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AUTOMOTIVA
AULA 1
1.1 Introdução
1.2 Histórico
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1960/1970, quando os veículos usavam tecnologias anteriores às dos
automóveis atuais e havia a necessidade de se lubrificar os chassis com graxa,
fazendo uso de uma ferramenta chamada engraxadeira. Hoje, se utiliza pouca
graxa nos veículos – só, eventualmente, em alguns rolamentos, em veículos para
estrada ou caminhões (utilitários).
Antigamente, o negócio das concessionárias de automóveis era vender
veículos e a oficina ficava relegada a um segundo plano. A função da oficina era
dar o suporte às vendas, somente, reparando e dando manutenção aos veículos
vendidos. As oficinas eram locais não muito bonitos ou apresentáveis, pois ainda
imperava ali a cultura da graxa; ou seja, era local de trabalho pesado e,
eventualmente, sujo. Nessa mesma época, o mercado de reparação
independente, das oficinas multimarcas, era formado por profissionais que
aprenderam a profissão na prática, começando como auxiliares (ajudantes), ou
por ex-mecânicos de concessionárias.
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oficinas não precisavam mais manter estoques, pois bastava fazer uma ligação
e, minutos após o pedido, as peças chegavam à oficina.
No final da década de 1980, surgiram no país os primeiros veículos que
utilizavam a injeção eletrônica de combustível, em substituição ao antigo
carburador (equipamento que tem a função de misturar o ar e o combustível
para proporcionar uma queima correta dentro do motor). Naquela época, as
oficinas, que basicamente usavam ferramentas de aço, manuais, precisaram
entrar na era da tecnologia, investindo mais fortemente nos computadores e
equipamentos de diagnose automotiva, os populares scanners. Quem não quis
se adaptar aos novos tempos foi perdendo clientela aos poucos e ficou limitado
a dar manutenção e consertar veículos mais antigos e fora de linha.
Com manuseio de equipamentos com alto valor agregado, no caso
computadores e equipamentos de diagnose, o ambiente de trabalho precisava
ser mais limpo e organizado, pois esses equipamentos são mais sensíveis ao pó
e contaminantes químicos.
Créditos: aSuruwataRi/Shutterstock.
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Os arquivos da oficina, o histórico de revisões e o cadastro dos clientes devem
estar em arquivos digitalizados ou no sistema, portanto há a necessidade de uma
plataforma digital a ser adquirida, para se administrar o negócio.
Uma vez que abordamos as possíveis ferramentas que podem ser
adquiridas e utilizadas, definimos que serviços poderemos atender em nossa
oficina.
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de garantia, uso de peças originais recomendadas pelo fabricante e mão de obra
treinada pelo fabricante do veículo.
Importante observar que existem muitas escolas técnicas, no mercado,
que preparam os mecânicos e produtivos em geral para trabalhar com elétrica e
mecânica automotiva nas várias marcas de veículos.
2.1 Introdução
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recursos materiais devem ser utilizados de forma correta. Um líder deve
administrar os conflitos do dia a dia, além de manter a equipe unida e produtiva.
Cada comentário anterior abre um tema de forma mais detalhada. Assim,
vamos definir o que se espera de um gerente (líder) em relação à oficina de
reparação automotiva.
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revisões recomendadas pelo fabricante. Depois de alguns anos, o custo desse
serviço ficou inviável, pois entrava a questão dos salários pagos aos lavadores,
da energia elétrica e dos produtos de limpeza consumidos e do custo da
manutenção dos equipamentos de lavagem. Então, a empresa optou por não
lavar mais nenhum veículo em cortesia, após as revisões serem efetuadas. A
consequência desse fato foram vários clientes reclamando, após a realização
das revisões, de que o seu automóvel estava sujo. Cabe ao gerente avaliar o
volume de reclamações sobre um fato como esse e julgar o quanto isso possa
pesar no faturamento, em se reduzindo o volume de revisões.
Um outro fato parecido ocorreu em uma oficina em que a rampa de
geometria necessitava de manutenção/revisão, porém o mecânico responsável
não havia informado o gerente. Assim, muitos veículos que faziam o serviço de
geometria voltavam para refazer o trabalho, pois aqueles continuavam
desalinhados. Muitas vezes, essas reclamações não chegam ao ouvido do
gerente, se este não cobrar relatórios de satisfação da sua equipe. Nesse caso,
um pequeno investimento na manutenção do equipamento de geometria
resolveria o problema.
Créditos: Twinsterphoto/Shutterstock.
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quando não era tão gentil. Por intermédio do monitoramento das reclamações,
foi possível para o gerente de pós-vendas detectar a postura do funcionário que,
em um primeiro momento, prometeu que ia mudar sua postura. Porém, as
reclamações continuaram, então a decisão mais correta foi o desligamento do
funcionário, pois ele estava prejudicando todo o trabalho de uma equipe.
É muito importante que o gerente avalie e monitore as reclamações dos
clientes, para depois compartilhá-las com toda a sua equipe. Assim, todos vão
participar do processo de solução dos problemas.
2.3 Vendas
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2.5 Motivação
2.6 Habilidades
3.1 Introdução
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automóveis. Porém, não sabia fazer a gestão da sua equipe em momentos de
maior fluxo ou estresse. Logo, não conseguia aumentar a produtividade da
oficina.
Na seleção dos funcionários, o processo inicial é uma entrevista com o
gerente. Nesse caso, o primeiro item que será avaliado é a habilidade e o
histórico profissional. Uma simples conversa pode nos mostrar a receptividade
do profissional, a forma como fala de suas experiências profissionais. No
processo de seleção dos profissionais, é importante que fique claro a todos que,
independentemente da função exercida, ajudar os colegas de outros setores em
momentos de muito fluxo é premissa básica. Todos precisam se ajudar; afinal, é
uma equipe que está se formando.
É no momento de formação da equipe que precisamos definir a função de
cada um, as tarefas profissionais, habilidades e o quanto cada um pode ajudar
em outro setor, em caso de necessidade. Citando como exemplo, um mecânico
que estiver sem tarefas, em um determinado momento, poderá ajudar o colega
eletricista na desmontagem de algum componente do automóvel e vice-versa.
Outro exemplo é que, muitas vezes, a troca dos componentes do kit de
embreagem de um automóvel exige a retirada da caixa de câmbio e, mesmo
com o ferramental correto, um produtivo pode precisar da ajuda de um colega.
3.3 Atribuições
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manifestar capacidade de organização e limpeza.
Mas, não basta ter uma equipe qualificada de produtivos, um serviço feito
conforme os prazos combinados previamente com o cliente e não lhe atender
bem na entrada da oficina, ou seja, na recepção.
O recepcionista também precisa ter conhecimentos de mecânica
automotiva, muito mais uma noção – ele não precisa ser especialista, como um
produtivo. Mas, um fator muito importante é que o consultor técnico/recepcionista
precisa ser um vendedor nato.
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Uma oficina vive da venda de serviços, pois não basta atender à
solicitação do cliente, que, às vezes, deseja uma simples troca de óleo. Portanto,
é preciso lhe oferecer itens complementares, por exemplo:
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TEMA 4 – ORGANOGRAMA
4.1 Introdução
Figura 2 – Organograma 1
GERENTE
CONSULTOR
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Gerente: provavelmente, é o proprietário da empresa e está acima de
toda a equipe. Isso significa que é quem dá a palavra final nas decisões
da empresa. Com uma estrutura tão pequena, o gerente provavelmente
atenderá aos clientes juntamente com o consultor técnico, e deverá ajudar
nas questões administrativas do dia a dia.
Consultor: está subordinado ao gerente, atende aos clientes, levanta as
suas necessidades e encaminha os veículos para a oficina. Após a
realização dos trabalhos, ele deve também finalizar os processos e fazer
o fechamento do caixa, cuidar do pagamento do serviço. Como está acima
dos mecânicos, pode fazer a gestão da distribuição do serviço, pois tem
autoridade para isso.
Mecânicos: realizam, nos veículos, os serviços de mecânica e elétrica
automotiva. Esse tipo de trabalho na organização (oficina) é chamado de
produtivo. Estão subordinados ao gerente e ao consultor técnico.
Auxiliar: apesar de estar no mesmo nível dos mecânicos, ele está ali para
auxiliá-los em serviços mais simples como troca de óleo, manobra
veículos e cuidado da limpeza mais pesada do ambiente de trabalho.
Figura 3 – Organograma 2
GERENTE
CONSULTOR CHEFE DE
ADMINISTRATIVO
TÉCNICO OFICINA
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No exemplo da Figura 3, temos o organograma de uma empresa de porte
um pouco maior, uma oficina mais estruturada. Se a compararmos com a
primeira (Figura 2), observamos que o consultor técnico tem um suporte no
atendimento e encaminhamento dos veículos para serviço, por meio do trabalho
do chefe de oficina. O encerramento de serviço tem apoio de um funcionário
administrativo. A equipe fica definida da seguinte forma:
GERENTE
CONSULTOR CONSULTOR
ADMIN.
1 2
LÍDER LÍDER
1 2
MECÂNICO MECÂNICO
1 2
ELETR.
ELETR.
1 2
AUXILIAR AUXILIAR
1 2
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Alguns fabricantes de automóveis resolveram criar uma nova estrutura na
oficina. Nessa organização, não há a presença do chefe de oficina. O consultor
técnico é responsável pela equipe. Alguns chamaram essa formação de time de
trabalho.
Essa estrutura de porte de uma concessionária de automóveis está
definida, por funções, da seguinte forma:
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Auxiliar: é o profissional no nível mais baixo do organograma, mas tem
muita importância no time, pois é apoio em vários momentos e serviços
de que a equipe precisa.
TEMA 5 – HIERARQUIA
5.1 Introdução
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agilidade e capacidade de respeitar regras, disciplina, qualidade no serviço e
saber trabalhar em grupo.
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Em todas as concessionárias de automóveis, que representam um
fabricante de automóveis, temos um funcionário que é chamado de garantista. A
função desse profissional é cuidar de todos os procedimentos de garantia da
concessionária para os automóveis. Como funciona uma garantia preconizada
por um fabricante de um veículo?
Um veículo, quando adquirido novo, tem a garantia de fábrica (contratual),
para a qual cada fabricante estipula um tempo de duração, em média de dois a
três anos, dependendo da marca do veículo. Nesse período, muitas peças
estão cobertas pela garantia, sendo que os itens de maior desgaste têm uma
cobertura menor. Por exemplo, palhetas do limpador de para-brisa têm em média
três meses de garantia, após a data de entrega do veículo. Para as baterias
automotivas, em média a garantia dada pelo fabricante varia de 12 a 18 meses.
Importante citar que, para o cliente ter o direito à garantia, ele precisa fazer
as revisões, preconizadas pelo fabricante e conforme descrito no manual do
automóvel, nas concessionárias da marca. Então, muitas vezes um automóvel
pode apresentar um problema elétrico ou mecânico e o veículo ser reparado
mediante uso da garantia do fabricante, sem custo para o cliente. Os
procedimentos de garantia variam de fabricante para fabricante. Há formulários
que precisam ser preenchidos e as peças a serem trocadas muitas vezes são
fotografadas e guardadas por um determinado período na concessionária ou
enviadas à fábrica.
O funcionário que for trabalhar com procedimentos de garantia precisará
ser muito detalhista, pois, quando o processo não for feito da forma correta, o
prejuízo ficará com a oficina e o estoque de peças, pois a peça será trocada e o
fabricante não pagará o serviço. Então, muitas concessionárias têm o setor de
garantia separado da oficina, em uma sala espaçosa, onde o garantista pode
fazer os relatórios, fotos e enviá-los ao fabricante. Esse profissional (garantista)
não precisa ter um perfil de vendas, mas que seja voltado fortemente a
procedimentos.
Muitas concessionárias e oficinas multimarcas que estão preocupadas
com a qualidade dos serviços e do atendimento têm contratado funcionários,
para outras funções, a quem, ao longo do nosso estudo, vamos chamar de
administrativos. O objetivo é que esses profissionais monitorem os clientes, as
pesquisas de avaliação, por intermédio de e-mails e por contato telefônico.
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5.3 Avaliando os perfis
Cada função vai precisar ter um perfil específico, seja nos procedimentos,
seja nas vendas, no atendimento ou na liderança. Sobre essa questão dos perfis,
em 1928 o psicólogo William Moulton Marston (1893-1947) postulou, em seu
livro Emotions of Normal People, a determinação de alguns padrões de
comportamento. O livro de Moulton foi publicado pela primeira vez no Brasil em
2014, com o nome de As emoções das pessoas normais (Marston, 2014).
Com base na teoria dos padrões de comportamento, foi desenvolvido um
modelo, baseado no trabalho de Marston (2014), que se chamou de Disc,
acrônimo para termos, em inglês, que, traduzidos, significam dominância,
influência, estabilidade, conformidade. Para Marston (2014), existem quatro tipos
básicos de comportamento que são previsíveis, observados nas pessoas, fruto
da combinação de dois fatores que são uma dimensão interna e a outra externa
do ambiente. Como resultado, temos os seguintes padrões de comportamento:
FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS
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