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Degradada– PRAD
2. INTRODUÇÃO
Na área ao longo do curso d’água existem locais perturbados, com uma baixa
densidade de plantas e com estreitas faixas de vegetação nas margens do curso. Entre a cerca
de arame e madeira que delimita a propriedade e o curso d’água a vegetação nativa encontra-
se mais preservada (Figura 4).
Figura 4: Vegetação nativa à margem do curso d’água.
3. LEGISLAÇÃO PERTINENTE
Figura 6: Perímetro do imóvel (em preto) e Área de APP do imóvel a ser recuperada (em vermelho).
A região onde o imóvel se encontra está inserida na Área de Proteção Ambiental
(APA) do Lago Paranoá. Quanto ao zoneamento da área, de acordo com o Plano Diretor de
Ordenamento Territorial do Distrito Federal – PDOT/DF, a propriedade encontra-se na Zona
Urbana de Uso Controlado I (ZUUC-I).
5.1.Clima
5.2. Geomorfologia
5.3. Solo
5.4. Hidrografia
5.5. Vegetação
A B
Figura 12: Espécies identificadas na APP da propriedade. A: Flamboyant. B: Sibipiruna.
A B
Figura 13: Espécies existentes na área do imóvel. A: Mogno. B: Sete-copas. (Setas laranja).
A B
Figura 16: Espécies nativas próximas à APP do imóvel. A: Samambaia. B: Tanheiro.
A B
Figura 17: Espécies nativas próximas à APP do imóvel. A: Paineira-do-Cerrado. B: Miconia.
Figura 18: Indivíduos da espécie Mimosa caesalpineafola (Sansão-do-
campo) compondo a cerca-viva que delimita a área do imóvel.
5.6. Fauna
A B
Figura 21: A: Plásticos retidos na vegetação à margem do curso d’água. B: Resto de materiais de
construção.
Segundo mapa de uso dos solos do ano de 1994, predominava o uso urbano na área.
Outros aspectos da influência antrópica na área já foram descritos na introdução.
A recuperação de parte da APP degradada do imóvel rural e da APP entre a cerca que
delimita o imóvel e o curso d’água será realizada mediante plantio de espécies nativas
conjugado com a condução da regeneração natural de espécies nativas, conforme alternativa
presente no artigo 3º da Resolução nº 429/2011 do CONAMA, que dispõe sobre a
metodologia de recuperação das Áreas de Preservação Permanente – APPs.
A condução da regeneração natural consiste em quebrar as barreiras que impedem e/ou
dificultam a regeneração espontânea da área e será realizada por meio da eliminação de
fatores de degradação do ambiente, associada à aplicação de práticas de manejo. A APP do
imóvel será isolada de fatores de perturbação como o acesso de animais que possam
prejudicar o desenvolvimento das plantas. Será feito o controle de espécies invasoras que
podem competir com as nativas, como gramíneas e capins.
Na margem do corpo d’água serão plantadas mudas de espécies capazes de fornecer
sementes, criar um ambiente mais favorável para o desenvolvimento e o estabelecimento de
outras plantas e atrair a fauna, fornecendo alimento e/ou abrigo para animais dispersores de
sementes.
Será realizado o plantio em área total, em sistema sucessional, em parte da APP do
imóvel (Figura 6, em vermelho), plantando-se mudas de espécies nativas de diferentes grupos
ecológicos. O plantio em área total visa recobrir rapidamente o solo.
Por já existirem diversas plantas na margem do curso d’água, será realizado o
adensamento e o enriquecimento da vegetação nativa da APP entre a cerca que delimita o
imóvel e o curso d’água. O plantio de adensamento/enriquecimento tem como objetivo
proporcionar a expansão da ocupação da área por processo de sucessão. A escolha deste
método deve-se ao fato de que esta área já possui diversas plantas que proporcionam um nível
de sombreamento ao local.
Também será realizada uma compensação de parte da APP que encontra-se degradada
por meio do plantio de espécies nativas no terreno da propriedade, em locais próximos à APP
onde há menor densidade de plantas como a área mostrada na figura a seguir.
Figura 22: Área da propriedade com baixa densidade de plantas para
realização de compensação ambiental.
Não será necessário adotar medidas de proteção ao fogo pois a área a ser recuperada
está em contato apenas com a faixa de vegetação já existente ao longo do córrego.
A princípio não será necessário realizar o cercamento da área de plantio por não haver
animais domésticos que possam prejudicar o desenvolvimento das mudas plantadas e a
ocorrência da regeneração natural.
6.7.1.Coveamento
6.7.3. Adubação
Serão aplicados adubos orgânicos na cova das plantas, visando, além de fornecer
nutrientes para a planta, favorecer a atividade microbiológica, aumentar a capacidade de
retenção de água pelo solo e promover a agregação do solo, reduzindo assim sua
suscetibilidade à erosão.
Recomenda-se a utilização de 10 L (1 kg) de esterco de curral curtido por cova.
O calcário e o esterco de curral curtido devem ser misturados de forma homogênea à
terra retirada das covas para então se realizar o plantio das mudas. Se o esterco não estiver
bem curtido, deve-se esperar no mínimo 40 dias após a sua incorporação no solo para a
realização do plantio.
Tabela 3: Espécies a serem utilizadas no plantio na área de APP, com sua respectiva família,
o grupo ecológico a que pertencem e sua tolerância ao sombreamento. Em que: P = pioneiras;
SI = secundárias iniciais; ST = secundárias tardias; C = clímax. ¹= espécies mais tolerantes ao
sombreamento; * = espécies zoocóricas.
Grupo
Nome científico Nome popular Família
ecológico
Albizia hasslerii Farinha seca Fabaceae P
Amburana cearensis Amburana Fabaceae C
Anacardium othonianum * Cajuzinho-do-cerrado Anacardiaceae P
Anadenanthera colubrina Angico Fabaceae P SI
Aspidosperma cylindrocarpon Peroba rosa Apocynaceae ST C
Aspidosperma subincanum Pereiro, Guatambu Apocynaceae ST C
Aspidosperma tomentosum Peroba-do-Cerrado Apocynaceae P
Astronium fraxinifolium Gonçalo Alves Anacardiaceae P
Blepharocalyx salicifolius ¹* Maria-preta Myrtaceae SI
Brosimun gaudichaudii * Mama-cadela Moraceae C
Buchenavia tomentosa * Mirindiba Combretaceae ST C
Byrsonima sp. * Murici Malpighiaceae SI
Calophyllum brasiliense * Landim Clusiaceae ST C
Cariniana estrellensis Jequitibá Lecythidaceae C
Caryocar brasiliense * Pequi Caryocaraceae ST
Fedegoso, Canafístula,
Cassia ferruginea Fabaceae SI
Chuva de ouro
Cecropia pachystachya * Embaúba Urticaceae P
Cedrela fissilis Cedro Meliaceae ST C
Ceiba sp. Paineira Malvaceae P
Centrolobium tomentosum Araribá Fabaceae C
Chaetocarpus echinocarpus ¹* Cafezinho-da-mata Peraceae C
Cheiloclinium cognatum * Bacupari da mata Celastraceae C
Copaifera langsdorffii * Copaíba Fabaceae ST C
Juriti, Mata fome,
Cordia sellowiana * Boraginaceae ST
Capitão do campo
Canela-batalha,
Cryptocarya aschersoniana ¹* Lauraceae ST C
Canela-fogo
Dilodendron bipinnatum * Mamoninha Sapindaceae P
Dimorphandra mollis Faveira Fabaceae P
Enterolobium contortisiliquum Tamboril Fabaceae P SI
Eugenia dysenterica * Cagaita Myrtaceae ST
Gazuma ulmifolia Mutamba Malvaceae P
Genipa americana * Genipapo Rubiaceae SI
Ipê-roxo, Pau-d’arco-
Handroanthus heptaphyllus ¹ Bignoniaceae ST C
roxo
Hymenaea stigonocarpa * Jatobá Fabaceae C
Inga alba ¹* Inga Fabaceae P
Inga cylindrica * Ingá Fabaceae P
Jacaranda cuspidifolia Jacaranda caroba Bignoniaceae P SI
Jacaranda mimosifolia Jacaranda carobinha Bignoniaceae P SI
Lafoensia pacari Pacari Lythraceae ST
Luehea divaricata Açoita cavalo Malvaceae C
Machaerium brasiliense Jararandá da mata Fabaceae SI
Magonia pubescens Tingui Sapindaceae SI
Mimosa claussenii * Mimosa Mimosoidaeae P
Myracrodruon urundeuva Aroeira Anacardiaceae C
Myrcia rostrata ¹* Araça Myrtaceae SI
Myroxylon balsamum Bálsamo Fabaceae C
Ormosia arborea Olho de cabra Fabaceae ST
Plathymenia reticulata Vinhático Fabaceae SI
Platymiscium floribundum Coração de nego Fabaceae ST C
Platypodium elegans Canzileiro, Faveiro Fabaceae C
Almecegueira, Breu
Protium heptaphyllum ¹ * Burseraceae P SI
branco
Psidium cattleianum ou
Araça Myrtaceae ST
Psidium myrsinoides *
Pterocarpus rohrii Sangueiro Fabaceae SI
Pterogyne nitens Amendoim bravo Fabaceae P
Qualea grandiflora ¹ Pau-terra-grande Vochysiaceae S
Qualea multiflora ¹ Pau-terra-liso Vochysiaceae P
Salacia crassifólia * Bacupari-do-cerrado Celastraceae SI
Sapindus saponária * Saboneteira Sapindaceae SI
Schinopsis brasiliensis Braúna Anacardiaceae P
Sterculia chicha Chichá Malvaceae C
Tabebuia aurea Ipê caraiba Bignoniaceae ST
Tabebuia chrysotricha Ipê amarelo do cerrado Bignoniaceae SI
Tabebuia impetiginosa Ipê Roxo Bignoniaceae ST C
Tabebuia roseo alba Ipê Branco Bignoniaceae ST
Tabebuia serratifolia Ipê amarelo Bignoniaceae C
Talisia esculenta * Pitomba Sapindaceae ST
Triplaris brasiliana Pau formiga Polygonaceae SI
Zeyheria tuberculosa ¹ Ipê tabaco, Ipê felpudo Bignoniaceae P SI
Estas espécies são normalmente mais fáceis de serem encontradas nos viveiros, no
entanto, de acordo com a disponibilidade de mudas no viveiro, podem ser utilizadas outras
espécies que ocorrem nas fitofisionomias cerrado sentido restrito ou mata de galeria,
observando-se no momento do plantio o grupo ecológico a que pertencem para que elas
substituam outras do mesmo grupo, além de sua tolerância ao sombreamento dependendo do
local onde a muda será plantada.
É muito importante o uso de espécies zoocóricas pois elas são atrativas à morcegos,
aves, roedores e outros mamíferos, incluindo assim animais da fauna nativa encontrados na
região. A utilização diferentes espécies busca imitar uma área de Cerrado nativo e recuperar
suas funções ecológicas.
Além dessas espécies recomenda-se o plantio de espécies leguminosas de rápido
crescimento que produzem muita biomassa como a mucuna, a clotalária, o feijão de porco e o
feijão guandu. Estas plantas podem ser plantadas formando um círculo ao redor das mudas a
uma distância de aproximadamente 50 cm de cada muda. Quando incorporadas ao solo, as
leguminosas disponibilizam nitrogênio às plantas cultivadas e proporcionam ainda melhoria
das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo. O plantio de leguminosas aumenta a
velocidade de cobrimento do solo, evitando a erosão e o desenvolvimento de plantas
invasoras.
6.9. Plantio
O plantio pode ser realizado no início da época das chuvas (outubro, novembro), com o
objetivo de acelerar o desenvolvimento das plantas e evitar gastos com irrigação.
Algumas recomendações importantes para o plantio são:
- Devem ser utilizadas mudas que apresentem boas características físicas e bom estado
nutricional. Se as extremidades das raízes estiverem entortadas, elas devem ser podadas.
- Ao se retirar as mudas das embalagens antes do plantio deve-se tomar o cuidado para não
desmanchar o torrão (pedaço de terra que envolve as raízes).
- O colo da muda (zona que separa o caule da raiz) deve ficar no nível da superfície do
terreno.
- Cobrir o solo ao redor da muda com cobertura morta (resíduos vegetais).
6.9.1.Espaçamento
Para o plantio em área total deve-se buscar um espaçamento de cerca de 2x2m entre as
plantas, considerando os indivíduos já existentes na área a ser recuperada, o que corresponde
a uma ocupação de cerca de 4m² por planta. Este espaçamento será maior quando as mudas
forem plantadas próximas a indivíduos adultos arbóreos já existentes no local, devido ao
sombreamento causado por estes indivíduos.
A utilização deste espaçamento busca uma compatibilidade com a fitofisionomia local
e visa acelerar o recobrimento do solo, além de reduzir o tempo de manutenção dos
indivíduos plantados e restaurar rapidamente as funções da vegetação na área.
6.10. Replantio
No ano seguinte, no início da época das chuvas, deve-se realizar o replantio das mudas
que morreram, com mudas de espécies dos mesmos grupos ecológicos daquelas que estão
sendo substituídas. Deve-se também observar o aspecto das mudas que sobreviveram para
avaliar se elas devem ser substituídas. Os mesmos tratos culturais para o plantio devem ser
seguidos para o replantio.
Devem ser realizadas vistorias periódicas para verificar a presença de sauveiros e/ou
quenquenzeiro sem toda a área plantada e ao seu redor. Todos os formigueiros encontrados
devem ser controlados com a utilização de medidas alternativas. As vistorias devem ser
realizadas com mais frequência na fase inicial de crescimento das plantas.
Para a manutenção do plantio, sempre que necessário deve ser realizado o coroamento
das mudas, por meio de uma capina manual em um raio mínimo de 50 cm ao redor das
mudas. Nesta operação deve-se tomar cuidado para evitar danos ao sistema radicular
superficial das mudas.
É recomendada a realização periódica da capina de coroamento e de capinas seletivas,
para controle de espécies invasoras, até que haja um sombreamento pelas copas das árvores
suficiente para evitar que as espécies competidoras afetem o desenvolvimento dos indivíduos
nativos plantados e a ocorrência da regeneração natural.
A matéria orgânica cortada ou oriunda de podas, queda de folhas e ramos das plantas
pode ser utilizada como cobertura vegetal do solo, devendo ser colocada principalmente em
volta das mudas, com o objetivo de melhorar as condições físicas e estruturais do solo, reduzir
as perdas de água, fornecer nutrientes para as plantas, proteger o solo e evitar o
estabelecimento de espécies invasoras.
6.11.6. Poda
Sempre que necessário deve ser realizada a poda principalmente dos indivíduos da
espécie Mimosa caesalpineafola que compõem a cerca-viva do imóvel para aumentar a
incidência de luz solar no local e assim permitir o melhor desenvolvimento dos indivíduos
nativos plantados.
7. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO
ecológico
Atributo
Tempo
Figura 25: Estratégia sucessional: é baseada nos mecanismos de sucessão natural e visa a estruturação
de um povoamento misto auto-sustentável (Griffith et al., 1996).
Figura 26: Perfil estrutural (horizontal e vertical) esperado para a área de APP, após estabelecida a
dinâmica do processo de sucessão natural
8. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
Meses/2017 Meses/2018
Atividades de campo S O N D J F M A M J J A S O N D
Poda e corte de plantas x x x
Preparo do solo
(coveamento, correção, x x x
adubação)
Plantio * x x x x
Replantio x x x
Controle de formigas e
x x x x x x x x x x x x x x x x
cupins
Controle de espécies
vegetais invasoras x x x x x x x x x x x x x x x x
(coroamento, capinas)
Limpeza e proteção da
x x x x x x x x x x x x x x x x
área
Poda x x x x x x x x x x x x x x x x
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
10. ANEXOS
ANEXO 1