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Plano de Recuperação de Área

Degradada– PRAD

Interessado: Jean da Silva Coelho

Responsável Técnico: Priscila Salomão Elias


Engenheira Florestal
CREA: 20681/D-DF

Brasilia, 8 de agosto de 2017


1. INFORMAÇÕES GERAIS

1.1. Identificação do interessado

Nome: Jean da Silva Coelho


Endereço: SMLN Trecho 3, Chácara 144/9, Núcleo Rural Jerivá, Lago Norte
Cidade/UF: Brasília/DF
CEP: 71540-035
Telefone: (61) 99633-4457
E-mail: jeandasilvacoelho@hotmail.com
CPF: 399.646.551-34
RG/Emissor: 1020144/SSPDF

1.2.Identificação da área onde será executado o projeto

Proprietário do imóvel: Idelson da Silva Moura


Endereço: SMLN Trecho 3, Chácara 144/9, Núcleo Rural Jerivá, Lago Norte
Cidade/UF: Brasília/DF
CEP: 71540-035
Área total do imóvel: 3.500 m²
Área total do dano: 455 m² em APP

1.3. Identificação do Responsável Técnico pela elaboração do PRAD

Nome: Priscila Salomão Elias


Formação: Engenheira Florestal
Endereço: Núcleo Rural Boa Esperança II, Chácara Portal do Sol, Casa 6, Lago Norte
Cidade/UF: Brasília/DF
CEP: 71.507-991
E-mail: priscila_salomao@hotmail.com
Telefone: (61) 98412-0953
CPF: 029.394.841-04
RG/Emissor: 2.594.015/SSPDF
Registro no Conselho Regional/UF: 20681 D/DF
Número da ART recolhida: 0720170055912

2. INTRODUÇÃO

A recuperação de áreas degradadas consiste em um conjunto de ações que visam a


restituição de um ecossistema degradado a uma condição não degradada, obtendo-se um
ambiente útil, de acordo com o plano preestabelecido, e um novo equilíbrio dinâmico.
A área a ser recuperada contemplada por este projeto corresponde principalmente a
porção de uma Área de Preservação Permanente (APP) de um imóvel rural localizado no
Núcleo Rural Jerivá, Lago Norte, Distrito Federal. A APP encontra-se à margem da grota de
um curso d’água natural, tributário do Córrego da Palma. Há a presença de edificações e parte
da vegetação nativa da APP encontra-se desmatada (Figuras 1 e 2).

Figura 1: Porção de APP desmatada na margem do curso d’água.


Figura 2: Porção da APP desmatada na margem do curso d’água.

A cerca que delimita a propriedade encontra-se contígua ao curso d’água, a uma


distância de aproximadamente 3 metros do seu leito (Figura 3).

Figura 3: Cerca contígua ao curso d’água delimitando a propriedade.

Na área ao longo do curso d’água existem locais perturbados, com uma baixa
densidade de plantas e com estreitas faixas de vegetação nas margens do curso. Entre a cerca
de arame e madeira que delimita a propriedade e o curso d’água a vegetação nativa encontra-
se mais preservada (Figura 4).
Figura 4: Vegetação nativa à margem do curso d’água.

A antropização da APP nas margens do curso d’água tributário do Córrego da Palma


causou mudanças no ecossistema local por remover parte da cobertura vegetal, modificar o
regime hídrico do solo, alterar as condições de infiltração de água, causar perda de
biodiversidade e poluição do curso d’água.
A vegetação nativa encontrada nas margens de corpos d’água têm grande importância
para o meio ambiente, sendo que suas principais funções são: preservar a estabilidade
geológica; proteger o solo contra a erosão e seus efeitos, como o assoreamento dos corpos
d’água e as enchentes; preservar os recursos hídricos por agir como filtro de sedimentos e
poluentes, além de permitir a infiltração da água da chuva no solo contribuindo para o
reabastecimento do lençol freático; preservar a biodiversidade fornecendo abrigo e nutrientes
para organismos silvestres e aquáticos; facilitar o fluxo gênico de fauna e flora; preservar a
paisagem; e assegurar o bem-estar das populações humanas proporcionando diversos serviços
ambientais. Portanto, a vegetação nativa nas margens de corpos d’água desempenha papel
fundamental para o equilíbrio dos ecossistemas, o que evidencia a necessidade de sua
preservação e recuperação.
Assim, os objetivos gerais deste PRAD são:
- Recuperar parte da APP do imóvel rural que encontra-se degradada, além de recuperar e
preservar a APP que está entre a cerca que delimita o imóvel e o curso d’água, por meio do
plantio de espécies nativas e da condução da regeneração natural, visando a restituição do
ecossistema da APP a uma condição de equilíbrio.
- Realizar uma compensação de parte da APP que encontra-se degradada por meio do plantio
de espécies nativas no terreno da propriedade, em locais próximos à APP.
Os objetivos específicos são: prevenir a ocorrência de futuros processos erosivos e de
lixiviação de nutrientes, promover a cobertura do solo, aumentar a infiltração da água da
chuva, aumentar a fertilidade do solo, atrair a fauna nativa, promover o adensamento e o
enriquecimento da vegetação, restabelecer os processos ecológicos e os ciclos naturais,
recompor a paisagem e atender aos dispositivos legais que determinam a recuperação da área
degradada.
Os órgãos governamentais envolvidos neste projeto são o Ministério Público, o
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e o
Instituto Brasília Ambiental (IBRAM).

3. LEGISLAÇÃO PERTINENTE

A legislação pertinente para a elaboração deste PRAD é o Código Florestal (Lei nº


12.651/2012), o Decreto nº 6.686 de 2008, a Resolução nº 429/2011 do CONAMA, a
Instrução Normativa nº 4/2011 do IBAMA e a Instrução nº 8/2012 do IBRAM.

4. LOCALIZAÇÃO E ZONEAMENTO DA ÁREA DEGRADADA

A propriedade onde encontra-se a área a ser recuperada localiza-se na Região


Administrativa do Lago Norte, no Núcleo Rural Jerivá, DF. O acesso ao imóvel se dá pela
DF-005, sentido Paranoá-Brasília (Figura 5).

Figura 5: Perímetro do imóvel (em preto).


Os pontos que delimitam a poligonal da área de cerca de 455 m² em APP a ser
recuperada na propriedade encontram-se em anexo. Além disso será realizada a recuperação e
preservação de aproximadamente 145 m² em área adjacente ao imóvel, entre a cerca que
delimita a propriedade e o leito do curso d’água.

Figura 6: Perímetro do imóvel (em preto) e Área de APP do imóvel a ser recuperada (em vermelho).
A região onde o imóvel se encontra está inserida na Área de Proteção Ambiental
(APA) do Lago Paranoá. Quanto ao zoneamento da área, de acordo com o Plano Diretor de
Ordenamento Territorial do Distrito Federal – PDOT/DF, a propriedade encontra-se na Zona
Urbana de Uso Controlado I (ZUUC-I).

5. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA A SER RECUPERADA

5.1.Clima

Segundo a classificação climática de Köppen, o tipo de clima que ocorre na área do


imóvel é o Tropical de Altitude (Cwa), com temperatura do mês mais frio (julho) inferior a
18°C e dos meses mais quentes (setembro e outubro) com média superior a 22°C
(CODEPLAN, 1984). O terreno se encontra a cerca de 1000 metros de altitude.

5.2. Geomorfologia

O terreno da propriedade apresenta declividade predominante entre 5 e 10%. A


alteração existente no relevo da APP ocorreu devido ao aterramento realizado.
Entre a cerca que delimita a propriedade e a grota há locais susceptíveis à erosão,
devido à elevada declividade do terreno, ao raleamento da vegetação nativa e à exposição do
solo (Figuras 7 e 8).

Figura 7: Locais susceptíveis à erosão à margem do curso d’água com


vegetação rala, porções de solo exposto e elevada declividade do terreno.
Figura 8: Vegetação rala, porções de solo exposto e elevada declividade
do terreno na margem do curso d’água. Raízes de plantas auxiliando a
conter a erosão (setas laranjas).

5.3. Solo

O tipo de solo predominante no terreno onde se encontra a área a ser recuperada é o


Latossolo Vermelho-Amarelo de textura argilosa média. O solo do terreno não é pedregoso.

5.4. Hidrografia

A propriedade localiza-se na Bacia Hidrográfica do Lago Paranoá. A área a ser


recuperada encontra-se a cerca de 430 metros da margem do Lago Paranoá, que é um lago
artificial de cerca de 48 km² formado pelas águas represadas do Rio Paranoá. A cerca que
delimita a propriedade encontra-se contígua à grota de um curso d’água natural, tributário do
Córrego da Palma, o qual desemboca no Lago Paranoá. O curso d’água apresenta
características intermitentes, com escoamento de água pelo leito durante a época de chuva,
enquanto que na época da estiagem, o escoamento da água pelo leito cessa (Figura 9).
Figura 9: Leito do curso d’água sem escoamento de água durante o mês
de julho de 2017 com água do período chuvoso acumulada (seta laranja).

5.5. Vegetação

A propriedade está inserida no Bioma Cerrado. A fitofisionomia da vegetação nativa


da APP é a mata ciliar, havendo uma transição para o cerrado sentido restrito.
Nas proximidades da APP a ser recuperada na propriedade há remanescentes naturais
de vegetação nativa que apresentam banco de sementes e plântulas, chuva de sementes e
fontes de propágulos de espécies nativas (Figura 4). A Figura 3 mostra que após a cerca há
uma vegetação mais preservada adjacente à área do imóvel a ser recuperada.
Observa-se a presença de regeneração natural na APP da propriedade e principalmente
nas margens ao longo do riacho em locais onde a vegetação nativa está mais preservada
(Figura 10).
Figura 10: Regeneração natural na margem do corpo hídrico.

No interior do lote observa-se a presença de diversas espécies de plantas, tanto nativas


quanto exóticas. Analisando imagens do software Google Earth, observa-se que no ano de
2002, a cobertura vegetal da APP do imóvel e do terreno em geral encontrava-se menor do
que no ano de 2017.
Dentre as plantas exóticas existentes na propriedade, destaca-se a presença de
gramíneas e das espécies que se encontram na tabela abaixo.

Tabela 1: Espécies exóticas existentes na propriedade.


Nome científico Nome Popular
Anacardium ocidentale Caju
Buganvília
Sibipiruna
peltophoroides
Flamboyant
Pingo de ouro
Areca bambu
Eriobotrya japonica Ameixa amarela, Nêspera
Ficus
Leucaena leucocephala Leucena
Oiti
Mangueira
Mimosa caesalpineafola Sansão do campo, Sabiá
Amoreira
Goiaba
Roystonea oleracea Palmeira imperial
Chorão
Mogno
Terminalia catappa Sete copas

A partir do levantamento florístico realizado na área a ser recuperada e no seu entorno


foram identificadas diversos tipos de samambaias e as seguintes espécies nativas do Cerrado:

Tabela 2: Espécies nativas existentes na área a ser recuperada e no seu entorno.


Nome científico Nome Popular Família
Alchornea glandulosa Tanheiro, Tamanqueira Euphorbiaceae
Anadenanthera colubrina Angico branco Fabaceae
Bauhinia forficata Pata de vaca Caesalpinioideae
Copaifera langsdorffii Copaíba Fabaceae
Eriotheca pubescens Paineira do cerrado Malvaceae
Guatteria sellowiana Embira-preta Anonaceae
Magnolia ovata Pinha-do-brejo, Fruta-de-pau Magnoliaceae
Miconia sp. Miconia Melastomataceae
Miconia Ferruginata Pixirica Melastomataceae
Myrcia rostrata Folha-miúda, Araça Myrtaceae
Psidium sp. Araça Myrtaceae
Pterogyne nitens Amendoim bravo Fabaceae
Tabebuia impetiginosa Ipê roxo Bignoniaceae
Tapirira guianensis Pau pombo Anarcadiaceae
Tibouchina sp. ----- Melastomataceae
A B
Figura 11: Espécies identificadas na APP da propriedade. A: Amoreira. B: Ficus sp.

A B
Figura 12: Espécies identificadas na APP da propriedade. A: Flamboyant. B: Sibipiruna.
A B
Figura 13: Espécies existentes na área do imóvel. A: Mogno. B: Sete-copas. (Setas laranja).

Figura 14: Palmeiras e outras espécies em desenvolvimento na


propriedade.
Figura 15: Espécies em crescimento na propriedade.

A B
Figura 16: Espécies nativas próximas à APP do imóvel. A: Samambaia. B: Tanheiro.

A B
Figura 17: Espécies nativas próximas à APP do imóvel. A: Paineira-do-Cerrado. B: Miconia.
Figura 18: Indivíduos da espécie Mimosa caesalpineafola (Sansão-do-
campo) compondo a cerca-viva que delimita a área do imóvel.

5.6. Fauna

De acordo com relatos do proprietário do imóvel e visitas realizadas, os principais


animais da fauna local que são avistados na propriedade são micos e diversos tipos de aves
(Figura 19).

Figura 19: Micos na APP do imóvel rural.

Foram identificados poucos formigueiros na área a ser recuperada e nas suas


proximidades (Figura 20). Não identificou-se a existência de cupinzeiros.
Figura 20: Formigueiro na margem do curso d’água.

5.7. Meio antrópico

No curso d’água e nas suas proximidades há materiais de construção civil, restos de


podas de árvores e materiais diversos que ao serem levados pela água do córrego ficaram
retidos na vegetação adjacente (Figura 21).

A B
Figura 21: A: Plásticos retidos na vegetação à margem do curso d’água. B: Resto de materiais de
construção.

Segundo mapa de uso dos solos do ano de 1994, predominava o uso urbano na área.
Outros aspectos da influência antrópica na área já foram descritos na introdução.

6. PLANO DE RECUPERAÇÃO DA ÁREA DEGRADADA


6.1. Métodos a serem utilizados para a recuperação da vegetação nativa da APP

A recuperação de parte da APP degradada do imóvel rural e da APP entre a cerca que
delimita o imóvel e o curso d’água será realizada mediante plantio de espécies nativas
conjugado com a condução da regeneração natural de espécies nativas, conforme alternativa
presente no artigo 3º da Resolução nº 429/2011 do CONAMA, que dispõe sobre a
metodologia de recuperação das Áreas de Preservação Permanente – APPs.
A condução da regeneração natural consiste em quebrar as barreiras que impedem e/ou
dificultam a regeneração espontânea da área e será realizada por meio da eliminação de
fatores de degradação do ambiente, associada à aplicação de práticas de manejo. A APP do
imóvel será isolada de fatores de perturbação como o acesso de animais que possam
prejudicar o desenvolvimento das plantas. Será feito o controle de espécies invasoras que
podem competir com as nativas, como gramíneas e capins.
Na margem do corpo d’água serão plantadas mudas de espécies capazes de fornecer
sementes, criar um ambiente mais favorável para o desenvolvimento e o estabelecimento de
outras plantas e atrair a fauna, fornecendo alimento e/ou abrigo para animais dispersores de
sementes.
Será realizado o plantio em área total, em sistema sucessional, em parte da APP do
imóvel (Figura 6, em vermelho), plantando-se mudas de espécies nativas de diferentes grupos
ecológicos. O plantio em área total visa recobrir rapidamente o solo.
Por já existirem diversas plantas na margem do curso d’água, será realizado o
adensamento e o enriquecimento da vegetação nativa da APP entre a cerca que delimita o
imóvel e o curso d’água. O plantio de adensamento/enriquecimento tem como objetivo
proporcionar a expansão da ocupação da área por processo de sucessão. A escolha deste
método deve-se ao fato de que esta área já possui diversas plantas que proporcionam um nível
de sombreamento ao local.
Também será realizada uma compensação de parte da APP que encontra-se degradada
por meio do plantio de espécies nativas no terreno da propriedade, em locais próximos à APP
onde há menor densidade de plantas como a área mostrada na figura a seguir.
Figura 22: Área da propriedade com baixa densidade de plantas para
realização de compensação ambiental.

6.2. Isolamento e proteção da área

Não será necessário adotar medidas de proteção ao fogo pois a área a ser recuperada
está em contato apenas com a faixa de vegetação já existente ao longo do córrego.
A princípio não será necessário realizar o cercamento da área de plantio por não haver
animais domésticos que possam prejudicar o desenvolvimento das mudas plantadas e a
ocorrência da regeneração natural.

6.3. Poda e corte de plantas

Devido ao grande sombreamento existente atualmente na APP a ser recuperada


causado pela presença de indivíduos arbóreos exóticos, deve ser realizado o corte de no
mínimo 2 dos 4 indivíduos da espécie Ficus sp. q se encontram na APP a ser recuperada, com
o objetivo de aumentar a incidência de luz solar no local e assim permitir a realização do
plantio e o desenvolvimento de mais indivíduos de espécies nativas.
Deve-se também realizar a poda dos indivíduos da espécie Mimosa caesalpineafola
que compõem a cerca-viva que delimita a área do imóvel pelo mesmo objetivo descrito acima.

6.4. Limpeza da área


Deve ser realizada a limpeza de toda a área a ser recuperada retirando-se materiais de
construção civil, galhos mais grossos provenientes de podas de árvores e materiais poluentes
que ao serem levados pela água do córrego ficaram retidos na vegetação adjacente.

6.5. Controle de espécies invasoras

Deve-se retirar a vegetação com potencial de competir com as mudas, no caso


gramíneas, pelo método de coroamento, ou seja, uma capina ao redor de onde serão plantadas
as mudas, em um raio mínimo de 50 cm (Figura 23).

Figura 23: Controle de plantas daninhas mediante capina em coroamento.

6.6. Prevenção e controle de pragas

Se necessário, como medida de controle e prevenção de formigas cortadeiras, pode-se


adotar as seguintes medidas alternativas:
- Cultivo de plantas repelentes. Neste caso, o ideal e semear hortelã e gergelim em pontos
estratégicos da área a ser reconstituída.
- Aplicação de extrato de plantas nos olhos dos formigueiros e cupinzeiros. As plantas mais
indicadas para o preparo do extrato são o angico, a mamona, a batata-doce, o capim fedegoso,
o timbó e o pessegueiro bravo.
- Utilização de formicida biológico, a base de esterco de gado e melado, ou calda
microbiológica nos formigueiros.
Estas medidas buscam causar o menor impacto possível no meio ambiente.

6.7. Preparo do solo

6.7.1.Coveamento

O tamanho de cada cova será de 40 x 40 x 60 cm, conforme indicado pelo IBRAM.


6.7.2. Correção do solo

A calagem objetiva elevar os níveis de pH do solo, visando neutralizar ou reduzir os


efeitos tóxicos do alumínio, além de aumentar a atividade biológica, a eficiência dos
fertilizantes e a disponibilidade de cálcio, de magnésio e da maioria dos nutrientes essenciais
para as plantas. Portanto, para reduzir a acidez do solo devem ser utilizados 150 g de calcário,
preferencialmente dolomítico, por cova, que devem ser misturados com a terra retirada de
cada cova.

6.7.3. Adubação

Serão aplicados adubos orgânicos na cova das plantas, visando, além de fornecer
nutrientes para a planta, favorecer a atividade microbiológica, aumentar a capacidade de
retenção de água pelo solo e promover a agregação do solo, reduzindo assim sua
suscetibilidade à erosão.
Recomenda-se a utilização de 10 L (1 kg) de esterco de curral curtido por cova.
O calcário e o esterco de curral curtido devem ser misturados de forma homogênea à
terra retirada das covas para então se realizar o plantio das mudas. Se o esterco não estiver
bem curtido, deve-se esperar no mínimo 40 dias após a sua incorporação no solo para a
realização do plantio.

6.8. Seleção de espécies adaptadas as condições locais

A escolha das espécies a serem utilizadas no plantio foi baseada no levantamento da


flora nativa realizado na área a ser recuperada e nos remanescentes de vegetação adjacentes e
também em estudos existentes para áreas similares. Foram adotados ainda os seguintes
critérios para a escolha das espécies:

- Utilização de espécies nativas com ocorrência em áreas de Cerrado da região;


- Plantio de espécies com síndrome de dispersão zoocórica;
- Plantio de plantas leguminosas fixadoras de nitrogênio;
- Utilização de espécies adaptadas a condição de umidade do solo;
- Utilização de espécies tolerantes a diferentes condições de sombreamento;
- Disponibilidade de mudas no viveiro;
- Utilização de espécies de diferentes grupos ecológicos;
- Plantio de diversas espécies.

Na Tabela 3 encontram-se as espécies nativas escolhidas para serem plantadas, seu


respectivo grupo ecológico e sua tolerância ao sombreamento. Serão utilizadas
aproximadamente 89 mudas no plantio em área total e 10 mudas no plantio de
adensamento/enriquecimento, totalizando assim o plantio de cerca de 100 mudas em APP. No
total, devem ser escolhidos indivíduos de no mínimo 20 espécies diferentes, buscando assim
um aumento da biodiversidade local.
Algumas espécies contidas na Tabela 3 também deverão ser utilizadas para serem
plantadas no terreno da propriedade em locais próximos à APP, onde há menor densidade de
plantas, como forma de compensação de parte da APP que encontra-se degradada. Neste
plantio devem ser utilizados no mínimo 12 indivíduos arbóreos.

Tabela 3: Espécies a serem utilizadas no plantio na área de APP, com sua respectiva família,
o grupo ecológico a que pertencem e sua tolerância ao sombreamento. Em que: P = pioneiras;
SI = secundárias iniciais; ST = secundárias tardias; C = clímax. ¹= espécies mais tolerantes ao
sombreamento; * = espécies zoocóricas.
Grupo
Nome científico Nome popular Família
ecológico
Albizia hasslerii Farinha seca Fabaceae P
Amburana cearensis Amburana Fabaceae C
Anacardium othonianum * Cajuzinho-do-cerrado Anacardiaceae P
Anadenanthera colubrina Angico Fabaceae P SI
Aspidosperma cylindrocarpon Peroba rosa Apocynaceae ST C
Aspidosperma subincanum Pereiro, Guatambu Apocynaceae ST C
Aspidosperma tomentosum Peroba-do-Cerrado Apocynaceae P
Astronium fraxinifolium Gonçalo Alves Anacardiaceae P
Blepharocalyx salicifolius ¹* Maria-preta Myrtaceae SI
Brosimun gaudichaudii * Mama-cadela Moraceae C
Buchenavia tomentosa * Mirindiba Combretaceae ST C
Byrsonima sp. * Murici Malpighiaceae SI
Calophyllum brasiliense * Landim Clusiaceae ST C
Cariniana estrellensis Jequitibá Lecythidaceae C
Caryocar brasiliense * Pequi Caryocaraceae ST
Fedegoso, Canafístula,
Cassia ferruginea Fabaceae SI
Chuva de ouro
Cecropia pachystachya * Embaúba Urticaceae P
Cedrela fissilis Cedro Meliaceae ST C
Ceiba sp. Paineira Malvaceae P
Centrolobium tomentosum Araribá Fabaceae C
Chaetocarpus echinocarpus ¹* Cafezinho-da-mata Peraceae C
Cheiloclinium cognatum * Bacupari da mata Celastraceae C
Copaifera langsdorffii * Copaíba Fabaceae ST C
Juriti, Mata fome,
Cordia sellowiana * Boraginaceae ST
Capitão do campo
Canela-batalha,
Cryptocarya aschersoniana ¹* Lauraceae ST C
Canela-fogo
Dilodendron bipinnatum * Mamoninha Sapindaceae P
Dimorphandra mollis Faveira Fabaceae P
Enterolobium contortisiliquum Tamboril Fabaceae P SI
Eugenia dysenterica * Cagaita Myrtaceae ST
Gazuma ulmifolia Mutamba Malvaceae P
Genipa americana * Genipapo Rubiaceae SI
Ipê-roxo, Pau-d’arco-
Handroanthus heptaphyllus ¹ Bignoniaceae ST C
roxo
Hymenaea stigonocarpa * Jatobá Fabaceae C
Inga alba ¹* Inga Fabaceae P
Inga cylindrica * Ingá Fabaceae P
Jacaranda cuspidifolia Jacaranda caroba Bignoniaceae P SI
Jacaranda mimosifolia Jacaranda carobinha Bignoniaceae P SI
Lafoensia pacari Pacari Lythraceae ST
Luehea divaricata Açoita cavalo Malvaceae C
Machaerium brasiliense Jararandá da mata Fabaceae SI
Magonia pubescens Tingui Sapindaceae SI
Mimosa claussenii * Mimosa Mimosoidaeae P
Myracrodruon urundeuva Aroeira Anacardiaceae C
Myrcia rostrata ¹* Araça Myrtaceae SI
Myroxylon balsamum Bálsamo Fabaceae C
Ormosia arborea Olho de cabra Fabaceae ST
Plathymenia reticulata Vinhático Fabaceae SI
Platymiscium floribundum Coração de nego Fabaceae ST C
Platypodium elegans Canzileiro, Faveiro Fabaceae C
Almecegueira, Breu
Protium heptaphyllum ¹ * Burseraceae P SI
branco
Psidium cattleianum ou
Araça Myrtaceae ST
Psidium myrsinoides *
Pterocarpus rohrii Sangueiro Fabaceae SI
Pterogyne nitens Amendoim bravo Fabaceae P
Qualea grandiflora ¹ Pau-terra-grande Vochysiaceae S
Qualea multiflora ¹ Pau-terra-liso Vochysiaceae P
Salacia crassifólia * Bacupari-do-cerrado Celastraceae SI
Sapindus saponária * Saboneteira Sapindaceae SI
Schinopsis brasiliensis Braúna Anacardiaceae P
Sterculia chicha Chichá Malvaceae C
Tabebuia aurea Ipê caraiba Bignoniaceae ST
Tabebuia chrysotricha Ipê amarelo do cerrado Bignoniaceae SI
Tabebuia impetiginosa Ipê Roxo Bignoniaceae ST C
Tabebuia roseo alba Ipê Branco Bignoniaceae ST
Tabebuia serratifolia Ipê amarelo Bignoniaceae C
Talisia esculenta * Pitomba Sapindaceae ST
Triplaris brasiliana Pau formiga Polygonaceae SI
Zeyheria tuberculosa ¹ Ipê tabaco, Ipê felpudo Bignoniaceae P SI

Estas espécies são normalmente mais fáceis de serem encontradas nos viveiros, no
entanto, de acordo com a disponibilidade de mudas no viveiro, podem ser utilizadas outras
espécies que ocorrem nas fitofisionomias cerrado sentido restrito ou mata de galeria,
observando-se no momento do plantio o grupo ecológico a que pertencem para que elas
substituam outras do mesmo grupo, além de sua tolerância ao sombreamento dependendo do
local onde a muda será plantada.
É muito importante o uso de espécies zoocóricas pois elas são atrativas à morcegos,
aves, roedores e outros mamíferos, incluindo assim animais da fauna nativa encontrados na
região. A utilização diferentes espécies busca imitar uma área de Cerrado nativo e recuperar
suas funções ecológicas.
Além dessas espécies recomenda-se o plantio de espécies leguminosas de rápido
crescimento que produzem muita biomassa como a mucuna, a clotalária, o feijão de porco e o
feijão guandu. Estas plantas podem ser plantadas formando um círculo ao redor das mudas a
uma distância de aproximadamente 50 cm de cada muda. Quando incorporadas ao solo, as
leguminosas disponibilizam nitrogênio às plantas cultivadas e proporcionam ainda melhoria
das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo. O plantio de leguminosas aumenta a
velocidade de cobrimento do solo, evitando a erosão e o desenvolvimento de plantas
invasoras.

6.9. Plantio

O plantio pode ser realizado no início da época das chuvas (outubro, novembro), com o
objetivo de acelerar o desenvolvimento das plantas e evitar gastos com irrigação.
Algumas recomendações importantes para o plantio são:
- Devem ser utilizadas mudas que apresentem boas características físicas e bom estado
nutricional. Se as extremidades das raízes estiverem entortadas, elas devem ser podadas.
- Ao se retirar as mudas das embalagens antes do plantio deve-se tomar o cuidado para não
desmanchar o torrão (pedaço de terra que envolve as raízes).
- O colo da muda (zona que separa o caule da raiz) deve ficar no nível da superfície do
terreno.
- Cobrir o solo ao redor da muda com cobertura morta (resíduos vegetais).

6.9.1.Espaçamento

Para o plantio em área total deve-se buscar um espaçamento de cerca de 2x2m entre as
plantas, considerando os indivíduos já existentes na área a ser recuperada, o que corresponde
a uma ocupação de cerca de 4m² por planta. Este espaçamento será maior quando as mudas
forem plantadas próximas a indivíduos adultos arbóreos já existentes no local, devido ao
sombreamento causado por estes indivíduos.
A utilização deste espaçamento busca uma compatibilidade com a fitofisionomia local
e visa acelerar o recobrimento do solo, além de reduzir o tempo de manutenção dos
indivíduos plantados e restaurar rapidamente as funções da vegetação na área.

6.9.2. Arquitetura de plantio

Para um bom aproveitamento da área, no plantio em área total as mudas serão


distribuídas em forma de quincôncio, que é um arranjo no qual uma espécie não-pioneira
encontra-se cercada por quatro espécies pioneiras (Figura 24).
Figura 24 - Distribuição em quincôncio (4 espécies pioneiras dispostas ao redor de 1 espécie não-
pioneira).
Neste modelo de distribuição, é realizado o plantio de uma muda do grupo das
pioneiras (pioneiras e secundárias iniciais) e uma do grupo das não-pioneiras (secundárias
tardias e clímax) na linha de plantio de forma alternada. Na linha seguinte, altera-se a ordem
em relação à linha anterior. A vantagem desse modelo é a distribuição mais uniforme dos dois
grupos na área, promovendo um sombreamento mais regular. Este modelo procura imitar o
processo natural de sucessão vegetal.
A utilização de espécies pioneiras, que possuem bom crescimento, tem a finalidade de
recobrir rapidamente o solo e sombrear a área, desfavorecendo o desenvolvimento de espécies
competidoras, criando assim um ambiente favorável ao desenvolvimento das espécies não-
pioneiras, que não apresentam crescimento tão rápido, mas por viverem mais tempo formarão
a vegetação madura.
Para o plantio de adensamento/enriquecimento da vegetação na área à margem do
curso d’água, mudas de espécies pioneiras e não-pioneiras serão plantadas principalmente em
locais onde a vegetação nativa encontra-se mais rala e há maior incidência de luz solar. Em
locais mais sombreados onde a vegetação nativa encontra-se mais rala também pode ser feito
o plantio de espécies mais tolerantes a estas condições, conforme indicado na Tabela 3.

6.9.3. Combinação de grupos ecológicos

No plantios em área total e de adensamento/enriquecimento será utilizada uma


proporção de aproximadamente 50% de plantas pioneiras e 50% de não-pioneiras, visando
uma distribuição mais uniforme dos dois grupos na área e um sombreamento mais regular.

6.10. Replantio

No ano seguinte, no início da época das chuvas, deve-se realizar o replantio das mudas
que morreram, com mudas de espécies dos mesmos grupos ecológicos daquelas que estão
sendo substituídas. Deve-se também observar o aspecto das mudas que sobreviveram para
avaliar se elas devem ser substituídas. Os mesmos tratos culturais para o plantio devem ser
seguidos para o replantio.

6.11. Manutenção da área em recuperação


6.11.1. Construção de manutenção de cercas

Se necessário deve ser realizada a construção e manutenção de cercas para impedir o


acesso de animais que possam prejudicar a recuperação.

6.11.2. Controle de formigas

Devem ser realizadas vistorias periódicas para verificar a presença de sauveiros e/ou
quenquenzeiro sem toda a área plantada e ao seu redor. Todos os formigueiros encontrados
devem ser controlados com a utilização de medidas alternativas. As vistorias devem ser
realizadas com mais frequência na fase inicial de crescimento das plantas.

6.11.3. Controle de espécies vegetais invasoras

Para a manutenção do plantio, sempre que necessário deve ser realizado o coroamento
das mudas, por meio de uma capina manual em um raio mínimo de 50 cm ao redor das
mudas. Nesta operação deve-se tomar cuidado para evitar danos ao sistema radicular
superficial das mudas.
É recomendada a realização periódica da capina de coroamento e de capinas seletivas,
para controle de espécies invasoras, até que haja um sombreamento pelas copas das árvores
suficiente para evitar que as espécies competidoras afetem o desenvolvimento dos indivíduos
nativos plantados e a ocorrência da regeneração natural.

6.11.4. Cobertura do solo com matéria orgânica

A matéria orgânica cortada ou oriunda de podas, queda de folhas e ramos das plantas
pode ser utilizada como cobertura vegetal do solo, devendo ser colocada principalmente em
volta das mudas, com o objetivo de melhorar as condições físicas e estruturais do solo, reduzir
as perdas de água, fornecer nutrientes para as plantas, proteger o solo e evitar o
estabelecimento de espécies invasoras.

6.11.5. Adubação de cobertura


Após o plantio, pode ser realizada a adubação de cobertura quando se fizer necessário,
caso as mudas apresentem sintomas de deficiência nutricional. A adubação de cobertura pode
ser realizada com aplicação do adubo na projeção da copa.

6.11.6. Poda

Sempre que necessário deve ser realizada a poda principalmente dos indivíduos da
espécie Mimosa caesalpineafola que compõem a cerca-viva do imóvel para aumentar a
incidência de luz solar no local e assim permitir o melhor desenvolvimento dos indivíduos
nativos plantados.

6.12. Plano de monitoramento

O período de monitoramento previsto para o PRAD é de 2 anos após sua implantação.


Esse período, a princípio, será suficiente devido ao tamanho da área a ser recuperada e ao
bom potencial de sua recuperação pelos métodos que serão utilizados.
O monitoramento para a avaliação do processo de recuperação será efetuado por meio
de dados obtidos, de forma amostral ou total, de constatações visuais in loco, por fotografias
e, caso seja necessário, por intermédio de técnicas de sensoriamento remoto e
geoprocessamento.

Os seguintes critérios podem ser utilizados para a avaliação da recuperação:


- Sobrevivência do plantio;
- Cobertura do solo;
- Produção de serrapilheira;
- Diversidade de espécies;
- Abundância e frequência de espécies vegetais;
- Desenvolvimento do plantio (altura; DAP);
- Regeneração natural (presença de plântulas);
- Presença de fauna local;
- Controle de processos erosivos;
- Ameaças potenciais; sinais de disfunção;
- Indicadores de resiliência (aumento de diversidade vegetal, fertilidade do solo e outros);
- Recuperação das funções hidrogeoambientais;
- Quantidade de biomassa (material vegetal em crescimento: folhas, caule, ramos);
- Fisionomia (formação e diferenciação de estratos, formas de vida e outros);
- Aspecto fitossanitário das plantas;
- Intensidade de ocorrência de pragas;
- Infestação de espécies indesejáveis,
- Eliminação da vegetação invasora por sombreamento.

Dependendo do estágio de desenvolvimento do plantio, serão utilizados apenas alguns


dos critérios listados acima.
Os dados serão levantados e será elaborado um relatório técnico, com as avaliações da
recuperação e os resultados obtidos. Pela avaliação dos indicadores de recuperação será
definido se o projeto necessita de interferências ou de ser redirecionado. Se necessário serão
indicadas medidas auxiliares e/ou corretivas para adequação do projeto aos objetivos
propostos.

7. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO

O plantio de espécies nativas conjugado com a condução da regeneração natural é um


método favorável para a recuperação da área degradada, considerando as características da
área identificadas neste projeto.
Com base nos danos diretos e indiretos citados no Laudo de Exame de Local emitido
pelo Instituto de Criminalística do Departamento de Polícia Técnica, da Policia Civil do DF,
foram indicadas neste projeto medidas que buscam sanar estes danos ambientais. O aumento
da cobertura vegetal da área, o crescimento das raízes das plantas e o aumento da cobertura do
solo, serão fundamentais para a diminuição da impermeabilização da superfície do solo, do
escoamento superficial de água, da erosão do solo, do assoreamento de corpos hídricos, da
turbidez da água e da contaminação do curso d’água. Haverá ainda um aumento da infiltração
de águas pluviais, do volume de recarga de aquíferos e da capacidade de suporte do corpo
hídrico, equilibrando assim o regime hídrico do solo. As espécies selecionadas para o plantio,
os métodos de recuperação a serem utilizados, o espaçamento escolhido e a arquitetura de
plantio são estratégias que buscam aumentar a biodiversidade local, tanto da flora quanto da
fauna, aumentando o fluxo gênico e favorecendo a regeneração da flora nativa.
A estratégia sucessional é fundamentada no princípio de grupos ecológicos, na
arquitetura de plantio, na diversidade de espécies e de formas de vida, sendo edificada ao
longo do tempo, passando pelos diversos estados serais, rumo a um sistema complexo,
diversificado e sustentável, semelhante a um povoamento natural (Griffith et al., 1996).
Esta estratégia de revegetação visa, em conjunto com a distribuição de plantio e com a
seleção de espécies, propiciar a recuperação da função e da forma da vegetação, mediante
implementação do processo de sucessão (Figuras 25 e 26). Cabe ao ser humano dar suporte
mediante a condução, a manutenção e o manejo da área, para que este processo se estabeleça.

ecológico
Atributo

Tempo
Figura 25: Estratégia sucessional: é baseada nos mecanismos de sucessão natural e visa a estruturação
de um povoamento misto auto-sustentável (Griffith et al., 1996).

Em função das características locais, do solo, do clima, do relevo, das plantas


existentes, da seleção de espécies e dos tratos silviculturais adotados, espera-se a formação de
uma vegetação de Cerrado se estabelecendo e tornando-se auto-sustentável ao longo do
processo de sucessão natural.

Figura 26: Perfil estrutural (horizontal e vertical) esperado para a área de APP, após estabelecida a
dinâmica do processo de sucessão natural
8. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

Meses/2017 Meses/2018
Atividades de campo S O N D J F M A M J J A S O N D
Poda e corte de plantas x x x
Preparo do solo
(coveamento, correção, x x x
adubação)
Plantio * x x x x
Replantio x x x
Controle de formigas e
x x x x x x x x x x x x x x x x
cupins
Controle de espécies
vegetais invasoras x x x x x x x x x x x x x x x x
(coroamento, capinas)
Limpeza e proteção da
x x x x x x x x x x x x x x x x
área
Poda x x x x x x x x x x x x x x x x

As atividades de construção e manutenção de cercas, controle de formigas e cupins,


controle de espécies vegetais invasoras, limpeza da área e poda devem ser realizadas sempre
que necessário, durante todos os meses, até que as plantas tenham se desenvolvido a ponto de
não estarem vulneráveis à ação de animais, formigas e plantas invasoras.

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CODEPLAN - Companhia de Desenvolvimento do Planalto. Atlas do Distrito Federal.


Brasília, v.1, 1984.

GRIFFITH, J. J.; DIAS, L. E.; JUCKSCH, I. Recuperação de áreas degradadas usando


vegetação nativa. Saneamento Ambiental, n. 37, p. 28-37, 1996.

LORENZI, H. Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas


nativas do Brasil. 3. ed. Nova Odessa: Plantarum, v.1, 2000. 360 p.

LORENZI, H. Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas


nativas do Brasil. 3. ed. Nova Odessa: Plantarum, v.2, 2000. 384 p.

LORENZI, H. Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas


nativas do Brasil. 1. ed. Nova Odessa: Plantarum, v.3, 2009. 384 p.
SILVA JÚNIOR, M. C. 100 árvores do cerrado: guia de campo. 1. ed. Brasília: Rede de
Sementes do Cerrado, v.1, 2005. 278p.

SILVA JÚNIOR, M. C. + 100 árvores do cerrado – Matas de Galeria: guia de campo.


Brasília: Rede de Sementes do Cerrado, 2009. 288p.

10. ANEXOS

ANEXO 1

Sistema de Projeção: UTM


Datum: Sirgas 2000

Coordenadas da área de APP a ser


recuperada
PT X Y
1 195.652,904619 8.258.878,716862
2 195.655,827962 8.258.853,609190
3 195.657,217666 8.258.849,504047
4 195.656,684881 8.258.844,282240
5 195.654,053322 8.258.842,426243
6 195.654,927111 8.258.835,148167
7 195.651,873797 8.258.832,473344
8 195.650,150479 8.258.841,146671
9 195.645,719640 8.258.853,145541
10 195.703,943844 8.258.888,74138
11 195.654,208236 8.258.842,96972

Coordenadas da área do imóvel


PT X Y
1 195.573,413160 8.258.828,173511
2 195.611,812530 8.258.865,630235
3 195.652,904619 8.258.878,716862
4 195.655,827962 8.258.853,609190
5 195.657,217666 8.258.849,504047
6 195.656,684881 8.258.844,282240
7 195.654,053322 8.258.842,426243
8 195.654,927111 8.258.835,148167
9 195.608,360059 8.258.794,353477

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