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autora tradutora
Anna Llenas Rosana de Mont’Alverne
O professor é uma figura fundamental, sobretudo nos primeiros anos de contato com a leitura, porque
multiplica as chances de letramento, amplia a capacidade de compreensão dos textos e compartilha com
seus alunos a paixão pelas leituras, abrindo espaço para a autonomia futura, o protagonismo comunica-
tivo e a interação crianças/livros.
No âmbito literário, o professor é uma referência para a democratização do saber, porque cria acessos
culturais, é essencial na seleção de ricos materiais de leitura e incentiva o hábito leitor na rotina escolar.
Ações motivadoras fazem toda a diferença na experiência escolar: criam engajamento, empenho, reações
positivas por parte dos alunos. No que se refere às leituras literárias, motivador é o permanente estímu-
lo a diálogos e ao desenvolvimento do pensamento expressivo. Recursos de apoio como teatralizações,
fanfics, recontos coletivos, clubes de leitura e saraus, por exemplo, são bem-vindos quando se pautam
na expressividade criativa, troca de ideias, ganho aplicado de repertório vocabular, expansão de saberes
culturais, motivação interpessoal e elaboração de rotinas pedagógicas adequadas às diversidades – indi-
viduais e coletivas, locais e nacionais do território brasileiro.
O Guia de Leitura correlaciona tais argumentos supracitados às obras literárias, destaca gêneros lite-
rários, características narrativas e temas, apresenta autores e ilustradores, organiza propostas multidis-
ciplinares, atividades e orientações capazes de potencializar a atenção leitora, bem como habilidades e
competências de quem entra em contato com a magia da literatura.
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autora
Sobre a
Anna Llenas nasceu em Barcelona. Possui fronteiras e viajaram por muitos países do mun-
graduação em Publicidade e Relações Públi- do. Para saber mais sobre Ana Llenas, visite:
cas pela Universidade Autônoma de Barcelona http://www.annallenas.com.
e graduação em Desenho Gráfico pela Escola
Llotja. Por anos atuou em direção de arte, até que No ano de 2012, a autora Ana Llenas publicou
começou a criar seus próprios produtos editori- O monstro das cores, obra de ficção que trata do
ais. Anna se especializou em Ilustração na Escola tema educação emocional. Dados indicam que
Eina e em Psicoterapia pela Arte na Universidade esse livro vendeu mais de 200.000 exemplares
Pompeu Fabra. Atua como professora e arte-ter- só na Espanha e, desde então, foi traduzido para
apeuta especializada em arte e educação emocio- 16 idiomas.
nal. É autora e ilustradora de livros que ajudam
Fonte: Anna Llenas – Ilustración y Diseño Gráfico. La
grandes e pequenos a se encontrarem em meio às
couleur des émotions. In: http://www.annallenas.com/ilus-
suas emoções. Atualmente, Llenas é um sucesso tracion-editorial/la-couleur-des-emotions-pop-up.html#.
em vendas infantojuvenis; suas obras romperam YFjJ369KiUk.
Síntese
da obra
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Tema
Professor(a), a partir da leitura ganhamos acesso a ideias e abordagens que podem nos
oferecer um rico percurso reflexivo e dialógico. Afinal, o livro nos apresenta ficcional-
mente uma série de situações e sentimentos – ansiosos, receosos, hiberbólicos – que, a
priori, estão associados ao emocional do protagonista (Monstro das Cores). Sentimentos
tensos, inseguros e confusos que, ao longo do tempo e a partir das vivências ilustradas, vão
se transformando em alegria, prazer, vínculo, bem-estar e descontração.
Vale muito a pena destacar, após a leitura e na companhia dos alunos, quais são os assuntos e
emoções abordados em O monstro das cores vai à escola, porque tal levantamento ajudará não
só a fomentar a compreensão (psicológica e social) da obra de Anna Llenas, como incentivará
conversas motivadas em roda, a troca de experiências, ou dinâmicas coletivas de integração
e respeito mútuo (inclusão social).
Palavras-chave que contribuem para a compreensão de O monstro das cores vai à escola:
ansiedade; medo; fobia; receio; aversão; projeção (imaginação); dúvida; desafio; expectativa;
(in)segurança; (des)confiança; estranhamento; receptividade; acolhimento; empatia;
aprendizagem; experimentação; vivência; rotina; integração; inclusão; criação de laços; prazer;
autoconhecimento; sociabilidade; camaradagem; integração; harmonia; bem-estar social.
A princípio o Monstro das Cores imagina a escola como um lugar cercado por perigos – plantas carnívoras – e
imprevistos. A cor do Monstro até mesmo muda e ele se imagina na defensiva, com a espada em punho.
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O personagem Monstro das Cores já nos ensinou outras boas lições anteriormente,
você sabia?
Esse conto promove o autoconhecimento por meio da educação emocional. A partir da leitura do
livro, as crianças são capazes de identificar as emoções trabalhadas: raiva, alegria, tristeza, medo, calma
e amor. Podem também expandir o conhecimento para muitas outras emoções que vão surgindo com
o diálogo. Aprendem a se conhecer e a confiar mais em si mesmas, desenvolvendo mais autonomia
e independência na hora de solucionar seus conflitos. Família, amigos e escola: através das cores, as
crianças conseguem entender facilmente o que sente o personagem, são capazes de se colocar em seu
lugar, identificar-se com ele e, desse modo, compreendem um pouco melhor o que se passa não só
com elas, mas também com as pessoas de convívio mais próximo. Desenvolvem, assim, mais empatia
e respeito por seus colegas e familiares e pelo que sentem. Tema e desafios: aumentar o vocabulário
expressivo das crianças sobre suas emoções; gerar maior facilidade na comunicação de sentimentos;
desenvolver habilidades sociais. Aprender a administrar as emoções e aceitar receber ajuda diante de
pequenos conflitos melhora a convivência social.
Nota ao
mediador de leitura
Paratextos: eles não estão no livro à toa
Paratextos não definem a obra literária, mas contribuem com o seu entendimento. Por isso,
professor, na fase de pré-leitura, considere os paratextos seus aliados.
Quando um livro chegar até você, mediador, penetre tudo o que ela é capaz de ressaltar. Cada detalhe
no segredo das coisas, perscrute cada parte impressa: significa.
imagens, textos, realces, sequências. Observe o for-
mato do livro que recebe a narrativa e os convites Percorra também, na companhia dos alunos, a leitu-
à leitura. Percorra tudo aquilo que acompanha – ra da 4ª capa (contracapa). Indique para os alunos
como paratexto – o texto principal literário e que que eles podem, como sujeitos-leitores, buscar na
contribui para a compreensão da obra. 4ª capa ilustrações, símbolos, sinopses, resumos –
visões gerais, sínteses –, palavras, frases e parágra-
Evidencie para os alunos, professor(a), a importân- fos que sugiram a essência da história ou ofereçam
cia de observar atentamente a 1ª capa ilustrada e pistas acerca do tema e da problemática.
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OBSERVEMOS A 1ª CAPA DE O MONSTRO DAS CORES VAI À ESCOLA
Construindo sentidos
Será que por meio desta apreciação podemos recolher pistas ou inferências sobre a história?
Hora de experimentar.
1 Dica: O verde é uma cor que expressa calma e tranquilidade para o Monstro. Isso nós aprendemos com a leitura de O Monstro
das Cores, obra de Anna Ll enas lançada antes de O Monstro das Cores vai à escola.
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A 4ª capa traz outras indicações importantes ao leitor. Afinal, estamos diante de uma breve sinopse, que
sugere a problemática da trama:
Além disso, observe com os alunos, professor(a), as páginas que antecedem a narrativa. Há muitas ilus-
trações alegres e variadas em cores, expressão, gestos e companhia. Esse conjunto de páginas faz parte da
estrutura pré-textual e pós-textual do livro. Inclusive, após o desfecho, há uma página interativa.
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Adequação e desenvolvimento
de competências
Competências gerais associadas à obra O Monstro das Cores vai à Escola:
4. Leva o aluno a desenvolver as habilidades de leitura e escrita, ajudando-o a construir uma prática de
leitura individual e compartilhada; a posicionar-se em debates diante de situações criadas para reflexões
e questionamentos sobre o tema abordado;
Gênero
Narrativo
O Monstro das Cores vai à escola é uma prosa de
ficção. A história é fantasiosa, mas faz sentido den-
tro das circunstâncias apresentadas. Há coerência
nas sequências textuais e imagéticas e, no interior
do texto, percebe-se uma progressão temporal en-
tre os acontecimentos relatados.
O protagonista.
Trata-se também de um conto ilustrado: gênero
literário caracterizado por narrativa breve, coerente escrito em estrofes, versos e sonetos. Levar exem-
sequencialmente e com unidade de tempo. plos para a sala de aula. Evidenciar, assim, que a
prosa é uma forma natural de comunicação entre
A saber, os elementos tradicionais do conto são: seres humanos, similar ao nosso modo cotidiano
personagens, tempo, espaço e enredo. de falar, e que a poesia costuma ser mais rebus-
cada na seleção de palavras, porque é a expressão
Demonstrar aos alunos, professor(a), que um de emoções e sentimentos – trabalhada estetica-
texto em prosa é diferente de um texto poético, mente em texto ou imagens.
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Antes
da leitura
Ter medo tem solução?
Sugerimos que o professor desenvolva um clima descontraído junto com os alunos.
Conversação
A lição do medo
O que é o medo? Um sentimento, reação, impulso? Será que o medo só existe diante de um
perigo ou ameaça real? Como, por exemplo, ter medo de ser atacado por um animal feroz
numa trilha na selva? Ou ter medo de uma prova muito difícil?
Será que o medo também pode ser uma projeção da ansiedade? Ou uma invenção da nossa
cabeça? E será que sensações de ameaça ativadas pelo nosso cérebro desencadeiam ações?
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Imagem retirada do livro O Monstro das Cores, de Anna Llenas.
Cada cor representa uma gama de sentimentos e emoções.
De qualquer modo, o medo ativa reações, emoções, • Quando a sensação de medo nos paralisa ou (su-
impressões – acerca de nós mesmos, do mundo per)agita é preciso buscar ajuda?
ao redor e/ou acerca do outro. E tais reações neu-
rológicas podem afetar o humor, a paz e a con- • É importante tentar entender que situações
fiança dos seres humanos. Porque o medo – em geram medo?
qualquer idade – nos aflige, perturba, transtorna.
• Como o medo (infantil/juvenil) se manifesta na
Uma pessoa, por exemplo, pode desenvolver tan- escola? Há um mapeamento de sintomas?
to medo de ler em público que nessas situações
gagueja, mesmo não sendo gaga. Outra pessoa • Referências positivas – tais como diálogos,
pode ter a (falsa) sensação de não ser amada e reunião com os pais, consciência do problema
com isso se sentir muito triste. Há ainda pessoas sem distorções pejorativas – contribuem para
que sofreram no passado traumas e, consequente- minimizar conflitos?
mente, desenvolveram fobias e medos no presente
– medo de rejeição, de violência, de deboche, de
separação, de preconceito etc.
Os sintomas são muito variados, mas podem incluir: choro, distanciamento social, nervosismo
exacerbado, tremores, cansaço, insônia, sensação de falta de ar, coração acelerado, dor de cabeça, suor
excessivo, mãos frias, boca seca, tontura, náuseas etc.
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O medo pode ser tão grande que vira uma fobia, O tema medo é, portanto, relevante e pode
quase um pânico social, algo psicologicamente promover orientação – no desenvolvimento
grave. As situações ameaçadoras podem gerar infantil e/ou juvenil –, além de abrir debate a
taquicardia, falta de ar, insônia, isolamento social, respeito de modos de apoio e enfrentamento
tristeza, angústia, ansiedade, gastrite, dentre dos problemas. Afinal, muitas vezes, assunto
outros problemas de saúde. O cérebro de quem pouco debatido é assunto superficialmente
vive com medo da vida não relaxa². conhecido.
Mediador
Por isso, mesmo quando o motivo de um medo parecer injustificado, é necessário ouvir a
pessoa – criança, jovem, adulto que sente medo –, orientá-la e perceber quais são os sinto-
mas que indicam problemas psicossomáticos associados ao medo – tais como suar muito,
enjoar, perder apetite, não socializar com os colegas etc. O cérebro dessa pessoa deve ser
treinado para perceber o medo como um sintoma diante de certas situações – por exemplo:
“choro porque sinto medo de ficar sozinho na escola”; “tenho taquicardia porque sinto medo
quando a professora me chama para ler na frente de todos”; “tenho medo que debochem
de mim e gaguejo”; “me escondo quando alguém aparece no parquinho porque tenho medo
que me batam” etc. Uma vez que esses sintomas são percebidos como ações recorrentes,
“disparos do medo”, essa pessoa deve ser orientada a procurar apoio – familiar, médico ou
escolar – para enfrentar os desafios de forma acompanhada, mediada.
Uma rotina pode ser criada a fim de que a pessoa volte a ganhar confiança em si, conte com
uma rede de apoio e não se isole ao se sentir abalada por fatos da vida.
Sugestão: Assista ao vídeo “O Monstro das Cores”, onde Nuna – a menininha – ajuda seu
amigo a sair da confusão de sentimentos, perpassando claramente a alegria, o medo, a raiva, a
calma e a tristeza. Desse modo se familiarize com as cores que a autora Anna Llenas elege para
representar as emoções do Monstro. Fonte: Devir TV. Disponível em: https://www.youtube.
com/watch?v=otxOAU6v12g&t=34s. Acesso em: 25 mar. 2021
2 O livro citado a seguir fala exatamente sobre o medo que paralisa, perturba, não relaxa os nervos:
O menino que tinha medo de errar, de Andrea Taubman, conta a história do medo persistente de
Pedro, transtorno que o afasta dos amigos e brincadeiras, lhe tira o sossego, preocupa, irrita e o isola.
A narrativa apresenta para o leitor comportamentos, pensamentos, e a visita a um lugar diferente
e perfeito, onde Pedro finalmente descobre que medo não combina com alegria. Para assistir à
contação, visite o Baú da Camilinha: https://www.youtube.com/watch?v=_xNM9H8PN4k
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Monstro das Cores e Nuna felizes. Ilustrações de Anna Lle- Centro de Educação Infantil Lar de Crianças Ananda Mar-
nas. ga. Matéria: Creche pública da periferia de SP tem ioga e
massagem para as crianças. Fonte: Daniel Froes. Disponível
em: https://razoesparaacreditar.com/creche-periferia-io-
ga-e-massagem. Acesso em: 25 mar. 2021.
Objetivo: fazer da escola um lugar acolhedor faz toda a diferença. Planejar ações de
acolhimento e inclusão, troca coletiva e respeito mútuo. Fortalecer a confiança dos alunos
seja através de diálogos, jogos de integração ou grupos de apoio e orientação (psicológica).
Mostrar que haverá espaço para estilos e pensamentos diferentes, modos de ser e modos de
pensar, em valorização à diversidade e à autenticidade dos sujeitos. Afinal, um dos medos
mais comumente relatados é referente à autoestima (sentimento de inferioridade).
A leitura
Atividade 1
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o trabalho em equipe deve ser mantido até que
todos tenham encontrado seus balões nomeados;
quando isso ocorrer, o(a) professor(a) deve criar
um grande abraço coletivo e demonstrar aos
alunos que o mais importante para a felicidade
é que uns ajudem os outros, sejam solidários e
amigos, pois assim a felicidade chegará a todos,
na forma de paz, harmonia, cores, apoio e alegria.
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– o professor pode estipular 30 segundos, um de vida (de ser) de cada plantinha e, deste modo,
minuto, fica a critério de cada professor(a). vamos valorizar a diversidade e as origens, ratif-
icando que todos e todas – alunos e plantinhas
Objetivos envolvidos: Demonstrar que um gru- – são igualmente importantes.
po de pessoas pode ter um objetivo comum e
positivo a todos; fomentar o trabalho em equipe;
facilitar o entrosamento do grupo; despertar a
parceria; promover aproximação entre os colegas,
ou entre eles e alunos novos.
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Exemplo: microverdes de beterraba, coentro, couve, manjericão, mostarda, rabanete, repolho roxo, rúcu-
la e salsa.
Microverdes
(Reprodução/casa.com.br).
Objetivos da atividade
Recepcionar; acolher; dar início às apresentações; compartilhar experiências práticas;
fomentar a comunicação interpessoal; explorar os ambientes de sociabilidade escolar;
sinalizar rotinas no tempo-espaço das aulas; valorizar os seres vivos e a diversidade;
demonstrar que todos(as) são bem-vindos(as).
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Atividade 2
Observe nas obras de arte a seguir como os ar- Vamos agora retomar nosso livro, folheá-lo e
tistas se valeram de princípios básicos para criar apreciá-lo detidamente, com calma e atenção,
belas obras originais. Em cena, o círculo, linhas, refletindo:
triângulos e cores.
• Na hora de entrar na escola, como o Monstro
das Cores se sente?
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• O acontecimento por vir é expressamente reve- O Monstro passa a conhecer alguns ambientes es-
lado ou apenas sugerido nas ilustrações? colares:
• Ir para escola é algo real ou tudo não passa de • Apreciem a representação da sala de aula no
um pesadelo do Monstro das Cores? livro O Monstro das Cores vai à escola: ela é bela,
alegre, colorida, acolhedora, atrativa. O espaço é
• O Monstro demonstra animação e curiosidade organizado e há elementos/objetos interessantes
sobre a escola? Ou fica pensativo e quieto? disponíveis. Saberia dizer quais são?
• Quais sentimentos e emoções chegam primeiro • Quando estamos para vivenciar algo novo po-
à mente do Monstro? demos nos sentir ansiosos e agitados?
• O Monstro expressa algum tipo de receio diante • Atividades lúdicas e interativas fazem bem à
da novidade? Ele fala ou “se fecha”? O Monstro mente e ao espírito?
muda quando a menina diz: “hoje é seu primeiro
dia na escola”? Analisemos representações ilustradas do livro,
bem significativas para o enredo: labaredas, dragão,
• Há algum imprevisto em curso, na ida à escola, morcegos, voo livre, espada etc. Isso combina com
que causa o medo do Monstro? a escola? Ou parece o mundo da imaginação?
• Como o Monstro projeta este lugar (escola)? riqueiros, naturais e reais – conhecer a escola, seu
Reveja as cenas. espaço, a professora, os novos colegas etc. – ou em
suposições e fatos fantásticos e imaginários?
• O rosto do Monstro demonstra que ele está
calmo? • Será que é natural sentir saudade de casa no pri-
meiro dia de escola?
• O Monstro está focado em acontecimentos cor-
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Modo como o Monstro se sente e reage ao imaginar o acontecimento “primeiro dia de escola”.
• Como você se sentiu quando soube que ia para a mochila para esse lugar chamado escola?
escola? Faça um desenho colorido.
• O que costumamos levar dentro da nossa mo-
• O que o Monstro acha que precisará levar na chila escolar?
• Conversar com os alunos sobre necessidades e usos reais – por exemplo, objetos e
suas funções (mochila, bota, óculos etc.) –, e também sobre usos criativos – para objetos
existentes, inventando usos brincantes e lúdicos para os mesmos na conversação em roda.
Deixem a imaginação fluir livremente. Estimule a participação de todos os alunos.
• Repensem juntos situações divertidas: chegar à escola e encontrar um dragão que cospe
meleca; levar na mochila uma poção de invisibilidade; usar repelente para morcegos de
batom; não esquecer os óculos antialienígenas; calçar as botas para dias de chuva e areias
movediças etc.
• Reflitam também o que é importante levar para a escola. Lembrem-se que durante a nar-
rativa é comentado que basta colocar na mochila “a agenda e pouca coisa mais”. A opinião
da menina representa na trama a voz da experiência, isto é, de quem já passou por esse
momento – do primeiro dia na escola. Revejam juntos essa passagem ilustrada.
• A seguir, professor(a), sonde a opinião dos alunos e, por meio, de diálogo livre, insira as
noções de: suficiente, necessário, excessivo; essencial, supérfluo. Ressalte também que em
dias especiais, anunciados pela escola, outras opções de objetos poderão ser consideradas a
respeito do que levar na mochila – a exemplo de fantasias, brinquedos, álbuns etc. Ou seja,
“o que levar na mochila” é algo rotineiro, mas também sujeito a mudanças circunstanciais.
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Atividade 3
Reflexão psicossocial
— Olá, Monstro.
Tenho que te contar uma coisinha... Hoje é o seu primeiro dia na escola.
• Será que uma frase é capaz de mudar o nosso • Sentir muita coisa, ao mesmo tempo, pode nos
dia? deixar nervosos?
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Monstro completamente descontraído.
Fonte: Web TV. Multi Rio – A Mídia Educativa da Cidade – Entrevistas - Disponível em:
http://www.multirio.rj.gov.br/index.php/assista/webtv/11744-orquestra-em-movimen-
to. Acesso em: 25 mar. 2021.
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Ações em psicoeducação
Em valorização: o “tempo junto”!
Corre-cotia:
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Após
a leitura
Ambiente escolar: a construção da imagem da escola
- Expressão de mensagens altruístas, diálogo e ações de incentivo à inclusão -
• A escola não é um lugar chato e ameaçador. higiene pessoal; contação de histórias; alimen-
tação (lanche ou almoço); exercícios físiscos
• Na escola respeitamos regras e rotinas insti-
(ginástica) ou pátio libre; brincadeiras musicais;
tucionais, assim como a individualidade de cada
repouso; etc.
um dentro da comunidade escolar.
• A escola é um lugar onde as tarefas respeitam
• Minha escola é... – alunos e professor(a) devem
uma rotina e aprendemos gradativamente com
construir essa imagem juntos.
apoio, suporte e em respeito às diferenças.
• Na escola há tempo para tudo: para atividades
concentradas e descontraídas, individuais e cole-
tivas, silenciosas e interativas, em áreas internas
e áreas externas.
• A escola nos ensina meios de evitar a desordem,
o desperdício e o desrespeito.
• Diante do risco de bullying infantojuvenil: iden-
tificar, prevenir, conscientizar.
• Não negligenciar as situações de agressão, dis-
Primeiro dia de aula: momento inesquecível. criminação ou deboche.
https://parenting.firstcry.com/articles/contribution-how-
to-make-your-childs-first-day-to-school-a-memorable-one/ • Tratar os conflitos com soluções de paz, rear-
monização e respeito.
• A escola valoriza o pensamento individual e o
trabalho em equipe. • Indicar aos alunos canais de comunicação e de
apoio na escola.
• A escola respeita a diversidade e a heterogene-
idade dos alunos. • A escola é um lugar de interações, aprendizados
e trocas.
• Na escola não somos surpreendidos a cada mo-
mento: há organização e rotina. • A escola nos prepara para superarmos desafios,
nos instiga a irmos além.
A rotina em uma escola pode, por exemplo, in-
cluir momentos de: aprendizagens em sala de • Desafios não são perigosos quando mediados
aula (via jogos, conversações, leitura, escr ita); por pessoas responsáveis.
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A escola não era como o Monstro das Cores imaginou: assustadora.
Tanto que ele já se prepara, alegremente, para voltar à escola no dia seguinte.
Diálogo final
mediado pelo professor
Por meio desta leitura percebemos que tivemos acesso a muitas emoções.
O que será, então, que quer dizer a expressão: “Foi um grande dia!”
Voltem a essa página. Observem, antes de responder, os gestos, semblantes e proximidade entre os per-
sonagens na ilustração final. Agora sim, após a releitura das cenas e textos, motive os alunos, professor(a),
a responderem oralmente, compartilhando impressões com os colegas.
Foi um dia muito especial! Repleto de novidades e descobertas. Coisas incríveis couberam na rotina es-
colar nesse primeiro dia de aula do Monstro. Houve sim receio e medo, mas também a chegada de novas
experiências e vivências, algumas divertidas aventuras, momentos de descontração, satisfação, leveza,
alegria, integração social e carinho mútuo.
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Interlocução
Projeto “Conta-me um Conto”
Qual a melhor forma de lidar com o medo? Na Objetivos: Inserir novas leituras na rotina escolar,
infância, por exemplo, conversas frequentes, apoio promovendo interlocução com outras abordagens
psicológico (familiar ou profissional), tratar os e histórias, personagens e problemáticas – isso
medos com naturalidade e nunca ignorá-los. Em por ocasião da chegada e mediação de leitura de O
alguns casos, ajudar as crianças a sair da fantasia Monstro das Cores vai à escola.
ou pesadelo mental pode contribuir para que as
mesmas superem temores íntimos. Em outros casos, Seguem algumas dicas de leitura:
dinâmicas cognitivas comportamentais podem
trazer bons resultados, afinal, o ser humano carrega O Monstro das Cores, livro idealizado pela
em si a capacidade de adaptar-se e readaptar-se. mesma autora de O Monstro das Cores vai à escola,
a espanhola Anna Llenas, convida as crianças
O medo pode ser justificável – medo, por exemplo, e os leitores de todas as idades a observarem,
de cachorro, por já ter sido mordido – ou também intimamente, a riqueza e a variação das nossas
pode ser algo ilusório – medo dos pais irem embo- emoções. Era uma vez um simpático monstrinho
ra e nunca mais voltarem. Tanto faz. Porque medo que por vezes não sabia ao certo o que estava
é medo. Sempre parece real. Por isso, o corpo e a sentindo... Nesses dias ele fazia uma bagunça com
mente podem ser treinados a relaxar e a vivenciar as emoções e ficava sem saber como arrumá-las ou
dinâmicas positivas nesses momentos de tensão – identificá-las. Como saber se dentro dele há espaço
musicais, narrativas, ou rodas de conversa. para a raiva, tristeza, calma, felicidade ou medo?
E quanto ao amor? O Monstro das Cores é um
Para cada resposta emocional intensa relacionada ao delicioso conto ilustrado sobre o funcionamento da
medo pode haver uma forma mais realista, segura e mente, o efeito das emoções e dos pensamentos em
otimista de agir frente às dificuldades ou receios. nosso sentir e viver. Experimente essa leitura!
O tema educação emocional é bem amplo, abrange Quem não tem medo? Nós conversamos sobre
temas, autores, situações reais e imaginárias, nossos medos? Ou o medo fica escondido?
além de assuntos relevantes como bullying, Podemos ter medos grandes e pequenos, reais
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e imaginários? Pensando nesse tema, a autora perigosas etc.. Medo pode ser algo que nos protege
Raquel Cané escreveu O livro do medo. Para ter de perigos. Medo pode ser algo ameaçador. Mas e
acesso a uma contação dessa história visite o canal se a gente encarar o medo, o que acontece? Essa
Vereda dos Textos: https://www.youtube.com/ leitura nos ajuda a descobrir, imaginar, refletir.
watch?v=cm-OaUIe3Ok.
Essas são apenas algumas sugestões livres, de
Eu não tenho medo, de Todd Parr, aborda os me- incremento ao diálogo, interação e vínculo
dos e o que é capaz de nos tranquilizar. Afinal, para professor-aluno.
todo temor existem soluções que potencialmente
nos acalmam, e diante de sensações ruins somos Afinal, leituras literárias podem ser fomentadoras
capazes de refletir boas saídas. As fobias evocam de pensamentos, emoções e sensações. Depois de
inseguranças ou até mesmo pânico, mas diante de algumas leituras abre-se um espaço propício para a
problemas também nos deparamos com oportuni- formação de opinião, manifestação de experiências
dades para a conscientização de emoções, troca de pessoais e escuta coletiva.
ideias e mapeamento do que cria bem-estar, tran-
quilidade, autoconfiança, segurança, alegria. Enfim, Procure na biblioteca escolar livros que tratem do
para medos reais ou imaginários há soluções men- autocontrole, do apoio comunitário, do respeito aos
tais possíveis. sentimentos alheios, das vivências na infância, da
construção de relações saudáveis, da autoestima, de
Quem tem medo de quê?, de Ruth Rocha, aborda comportamentos equilibrados ou de disfunções etc.
situações exóticas e muito divertidas. A essência Tudo isso vai contribuir para manter acesa a atenção
desse livro está no humor, visto como o melhor e despertar o empenho espontâneo dos alunos.
meio de enfrentar os medos. Já na obra Quem tem
medo do novo?, da mesma autora, o medo é visto Para aulas bilíngues sugerimos: I love school, de
como algo natural e que nos traz lições altruístas. Tracey Corderoy, Editora Tiger Tails, lançamento
em 2020. Nesse livro, Otto é um pequeno rinoce-
Sinopse: Todo mundo tem medo — e isso pode ser ronte que adora aprender e descobrir coisas novas,
até bom. O que a gente não precisa é ter medo das seja em casa, nos museus ou no mundo, e Otto não
coisas que não existem. Nos livros dessa série, as- vê a hora de ir para a escola!
sinada por Ruth Rocha, você vai poder conversar
sobre seus medos — os mais secretos. E descobrir Na obra All are welcome, de Alexandra Penfold e
outros (medos) que nem imaginava que existiam. E, Suzanne Kaufman, é abordado não só o primeiro
principalmente, vai aprender que às vezes o humor dia de aula e o momento de boasvindas a todos
é a melhor maneira de enfrentá-los. os alunos no ambiente escolar, como o respeito à
diversidade cultural. A mensagem principal é a de
Quando sinto medo, de James Misse, trata dos que “todos são bem-vindos”, “todos fazem parte de
grandes segredos e de variados medos: medo de uma comunidade”, independente de credo, origem
monstro, medo de dizer que tem medo, medo de (país), costume, raça, sexo.
cachorro, medo de atravessar a rua, medo de coisas
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