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Introdução
Na década de 1930, chegará ao poder na Alemanha Adolf Hitler, e durante esses anos, teve início uma política contra os Judeus. Essa política que culminou com
a morte de milhares de pessoas, foi divido em quatro fases: “A primeira (1933 a 1935) foi a da discriminação e início da exclusão da vida pública, com medidas
como proibição do exercício de profissões liberais, de frequência a escolas e universidades e de boicote contra lojas judaicas. A segunda fase compreende os
anos de 1935 a 1938: isolamento e degradação, que se inicia com as Leis de Nuremberg, segundo as quais os judeus deixavam de ser considerados cidadãos e
eram proibidos de se casar com “arianos”, sob pena de morte. Na terceira fase, de 1938 a 1941, iniciada a partir da “Noite dos Criastais Quebrados”, o primeiro
pogrom do século XX, e marca o início da violência física em massa contra os judeus e da deportação para os campos de concentração… Nesse momento, os
judeus foram completamente banidos da vida econômica na Alemanha. As propriedades judaicas foram colocadas em contas e confiscadas pelo Estado. Nesse
período, eclode a Segunda Guerra Mundial, a expansão do “espaço vital” da Alemanha nazista, o aumento das vítimas, dos campos, e se inicia o confinamento
em guetos dos judeus. A quarta e última fase, de 1941 a 1945, é a da “Solução Final da Questão Judaica” – ou seja, do extermínio em massa”
(https://diversitas.fflch.usp.br/holocausto-e-anti-semitismo)
Nesse contexto surge à figura de Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, o Anjo de Hamburgo, uma mulher poliglota, que viveu na Alemanha antes da Segunda
Guerra Mundial. No final da década de 1930, Guimarães Rosa, começa a trabalhar no Consulado do Brasil, em Hamburgo, dando início, o trabalho que a fez ser
reconhecida como o Anjo de Hamburgo.
Anjo de Hamburgo
Em 1937, o governo brasileiro cria a Circular 1127, que restringia a entrada de pessoas de origem semita no País. Durante o período que Guimarães Rosa
trabalhou no Consulado, a determinação que havia na Circular, não foi obedecida. Houve a facilitação com a concessão de vistos para centenas de Judeus que
conseguiram escapar da Europa.
A atitude tomada por Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, não somente possibilitou o reconhecimento como o “Anjo de Hamburgo”, mas permitiu com que ela
se tornasse a única mulher homenageada na exposição em 2007, com o título “Vistos para a Vida: os honrados diplomatas”, onde o Museu do Holocausto (Yad
Vashem), apresentou um lista com dezoito diplomatas que salvaram judeus durante o Holocausto.
Guimarães Rosa é uma das poucas integrantes dessa lista, que não tinha o cargo de Embaixador ou Cônsul.
Hall dos Nomes no Museu do Holocausto (Yad Vashem)
Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, também é reconhecida como a “Justa entre as Nações”, e como consequência desse reconhecimento, no próprio Museu do
Holocausto (Yad Vashem), em Israel, existe uma árvore plantada, com o nome de Guimarães Rosa, em reconhecimento pelas vidas que salvou, no Jardim dos
Justos entre as Nações.
“Esta homenagem é um reconhecimento que o Estado de Israel presta aos góim (não-judeus) que auxiliaram judeus a escapar do genocídio. Apenas outro
brasileiro, o embaixador Luiz de Souza Dantas, recebeu, em 2003, a mesma honraria de D. Aracy. O lugar também é conhecido como Alameda dos Justos e
todos os escolhidos e escolhidas recebem, ainda, uma medalha, cunhada especialmente para si, e um certificado de honra, além de ter o nome cravado na Parede
de Honra que existe no Jardim.” (CESARIN, Selma Aparecida. 2011).
Parede de Honra no Jardim dos Justos entre as Nações, indicando o nome dos integrantes brasileiros
Conclusão
Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, que se tornou a segunda mulher do diplomata e escritor João Guimarães Rosa, não é somente a mulher de uma pessoa
importante, mas uma personagem importante na História do Brasil, Israel e da Segunda Guerra Mundial.
Como citado anteriormente, a única mulher entre os diplomatas que salvaram judeus durante o Holocausto e ao lado do Embaixador do Brasil na França, Luiz
Martins de Souza Dantas, os únicos brasileiros reconhecidos por essas ações. Atualmente, a lista é composta por 36 diplomatas e milhares de pessoas.
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Bibliografia
CESARIN, Selma Aparecida. O Surgir de um Anjo: Aracy de Carvalho Guimarães Rosa – Desobediência Civil, (BIO)Ética, Coragem, Alteridade, Defesa dos
Direitos Humanos e esquecimento em seu próprio País. Cadernos Camilliani, vol. 12, nº 1, 2011.
https://www.arqshoah.com/arquivo/549-arq-539-circular-secreta-n-1127-recusa-de-vistos-a-individuos-de-origem-semita-06-1938
https://diversitas.fflch.usp.br/holocausto-e-anti-semitismo