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Anjo de Hamburgo: A

brasileira que salvou milhares


de Judeus
20 de dezembro de 2021
Profº. Esp. Pedro Silva Drummond
Na Segunda Guerra Mundial, aconteceram diversos assassinatos. Um dos povos que mais sofreram na Guerra foram os Judeus. Os integrantes do Judaísmo
sofreram muito no período do Nazismo, porém, receberam a ajuda de muitas pessoas, entre elas, Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, o Anjo de Hamburgo.
Quem foi e quais as suas atitudes, serão analisados nesse texto.

Introdução
Na década de 1930, chegará ao poder na Alemanha Adolf Hitler, e durante esses anos, teve início uma política contra os Judeus. Essa política que culminou com
a morte de milhares de pessoas, foi divido em quatro fases: “A primeira (1933 a 1935) foi a da discriminação e início da exclusão da vida pública, com medidas
como proibição do exercício de profissões liberais, de frequência a escolas e universidades e de boicote contra lojas judaicas. A segunda fase compreende os
anos de 1935 a 1938: isolamento e degradação, que se inicia com as Leis de Nuremberg, segundo as quais os judeus deixavam de ser considerados cidadãos e
eram proibidos de se casar com “arianos”, sob pena de morte. Na terceira fase, de 1938 a 1941, iniciada a partir da “Noite dos Criastais Quebrados”, o primeiro
pogrom do século XX, e marca o início da violência física em massa contra os judeus e da deportação para os campos de concentração… Nesse momento, os
judeus foram completamente banidos da vida econômica na Alemanha. As propriedades judaicas foram colocadas em contas e confiscadas pelo Estado. Nesse
período, eclode a Segunda Guerra Mundial, a expansão do “espaço vital” da Alemanha nazista, o aumento das vítimas, dos campos, e se inicia o confinamento
em guetos dos judeus. A quarta e última fase, de 1941 a 1945, é a da “Solução Final da Questão Judaica” – ou seja, do extermínio em massa”
(https://diversitas.fflch.usp.br/holocausto-e-anti-semitismo)

Nesse contexto surge à figura de Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, o Anjo de Hamburgo, uma mulher poliglota, que viveu na Alemanha antes da Segunda
Guerra Mundial. No final da década de 1930, Guimarães Rosa, começa a trabalhar no Consulado do Brasil, em Hamburgo, dando início, o trabalho que a fez ser
reconhecida como o Anjo de Hamburgo.

Anjo de Hamburgo
Em 1937, o governo brasileiro cria a Circular 1127, que restringia a entrada de pessoas de origem semita no País. Durante o período que Guimarães Rosa
trabalhou no Consulado, a determinação que havia na Circular, não foi obedecida. Houve a facilitação com a concessão de vistos para centenas de Judeus que
conseguiram escapar da Europa.

A atitude tomada por Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, não somente possibilitou o reconhecimento como o “Anjo de Hamburgo”, mas permitiu com que ela
se tornasse a única mulher homenageada na exposição em 2007, com o título “Vistos para a Vida: os honrados diplomatas”, onde o Museu do Holocausto (Yad
Vashem), apresentou um lista com dezoito diplomatas que salvaram judeus durante o Holocausto.

Guimarães Rosa é uma das poucas integrantes dessa lista, que não tinha o cargo de Embaixador ou Cônsul.
Hall dos Nomes no Museu do Holocausto (Yad Vashem)

Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, também é reconhecida como a “Justa entre as Nações”, e como consequência desse reconhecimento, no próprio Museu do
Holocausto (Yad Vashem), em Israel, existe uma árvore plantada, com o nome de Guimarães Rosa, em reconhecimento pelas vidas que salvou, no Jardim dos
Justos entre as Nações.

“Esta homenagem é um reconhecimento que o Estado de Israel presta aos góim (não-judeus) que auxiliaram judeus a escapar do genocídio. Apenas outro
brasileiro, o embaixador Luiz de Souza Dantas, recebeu, em 2003, a mesma honraria de D. Aracy. O lugar também é conhecido como Alameda dos Justos e
todos os escolhidos e escolhidas recebem, ainda, uma medalha, cunhada especialmente para si, e um certificado de honra, além de ter o nome cravado na Parede
de Honra que existe no Jardim.” (CESARIN, Selma Aparecida. 2011).
Parede de Honra no Jardim dos Justos entre as Nações, indicando o nome dos integrantes brasileiros

Conclusão
Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, que se tornou a segunda mulher do diplomata e escritor João Guimarães Rosa, não é somente a mulher de uma pessoa
importante, mas uma personagem importante na História do Brasil, Israel e da Segunda Guerra Mundial.

Como citado anteriormente, a única mulher entre os diplomatas que salvaram judeus durante o Holocausto e ao lado do Embaixador do Brasil na França, Luiz
Martins de Souza Dantas, os únicos brasileiros reconhecidos por essas ações. Atualmente, a lista é composta por 36 diplomatas e milhares de pessoas.

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Bibliografia
CESARIN, Selma Aparecida. O Surgir de um Anjo: Aracy de Carvalho Guimarães Rosa – Desobediência Civil, (BIO)Ética, Coragem, Alteridade, Defesa dos
Direitos Humanos e esquecimento em seu próprio País. Cadernos Camilliani, vol. 12, nº 1, 2011.

https://www.arqshoah.com/arquivo/549-arq-539-circular-secreta-n-1127-recusa-de-vistos-a-individuos-de-origem-semita-06-1938

https://diversitas.fflch.usp.br/holocausto-e-anti-semitismo

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