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Ritos iniciais: reunir-se como Igreja para tornar presente o Senhor que vem ao nosso encontro.
Aos domingos, particularmente no Tempo Pascal, em [54] Em seguida, o sacerdote convida o povo a rezar,
lugar do ato penitencial de costume, pode fazer, por todos se conservam em silêncio com o sacerdote por
vezes, a bênção e aspersão da água em recordação alguns instantes, tomando consciência de que estão na
do batismo (Missal, 3.ed., pág. 1249-1252). presença de Deus e formulando interiormente os seus
pedidos. Depois o sacerdote diz a oração que se
[52] Depois do ato penitencial, inicia-se sempre o costuma chamar “coleta”, pela qual se exprime a índole
Kyrie ou Senhor, tende piedade, a não ser que já tenha da celebração. O povo, unindo-se à súplica, faz sua a
sido rezado no próprio ato penitencial [3ª fórmula]. oração pela aclamação Amém.
Sentido: é um canto em que os fiéis aclamam o
[72] Cristo tomou o pão e o cálice, pronunciou a ação Pela fração do pão e pela Comunhão, os fiéis, embora
de graças, partiu o pão e deu-o aos seus discípulos, muitos, recebem o Corpo e o Sangue do Senhor de um
dizendo: Tomai, comei, bebei: isto é o meu Corpo; este só pão e de um só cálice, do mesmo modo como os
é o cálice do meu Sangue. Fazei isto em memória de Apóstolos, das mãos do próprio Cristo.
Mim. Foi a partir destas palavras e gestos de Cristo
que a Igreja ordenou toda a celebração da liturgia [73] No início da Liturgia Eucarística, são levadas ao
eucarística. altar as oferendas que se converterão no Corpo e
Sangue de Cristo. Ao iniciar o canto, (1) prepara-se o
[73-76] Na preparação dos dons, altar, que é o centro de toda a liturgia eucarística; (2)
levam-se ao altar o pão e o vinho com ao mesmo tempo são trazidas as oferendas. Além do
água, isto é, aqueles elementos que pão e do vinho, são permitidas ofertas em dinheiro e
Cristo tomou em suas mãos. outros dons, destinados aos pobres ou à Igreja, e tanto
podem ser trazidos pelos fiéis como recolhidos dentro
Na Oração eucarística, rendem-se graças a Deus por da Igreja. Estes dons serão dispostos em lugar
toda a obra da salvação, e as oferendas se tornam conveniente, fora da mesa eucarística. É de louvar que
Corpo e Sangue de Cristo. o pão e o vinho sejam apresentados pelos fiéis. (3) O
pão e o vinho são depostos sobre o altar por quem
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preside (com as orações previstas). (4) Em seguida são
incensados: os dons, a cruz e o próprio altar [para Olhai com bondade a oblação da vossa Igreja e
significar que a oblação e oração da Igreja se elevam, reconhecei nela o sacrifício que nos reconciliou
como fumaça de incenso, à presença de Deus]; quem convosco; concedei que, alimentando-nos com o Corpo
preside [por causa do sagrado ministério], e o povo e o Sangue do vosso Filho, repletos do Espírito
[em razão da dignidade batismal]. (5) Por fim, quem Santo, nos tornemos em Cristo um só corpo e um só
preside lava as mãos, ao lado do altar [para exprimir o espírito (oração eucarística III).
desejo de purificação interior].
Narrativa da instituição e consagração: mediante as
[30-32] Entre as partes da Missa que pertencem a palavras e gestos de Cristo, realiza-se o sacrifício que o
quem preside, em primeiro lugar está a Oração próprio Cristo instituiu na última Ceia, quando
eucarística, ponto culminante de toda a celebração; ofereceu o seu Corpo e Sangue sob as espécies do pão
estas orações sejam proferidas em voz alta e clara e e do vinho e os deu a comer e a beber aos Apóstolos,
escutadas por todos com atenção. Portanto, enquanto ao mesmo tempo que lhes confiou o mandato de
quem preside as profere, não se hão-de ouvir nenhumas perpetuar este mistério.
outras orações ou cânticos, nem o toque de
instrumentos musicais. Anamnese: em obediência a este mandato, recebido de
Cristo Senhor através dos Apóstolos, a Igreja celebra a
[78] Oração Eucarística, momento central e memória do mesmo Cristo, recordando de modo
culminante de toda a celebração, oração de ação de particular a sua bem-aventurada paixão, gloriosa
graças e de consagração. Sentido: toda a assembleia ressurreição e ascensão aos Céus.
dos fiéis se una a Cristo na proclamação das
maravilhas de Deus e na oblação do sacrifício. Por sua Celebrando agora, ó Pai, o memorial da paixão
natureza, a Oração eucarística exige que seja só quem redentora do vosso Filho, da sua gloriosa ressurreição e
preside, em virtude da ordenação, a dizê-la. O povo, ascensão ao céu, e enquanto esperamos sua nova vinda,
porém, associe-se a ele, na fé e em silêncio, com as nós vos oferecemos em ação de graças este sacrifício
intervenções previstas na Oração Eucarística: as vivo e santo (oração eucarística III).
respostas ao diálogo do Prefácio, o Santo, a aclamação
depois da consagração e a aclamação amém depois da Oblação: neste memorial, a Igreja, de modo especial
doxologia final, e ainda com outras aclamações [147]. aquela que está aí reunida, oferece a Deus Pai, no
Espírito Santo, a hóstia imaculada. A Igreja deseja que
[79] Elementos principais da Oração Eucarística. os fiéis não somente ofereçam a hóstia imaculada, mas
aprendam a oferecer-se também a si mesmos e, por
Ação de graças (expressa principalmente no Prefácio): Cristo mediador, se esforcem por realizar de dia-a-dia
glorifica a Deus Pai e dá-Lhe graças por toda a obra da a unidade perfeita com Deus e entre si, até que
salvação ou por algum dos seus aspectos particulares, finalmente Deus seja tudo em todos (SC 48; PO 5).
conforme o dia, a festa ou o tempo litúrgico.
Olhai com bondade, a oblação que destes à vossa Igreja
Santo: toda a assembleia, em união com os coros e concedei aos que vamos participar do mesmo pão e
celestes – Maria, Anjos e Santos – aclama a Deus, sua do mesmo cálice que, reunidos pelo Espírito Santo
santidade e glória (Is 6,3), e faz ressoar o grito de num só corpo, nos tornemos em Cristo uma oferenda
triunfo messiânico para acolher o Salvador (Mt 21,9). viva para o louvor da vossa glória (oração euc. IV)
Epiclese: invocações especiais, pelas quais a Igreja Intercessões: por elas se exprime que a Eucaristia é
implora a ação do Espírito Santo, para que (a) os dons celebrada em comunhão com toda a Igreja, tanto do
do pão e do vinho, apresentados pelos homens, se Céu como da terra, e que a oblação é feita em proveito
tornem o Corpo Eucarístico do Senhor (b) e os muitos, dela e de todos os seus membros, vivos e defuntos,
que comungarão da Eucaristia (Corpo entregue e chamados todos a tomar parte na redenção e salvação
Sangue derramado) se tornem um só corpo e um só adquirida pelo Corpo e Sangue de Cristo.
espírito, isto é, o Corpo eclesial do Senhor (cf. 1Cor
10,16-17). Doxologia final: No fim da Oração eucarística, o
sacerdote toma a patena com a hóstia e o cálice e,
Por isso, ó Pai, nós vos suplicamos: santificai pelo elevando-os, diz, sozinho, a doxologia: Por Cristo.
Espírito Santo as oferendas que vos apresentamos Exprime a glorificação de Deus e é ratificada e
para serem consagradas, a fim de que se tornem o concluída pela aclamação amém do povo.
Corpo e o Sangue de vosso Filho, nosso Senhor
Jesus Cristo.
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Rito da Comunhão
[81] Na Oração dominical pede-se o pão de cada dia, [85] É muito para desejar que os fiéis, tal como quem
que para os cristãos evoca principalmente o pão preside é obrigado a fazer, recebam o Corpo do
eucarístico; O embolismo desenvolve o Senhor com hóstias consagradas na
«livrai-nos do mal» pedindo que a própria Missa e, nos casos previstos,
comunidade dos fiéis seja liberta do poder participem do cálice, para que a Comunhão se
do mal. manifeste, de forma mais clara, nos próprios
sinais, como participação no sacrifício que
[82] Segue-se o rito da paz, no qual a Igreja está a ser celebrado. [281] A sagrada
implora a paz e a unidade para si própria e Comunhão adquire a sua forma mais
para toda a família humana, e os féis plena, enquanto sinal, quando é feita sob as
exprimem uns aos outros a comunhão duas espécies.
eclesial e a caridade mútua.
[86] Enquanto quem preside recebe o Sacramento, dá-
[83] Quem preside parte o pão eucarístico. O gesto da se início ao cântico da Comunhão, que deve
fração, praticado por Cristo na última Ceia, e que exprimir, com a unidade das vozes, a união espiritual
serviu para designar, nos tempos apostólicos, toda a dos comungantes, manifestar a alegria do coração e
ação eucarística, significa que os fiéis, apesar de realçar melhor o caráter comunitário da procissão dos
muitos, se tornam um só Corpo, pela Comunhão do que vão receber a Eucaristia.
mesmo pão da vida que é Cristo, morto e ressuscitado
pela salvação do mundo (1Cor 10, 17). Este canto une a Liturgia da Palavra e a Liturgia
Eucarística – as quais formam um único ato de culto –
Enquanto quem preside parte o pão canta-se o Cordeiro quando se utiliza a proposta da CNBB (Hinários,
de Deus, a que todo o povo responde. A invocação especialmente o do Tempo Comum) em que o refrão é
acompanha a fração do pão, pelo que pode repetir-se sempre tomado do Evangelho do dia.
o número de vezes que for preciso, enquanto durar o
rito. Na última vez conclui-se com as palavras: Dai-nos [88] Terminada a distribuição da Comunhão, quem
a paz. preside e os fiéis, conforme a oportunidade, oram
alguns momentos em silêncio.
[84] Quem preside prepara-se para receber
frutuosamente o Corpo e Sangue de Cristo rezando a [89] Para completar a oração do povo de Deus e
oração em silêncio. Os fiéis fazem o mesmo orando em concluir todo o rito da Comunhão, quem preside diz a
silêncio. Depois mostra aos fiéis o pão eucarístico e oração depois da Comunhão, na qual implora os frutos
convida-os para o banquete de Cristo. do mistério celebrado.
Ritos finais: Vão em paz, a missão começa! Venham à próxima celebração! [90]
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Para aprofundar...
- INSTRUÇÃO GERAL DO MISSAL ROMANO E INTRODUÇÃO AO LECIONÁRIO. Texto oficial da terceira
edição típica do Missal Romano. Brasília: Edições CNBB, 2023.
- CNBB. As vestes litúrgicas. Brasília: Edições CNBB, 2023. (Estudos da CNBB, n. 115).
- CNBB. Orientações para projeto e construção de Igrejas e disposição do Espaço Celebrativo. Brasília: Edições
CNBB, 2013. (Estudos da CNBB, n. 106)
- COMPÊNDIO DO VATICANO II. Constituições, decretos, declarações. 29.ed. Petrópolis: Vozes, 2000.
- BOSELLI, Goffredo. O sentido espiritual da liturgia. Brasília: CNBB, 2014.