A partir da leitura dos textos motivadores, e com base nos conhecimentos

construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-

argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o
tema “Caminhos para combater a insegurança alimentar no Brasil do século
21", apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para a defesa do seu ponto de vista.

TEXTO DE APOIO I

Aumento da Fome e Insegurança

Alimentar no Brasil: relatório da ONU
revela dados preocupantes
14/07/2023
No País, a fome afeta mais de 70 milhões de brasileiros. No mundo, são mais
de 700 milhões.

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura

(FAO), divulgou na última quarta-feira, 12, a edição 2023 do relatório O
Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo, que mais uma vez
revelou dados preocupantes sobre a fome e a insegurança alimentar no Brasil
e no mundo.
Os dados apresentados mostram que o Brasil, um dos mais populosos
do mundo e com uma das maiores economias, ainda enfrenta desafios
persistentes em relação à fome e à má nutrição, especialmente entre grupos
vulneráveis como populações rurais, povos indígenas e comunidades de baixa
renda. De acordo com o relatório, um dos principais problemas é a falta de
acesso a alimentos adequados e nutritivos. Embora o Brasil seja um dos
maiores produtores mundiais de alimentos, ainda há disparidades
significativas no acesso a esses alimentos. Muitas famílias brasileiras lutam
para adquirir alimentos suficientes e diversificados para atender às suas
necessidades nutricionais básicas.
A desigualdade social e econômica também desempenha um papel
crucial na segurança alimentar no Brasil. O relatório destaca a necessidade de
políticas públicas mais eficazes e programas de proteção social para reduzir
essas desigualdades e garantir o acesso equitativo à alimentação. Outra
preocupação apontada no relatório é a questão da nutrição inadequada, com
aumento preocupante nos índices de obesidade, especialmente entre crianças e
adolescentes. Essa tendência é resultado de diversos fatores, incluindo
mudanças nos padrões alimentares, urbanização acelerada, marketing
agressivo de alimentos não saudáveis e falta de acesso a alimentos frescos e
saudáveis em determinadas áreas.
Os dados fazem parte de um estudo global da FAO em conjunto com o
Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (Fida), do Fundo das
Nações Unidas para a Infância (Unicef), da Organização Mundial da Saúde
(OMS) e do Programa Mundial de Alimentos (WFP).
Números da fome no Brasil
Os números da fome e da insegurança alimentar no Brasil revelam a
triste constatação de que a situação se agravou nos últimos anos. Entre 2014 e
2016, cerca de 4 milhões de pessoas viviam em situação de vulnerabilidade
alimentar no Brasil, correspondendo a 1,9% da população. No entanto, os
dados mais recentes referentes ao período de 2020 a 2022 mostram um
aumento alarmante, atingindo 21,1 milhões de pessoas (9,9% da população).
Além disso, cerca de 70,3 milhões de brasileiros enfrentam algum grau
de insegurança alimentar, caracterizada como moderada ou severa. Esse
número indica que uma parcela significativa da população não possui acesso
adequado à alimentação necessária para uma vida saudável e digna. O
relatório também aponta que a crise da fome não é exclusiva do Brasil, mas
sim uma realidade global. Desde 2019, mais de 122 milhões de pessoas em
todo o mundo foram empurradas para a fome, elevando o número total de
pessoas em situação de insegurança alimentar para cerca de 735 milhões.
É importante destacar que o período analisado pelo relatório coincide
com a fase mais severa da pandemia de Covid-19. O Brasil registrou um alto
número de casos e óbitos, com cerca de 700 mil brasileiros perdendo a vida
devido à doença. Isso agravou ainda mais a situação de vulnerabilidade
alimentar no país. Além disso, a pandemia teve impactos significativos na
segurança alimentar, afetando negativamente a produção agrícola, a
disponibilidade de alimentos, a renda das famílias e o acesso aos mercados.
As medidas de restrição e o colapso econômico resultante da pandemia
levaram ao aumento do desemprego, redução da renda e limitações no acesso
aos alimentos.
Soluções possíveis
Apesar desse cenário, o Brasil tem adotado medidas positivas para
enfrentar a insegurança alimentar. Programas governamentais como o Bolsa
Família e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) têm como objetivo
combater a fome e a pobreza, além de promover o acesso a alimentos
saudáveis para populações em situação de vulnerabilidade.
A implementação de políticas públicas abrangentes, programas de
assistência social e investimentos na promoção da agricultura sustentável são
essenciais para melhorar a produção de alimentos, distribuição equitativa e
acesso a alimentos nutritivos e de qualidade em todo o país. A segurança
alimentar é um direito básico que deve ser garantido a todos os cidadãos.
Somente por meio de ações coordenadas e efetivas será possível superar os
desafios da fome e construir um futuro mais seguro e sustentável em termos
de segurança alimentar e nutricional no Brasil.
 Disponível em:
https://www.cfn.org.br/index.php/noticias/aumento-da-fome-e-inseguranca-
alimentar-no-brasil-relatorio-da-onu-revela-dados-preocupantes/.
Acesso em 13 de nov. de 2023.

TEXTO DE APOIO II
 Disponível em:
Ação da Cidadania Contra a Fome a Miséria e Pela Vida: Doe Agora
(acaodacidadania.org.br).
Acesso em 13 de nov. 2023.