Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O que aprendi com meus antigos que o respeito vem de casa, no sentido religioso é
aprendido dentro do terreiro.
Colocaremos abaixo algumas perguntas e respostas que alguns médiuns fazem, e friso
desde já, que estaremos respondendo de acordo com nossos costumes e tradições,
dentro de nosso terreiro, podendo ser diferentes em outras casas e vertentes de
Umbanda ou mesmo seguimentos religiosos.
6. Posso ficar ouvindo a conversa do dirigente quando ele estiver com visitas?
Nada impede que os médiuns interajam com os visitantes, os visitantes até gostam de
interagir com os médiuns.
Mas, se por acaso o dirigente de sua casa se afastar com o dirigente visitante numa
conversa mais privada entre eles ou mesmo um consulente, não convém ficar
rodeando e nem querendo ouvir a conversa, isso é se comportar indevidamente e é
falta de educação pura e simples.
7. Como devem se comportar os médiuns após o início dos trabalhos, mesmos os que
não estejam trabalhando ou que sejam iniciantes?
Muitas vezes acontece de nos depararmos com algumas condutas que os médiuns as
fazem por estarem desatentos, distraídos ou por falta de orientação mesmo.
Quando os Guias já estiverem trabalhando, os médiuns que não estiverem
incorporados devem ficar atentos ao que está acontecendo em sua volta, evitando
conversas paralelas, em silêncio, ou quando necessário falar usarem tom mais baixo,
com discrição, porque essas conversas acabam levando a desconcentração de outros
médiuns, consulentes e atrapalhando a gira e principalmente a consulta que a
entidade em terra está realizando. Muitas vezes os assuntos que as pessoas trazem
para serem orientadas é de fórum íntimo e não existe algo mais indelicado ou
insensível do que uma pessoa que notoriamente não está incorporada ficar prestando
atenção a conversa.
Aqueles que não conseguem ficar por longo tempo incorporado, deve pedir a
permissão e sentar-se ao solo e permanecer em concentração, pois a sua doação
energética será necessária para que os espíritos adoentados sejam conduzidos para
postos de socorros, caso não tenha espaço para sentar-se, deve se retirar e
permanecer em local apropriado dentro do terreiro, não saindo para a rua para fumar
ou ingerir alimentos ou bebidas, pois o trabalho não terminou, ele somente se encerra
quando se fecha a Jurema, agradecendo aos Orixás e Guias e após a troca das bênçãos.
Os médiuns que estão em processos de despertar consciencial (desenvolvimento),
devem observar e tentar auxiliar na medida do possível, se concentrando, voltando
seus pensamentos aos Orixás e Guias que os assistem.
Lembrando que para se ser útil basta querer, podem auxiliar por exemplo na
cambonagem, observando as necessidades dos Guias, os ajudando, averiguando o bem
estar dos consulentes, auxiliando o samba. Geralmente em um trabalho de Umbanda
se recebe muitas pessoas, então todos os filhos de uma casa serão necessários para
manter a ordem e disciplina dentro do ambiente, e lembre-se, a educação vem de
dentro do terreiro, se os próprios médiuns não tem educação como se pode pedir para
o visitante ter.
Costumo dizer que os médiuns não precisam ficar mudos, mas não precisam
transformar o centro do terreiro numa feira de domingo, muito cuidado porque são
condutas e posturas de quem está olhando de fora, fica muito desagradável e feio.
11. Conclusão.
Muitas pessoas acham que conduzir um terreiro é fácil e estamos lidando com vidas,
com sentimentos, com espíritos de várias categorias, porque não podemos esquecer
que a Umbanda antes de qualquer coisa é um HOSPITAL DAS ALMAS.
O ato de lidar com o ser humano não é uma tarefa fácil, num ambiente onde tem mais
de duas pessoas, há divergências de pensamentos e condutas, há temperamentos,
personalidades diversas.
Todas as condutas aqui colocadas além de doutrinárias são disciplinares, porque
estamos vendo médiuns (tanto dirigentes como filhos no Santo), desrespeitosos,
abusivos, extremamente mal educados, exploradores, agressivos, imorais, usando do
nome da nossa Sagrada e Amada Umbanda ao seu bel prazer, e isso é muito triste.
Pessoas essas sem berço doutrinário, sem mediunidade e espiritualidade idônea, e são
essas pessoas que vem por ai denegrindo e fazendo um desserviço à Umbanda.
Quando fazemos certos alertas contidos nesse texto, estamos no intuito tentando
resgatar nossas origens, nossas essências, estamos lutando para que nossos filhos e
netos conheçam de fato o que é a nossa verdadeira Umbanda.
Desde já, agradeço a todos os irmãos que se dispuseram a leitura.
E vamos todos nós, levando a Bandeira de Nosso Pai Oxalá, porque com a nossa Lei
não há.
Se não é para estar com amor, então não vale à pena.
A Integridade vibratória de um terreiro.
Sem disciplina rígida e séria uma Casa de Umbanda não prossegue seu trabalho sob os
auspícios da Espiritualidade Superior.
O que parece, às vezes exagero do dirigente no sentido da manutenção da disciplina,
do respeito ao terreiro e aos Guias, do respeito à hierarquia constituída, da não
permissão de fofocas e conversas fúteis, intrigas e maledicências, constitui-se, na
verdade, no grande pára-raios ou entrave à entrada de espíritos obsessores,
zombeteiros, mistificadores que atuam criando confusões, brigas, desentendimentos,
desânimos e queda da Casa Umbandista.
Todo cuidado é pouco.
Não importa quem agrade ou desagrade.
Quem tem o espírito de amor e busca uma casa séria e a verdadeira espiritualidade
que conduz à evolução, compreende, adere e entenderá este texto.
Caso contrário, é melhor que fique de fora da corrente, pois o orgulho, a vaidade, os
ciúmes e a ignorância de si mesmo são instrumentos nas mãos dos inimigos invisíveis
para desmoralização de um Grupo Espiritualista.
A corrente é a grande força do Templo Umbandista.
Na verdade, a corrente merece mais cuidados que as paredes e toda a estrutura física
do Templo.
Tudo gira em torno dela.
Se os elos dessa corrente estiverem fracos, obsediados, podem desestruturar todo o
trabalho e dar acesso às energias negativas mais amplas que, muitas vezes, conseguem
prejudicar a vida de muitas pessoas ligadas a uma casa espiritual.
Devemos sempre lembrar:
“Ninguém é tão forte como todos nós juntos”.
Me fez lembrar a estória do bambu que posso narrar agora:
O bambu pode parecer simples, porém é uma das árvores mais resistentes que existe.
É durável quanto o concreto e sua tração é comparada ao aço. Abastece diversos
setores da economia e da sobrevivência humana, e também é capaz de nos passar
lições que podem ser aplicadas em nosso dia a dia.
Agora, confira quatro lições do bambu que foram adaptadas de uma antiga lenda que
faz parte da filosofia Zen budista:
1° lição: Se curva mas não quebra
Uma das principais lições é em relação à humildade. Mesmo com a mais suave brisa,
os troncos dos bambus balançam. Ao se mover com o vento, e não lutando contra ele,
podemos aprender que a vida flui melhor quando a levamos com mais tolerância e
leveza. Assim, é preciso que tenhamos humildade, seja para reconhecer um erro e
pedir desculpas ou para sermos mais flexíveis e menos duros em relação à vida e a
todos que nos rodeiam.
2° lição: A fragilidade é somente aparente
O bambu não é uma árvore densa e que alcança grandes alturas, porém é bastante
forte em relação às condições climáticas, mostrando assim que sua fragilidade é
apenas aparente, suportando estações extremas, ficando de pé e não se abalando.
Portanto, não deixe de acreditar na sua força interior, e nem se subestime. Fique de pé
assim como o bambu, e perceba que você pode ser tão forte quanto esta planta.
3° lição: Vive sempre em comunidade
Os bambus estão sempre unidos uns aos outros, e essa lição nos mostra que ninguém
pode ser feliz sozinho. Precisamos de outras pessoas para nos sentir completos. É
preciso aprender a cultivar o espírito de grupo, pois quando se tem união, fica mais
fácil atravessar os obstáculos que a vida nos impõe.
4° lição: Cresça sempre para o alto
O bambu é uma planta que possui crescimento para o alto, e assim como ele, também
temos um potencial incrível para crescer. Devemos sempre olhar para o alto e seguir
adiante com nossas experiências. É preciso ter metas e sempre evoluir, mesmo que
não se perceba o próprio progresso.
Não é a toa que um bambuzal é um ponto de força natural de Iansã, pois como o
bambu ela esta sempre pronta a proteger, a fazer valer a máxima de que filho de
Umbanda não cai mesmo frente as maiores tempestades ele pode até envergar mas
jamais quebrar.
Saravá a todos.
Roberley Meirelles