CPF: 073.603.612-14 Instituição: Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do estado do Pará Campus-Bragança Curso: Licenciatura em Geografia Séries nas quais se desenvolveu as atividades: Ensino Fundamental II Escola onde se desenvolveu as atividades: Escola Municipal Prof° Rosa Athayde Docente Orientadora: Nila Luciana Vilhena Madureira Preceptora: Maria Goretti da Silva Mesquita
ATUAÇÃO DO PROGRAMA RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA (PRP) EM
GEOGRAFIA, NA ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL PROF.ª ROSA ATHAYDE (ERA), AUGUSTO CORRÊA/PA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DO MÓDULO II.
Resumo: O presente trabalho tem como finalidade relatar a atuação do
Programa Residência Pedagógica (PRP) de Geografia durante o segundo módulo de sua atuação na Escola Municipal de Ensino Fundamental Prof.ª Rosa Athayde, Augusto Corrêa/PA, no período do início de maio ao final de outubro de 2023, e evidencia a importância do PRP para a nossa formação docente. O texto apresenta as observações e atividades vividas sob supervisão da preceptora responsável, sendo que a nossa atuação, nesse segundo módulo, passou a ser mais ativa, onde participamos no planejamento das atividades e na organização das aulas da preceptora, para desenvolver a regência e contribuir no desempenho dos educandos. Os resultados encontrados indicam que o PRP contribui, de forma positiva, para a prática docente dos residentes, para as aulas da preceptora, assim como para a formação dos discentes. O PRP permitiu uma maior aproximação entre o ensino superior e a Educação Básica, articulação que trouxe a nós estudantes, um aprofundamento e enriquecimento na nossa formação, nos auxiliando a ter um panorama mais amplo da realidade educacional, especialmente da sala de aula. Palavras chaves: Residência Pedagógica. Ensino de Geografia. Experiência docente.
INTRODUÇÃO
O objetivo deste trabalho é relatar, e destacar a importância do programa
de residência pedagógica para a minha formação docente, descrevendo as atividades que aconteceram no módulo II, e que continuam se desenvolvendo na escola Rosa Athayde, localizada no município de Augusto Corrêa, no estado do Pará. A participação como aluno residente está me propiciando viver um período muito rico de experiências no ambiente escolar, onde estou conhecendo o cotidiano da escola sob diferentes aspectos, bem como me aproximando e criando cada vez mais “intimidade” com a sala de aula, local que desejo na minha sonhada futura profissão de docente. Busca-se também neste texto, destacar a relevância e importância do Programa Residência edagógica, programa que é financiado pela Coorrdenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). A Residência Pedagógica (RP) é um projeto inovador, que foi colocado em prática no ano de 2018, e chegou aos cursos de licenciatura do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Estado do Pará (IFPA), Campus – Bragança no segundo semestre de 2022. O PRP é uma das ações que integram a política Nacional de Professores e tem por objetivo induzir o aperfeiçoamento da formação de professores nos cursos de licenciatura, promovendo uma vivência planejada e sistemática do aluno de licenciatura em ambiente da escola de educação básica. Visando o fortalecimento das práticas pedagógicas aprendidas na teoria, conciliando o ensino aprendizagem com as metodologias adquiridas durante a formação. Essa vivência deve comtemplar, entre outras atividades, a experimentação de situações concretas do cotidiano escolar, regência da sala de aula e intervenção pedagógica, acompanhadas de um professor da escola na área de ensino do licenciando, nesse caso a geografia, e orientada por um docente da instituição formadora, nessa situação, o IFPA/Campus-Bragança. Nesse sentido, compreende-se a Residência Pedagógica como premissa básica no entendimento de que a formação de professores nos cursos de licenciatura deve assegurar aos seus discentes, habilidades e competências que lhes permitam realizar um ensino de qualidade nas escolas de educação básica. O programa permite articular os estudos teóricos dos discentes licenciandos e a prática, através das análises realizadas em ambiente escolar, bem como da ação, reflexão e planejamento constantes, que permite uma grande contribuição para a formação do professor de geografia. O programa tem duração de 18 meses, e esse relato é do módulo II, onde os relatos de experiencias são o foco principal desse texto, partindo das diversas atividades realizadas por mim e mais dois alunos; Jéssica Silveira e João Pedro da Costa, licenciandos do curso de Geografia do IFPA e da minha turma 2020, sendo orientados pela professora preceptora; Maria Goretti da Silva Mesquita e a docente orientadora; Nila Vilhena Madureira da Silva, seguindo as propostas discutidas e planejadas junto à coordenação do programa. Serão elencadas as práticas executadas em sala de aula e as que aconteceram fora desse ambiente, assim como nosso planejamento e as reuniões realizadas com a preceptora e coordenação.
A IMPORTÂNCIA DA RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA, E RELATO
DE EXPERIÊNCIA DO MÓDULO II, DA RP NA DISCIPLINA GEOGRAFIA, EM DUAS TURMAS DO SEXTO ANO NA ESCOLA ROSA ATHAYDE. O subprojeto da Residência Pedagógica, interdisciplinar: licenciatura em Educação do Campo e licenciatura em Geografia do IFPA, em conformidade com o edital n. 24/2022 da CAPES, integra e consolida as políticas de ensino, pesquisa e extensão estabelecidas pelo IFPA. Mais especificamente, permite repensar o significado do estágio supervisionado na formação dos estudantes dos cursos de licenciatura do citado instituto. O projeto possibilitou a nossa imersão, como no estágio curricular obrigatório, na realidade escolar, em situações e problemáticas concretas inerentes à atividade docente, bem como em situações extracurriculares e diversas que de forma ou de outra fazem parte da atividade escolar. Essa imersão está nos favorecendo muito, pois como futuros professores, estamos observando, conhecendo, ajudando e aprendendo concretamente as diversas experiências do contexto escolar. A Residência do IFPA Campus Bragança está acontecendo em duas escolas do ensino básico, localizadas em Tracuateua e Augusto Corrêa, e no IFPA em Bragança. Entre as diversas ações que o projeto pretende, vale destacar: a melhoria da qualidade da oferta das licenciaturas no âmbito do IFPA; melhoria nos índices de permanência e êxito nos mesmos cursos; ampliação do diálogo entre o IFPA e as escolas públicas dos municípios; formação de professores com compromisso social e sensibilidade critica, capazes de avaliar, elaborar e implementar atividades inovadoras e procedimentos que garantam a aprendizagem significativa dos alunos da educação básica, ações que mesmo “pequenas”, já se mostram frutuosas para ambos os lados durante esse período de progresso do programa. O IFPA, através da RP também está se esforçando em deixar como legado algumas contribuições, dentre elas: novas técnicas de ensino desenvolvidas a partir das tecnologias à disposição da escola campo; fortalecimento da pesquisa colaborativa e da produção acadêmica entre o IFPA e a rede pública de ensino e suas escolas campo, com base nas experiências vivenciadas em sala de aula; diagnóstico do processo de ensino-aprendizagem, com possíveis soluções para situações problemas do cotidiano escolar e com sugestões para a implementação de experiências educacionais inovadoras e exitosas na escola campo. Outro fator importante é a remuneração, que ainda é pouca, mas valiosa, para auxiliar nas diversas despesas do licenciando, especialmente dos que se deslocam de outro município para estudar, como é o meu caso, ajudando significativamente para minha permanência na faculdade. A formação de professores atualmente enfrenta diversos desafios, entre os quais, está o de atuar em um mundo com constante transformações, e que precisa ensinar nesse contexto de mundo. E pensar em novas práticas e metodologias, se faz sempre necessário, para que o processo de ensino/aprendizagem obtenha êxito nas escolas, nas disciplinas, e no ensino de Geografia, por isso é importante pensar a organização das licenciaturas e os profissionais que são oriundos desses cursos. Nessa perspectiva, Gomes e Lago (2019) afirma que: O programa da Residência pedagógica emerge como experiência de estágio, que pode potencializar e repensar o formato dos estágios supervisionados nas licenciaturas, visto que esse permite uma maior imersão do residente no ambiente da escola, por um período de tempo maior, e tendo a figura do preceptor e do professor orientador como parceiros no seu processo formativo. (GOMES e LAGO, 2019, p. 4)
O Programa Residência Pedagógica vem neste sentido de aprimorar os
estudantes, futuros professores já em fase final do curso. A participação de graduandos em programas de iniciação à docência, é extremamente exitosa, e uma ótima ferramenta para o melhor preparo dos futuros docentes, pois traz consigo a importância da valorização da profissão professor, possibilitando assim a expressão na prática de tudo o que se aprende durante a licenciatura. Deste modo o discente é capaz de criar, fortalecer e aprimorar técnicas e ferramentas que auxiliem na sala de aula. Para Passini (2010, p.29);
[...] para nos tornamos professores, precisamos construir
conhecimento profissional, que não é algo pronto e que podermos compreender estudando a experiência dos outros. O conhecimento metodológico das ações em sala de aula será construído pela vivência em sala de aula, ao longo da carreira como professor. O nosso desempenho docente dependerá não exclusivamente, mas grande parte, de nosso histórico acadêmico e das reflexões sobre a prática de ensino nos momentos de sala de aula.
Sendo assim, podemos compreender a RP como uma importante
ferramenta para os cursos de licenciaturas, especialmente no curso de Geografia, pois com ela podemos aprimorar e melhorar o ensino nas escolas públicas nos diversos âmbitos, particularmente na sala de aula, assim como no processo iniciado na Universidade. As turmas em que estamos fazendo Residência Pedagógica são do 6º ano, a 601 e 602, com três aulas semanalmente em cada uma, no turno da manhã, às terças-feiras. A faixa etária dos discentes é de 10 a 12 anos, sendo moradores da cidade e da zona rural, que pegam ônibus para chegar até a escola, enfrentando uma série de dificuldades. A turma 601 é preenchida somente de alunos que moram no núcleo urbano do município, e a 602 apenas dos que moram nas comunidades da zona rural. E por conta da distância, não conseguem participar de nenhuma atividade no contraturno, sendo que a escola tem um projeto de apoio aos alunos que tem dificuldades com a leitura, e funciona na biblioteca, e nessa turma, alguns alunos tem problemas em ler, mas não conseguem participar do projeto, impossibilitando esses alunos de terem um melhor desenvolvimento nessa área, que é primordial para a aprendizagem. Nesse segundo módulo desenvolvemos diversas atividades, entre algumas; observação, correção de atividades, e a regência, assim como buscamos estudar materiais, como; livros com propostas de metodologias para o ensino de Geografia, e a BNCC e suas competências especificas para o componente curricular Geografia (ciências humanas) no Ensino Fundamental II. Para essa disciplina, a proposta é explorar o mundo em que se vive, de modo a falar sobre as ações humanas, construídas em vários locais do mundo. O documento declara que a chave principal do ensino da Geografia é desenvolver o raciocínio geográfico, e para que isso ocorra, o estudante devera aprender os principais conceitos atuais da Geografia: espaço, lugar, região, paisagem, natureza e sociedade. Deve se desenvolver habilidades para cada série do Ensino Fundamental II. Que no 6º ano, entre outras são: Comparar modificações das paisagens rurais e urbanas nos lugares de vivência e os usos desses lugares em diferentes tempos; analisar modificações de paisagens por diferentes diferentes de sociedade, com destaque para os povos originários; orientação e localização no espaço geográfico; cartografia e coordenadas geográficas; descrever os movimentos do planeta e sua relação e sua relação com a circulação geral da atmosfera, o tempo atmosférico e os padrões climáticos. Todas trabalhadas em andamento nesse segundo módulo. No mês de maio, foram realizadas atrasadas, as avaliações do primeiro bimestre, por conta de alguns imprevistos na escola e no calendário letivo. Mas as turmas tiveram um bom desempenho, tendo boas notas na prova e nas atividades acontecidas em sala de aula. Também aconteceu nesse mês a jornada pedagógica do município, e participamos desse momento de muito aprendizado, que tinha como tema: Amazonizar o currículo e a formação de professores da Escola Urumajoense. Na palestra para os professores de humanas o tema foi: por uma práxis de humanas decolonial. Foi executada nesse mês a aplicação da avaliação da OBMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas). Os assuntos trabalhados no mês de junho foram orientação e localização no espaço geográfico, bem como cartografia e coordenadas geográficas. A localização e orientação no espaço geográfico são elementos que proporcionam ao aluno entender o espaço em que vive e fazer relações com outros lugares. Através da cartografia como ferramenta constroem-se conceitos utilizando-se da linguagem cartográfica em escalas de níveis diferentes: locais, regionais e até globais. Fizemos nas aulas de localização no espaço geográfico, um momento na sala de aula, e depois em um espaço aberto da própria escola, onde eles puderam perceber na prática a localização dos pontos cardeais com base no sol (figuras 1 e 2).
Figura 1. Aula ao ar livre na escola.
Fonte: Gustavo Queiroz Fonte: Gustavo Queiroz
Data: 06/06/2023 Data: 06/06/2023 Figura 2. Aula Expositiva.
Diante da experiência de sair da
sala de aula com os estudantes, podemos perceber uma reação muito positiva dos alunos, que se sentiram animados em sair da sala de aula, depois de ver a teoria, e até mesmo está em um ambiente na própria escola, diferente, mas como um local de aprendizado. Pudemos perceber que o engajamento e o interesse dos estudantes são bem maiores diante da possibilidade de materializar aquilo que foi transmitido durante as aulas convencionais. É preciso destacar que, as aulas em sala de aula e as atividades extraclasse são iniciativas pedagógicas que se complementam e apresentam o mesmo objetivo: desenvolver as capacidades, potenciais, e habilidades dos alunos e alunas. Realizar atividades com os estudantes fora da classe é uma maneira de permitir que eles tenham uma vivência prática dos conhecimentos vistos em classe, ajudando nas diversas disciplinas, e especialmente na Geografia, onde possam aplicá-lo no dia a dia. No mês de julho foram feitas reuniões com a professora preceptora, pelo google meet, em que alinhamos os conteúdos que seriam trabalhados no próximo semestre, assim como fizemos Levantamento bibliográfico, e leitura dos temas do livro didático, da coleção; Tempo Geografia, editora Brasil, propostos para ser trabalhado no segundo semestre. Além disso, esse período foi usado para construção de planos de aulas, em que podemos ver e conhecer melhor os diversos modelos de plano de aula, e buscamos inserir nos mesmos, metodologias e formas de avaliação que auxiliassem e conseguissem um melhorar o aprendizado dos educandos. Através dos planejamentos, percebemos que para um bom desenvolvimento das aulas, o professor precisa planejar, tornando assim o ato de ensinar propicio a aprendizagem, do mesmo modo que o assunto na qual será trabalhado esteja de acordo com a necessidade de cada turma. E principalmente, incluir a realidade do aluno nos assuntos trabalhados, o que tanto busca a Geografia, mas que muitas vezes, por diversos motivos, o professor deixa de fazer, deixando os conteúdos meio distantes do lugar vivido pelos discentes. Sendo assim, o professor, especialmente o professor de Geografia, tem que buscar trazer sempre, o lugar do dia a dia da sua turma para dentro dos temas trabalhados, pois não existe Geografia escolar de qualidade sem uma ponte que ligue a disciplina à vida cotidiana dos alunos (Cavalcanti, 2012). O início das aulas no segundo semestre de 2023, na primeira semana de agosto, começaram com a aplicação da 2ª avaliação nas turmas, que abordou os assuntos de coordenadas geográficas e instrumentos de localização trabalhados no semestre passado. E foi realizado, na semana seguinte um trabalho de recuperação da 2ª avaliação nas turmas 601 e 602, para alguns alunos que não tiveram bom desempenho, mas também os que conseguiram um bom desempenho, sendo esses a grande maioria da turma, pois conseguiram aprender e discutir os assuntos que foram trabalhados em sala. Foi realizado visitas a biblioteca, onde constatamos um ótimo trabalho que os profissionais responsáveis desenvolvem nesse espaço, realizando um projeto de apoio a leitura que funciona no contraturno, e auxilia os educandos que mais tem dificuldades com a leitura na sala de aula, ficando a cargo dos professores das disciplinas, comunicarem o projeto que passa a ajudar esses alunos. Vale destacar que a biblioteca da escola é utilizada e são emprestados livros com bastante frequência pelos alunos. Realizamos a produção de um resumo expandido, eu, Jéssica Silveira e João Pedro, sobre nossa experiencia do programa residência pedagógica na escola Rosa Athayde, para submissão no XV SICTI (Seminário de Iniciação Cientifica, tecnológica e Inovação), IFPA/ campus – Paragominas, que foi aceito e apresentado em outubro em forma de banner pela aluna Jéssica. Foi realizado no início de setembro o plantão pedagógico, com a entrega das avaliações do primeiro semestre da turma 602, assim como uma conversa com os pais dos alunos da referida turma, quando esses iam buscar as avaliações, onde aproveita-se para mostrar o desempenho e o comportamento dos educandos durante o semestre passado. Assim, os pais ou responsáveis por essas crianças e adolescentes ficaram sabendo como estava acontecendo o processo de ensino/aprendizagem, e quais as maiores dificuldades desses educandos, bem como suas qualidades e boas práticas dentro da sala de aula. Aconteceram aulas expositiva dialogadas, com três aulas ministradas por mim em uma turma e pelo Pedro em outra sala, sendo os assuntos: atmosfera e suas camadas, clima e seus elementos. Exercidos na turma 601, com atividade no final da aula. E na turma 602, aulas expositivas dialogadas com o assunto: litosfera, com atividade de pintura do conteúdo ministrado. Invertemos os conteúdos e as turmas na semana seguinte, e continuamos a regência. Utilizamos algumas ferramentas metodológicas, como; projetor multimídia, abacate e algumas rochas como material para entendimento do assunto litosfera, e desenhos e imagens para ajudar na compreensão da atmosfera e suas camadas (figuras 3 e 4). Figura 4. Aula Expositiva sobre a Atmosfera. Figura 3. Atividades sobre a litosfera.
Fonte: Gustavo Queiroz
Data: 05/09/2023
No ensino da geografia, “o uso de
imagens (fotografias, filmes, desenhos, slides, fotos aéreas, cenas de telejornal, novelas etc.) é sempre um recurso interessante” (FANTIN, 2013, p.142). O uso das imagens e de objetos, oportuniza a visualização dos fatos, acontecimentos e ações, podendo mostrar uma ideia da realidade das coisas e dos fenômenos, além de ser um grande auxílio para o estudo de alguns conceitos da geografia, como a paisagem. Podemos perceber nos alunos o interesse pelos conteúdos, assim como uma maior facilidade em entender e dialogar em sala de aula, com a visualização das coisas relacionadas ao tema da aula, nos slides, desenhos, objetos e atividades. No final desse mês foi realizada uma aula-passeio na comunidade pesqueira do Perimirim, zona rural de Augusto Correa, com a turma 601, e alunos e profissionais do AEE (Atendimento Educacional Especializado) Figura 5. Aula-passeio. da escola Rosa Athayde. Nessa aula diferente, visitamos a orla, algumas embarcações, a geleira da comunidade, e conversamos com alguns moradores desse lugar. Foi observado e trabalhado os conteúdos de: vegetações litorâneas, paisagem, e dinâmica dos rios e trabalho do lugar, assim como conscientização acerca da preservação dos ecossistemas da região (figuras 4, 5, 6 e 7). Fonte: Gustavo Queiroz Figura 6. Aula-passeio. Data: 26/09/2023 Figura 7. Aula-passeio. Figura 8. Aula-passeio.
Fonte: Gustavo Queiroz
Data: 26/09/2023
A aula passeio é muito importante,
pois permite ao aluno estabelecer relações com a região ou lugar visitado, que muitas vezes fazem parte das suas vidas ou tem alguma relação com a família com a sua comunidade, e principalmente com os temas da sala de aula, e o professor deve colaborar para que haja este elo entre o objeto de estudo, a leitura e a interpretação da realidade do aluno. A pedagogia Freinet, por exemplo, supõe uma mudança no âmbito escolar e oferece a criança a liberdade de expressão que contribuíra para a formação da sua personalidade, vida discente e cidadania. Nessa aula orientamos os alunos sobre os principais pontos a serem observados, também trabalhamos aspectos de locomoção: cuidados ao atravessar a rua, entrada e saída de veículos, normas sociais adequadas no relacionamento com outras pessoas, segurança pessoal e do grupo, e outros aspectos, tais como tempo disponível, e alimentação, que foi realizada no final da aula, embaixo de uma arvore com vista para o mar. Vale destacar que foi um momento de muita interação e de estreitamento dos laços entre professores e alunos, e os educandos que tem necessidades especiais e participaram da aula se sentiram extremamente felizes, pois a inclusão aconteceu de fato, e foi um momento de muita aprendizagem para todos. Na semana seguinte, último mês desse segundo módulo, foi realizado uma atividade para a turma que participou da aula-passeio, onde eles desenharam as paisagens que mais chamou atenção de cada um, fazendo uma explicação desses desenhos, em um momento dialogado sobre a aula- passeio, em que eles falaram o que tinham apreendido, o que mais observaram e se tinham gostado, sendo resposta unanime de todos, que tinha sido um momento maravilhoso, devendo ser pensado mais vezes. Vale destacar que a professora realiza as aulas-passeios todos os semestres, nesse intuito de estabelecer relação entre teoria e prática, e estabelecer vínculos e conhecimento da nossa realidade paraense e municipal. A educação é uma prática social, porém exige uma relação teórica com ela, ou seja, teoria e prática são indissociáveis como práxis, embora com diferentes níveis e formas. A aula passeio é uma atividade que se vê intrinsecamente inserida nesse processo educacional, na busca da transformação, do “novo”, que possa dar mais eficácia ao processo de ensino/aprendizagem, e integrada a realidade da escola. Por último, realizou-se a aplicação da 3ª avaliação nas turmas 601 e 602, assim como planejamento de algumas propostas para o final do semestre letivo, como: uma palestra sobre educação antirracista para as séries do 7º e 8º ano; desenvolvimento de atividades e ferramentas metodológicas, que possam auxiliar no ensino de Geografia para os alunos atendidos pelo AEE; e uma aula na praça da cidade. Também participamos, de uma formação continuada promovida pelo AEE da escola, na semana da inclusão da escola Rosa Athayde, que tinha como tema: incluir não é pedir que eu me adapte, é aceitar com sou. Sendo um momento de muito aprendizado, e importantíssimo para os professores, diante de um público com alguma deficiência, felizmente, cada vez maior nas escolas, necessitando de verdadeira inclusão e mais formação dos docentes para atuar em sala de aula.
Considerações finais
A participação como residente no Programa Residência Pedagógica está
sendo uma experiencia única e muito enriquecedora para minha formação. No dia a dia da sala de aula estamos vivenciando e nos confrontando com situações conflituosas, que causam medo e outras sensações, mas também muita alegria e satisfação de ver o aprendizado sendo realizado nas atividades com eles, o diálogo, o respeito e o carinho dos alunos, que me aumenta o desejo de ser professor e de esforça-me para ser um bom docente e contribuir com a educação de forma determinada e eficaz. A experiencia e convivência que estamos tendo nesse segundo módulo do programa RP, nos fez perceber que é muito necessário o uso e aprimoramento de metodologias para se utilizar nas aulas, especialmente de geografia, onde existe uma tendencia da aula ficar cansativa e sem diálogo e criticidade, também a importância de trabalhar com temas que possam favorecer a elevação da autoestima dos estudantes, assim como seu senso crítico. Foi um período em que estreitamos a ligação com os professora preceptora, e os alunos, assim como toda comunidade escolar, sendo esse um dos principais benefícios da RP, por nos permitir ficar por um longo tempo na escola em que fazemos residência. Como residente está sendo muito gratificante poder contribuir com a formação de adolescentes que tem sonhos e objetivos, e apreciar e aprender com a diversidade que é a sala de aula. Igualmente, o reconhecimento da preceptora que com paciência e na medida do possível está nos ajudando bastante, assim como nossa orientadora, a escola que estamos estagiando, que busca fazer um bom trabalho, sendo referência na região e ao IFPA junto a CAPES que está proporcionando tudo isso.
REFÊRENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Escola Municipal Prof. Rosa Athayde. Projeto Político Pedagógico – PPP.
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SILVA, Camila Coutinho Da et al... Atuação do programa residência
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