Adiamento da maternidade/paternidade: fatores de decisão

Autores

Julia Maria das Neves Carvalho*, Maria Filomena Ribeiro Fonseca Gaspar**,
Alexandrina Cardoso***

Apresentadores

Julia Maria das Neves Carvalho*

Introdução: O comportamento reprodutivo dos casais tem sofrido ao longo do último século, modificações
importantes no que concerne ao planeamento da maternidade. Este, encontra-se muitas vezes relacionado com
a mudança dos padrões familiares, observado em todos os domínios do quotidiano, levando os casais a adiar o
projeto da maternidade/paternidade, para uma fase mais tardia das suas vidas. Homens e mulheres escolhem ter
filhos mais tarde quando estão estabelecidas as suas carreiras profissionais, a sua formação educacional e a sua
estabilidade financeira.
Objectivos: Com este estudo pretendemos:- Conhecer o nível de stresse parental descrito pela(o) mãe/pai cuja
maternidade/paternidade decorreu depois dos trinta anos de idade;- Identificar os fatores que motivaram o
adiamento da maternidade no casal- Conhecer a relação existente entre o nível socioeconómico dos pais e os
motivos/fatores apresentados para a maternidade/paternidade tardia.
Metodologia: Trata-se de uma investigação quantitativa, com desenho transversal, de nível II, do tipo descritivo-
correlacional. Como instrumento de colheita de dados, foi utilizado um questionário aplicado aos pais que
experienciaram pela primeira vez o nascimento do primeiro filho.Neste constavam na primeira parte questões de
ordem sociodemográfica de ambos os pais e na segunda o Índice de Stress Parental (ISP) – Domínio dos pais,
versão portuguesa (Santos, 1997) para 1 mês – 3 anos. O ISP é constituído por 54 itens, com 7 subescalas.
Resultados: A investigação ficou constituída por 358 sujeitos, sendo 185 mães (51,68%) e 173 pais
(48,32%).Verificamos que a média da idade era de 31,61 anos (idade mínima: 19; idade máxima: 47) com um
desvio-padrão de 4,74 anos.Confirmamos que é no grupo dos 30 aos 34 anos que encontramos mais pais
(43,85% do total), situação que também se verifica se considerarmos a distribuição por género (41,62% e
46,24% para as mães e para os pais, respetivamente).Quanto à questão do adiamento da maternidade por parte
dos casais, verificamos que 67,88% de ambos os pais têm 30 ou mais anos. Destes e considerando o género,
são os pais (figura paterna) a apresentarem valores mais elevados, 78,03% contra 58,38% das mães com 30 ou
mais anos.Relativamente aos fatores que motivaram o adiamento da maternidade estes diferem em função do
género. Para as mães os principais motivos foram as prioridades profissionais, enquanto para os pais foram a
estabilização da relação afetiva/conjugal.
Conclusões: A decisão de ter um filho numa idade tardia, resulta de um planeamento onde é tido em
consideração a estabilidade profissional, económica e emocional. A média de idades das mães foi de 30,35 anos
e a dos pais foi de 32,96 anos, com 58,38% das primeiras com mais de 30 anos e 78,03% dos pais nesse
mesmo grupo.Em relação aos fatores determinantes do adiamento da maternidade verificou-se ser um fenómeno
não homogéneo tendo em conta o género. Assim para os pais temos em primeiro lugar a estabilização da
relação afetiva/conjugal e para as mães as prioridades profissionais.
Palavras-chave: Adiamento da maternidade; Motivações maternas; Motivações paternas; Stress parental
Referências bibliográficas (max. 4 - Norma APA): Boivin, J., Rice, F., Hay, D., Harold, G., Lewis, A., van den
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* Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, UCP - Enf. Saúde Materna e Ginecológica [juliacarvalho@esenfc.pt]
** Faculdade de Psicologia e Ciencias da Educação da Universidade de Coimbra
*** Escola Superior de Enfermagem do Porto, Enfermagem [alex@esenf.pt]
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* Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, UCP - Enf. Saúde Materna e Ginecológica [juliacarvalho@esenfc.pt]
** Faculdade de Psicologia e Ciencias da Educação da Universidade de Coimbra
*** Escola Superior de Enfermagem do Porto, Enfermagem [alex@esenf.pt]