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O
potencial produtivo da cultura
do abacate cresceu e ainda cres-
ce, batendo recordes a cada sa-
fra. Um dos motivos para tamanha ex-
pansão é o aumento no consumo devido
às propriedades nutricionais cientifi-
camente comprovada.
Atualmente, a cultura tem uma pro-
dutividade que varia de 15 a 25 toneladas
ABACATE
por hectare, dependendo do manejo, con-
dução, variedade cultivada e condições
edafoclimáticas da região de cultivo.
Importância
CONDUÇÃO DO A produção mundial de abacates é
PLANTIO À COLHEITA de 3,81 milhões de toneladas, planta-
dos em uma área de 301 mil hectares.
No Brasil, há 10 mil hectares plantados,
com uma produção de 213 mil tonela-
das, mostrando ser o país com a maior
média em produtividade - em torno de
21,3 toneladas por hectare/ano.
Um fato importante ocorrido em
2017 no Brasil foi a produção de 213 mil
toneladas de frutos de abacate, sendo
boa parte comercializada internamen-
te (97,9%). No entanto, o País exportou
para vários países, nos cinco continen-
tes, um total de 4,5 mil toneladas, ge-
abril 2020
Demanda
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Foto
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de pesquisa realizados pela ABPA (As- plantados no sentido leste a oeste, pois namomi, que provoca podridão no colo da
sociação Brasileira dos Produtores de assim receberão maior incidência de raios planta.
Abacate) e universidades do País, mos- solares. O espaçamento de plantio indica-
tram que o consumo per capita em 2019 Outro fator importante é a estrutu- do pelos órgãos de pesquisa e desenvol-
foi de 900 gramas por pessoa (CEA- ra do solo. Terrenos com teores de argila vimento (IAC, Embrapa, entre outros)
GESP-SP, 2019). acima de 50% e pouco drenáveis devem mostram que o espaçamento entrelinhas
ser submetidos à construção de cama- e entre plantas pode variar de 6,0 x 4,0 m
Regiões produtoras lhão (terraço elevado) para proteção do até 12 x 12 m, sendo necessárias de 100 a
sistema radicular, evitando a predispo- 400 mudas hectare.
Os principais Estados produtores no sição ao ataque de Phytophthora cinna- Adota-se o menor adensamento para
Brasil são: 1° São Paulo; 2° Minas Gerais momi. pomares em que se deseja realizar po-
e 3° Paraná. No ano de 2018, São Paulo Já para solos com teor de argila infe- das frequentes. As dimensões das co-
possuía 799 mil pés em produção, e fo- rior a 50%, com solo bem drenado, pode- vas (berço) são de 0,40 x 0,40 x 0,40 m.
ram implantados mais 232 mil pés, to- -se fazer o sulco de plantio para o trans-
talizando 4,5 mil hectares, com produ- plante das mudas de imediato, devendo Adubação
ção de 104 mil toneladas. somente atentar-se para a utilização de
Minas Gerais, segundo maior pro- cobertura vegetal nas entrelinhas, evitan- No manejo de adubação para im-
dutor, apresentou uma área de 2,9 mil do erosão e garantindo a manutenção da plantação da cultura, a calagem deve ele-
hectares, com produção de 52,3 mil to- umidade do solo. var a saturação de base do solo para 60%.
neladas, seguido do Paraná, com um mil Na adubação de plantio, recomendam-
hectare plantado e produção de 19 mil Irrigação e condições -se adubos fosfatados de liberação lenta,
toneladas. do solo além de 20 litros de esterco de curral, ou
quatro litros de esterco de galinha, 250
Espécies O abacateiro não é uma cultura com g de P2O5, misturando bem com a terra
alta exigência hídrica, portanto, a irriga- da superfície, 30 dias antes do plantio.
O abacate (Persea americana Miller) ção não é obrigatória. Regiões que apre- Após o pegamento das mudas, apli-
é uma frutífera da família Lauraceae, ori- sentem índice pluviométrico de 1.300 ca-se em cobertura 60 g de N fraciona-
ginária do continente americano, com mm anuais, desde que bem distribuídos, do em três aplicações aos 30, 90 e 150
centros de origem no México e na Gua- são satisfatórias para um bom desenvol- dias pós-transplante. Esses valores po-
temala. vimento da cultura. dem alterar de acordo com a análise de
Por ter sua origem em regiões de cli- A planta tem preferência por solos solo, que deve ser acompanhada de re-
ma tropical e subtropical, o abacateiro profundos, bem drenados, pois suas raí- comendação técnica por um profissio-
apresenta três raças, sendo elas: mexi- zes podem chegar a até 6,0 m de profun- nal habilitado.
cana (Persea americana var. drymifolia); didade, e concentra-se a maior parte Para a adubação de formação, no se-
antilhana (P. americana var. americana); (80%) na camada de 0 a 100 cm. gundo e terceiro ano aplicar 100 a 150 g
e guatemalteca (P. nubigena var. guate- Solos sujeitos a encharcamento não N, e de acordo com a análise de solo, 40
malensis), que dão origem aos híbridos são indicados para o plantio, pois predis- a 200 g de P2O5 e 0 a 100 g de K2O em
cultivados no Brasil. põem as plantas a doenças como a gomo- três parcelas, ao redor de cada planta e
se, causada pelo fungo Phytophthora cin- na projeção das copas.
Manejo
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No quarto ano, 300 g de N, e de dita, apresenta dicogamia protogínica, ou zações mais fácil e eficiente.
acordo com os teores no solo, 120 a 300 seja, as flores masculinas e femininas pos- Quando a planta atinge aproxima-
g de P2O5 e 0 a 200 g de K2O. É reco- suem diferença no tempo de amadureci- damente seis meses após o plantio, é re-
mendada a aplicação via foliar de sul- mento, dificultando a polinização. Assim, alizada a primeira poda - a gema api-
fato de zinco a 0,25% e ácido bórico a as variedades são divididas em grupos cal é retirada, fazendo um corte em bisel
0,10% em duas aplicações, no período A e B. para evitar o acúmulo de água - isso es-
da primavera e no verão. No grupo A, a primeira abertura da timulará o desenvolvimento dos ramos
Para adubação de produção, aplicar flor ocorre no período da manhã. Na laterais.
60 a 120 kg/ha de N, quando o teor de abertura, o estigma se encontra receptivo, A segunda poda é realizada cinco
N nas folhas for inferior a 20 g/kg. De mas as anteras não se abrem e não há li- meses após a primeira. É nesse momen-
acordo com a análise de solo, aplicar 20 beração de pólen para fecundação do es- to que se faz a escolha dos ramos que
a 120 kg/ha de P2O5 e 30 a 150 kg/ha tigma. A flor se fecha ao meio-dia e so- formarão a estrutura da árvore. São es-
de K2O. mente se abrirá no período da tarde do colhidos quatro ramos que estejam em
Fracionar a dose anual de fertilizan- dia seguinte, quando os estames estarão sentidos apostos, formando um sinal de
tes, especialmente N e K, em três apli- maduros. “mais”. É ideal que esses galhos estejam
cações, durante a estação das chuvas. Dessa forma, o estigma não se en- com uma inclinação de 45° em relação
Fazer duas pulverizações foliares, em contra mais receptivo. Já as variedades do ao eixo central.
setembro e fevereiro, com 50 g de áci- grupo B diferem do grupo A pelo fato É feita, também, a eliminação dos
do bórico e 250 g de sulfato de zinco em de que a primeira abertura da flor ocor- ramos que estão abaixo do ramo estru-
100 litros de água. re após o meio-dia, fechando-se ao en- tural (ramos ladrões). A poda de manu-
Por ser uma planta de ampla adap- tardecer e a reabertura ocorre no perío- tenção é a única que pode ser realiza-
tação climática (regiões de clima tropi- do da manhã do dia seguinte. da quando o abacateiro atinge idade de
cal e subtropical), desenvolve-se bem em Para sanar essa deficiência e maxi- produção.
regiões quentes e/ou frias. Contudo, é mizar o número de pegamento de fru- Essa poda é realizada após a colheita,
importante atentar-se para condições tos, recomenda-se intercalar as linhas e consiste em cortar todos os galhos secos,
reprodutivas da planta, pois em regi- de plantio com cultivares A e B. As quebrados, mal situados (os que vão para
ões com condições climáticas como altas mais indicadas para o mercado interno o interior da árvore e que se cruzam) e ra-
temperaturas, o ciclo de florescimento/ são: Geada (B), de maturação precoce; mos excessivamente danificados por pra-
maturação dos frutos é encurtado, e em Quintal (B) e Fortuna (A), os de meia gas, doenças e os que tocam o solo.
regiões com baixa temperatura esse ci- estação; Ouro Verde (A), Breda e Mar-
clo expressa-se mais tardiamente. garida (B) de maturação tardia. Para o Daninhas
mercado externo e/ou industrialização,
Cultivares são indicados: Fuerte (B) e Hass (A). No manejo para controle de plantas
daninhas, pragas e doenças, o produtor
Fato relevante para o planejamen- Poda deve atentar-se e seguir alguns parâme-
to dos pomares é a escolha das cultiva- tros importantes para obter sucesso neste
res, sendo indicadas cultivares precoces O manejo de poda é dividido em duas quesito. Para o controle das plantas da-
para regiões de clima quente e cultiva- formas: poda de formação e poda de ma- ninhas podem ser utilizadas roçadas nas
res de meia-estação ou tardias para re- nutenção. A poda de formação visa baixar entrelinhas do plantio (roçadeiras ma-
giões de clima frio. a altura das plantas, facilitando a coleta nuais ou acopladas no trator), e capinas
O abacate é uma planta hermafro- dos frutos, e tornar o manejo de pulveri- manuais ao redor da planta na propor-
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ção da copa.
Pragas
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