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ANDREIA MAIA FERNANDES - ANDCRISTAO@YAHOO.COM.

BR
CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2024

FRATERNIDADE E
AMIZADE SOCIAL
ORAÇÃO DA CF 2024

Fraternidade e Amizade Social


" V ó s sois todos irmã os e irmã s" (cf. Mt 23,8)

Deus Pai,
vós criastes todos os seres humanos
com a mesma dignidade.
Vós os resgatastes pela vida,
morte e ressurreiçã o do vosso Filho, Jesus Cristo,
e os tornastes filhos e filhas, santificados no Espírito.
Ajudai- nos, nesta Quaresma,
a compreender o valor da amizade social
e a viver a beleza da fraternidade humana aberta a todos,
para além dos nossos gostos,afetos e preferências,
num caminho de verdadeira penit ência e conversã o.

Inspirai- nos um renovado compromisso


batismal com a construçã o de um mundo novo,
de diá logo, justiça,igualdade e paz,
conforme a Boa -Nova do Evangelho.
Ensinai- nos a construir uma sociedade solidária,
sem exclusã o,indiferenç a, violência e guerras.
E que Maria, vossa Serva e nossa M ã e,
nos eduque, para fazermos vossa santa vontade.
Am ém!
CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2024
Tema: Fraternidade e Amizade Social
Lema:"Vós sois todos irmãos e irmãs"(cf. Mt 23,8)

CF NA UNIVERSIDADE

Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)


Direção-Geral:
Mons. Jamil Alves de Souza
Secretário-Executivo para as Campanhas da CNBB:
Pe. Jean Poul Hansen
Autores:
Gregory Rial
Diácono Kleiton Fernandes de Oliveira
Diácono Luciano Cavalcanti do Nascimento
Prof. Rodrigo Félix de Araújo Cardoso
Edição:
João Vítor Gonzaga Moura
Gabriel Neves da Cruz
Revisão:
Vinícius Sales
Haru Pereira
Arte do Cartaz da CF 2024:
Samuel Sales
Wanderley Santana
Projeto Gráfico e capa:
Henrique Billygran Santos de Jesus
Diagrama ção:
Keille Lorainne Dourado Silva
Impressão:
Gráfica e Editora Positiva

C748c CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil / Campanha da Fraternidade 2024: CF na Universidade.
Brasília: Edições CNBB, 2023.

.
32p : 14 x 21 cm
ISBN: 978-65-5975-237-9

.
1 Campanha da Fraternidade 2024;
2. CNBB;
3. Fraternidade e Amizade Social.
CDU: 264.342

Edições CNBB
SAAN Quadra 3, Lotes 590/600
Zona Industrial - Brasília-DF
CEP: 70.632-350
Fone: 0800 940 3019 / (61) 2193-3019
E-mail: vendas@edicoescnbb.com.br
.
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1° ENCONTRO:
Amizade Social e Cooperação na Ciência

“A ciência é um grande recurso para a construção da paz!”


( Papa Francisco )

CONTEXTUALIZAÇÃO
0 ambiente universitá rio é um espa ç o propício para o desen-
volvimento da Amizade Social, afinal, ali se encontram expertises
e vozes diversas, que podem auxiliar a sociedade nos diversos
âmbitos e dimensões. A Universidade, pela sua própria natureza, é
uma instituiçã o desde sempre em saída — pelo ensino e extensã o,
coloca em prática aquilo que ensina e aprende,mas,especialmente
na pesquisa científica, tem a oportunidade de tocar a realidade e
transformá - la. 0 progresso científico é uma poderosa ferramenta
de construçã o de pontes, de mitigaçã o dos problemas sociais, de
fortalecimento da coesã o social e de promoçã o do bem comum.
Contudo, nos últimos tempos, tamb ém a ciência foi atingida pelas
disputas ideoló gicas e pelas narrativas de desmoralizaçã o. Algreja
sempre viu na ciência uma aliada para promoçã o da fraternidade e
da justiç a, para a difusã o do conhecimento e para a consolidaçã o
dos direitos humanos. Por isso,discutira Amizade Social, na pers-
pectiva da coopera çã o científica, nos permitirá compartilhar
insights e sonhar futuros possí veis para nossa sociedade a partir
da produçã o de conhecimento que as Universidades,institutos de
pesquisa e pesquisadores promovem todos os dias.

OBJETIVOS
• Refletir sobre o papel da ciência como propulsora da Amiza -
de Social e sobre a superação dos problemas que corroem o
tecido social;
• Discutir os entraves do desenvolvimento científico e tecno-
lógico no Brasil causados pela ausência da Fraternidade;
• Elaborar percursos de cooperação, superaçã o e cura destes
problemas a partir do trabalho coletivo de reflexã o e discussã o.

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RECURSOS NECESS Á RIOS
• Preparar um ambiente acolhedor,que permita o diá logo aber -
to e franco. Uma sugestã o é dispor á s cadeiras em círculo;
• Dispor, no centro da roda, alguns elementos simbólicos para
o encontro: uma foto do Papa Francisco, um exemplar da
Carta Encí clica Fratelli Tutti, o cartaz da CF 2024, algumas
reportagens sobre o desenvolvimento da ciência, algum ele-
mento que recorde o fazer científico e as palavras que serã o
usadas no debate;
• Antecipadamente, imprimir ou escrever em caixa alta, em
folhas de papel A4, as palavras: polarizaçã o ideoló gica, obs-
curantismo religioso, academicismo, distanciamento da re-
alidade e racismo acadêmico;
• Preparar cópias do texto da trilha e das situaçõ es problema
para todos os participantes;
• Folhas de Papel A 4 e pincel atómico para os grupos que serão
formados durante o debate;
• Para o debate, pode ser oportuno convidar algum pesquisa -
dor, professor ou pró -reitor da Universidade que se dedica à
pesquisa científica.

ROTEIRO DE TRABALHO
• Iniciar acolhendo os participantes e agradecendo pela parti-
cipaçã o no encontro;
• Propor uma prece inicial que sirva também de contextualiza -
çã o geral da Campanha da Fraternidade 2024: pode- se fazer
a ora çã o da CF, cantar o hino ou ler o texto bíblico iluminador
(Mt 23,8-12). Pode -se, nesta prece inicial, entoar algum refr ã o
meditativo ou algum salmo ou hino (sugest ões -> refr õ es:
Onde reina o amor, Luz que ilumina os caminhos do amor ; Sal -
mo 26/ 27 - O Senhor é minha luz; Hinos: Luz radiante, luz da
alegria; Glória, louvor e honra a ti, Cristo, Rei redentor);
• Ap ó s a ora çã o, convidar os participantes a se apresentarem,
se for ocaso;
• Explicar brevemente o tema da Campanha da Fraternidade,
sobretudo o conceito de "Amizade Social" a partir da Fratelli
Tutti. Pode -se buscar inspira çã o no Texto -Base da CF 2024;

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• Fazer a leitura do texto da Trilha que expõe os principais pon-
tos a serem discutidos ao longo do encontro. Outra forma
de apresentar o texto é fazer uma apresentaçã o de slides ou
convidar um pesquisador da Universidade para desenvolver
o tema durante alguns minutos;
• Após a apresenta çã o do tema do encontro, dividir o grupo em
duplas, trios ou pequenos grupos, de acordo com a quantida-
.
de de participantes Cada grupo deve discutir por alguns mi-
nutos um dos 5 desafios para o desenvolvimento cientifico e
tecnoló gico do Brasil, apontando um caminho de supera çã o.
Vale lembrar que, para cada um dos desafios, é proposta uma
situaçã o problema, a qual é ponto de partida para a discus-
sã o no grupo;
• Fazer uma apresentaçã o geral das propostas de superaçã o e
abrira discussã o para que os outros grupos opinem e discutam;
• Para concluir a trilha, prop õe-se um gesto concreto, que pode
ser tanto a sugestã o abaixo quanto outra proposta a ser ali-
nhada junto à Universidade ou à comunidade local;
• Encerrar com um momento de ora çã o no qual se celebrem a
unidade dos cristã os e o dom da Fraternidade.

TRILHA
A Encíclica Fratelli Tutti, em seu núcleo, chama a atençã o
para a necessidade de cultivar uma cultura de encontro e de
fraternidade entre todos os seres humanos,independente de suas
origens, culturas, crenças ou ideologias. 0 Documento, publicado
pelo Papa Francisco em 2020, enfatiza a importâ ncia da solida -
riedade, da justiça social e da preocupaçã o com os mais vulnerá -
veis, em especial aqueles que foram marginalizados e excluí dos
da sociedade.
Nesse contexto,a ciência desempenha um papel fundamental
na construçã o de uma Amizade Social autêntica e na promoçã o do
desenvolvimento sustentá vel. A ciência, ao buscar compreender
a realidade objetiva por meio de métodos empíricos e racionais,
pode oferecer respostas fundamentadas para os desafios enfren-
tados pela humanidade, como a mudanç a climática, a pandemia
de doenças infecciosas, a escassez de recursos e a desigualdade
socioeconômica.

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Tendo por base o m étodo científico, é possível transcender
fronteiras geográficas e culturais; construindo, assim, pontes
entre diferentes na ções e povos. A colabora ção internacional em
pesquisas científicas promove a troca de ideias, tecnologias e
recursos, fortalecendo os laç os de solidariedade e fraternidade
entre as pessoas, independentemente de suas origens.
Além disso,a ciência pode desempenhar um papelimportante
no combate aos problemas que afetam diretamente a coesã o social.
Ao estudar as causas das desigualdades e da exclusã o social, a
ciência pode ajudara desenvolver políticas públicas mais eficazes
e direcionadas à reduçã o desses problemas, garantindo o acesso
igualitário aos benefícios do progresso científico e tecnológico.

5 desafios de Fraternidade para a Ciência no Brasil


A ciência brasileira, contudo, enfrenta diversos desafios,
que podem prejudicar seu potencial de ser promotora da Amizade
Social e fortalecedora da coesã o social.
A polariza ção ideológica é o primeiro obstá culo significa -
tivo. Quando a ciência é instrumentalizada para fins políticos, os
debates se tornam acalorados e ideológicos, comprometendo a
cooperaçã o e a objetividade necessá rias para abordar problemas
complexos de maneira eficaz. A polarização pode afastar diferentes
grupos e perspectivas, dificultando a construçã o de consensos
em torno de soluções para problemas sociais e científicos. Isso
pode levar a um cená rio no qual teorias científicas s ó lidas sã o
questionadas ou ignoradas com base em crenças ideoló gicas.
Al ém disso, nesse cenário, pesquisadores sã o desencorajados ou
até mesmo perseguidos pelas conclusões que nã o se alinhem a
determinadas agendas políticas. Essa polarizaçã o compromete a
credibilidade da ciência perante a sociedade, enfraquecendo sua
capacidade de embasar políticas públicas,solucionar problemas e
avançarem prol do bem - estar comum. Ademais, quando a ciência
é utilizada como ferramenta para reforçar divisões ideoló gicas, a
sociedade perde a oportunidade de aproveitar o pleno potencial
do conhecimento científico como agente transformador para o
benefício coletivo.
0 obscurantismo religioso é outro desafio que afeta a
.
ciência Algumas crenças ou doutrinas sã o usadas para rejeitar
ou limitar o avanç o científico, criando barreiras à dissemina çã o

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de conhecimento e à interlocução entre diferentes perspectivas.
É essencial promover um diá logo construtivo entre a ciência e as
religiõ es, reconhecendo que ambos os campos podem contribuir
.
para o bem- estar humano Al ém disso, o obscurantismo religioso
pode restringir o acesso a tecnologias e conhecimentos benéficos,
retardando o progresso e a inovaçã o. Em um mundo cada vez mais
interconectado, é essencial reconhecer que ciência e religião têm
um papel valioso a desempenhar no avanç o da humanidade, sem
comprometera liberdade de crenç a e a autonomia científica.
0 academicismo excessivo é um problema que pode afastar
a ciência da sociedade. Quando a linguagem científica é exces-
sivamente técnica e complexa, torna - se inacessível ou distante
para a maioria das pessoas, dificultando a compreensã o e o enga -
jamento público em temas científicos importantes. Além disso,
a busca por reconhecimento e prestígio acadêmico pode levar os
cientistas a priorizarem a publicação em revistas especializadas ao
invés de se concentrarem em questões relevantes para a sociedade.
Isso resulta em uma desconexão entre a ciência e as necessidades
reais da popula çã o, prejudicando a aplica çã o do conhecimento
científico no enfrentamento de problemas cotidianos e na busca
por soluções para os desafios que a humanidade enfrenta. A fim
de promover um desenvolvimento mais eficaz da ciência, é funda -
mental incentivar uma comunicaçã o mais clara e uma maiorinte -
ra çã o entre cientistas e a sociedade, buscando uma ciência mais
inclusiva, relevante e responsá vel.
0 distanciamento da realidade é um desafio enfrentado pela
ciência quando as pesquisas e estudos se afastam das necessi-
dades reais da populaçã o e deixam de abordar questões urgentes
que afetam diretamente a coesão social.Isso leva a um desperdício
de recursos, tempo e esforços em pesquisas que nã o contribuem
efetivamente para a soluçã o dos desafios reais da humanidade.
Al ém disso, a falta de conexã o com a realidade pode limitar a
motivação dos pesquisadores e desencorajar a participaçã o da
sociedade no processo científico, enfraquecendo a legitimidade
da ciência e sua capacidade de influenciar políticas públicas e
melhorar a vida das pessoas. Portanto, é essencial que a ciência
mantenha um diálogo constante com a sociedade, buscando
alinhar suas pesquisas à s necessidades e demandas do mundo
real, para que possa, de fato, ser um agente transformador em
benefício da humanidade.

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Por fim, o racismo acadêmico é outro problema grave, que
resulta em exclusã o e marginalizaçã o de pesquisadores e estu-
dantes de origens raciais minoritá rias, impedindo o pleno apro-
veitamento do potencial intelectual de toda a sociedade. Além
disso, o racismo acadêmico perpetua desigualdades sociais e
dificulta o desenvolvimento de políticas e soluções que atendam
à s necessidades de toda a populaçã o brasileira. 0 combate ao
racismo na academia é crucial para criar um ambiente inclusivo e
representativo, permitindo que todos os talentos possam contri-
buir plenamente para o avanç o cientí fico do país.
Superar esses desafios requer esforços conjuntos de cien -
tistas,instituiçõ es acadêmicas,governos e sociedade civil.É essen -
cial promover uma cultura científica baseada na transparência,
integridade, diversidade e responsabilidade social, buscando
sempre o benefício coletivo e o bem comum. Quando a Amizade
Social se funde ao desenvolvimento científico, a humanidade pode
aspirar a um mundo mais justo, fraterno e sustentá vel, onde todos
tenham a oportunidade de contribuir e florescer plenamente.

QUESTÕ ES PARA DEBATE


1. Polarização Ideológica: Em uma discussã o sobre a preser-
va çã o do meio ambiente, grupos ambientalistas e setores
da indústria entram em um impasse, cada um defendendo
posiçõ es opostas deforma radical.
• Como podemos incentivar o diá logo construtivo entre dife -
rentes grupos e setores da sociedade para encontrar solu-
çõ es equilibradas e sustentá veis à s questões ambientais?
• Como a ciê ncia pode ser utilizada como uma ferramenta para
buscar consensos e embasar políticas públicas que conci-
liem o desenvolvimento económico com a preservaçã o do
meio ambiente?
2. Obscurantismo Religioso: Em uma comunidade com grande
influência religiosa, lí deres religiosos afirmam que a ciência
é uma amea ç a à f é e à crença no divino, desencorajando seus
membros a buscarem conhecimentos científicos.
• De que maneira podemos promover um diá logo respeitoso
entre a ciência e as religiõ es, mostrando que ambos os cam -
pos podem contribuir para uma compreensã o mais abran-
gente do mundo?

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• Como podemos superar as barreiras impostas pelo obscu-
rantismo religioso para incentivar o acesso à educa çã o cien-
tífica e ao conhecimento fundamentado?
3. Academicismo: Em um ambiente acadêmico altamente
competitivo, pesquisadores priorizam a quantidade de publi-
ca ções em revistas científicas de prestígio em detrimento
da qualidade das pesquisas.
• Como podemos valorizar a qualidade e a relevância das pesqui-
sas acadêmicas emvez de apenas a quantidade de publica ções?
• De que forma podemos estimular um ambiente acadêmico
mais colaborativo, em que a busca pela excel ência científica
esteja alinhada com a responsabilidade social e a aplicabili-
dade das descobertas na sociedade?
4. Distanciamento da Realidade: Em um centro de pesquisa,
os cientistas desenvolvem tecnologias sofisticadas,mas nã o
consideram as condições e necessidades reais da popula çã o
local para a aplicaçã o dessas inovações.
• De que forma podemos garantir que as pesquisas e inova -
çõ es desenvolvidas estejam alinhadas com as necessidades
e demandas da sociedade?
• Como podemos incentivar a colaboração entre cientistas e a
populaçã o, de modo a garantir a aplicabilidade das pesqui-
sas no cotidiano das pessoas?
5. Racismo Acad êmico: Em um processo seletivo para um
programa de pós- gradua çã o, candidatos de origens raciais
minoritárias sã o submetidos a preconceitos e discrimina -
çã o, mesmo tendo qualificações equivalentes aos demais
candidatos.
• Como podemos eliminar o preconceito racial na academia e
garantir uma representa çã o mais diversa e inclusiva de pes-
quisadores e estudantes de origens raciais minoritárias?
• Quais sã o as estraté gias para promover a equidade e a justi-
ça social no ambiente acadêmico, de forma a superar os im-
pactos negativos do racismo no desenvolvimento científico
do Brasil?

PARA MARCAR O PASSO


• Proposta de gesto concreto: reunir e compilar as sugestõ es
apresentadas neste encontro e encaminh á - las para a CAPES,

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autarquia federal responsável pela elabora çã o do Programa
Nacional de Pós-Graduaçã o (PNPG) 2024-2034. As sugestõ es
podem ser enviadas à Associa çã o Nacional de Educaçã o Cató -
lica do Brasil (ANEC) pelo e-mail: ensinosuperior@anec.org.br
ou diretamente à CAPES para: comunicacao@capes.gov.br.
• A fim de concluir o encontro, vamos retomar o ensinamento
do Papa Francisco na Encíclica Fratelli Tutti (n. 203 e 204):

0 diálogo social autêntico inclui a capacidade de respeitar o ponto de


vista do outro, admitindo a possibilidade de que nele contenha convicções
ou interesses legítimos. A partir da pr ópria identidade, o outro tem uma
contribuiçã o a fazer, e é desejável que aprofunde e exponha sua posição
para que o debate público seja ainda mais completo. Sem dúvida, quando
uma pessoa ou um grupo é coerente com o que pensa, adere firmemente a
valores e convicções e desenvolve um pensamento — isso, de uma maneira
ou de outra, beneficiará a sociedade; mas isso só pode ocorrer realmente à
medida que tal desenvolvimento acontecer no diálogo genuíno e na abertura
..
aos outros. ( .)
Atualmente há a convicção de que, além dos progressos científicos
especializados, é necessária a comunicação interdisciplinar, uma vez que a
realidade é uma só, embora possa ser abordada sob distintas perspectivas e
.
com diferentes metodologias Nã o se deve ocultar o risco de um progresso
científico ser considerado a única abordagem possível para se entender um
aspecto da vida, da sociedade e do mundo. Ao contrário,um investigador que
avanç a frutuosamente na sua análise, mas está de igual modo disposto a
reconhecer outras dimensõ es da realidade que investiga, graças ao trabalho
-
de outras ciências e conhecimentos, abre se para conhecer a realidade de
maneira mais integra e plena.

• Como prece final, sugerimos a oraçã o conclusiva da Encíclica


Fratelli Tutti, denominada "Ora çã o ao Criador". Cada partici-
pante do encontro pode apresentar sua intenção. Ao fim, pode -
- se rezar a ora çã o do Pai-Nosso. Se for oportuno, pode - se
cantar ou ouvir a música “Duas asas” (Celina Borges).
Senhor e Pai da humanidade,
que criastes todos os seres humanos com a mesma dignidade,
infundi nos nossos corações um espírito de irmã os.
Inspirai- nos o sonho de um novo encontro,
de diálogo, de justiça e de paz.

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Estimulai- nos a criar sociedades mais sadias
e um mundo mais digno,
sem fome, sem pobreza, sem violência,sem guerras.
Que o nosso coraçã o se abra
a todos os povos e naçõ es da terra,
para reconhecer o bem e a beleza
que semeastes em cada um deles,
para estabelecer la ç os de unidade, de projetos comuns,
de esperanças compartilhadas. Amém!

SE LIGA A í!
Sobre a rela çã o entre f é e ciência:
SÃ O JO Ã O PAULO II. Carta Encíclica Fides etRatio: sobre as rela -
.
çõ es entre f é e razã o (Encí clicas). Roma,14 de setembro de 1998.
CASTRO, Roberto Carlos de. Cristianismo e ciência: da integraçã o
.
entre razã o e f é ao obscurantismo Jornal da USP. Sã o Paulo,7 out.
2021. Disponível em: https:// jornal.usp.br/artigos/cristianismo -
-e-ciencia - da -integracao- entre-razao-e-fe - ao - obscurantismo /.
Acesso em: 6 set. 2023.
Documentário “0 diá logo entre f é cristã e ciência no Brasil" -
https:// www.youtube.com/ watch?v=XJNlAChJIWc
Ví deo "Fé e razã o podem caminhar juntas?”
-https:// www.youtube.com/watch?v=cDrXDDQ 005 g
M úsica “Duas Asas” (Celina Borges)
- https:// www.youtube.com/ watch?v=pcXQOOXpNqU
PELEGRINI,Tatiane; FRANÇA,Marco TúlioAniceto.Endogenia acadê-
mica: insights sobre a pesquisa brasileira. Portal de Revistas da
USP. 9 dez. 2020,vol. 50, n. 4. Disponível em: https:// www.revistas.
usp.br/ee/article/view/165272. Acesso em: 6 set. 2023.
CORREIA, Carol. Por uma ciência negra e feminina. Conexão UFRJ.
19 nov. 2019. Disponível em: https://conexao.ufrj.br/ 2019/ll/por-
- uma -ciencia -negra - e-feminina /. Acesso em: 6 set. 2023.
DINIZ, Isis. A p ós- gradua ção no Brasil: evolução e desafios.
Observatório de Políticas Científicas. 11 jan. 2023. Disponível em:

li
https://iqc.org.br/observatorio /artigos/educacao/a - pos - gradu -
acao-no - brasil-evolucao-e -desafios/. Acesso em: 6 set. 2023.
SAYURI, Juliana. Os problemas da p ó s- graduaçao no Brasil: E a
importâ ncia da ciência. Nexo. 21 abr. 2019 Disponível em: https://
www.nexojornal.com.br/reportagem/ 2019/ 04/ 21/ 0 s- problemas -
da - p % C 3 % B 3 s - g radua % C 3 % A 7 % C 3 % A 3 o - no - Brasil.- E - a -
import%C3%A 2ncia- da -ci%C3%AAncia. Acesso em: 6 set. 2023.

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2° ENCONTRO:
Política como mais alta expressão
da Caridade

"Se eu falasse as línguas dos homens e as dos anjos,


mas não tivesse amor; eu seria como um bronze
que soa ou um címbalo que retine”
(.lCorl 3,l )

CONTEXTUALIZAÇÃO
0 regime democrá tico exige mudanças necessárias na
.
dimensã o social Se a meta a ser alcanç ada é o desenvolvimento
integral, a política deve ser organizada no sentido de oferecer
oportunidades iguais a todos os homens e mulheres. 0 retrato do
desemprego e do subemprego; da pobreza, da miséria e da fome;
da falta de moradia, de educa çã o e de saúde; da precariedade e
da vulnerabilidade de milhões de trabalhadores; da violência e do
ó dio, é uma situa çã o preocupante em nosso País. 0 regime polí -
tico atual no Brasil precisa ser repensado por homens e mulheres
.
comprometidos com a vida humana Hoje, o poder é a meta
daqueles que querem ter em suas mã os o povo e, para isso, lutam
a fim de que este seja, cada vez mais, uma massa de manobra.
Usam o dinheiro público para conseguir o poder, empobrecendo e
escravizando o povo.
Na Encíclica Populorum Progressio, em 1967, Sã o Paulo VI
afirmou que “o desenvolvimento é o novo nome da paz”. Nã o bastam
o progresso técnico e o crescimento económico por si. Nã o basta
aumentar a produçã o de bens e serviç os. Essas medidas devem
caminhar juntas, empenhadas em distribuir, de maneira justa,
.
tudo o que é produzido pelo trabalho humano A humanidade, que
parece caminhar em alguns momentos por uma via de desuma -
nizaçã o e alienação das pessoas, marcada por antropologias que
apresentam uma visã o reducionista,as quais ignoram totalmente
a realidade social, é convidada a posicionar a história e as rela -
ções humanas nos trilhos da Fraternidade. 0 que o Papa Francisco
fala da Fraternidade vem do Altíssimo. Pois é o reconhecimento

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da paternidade de Deus que faz todos irmã os e irmãs em um único
Pai. É uma forma de relaçã o que visa ao bem reciproco de todos,
sem nada perder de si e sem nada tirar dos outros. Para os cris-
tã os, é necessá rio viver o amor, pois, na relaçã o entre Deus e a
pessoa humana, existe reciprocidade; nã o troca, nem comando,
mas, sim, liberdade. Dai Sã o Paulo dizer, na Primeira Carta aos
Coríntios 13,13: "Atualmente permanecem estes três: a f é, a espe-
rança, o amor. Mas o maior deles é o amor”.
Para que possamos estar atentos às ciladas que o mundo
moderno oportuniza a todos os povos cristã os ou nã o, é preciso
refletir sobre o que pode melhorar para o nosso povo que sofre
miséria,fome, desemprego e falta de moradia digna. Pensando no
Povo de Deus, levantamos as seguintes hip óteses: Como ser sal
da terra e poder ajudar, pela caridade, aquele que precisa? De que
forma a Universidade pode intervir no discurso da política como
expressã o da caridade e do amor?
Convidamos, neste encontro, a sentir e perceber que hoje é
tempo de viver o sonho inscrito na natureza humana, de abrir-
- se aos outros e de caminhar juntos, de construir e de realizar
projetos comuns para o bem pessoal e de toda a humanidade.

OBJETIVOS
• Contextualizar e refletir sobre os desafios da política como
mais alta expressã o da caritas (caridade, amor);
• Promover na Universidade a busca de um diá logo respeitoso,
fraterno e caridoso, a fim de favorecer os estudantes, pro -
fessores e colaboradores com uma comunicaçã o saudá vel,
acerca da política como expressã o mais alta da caridade;
• Incentivar e promoveriniciativas de reconciliaçã o entre pes-
soas, famílias, comunidades, grupos e povos.

RECURSOS NECESSÁ RIOS


• Exemplares do subsídio “CF na Universidade" para os
participantes;
• Folhas sulfite A 4 e canetas para a atividade de grupo;
• Cartolinas e pincéis permanentes para os grupos de estudo;
• Notebook, Datashow e caixas de som.

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ROTEIRO DE TRABALHO
• Realizar um momento de acolhida do grupo;
• Proporcionar um momento de ora çã o de forma ecum é nica;
• Vivenciar o tempo de escuta dos participantes.

TRILHA

Política como mais alta expressã o da Caridade -


Para quem e com quem?
“ Envolver-se na Pol ítica é uma obriga çã o para os cristã os.
N ós, cristã os, n ã o podemos nos fazer de Pilatos e lavar as m ã os.
N ã o podemos! Devemos nos envolver na pol ítica, porque a pol ítica
é uma das formas mais elevadas da caridade, porque ela procura
o bem comum. Os leigos cristã os devem trabalhar na política.
A política está muito suja, e eu me pergunto: está suja por qu ê?
Por que os cristã os n ã o se envolveram nela com espí rito evang é -
lico? É uma pergunta que eu fa ço. É f á cil dizer que a culpa é dos
outros... Mas eu, o que eu fa ço? Isto é um dever! Trabalhar pelo
bem comum é um dever cristã o”.1
• Io Passo: Convidar para essa reflexã o, representantes estu -
dantis e docentes presentes na comunidade universitá ria.
• 2o Passo: Preparar um espa ço para a reflexã o, a fim de in -
teragir na roda de conversa, visando refletir sobre a realida -
de da comunidade universitá ria. Através da crítica reflexiva,
propor caminhos pelos quais devemos chegar à fraternidade
e à caridade.

QUESTÕES PARA DEBATE


A misericó rdia é a plenitude da caridade, é o movimento
de sair de si mesmo. N ã o é apenas sentimento, é també m a çã o.
Necessita de pés que vã o em busca, de m ã os que levantem e
de cora çã o que acolha . Os pés, as m ã os e o cora çã o de Deus se
fizeram a çã o na pessoa de Jesus de Nazaré, que, vendo as pessoas,

1 FRANCISCO. Respostas às Perguntas dos representantes das escolas dos jesuítas na Itália
e na Albânia. (Discursos). Sala Paulo VI, 7 de junho de 2013.

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“encheu- se de compaixã o por elas, porque estavam cansadas e
abatidas, como ovelhas que nã o têm pastor” (Mt 9,36).
No Brasil, vivenciamos, nos últimos meses, as dificuldades
enfrentadas pelo povo, muitos irmã os cristã os no individualismo,
nã o buscaram e não estão buscando um diá logo discernido na
Palavra de Deus acerca da política como expressã o da caridade.
0 que precisamos é uma política de fraternidade e de caridade,
arraigada na vida do povo.
Portanto, surge a necessidade de favorecer a unidade
fraterna, a fim de fazer emergir o diálogo e a comunhã o entre
todos. A partir dos seguintes questionamentos: “Como ser sal
da terra e poder ajudar pela caridade aquele que precisa? De que
forma a Universidade pode intervir no discurso da política como
expressã o da caridade?” lançamos mã o dos seguintes passos.
• 3o Passo: É o momento de fazer um resumo das discussões
realizadas, nele serã o apresentados os encaminhamentos
propostos e idealizada uma a çã o concreta.
• 4o Passo: 0 mediador realizará uma síntese das discussões,
mostrando os pontos mais relevantes e críticos. Os membros
da Pastoral Universitária, no intuito de agir evangelizando,
poderã o propor uma atividade celebrativa a todos os envolvi-
dos na comunidade universitária .
PARA MARCAR O PASSO

Política é também uma forma de caridade


“É caridade acompanhar uma pessoa que sofre, mas é cari-
dade também tudo o que se realiza — mesmo sem ter contato
direto com essa pessoa — para modificar as condiçõ es sociais que
provocam o seu sofrimento. Alguém ajuda um idoso a atravessar
um rio e isso é caridade primorosa; mas, se o político lhe constrói
uma ponte, isso também é caridade. É caridade se alguém ajuda
outra pessoa fornecendo - lhe comida, mas se o político lhe cria um
emprego, exerce uma forma sublime de caridade, que enobrece a
sua a çã o política" (FT, n. 186; cf. lRs 8,41- 44).

16
Tenha misericórdia do teu próximo
0 Deus de Israel falou, a Rocha de Israel me disse: "Quem
governa os homens com justiça, quem governa no temor de Deus
é como a luz da aurora ao nascer do sol, numa manhã sem nuvens;
- .
por seu brilho após a chuva brota a erva da terra” (2Sm 23,3 4)

PARA ASSISTIR E REFLETIR


Vídeo “A POLÍTICA É A FORMA MAIS PERFEITA DA CARIDADE"
(Papa Francisco)
Acessar link: https:// www.youtube.com/ watch?v=RwNXOyubDeA
Vídeo: DIVINA CARIDADE I Espetá culo Música Legionária 2017
(AO VIVO)
Acessar link: https://www.youtube.com/watch?v=0EUP0FPWfYU&t=46s

ORAÇÃO DE SÃO FRANCISCO


Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ó dio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdã o;
Onde houver disc órdia, que eu leve a uniã o;
Onde houver dúvida, que eu leve a f é.
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, fazei que eu procure mais:
Consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se vive para a vida eterna.
Am ém.

17
SE LIGA A í!
• FERREIRA, Arthur Vianna. Política é forma elevada de carida -
de. In : Inquietude. Belo Horizonte, ano XV, n. 87, abr. a ago.
2016. Disponí vel em: https://agostinianos.org.br/ wp - con -
tent/uploads/ 2020 /12/inquietude- 87.pdf. Acesso em: 13 jul.
2023.
• FRANCISCO. Política é forma elevada de caridade.In : Inquie-
tude. Belo Horizonte, ano XV, n. 87, abr. a ago. 2016. Dispo-
nível em: https://agostinianos.org.br/ wp - content /uploa -
ds/ 2020/12/inquietude- 87.pdf. Acesso em: 13 jul. 2023.
• GONÇALVES, Alfredo José. A política é a forma mais perfeita
da caridade. 0 Sã o Paulo, 27 jul. 2022.
• MOREIRA, Júnior. Estudo sobre a Encí clica Fratelli Tutti. Blog
Camilianos. 18 nov. 2020. Disponível em: https://edico -
escnbb.info/45NfpJE. Acesso em: 13 jul. 2023.
• INSTITUTO HUMANITAS. Política como expressã o viva de ca -
ridade. CEBI. 20 abr. 2017. Disponível em: https://cebi.org.br/
biblia /espiritualidades/politica - como - expressao - viva - de -
- caridade/. Acesso em: 13 jul. 2023.

18
3° ENCONTRO:
Casa Comum e os desafios das sombras
de um mundo fechado

" De fato, toda a criação espera ansiosamente


a revelação dos filhos de Deus; pois a criação foi sujeita
à vaidade, não por seu querer, mas por dependência
daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria
criação seja libertada da escravidão da corrupção,
em vista da liberdade da glória dos filhos de Deus.
Com efeito, sabemos que toda a criação, até o presente
está gemendo como que em dores de parto”
( .Rm 8,19-22 )

CONTEXTUALIZAÇÃO
A expressã o “Casa Comum" foi popularizada pelo Papa
Francisco em sua Encíclica Laudato Si’, lanç ada em 2015. Nesse
Documento, o Papa aborda os desafios ambientais e sociais que
enfrentamos como habitantes do planeta Terra, destacando a
necessidade de cuidarmos da nossa "casa" coletiva. A metáfora da
Casa Comum nos lembra de que todos compartilhamos o mesmo
lar e somos responsáveis por preservá - lo para as geraçõ es futuras.
No entanto, apesar do apelo por uma visã o global de solidarie-
dade e cuidado, nosso mundo muitas vezes enfrenta as sombras
de um sistema fechado. As sombras sã o as consequ ências nega -
tivas de um modelo económico e social que prioriza o lucro e a
exploraçã o desmedida dos recursos naturais, sem considerar os
limites do planeta e o bem - estar das pessoas.
Uma dessas sombras é a crise ambiental, com o aumento das
mudanç as climáticas, a destruiçã o de ecossistemas e a perda da
biodiversidade. A exploraçã o predatória dos recursos naturais e
a poluiçã o causada pelas atividades humanas têm um impacto
devastador na Casa Comum, afetando a vida de milhõ es de seres
humanos e outras formas de vida no planeta.
Outra sombra é a desigualdade social, que se manifesta
em diferentes níveis, seja entre países, regiões ou dentro das

19
próprias na ções. Enquanto alguns desfrutam de uma abun-
dância de recursos e oportunidades, muitos outros sofrem com
a pobreza, a fome e a falta de acesso a serviç os bá sicos como
educa çã o e saúde. Essa desigualdade é uma ferida aberta na Casa
Comum, minando a ideia de fraternidade e solidariedade que o
Papa Francisco tanto enfatiza.
Al ém disso, o mundo fechado é marcado por conflitos e
guerras, nos quais prevalecem interesses políticos e econó -
micos em detrimento da paz e da harmonia entre os povos. Esses
conflitos nã o apenas geram sofrimento humano, mas também
têm impactos ambientais devastadores, como a destruiçã o de
ecossistemas e o deslocamento forç ado de populaçõ es.
Diante desses desafios, o chamado do Papa Francisco para
a Amizade Social ganha ainda mais relevância. A Amizade Social
nos convida a transcender as sombras de um mundo fechado,
buscando a abertura para o diálogo, a colabora çã o e a cooperaçã o
entre indivíduos, comunidades e na çõ es.
Para alcançar uma Casa Comum mais justa e sustentável, é
fundamental repensarmos nossos valores e práticas,promovendo
uma cultura de cuidado, respeito e responsabilidade com o meio
ambiente e com todas as formas de vida.Isso envolve a adoçã o de
políticas públicas que protejam o meio ambiente, o investimento
em fontes de energia limpa, o combate à desigualdade social e o
fomento a uma cultura de paz e cooperaçã o.

OBJETIVO GERAL
• Refletir sobre as sombras geradas pela falta de cuidado da
Casa Comum, abordando suas causas e relacionando -as com
a proposta do Papa Francisco de Amizade Social.

RECURSOS NECESSÁ RIOS


• Có pias dos textos de referência da trilha (é possível compar -
tilhar o texto da trilha digitalmente com os participantes);
• Link dos vídeos a serem exibidos presencialmente ou, caso
seja encontro virtual, a serem compartilhados;
• Deixar exposto o Cartaz da Campanha da Fraternidade 2024.
Caso se trate de encontro virtual, espelhar na tela do compu-
tador ou utilizar outro equipamento multimídia.

20
ROTEIRO DE TRABALHO
• Realizar um momento de acolhida do grupo com alguma di-
nâmica de apresentaçã o, destacando, por exemplo: nome,
curso, se tem alguma experiência de participa çã o na comu -
nidade que frequenta, expectativa em rela çã o ao encontro;
• Realizar um momento de oração de forma ecuménica, com a
leitura de alguma passagem bíblica,de preferência o Evangelho
(Sugestões: Gn 1,26-27; SI 104,24-30; Cl 1,15 -17; Rm 8,19- 22);
• Observar o cartaz da Campanha da Fraternidade 2024 e fa-
zer os seguintes questionamentos: Que relações podemos
estabelecer entre as citaçõ es bíblicas sugeridas e o que nos
prop õe o cartaz da CF 2024? Considerando a realidade do
ambiente universitá rio em que estamos, que opçõ es acadê-
micas podem ser aproveitadas para melhor viver e se com -
prometer com a CF 2024?
• Entrar no tema proposto com uma breve abordagem a par -
tir da leitura de contextualização e/ou algum vídeo que faça
esse papel introdutório e depois abordar a trilha (https://
www.youtube.com/watch?v=F7KMRuPWCrQ);
• Após a leitura da trilha, fazer uma roda de conversa na qual
cada um poderá partilhar suas impressõ es. Logo depois,faz-
- se a leitura da situa ção problema para motivar o debate.
• Concluir a atividade solicitando que cada um diga, em uma
palavra, o que lhe marcou no encontro de hoje, em seguida
faz uma ora çã o final de a çã o de graç as (pode ser a Ora çã o da
CF 2024, na contracapa).

TRILHA

Amizade social e casa comum


A Amizade Social refere -se à conexã o e interaçã o entre as
pessoas em uma sociedade.É a relaçã o de amizade e camaradagem
que se desenvolve entre indivíduos que compartilham interesses,
valores e experiências em comum. AAmizade Social é fundamental
para o bem-estar humano, pois promove o apoio emocional, a soli-
dariedade, a colaboraçã o e a sensação de pertencimento.
A Amizade Social desempenha um papel importante na
construçã o de comunidades saudá veis e no fortalecimento dos

21
laç os sociais. Ela pode ocorrer em diferentes contextos, como no
trabalho, na escola, em grupos religiosos, em atividades recre-
ativas, entre outros. Ao cultivar amizades sociais, as pessoas
podem encontrar apoio, compreensão e felicidade em suas vidas.
Casa Comum: 0 termo "Casa Comum" é frequentemente
utilizado para se referir ao planeta Terra, ao nosso meio ambiente
compartilhado. Ele enfatiza a ideia de que todos nós,independen-
temente de nossas diferenç as individuais, habitamos no mesmo
lar e somos responsáveis pela sua preservaçã o.
A rela çã o entre Amizade Social e Casa Comum está no fato
de que ambos os conceitos destacam a importância das relaçõ es
humanas e do cuidado com o meio ambiente. Cultivar a amizade
social fortalece os laços de solidariedade entre as pessoas,
promovendo uma sociedade mais justa e equitativa. Ao mesmo
tempo, reconhecera Terra como nossa Casa Comum nos lembra da
necessidade de proteger e preservar o meio ambiente, adotando
prá ticas sustentá veis e conscientes.
Em resumo, Amizade Social e Casa Comum sã o conceitos
que nos convidam a valorizar as relações humanas e a cuidar do
meio ambiente, buscando um mundo mais justo, sustentá vel e
harmonioso.

SITUAÇÃO-PROBLEMA

A Escassez de Recursos em um Mundo Fechado


Em uma pequena comunidade agr í cola, situada em uma
regiã o cercada por florestas e rios, os moradores enfrentam
uma grave crise ambiental e social. A exploraçã o descontrolada
dos recursos naturais, tanto pela comunidade local quanto por
grandes empresas, tem resultado em desmatamento, poluiçã o
dos rios e destruiçã o dos habitats naturais. Al ém disso, a falta de
políticas de proteçã o ambiental e a negligência das autoridades
contribuem para agravar a situaçã o.
A escassez de recursos naturais essenciais, como á gua
potável e terras f érteis para agricultura, tornou-se um desafio
diário para os moradores. As fontes de renda tradicionais, base -
adas na agricultura e na pesca, estã o amea çadas pela degrada çã o
ambiental, deixando muitas famí lias em situaçã o de vulnerabili-
dade e pobreza.

22
A comunidade tamb ém enfrenta problemas de desigualdade
social,pois algumas famí lias, com mais recursos financeiros,têm
maior influência sobre as decisões locais, o que muitas vezes leva
a decisões que beneficiam apenas alguns em detrimento do bem -
- estar coletivo.
Essa situaçã o está criando tensões entre os moradores, com
conflitos frequentes e divisões na comunidade. Alguns defendem
a explora çã o intensiva dos recursos naturais como forma de
obter lucros imediatos, enquanto outros alertam sobre os riscos
ambientais e buscam alternativas sustentá veis.
Diante desse cená rio, a comunidade está em busca de solu-
ções para enfrentar os desafios das sombras de um mundo fechado.
Essa comunidade precisa enfrentar os desafios da degra -
da çã o ambiental e da desigualdade social, buscando caminhos
que levem à sustentabilidade, justiça social e fraternidade. Será
necessário um esforç o conjunto, com diálogo, coopera çã o e ações
conscientes para construir um futuro mais justo e responsável
com a Casa Comum, que todos compartilham.

QUESTÕES PARA DEBATE


Como essa histó riailumina nossas reflexões? Podemos pensar
em, por exemplo:
• Como promover a uniã o e a solidariedade entre os morado -
res, superando divisões e interesses individuais?
• Como podemos conciliar o desenvolvimento econó mico com
a preserva ção do meio ambiente?
• Quais as rela çõ es que podemos estabelecer entre essa hist ó -
ria o lema da CF 2024?
• Como garantir que todas as pessoas tenham acesso a recur-
sos bá sicos e oportunidades de desenvolvimento?
• Como promover a uniã o e a solidariedade entre os morado-
res, superando divisões e interesses individuais?
Siga a trilha e boa discussã o!

PARA MARCAR O PASSO


• Rezar a ora çã o da Campanha da Fraternidade 2024 (no
contracapa).

23
• Caso os participantes queiram, podem [ j]Hj
enviar um feedback sobre as impressõ es
que o encontro proporcionou através do
QRCode:
»
• Levar para a vida o conceito da Amizade
Social, buscando viver a alteridade, a soli-
-
dariedade, construindo pontes que levem L líír
ao diá logo,ao encontro uns com os outros,
.
à promo ção da justiça e da paz

SE LIGA Aí!
Dicas de aprofundamento do tema.
• Pandemia, um evento global. Repensar o futuro da casa comum
a partir da Encíclica Fratelli Tutti.
https:// www.youtube.com/ watch?v=P- 53YIZdRCQ&t=16s
• FRANCISCO. Carta Encíclica Fratelli Tutti : sobre a fraterni-
.
dade e a amizade social (Documentos Pontifícios, 44). Bra -
sília: Edições CNBB, 2020.
• Laudato Si: o urgente desafio de protegera nossa casa comum.
https:// www.youtube.com/ watch?v=- COSS_YOfTQ

24
4o Encontro:
Amizade Social e Economia
de Francisco e Clara

“ Vendiam suas propriedades e seus bens e repartiam


o dinheiro entre todos, conforme a necessidade
de cada um. Perseverantes e bem unidos,frequentavam
diariamente o templo, partiam o pão pelas casas
e tomavam a refeição com alegria e simplicidade de coração.
Louvavam a Deus e eram estimados por todo o povo.
E, cada dia, o Senhor acrescentava a seu número
mais pessoas que eram salvas”
{ At 2,45 -47 ).

CONTEXTUALIZAÇÃO
Estamos diante de temas desafiadores e indispensá veis que
marcam deforma singular o mundo de hoje, exigindo uma tomada
de posiçã o frente ao contexto social e econ ómico. De fato, notam -
-se muitos sinais de que “o tecido social está esgarçado e a convi-
vência humana ameaç ada pela indiferenç a, pelo armamentismo,
pela agressividade e violência, pelo ass é dio moral e sexual, pelas
práticas de bullying, pela corrup çã o, pelo aborto, pela eutanásia,
pela devastaçã o ambiental, pelo trá fico e consumo de drogas, pelo
feminicídio, pela miséria e pela fome de 33 milhões de brasileiros,
pela intolerância religiosa, pelas invasõ es e guerras e seus refu-
giados, pelo trabalho escravo...".2
Essas situações (e outras, as retic ências ao final da cita çã o
nos chamam atençã o nã o apenas para a amplitude e comple-
xidade do que se quer afirmar, mas, sobretudo, para a urgência
que requerem) estão presentes na vida social. Faz -se necessário
compreendê - las no contexto da Amizade Social e da Economia, na
medida em que a indiferença para com o próximo e um ambiente
econ ómico competitivo e excludente — no qual tudo vira merca -
doria ou ativo financeiro — nã o podem levara situações distintas

2 HANSEN, Jean Poul. CF 2024: Fraternidade e Amizade Social: “Vós sois todos irmãos e ir-
mãs” (Mt 23,8). Briefing. Brasília, DF: Setor Campanhas da CNBB, 2023, p. 4.

25
daquelas que foram elencadas. Se, por um lado, precisamos
entender que a Amizade Social é um conceito mais alargado e
não simplesmente algo que esteja vinculado a um sentimento
provindo de uma ef émera rela çã o entre pessoas, por outro lado,
precisamos entender que a Economia n ã o pode ser um apaná gio
de um grupo de especialistas que definem a cobrança de
impostos, a elabora çã o dos or çamentos com as receitas públicas
e a sua distribuiçã o, sob a influência e os interesses do mercado
e de seus valores sociais, como algo que tem vida por si mesmo.
Tais decisões geram consequências na qualidade da convivência
humana em seus mais diversos aspectos: culturais, ambientais,
subjetivos, espirituais. Um exemplo bastante típico disso está
no modo como se formou, há décadas, a dívida pública em nosso
país, em como tem sido gerida e nas implicaçõ es produzidas por
este gerenciamento, especialmente em rela çã o ao pagamento de
juros, amortizações e o refinanciamento de valores. Esse sistema
causa cada vez mais desigualdades sociais pela falta de investi-
mentos em políticas públicas que atendam, sobretudo, aos mais
vulnerá veis socialmente. Tal l ó gica de construçã o da dívida e de
pagamento de seus encargos por meio dos orç amentos pú blicos
prioriza o capital improdutivo — conceito criado pelo professor de
Economia da PUC-SP,Ladislau Dawbor — quefazo dinheiro migrar
do trabalho como fonte de riqueza nos processos produtivos,
fundamentais para a eleva çã o dos níveis de emprego e renda,para
aplica çõ es financeiras, como títulos da dívida pública, que geram
lucros e riqueza para grandes investidores, subtraindo- se para tal
as receitas pú blicas, que nã o sã o aplicadas em verdadeiros inves-
timentos sociais como educaçã o, habitaçã o, saúde, saneamento
e pleno emprego, entre outros essenciais à vida digna.
Diante disso, a CF 2024, ao trazer à tona a Amizade Social
e a Fraternidade, quer tamb ém nos alertar e comprometer com
a ções e compromissos que nos façam melhor compreender o que
vem a ser Amizade Social e Fraternidade. É preciso compreender
ainda que tudo está interligado, que existe uma totalidade, daí
nã o podermos dissociara Economia de nenhum outro conceito ou
área do conhecimento. A propósito, este é o quinto dos dez princí-
pios da Economia de Francisco e Clara: “Cremos que a supera ção
da crise se dá por caminhos onde tudo está interligado,inclusive
as soluçõ es diante da crise socioambiental que possuem impli-
ca ções ambientais, sociais, económicas, distributivas, políticas

26
e que afetam principalmente os empobrecidos, os povos origi-
nários e tradicionais" (cf. LS, n. 25). 0 décimo princípio, por sua
vez, destaca: "Cremos na solidariedade e no clamor dos povos”.
Logo se vê que o princípio da solidariedade, um dos pilares da
Doutrina Social da Igreja, está pressuposto na Amizade Social,
considerando o contexto mais amplo pelo qual este tema deve
ser entendido. Quanto a isso, seria oportuno lembrar algumas
das afirmaçõ es que o Papa Francisco apresenta sobre a Amizade
Social. Elas nos permitem melhor compreender seu significado:
Amizade Social é “amor que ultrapassa as barreiras da geografia
e do espa ç o" (FT, n. 1); Amizade Social é a nossa "voca çã o para
formar uma comunidade feita de irmã os que se acolhem mutua-
mente e cuidam uns dos outros" (FT, n. 96).
Este, pois, é o contexto no qual queremos desenvolver este
.
encontro A partir da Palavra de Deus, queremos iluminar nosso
estudo e tomar as decisõ es necessárias para nos comprome-
termos na efetiva direçã o a que a CF 2024 nos convida: Construir
e cultivar uma Amizade Social como expressã o de Fraternidade,
sinal do Reino de Deus no hoje, o qual um dia haveremos de viver
em plenitude.

OBJETIVOS
• Analisar como a Amizade Social e a Economia estã o relacio -
nadas, de modo a propiciar a superaçã o das desigualdades
sociais;
• Redescobrir a Palavra de Deus como iluminaçã o para com -
preender a Economia e a Amizade Social enquanto elemen -
tos indissociáveis, com vistas a uma sociedade mais justa e
fraterna;
• Propor atividades e investigações, como pesquisas de opi-
niã o, que propiciem melhor compreender o que pensam as
pessoas sobre a rela çã o entre Amizade Social e Economia;
• Identificar, em documentos Sociais da Igreja ( Fratelli Tutti,
Laudato Si’, Catecismo da Igreja Católica e Compêndio da
Doutrina Social da Igreja), elementos que contribuam para a
compreensã o da ligaçã o que há entre Amizade Social e Eco -
nomia e de suas implicações para uma sociedade mais justa
e fraterna.

27
RECURSOS NECESSÁ RIOS
• Cartaz da Campanha da Fraternidade 2024 (físico ou virtual,
exibido na tela do computador);
• Texto da trilha para leitura dos participantes e posterior
discussão;
• Pesquisa de opiniã o, a partir da sugestã o pro - m
im
posta no QR Code indicado ao lado, para ser
aplicada a estudantes, professores,funcioná -
rios t écnicos administrativos e terceirizados.
• Vídeos do Papa Francisco que tematizam a
Amizade Social e a Economia de Francisco e Clara.
^
• Site da Economia de Francisco e Clara: francescoeconomy.org
• Vídeo com Ladislau Dowbor: https:// www.youtube.com/
_
watch?v=P R- ezRH Ry 4&t=158 s.

ROTEIRO DE TRABALHO
• Escolheralguém do grupo para coordenare outro para secre-
tariar (fazer os registros).
• Realizar um momento de ora çã o de forma ecum énica com a
leitura de alguma passagem bíblica, de preferência o Evan-
gelho (Sugestõ es Pr 17,17; Mt 19,16 - 30; 23,8; 19, 16-30; 6,21;
At 45,47b; Jó 22,1-10;Is 5,8; Am 8,4-7).
• Ora çã o da Campanha da Fraternidade no início ou ao final do
encontro.

TRILHA
A Economia nã o é simplesmente números. A prop ósito,
a palavra Economia deriva do grego oikonomía: oikos [casa,
moradia] e nomos [administraçã o, organizaçã o, distribuiçã o].
Vê -se, portanto, que é algo ligado ao "comum”, ao coletivo.
Em outras palavras,poderíamos dizer, de forma bastante simples,
que Economia é algo que interessa a toda pessoa. Mais do que isso,
poderíamos dizer que ela abrange ou interfere na convivência e nas
rela çõ es entre as pessoas e destas com o meio ambiente. Enfim, a
Economia tem suas implicações, o que exige de nós um compro -
misso com o “humanismo solidário ou humanismo integral", pois
este nã o deve estar desvinculado de um modelo ou concepção

28
econ ómica. Jacques Maritain, ao desenvolver a questã o do huma -
nismo solidário,vai dizer:"comoa grande sabedoria pagã nã o pode
ser separada da tradiçã o humanista, isso nos adverte, em todo
caso, para nã o definir o humanismo pela exclusã o de toda orde -
na çã o ao sobre -humano e pela abjuraçã o de toda transcendência".
Para deixar em aberto toda discussã o, digamos que o humanismo
tende essencialmente a tornar o homem mais verdadeiramente
humano, e a manifestar sua grandeza original fazendo - o parti-
cipar de tudo o que pode enriquecê- lo na natureza e na história
(“concentrando o mundo no homem", como dizia Scheler, e “dila -
tando o homem no mundo”). Ele exige, ao mesmo tempo, que o
homem desenvolva as virtualidades nele contidas, suas forças
criadoras e a vida da razã o, e trabalhe para fazer das for ç as do
mundo físico instrumentos de sua liberdade. Assim sendo, o
humanismo é insepará vel da civilizaçã o ou da cultura,essas duas
palavras em si consideradas sinónimas. Portanto, o humanismo
nã o pode ser resumido a uma mera nega çã o da transcendência,
mas caminha na sua direçã o e a exige. Neste sentido ainda, o
Papa Francisco, em sua Encíclica Fratelli Tutti, vai nos trazer uma
relaçã o mais direta do humanismo com a f é que o inspira, o que
nã o nega o afirmado por Maritain, mas nos coloca a questã o numa
perspectiva mais específica e indispensá vel diante da f é. Ele vai
afirmar que "a f é,com o humanismo que inspira, deve manter vivo
um senso crítico perante essas tendências e ajudara reagir rapi-
damente quando começ am a insinuar- se” (FT, n. 86). Para isso, é
importante que a catequese e a pregaçã o incluam, de forma mais
direta e clara, o sentido social da existência, a dimensã o fraterna
da espiritualidade, a convic çã o sobre a dignidade inalienável de
cada pessoa e as motiva ções para amar e acolher a todos.
0 afirmado pelo Papa Francisco e por Maritain nos leva a
entender que os diferentes contextos e realidades da existência
humana devem ser considerados para que a f é nã o seja algo
meramente subjetivo. Porém, ao mesmo tempo em que é uma
necessidade da existência humana, ela requer um testemunho de
cada pessoa no que concerne a tomar esses diferentes contextos
e realidades como processos de humanizaçã o. Assim, a Economia
nã o pode estar deslocada de tal processo de humanizaçã o.

29
QUESTÕ ES PARA DEBATE
• Voc ê conhece pessoas/autores/autoras que podem nos aju -
dar a refletir mais sobre a rela çã o entre Amizade Social e
Economia na direçã o aqui considerada?
• Como os estudos que sã o realizados na Universidade — arti-
gos, projetos, pesquisas — têm contribuído para uma com -
preensã o e tomada de atitudes frente à necessária relaçã o
Amizade Social e Economia? Que tal fazer uma busca de base
de dados da Capes, por exemplo? Voc ê pode se surpreender ...
e aprender muito!
• De que modo os pensamentos de Maritain e do Papa Francisco,
acima mencionados, nos ajudam a compreender e a agir
diante do que nos coloca a Doutrina Social da Igreja?

PARA MARCAR O PASSO


• Elaborar uma literatura de cordel que trate da relaçã o entre
Amizade Social e Economia de Francisco e Clara, consideran-
do os elementos apresentados no texto deste encontro, bem
como outros que o grupo julgar oportunos.
• Que tal o grupo fazer um levantamento de passagens bíblicas
que ajudem a refletir o tema do Encontro? Que passagens os
participantes lembram?
• Refletir sobre o texto da cançã o “Irmã os da lua", de Renato
Teixeira, procurando estabelecer relações entre Amizade So -
cial e Economia. Para acessar a letra da cançã o, acesse o link:
https://www.letras.mus.br/renato -teixeira /720578 /
• Sugestã o de pesquisa de opiniã o para ser SJ
aplicada no contexto universitário: Acesse |
através do QRCode ao lado.

SE LIGA Aí!
|

• CARNEIRO, Ricardo (Org.). A supremacia dos mercados e a


is
política económica do governo Lula. Sã o Paulo: Editora Uni-
camp, 2006.
• DOWBOR, Ladislau. A era do capital improdutivo. |Brasília,
DF |: Senado Federal, 2017. Entrevista de Antonia Má rcia Vale.
Disponí vel em: https:// www.youtube.com/ watch?v=P R- _
.
-ezRHRy4. Acesso em: 7 ago 2023.

30
FATTORELLI, Maria Lúcia, Alternativas de enfrentamento à
Crise. Brasília: Inove, 2011. Disponível em: https://auditoria-
cidada.org.br/ wp -content/uploads/ 2021/06 /Alternativa - de -
- Enfrentamento-a -Crise.pdf. Acesso em: 6 set. 2023.
FERNANDES, Florestan. Capitalismo dependente e classes
sociais na América Latina Rio de janeiro: Zahar Editores,
1975.
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talismo e a reversã o estrutural brasileira. Marília- SP: Lutas
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PRADO, Caio Júnior. História de Desenvolvimento. Sã o Paulo:
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• SILVA, Tiago Assis, A apropria ção ilegal dos recursos públi-
cos pelo capital fictício. A dívida pública na perspectiva da
teoria do valor. Curitiba: Editora CRV, 2021.

32
HINO DA CF 2024
Letra: Douglas Diego Palmeira Rocha
M úsica: David Melo Costa
Tema: Fraternidade e Amizade Social
.
Lema: “Vós sois todos irmã os e irmã s” (cf Mt 23,8)

1. Conduzidos a este deserto, (cf. Mc 1,13)


Deus nos chama à liberta çã o (cf. Ex 3,8; 20,2)
da indiferença e divisã o:
“Onde está tua irmã, teu irmã o?” (cf. Gn 4,9)
Eis a hora! 0 Reino está perto,
crê na Palavra e na conversã o. (Mc 1,15)
R.: “Vós sois todos irmãos e irmãs” (cf. Mt 23,8)
é Palavra de Cristo, o Senhor;
pois a fraternidade humanadeve ser conversão e valor.
Seja este um tempo propício (cf. 2Cor 6,2)
para abrir - nos, enfim, ao amor!
2. A Quaresma nos chama a assumir
um amor que supera barreiras,(FT, n.1)
desejando abra çar e acolher, (FT, n. 3)
se estendendo além das fronteiras, (FT, n. 99)
rompendo as cadeias que isolam,
construindo relações verdadeiras. (FT, n. 62)
3. Miseric órdia, pecamos, Senhor,(SI 50,3)
sem no outro um irmão enxergar.
Mas queremos vencer os conflitos,
pela cultura do encontro lutar. (FT, n. 30)
Em unidade na pluralidade,
um só Corpo queremos formar! (cf.ICor 12,12-31)
4.0 Senhor nos propõe Alianç a (Gn 9,8 -15)
e nos trata com terno carinho. (SI 102,4)
Superemos divisões, extremismos;
ninguém vive o chamado sozinho. (FT, n. 32)
Só assim plantaremos a paz:
“Cora ções ardentes e p és a caminho”, (cf. Lc 24,32-33)
5. “Alarga o espa ç o da tenda" (cf. Is 54,2)
e promove a amizade social, (cf. EG, n. 228)
vence as sombras dum mundo fechado,
construindo Igreja sinodal.
Convertidos, renovados veremos
novo céu, nova terra,afinal. (Ap 21,1-7)
TEMOS UMA LINHA COMPLETA DE SUBSÍDIOS
PARA APOIÁ-LO NESSA MISSÃO .
CF na Catequese com crianç as e as
Cartaz e Banner (P, M e G) Dores de Maria

Cartã o com Ora çã o, Cartaz adesivo Jovens na CF


e Adesivo Lema

CF na Escola - Ensino Fundamental


Texto -Base (Io ao 5o ano)

Manual CF na Escola - Ensino Fundamental


(6o ao 9o ano)

Círculos Bíblicos CF na Escola - Ensino Médio

Via-Sacra e Via Lucis yf CF na Universidade

Retiro Popular Quaresmal CF em Família

Terço da Amizade Social Fraternidade Viva

Adoração Eucarística, Celebração Fraternidade e Amizade Social na


Penitenciai e Celebração Ecuménica Economia de Francisco e Clara

CF na Catequese com adolescentes Fraternidade e Amizade Social


e os Passos da Paix ã o na Amazônia

CONHEÇA OS MATERIAIS DA CF 2024

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0800 940 30191 (61) 2193-3019
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