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Material Teórico
Tensão Admissível nos Elementos de Máquinas
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Tensão Admissível nos
Elementos de Máquinas
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Apresentar ao aluno o conceito de tensão, incluindo as tensões normais e de cisalha-
mento e quais os tipos de tensão atuantes em Elementos de Máquinas .
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Tensão Admissível nos
Tensão
É a razão entre a intensidade da força aplicada num corpo e a área desse corpo
que resiste a essa força.
Força
Tensão = (2.1)
Área
Unidades de medida
[ Força] = N
Área = m²
N
[Tensão=] = Pa
m²
A área resistente de um corpo é a área do corpo que, caso seja alterada, fará
com que a resistência desse corpo à força também seja alterada.
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A unidade de medida de Tensão é o Pascal (Pa), que é obtido pela razão entre
o Newton (N) e o metro quadrado (m²), que também pode ser utilizada como
unidade de medida.
N
1 Pa = 1
m²
N
1 MPa = 1
mm²
= 000000Pa 106 Pa
1 MPa 1=
Explor
Como determinar a tensão atuante num elemento de máquina? O que essa tensão significa?
=A 3=
m X 2m 6m²
Sendo assim, a tensão atuante nesse corpo será obtida dividindo-se a força atu-
ante pela área resistente do corpo, da seguinte forma:
9
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UNIDADE Tensão Admissível nos
Força 600N N
=
Tensão = = 100 2
Área 6m2 m
Ou seja, seria como se fosse aplicada uma força de 100N a cada 1m² de área,
conforme ilustrado na Figura 2:
Tipos de tensão
Pode-se classificar os tipos de tensão que atuam em corpos em 2 tipos:
• Tensão normal (σ);
• Tensão de cisalhamento (τ).
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Sendo assim, o valor da intensidade da tensão normal atuante num corpo pode
ser determinado por meio da equação 2.2.
FN
σ= (2.2)
A
Onde:
σ → Tensão normal
FN → Força normal
A → Área resistente
Unidades de medida
[FN] = N
[A] = m²
N
[σ
=] = Pa
m²
Uma estrutura que está sujeita a esforços de tração é uma típica situação em que
a força atuante é perpendicular à área resistente do corpo. Na tração, a força tende
a “esticar” o corpo, ou seja, aumentar o seu comprimento.
Sendo assim, a tensão atuante nesse corpo, resultado desse esforço de tração,
será uma tensão normal (σ).
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UNIDADE Tensão Admissível nos
Figura 3 – Corpo submetido à ação de uma força normal provocando a tração desse corpo
Fonte: Acervo do Conteudista
b) Compressão
Uma estrutura que está sujeita a esforços de compressão também é uma típica
situação em que a força atuante é perpendicular à área resistente do corpo. Na com-
pressão, a força tende a “comprimir” o corpo, ou seja, reduzir o seu comprimento.
Sendo assim, a tensão atuante nesse corpo, resultado desse esforço de compres-
são, também será uma tensão normal (σ).
Figura 4 – Corpo submetido à ação de uma força normal provocando a compressão desse corpo
Fonte: Acervo do Conteudista
c) Flambagem
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força atuante é perpendicular à área resistente do corpo; porém, nesse caso, a
força tende a “entortar” o corpo, ou seja, tende a flambar.
Sendo assim, a tensão atuante nesse corpo, resultado desse esforço de compres-
são, que causa flambagem na barra, também será uma tensão normal (σ).
Na Figura 5, é possível visualizar uma barra que tem o seu comprimento muito
maior do que a sua área da seção transversal (L>>A) e que está sujeita a um esforço
de compressão que provocou a flambagem da barra.
Figura 5 – Corpo submetido a ação de uma força normal provocando a flambagem desse corpo
Fonte: Acervo do Conteudista
d) Flexão
A flexão é um caso muito especial, pois é uma situação em que a força atuante
NÃO é perpendicular à área resistente do corpo, ou seja, é paralela à área da se-
ção transversal da barra da estrutura; porém, como essa força está a uma distância
“x” do ponto de apoio da barra, o efeito da ação dessa força na área resistente
são esforços combinados de tração e compressão que agem sobre essa área. Esses
esforços são perpendiculares à área resistente da barra e, dessa forma, causam
tensões normais atuantes nela. Mas nesse caso, a força tende a “entortar” o corpo,
ou seja, tende a “fletir” a barra.
Dessa forma, a tensão atuante nesse corpo, resultado desses esforços combina-
dos de tração e compressão aplicados sobre a área resistente da barra, causando a
sua flexão, também será uma tensão normal (σ).
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UNIDADE Tensão Admissível nos
Figura 6 – Corpo submetido a ação de uma força provocando a flexão desse corpo
Fonte: Acervo do Conteudista
A → Área resistente
Unidades de medida
[Ft] = N
[A]= m^2
N
[τ ]
= = Pa
m²
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Situações em que a tensão atuante é a tensão de cisalhamento (τ)
É muito importante conhecer, também, as situações em que ocorrem as chama-
das tensões de cisalhamento.
Uma estrutura que está sujeita a esforços de cisalhamento puro é uma típica
situação em que a força atuante possui direção paralela à área resistente do corpo.
No cisalhamento puro, a força tende a “cortar” ou “cisalhar” o corpo.
Sendo assim, a tensão atuante nesse corpo, resultado da ação dessa força para-
lela à área resistente do corpo, será uma tensão de cisalhamento (τ).
Na Figura 7, é possível visualizar duas placas que estão unidas entre si por meio
de um pino. Ao aplicar a Força F, com direção paralela à área A do pino, o resultado
será o cisalhamento do pino, conforme também pode ser visualizado na Figura 7.
b) Torção
Uma estrutura que está sujeita a esforços de torção também é uma típica situ-
ação em que a força atuante possui direção paralela à área resistente do corpo;
porém, nesse caso, o efeito da força será a torção do corpo, com o consequente
cisalhamento desse corpo.
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UNIDADE Tensão Admissível nos
Caso esse tipo de tensão seja uma tensão normal (σ), o próximo passo é obter o
valor da intensidade da tensão normal atuante no elemento de máquina.
Assim, a princípio, é possível deduzir que, caso a tensão normal atuante na es-
trutura seja menor ou igual ao valor da tensão normal de escoamento do material
(materiais dúcteis) ou da tensão normal de ruptura do material (materiais frágeis), a
estrutura será capaz de suportar o esforço, ou seja:
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O valor da tensão normal que um material suporta, obtido no ensaio de tração, é válido
Explor
Para materiais dúcteis, como o aço, por exemplo, o valor da tensão normal de
escoamento pode ser obtido por meio do ensaio de tração. Para materiais dúc-
teis, esse valor obtido é válido e pode ser utilizado tanto para esforços de tração
como compressão.
Para materiais frágeis, como o concreto, por exemplo, apenas o valor da tensão
normal de ruptura para esforços de tração pode ser obtido por meio do ensaio de
tração. Para obter o valor da tensão normal de ruptura para esforços de compres-
são, é necessário realizar, também, o ensaio de compressão.
Por que deve ser adotado um coeficiente de segurança num projeto de elementos
Explor
de máquinas?
Sendo assim, para evitar problemas futuros, deve-se “corrigir” o valor da tensão
que o material suporta, dividindo-se o valor dessa tensão por um Coeficiente de
Segurança (Cs).
O valor dessa tensão obtida após a correção será chamado de tensão normal
admissível do projeto (σ).
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UNIDADE Tensão Admissível nos
Assim, para materiais dúcteis, o valor da tensão normal admissível será obtido
por meio da equação 2.4:
σe
σ = (2.4)
Cs
Onde:
Cs → Coeficiente de segurança
Unidades de medida
N
[σ=] = Pa
m²
N
[σ=
e] = Pa
m²
[Cs] = Adimensional
Por outro lado, para materiais frágeis, o valor da tensão normal admissível será
obtido por meio da equação 2.5:
σr
σ = (2.5)
Cs
Onde:
Cs → Coeficiente de segurança
Unidades de medida
N
[σ=] = Pa
m²
N
[σ=
r] = Pa
m²
[Cs] = Adimensional
Em outras palavras, como a tensão que o material suporta será sempre dividida
por um coeficiente de segurança maior que 1, o valor da tensão admissível será
sempre menor do que a tensão que o material suportou no ensaio.
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Os resultados desses ensaios são comparados aos resultados dos cálculos teóri-
cos e, dessa forma, é possível estabelecer os valores dos coeficientes de segurança
para cada aplicação.
Há, ainda, situações em que o valor desse coeficiente de segurança a ser utiliza-
do no projeto é definido por meio de normas técnicas, como, por exemplo, eleva-
dores de edifícios, em que um erro pode custar a vida de pessoas.
τ e ≅ 0,6 ⋅ σ e (2.6)
Onde:
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UNIDADE Tensão Admissível nos
Sendo assim, para que sejam evitados problemas futuros, deve-se “corrigir” tam-
bém o valor da tensão de cisalhamento que o material suporta, dividindo o valor
dessa tensão por um Coeficiente de Segurança (Cs).
O valor dessa tensão obtida após a correção será chamado de tensão de cisalha-
mento admissível do projeto (τ).
Cs → Coeficiente de segurança
Unidades de medida
N
[τ=] = Pa
m²
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N
[τ=
e] = Pa
m²
[Cs] = Adimensional
Por outro lado, para materiais frágeis, o valor da tensão de cisalhamento admis-
sível será obtido por meio da equação 2.8:
τr
τ = (2.8)
Cs
Onde:
Cs → Coeficiente de segurança
Unidades de medida
N
[τ=] = Pa
m²
N
[τ=
r] = Pa
m²
[Cs] = Adimensional
Exemplos de Aplicação
Exemplo 2.1
Solução
Logo:
σ
σ = e
Cs
400 MPa
σ =
4
N
=σ 100
= MPa 100
mm2
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UNIDADE Tensão Admissível nos
Exemplo 2.2
Solução
Logo:
σ
σ = e
Cs
σe
Cs =
σ
280Mpa
Cs =
100MPa
Cs = 2,8
Exemplo 2.3
Determinar:
a) Tensão de escoamento ao cisalhamento;
b) Tensão de cisalhamento admissível no Projeto.
Solução
Logo:
τ e ≅ 0,6 ⋅ σ e
τ e ≅ 0,6 ⋅ 280MPa
τ e ≅ 168MPa
22
N
=τ 42MPa
= 42
mm2
Exemplo 2.4
Um cabo de aço possui área resistente de 3,8mm² e sofre a ação de uma força
normal de 10000N. Qual é a intensidade da tensão normal atuante nesse cabo?
Solução
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UNIDADE Tensão Admissível nos
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Mecânica Técnica e Resistência dos Materiais
Leia o capítulo 5 (p. 75-85) e o capítulo 8 (p. 144-8) da obra de Sarkis Melconiam,
intitulada Mecânica Técnica e Resistência dos Materiais, disponível na Biblioteca Virtual
da Universidade.
Elementos de Máquina de Shigley
Leia também o Capítulo 3 da parte 1 (p. 83-135) da obra de Richard G. Budynas e
J. Keith Nisbett, intitulada Elementos de Máquina de Shigley, disponível na Biblioteca
Virtual da Universidade
Vídeos
Resistência dos Materiais - Aula 03 - Diagrama tensão - deformação
Nesse link, está disponível um vídeo bem interessante, que trata da obtenção do
diagrama tensão X deformação.
https://youtu.be/F2Gq3iRX30A
Resistência dos Materiais - Aula 04 - Cisalhamento puro
Nesse link, também está disponível um vídeo que trata do cisalhamento puro.
https://youtu.be/F2Gq3iRX30A
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Referências
BUDYNAS, Richard G., NISBETT, J. Keith. Elementos de Máquinas de Sigley.
10.ed. Porto Alegre: AMGH, 2016.
HIBBELER, Russell C. Resistência dos materiais. 7.ed. São Paulo: Pearson Pren-
tice Hall, 2010.
______. Mecânica técnica e resistência dos materiais. 19.ed. São Paulo: Érica,
2013.
PEREIRA, Celso Pinto Morais. Mecânica dos materiais avançada. Rio de Janei-
ro: Interciência, 2014.
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