Você está na página 1de 1

.

Em sua obra "A Revolução dos Bichos". George Orwell afirma: "todos os animais são iguais,
mas alguns são mais iguais do que os outros". Mesmo se tratando de uma obra fictícia, a
assertiva do autor se relaciona com o atual cenário brasileiro, assolado pelo crescimento de
problemas relacionados a fome e negligência estatal em um dos países que mais exporta
alimentos no mundo.
A priori, é importante ressaltar o proposto no Artigo I da Constituição Federal: a dignidade da
pessoa humana. Tal fundamento está diretamente relacionado com o direito à alimentação, além
de ser um valor supremo do regimento nacional. Entretanto, no ano de 2022, a Organização das
Nações Unidas divulgou o retorno do Brasil ao Mapa da Fome, informação que abrange todos
os graus de insegurança alimentar, somando mais de 61 milhões de pessoas, evidenciando a
violação do que deveria ser constitucionalmente garantido pelo Governo Federal.
Ademais, entende-se que a ausência de políticas de fortalecimento à agricultura familiar
também contribui para o agravamento da situação. Hodiernamente, a produção agrícola
brasileira é majoritariamente focada em itens para a exportação, que, apesar de movimentarem
boa parte da economia do país, não ter efeito no combate a fome da população. O retrato da
desigualdade é visto na limitação ou falta de comida nas classes mais desfavorecidas, enquanto
os que possuem melhores condições financeiras se alimentam com abundância e qualidade,
mostrando que uma questão de sobrevivência populacional é tratada como uma mercadoria.
Diante do exposto, fazem-se necessárias medidas para combater a insegurança alimentar no
Brasil. É dever do Estado, por meio da destinação de verbas, promover políticas que fortaleçam
a agricultura familiar, engrandecendo o desenvolvimento rural focado na produção e
distribuição de alimentos de qualidade, para mitigar as problemáticas citadas anteriormente e
limitar a afirmação de Orwell sobre desigualdade apenas ao mundo da ficção.

Você também pode gostar