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Agricultura?
UELI HURTER·2 DE FEVEREIRO DE 2024· TRAD NELSON JACOMEL JUNIOR
ultrapassados.
Por exemplo, um artigo de Wolfgang Held apareceu no 'Goetheanum' 33-34 em 18 de agosto
de 2023, que a rmava que cerca de 70 por cento do curso agrícola tinha sido assumido por
outros autores. Ao mesmo tempo, procuro ampliar o horizonte das questões e perguntar
quanto do conhecimento de humanidades foi adotado no curso, no sentido de que é
conhecimento humano antigo, e quanto é genuinamente de Steiner. O que é verdade em
qualquer caso: mesmo que o curso agrícola de Rudolf Steiner contenha fatos das ciências
naturais, conhecimento agronômico da época, sabedoria humana dos mistérios e outras
coisas, todo o curso ainda é uma criação genuína.
A incerteza quanto ao conteúdo e vocabulário de Steiner foi adotado por outros no curso
refere-se principalmente ao seu estudo da literatura especializada. Ele fez o que é prática
cientí ca: antes de dar uma contribuição, estuda-se todas as publicações que foram
preparadas sobre o tema escolhido. Há notas de Steiner que contêm apenas palavras-chave e
trechos de livros especializados. De repente, um sinal de hashtag aparece e suas descobertas
seguem. Nestes lugares você pode ver o que vem dos outros e o que é dele.
Um exemplo: Steiner estuda o “Léxico Agrícola Suíço” de Albert Studler e observa a distinção
entre solo argiloso, argiloso, marga, calcário e húmus. Em seguida, ele faz o sinal da hashtag
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e escreve “cascalho, argila, cal, húmus” e traça uma linha com o símbolo astronômico do
sol. Acima da linha ele pinta os signos de Vênus, Mercúrio, Lua e abaixo da linha os signos de
Saturno, Júpiter, Marte. As explicações para isso podem ser encontradas na segunda aula do
curso, onde se descreve seixos, argila, cal e posteriormente húmus em sua funcionalidade no
solo com o ponto de vista de que os planetas abaixo do sol trabalham acima do solo e os
planetas acima do sol, trabalhe abaixo do solo. Neste exemplo vemos como Steiner expande
o conhecimento especializado existente para incluir a dimensão cósmica. A ciência do solo no
curso de agricultura vem de outros ou é obra do próprio Steiner?
Tendo em vista os próximos 100 anos, o movimento biodinâmico enfrenta a tarefa de ser e
de se tornar o catalisador para que, numa tentativa renovada, a tríplice divisão do organismo
social dê a estrutura social da civilização de hoje, que está ameaçada de colapso, uma
forma moldável e ao mesmo tempo mutável. Se, para além do trabalho sobre a natureza,
isto se tornar um objectivo geral como um equivalente necessário, vejo uma forma de a
agricultura, em que hoje o excesso de trabalho repousa sobre alguns ombros, voltar a ser
levada a cabo por muitos e pelo intelectual comum. o trabalho estará sobre os ombros de
muitos Höfen pode estimular um entusiasmo renovado e alimentar a vontade. Nesta síntese,
evoluindo no contexto da natureza e apoiando-nos mutuamente na vida social, vejo o
cumprimento progressivo da missão paci cadora do movimento biodinâmico.
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Fontes de humanidades
Em particular, o trabalho de pesquisa intelectual de Rudolf Steiner foi incorporado ao curso
agrícola. Em muitas palestras podemos encontrar passagens que parecem ser fonte daquilo
que entendíamos ser peculiar ao curso agrícola. É também verdade que é exclusivo do Curso
Agrícola, mas mais na forma como aparece como um guia prático, expresso nestas 'imagens
conceptuais práticas', do que no seu conteúdo mais profundo. Isso muitas vezes pode ser
encontrado em outras partes do trabalho de Steiner. Um exemplo impressionante disso é uma
série de ciclos de palestras do outono e pré-inverno de 1923. Essas palestras levaram à
conferência de Natal, na qual, um ano após o incêndio do Primeiro Goetheanum, a Sociedade
Antroposó ca seria reconstruída. fundada de tal forma que pudesse constituir a base social
para uma segunda conversão goethiana e para o estabelecimento da universidade com as
seções. Seis meses depois, no Pentecostes de 1924, o recém-fundado curso agrícola foi
organizado por Carl Graf von Keyserlingk como parte da recém-fundada Sociedade
Antroposó ca e ministrado por Rudolf Steiner. Ao mesmo tempo, uma grande conferência
antroposó ca acontecerá à noite na cidade vizinha de Breslau, com, entre outras coisas, nove
palestras sobre carma. Muitos dos que participaram no curso agrícola assistiram às palestras
sobre carma em Wroclaw à noite, e o poder que o impulso biodinâmico destes primórdios tem
também pode ser visto na experiência global - o destino da terra, das pessoas e do cosmos.
Éfeso e além
A palestra de 2 de dezembro de 1923
descreve os mistérios de Éfeso. Neste
local na costa da Ásia Menor (hoje
Turquia) cava o Artemision, um grande
templo dedicado à deusa Ártemis. O
templo foi considerado uma das sete
maravilhas do mundo. A iniciação que ali
ocorreu passou pela linguagem: como
vive a palavra cósmica na palavra humana? A escola existiu por vários séculos até que o
templo foi destruído em 356 AC. Foi destruído por incêndio criminoso. Na noite do incêndio
nasceu Alexandre, o Grande. Mais tarde, ele levou ao mundo grande parte do conhecimento
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dos Mistérios, que lhe havia sido transmitido de forma losó ca por seu professor Aristóteles,
por meio de suas campanhas militares. Muito mais tarde, por volta do ano 100 DC, o
evangelista João também era um homem idoso em Éfeso. O início do Evangelho de João –
“No princípio era o Verbo. E a palavra estava com Deus. E a Palavra era um Deus.” – é como
um renascimento da antiga teoria das palavras, linguagem ou logos de Artemísia. Steiner
descreve na palestra: “Este acontecimento mundial, o que se revela ser, o que se revela
ser? Revela-se como a Palavra do mundo, como o Logos. O Logos, a palavra cósmica, soa no
calcário que sobe e balança.» (Mystery Creations, GA 232, sexta palestra, p. 86) Esta
substância calcária traz as formas impressas do cosmos para a terra na atmosfera proteica:
surgem as formas animais. Os esqueletos calcários possibilitam a diversidade do reino
animal. Se você estudar as formas do esqueleto, poderá ter uma ideia de como o poder
formativo do Sol funciona na frente e o poder da Lua por trás. Esta a rmação exata surge
novamente no curso de agricultura com a sugestão de que estudando formulários como este
você pode descobrir quais animais você precisa e quantos há em uma fazenda.
As plantas também entram em cena na palestra, pois chegam à terra através da sílica. «A
palavra era inicialmente sólida. A palavra foi inicialmente aquilo que lutou para ser
desvendado. No surgimento dos animais foi revelado algo que precisava ser
desvendado. Como uma pergunta, o reino animal surgiu dentro do calcário. Olhou-se para a
matéria siliciosa: a criatura vegetal respondeu com o que havia assimilado como o ser
sensorial da terra e revelou os enigmas que o reino animal havia apresentado. Foram os
próprios seres que se desvendaram. E o mundo inteiro se torna uma linguagem.” Não é este
desenrolar mútuo no devir macrocósmico da Terra que encontramos novamente no curso
agrícola, onde é enfatizado que os animais fazem parte de um organismo agrícola? O
processo digestivo da vaca, com o resultado da formação do esterco, que depois se torna
fertilizante para as plantas, não é um des amento mútuo entre planta e animal? E essa
conversa íntima entre animais e plantas não é abordada em muitos pontos do curso de
agricultura? Penso que deste exemplo e de muitos outros podemos aprender como o curso
agrícola é expressão de um conhecimento sobre a ligação entre o devir do mundo e o devir do
homem, tal como foi anteriormente cultivado em Éfeso e noutros locais de formação.
Agricultura co-criativa
Há também algo genuinamente novo no curso agrícola. Estas são especialmente as
preparações. Acredito que sejam realmente novas invenções de Rudolf Steiner. Não é que
eles se destaquem como “a novidade” no decorrer do curso. Em vez disso, parecem uma
condensação lógica do que foi dito antes e depois. Eles estão inseridos no decorrer do curso,
na quarta e na quinta das oito aulas. Eles fazem parte do curso e também são compreendidos
e tratados como parte da biodinâmica. Mas até agora não vejo quaisquer precursores ou
modelos para isso, nem nos conhecidos ensinamentos agrícolas das diversas culturas, nem
no conteúdo da sabedoria misteriosa apresentada por Steiner.
A preparação do esterco de chifre foi feita pela primeira vez no instituto de pesquisa
Goetheanum com Ehrenfried Pfeiffer e Guenther Wachsmuth antes do curso. Os chifres de
esterco foram enterrados no inverno de 1923/24 e a agitação foi realizada pela primeira vez na
primavera de 1924. Existem, no máximo, precursores desta preparação na antiga cultura
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indiana. A preparação de sílica de chifre com cristal de quartzo namente moído está muito
alinhada com a abordagem de Steiner em termos de uso de minerais em medicamentos. As
preparações de compostagem que aparecem modestamente em uma única nota antes do
curso,2 são simplesmente tão inovadores na sua composição e também no efeito descrito
que parecem sementes do futuro, formadas na agricultura actual e abrindo-se para o futuro.
O que se concretiza em termos de artesanato com os preparos é um estilo que também está
presente em outras partes do curso. Esta nova agricultura tem uma dimensão em que nós,
como pessoas activas, nos tornamos co-criadores no desenvolvimento futuro da natureza, da
terra e do cosmos, pelo qual nós, humanos, somos conjuntamente responsáveis. A agricultura
biodinâmica é uma agricultura co-criativa.
A universidade hoje
Com a conferência de Natal, a universidade também se restabelecerá como a “alma” da
Sociedade Antroposó ca. Com a universidade, Rudolf Steiner quer desenvolver de uma certa
maneira o antigo conhecimento espiritual das escolas de mistério. Uma forma cientí ca de
conhecimento como ciência espiritual é contemporânea. Isto também deveria fazer parte do
discurso com a comunidade cientí ca do presente. Em particular, tem a ambição de trazer
resultados para a vida prática. O curso agrícola é um excelente exemplo disso. A forma como
o conhecimento é transmitido é diferente de antes. Você não é nomeado, você mesmo se
inscreve como membro. A formação não está mais vinculada a um “lugar sagrado” e não
segue um cânone pré-determinado, mas pode ser adaptada à vida de acordo com a
situação. Isto aplica-se especialmente à formação nas secções especializadas, onde o
percurso formativo está intimamente ligado à prática das áreas da vida.