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FACULDADE DE PSICOLOGIA

Carla Rocha
Jéssica Flores da Rosa
Wendy Oliveira

Análise do Livro

Prof(a): Cristiane Rangel

Porto Alegre
10 / 2020
Sumário

Introdução 3

Visão Fenomenológica do homem 4

Análise sobre as perguntas e afirmações feitas por Merlim ao Cavaleiro 4

A partir da história de vida do Cavaleiro, relacione a Ontologia de Heidegger os


conceitos de Daseinsanalyse 5

Analise o caminho percorrido pelo Cavaleiro até perder sua armadura: a relação com
os animais e as pessoas encontradas, os castelos que entrou, o caminho da
verdade e outros elementos importantes 6
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Introdução

Neste trabalho abordaremos uma análise realizada do livro FISCHER, Robert.


O Cavaleiro Preso na Armadura: Uma fábula para quem busca a Trilha da Verdade.
1. Brasil: Record, 2001 com a finalidade de relacionar aos estudos propostos em
aula.
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Visão Fenomenológica do homem

Podemos observar através da leitura do livro “O cavaleiro preso na


armadura” uma visão fenomenológica, quando o Cavaleiro é posto a buscar novas
experiências, causando questionamentos sobre suas vivências, através dos
caminhos da verdade, dos castelos do silêncio, do conhecimento, do medo e da
dúvida. Enfrentando seu imenso dragão através de sua coragem e do desapego de
todas as suas certeza pré-estabelecidas.
Durante a jornada o Cavaleiro alavancou e modificou suas percepções sobre
si mesmo, sobre o mundo e aquilo que o rodeava, através da observação, do
silêncio, do diálogo e da reflexão, tendo assim o primeiro contato com seu eu,
descobrindo sua consciência, conhecido e nomeado como Sam no livro.
Disposto a salvar sua família, e identificando seu verdadeiro propósito, o
Cavaleiro desfez-se de sua armadura, através do contato com o outro, com a
natureza e os animais. Sentindo o caminho do amor, como dito no livro, pela
primeira vez. Aprendendo assim a não culpabilizar e responsabilizar Juliet e
Christopher por suas escolhas, desenvolvendo assim sua capacidade de amar em
sua plenitude.

Análise sobre as perguntas e afirmações realizadas por Merlin ao


cavaleiro

Quando o cavaleiro decidiu sair em busca de Merlin para ajudá-lo a retirar a


armadura de seu corpo, ao invés de conseguir tirar na mesma hora que o encontrou,
como estava pensando, precisou primeiro refletir sobre sua vida e sobre quem ele
realmente era e o que vinha fazendo por ele e sua família. Ao final de cada reflexão
e resposta das perguntas que recebia, aos poucos ia se livrando de pedaços de sua
armadura e então entendendo que estava aprisionado a algo que não o pertencia.

Logo que encontrou Merlin, o cavaleiro relata que ficou perdido e passou
meses o procurando. Merlin, por sua vez, responde que na verdade O Cavaleiro
encontrava-se perdido a vida toda. O cavaleiro não gostou da resposta dada, porém
ao longo do percurso, Merlin fala diversas vezes coisas para que ele possa pensar e
refletir sobre suas virtudes.

Em uma de suas falas, Merlin diz para o cavaleiro que: “uma pessoa não
pode fugir e aprender ao mesmo tempo. Ela precisa permanecer algum tempo no
mesmo lugar”. E assim fez o cavaleiro. Em frases pensativas, Merlin explicou que a
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vida só é boa quando aceitamos ela. Fez também ele notar que não nasceu com a
armadura, mas já estava a tanto tempo com ela que não podia ser retirada da noite
para o dia, ele primeiro tem que se conhecer, para resgatar o seu eu verdadeiro, que
está preso na armadura. Então Merlin mostrou a primeira trilha que o levava ao
início de sua jornada para se livrar de sua armadura e revelar sua verdadeira
identidade.

O cavaleiro tinha um propósito: livrar-se da sua armadura para voltar a viver


normalmente com seu filho e esposa. Merlin sugeriu que ele pensasse em si próprio,
pois ficou tanto tempo preso na armadura que lhe causou sérios problemas, é só iria
piorar com o passar do tempo, podendo ocasionar até a morte. Ele não sabia mais o
que era viver de verdade sem que a armadura o atrapalhasse, então ele entendeu
que realmente precisava pensar em si próprio, pois só amamos o próximo quando
nos amamos primeiro.

Merlin lhe mostrou dois caminhos, o que ele percorreu para chegar até a
floresta atrás do mago e o que ele poderá trilhar a partir daquele momento, que
mudaria sua vida. O Cavaleiro então escolheu a trilha da verdade que o levaria a
três castelos.

Então, o Mago lhe alertou que ele só sairia de lá depois de aprender tudo o
que tinha pra aprender. Buscar seu verdadeiro eu, resgatar todo o sentimento e vida
que tinha perdido por de trás daquela armadura.

A partir da história de vida do cavaleiro, relacione a Ontologia de


Heidegger os conceitos da Daseinsanalyse

A Ontologia de Heidegger e os conceitos de Daseinsanalyse ficam evidentes


durante a jornada quando o Cavaleiro precisa decifrar e entender as pistas do Mago
Merlim e seus companheiros Rebecca e Esquilo. Também podemos observar estes
fenômenos ocorrendo durante o processo de interpretação das transcrições
presentes nos castelos.
Durante sua jornada, O Cavaleiro, perdia noções de temporalidade, espaço e
tempo, oportunizando melhor compreensão do que estava sendo vivido e de como
se apresentava e agia diante dessas situações.
Sua postura amarga e dura, representadas nesta fábula através da armadura, pode
ser vista como sua forma de existir no mundo, diferente de sua compreensão sobre
o seu eu, pois como relatado em livro, o Cavaleiro enxergava-se gentil, amoroso e
bondoso. A fenomenologia vem adjunta neste processo modificando suas
interpretações e sua forma de ser no mundo.
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Analise o caminho percorrido pelo cavaleiro até perder sua


armadura: a relação com os animais e pessoas encontradas, os
castelos que entrou, o caminho da verdade e outros elementos
importantes.

O Cavaleiro esperava que no primeiro encontro com o mago, sua armadura


fosse desaparecer repentinamente, mas mal sabia ele que não haveria uma solução
imediata para o seu problema. teria de aceitar o processo do conhecimento, sendo
este doloroso e demorado.

O Cavaleiro estava preso em um orgulho mais pesado e enferrujado que a


armadura na qual ele buscava a liberdade, no meio de sua jornada, se aproxima
dele juntamente com Merlin, um Esquilo que com o seu pequeno porte tinha muito a
ensinar ao Cavaleiro. Logo conheceu também Rebecca, um pássaro muito sábio e
ambos foram junto do Cavaleiro ao caminho da verdade.

Os ensinamentos do Esquilo e Rebecca, foram de grande valia para a


caminhada. As suas palavras ao Cavaleiro eram sempre de grande impacto, pois ele
por muitas vezes se nomeava mais inteligente que os animais que lhe
acompanhavam, e Rebecca sempre ressaltava que "os animais aceitam e os seres
humanos têm expectativas”. Não apenas o Cavaleiro, mas o ser humano em geral
cria expectativas em tudo que faz e por muitas vezes elas são frustradas. Os
animais em suas grandes lições são completos e felizes simplesmente por existirem
e por terem o conhecimento do seu propósito no mundo.

No castelo do silêncio, o Cavaleiro encontrou seu rei, e em um longo diálogo,


chegaram a conclusão de que ambos estavam na mesma situação. Por vezes
criamos barreiras para proteger quem pensamos ser. E sem notar, um dia ficamos
presos atrás dessas barreiras e não conseguimos mais sair.

Este castelo deveria ser enfrentado sozinho, para o desgosto do Cavaleiro


que admitiu algo que nunca havia reconhecido antes: tinha medo de ficar sozinho.
Foi neste castelo que o Cavaleiro pela primeira vez derramou lágrimas por outra
pessoa. Logo sentimos orgulho por nossos atos como se fossem uma gentileza,
sendo que é nossa obrigação como seres humanos, sermos sensitivos as dores das
demais pessoas.

No castelo do conhecimento, o Cavaleiro estava novamente unido a Rebecca,


Esquilo e ao seu "eu" verdadeiro (SAM). Pois, o silêncio é um processo individual, já
o conhecimento é para todas as pessoas. Nesta etapa, quanto mais o Cavaleiro
adquiria conhecimento, mais iluminado ficava o castelo. Quando ele se deu conta de
que colocava sobre Julliet e Christopher toda a culpa de estar preso sobre a
armadura, novamente chorou, pois se deu conta de que necessitava mais deles do
que os amava. Neste momento ele compreendeu que sem seu amor próprio, ele não
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poderia de fato amar as outras pessoas. E neste processo descobrimos que não há
nada mais bonito do que o autoconhecimento.

Em uma de suas falas, o Cavaleiro, se deu conta de que vivia só para agradar
aos outros, esquecendo de cuidar de sua própria felicidade. Matava dragões e
salvava donzelas para mostrar aos outros que ele era bondoso, gentil e amoroso. Ao
ver o Cavaleiro frustrado, Sam lhe disse: “lágrimas de autopiedade em desprazer
terminam. Não são as desse tipo que armaduras eliminam”. E após um longo
caminho de autoconhecimento, o Cavaleiro compreendeu que o tempo passa rápido,
quando se está em contato consigo mesmo.

No castelo da vontade e ousadia, o Cavaleiro se deparou com um gigantesco


dragão, que simbolizava o medo e a dúvida. Enquanto o Cavaleiro estava
desanimado após a sua primeira tentativa para passar pelo castelo, Sam com sua
sabedoria lhe disse: “Deus deu ao homem coragem. A coragem dá Deus ao
homem”. Na procura pela saída do castelo, ele não encontrou a porta, então Sam
explicou: "Você não tem de aprender coragem e ousadia, porque já possui".

No vértice da verdade, o Cavaleiro já estava exausto do processo, e quando


enfim chegou na etapa final, parecia não haver saída. Então neste momento
relembrou tudo que havia acontecido em sua vida, todas as pessoas que ele
culpava. Na medida que ia se aprofundando se desprendia de todos os julgamentos
que fez durante a sua vida. Podendo pela primeira vez enxergar sem julgamentos e
desculpas, assumindo total responsabilidade sobre os seus atos. Reconhecendo
que ele era a causa, não o efeito. Lhe dando um novo sentimento de poder. Ao
mesmo tempo que o Cavaleiro se sentia mais aprofundado em seu eu interior, ele
estava sendo levado para fora do abismo. Ele já não estava mais preso às suas
armaduras, que tanto o aprisionavam. Enfim, ele estava livre para usufruir da
perfeita criação do universo, o amor.

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