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Graduanda em Fonoaudiologia
Graduada em Fonoaudiologia
Resumo
Abstract
1
INTRODUÇÃO
Na disfonia infantil, pode-se observar que uma das mais frequentes são as
funcionais, que estão relacionadas a comportamentos abusivos, uso indevido da voz,
sendo o nódulo vocal a patologia mais frequente. Esses comportamentos vocais
anormais são o resultado de uma combinação de fatores anatômicos, fisiológicos,
sociais, emocionais ou ambientais. Além do mais, nas creches e/ou escolas, as crianças
estão propícias ao abuso vocal, visto que estão constantemente expostas ao ruído, que
ocasiona a competição vocal; a poeira, que torna o trato vocal seco; e a participação em
atividades esportivas em grupo, onde o controle vocal é dificultado (TAKESHITA, et al.
2009).
Desta forma, se faz necessária uma maior promoção da saúde na infância, visto
que a comunicação é uma necessidade humana fundamental para o desenvolvimento
2
integral. Uma vez que, as alterações provenientes da disfonia infantil vão além da voz,
pois interferem na inserção e interação social, nos processos de desenvolvimento e
aprendizagem (FERREIRA, 2016).
Por isso, o estudo teve por objetivo analisar o comportamento vocal de crianças
e apresentar os impactos causados em relação à disfonia.
MATERIAIS E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
3
Sendo assim, tanto os pais, quanto os professores preencheram um
questionário, acerca do comportamento vocal das crianças.
Gênero Idade
22% 22%
48% 52%
22%
34%
4
Qual é o comportamento vocal que seus alunos
apresentam no âmbito educacional
0%
33%
67%
Todavia, uma parcela considerável (22%) relatou que seus filhos abusam do
volume de voz, emitindo a mesma com esforço e de maneira inadequada em alguns
momentos. Ademais, houveram relatos de o filho variar a emissão vocal em volume
adequado e volume baixo ou sussurrando; falar muito rápido, apresentando gagueira
em alguns momentos, e outro mencionou que perceber uma entonação diferente na fala
de seu filho.
5
O autor referido anteriormente, expõe que as crianças são influenciadas pelo
comportamento vocal dos que estão ao seu redor, portanto, se seus familiares e/ou os
colegas da escola tem a adoção de maus hábitos vocais, tais como gritar e falar muito
alto, muitas vezes, por conta de competição proveniente do ambiente ruidoso, há a
possibilidade dessa criança querer imitá-los e, assim, prejudicar sua voz.
O indivíduo que fala com um volume de voz adequado e sem esforço vocal,
apresenta uma voz “eufônica”. Todavia, o indivíduo que fala com um volume de voz
elevado e com esforço, pode apresentar um quadro de “disfonia”. A mesma, é
considerada como um disturbio vocal, tendo em vista que é uma dificuldade para a
produção da voz, que por sua vez não consegue ter uma boa emissão para a
disseminação da mensagem verbal (BEHLAU, 2001).
8%
17%
11%
50%
59% 22%
33%
0%
A partir da análise das respostas, observou-se que a maioria dos pais (59%)
afirmaram que não percebem o esforço ou cansaço vocal de seus filhos após atividades
vocais prolongadas. Entretanto, notou-se que 11% relataram observar que, às vezes
6
seu filho apresenta cansaço, enquanto 22% dos responsáveis mencionaram que isso
ocorre raramente. A quantidade de pais que responderam que percebem o cansaço
vocal frequentemente foi de 8%.
15% 0%
26%
33%
59%
67%
29%
71%
Sim, já consultei um fonoaudiólogo ou médico. Ainda não, mas pretendo procurar ajuda.
8
parcela considerável (15%), pontuou já ter consultado seus filhos com um fonoaudiólogo
ou médico.
20%
40%
40%
9
apresentado, pode acarretar em diversos prejuízos para a criança, quanto a questões
de desenvolviemento de sua comunicação oral. Logo, deve-se destacar a importância
da consciêntização a cerca da necessidade de se procurar suporte fonoterapêutico para
crianças com disfonia. Guerra, et al. (2014), salienta acerca do trabalho do
fonoaudiólogo em orientar às famílias nas fonoterapias, pois muitos não vêem
necessidade em realizar o tratamento ou acham que as alterações vocais são algo
“normal”.
No qual, os resultados obtidos mostraram que a maioria dos pais (67%) declarou
não está familiarizada com o termo “disfonia”. No entanto, 29% afirmaram conhecer o
termo, porém expressaram o desejo de terem um conhecimento mais amplo no assunto.
E apenas 4% dos pais relataram ter um conhecimento elevado sobre disfonia.
Por outro lado todas as professoras (100%) relataram que já ouviram falar sobre
o termo, mas gostariam de saber mais sobre o assunto.
Logo após, questionou-se aos pais e educadores se eles acham que há relação
entre o cuidado vocal e o desenvolvimento comunicativo. Onde, apenas 4% dos
responsáveis relatou que não tem certeza se há relação entre o cuidado vocal e
desenvolvimento comunicativo e 96%, relatou que acredita nessa relação. Já as
educadoras, todas (100%) afirmaram que um cuidado adequado com a voz das crianças
pode ser importante para seu desenvolvimento comunicativo.
10
Todos os responsáveis e educadores (100%) relataram que acham importante
que eles tenham informações sobre os cuidados com a voz das crianças. Assim como
todos (100%) afirmaram que acreditam que um bom cuidado vocal na infância pode
prevenir problemas de voz futuros.
Logo, vê-se a necessidade de uma boa orientação aos responsáveis, visto que
apresentaram o desejo de aprenderem sobre um assunto que pode trazer uma melhor
qualidade de vida para seus filhos.
11
Qual a idade média dos Sua turma é considerada:
seus alunos?
0%17%
0%
17% 16%
17% 83%
50%
Calma Agitada
3 Anos 4 Anos 5 Anos 6 Anos Falante Não identifiquei o perfil
Todavia, 33% professoras relataram não ter uma opinião formada acerca desse
assunto.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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com volume elevado. Esse comportamento vocal tem grandes chances de acarretarem
em desafios na comunicação, interação social e no desenvolvimento da linguagem,
aspectos fundamentais para a evolução acadêmica e psicoemocional da criança.
Portanto, este estudo contribui para uma boa percepção e sensibilização sobre
a disfonia infantil e comportamento vocal. Ao destacar a necessidade da
conscientização da disfonia infantil, salienta-se sobre a importância de ter-se ações
preventivas e intervenções precoces no intuito de ofertar as crianças uma voz saudável
e um bom desenvolvimento.
REFERÊNCIAS
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AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer a Deus por ter me proporcionado a oportunidade de me
graduar nessa área tão linda que é a Fonoaudiologia. Agradeço a Deus, pois foi
graças a Ele que eu não desisti perante todas as adversidades enfrentadas. Foram
momentos difíceis, onde achei que não conseguiria e não era capaz de terminar, mas
o Senhor me sustentou em todos os momentos.
Agradeço também a minha família e ao meu namorado por todo apoio e toda
ajuda, financeira e emocional, ofertada. Também sou grata a todos os meus amigos
que me auxiliaram e não me deixaram desistir.
Agradeço a instituição UniRedentor e, principalmente, todos os professores que
estiveram comigo ao longo desses 4 anos. As preceptoras de estágio: Daianny,
Amanda, Jaylla e Luana, muito obrigada por todo conhecimento, paciência e puxões
de orelha. Vocês foram essenciais na minha formação, tanto profissional, como
pessoal.
Por fim, sou eternamente grata pela vida da minha orientadora Daianny. Sou
grata por toda a paciência, cobranças e aprendizado. Foi um ano difícil, mas com o
apoio e orientação dela, consegui vencer.
A Deus seja dada toda honra, toda glória e todo o louvor. Amém!
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