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ALIMENTAR

Insegurança alimentar
Insegurança alimentar moderada ou grave afeta
hoje três em cada 10 pessoas em todo o mundo,
segundo a FAO. No Brasil, 41% da população
convivem com algum grau desse problema.

A insegurança alimentar é um problema complexo que


acomete hoje, em sua forma moderada ou severa, 30%
da população mundial, conforme dados da FAO.

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A insegurança alimentar é um fenômeno


que ocorre quando um indivíduo não possui
acesso físico, econômico e social a alimentos
de forma a satisfazer as suas necessidades,
conforme a definição da Organização das
Nações Unidas para Alimentação e
Agricultura (FAO). A insegurança alimentar
pode ser crônica ou apenas temporária, e se
divide em três tipos ou níveis: leve, moderada
ou grave. Dados do IBGE revelam que 41% da
população brasileira convivem com a
insegurança alimentar. No mundo, 30% se
encontram em insegurança moderada ou
grave.

Confira no nosso podcast: Insegurança


alimentar no Brasil

Tópicos deste artigo


1 - Resumo sobre insegurança alimentar
2 - O que é insegurança alimentar?
3 - Causas da insegurança alimentar
4 - Tipos de insegurança alimentar
5 - Insegurança alimentar no Brasil
Videoaula sobre pobreza no Brasil e
no mundo

6 - Insegurança alimentar e a Covid-19


7 - Insegurança alimentar e o
agronegócio
Videoaula sobre desigualdades
sociais

8 - Insegurança alimentar no mundo


9 - Insegurança alimentar e as mudanças
climáticas
10 - Consequências da insegurança
alimentar
11 - Possíveis soluções para a
insegurança alimentar

Resumo sobre insegurança


alimentar
A insegurança alimentar ocorre quando
uma pessoa (ou família) não possui
acesso a alimentos saudáveis e que
sejam suficientes para satisfazer as suas
necessidades.

Ela pode ser crônica ou temporária.

O IBGE a classifica em três níveis: leve,


moderada e grave. Esta última é
caracterizada pela falta de comida e
pode chegar à condição de fome.

Suas causas são diversas: escassez de


alimentos, problemas de abastecimento,
produção insuficiente, perda de fonte de
renda (desemprego), pobreza, preços
elevados, mudanças climáticas.

41% da população brasileira vivem, hoje,


com algum grau de insegurança
alimentar. Entre os mais afetados estão
as crianças. Espacialmente falando, a
população rural representa a maior
parcela dos atingidos pelo problema. Em
termos regionais, os maiores índices
estão no Norte e Nordeste.

Em 2020, a insegurança alimentar


moderada ou grave atingia 30% da
população mundial. No continente
africano, essa cifra saltava para 60%.

Problemas de saúde física e mental,


deterioração da qualidade de vida e a
fome são consequências da insegurança
alimentar.

As possíveis soluções demandam ações


contínuas dos poderes público e privado
assim como pequenas atitudes
individuais que são de grande utilidade,
como evitar o desperdício de alimentos.

O que é insegurança alimentar?


O conceito de insegurança alimentar, que
tem como base o conceito de segurança
alimentar, foi reinterpretado ao longo do
tempo e ganhou novos contornos conforme o
problema da fome se agravou em escala
global e as discussões acerca dessa temática
se tornaram cada vez mais complexas e
urgentes.

Até a década de 1970, de acordo com a


Oxfam Brasil, a segurança alimentar estava
diretamente associada à autossuficiência na
produção de alimentos de um país, surgida
de uma questão do pós-guerra. No ano de
1974, a Conferência Nacional da Alimentação
da Organização das Nações Unidas para
Alimentação e Agricultura (FAO, em inglês)
incorporou a disponibilidade, a qualquer
momento, de suprimentos para a produção
de alimentos básicos para a sustentação do
aumento do consumo como uma das facetas
da segurança alimentar.

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Entre os anos 1980 e 1990, a segurança


alimentar foi amplamente discutida por
organismos internacionais como o Banco
Mundial, a própria FAO e as Nações Unidas
por meio de outras de suas agências. Com
isso, a segurança alimentar deixou de ser um
fenômeno associado intrinsecamente à
produção e ao suprimento da demanda e se
voltou ao indivíduo.

Diante disso, a FAO define segurança


alimentar da seguinte forma:

Segurança alimentar existe quando


todas as pessoas têm, a qualquer
momento, acesso físico, econômico
e social a alimentos seguros,
nutritivos e suficientes para
satisfazer suas necessidades
dietéticas e preferências
alimentares para uma vida ativa e
saudável.

A insegurança alimentar, portanto, impõe-se


quando o indivíduo e/ou uma família não
possuem acesso permanente ou temporário
a alimentos saudáveis, seguros e que sejam
suficientes para a satisfação de suas
necessidades dietéticas e preferências
alimentares.

Causas da insegurança
alimentar
A insegurança alimentar é, por definição, um
fenômeno multidimensional. Diversas
causas estão associadas a ele, as quais
abrangem desde questões conjunturais,
como flutuações econômicas, até problemas
estruturais perpetuados ao longo do tempo,
em especial aqueles de ordem
socioeconômica.

Listamos algumas das causas da


insegurança alimentar:

menor disponibilidade de alimentos


associada a problemas no processo
produtivo, como em períodos de
escassez de chuvas, que afetam
diretamente as lavouras;

queda na qualidade dos alimentos


disponíveis para consumo;

problemas de abastecimento;

aumento no preço dos alimentos;

redução de salários ou perda de fonte de


renda;

condição de pobreza;

mudanças climáticas.

Essas diferentes causas estão ligadas às


quatro dimensões da segurança alimentar,
estabelecidas pela FAO. De acordo com essa
agência, só há segurança quando todas as
dimensões, que apresentamos na sequência,
são plenamente atendidas.

1ª dimensão: DISPONIBILIDADE física


de alimentos (associada à produção);

2ª dimensão: ACESSO físico e


econômico aos alimentos (leva em conta
o abastecimento e também a situação
financeira e monetária dos indivíduos);

3ª dimensão: UTILIZAÇÃO dos


alimentos (condições físicas de saúde do
indivíduo para preparar seu alimento e
absorver plenamente seus nutrientes);

4ª dimensão: ESTABILIDADE das


dimensões descritas (manutenção das
condições anteriores por longos períodos
de tempo).

Leia mais: Inflação — representa a elevação


no preço das mercadorias e no custo de vida

Tipos de insegurança alimentar


A insegurança alimentar é classificada, pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), por meio da Escala Brasileira de
Insegurança Alimentar (Ebia). Essa escala
descreve diferentes níveis do fenômeno para
as unidades domiciliares, sendo eles:

Insegurança alimentar leve: quando


houve a queda na qualidade dos
alimentos consumidos e há preocupação
com o acesso a alimentos no futuro.

Insegurança alimentar moderada:


quando há restrição no acesso aos
alimentos, isto é, na quantidade que é
consumida.

Insegurança alimentar grave: quando há


escassez de alimentos para todos os
indivíduos de uma família, chegando até
mesmo à condição de fome.

Insegurança alimentar no Brasil

Milhões de brasileiros vivem hoje com algum grau de


insegurança alimentar.

A problemática da insegurança alimentar é


bastante antiga no Brasil e tem como
principais (mas não únicas) causadoras a
desigualdade socioeconômica e a pobreza
estrutural, que atingem uma parcela
significativa da população. Ao longo da
história brasileira, diversas políticas e
programas governamentais foram
desenvolvidos com o propósito de reduzir a
fome e a pobreza no país, o que auxiliaria
assim na diminuição da insegurança
alimentar.

Durante as últimas duas décadas, políticas


de transferência direta de renda e programas
específicos voltados à erradicação da fome
contribuíram para o aumento da segurança
alimentar no país. De acordo com os dados
da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (PNAD) do IBGE, a insegurança
alimentar atingia 34,9% dos lares brasileiros
em 2004. No ano de 2013, essa parcela caiu
para 22,6%, o que significa dizer que pouco
menos de um quarto dos domicílios
brasileiros passava por algum grau de
insegurança alimentar.

Já no período de 2014 a 2018, o que se


observou foi uma acentuada queda da
segurança alimentar e, como consequência,
um aumento no número de domicílios sem
acesso adequado e suficiente à comida. A
pesquisa do IBGE mostra que, no período de
2017-2018, 25,3 milhões de domicílios
brasileiros (36,7%) enfrentavam algum nível
de insegurança alimentar.

Em se tratando do número absoluto de


habitantes, o estudo mais recente do IBGE
revelou que 84,9 milhões de brasileiros
viviam em condição de fome ou
insegurança alimentar, o que equivalia a
41% da população do país. O nível mais
grave de insegurança, que corresponde à
escassez de alimentos, atingia 10,3 milhões
de pessoas.

Na zona rural houve maior incidência desse


fenômeno do que nas cidades. De acordo
com o IBGE, essa diferença se deveu
principalmente às condições de trabalho e ao
acesso direto à alimentação. Regionalmente
houve também diferenças significativas. As
regiões Norte e Nordeste eram as que
apresentavam maior incidência de
insegurança alimentar, enquanto a parcela
menor estava na região Sul. Nas duas
primeiras áreas, menos de metade dos
domicílios possuía segurança alimentar (43%
e 49,7% respectivamente). Já nas demais
regiões, a parcela era de mais de 60%. No
Sul do Brasil, o total chegava a 79,3% dos
domicílios.

Videoaula sobre pobreza no


Brasil e no mundo

Vídeos

Insegurança alimentar e a
Covid-19
Um dos efeitos da pandemia da Covid-19,
anunciada oficialmente em 11 de março de
2020, foi o agravamento da insegurança
alimentar em diversas nações, especialmente
aquelas menos desenvolvidas, atingindo
sobremaneira as populações vulneráveis. A
acentuação desse problema se deu por um
conjunto de fatores econômicos, como o
aumento do preço dos alimentos, a
redução dos salários ou mesmo perda da
fonte de renda das famílias e a redução de
despesas, e também pela qualidade dos
alimentos consumidos durante esse período.

O Programa Mundial de Alimentos da ONU


prevê que 272 milhões de pessoas estão ou
correm o risco de entrar em um estado de
insegurança alimentar.|1| No Brasil, segundo
pesquisa da Rede Brasileira de Pesquisa em
Soberania e Segurança Alimentar (Rede
PENSSAN), pouco mais da metade dos
brasileiros (55,9%) convivia com algum grau
de insegurança alimentar em dezembro de
2020, aproximadamente 116,8 milhões de
pessoas. Os efeitos mais agudos recaíram
sobre aqueles que já viviam em uma
situação de vulnerabilidade social e em
domicílios atingidos pelo desemprego. Em
escala regional, as regiões mais afetadas no
país foram o Norte e o Nordeste.

Insegurança alimentar e o
agronegócio
O agronegócio está ligado aos circuitos
globais da economia e desempenha um
importante papel na produção de alimentos e
de matérias-primas para a indústria
processadora. As commodities agrícolas,
nome dado aos produtos derivados do
agronegócio, são comumente destinadas ao
abastecimento do mercado externo, e a
intensificação da demanda de fora acaba por
diminuir a oferta para o mercado doméstico,
aumentando assim o índice dos preços para
o consumidor final interno.

Para além do abastecimento e flutuação de


preços, outra correlação que se faz entre o
agronegócio e a insegurança alimentar diz
respeito ao crescimento das áreas
destinadas à produção de commodities e à
diminuição daquelas destinadas aos
gêneros alimentícios propriamente ditos.
Além disso, existem impactos sociais
provocados pelo agronegócio, como o
aprofundamento das desigualdades sociais
no campo e desemprego, que pode resultar
na condição de insegurança alimentar para
os grupos afetados.

Videoaula sobre
desigualdades sociais

Vídeos

Insegurança alimentar no
mundo
A insegurança alimentar cresceu
rapidamente nos últimos anos em todo o
mundo e atinge de modo mais acentuado
os países subdesenvolvidos. Em 2020,
conforme os números da FAO,
aproximadamente 30% da população
mundial enfrentavam graus moderados ou
severos de insegurança alimentar. Essa
parcela equivale a 2,37 bilhões de pessoas,
320 milhões a mais do que no ano anterior.

É ainda mais grave a situação no continente


africano. Quase 60% da população da África
conviviam com a insegurança alimentar em
2020, 25,9% da forma mais grave. Entre
2014 e 2020, o total de pessoas nessa
condição do continente aumentou em 12,3
pontos percentuais.

Em segundo lugar estão a América Latina e


o Caribe, que possuem atualmente 40,9% de
sua população sem acesso adequado à
alimentação. Foi a região em que a situação
mais se acentuou no intervalo de um ano. Em
2019, a parcela de pessoas com insegurança
alimentar era de 31,9%. Na Ásia o montante
era de 24,9%, enquanto a soma da
população com algum grau de insegurança
alimentar (severa ou moderada) na América
do Norte e Europa era de 8,8%.

Insegurança alimentar e as
mudanças climáticas
As mudanças climáticas aumentaram a
ocorrência de eventos extremos, como
períodos prolongados de seca, chuvas fortes
com alto potencial de destruição, intensas
ondas de calor ou de frio, apenas para
citarmos alguns. Tais transformações
afetam diretamente as lavouras agrícolas e
a produção de alimentos, podendo causar
sérios desabastecimentos no mercado e
ocasionar um aumento nos preços. Há
prejuízos diretos ainda para a qualidade dos
solos e das águas (aumento da poluição
atmosférica e ocorrência de chuvas ácidas),
que refletem também na produtividade.

O agravamento da insegurança alimentar


com as mudanças climáticas está ligado
ainda ao desenvolvimento de doenças, o
que impede a plena utilização dos alimentos,
conforme descreve a terceira dimensão da
segurança alimentar.

Leia mais: Aquecimento global — fenômeno


associado principalmente às ações
antrópicas

Consequências da insegurança
alimentar
A insegurança alimentar, seja qual for o seu
nível, resulta em uma série consequências
para o indivíduo e para o grupo familiar. Entre
elas estão:

desnutrição ou sobrepeso, a depender


de cada caso em específico;

anemia;

problemas de saúde associados à falta


de vitaminas no organismo;

desgaste físico pela ausência de


nutrientes;

piora da saúde mental;

deterioração da qualidade de vida e


bem-estar;

agravamento da fome em casos graves.

Possíveis soluções para a


insegurança alimentar
A insegurança alimentar é um problema
social, econômico e sanitário. As possíveis
soluções para ele perpassam pelas esferas
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