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1 Introdução
Primeiramente, para uma maior compreensão e contextualização do que será
visto posteriormente acerca do modelo de Ising, serão apresentados, nessa in-
trodução, pré-requisitos algébricos e fı́sicos para que possamos entrar de vez no
estudo de Sistemas de grades, Estados de equilı́brio, Estado de Gibbs, entre ou-
tros. Todos os conceitos e definições serão amplamente utilizados durante todo
o artigo.
• + (adição): K × K → K
• · (multiplicação): K × K → K
x + (y + z) = (x + y) + z
∃ 0 ∈ K tal que 0 + x = x + 0 = x, ∀ x ∈ K
1
∀ x ∈ K, ∃ y ∈ K tal que x + y = y + x = 0
A4 .) Comutatividade ds adição:
x + y = y + x, ∀ x, y ∈ K
x.(y.z) = (x.y).z, ∀ x, y, z ∈ K
P8 .) Comutatividade da multiplicação:
x · y = y · x, ∀ x, y ∈ K
É uma estrutura algébrica menos restritiva que a noção de corpos, não deman-
dando 3 propriedades que os regem, sendo essas:
• P8 .) Comutatividade da multiplicação.
Dessa forma, um corpo pode ser descrito utilizando o conceito de anel, designando-
o como: anel comutativo com unidade com existência de inverso mul-
tiplicativo.
2
(a + b)c = ac + bc, a(b + c) = ab + ac, γ(ab) = (γa)b = a(γb),
∀ γ ∈ K e a, b, c ∈ A.
Sendo a, b, c elementos de uma álgebra, tem-se o associador: (a, b, c) := (ab)c−
a(bc). Caso o resultado do associador seja identicamente nulo, A será chamada
de Álgebra Associativa, de modo a enfatizar que, além da operação de adição
associativa por definição de anel, A possui uma operação de multiplicação asso-
ciativa.
• Um anel que possui como elementos matrizes quadradas sobre algum corpo
K pode ser utilizado como exemplo de uma K − álgebra, sendo aplicada
a multiplicação usual de matrizes.
Sendo A uma álgebra sobre o corpo K, uma norma em A é definida como uma
aplicação || · || : A → R tal que:
• ||a|| ≥ 0, ∀ x ∈ A e ||a|| = 0 ⇔ a = 0
• ||λ.a|| = |λ|.||a||, ∀ a ∈ A e ∀ λ ∈ K
||ab|| ≤ ||a||.||b||, ∀ a, b ∈ A
• d(x, y) ≥ 0 e d(x, y) = 0 ⇔ x = 0
• d(x, y) = d(y, x)
3
• d(x, y) ≤ d(x, z) + d(z, y),
4
Definição 1.2.4 Álgebra de Banach
• (x + y)∗ = x∗ + y ∗
• (λx)∗ = λx∗
• (xy)∗ = y ∗ x∗
• (x∗ )∗ = x
5
• ||x∗ || = ||x||
Exemplo de C*-algebra:
Seja Mn (C) um conjunto de matrizes n × n sobre C que, a partir da multi-
plicação usual de matrizes, é, dessa forma, uma álgebra complexa.
Mn (C) pode ser considerada uma álgebra normada, utilizando para isso a se-
guinte definição de norma matricial mencionada anteriormente:
• Poisitividade: < u, u >≥ 0, com < u, u >= 0 se, e somente se, ⃗u = ⃗0.
Exemplo:
O espaço l2 (espaço de sequências de quadrados somáveis) é um espaço veto-
∞
|xn |2 < ∞} com x ∈ l2 , possuindo como norma
P
rial tal que x = {(xn );
n=1
Euclidiana (|| · ||) :
1
||x|| = ( |xn |2 ) 2
P
n
6
Sejam A e B dois operadores definidos sobre R, o comutador entre eles é definido
como:
E a segunda relação:
(2) [A, [B, C]] + [B, [C, A]] + [C, [A, B]] = 0
E sua prova:
7
σa = {λ ∈ C : λ · I − a ∈
/ Inv(A)}
ρ(a) = {λ ∈ C : λ · I − a ∈ Inv(A)}
ℏ2 ∂ 2
Hoperador = + V (x)
2m ∂x2
Sendo a primeira expressão relacionada com a energia cinética e a segunda com
a energia potencial da partı́cula.
Os autovalores ou o espectro desse operador são de extrema importância, pois
eles são os possı́veis resultados dos valores da energia total do sistema quântico,
sendo chamados então de espectro de energia ou autovalores de energia.
8
São representados por S, e além disso, eles são quantizados, com seus valores,
na verdade, sendo múltiplos da constante de Plank.
9
qual os spins tendem a se desalinhar e, dessa forma, a multiplicação entre si e
sj dá um valor negativo.
10
1
φ(µ(ω)) ≤ φ( n1 µ(ω)) = φ( n1 ).
P P
n
ω ω
Então, tem-se
sendo β uma constante que geralmente assume parâmetros complexos, mas aqui
assumirá usualmente parâmetros reais, sendo também proporcional ao inverso
da temperatura.
caso u(ω) > u(ω ′ ). Dessa forma, quando β → +∞, µβ converge para uma
equidistribuição em Ωmin = {ω : u(ω) = min u}, sendo esse o espaço de mı́nima
Ω
energia. Note então que
1
e−βu(ω) u(ω) 1
P P
lim µβ (u) = lim = |Ωmin | u(ω) = min u(ω)
β→+∞ β→+∞ Z(β) ω∈Ω ω∈Ωmin ω∈Ω
11
(log Z)′ (β) = −µβ (u) e (log Z)′′ (β) = Vµβ (u) ≥ 0
Prova:
P
Como Z(β) = exp(−βu(ω)) é analı́tica e diferente de zero para β ∈ R,
ω∈Ω
resulta que log Z(β) é real analı́tica. Então temos os seguintes resultados de
diferenciações elementares:
′
(log Z)′ (β) = ZZ(β)
(β) 1
u(ω)e−βu(ω) = −µβ (u),
P
= − Z(β)
ω∈Ω
Z ′′ (β) ′
(log Z)′′ (β) = − ( ZZ(β)
(β) 2 1
u2 (ω)e−βu(ω) − (µβ (u))2 = Vµβ (u).
P
Z(β) ) = Z(β)
ω∈Ω
Lema 2
dH(µβ ) dµβ (u)
=β·
dβ dβ
Prova:
Lembre-se do princı́pio variacional em que H(µβ ) = log Z(β) + βµβ (u).
Pelo lema apresentado anteriormente, tem-se
d log Z(β)
= −µβ (u)
dβ
Por isso,
dH(µβ ) dµβ (u) dµβ (u)
= −µβ (u) + µβ (u) + β dβ = β dβ
dβ
12
2.2 Sistemas em grades finitas
Em mais realistas configurações de modelos fı́sicos, normalmente há algumas
estruturas espaciais. Matematicamente, isso pode significar que há um grupo
de isometrias atuando em uma posição fundamental no espaço.
Nós mostramos os seguintes exemplos elementares desses casos:
O espaço de configuração é da forma Ω = ΣG , onde o grupo aditivo G = (Z/lZ)d
é geometricamente interpretado como uma grade finita e Σ é um conjunto fi-
nito de possı́veis valores de uma configuração em uma determinada rede. Os
elementos ω ∈ Ω aqui são escritos como ω = (ωg )g∈G .
G opera em Ω por uma ação τ = (T G : g ∈ G) onde o mapa T G : Ω → Ω atua
como uma mudança de transformação em Ω, nomeada (Twg ) := wi+g .
M (τ ) denota o conjunto de todos os vetores probabilidade v em Ω que são in-
variantes sob τ , para o qual v(T −g w) = v(w) ∀ g ∈ G.
Se v ∈ M (τ ), então v(u◦T g ) = v(w)u(T g w) = v(T −g w)u(w) = v(w)u(w) =
P P P
w w w
v(u).
ψ(T g w) com uma função de
P
A função de energia u tem a forma u(w) =
g∈G
energia local ψ : Ω → R. Nesse caso u(T g w) = u(w) ∀ g ∈ G. Como
1
µβ (w) = Z(β) e−βu(w) , segue que µβ ∈ M (T ). Em particular, v(u) = |G|v(ψ)
para cada v ∈ M (τ ).
1
Definindo a pressão de −βψ como p(−βψ) = sup ( G H(v) + v(−βψ)). Dessa
v∈M (T )
forma, o princı́pio variacional pode ser escrito como:
1 1
|G| H(µβ ) + µβ (−βψ) = G log Z(β) = p(−βψ)
Obs: Do ponto de vista fı́sico essa não seria literalmente a pressão do sistema
, sendo mais apropriado chamar β1 p(−βψ) de pressão.
1
Além disso, o termo |G| H(µβ ) que está na definição de pressão pode ser inter-
pretado como a entropia por rede de grade da medida µβ .
13
G. Para valores positivos de β (temperaturas positivas), uw é pequena para
configurações bem homogênenas w. De fato, ele é o mı́nimo se w é constante
+1 ou −1. O Estado Fundamental (também chamado de estado congelado) é
lim µβ = 21 (δ(+1)G + δ(−1)G ). Aqui δw denota um ponto de massa unitário em
β→+∞
w ∈ Ω e (+1)G e (−1)G são as configurações constantes consistindo de +1(s) ou
−1(s) somente.
Propriedades estatı́sticas de equidistribuição (β = 0) e com muita frequência
dos Estados Fundamentais (β = ∞) são fáceis de descrever, mas isso não é tão
verdade para β ∈ (0, ∞) se o tamanho da grade é grande. Uma questão é se, no
Modelo de Ising, a medida Gibbs µβ para grandes, mas finitos β, decompõe-se
(como Estado Fundamental) em duas fases, uma com domı́nio de +1 e a outra
com −1. Em modelos finitos essa questão não tem uma resposta definitiva,
porque, em uma grade finita, cada estado é invariante sob a ação de um grupo
G que pode ser representado como uma grande soma de equidistribuições em
grupos de orbitas Gw = {T g ω : g ∈ G}(w ∈ Ω) e se β é finito, então µβ (Gw ) > 0
para cada w ∈ Ω. Contudo, a maioria da massa de mβ está concentrada em
configurações tı́picas, e esse efeito torna-se cada vez mais óbvio quanto maior for
o tamanho da grade (propriedade dos grandes desvios). Portanto não é tão sur-
preendente que um teorema de não decomponibilidade de estados de equilı́brio
requer sistemas em grade infinitas G = Zd , e, de fato, será visto que, em di-
mensão d = 1, não há ”fase de decomposição”para o Modelo de Ising, então
há sempre um único estado de equilı́brio, enquanto em d ≥ 2 há ao menos 2,
mutualmente singulares, estados de equilı́bro para um β tão grande.. Sendo
isso interpretado como fase de transição (para um β suficientemente pequeno,
o equilı́brio é único, tal como para altas dimensões).
Isso motiva as seguintes colocações:
G = Zd ou G = Zd+ é um reticulado infinito que nos fornece o espaco de con-
figuração: Ω = ΣG . Dotado com a topologia produto da topologia discreta em
Σ, o espaço Ω é um espaço topológico compacto (Teorema de Tychonov). Essa
′ ′ ′
topologia também é gerada pela métrica d(ω, ω ) = 2−n(ω,ω ) em que n(ω, ω ) =
′
sup{n ∈ N : ωg = ωg para g ∈ Λn } e Λn = {(g1 , . . . , gd ) ∈ G : |g1 |, . . . , |gd | ≤ n}
é um “cubo”de lado com tamanho n (se G = Zd+ ) ou 2n (se G = Zd ). Em
particular Λ0 = {(0, . . . , 0)}.
Um estado é agora uma Medida de Probabilidade Borel em Ω.
14
Seja ψ : Ω → R uma função de energia local.
1. ψ é regular se
∞
nd−1 · δn (ψ) < ∞
P
n=1
′ ′ ′
em que δn (ψ) = sup{|ψ(ω) − ψ(ω )| : ω, ω ∈ Ω, ωg = ωg ∀ g ∈ Λn }
Dessa forma, tendo Λn como um “cubo”, entende-se que, quanto maior o seu
tamanho, menor será a contribuição de energia externa, sendo isso representado
′
por δn em função da energia para as configurações ω e ω .
2. ψ tem alcance finito, se há algum n0 ∈ N tal que δn (ψ) = 0 para todo
n ≥ n0 .
15
Figura 1: Isometria de τ
Ψnτ : Ω → R; Ψnτ = ψn ◦ τ −1 − ψn
ψ ◦ T g.
P
onde, como já é usual, ψn =
g∈Λn
Então tem-se o limite
τ µ = µ · eΨτ
16
τ µ = lim τ µn = lim µn · eΨτ = µ · eΨτ .
n→∞ n→∞
17
P
P (ψ, E) = log exp(ψ(x)),
x∈E
Teorema 2.3.1 Há uma constante Cψ tal que para cada µ ∈ GS(ψ) e cada
ω∈Ω
µ(An (ω))
exp(−Cψ nd−1 ) ≤ ≤ exp(Cψ nd−1 .
eψn (ω)−Pn,1 (ψ)
Obs. Agora serão colocadas algumas definições, que foram ou serão utilizadas,
para que haja melhor compreensão do texto. Entropia da medida preser-
vando o sistema dinâmico (x,B,µ, T ) é
hT (µ) = sup{h(α, T ) : α ∈ P0 }
GS(ψ, T ) ⊆ ES(ψ, T ).
Prova:
Tenha µ ∈ GS(ψ, T ). A partir da desigualdade obtida anteriormente, obtem-se
para cada n > 0
Portanto
1
(Hµ (αΛn ) ψn dµ) ≥ lim sup λ1n Pn,1 (ψ) = p1 (ψ).
R R
h(µ) + ψdµ = lim +
n→∞ λn n→∞
R
Tem-se também p(ψ) = p1 (ψ), dessa forma, obtemos h(µ) + ψdµ = p(ψ).
18
2.4 Estados de equilı́brio do Modelo de Ising
O modelo de Ising foi um dos primeiros modelos da mecânica estatı́stica que
foi atacado por métodos matemáticos rigorosos. Recordamos a descrição dos
ingredientes básicos, temos: Σ = {−1, +1}, representando “+1”o “spin up”e
“−1”o “spin down”nas redes de um “reticulado de gás”na grade G = Zd , em
uma configuração de espaço Ω = ΣG equipado com uma ação de translação τ . A
d
P
função de energia local ψ(ω) = − (ω0 ωej +ω0 ω−ej ) descreve a interação entre
j=1
spins vizinhos. Aqui consideramos uma nova contribuição para essa energia
local, sendo definido esse novo termo adicional como −Bϕ(ω) = −Bω0 que
representa o efeito de um campo magnético externo B nos spins do sı́tio 0.
Então, nós seremos conduzidos a estudar a energia local:
• B = 0: Há µ+ , µ− ∈ ES(ψβ,0 , T )
19
estados de equilı́brio podem coexistir, um favorecendo o ”spin up“ e o outro
”spin down“. Esse fenômeno é chamado de fase de transição.
Prova do Teorema
Lembre-se primeiro que para sistemas de transformação a função de entropia é
semicontı́nua superiora e que p1 (ψ) = supδ>0 pδ (ψ) para todo ψ ∈ U SC(x) de
tal forma que todos os resultados até agora são aplicáveis.
Obs. U SC é a denotação da classe de todas funções semicontı́nuas superioras.
a) No caso de d = 1, a unidade do estado de equilı́brio é uma consequência do
seguinte corolário:
Se G = Z, então há exatamente uma medida de Gibbs para cada função regular
de energia local ψ. Essa medida é também o único estado de equilı́brio para ψ
(e é por isso ergódico).
b) Agora, no caso de d ≥ 2, melhor, primeiramente para d = 2, é mostrado que
para grandes β e B = 0 há no mı́nimo 2 estados de equilı́brio. Apresentamos
uma versão desse argumento nos restringindo para o caso d = 2. Um raciocı́nio
mais sutı́l, mas similar é usado para d > 2.
Devido à simetria do modelo, basta considerar o caso B ≥ 0. Abaixo é provada
a existência de uma medida µ+ ∈ ES(−βψ, T ) tal que
µ+ {ω0 = +1} ≥ 1 − ϵ
Prova: Temos
Isso funciona para B > 0. Para ver que µ+ pode ser escolhido como um ”limite
fraco“ da medida µ+ +
i ∈ ES(ψβ,B , T ) com Bi ↘ 0, tenha µ̃ como um ponto de
acumulação dessa sequência. Tem-se que µ̃+ ∈ ES(−βψ, T ) e µ̃+ {ω0 = +1} =
limk {ω0 = +1} ≥ 1 − ϵ. Agora tenha B = 0. A partir de uma observação sobre
funções de energias locais, utilizando a função constante ϕ = 0 e para a constante
”configuração de segundo plano“ ξ+ = (= 1)G , há µ+ ∈ CES(1, −βψ, T ). Essa
20
observação afirma também várias outrás propriedades adicionais muito precisas
do estado de equilı́brio µ+ . Isso é aproximado por uma “subsequência”das
medidas µ̃n = λ1n
P g
T π̃n , onde
g∈Λn
En+ = {ω ∈ Ω : ωg = +1 ∀ g ∈ G\Λn }.
Tal como um tabuleiro real, segmentos adjacentes podem ser conectados por
um caminho, o qual é fechado, sendo simplesmente um caminho denotado pela
letra C. Por causa da noção geométrica imediata dessa ideia, dispensa-se uma
definição mais satisfatoriamente formal. Para nossos propósitos, é suficiente
pensar na curva C como um subespaço particular de L. Como uma curva
fechada simplesmente conectada possui um domı́nio interior conectado (Teorema
das curvas de Jordan), nós podemos falar sobre um interior I(C) de cada curva
C e associar para C um mapa τ ∈ ε definido por:
−ωi , (i ∈ I(C))
(τC ω)i =
ωi , (i ∈
/ I(C)).
21
′
ao menos um dos g e g faz parte de Λn .
A seguinte observação tornam mais viáveis os cálculos no modelo de Ising. Tenha
g e C = C(ω, g) como já foi definido e suponha que ω ∈ Ωg,C . Denote ω = τC ω.
Então
X X
−β(ψn (ω) − ψn (τC ω)) = β (ωh ωh+j − ω̃h ω̃h+j )
n∈Λn j∈(±e1 ,±e2 )
X X
= β (ωh ωh′ − ω̃h ω̃h′ )
h∈Λn h′ ∈G
≤ −2β|C|.
Com {h, h′ } ∈ C.
Agora tenha g ∈ Λn e um SCCC C tal que g ∈ I(C) ⊆ Λn .
Como τC é uma bijeção de En+ , isso segue que
X
exp(−βψn (ω) − P (−βψn , En+ ))
+
ω∈En ∩Ωg,C
X
≤ exp(−2β|C| − βψn (τC ω) − P (−βψn , En+ ))
+
ω∈En ∩Ωg,C
X
≤ exp(−2β|C|) · exp(−βψn (ω)) · exp(−P (−βψn , En+ ))
ω∈E+n
= exp(−2β|C|). (∗)
Por isso
µ̃n {ω : ω0 = −1}
1 X
= π̃n {ω : ωg = −1}
λn
g∈Λn
1 X X
= exp(−βψn (ω) − P (−βψn , En+ ))
λn +
g∈Λn ω∈En ,ωg =−1
1 X X X
= exp(−βψn (ω) − P (−βψn , En+ ))
λn +
g∈Λn C∈C(g) ω∈En ∩Ωg,C
∞
1 X X X
≤ exp(−2β|C|) (∗)
λn
g∈Λn l=4 C∈C(g),|C|=l
∞
1 X X
≤ l · 3l−1 e−2βl
λn
g∈Λn l=4
∞
X
= l · 3l−1 e−2βl
l=4
→ 0 como β → ∞.
22
Para a última inigualdade, tem-se de estimar o número do SCCC C, pos-
suindo um tamanho l com um dado g no seu interior. Evidentemente essa curva
contém ao menos 1 dos segmentos horizontais “acima de g”a uma distância de no
máximo 1l de g, o mı́nimo do qual, por uma estimativa aproximada, é limitado
por l. Uma vez que tal segmento é constante, o resto da curva é determinado
por l − 1 escolhas entre no máximo três direções.
Por isso há alguns βd (ϵ) tal que para β > βd (ϵ) e um arbitrário n, temos
µ̃n {ω : ω0 = −1} < ϵ. Como a medida µ+ é um “limite fraco”de µ̃n , isso pro-
duz a estimativa desejada (mencionada anteriormente).
Para uma compreensão e um estudo mais avançado em relação às definições
apresentadas nesses capı́tulos, temos como referências as obras [1], [2], [3], [4] e
[5]
3 Desenvolvimento Inicial
3.1 Noções Preliminares de Férmions
Definição 3.1.1 Férmions, Operadores Férmions e Anticomutadores
{A, B} = AB + BA (1)
A∗ Av = v (2)
se v ∈ ker(A∗)
AA∗ v = v (3)
se v ∈ ker(A)
Obs: A∗ é a transposta conjugada de A.
23
Seja A uma C*-álgebra unitária e H um espaço vetorial de dimensão finita,
então uma aplicação linear p : A → End(H), satisfazendo p(ab) = p(a)p(b) e
p(a∗) = p∗(a), para todo aeb ∈ A. E nisso p(1) = 1 é chamada de representação
de A em H. A dimensão de representação é a dimensão de H.
É dito que duas representações p1 : A → End(H1 ) e p2 : A → End(H2 ) são
equivalentes se existe uma aplicação linear invertı́vel f : H1 → H2 tal que
p2 (a) = f.p1 (a).f −1 , ∀a ∈ A.
A.i.v0 = 0, sendo i = 1, . . . , n
24
contudo, quando im = j e i1 . . . im . . . iK é a notação padrão para o multi-index
i1 . . . im−1 im+1 . . . iK .
tal que
n
X
H= di Bi∗ Bi , (6)
i=1
25
Xk
Hwi1 ...ik = ( dis )wi1 ...ik (7)
s=1
Então A1 , . . . , An : H → H satisfaz
se, e somente se
{τi , τj } = 2δij 1
x 0 1 y 0 −i
σ = σ =
1 0 i 0
os quais são atribuı́dos na rede r ∈ Z. E esse Hamiltoniano atua no espaço
N
HΛ = i∈Λ Hi
onde Hi = C2 e HΛ ∼
= C2 ⊗ . . . ⊗ C2 (|Λ|vezes) e
26
Dado isso, é possı́vel calcular explicitamente a pressão do modelo apresentado,
dada por:
1
p(β) = lim log tr(e−βHΛ ) (10)
Λ→Z |Λ|
O Hamiltoniano define uma coleção de operadores σrx e σry com r ∈ Λ tal que
{σrx , σry } = 0 {σrx , σrx } = 2.1 = {σry , σry }
por outro lado, agora consideradas diferentes redes r ̸= s ∈ Z, temos
[σrx , σsx ] = 0, [σrx , σsy ] = 0 e [σry , σsy ] = 0
É mais conveniente isso ser expressado em termos de álgebra férmion, sendo
definido da seguinte forma:
σs+ = 12 (σsx + iσsy ) σs− = 21 (σsx − iσsy )
O hamiltoniano pode ser reescrito da seguinte forma:
X
HΛ = −2 [σr+ σs− + σr− σs+ ] (11)
<r,s>
j−1
Y
Aj = [ Bk ]σj− (13)
k=1
com Bk = exp(iπσk+ σk− )
+ − 1 0
obs: σk σk =
0 0 k
Assim, obtendo-se também:
Bk = 1 − 2σk+ σk− (14)
Pelas seguintes propriedaades:
27
[Br , σs+ ] = [Br , σs− ] = 0 se r ̸= s
Para j < k tem-se {A∗j , Ak } = 0, para j > k tem-se {A∗k , Aj } = {A∗j , Ak } e para
j = k tem-se {A∗k , Ak } = 1
−
Obs: A∗j Aj+1 = σj+ σj+1 e Aj A∗j+1 = −σj− σj+1
+
i−j ∼
(n) −2, se = ±1
com Mij =
0, em outro caso
No limite termodianâmico, (2A∗1 An + 2A∗n A1 ) não afeta a pressão.
Obs: [A∗i Aj , A∗r As ] = 0 e A∗1 An + A∗n A1 = B2 . . . Bn−1 .(σ1+ σn− + σ1− σn+ )
Referências
[1] da Costa, L. M. O modelo de ising 2d. Fı́sica Estatı́stica (2006). page.2323
[3] Keller, G. Equilibrium states in ergodic theory, vol. 42. Cambridge uni-
versity press, 1998. page.1616, page.2323
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