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CONDUTA COMPORTAMENTAL DO MÉDIUM UMBANDISTA.

Em todos os seguimentos religiosos, ou seja, em todas as religiões, há formas e


condutas quanto a posturas, educação, ritualísticas e cerimoniais, e a nossa religião de
Umbanda não é diferente de nenhuma que serve os planos divinos.
Condutas essas que contribuem para seriedade de seus ritos, trabalhos e
fundamentos.
Uma coisa que gosto sempre de frisar que a conduta do médium é 24 horas por dia e
não somente dentro do terreiro, um médium deve ter compostura, até mesmo para se
dar ao respeito e ser respeitado na comunidade em que vive, porque sempre o adepto
de outra religião provocará o médium de Umbanda ou Candomblé com piadinhas para
denegrir não somente ao médium, mas a sua religião no geral, e isto é real, pois já
passei por isto muitas vezes.
Porque além do mais, o filho de Umbanda é representante de uma fé, de uma
egregora religiosa, o médium poderíamos dizer que representa os Orixás, os Guias e
porque não a Umbanda, de modo geral, é muito normal quando ocorre um fato
relacionado a nossa religião, ouvirmos as pessoas comentar foi aquele ou aquela
macumbeira, quem nunca ouviu isto?
Vamos nos focar no dia a dia do terreiro, e já deixo esclarecido que essas condutas eu
particularmente aprendi com dirigentes mais velhos e deixo aqui as minhas gratidões
eternas a eles pelos ensinamentos, afinal, ninguém nasce sabendo, vamos aprendendo
quando vamos nos tornando mais velhos ou experientes, concordam?
O respeito de um filho no Santo com seu Pai ou Mãe no Santo, com seu sacerdote e
dirigente, seja qual nomenclatura que for usada dentro da herança de sua casa, deve
ser entendida como algo recíproco, não é só filho no Santo que deve respeito, mas o
dirigente deve se dar ao respeito e não pode se esquecer disso jamais em ocasiões
mais descontraídas e sociais, e deve respeitar seu filho no Santo.
Um exemplo, há dirigentes que no terreiro cobram, exige postura de seus filhos, mas
não pode ter um evento, uma festa, que extrapola, ficando bêbado ou saindo para
baladas e lugares promíscuos com seus próprios filhos no Santo, como já conheci
alguns, e esses tipos de condutas são lastimáveis, como exigir uma postura que não se
tem para si? Para refletir.

O que aprendi com meus antigos que o respeito vem de casa, no sentido religioso é
aprendido dentro do terreiro.
Colocaremos abaixo algumas perguntas e respostas que alguns médiuns fazem, e friso
desde já, que estaremos respondendo de acordo com nossos costumes e tradições,
dentro de nosso terreiro, podendo ser diferentes em outras casas e vertentes de
Umbanda ou mesmo seguimentos religiosos.

1.Como devo me comportar quando encontro meu dirigente?


O médium quando encontra com seu dirigente, ele deve manter o mesmo respeito
que ele tem quando está no terreiro e trocar bênçãos respeitosamente.
A benção deve sempre partir do mais novo para o mais velho, isto demonstra respeito
pela posição que cada pessoa ocupa em dentro de uma sociedade de terreiro, não é
demérito algum e lhes garanto que isto unirá e muito um grupo, pois todos se
respeitarão muito mais, geralmente se beija a mão, e este beijo na mão será
respondido da mesma forma, as palavras são:
A bênção minha Mãe… A bênção meu Pai…
Que seja abençoado meu filho ou que Oxalá abençoe ou, que Ogum abençoe a
bênção.
Em algumas tradições, será usado como resposta ao Orixá da cabeça do mais antigo,
por isto coloquei o exemplo do Ogum abençoe e benção.
O dirigente pode ser amigo de seus médiuns, conviver socialmente, mas sempre será o
dirigente, o sacerdote do terreiro, então ele deve se dar ao respeito para que seja
respeitado.
Lembrando que respeito não é impor medo, muito menos terror ou ameaças. Isso não
é respeito, isso é COVARDIA.
Infelizmente já soubemos de casos onde o médium vai trocar bênçãos com o dirigente,
por exemplo, na rua, e o dirigente se comporta como se sentisse constrangido, isso é
inadmissível, o ato de um filho vir e pedir a bênção retrata postura, conduta e
educação religiosa.
A vice versa é válida.
“Quando o médium chega ao terreiro assim que se encontra com seus dirigentes, a
primeira coisa a fazer é pedir sua bênção”.
E antes de começar a gira, ele deverá trocará a bênção não só com os seus dirigentes,
mas também com seus irmãos no Santo.
Uma falta grave que não posso deixar de mencionar neste texto e que deve ser
corrigida de imediato é quando nos deparamos com irmãos que, por exemplo, naquele
momento não estão se dando bem entre si, por motivos particulares, inerentes ao
terreiro, e na hora da troca de bênçãos, simplesmente não trocam a bênção entre si,
fazem caras e bocas de repúdio, esses tipos de condutas devem ser advertidas quando
vistas na hora pelo dirigente, são condutas horríveis numa casa religiosa de Umbanda.
Ali dentro não é lugar para maledicências e picuinhas, ali é solo Santo, lugar de
conduta e respeito para com os Guias e Orixás.
A troca de bênçãos o próprio nome já diz, são bênçãos, estamos respeitosamente
saudando o Orixá do outro e vice versa, então quando um filho não troca bênção é
como se ele estivesse virando as costas, desfazendo do Orixá que aquele filho
carrega. E acreditem, é melhor um “Deus te Abençoe Do Que Um Diabo te
Carregue”.
2. O que devo fazer assim que coloquei minha roupa branca?
Assim que o médium chega ao terreiro, ele deve ir imediatamente se trocar, colocar
seu uniforme para entrar na gira, assim que estiver vestido, ele já deve se colocar
em prontidão para o trabalho daquele dia e a disposição para auxiliar onde necessite.
Depois das firmezas feitas nos assentamentos, ele deverá ir e saudar os pontos de
força do terreiro, ex. Tronqueira de Exu, Casa das Almas (Cruzambê) das Almas, etc.
Logo em seguida, ele deve entrar respeitosamente para dentro do terreiro saudando o
solo Santo (a entrada), batendo a cabeça no altar, saudando os atabaques, fazer a
troca de bênçãos como relatado acima, fazendo suas firmezas de acordo com a
tradição da casa onde trabalhe.
A partir daquele momento é silêncio, mentalização, concentração, oração, pedindo
que os amparadores estejam com ele naquele momento.
É muito comum alguns médiuns chegarem bem mais cedo no terreiro no intuito de ter
uns momentos para conversar entre os irmãos no Santo ou até mesmo com o
dirigente.
Não vejo mal nisso desde que, as conversas trocadas sejam saudáveis e não
inoportunas e inconvenientes, porque desde o momento que o médium chega ao
terreiro em dia de gira, a ordenança espiritual já está a postos, e certas conversas
podem ser ofensivas e desrespeitosas.
O médium também não pode ser inconveniente, às vezes tem filhos que não aparecem
para varrer um chão e quando os irmãos que trabalharam o dia inteiro, ou mesmo o
dirigente quer pegar aquelas poucas horinhas antes do início dos trabalhos para dar
uma relaxada ou descansar um pouco, o filho chega e acaba atrapalhando esse
espaço. “Os filhos no Santo tem que tomar cuidado com essas condutas e não serem
invasivos ao ponto de se tornarem inconvenientes. Lembrando que o dirigente
muitas vezes tem sua residência junto com o terreiro e necessita de privacidade”.
Há dirigentes que simplesmente se recolhem e só vão aparecer somente na hora da
gira, pode chover, garoar, aqueles poucos momentos é dele e ele não abre mão deles,
mas nem sempre o dirigente consegue esse espaço.
E sinceramente eu não acho errado, porque o dirigente é a principal coluna da casa e
ele tem que estar com a energia 100%.
Então o médium só deve aparecer no terreiro horas antes de começar a gira se houver
motivos para isso, caso contrário, devem dar o espaço para aqueles que trabalharam
na manutenção da casa poderem descansar devidamente.
Jamais deverão invadir o espaço familiar do dirigente fora de hora ou sem motivos
para isso.

3. Como devemos nos comportar com relação aos consulentes e visitas?


Eu costumo dizer que educação vem de berço, é muito desagradável ver médiuns que
passam pela assistência, como se eles fossem o próprio Orixá na terra, nem um BOA
NOITE dão, isso é horrível, há uma lacuna imensa em parar e bater papo com os
consulentes e dar os devidos cumprimentos, se o médium quer evitar o contato como
alguns dizem por cargas energéticas que podem estar escondidas em alguns
consulentes é uma coisa, agora passar por eles como se eles não existissem é outra
bem diferente.
Os médiuns de uma casa santa são os espelhos da doutrina que ali é praticada, e uma
boa recepção é uma garantia que alguém irá observar e comentar, e lhes garanto que
as pessoas que costumam freqüentar terreiros sempre reparam em tudo desde a
entrada até as incorporações, por isto temos que manter a postura, demonstrar que
não somos um bando sem consciência e educação seja ela a tradicional ou a espiritual.
A mudança de postura deve ser implantada aos poucos para que os novos médiuns
que se ligarem aos terreiros e observarem a postura do mais velhos a seguirão, e isto
tenha certeza, tornará uma tradição, então cabe ao mais antigo ter a postura correta
de amabilidade, educação, respeito como demonstra o quadro acima.

A chegada dos convidados ao terreiro:


A importância de receber bem quem visita a casa de Orixá.
O Samba da casa costuma ser o cartão de visitas do terreiro, então a forma como ele
irá receber as pessoas na casa é primordial, ninguém gosta de chegar num terreiro e
ser tratado como um nada ali, as pessoas gostam de ser recebidos educadamente,
uma boa tarde ou boa noite, faz que o visitante se sinta seguro, um sorriso é libertador
e aquece, se tiver dúvidas no atendimento ou com quem poderá passar, o samba
deverá educadamente auxiliar ou esclarecer as dúvidas.
Sinceramente evito indicar médiuns para atender alguém, a não ser casos mais graves
que sou notificado, mas na maioria das vezes prefiro que a pessoa escolha o médium
ou Guia isto nos faz ser neutro, pois a escolha foi de quem procurou, agimos com lisura
com nossos filhos de terreiros, pois em minha opinião se foi coroado e passou para o
atendimento é porque está preparado para enfrentar todos os desafios que aparecer
em seu caminho dentro do terreiro.
Muitas vezes chegam pessoas bem tímidas, envergonhadas, muitas com medo do
desconhecido, e devem se sentir em casa, confiantes, agregadas, inclusive, há muito
tempo escrevi um conto justamente contando como é a impressão de uma pessoa que
chega a um terreiro de Umbanda pela primeira vez, é uma mistura de medo,
ansiedade, desconhecimento, pois a Umbanda para muitos ainda é uma religião
carregada de mistérios e cabe a nós desmitificar ou simplificar mostrando as
maravilhas de nossa religião.
A conduta dos auxiliares e cambonos da casa deve sempre estar sendo acompanhadas
e corrigidas de acordo com a necessidade, para que sejam evitados certos
desconfortos, como já tivemos casos de cambonos grosseiros e indelicados,
desatentos, infelizmente esta “profissão” cambono é algo em extinção nos terreiros, as
pessoas que chegam as casas querem incorporar, esquece-se que o aprendizado faz
parte da vida do bom médium e ser cambono é uma escola dentro da Umbanda, eu fui
cambono durante mais de ano, foi a maneira que encontrei de estar dentro do
trabalho, porque a casa que comecei na Umbanda, os iniciantes somente podiam
entrar, tomar um passe, se incorporasse, ficaria o mínimo possível com o Guia em
terra, pois os dias de atendimentos eram destinados aos convidados.
Em dias de festas nos terreiros, muitas vezes são servidas comidas e bebidas aos
consulentes, aqueles que vão auxiliar os cambonos devem servi-las respeitosamente,
com delicadeza, respeito, higiene, jamais comendo junto, para isso tem horas
adequadas onde os médiuns também irão comer, perguntar se a pessoa quer repetir,
uma festa deve ser a união entre o material e o espiritual, as comidas são abençoadas
pelos Orixás e todos receberão esta benção, e isto é tradição e está tradição jamais
deve ser apagada dos terreiros.
4. Como devemos receber um dirigente em nossa casa?
Muitos dirigentes às vezes vão a um determinado terreiro e não querem se identificar,
então muitas vezes entra e saem despercebidos. Isso acontece, mas às vezes são
descobertos (rsrsrs) pelos próprios Guias chefes da casa.
Mas cabe a boa educação religiosa, que quando o dirigente sabe que há um dirigente
em sua casa, apresentá-lo a sua sociedade, a sua família religiosa, é muito comum o
dirigente visitante cantar um ponto saudando a casa que está visitando, onde o
dirigente da casa, por exemplo, se estivesse recebendo seu próprio dirigente ou um
dirigente por ele muito respeitado e mais velho na religião, costumava-se tirar a toalha
do pescoço e oferecia à ele, se o mesmo a colocasse no pescoço, ele à partir daquele
momento assumiria o comando daquela gira, caso ele somente a beijasse e a
entregasse de volta, ele ficaria apenas apreciando a gira como um irmão visitante.
O curimbeiro da casa, logo em seguida canta um ponto louvando o Orixá daquele
sacerdote, como votos de boas vindas em sua casa, são atitudes lindas, respeitosas e
muito gratificantes de se presenciar.
Caso a curimba não conheça, vamos cantar um ponto saudando o visitante, como por
exemplo:
♫♫ “Na mata virgem, o sabiá cantou,
Oxalá mandou saravá Babalaô.
Na mata virgem, o sabiá cantou,
Oxalá mandou saravá Babalaô.
Babalaô baba, Babalaô baba.
Babalaô saravá seus Orixás.
Babalaô, baba, Babalaô, baba.
Babalaô saravá seus Orixás” ♫♫

5. Caso um dirigente peça água, como deverá o cambono servir?


Uma tradição bem antiga é que quando um dirigente chega a sua casa e pede água,
cabe o cambono trazer uma jarra com água e servir em sua frente, jamais deverá
trazer o copo já cheio, isto é algo que temos que resgatar, e infelizmente a maioria dos
novos médiuns não entendem, mas ali esta alguém que é representante de Orixá e
com certeza ele está trazendo consigo além do seu Orixá toda uma equipe espiritual, e
demonstrar respeito é o mínimo que podemos fazer. Os antigos dirigentes, caso isso
acontecesse, muitos eram desconfiados e simplesmente agradeciam e não bebia,
simplesmente por não verem a água ser despejada no copo (medo de macumba).
Quando o cambono serve a água com essa postura, ele está demonstrando para
aquele dirigente e sacerdote que sua casa respeita as antigas tradições e é uma casa
onde ele pode se sentir a vontade e seguro.
São costumes que em muitas casas se perderam devido à falta de oralidade entre os
seus ou mesmo falta de conhecimento de certos costumes.
Lembrando, o dirigente pode ser amigo da casa, mas ele ali naquele momento é uma
visita ao terreiro e em qualquer momento ele é um dirigente que merece todo
respeito e consideração.

6. Posso ficar ouvindo a conversa do dirigente quando ele estiver com visitas?
Nada impede que os médiuns interajam com os visitantes, os visitantes até gostam de
interagir com os médiuns.
Mas, se por acaso o dirigente de sua casa se afastar com o dirigente visitante numa
conversa mais privada entre eles ou mesmo um consulente, não convém ficar
rodeando e nem querendo ouvir a conversa, isso é se comportar indevidamente e é
falta de educação pura e simples.
7. Como devem se comportar os médiuns após o início dos trabalhos, mesmos os que
não estejam trabalhando ou que sejam iniciantes?
Muitas vezes acontece de nos depararmos com algumas condutas que os médiuns as
fazem por estarem desatentos, distraídos ou por falta de orientação mesmo.
Quando os Guias já estiverem trabalhando, os médiuns que não estiverem
incorporados devem ficar atentos ao que está acontecendo em sua volta, evitando
conversas paralelas, em silêncio, ou quando necessário falar usarem tom mais baixo,
com discrição, porque essas conversas acabam levando a desconcentração de outros
médiuns, consulentes e atrapalhando a gira e principalmente a consulta que a
entidade em terra está realizando. Muitas vezes os assuntos que as pessoas trazem
para serem orientadas é de fórum íntimo e não existe algo mais indelicado ou
insensível do que uma pessoa que notoriamente não está incorporada ficar prestando
atenção a conversa.
Aqueles que não conseguem ficar por longo tempo incorporado, deve pedir a
permissão e sentar-se ao solo e permanecer em concentração, pois a sua doação
energética será necessária para que os espíritos adoentados sejam conduzidos para
postos de socorros, caso não tenha espaço para sentar-se, deve se retirar e
permanecer em local apropriado dentro do terreiro, não saindo para a rua para fumar
ou ingerir alimentos ou bebidas, pois o trabalho não terminou, ele somente se encerra
quando se fecha a Jurema, agradecendo aos Orixás e Guias e após a troca das bênçãos.
Os médiuns que estão em processos de despertar consciencial (desenvolvimento),
devem observar e tentar auxiliar na medida do possível, se concentrando, voltando
seus pensamentos aos Orixás e Guias que os assistem.
Lembrando que para se ser útil basta querer, podem auxiliar por exemplo na
cambonagem, observando as necessidades dos Guias, os ajudando, averiguando o bem
estar dos consulentes, auxiliando o samba. Geralmente em um trabalho de Umbanda
se recebe muitas pessoas, então todos os filhos de uma casa serão necessários para
manter a ordem e disciplina dentro do ambiente, e lembre-se, a educação vem de
dentro do terreiro, se os próprios médiuns não tem educação como se pode pedir para
o visitante ter.
Costumo dizer que os médiuns não precisam ficar mudos, mas não precisam
transformar o centro do terreiro numa feira de domingo, muito cuidado porque são
condutas e posturas de quem está olhando de fora, fica muito desagradável e feio.

8. Como devemos nos comportar na hora dos passes?


Na hora dos passes, é fundamental que tantos os médiuns quanto os consulentes
sejam orientados de permanecerem em silêncio, em preces e orações.
Os médiuns que não estiverem cambonando devem ficar concentrados, vibrando boas
energias para aquelas pessoas que estão passando pelo passe, pedindo o melhor por
elas, vibrando verdadeiras ondas de amor. Jamais devem ficar querendo ouvir o que o
consulente está relatando ao Guia, alguns consulentes se sentem extremamente
constrangidos quando percebem essa postura, tomemos muito cuidado com isso. Os
médiuns devem sempre respeitar a privacidade do outros, não nos interessa os
problemas alheios, pois com certeza todos carregamos os nossos individuais e quando
carregamos ou ouvimos os contos ou segredos alheios, passaremos a fazer parte do
drama ou da trama e, sinceramente devemos respeitar a dor alheia ou os segredos
alheios, não nos interessa saber, temos que cuidar de nossas vidas e deixar os dramas
alheios serem ajudados pela espiritualidade.
Cambonos – jamais devem ficar relatando o que ouviu, serem discretos, atenciosos,
prestativos, atentos.
Na hora do passe devem se evitados tumultos, cortar a fala do Guia no momento do
benzimento, e caso ocorra uma eventualidade, como um descarrego de emergência,
saberem que a oração é a melhor defesa.
Uma coisa importante quando um guia estiver falando com alguém em atendimento,
jamais passar em sua frente o cortando, no meio de ambos (Guia e consulente), sem
pedir licença, isso é de uma tremenda falta de desrespeito e uma grande falta de
educação. Cabe nessa questão ressaltar que isso não é feito em lugar algum.

9. Como devem se comportar os irmãos de fé entre si?


Quando coloco nessa questão IRMÃOS, agrego nessa palavra os filhos no Santo e os
dirigentes que devem se tratar com respeito, jamais agredindo a integridade moral e
física do outro.
Lembro de muitos casos de agressão verbais, inimizades que se instalam dentro de
terreiros, inclusive já passamos por isto em tempos passados, tanto na casa de minha
Mãe o que acabou dividindo um terreiro de mais de 40 anos e também em NOSSA
CASA, onde a inimizade entre dois médiuns acabou por rachar dois grupos antagonista
causando a saída de todos do terreiro.
Um Guia verdadeiro jamais agride alguém, mas pode ocorrer situações em que a
integridade de seu médium seja colocada em risco, então ele pode defender seu
médium caso não veja outra alternativa, lembrando que nossos Guias possuem meios
de coibir certas agressões sem usar o físico, podem usar apenas sua própria energia ou
a inteligência.
Um dirigente por ele ser um condutor, ele deverá evitar se expor a tal conduta, está
em jogo sua reputação, seu terreiro, seu nome e toda sua história.
Pode acontecer e já vi casos em ótimas casas, ocorrência como briga entre filhos no
Santo, que geraram inimizades que ultrapassou o senso da boa educação, se tornou
fato de disputa entre médiuns da mesma corrente, outros usando a roupagem de
Guias para ofender o outro irmão, situações abusivas, que fogem completamente dos
conceitos doutrinários morais e religiosos que nossos Guias nos ensinam, nessa hora o
dirigente tem que manter o máximo de postura e conduta e coibir na hora tal ação e
tomar medidas emergentes e disciplinares.
Os médiuns devem entender que problemas pessoais entre si, não devem ser
misturados dentro do terreiro, ali não é lugar para isso.
Por outro lado quando o dirigente perceber problemas dessa categoria, deve chamar
as partes envolvidas para esclarecimentos e resoluções, evitando que passe dos limites
certas situações. Priorizando sempre o bom diálogo e trazendo união e paz entre os
seus.
O mais importante deve saber separar a verdade da fofoca, um fato deve ser resolvido
entre as partes envolvidas, a fofoca deve ser esclarecida, a pessoa que tem o costume
da maledicência deve ser afastada para o bom andamento do grupo, da casa, do
terreiro, lembre-se todo terreiro é uma egregora, uma família, e uma família somente
prospera se ela for unida e mais ainda, unida e forte.
Lembre-se sempre desse texto:
10. Roupas e Vestimentas.
A Umbanda nasceu da simplicidade, nossos terreiros foram formados em fundos de
quintais, chão de terra batido, roupas simples, pés descalços, Umbanda nunca foi
desfile de modas, panos caros ou adereços chics, quem buscava a Umbanda
antigamente eram os trabalhadores, as pessoas de uma classe social mais baixa,
falando claramente a classe pobre e operária, e isto se tornou uma marca da
Umbanda, a simplicidade, isto faz parte da nossa tradição e fundamento, herança da
caboclada e dos pretos escravos.
Então o médium umbandista tem que entender que a simplicidade faz parte dos
trabalhos, que as roupas apesar de simples, devem ser limpas, passadas, não podem
estar rasgadas, acredito que cada casa tem a sua ritualística, mas Orixá veio do
continente africano das aldeias feitas de pau a pique e cobertas com folhas de sapé,
nossos Guias viveram da terra, foram batalhadores como somos hoje todos nós.
Roupas de trabalhos devem ser simples, sem vulgaridades, batas e saias para mulheres
tendo por baixo uma calça da mesma cor, se for branca, calça branca e se for dia de
Exu usar o uniforme todo preto. Para mulheres, atenção ao decote da blusa e
transparência da calça e para os homens, atenção as calças caídas, expondo as peças
íntimas.
Não utilizamos roupas multicoloridas, não usamos alaká, (pano da costa) ou Ojá (torço
ou turbante), camisetas transparentes ou mini blusas, o cuidado com o sagrado deve
ser orientado e cada um deve ter a consciência que as pessoas que visitam um
terreiro, estarão sempre atentas para apontar as falhas ou mesmo caçoar quando
percebem que algo anormal ocorre, por isto se preserve ao máximo para que sua
postura ou vestimenta não seja assunto ou motivo de risos por pessoas maldosas.

11. Conclusão.
Muitas pessoas acham que conduzir um terreiro é fácil e estamos lidando com vidas,
com sentimentos, com espíritos de várias categorias, porque não podemos esquecer
que a Umbanda antes de qualquer coisa é um HOSPITAL DAS ALMAS.
O ato de lidar com o ser humano não é uma tarefa fácil, num ambiente onde tem mais
de duas pessoas, há divergências de pensamentos e condutas, há temperamentos,
personalidades diversas.
Todas as condutas aqui colocadas além de doutrinárias são disciplinares, porque
estamos vendo médiuns (tanto dirigentes como filhos no Santo), desrespeitosos,
abusivos, extremamente mal educados, exploradores, agressivos, imorais, usando do
nome da nossa Sagrada e Amada Umbanda ao seu bel prazer, e isso é muito triste.
Pessoas essas sem berço doutrinário, sem mediunidade e espiritualidade idônea, e são
essas pessoas que vem por ai denegrindo e fazendo um desserviço à Umbanda.
Quando fazemos certos alertas contidos nesse texto, estamos no intuito tentando
resgatar nossas origens, nossas essências, estamos lutando para que nossos filhos e
netos conheçam de fato o que é a nossa verdadeira Umbanda.
Desde já, agradeço a todos os irmãos que se dispuseram a leitura.
E vamos todos nós, levando a Bandeira de Nosso Pai Oxalá, porque com a nossa Lei
não há.
Se não é para estar com amor, então não vale à pena.
A Integridade vibratória de um terreiro.

Sem disciplina rígida e séria uma Casa de Umbanda não prossegue seu trabalho sob os
auspícios da Espiritualidade Superior.
O que parece, às vezes exagero do dirigente no sentido da manutenção da disciplina,
do respeito ao terreiro e aos Guias, do respeito à hierarquia constituída, da não
permissão de fofocas e conversas fúteis, intrigas e maledicências, constitui-se, na
verdade, no grande pára-raios ou entrave à entrada de espíritos obsessores,
zombeteiros, mistificadores que atuam criando confusões, brigas, desentendimentos,
desânimos e queda da Casa Umbandista.
Todo cuidado é pouco.
Não importa quem agrade ou desagrade.
Quem tem o espírito de amor e busca uma casa séria e a verdadeira espiritualidade
que conduz à evolução, compreende, adere e entenderá este texto.
Caso contrário, é melhor que fique de fora da corrente, pois o orgulho, a vaidade, os
ciúmes e a ignorância de si mesmo são instrumentos nas mãos dos inimigos invisíveis
para desmoralização de um Grupo Espiritualista.
A corrente é a grande força do Templo Umbandista.
Na verdade, a corrente merece mais cuidados que as paredes e toda a estrutura física
do Templo.
Tudo gira em torno dela.
Se os elos dessa corrente estiverem fracos, obsediados, podem desestruturar todo o
trabalho e dar acesso às energias negativas mais amplas que, muitas vezes, conseguem
prejudicar a vida de muitas pessoas ligadas a uma casa espiritual.
Devemos sempre lembrar:
“Ninguém é tão forte como todos nós juntos”.
Me fez lembrar a estória do bambu que posso narrar agora:
O bambu pode parecer simples, porém é uma das árvores mais resistentes que existe.
É durável quanto o concreto e sua tração é comparada ao aço. Abastece diversos
setores da economia e da sobrevivência humana, e também é capaz de nos passar
lições que podem ser aplicadas em nosso dia a dia.
Agora, confira quatro lições do bambu que foram adaptadas de uma antiga lenda que
faz parte da filosofia Zen budista:
1° lição: Se curva mas não quebra

Uma das principais lições é em relação à humildade. Mesmo com a mais suave brisa,
os troncos dos bambus balançam. Ao se mover com o vento, e não lutando contra ele,
podemos aprender que a vida flui melhor quando a levamos com mais tolerância e
leveza. Assim, é preciso que tenhamos humildade, seja para reconhecer um erro e
pedir desculpas ou para sermos mais flexíveis e menos duros em relação à vida e a
todos que nos rodeiam.
2° lição: A fragilidade é somente aparente
O bambu não é uma árvore densa e que alcança grandes alturas, porém é bastante
forte em relação às condições climáticas, mostrando assim que sua fragilidade é
apenas aparente, suportando estações extremas, ficando de pé e não se abalando.
Portanto, não deixe de acreditar na sua força interior, e nem se subestime. Fique de pé
assim como o bambu, e perceba que você pode ser tão forte quanto esta planta.
3° lição: Vive sempre em comunidade
Os bambus estão sempre unidos uns aos outros, e essa lição nos mostra que ninguém
pode ser feliz sozinho. Precisamos de outras pessoas para nos sentir completos. É
preciso aprender a cultivar o espírito de grupo, pois quando se tem união, fica mais
fácil atravessar os obstáculos que a vida nos impõe.
4° lição: Cresça sempre para o alto
O bambu é uma planta que possui crescimento para o alto, e assim como ele, também
temos um potencial incrível para crescer. Devemos sempre olhar para o alto e seguir
adiante com nossas experiências. É preciso ter metas e sempre evoluir, mesmo que
não se perceba o próprio progresso.
Não é a toa que um bambuzal é um ponto de força natural de Iansã, pois como o
bambu ela esta sempre pronta a proteger, a fazer valer a máxima de que filho de
Umbanda não cai mesmo frente as maiores tempestades ele pode até envergar mas
jamais quebrar.

Bom, voltemos ao nosso assunto, para manter a Corrente sempre iluminada, a


disciplina tem que ser rigorosa, e o seu princípio está no respeito à hierarquia.
O membro da Corrente que não se sinta inserido nesse campo de atividade de acordo
com as normas da Casa deve se afastar, pois será melhor para ele, e evitar-se-á
problemas futuros mais graves, bem como a possibilidade de entrada de quiumbas por
tele-mentalização nesses médiuns desavisados.
Diz André Luiz, pelo médium Chico Xavier comenta que:
“Caridade sem disciplina é perda de tempo”.
Doutrina Espírita.
Vamos colocar alguns exemplos os quais observamos em terreiros, sempre é
bom relembrar e se estiver esquecido, temos que ensinar novamente:
1º. Todo médium umbandista deve saudar os Exus assim que pisar no terreiro, é
um gesto de respeito e mais ainda ali esta assentando a força de proteção da
casa, pois quando os reverenciamos a tronqueira irá absorver forças negativas
que porventura trazemos da rua, assim nos sentiremos mais aliviados e aptos a
praticar a caridade de Umbanda mais tranquilo.
2º. Dirigir-nos ao nosso Pai ou Mãe espiritual e pedir a sua benção, é um gesto
de respeito e educação que em muitos lugares esta caindo em desuso, porém
não podemos deixar que a modernidade venha impedir a tradição das boas
maneiras e educação.
3º. Bater a cabeça no conga, saudando os Orixás e entidades ali representados,
se colocando a disposição para o trabalho que irá acontecer dentro em pouco.
4º Saudar os atabaques porque ali esta a representação do Orixá responsável,
porque geralmente se assenta um “Santo quando se firma o atabaque” nos
terreiros.
5º Se houver um Ogãn ao lado do atabaque, deve se trocar a benção com ele,
pois isto é sinal de respeito e deve ser um ato que deve ser resgatado dentro da
Umbanda e dos terreiros.
6º Procurar algo para ajudar, limpeza, conservação, higienização, folhas,
oferendas, seja o que for não podemos ficar a toa dentro do terreiro, tudo tem
que estar pronto para que possamos ser bons anfitriões, para nossos visitantes
sejam eles da assistência ou entidades e Orixás.
7º Geralmente se coloca as guias sob o pano de cabeça no solo para que elas
sejam imantadas pela força espiritual do chão da casa e do congá, pois a junção
do solo e do portal do que representa o congá faz com que futuras cargas
negativas sejam mais fáceis de serem diluídas.
8º Não devemos jamais passar por cima das Guias que estão no solo, isto
denota falta de respeito pelas Guias de nossos irmãos e mais ainda pelo
representativa do Orixá ali assentando, e além do mais é uma coisa muito feia
de se ver, acreditem.
9º O bater cabeça sempre o mais antigo será o número um, o que baterá a
cabeça na frente no meio do congá, ao seu lado virão os demais, respeitando a
ordem de iniciação individual, não é data de batizado mas de obrigação, depois
a ordem da coroação, em seguida de batizado e por fim aqueles que ainda não
foram batizados. E ser antigo não quer dizer velho de idade e sim de obrigação
de Orixá e se por ventura não houver nenhuma pessoa iniciada dentro dos
preceitos umbandista será aquele que mais tempo na casa tem, caso tenho dois
irmãos que se iniciaram no mesmo barco o mais antigo será aquele que for de:
· Exu, Orixá guardião dos templos, casas, cidades e das pessoas.
· Ogum, Orixá do ferro, guerra, fogo, e tecnologia.
· Oxóssi, Orixá da caça e da fartura.
· Logunedé, Orixá jovem da caça e da pesca
· Xangô, Orixá do fogo e trovão, protetor da justiça.
· Obaluayê, Orixá da Cura e das doenças epidérmicas e pragas.
· Oxumaré, Orixá da chuva e do arco-íris, da transformação e recomeço.
· Ossaim, Orixá dos remédios, conhece o segredo de todas as folhas.
· Oyá ou Iansã, Orixá feminino dos ventos, relâmpagos, tempestade.
· Oxum, Orixá feminino dos rios, do ouro, jogo de búzios, e amor.
· Iemanjá, Orixá feminino dos lagos, mares e fertilidade, Mãe de muitos Orixás.
· Nanã, Orixá feminino dos pântanos e da morte, Mãe de Obaluaiê.
· Ewá, Orixá feminino do Rio Ewá.
· Obá, Orixá feminino do Rio Oba, uma das esposas de Xangô
· Oxalá, é um nome genérico para vários Orixás Funfun (branco)
Esta é a hierarquia dentro do rito Afro-descendete e nesta ordem que ocorre o
Xirê ou dança dos Orixás.
Observação: Um adendo importante, o bater cabeça sempre é um momento
diferente dentro da Umbanda e ele também faz parte dos fundamentos do
trabalho, uma coisa horrível de se ver é uma pessoa pulando ou passando por
cima de outra que se encontra deitada ao solo, isto é uma grande falta de
educação espiritual, porque ali esta um irmão de fé, e junto com ele seus Orixás
e as entidades que estão prestes a descer em terra para a prática da caridade,
se respeitarmos e tivermos calma todos serão acomodados, basta irmos nos
encaixando um a seguir do outro esperar os da frente deitar e ir ocupando os
espaços a seguir, experimentem ter paciência e calma e verá que todos podem
tranquilamente saudar e bater sua cabeça sossegado.
10º Defumação é o momento que limpamos a nossa aura, ritual de fundamental
importância para o médium umbandista, sempre ensino que devemos limpar a
nossa aura, nosso corpo e dar uma volta de 360º graus, pois estaremos nos
envolvendo totalmente pela fumaça das ervas, a defumação sempre fará parte
da preparação para um bom trabalho espiritual.
11º. A chegada de um orixá em terra: sempre que descer um Guia, Orixá
principalmente se for do Pai ou Mãe espiritual, devemos tocar com a nossa
testa ao solo saudando esta força cósmica e universal que chega ao solo
sagrado, isto é sinal de respeito para com o médium e para com o Orixá ou
Entidade, as vezes o Pai ou a Mãe espiritual não incorporam e sim um filho mais
velho que o substituirá e este procedimento deve ser seguido, pois o respeito é
o mesmo, porque ali o substituto estará exercendo mesmo que provisoriamente
a chefia espiritual da gira, não se sinta diminuído e sim que um dia poderá ser
você que poderá estar exercendo esta função, para que isto aconteça e muito
simples, dedicação amor e persistência.
12º Falamos da hierarquia de bater cabeça, ela também existe na incorporação,
e deve ser seguida à risca, pois demonstra que uma casa tem fundamento e
disciplina, primeiro a incorporar são pela ordem:
Pai ou Mãe espiritual.
Pai pequeno ou Mãe pequena, se a casa possuir.
Filho mais velho que geralmente são os que trabalham nas pontas, tanto do
congá, quanto das porteiras, se houver.
A seguir, conforme os médiuns forem incorporando os mais novos podem
deixar seus Guias chegar em terra, todos podemos esperar a nossa vez, é sinal
de respeito pela corrente formada no terreiro.
No final do trabalho ela seguirá a mesma ordem, ou seja, os mais novos sobem
primeiros e por último os mais antigos, e como disse antes, não é de casa ou de
idade e sim de obrigação ou iniciação dentro da Umbanda.
13º Os cuidados com os adornos dentro do terreiro, geralmente a presença
feminina é muito mais atuante na Umbanda que a masculina, encontraremos
muito mais mulheres em todos os trabalhos e sabemos que mulher sempre será
mais vaidosa e a vaidade carrega alguns adornos isto é natural, concordam?
Brincos, pulseiras, colares, punhais, não somente podem, como causam muitos
acidentes dentro dos terreiros, como em tudo na Umbanda, precisamos ter
bom senso, saber que um brinco de argola muito grande, alguém pode enroscar
um dedo da mão quando dança, ou mesmo um tucho de cabelos, e ao virar de
forma espontânea causará uma força contrária e isto pode acontecer de
machucar ou rasgar um pedaço de orelha, já presenciei isto dentro de terreiro,
ainda bem que não foi em nossa casa, mas em uma casa que trabalhei antes de
montarmos NOSSA CASA NOSSO TERREIRO.
Corrente com adornos pendurados, como corações, pingentes, pedaços de
pedras, ou mesmo filamentos de metais, tudo isto pode causar ferimentos, e se
alguém se machucar pode ter certeza que a energia da gira ou do trabalho
estará lá embaixo.
Então, devemos entender que alguns adornos ou adereços não devem ser
usados dentro do trabalho, guarde ao colocar a sua roupa branca, e assim que
sair do trabalho volte a usar, adornos não se faz necessário dentro dos
trabalhos.
Isto não quer dizer que é proibido o uso de brincos, use-os mas de forma
discreta, que não causará mal a você e nem aos seus irmãos de terreiro.
Seguindo estas regrinhas básicas não teremos melindres e nem mal estar em
membros da corrente, pois todos saberão seu lugar dentro da hierarquia do
terreiro de Umbanda.
Espero que após todos estudarem esta apostila algo mude no tratamento que
temos em nossa casa, este tempo sem os trabalhos no terreiro nos levou a
vários questionamentos do certo e do errado, e acredito que voltaremos
realmente muito melhores quando recomeçarmos os nossos trabalhos.

Saravá a todos.

Roberley Meirelles

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