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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO - UFERSA

CAMPUS DE PAU DOS FERROS


ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA

GEORGE DANIEL VIEIRA GALDINO


JOSÉ ALEXANDRE DE OLIVEIRA VIANA
RAMON DALISON ALENCAR FERNANDES
WELLISON BERTIE DA SILVA

PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS: PROCESSOS EROSIVOS EM


AÇUDE NO SÍTIO VARZINHA, ZONA RURAL DE RAFAEL FERNANDES/RN

PAU DOS FERROS – RN


2021
GEORGE DANIEL VIEIRA GALDINO
JOSÉ ALEXANDRE DE OLIVEIRA VIANA
RAMON DALISON ALENCAR FERNANDES
WELLISON BERTIE DA SILVA

PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS: PROCESSOS EROSIVOS EM


AÇUDE NO SÍTIO VARZINHA, ZONA RURAL DE RAFAEL FERNANDES/RN

Trabalho apresentado à Universidade Federal Rural do


Semi-Árido – UFERSA, como requisito parcial para a
obtenção de créditos do Componente Curricular
Recuperação de Áreas Degradadas, período 2021.1.

Prof. Jorge Luis de Oliveira Pinto Filho

PAU DOS FERROS - RN


2021
1 - IDENTIFICAÇÃO DO PRAD:

Nome do Interessado George Daniel Vieira Galdino


Responsável Técnico Wellison Bertiê da Silva
Número do Processo IMA 000001
Auto de Infração
Intimação
Termo de Advertência

2 - CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

O local de estudo é um açude, localizado na zona rural do município de Rafael


Fernandes/RN, no Sítio Varzinha, pouco distante da cidade, cerca de 1 km. Possui as
seguintes coordenadas geográficas de localização: latitude de 6º19’44” S e longitude de
38º23’24” W.
O espaço em questão tem área aproximada de 10.000 m² e volume 8.000 m³ e está
inserido em uma propriedade privada, totalmente cercada, sem construções por perto, com
pequenos córregos que abastece o açude em épocas de chuvas, com pouca movimentação
de pessoas.

Figura 1: Localização do açude

Fonte: Google Maps (2021)


As principais atividades rurais que o espaço ao entorno está sujeito é à criação de
gado que ficam soltos na propriedade rural e, em tempo de chuva, algumas culturas são
plantadas para colheita em espaços próximos.

3 - IDENTIFICAÇÃO DO INTERESSADO

Nome / Razão Social: George Daniel Vieira Galdino


CPF / CNPJ: 987.654.321-09
RG / Emissor: 123.456.789
Endereço completo: Fazenda Vida Boa – Sítio Varzinha
Município / UF / CEP: Rafael Fernandes / RN / 59.990-000
Endereço eletrônico: (84) 9.8765.4321
Telefone / Fax: (84) 9.8765.4321

4 - IDENTIFICAÇÃO

4.1 - IDENTIFICAÇÃO DO RESPONSÁVEL TÉCNICO PELA ELABORAÇÃO DO


PRAD

Nome Completo: Wellison Bertiê da Silva


Formação: Engenheiro Ambiental e Sanitarista
Endereço completo: R. Manoel Pereira – Nº 987
Município / UF / CEP: Itaú / RN / 59.855-000
Endereço eletrônico: wellisonengamb@gmail.com
Telefone / Fax: (84) 9.9632.1478
CPF: 321.654.987-10
RG / Emissor: 456.398.712
Registro Conselho Regional / UF:
4.2 - IDENTIFICAÇÃO DO RESPONSÁVEL TÉCNICO PELA EXECUÇÃO DO
PRAD

Nome Completo: Wellison Bertiê da Silva


Formação: Engenheiro Ambiental e Sanitarista
Endereço completo: R. Manoel Pereira – Nº 987
Município / UF / CEP: Itaú / RN / 59.855-000
Endereço eletrônico: wellisonengamb@gmail.com
Telefone / Fax: (84) 9.9632.1478
CPF: 321.654.987-10
RG / Emissor: 456.398.712
Registro Conselho Regional / UF:

5 - ORIGEM DA DEGRADAÇÃO

A área degradada faz parte de uma propriedade privada que tem como maior
finalidade do terreno, como um todo, a atividade da agricultura, com plantações de algumas
culturas em locais propícios e em épocas de chuvas, e pecuária, com a disposição de alguns
animais no local para que eles possam se alimentar e se hidratar, como criação de bovinos
e equinos.
Além dessas atividades, a área sofre com algumas queimadas controladas realizadas
pelo proprietário com a finalidade de diminuir o volume do mato seco que resta depois do
período chuvoso, além da retirada de algumas árvores de maior porte para a plantação de
outras culturas no espaço de tempo mais propício.
Com relação ao açude, o mesmo, por ser de pequeno porte e pela crise hídrica
recente, não passa todo o período do ano com água em seu interior. Dessa forma, acarreta
a degradação do solo e da parede do mesmo, estando mais propício para rachaduras,
afetando a estrutura, aumentando a erosão e deixando o mesmo menos impermeável.
Outra atitude bastante frequente e que acarreta problemas não só ao açude em
questão, mas também à outras partes do terreno, no geral, são as retiradas de materiais
para construção civil e para aterramentos de estradas ou outros locais. Sendo assim, retira
a camada superior da terra e com ela irá nutrientes, plantas de pequeno porte, que
sustentavam aquele espaço e dava saúde ao mesmo.

6 - CARACTERIZAÇÃO REGIONAL E LOCAL

Bioma Caatinga
Geologia Província da Borborema
Clima Muito quente, semiárido
Período chuvoso Fevereiro à junho
Bacia hidrográfica Apodi-Mossoró
Recursos hídricos
banhado, a NE, pelo Rio Apodi
Solos Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico
Vegetação Caatinga hiperxerófila
Máxima: 36,0 ºC
Temperatura média
Média: 28,1 ºC
anual
Mínima: 21,0 ºC
Precipitação média
470 mm
anual

7 - CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA A SER RECUPERADA

O açude está localizado em uma pequena depressão, com altos e baixos no terreno.
O solo é fértil, com pedregosidade e predominantemente composto por Latossolo vermelho
Amarelo, chamado popularmente por barro vermelho. Há a existência de córregos que, em
época de chuvas, transportam águas.
Possui, também, ao redor muita vegetação característica da caatinga, que ficam sem
folhas no período de seca. A maioria, atualmente, são plantas de pequeno porte, pois foi
feita retirada de algumas de maior porte para “limpeza” do terreno para plantação de outras
culturas.
8 - OBJETIVO GERAL

• Desenvolver um PRAD - Programa de Recuperação de Áreas Degradadas de


um açude localizado em Rafael Fernandes/RN

9 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Analisar um açude localizado na zona rural de Rafael Fernandes/RN;


• Avaliar os possíveis processos erosivos que venham a existir;
• Avaliar os processos erosivos existentes;
• Diagnosticar e destacar as causas dos processos erosivos;
• Elaborar PRAD para evitar novos processos erosivos no açude.

10 - DA IMPLANTAÇÃO

Quando o trator levanta a parede empurrando a terra a partir do montante, sem


controle do declive dos taludes, este costuma ser desnecessariamente fraco a montante e
acentuado demais a jusante, favorecendo os riscos de erosão e ameaçando a estabilidade
da barragem.
Foram realizadas algumas análises de viabilidade de propor a metodologia de
bioengenharia do solo em que melhor se enquadrasse nos parâmetros em que o açude está
inserido. Diversos fatores devem ser levados em consideração, pois sua eficiência se deve
a melhor escolha do método a ser utilizado para minimizar os efeitos da erosão.
Foram realizadas diversas fotografias utilizando drone para observar algumas partes
com o panorama geral do açude, colhendo assim informações para melhor atuação nas
áreas mais afetadas do açude. Algumas imagens de satélite podem ajudar para ter noção
da evolução da erosão.
A demarcação do talude de jusante é uma técnica simples que permite controlar o
seu declive e, também, implica na realização sistemática de camadas pouco espessas e
homogêneas, constituindo, assim, uma garantia da boa execução do trabalho. A
demarcação começa pela colocação da primeira linha de náilon esticada 0.50 m acima do
chão e afastada de um metro do piquete do pé da parede. Utiliza-se uma linha de náilon
esticada ao longa de uma linha de piquetes colocados a cada 15-20 m e confere-se sua
horizontalidade. Quando o aterro começa a ultrapassar em 30 cm essa primeira linha de
nível, coloca-se a seguinte e assim por diante.

Figura 2: Montagem de talude

Fonte: Molle; Cadier (1992)

Na região do Alto Oeste Potiguar, na qual o açude do Sítio Varzinha está localizado,
numa região de clima Semi-Árido, assim seus períodos de chuvas são irregulares, tendo
maior incidência nos meses entre fevereiro à junho. Com isso, o uso de uma bioengenharia
com base de parede verde pode ser descartado. Pois, com a chegada da seca toda a
cobertura vegetal acabará sedo morta pela falta de chuvas. Tendo em vista que, para
paredes de mananciais são utilizadas vegetação gramínea que tem uma capacidade de
cobertura muito densa e se adequa facilmente nas deformidades do terreno.
Deve-se fazer então um reparo em diversos pontos da parede onde há rachaduras e
pequenas aberturas, para que não acabe comprometendo a resistência da mesma. Assim,
poderíamos compactar o solo para não ocorrer a erosão da parede.
É recomendado plantar vegetação rasa no coroamento e nos taludes do açude, de
maneira a preservá-lo da erosão provocada pelas chuvas e, a montante, pelas pequenas
ondas (marola). Esse cuidado raramente é cumprido porque o açude sendo geralmente
construído no período seco, a terra dos taludes fica dura e ressecada, não permitindo o
plantio de vegetação. As primeiras chuvas costumam causar importantes danos ao açude
recentemente acabado.

Figura 3: Formação de erosão na parede

Fonte: Molle; Cadier (1992)

Um método bastante eficaz para a realidade da nossa região, seria a colocação de


taludes de pedras em todas as partes mais críticas da parede, numa espécie de contenção
para inibir que o fluxo das águas das chuvas não arraste um grande volume de terra.

Figura 4: Exemplo de talude de montante

Fonte: Google Imagens (2021)


A figura 4 mostra um exemplo de uma parede de um manancial totalmente coberta
por uma camada de cascalho gerando assim uma barreira de proteção no solo.
Poderemos também em conjunto com o cascalho, implementar uma canalização das
águas das chuvas que possam cair sobre a parte superior da parede do açude, assim ao
escoar em locais canalizados e bem preparados poderemos planejar o escoamento da água
da chuva de forma correta. Com este misto de ações podemos minimizar os efeitos erosivos
causados pela ação das chuvas na parede do açude do Sitio Varzinha.

11 - DA MANUTENÇÃO

A erosão pode estar ligada à ação de diferentes agentes: vento, gravidade, gelo,
água. Sendo que a ocorrência desta última pode se dar por meio dos rios, mares, lagos e
chuva. Com o início das chuvas, as gotas de água logo chegam à superfície terrestre com
energia suficiente para desprender os agregados. É a fase inicial da erosão, as partículas
de solo são desagregadas ou fragmentadas em partes menores, de forma que possam ser
transportadas (GUERRA et al, 1999). Com o impacto das gotas de chuvas certas partículas
são também projetadas, ocasionando dessa maneira um fenômeno de transporte do solo,
conhecido como spash, ou erosão por salpicamento. A cobertura vegetal tem grande
influência nessa fase inicial, capaz de interceptar e amortecer o impacto da chuva, reduzir o
volume de água que chega à superfície e alterar o tamanho das gotas de água, modificando
sua energia cinética e potencial. Além da vegetação, tal processo está intimamente ligado à
energia cinética da chuva e à resistência do solo em sofrer a desagregação.
Toda ação que se empreende que tem o objetivo de modificar alguma coisa ou
alguma situação pode, por princípio, ser bem ou malsucedida. Para se saber qual foi o
resultado da ação, é preciso avaliar o que se conseguiu mediante o que se esperava. A
comparação com o que era esperado, se realizada ao longo do processo, pode servir para
corrigir o rumo das coisas, caso a trajetória esteja levando a uma situação indesejada. A
essa avaliação, que se faz em diferentes momentos entre o início e o final de um projeto,
denominamos monitoramento.
Para esta comparação, são necessárias ferramentas que denominamos tecnicamente
indicadores. Indicadores devem ser variáveis perfeitamente identificáveis, fáceis de medir,
de fácil compreensão e que representem, de fato, o que se quer avaliar, de modo que
mostrem claramente a situação em cada momento.

12 – DO MONITORAMENTO DA RECUPERAÇÃO

A área deve ser monitorada, a fim de fazer com que o processo de recuperação
tenha êxito. Nesse momento deve ser observado se a vegetação está desenvolvendo-se
bem, se as espécies animais estão adaptando-se ao novo ambiente, se não há espécies em
competição. Além disso, devem ser feitas análises laboratoriais periódicas para monitorar a
qualidade do solo e da água, principalmente para verificar se os contaminantes
diagnosticados estão em níveis toleráveis. O monitoramento deve acontecer até que a
recuperação esteja bem consolidada e que se perceba que o agente degradador deixou de
atuar. Devem haver visitas periódicas para analisar como o solo do açude está reagindo ao
tratamento, podendo até ser realizada uma coleta para um estudo mais aprofundado sobre
a composição atual do solo. Devem ser analisadas também como a população que utiliza o
açude está desenvolvendo suas atividades, se está havendo uma conscientização quanto
ao uso da água. Ou seja, sejam necessárias ser feitas visitas in loco, bem como coletas de
amostras para analisar o comportamento do açude ao tratamento, bem como a adaptação
da vegetação e dos animais pertencentes aquele ambiente para que então possamos saber
se o PRAD obteve um resultado positivo ou negativo.
13 – CRONOGRAMA FÍSICO

CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
(Implantação / Manutenção / Monitoramento)
Ano
1º 2º 3º Demais
Atividades
Semestre
1º 2º 1º 2º 1º 2º 1º 2º
Elaboração do PRAD X
Isolamento da área X
Encerramento de atividades
X
existentes no local
Realização de análise das
X
técnicas adequadas
Reparos na parede X
Montagem do talude X X
Aplicação do talude de
X X
pedra
Manutenção X X
Monitoramento da
X X
recuperação
REFERÊNCIAS

MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA. DIAGNÓSTICO DO MUNICÍPIO DE RAFAEL


FERNANDES. Recife. 2005. Disponível em:
dspace.cprm.gov.br/bitstream/doc/17063/1/rel_rafael_fernandes.pdf. Acesso em: 26 out.
2021.

MOLLE, François; CADIER, Eric. MANUAL DO PEQUENO AÇUDE. Construir, conservar e


aproveitar pequenos açudes no Nordeste Brasileiro. SUDENE, Recife, 1992.

SANTOS, Luana Maria dos. EROSÃO EM TALUDES DE CORTE - MÉTODOS DE


PROTEÇÃO E ESTABILIZAÇÃO. Disponível em:
https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/124253/000819172.pdf?sequence=1&is
Allowed=y. Acesso em: 26 out. 2021.

VERDUM, Roberto et al.. MÉTODOS E TÉCNICAS PARA O CONTROLE DA EROSÃO E


CONSERVAÇÃO DO SOLO. Disponível em:
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/189684/001007309.pdf?sequence=1.
Acesso em: 26 out. 2021.

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