fiscal nos EUA e aumento na China deve diminuir o protagonismo exposição a países mais estáveis e com inflação
dos EUA em termos de crescimento. Em nossa visão, esses fatores devem ser moderada, incluindo Indonesia, India, Brasil e Russia.
positivos para emergentes.
Títulos corporativos Os títulos corporativos de países emergentes continuam a se beneficiar de + Acreditamos que os títulos corporativos grau de in-
de países emer- uma combinação de fundamentos resilientes e gestão conservadora dos vestimentos em emergentes sejam a melhor forma
gentes balanços. Diferentemente das empresas americanas, as de emergentes tem de se expor ao segmento, uma vez que os funda-
menos interesse em fazer recompra de ações ou processos de fusão e con- mentos são bons e os preços atrativos. Quanto aos
tinuaram a reduzir seu endividamento depois das crises políticas e de com- emissores, preferimos aqueles com algum suporte
modities de 2014-2016. Apesar de o mercado como um todo mostrar boa soberano e com geração de receitas em moeda
quantidade de emissões, quando desconsiderarmos China, as emissões têm forte. Para os mandatos com mais restrições de rat-
sido poucas, o que ajuda do lado técnico. ing, os títulos grau de investimentos de emergentes
são uma boa diversificação às posições em EUA, da-
dos seus prêmios mais atrativos, prazos mais curtos
e melhores condições técnicas do mercado BBB.
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