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CAU
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Tr a b a l h o s d e C u r s o d e A r q u i t e t u r a e U r b a n i s m o 2 0 0 6 P u c - R I O
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CAU
Autores dos Trabalhos |
Amanda Miranda
Cecilia Teixeira
Laís Camaz Vinhosa
Felipe Botelho
Isabela Hanna
Juliana Zendron
Marcela Marques Abla
Miguel Saint´Yves Carvalho
Nina Lucena
Patricia Guedes Gomes
Priscila Mauro
Renata Fontainha
Tatiana Ribeiro

Ano de conclusão dos Trabalhos de Curso |


Dezembro de 2006

Organizadores |
Andres Passaro
Prof. CAU/PUC-Rio
Cláudia Miranda
Profª. CAU/PUC-Rio
Otavio Leonídio
Coordenador do Curso
Editora |
In-Folio
Design Gráfico |
Thiago Jaconianni
Revisão e Edição de texto |
Paula Daemon
Impressão |
Grafitto
Tiragem |
1000 exemplares
Curso de Arquitetura e Urbanismo PUC-Rio |
Rua Marquês de São Vicente, 225 Gávea, Rio de Janeiro - RJ
Secretaria: Edifício Cardeal Leme Sala 301
Tel: (21) 3527-1828 / Fax: (21) 3527-1195
e-mail:gradarq@rdc.puc-rio.br
http://www.arq.puc-rio.br

TdCAU / organizadores : Andrés Passaro, Cláudia Miranda, Otavio Leonídio. – Rio de Janeiro : PUC-Rio, Departamento de
Arquitetura e Urbanismo, 2008-
v. : il (col.). ; 21 cm – Trabalhos de curso de arquitetura e urbanismo (PUC-Rio) ; 1 (2006)
1. Arquitetura. 2. Urbanismo. I. Pássaro, Andres. II. Miranda, Cláudia. III. Leonídio, Otavio. IV. Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro. Departamento de Arquitetura e Urbanismo
CDD: 720
TdCAU06

2008

TRABALHOS DE CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 2006 PUC-RIO PUC


RIO
Reitor | Luis Carlos Soares Madeira Domingues
Prof. Padre Jesus Hortal Sanches Aparecida Maria Abranches
Carlos Raja Gabaglia M. Penna
Vice-Reitor para Assuntos Acadêmicos | Carlos Éden S. Mesquit
Prof. José Ricardo Bergmann
Celso Rayol
Vice-Reitor para Assuntos Comunitários | Cláudia Maria P. N. de Miranda
Prof. Augusto Luiz Duarte Lopes Sampaio Dalton Almeida Raphael
Diego Anibal Portas
Vice-Reitor para Assuntos Administrativos | Eduardo José Lobão Pegurier
Prof Luiz Carlos Scavarda do Carmo Eduardo Rocha de Oliveira Filho
Vice-Reitor para Assuntos de Desenvolvimento | Enio Frota da Silveira
Padre Francisco Ivern Simó, S.J. Ernani de Souza Freire Filho
Fernanda Eugenio Machado
Decana do CTCH | Fernando Betim Paes Leme
Prof.ª Maria Clara Lucchetti Bingemer Fernando Fernandes de Mello
Decana do CTC | Flaviana Dias Vieira Raynaud
Prof. Reinaldo Calixto de Campos Gabriel Figueiredo de Mello
Gabriel Nogueira Duarte
Decana do CCS | Geraldo Filizola
Prof.ª Gisele Guimarães Cittadino Geraldo Luiz Campos Cardoso de Oliveira
Decana do CCBM | Giuseppe Amado de Oliveira
Prof. Francisco de Paula Amarante Neto Gláucia Augusto Fonseca
Hermano Viriato de Freitas Filho
Diretor do Departamento de Engenharia Civil | Icléa Reys de Ortiz
Prof. Celso Romanel Jaqueline Passamani Zubelli Guimarães
Diretor do Departamento de Artes & Design | Jorge Lucas Ferreira
Prof. Luiz Antonio Luzio Coelho José Tavares Araruna Junior
João Bosco Pitombeira F. Carvalho
Diretor do Departamento de História | João Carlos Laufer Calafate
Prof. Luiz Resnik João Masao Kamita
Juliana Vianna Valério
Kenya Moore de Almeida Dias da Cunha
Leila Beatriz da Silva Silveira
Ligia Teresa Saramago Pádua
Luciano Rosa Álvares
Coordenador do Curso | Luis Candido Gomes de Campos
Prof. Otavio Leonídio Luis Carlos Soares Madeira Domingue
Luiz Fernando Martha
Supervisores de Projeto | Marcelo Roberto Ventura D. de M. Bezerra
Prof. Alder Catunda Timbó Muniz Marcos Osmar Favero
Prof. Andrés Martin Passaro Maria Cristina Nascentes Cabral
Prof.ª Claudia Maria P. N. de Miranda Maria Fernanda Rodrigues C. Lemos
Prof. Fernando Betim Paes Leme Maria Lilia Simões de Oliveira
Prof. Hermano Viriato de Freitas Filho Mario Gordilho Fraga
Prof.ª Maria Fernanda Rodrigues C. Lemos Marta de Souza Lima Velasco
Prof. Marcelo Roberto Ventura D. de M. Bezerra Oscar Daniel Corbella
Prof. Marcos Osmar Favero Otavio Leonídio Ribeiro
Pedro da Luz Moreira
Supervisores de Área | Piedade Epstein Grinberg
Prof.ª Maria Cristina Nascente Cabral (História e Teoria) Rachel Coutinho Marques da Silva
Prof.ª Iclea Reys de Ortiz (Tecnologia e Construção) Rodrigo Cury Paraizo
Prof. Silvio Dias (Representação) Rodrigo Rinaldi de Mattos
Prof. Pedro da Luz Moreira (Urbanismo, Paisagem e Sheila Dain
Meio Ambiente) Silvia Pozzana
Silvio de Moura Dias
Professores da Área de Conhecimento | Tania Conceição Pereira
Alder Catunda Timbó Muniz Vera Magiano Hazan
Alfredo Luiz Porto de Britto Verônica Rodrigues Ferreira Gomes
Ana Luiza de Souza Nobre
Ana Paula Gonçalves Pontes Equipe |
Andrés Martin Passaro Consuelo da Silva Carvalho
Antonio Roberto M. B. de Oliveiras Pedro Ribeiro Matano
Um Comeco Auspicioso

Dezembro de 2006. O curso de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Rio diploma


sua primeira turma, fechando o ciclo inicial de sua implantação. Após dez
semestres de paciente e cuidadosa experimentação, treze alunos passarão a
ingressar na vida profissional lastreados por uma nova proposta de ensino no
campo da arquitetura e do urbanismo. Eles, decisivamente, acreditaram e
colaboraram em serem cobaias dessa proposta com a intenção explícita de
renovação na formação de arquitetos em nosso país.

Foi assim que o curso surgiu. Desde sua formulação inicial, a PUC-Rio explicitou
seu propósito de criar uma unidade de ensino estruturada para oferecer a
formação e capacitação de arquitetos para enfrentar os desafios de seu tempo
(séc XXI) e de seu país.

Naquele momento, sabia-se também, que a introdução desse novo curso


estreitaria, inevitavelmente, os vínculos do universo da universidade com sua
cidade. Os dramas, as carências e esperanças do “ser urbano” inoculariam o
cotidiano da PUC-Rio.

Foi com muita emoção e por que não dizer com justificado orgulho, que nós,
professores desse novo curso, através de treze novos jovens arquitetos,
vivenciamos em dezembro passado, a constatação de que tudo isso era verdade.

A apresentação dos trabalhos de curso para as bancas foram momentos que


superaram, em muito, a simples obrigação curricular de conclusão do curso.
Naqueles trabalhos, desde a escolha do tema até sua resolução final,
vislumbrava-se uma sensibilidade para com o cidadão/usuário, uma visão da
relação do objeto com sua cidade, um arsenal de conhecimentos e um
compromisso ético pouco comum (infelizmente) no cotidiano atual da vida
profissional em nosso país.

São trabalhos que renovam nossa fé na profissão, nossa confiança na estrutura


do curso e, sobretudo, intensificam nossa esperança em que é possível, com as
novas gerações, construirmos um país melhor.

Aqui estão os trabalhos; podem conferir.

Prof. Alfredo Britto, Setembro de 2007


CAU PUC-Rio
Arquiteto IAB

05
Prazo Proposto pela Universidade |

Mínimo: 5 anos letivos


Máximo: 10 anos letivos

Estrutura Curricular e Periodização |


1º Período
Cultura Moderna e Contemporânea
Desenho de Observação I
Matemática do Espaço e das Formas
Introdução ao Projeto
O Homem e o Fenômeno Religioso
Introdução à Profissão Arquiteto
2º Período
Teoria e História da Arquitetura I
Projeto do Espaço Residencial I
Geometria Descritiva
Desenho de Arquitetura I
Fundamentos da Linguagem Visual I
3º Período
Teoria e História da Arquitetura II
Desenho de Arquitetura II
Topografia na Arquitetura
Cálculo na Arquitetura
Estudos Sócio-Antropológicos
Projeto do Espaço do Trabalho
4º Período
Física na Arquitetura I
Teoria e História da Arquitetura III
Desenho de Arquitetura III
Projeto do Espaço Coletivo
Optativas de Cristianismo
5º Período
História da Arquitetura no Brasil
Urbanismo
Sistemas Estruturais na Arquitetura I
Física na Arquitetura II
Projeto de Revitalização e Reutilização
Programa Continuado de Estágio I
6º Período
Conforto Ambiental
Sistemas Estruturais na Arquitetura II
Desenho Urbano
História das Cidades
Ergonomia na Arquitetura
7º Período
Paisagismo
Sistemas Estruturais na Arquitetura III
Projeto de Arquitetura Utópica
Estética I
8º Período
Projeto do Espaço Residencial II
Construção Civil
Instalações Prediais Urbanas
Ética Cristã
9º Período
Compreensão e Produção do Texto Técnico
Proposta do Projeto Final
Programa Continuado de Estágio II
Geotecnia na Arquitetura
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
10º Período
Projeto Final
Planejamento e Controle de Obras
Economia (para Arquitetura, Desenho Industrial e Engenharia)
Ética Profissional

06
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO PUC-Rio

Quem é o Profissional?

Nas grandes cidades, a demanda por profissionais capazes de aprimorar o espaço


urbano é nítida: gente demais, moradia de menos, transporte caótico, pouco verde,
baixa qualidade de vida. Nesse cenário, o papel do arquiteto é cada vez mais
importante. Mais do que qualquer outro profissional, é ele o principal responsável pelo
bem-estar de todos que moram na cidade. Compreender e traduzir as necessidades de
indivíduos e de comunidades, criando soluções viáveis e criativas para os problemas
apresentados, eis a função do arquiteto e urbanista, cujo campo de trabalho está em
qualquer lugar ocupado pelo homem.

No Brasil, o exercício profissional do arquiteto e urbanista é regulamentado desde


1933. A habilitação é única e a lei que rege a profissão atribui a ela o exercício de
atividades referentes a edificações, conjuntos arquitetônicos, monumentos,
arquitetura paisagística e de interiores, urbanismo, planejamento físico, urbano e
regional. Nessas áreas, o arquiteto e urbanista pode exercer as atividades de
elaboração, coordenação, supervisão, orientação técnica e especificação de projetos,
planejamento e acompanhamento de obras, assessoria, consultoria, execução de
perícias e de avaliações. Iluminação, comunicação visual e design também são campos
de atuação do arquiteto. Não são raros, além disso, os arquitetos que atuam nas áreas
de história e crítica da arquitetura e das artes plásticas.

O que é o Curso?

O curso de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Rio está diretamente ligado aos


departamentos de Engenharia Civil, Artes & Design e História. Tem como objetivo
formar o aluno para trabalhar como profissional de projeto em arquitetura e
urbanismo, planejamento urbano e regional, gestão urbana, em construção civil e em
paisagismo. Prepara igualmente o estudante para atuar na área da preservação do
patrimônio artístico e cultural.

Concebido de maneira a fornecer instrumentos projetuais e técnicos, assim como


desenvolver o pensamento crítico necessário para a inserção do novo profissional no
mercado de trabalho, o curso fundamenta-se numa proposta de ensino integrado.
Essa concepção se reflete na estrutura curricular, com grande destaque para as
disciplinas de projeto de arquitetura. A participação de professores de diversas áreas,
compartilhando conteúdos e desenvolvendo novas competências, busca a integração
efetiva entre a teoria e a prática, a criatividade e o pensamento crítico.

O currículo inclui, ainda, disciplinas eletivas livres, oferecidas no âmbito do curso ou


por outros departamentos da PUC-Rio. Outra marca da graduação em Arquitetura e
Urbanismo são as chamadas atividades extracurriculares, com destaque para viagens
nacionais e internacionais, organizadas por professores e alunos. Os convênios com
universidades estrangeiras também oferecem aos estudantes a possibilidade de
realizar viagens de intercâmbio internacional.

07
aluno
trabalho
orientador
co-orientador
10
AMANDA MIRANDA
COMPLEXO PANELEIRAS
JOÃO CALAFATE
CARLA DIAS

14
CECILIA TEIXEIRA
CENTRO DE PESQUISA E
ESTUDOS DAS PAINEIRAS
JOÃO CALAFATE
PEDRO DA LUZ MOREIRA

18
FELIPE BOTELHO
FAST - PET
MARCOS FAVERO
LUCIANO ALVARES

22
ISABELA HANNA
RESIDÊNCIAS KANITZ
JOÃO CALAFATE

26
JULIANA ZENDRON
CENTRO DE REFERÊNCIA
EM DESIGN
HERMANO FREITAS

30
LAIS VINHOSA
PARQUE ECOLÓGICO
LAGOA DOS BURITIS
RACHEL COUTINHO
FLAVIANA RAYNAUD

34
MARCELA ABLA
SISTEMA CONSTRUTIVO
EM MADEIRA
FERNANDO BETIM

38
MIGUEL SAINT-YVES
ESCOLA TÉCNICA E SUPERIOR
DE GASTRONOMIA

ALDER CATUNDA

42
NINA LUCENA
PONTOS CULTURAIS
HERMANO FREITAS
MARIA FERNANDA LEMOS

46
PATRÍCIA G. GOMES
CENTRO DE PESQUISA
E ENSINO EM MÚSICA
OTAVIO LEONÍDIO

50
PRISCILA MAURO
COMPLEXO NÁUTICO
ARRAIAL DO CABO
MARIA FERNANDA LEMOS

54
RENATA FONTAINHA
CRECHE ONDE TUDO
É BRINCADEIRA
ALDER CATUNDA

58
TATIANA RIBEIRO
ESCOLA SUPERIOR DE CINEMA

OTAVIO LEONÍDIO
AMANDA COMPLEXO
MIRANDA PANELEIRAS

No bairro de Goiabeiras Velhas, em Vitória, no Espírito Santo, Dentro deste quadro, propõe-se a criação de um novo local de
mora e trabalha um grupo de mulheres que se reconhecem trabalho para essas mulheres, que contará também com
como Paneleiras de Goiabeiras. Elas vivem da produção espaços de cultura e lazer, associados a este ofício, que será
artesanal das panelas de barro escuras, que junto à moqueca denominado Complexo Paneleiras. O terreno selecionado é o
que nelas é preparada, representam o símbolo do Estado. Este do atual galpão, acrescido dos 4000 m² do terreno à frente,
ofício segue uma tradição de 400 anos, que vai sendo passada que pertence a uma antiga fábrica desativada de pré-
de geração em geração, seguindo os mesmos rituais de moldados.
produção realizados outrora pelos índios Tupi-Guarani e Una,
que habitavam a região anteriormente. Em 2002, as Paneleiras O Complexo será composto de quatro partes. A primeira
ganharam reconhecimento nacional ao obterem o primeiro destina-se ao novo Galpão das Paneleiras, com novos “boxes”
registro no livro dos saberes do IPHAN, como um bem padronizados e espaços de produção. A segunda, seria
imaterial, o que significa que o modo pelo qual elas realizam utilizada como local para os galpões dos casqueiros
esta produção não pode mais acabar. (captadores do tanino) e dos marisqueiros, que já estão
inseridos no local. A terceira é direcionada ao eco-turismo, e a
Atualmente, elas trabalham em sua maioria no galpão da última parte seria uma pequena intervenção nas casas das
Associação das Paneleiras de Goiabeiras (APG), situado a beira Paneleiras, com o uso de programação visual.
do manguezal, que representa um ponto turístico da cidade.
No entanto, este local de produção e venda das panelas, Mais do que ajudar na perpetuação de uma cultura, o
encontra-se com uma série de problemas estruturais e Complexo Paneleiras tem a intenção de atuar como um
funcionais, além de não comportar mais o número de pessoas agente perpetuador cultural e transformador urbano. Desta
que ali trabalham. Para agravar ainda mais a situação, há o forma, estará viabilizando a manutenção do modo pelo qual
projeto da Prefeitura da Rota Manguezal, que propõe a as Paneleiras se reconhecem como parte de um grupo, com
construção de uma nova via às margens do mangue, o que características e local próprio, compondo sua identidade e
conseqüentemente diminuirá ainda mais a área do galpão. fazendo com que suas vozes sejam ativas na sociedade.

10
captação do barro | limpeza | modelagem | queima | açoite |

LOCALIZAÇÃO

AMANDA MIRANDA | COMPLEXO PANELEIRAS | ORIENTADOR: JOÃO CALAFATE 11


MÓDULO: produção | venda | secagem | depósito
3
2

1
9
10 4 5

2 6

8
7
11

1. Galpão das 3. Banheiros 6. Marcenaria 9. Descarga e 11. Estacionamento


paneleiras 4. Açoite 7. Acesso limpeza barro
2. Exposição 5. Fogueiras 8. Acesso restaurante 10. Carga e descarga

GALPÃO
à DAS PANELEIRAS

12
7
6
5
4 1
3 2

9
8
10

1. Galpão dos 4. Depósito dos 7. WC / Vestiário


Marisqueiros Casqueiros 8. Quiosque
2. Praça 5. Depósitos 9. Playground
3. Depósito de 6. Administração 10. Deck
madeiras

GALPÃO DOS MARISQUEIROS | ECOTURISMO


CORTES

AMANDA MIRANDA | COMPLEXO PANELEIRAS | ORIENTADOR: JOÃO CALAFATE 13


depois
antes

IMPLANTAÇÃO

CECILIA CENTRO DE PESQUISAS E


ESTUDOS DAS PAINEIRAS
TEIXEIRA

Situado na Estrada das Paineiras, em Santa Teresa, no Rio de Janeiro, o Hotel das Paineiras
encontra-se hoje desativado e boa parte de sua construção está em ruínas. A proposta de
revitalização do edifício propõe transformá-lo em um espaço de múltiplos usos, voltados
para atividades em torno da preservação ambiental. O projeto sugere a criação de um centro
de pesquisas e estudos da mata Atlântica, específico de onde está inserido (a Floresta da
Tijuca) além da criação de um núcleo da Secretaria do Meio Ambiente do Rio de Janeiro e
espaços de apoio para os freqüentadores do Parque das Paineiras. A diversificação dos usos
contribui para que o complexo adquira vitalidade em tempo integral.

Conexão, integração, legibilidade, visibilidade e permeabilidade são conceitos que orientam


a nova proposta e que surgem da necessidade de uma melhoria do projeto. Sendo assim, é
feita uma setorização dos espaços, levando em conta a interação dos usos e a privacidade
das áreas.

14
LOCALIZAÇÃO

A fim de comportar o programa proposto e resolver a falta de


conexão entre as construções (no caso o prédio do Hotel das
Paineiras e a antiga residência), foram criadas duas novas
edificações. A primeira abriga o núcleo da Secretaria do Meio
Ambiente (SMAC) e a segunda trata-se de uma passarela, que liga o
centro de pesquisas à biblioteca. Em ambos os casos, a proposta gera
uma arquitetura que contrasta com a existente, demarcando de fato
uma interferência na área.

Este projeto tem como principal objetivo fazer com que o local volte a
atrair turistas e cariocas, de maneira que os usuários interajam com o
espaço, que até então esquecido na cidade, possa reencontrar a
floresta.
HISTÓRICO

CECILIA TEIXEIRA | CENTRO DE PESQUISAS E ESTUDOS DAS PAINEIRAS | ORIENTADOR: JOÃO CALAFATE 15
planta baixa térreo

planta baixa 2o pav.

16
CORTES e FACHADAS

CECILIA TEIXEIRA | CENTRO DE PESQUISAS E ESTUDOS DAS PAINEIRAS | ORIENTADOR: JOÃO CALAFATE 17
FAST-PET foi desenvolvido com o objetivo de possibilitar a Minalba ou Indaiá de 1,5L (as duas marcas mais consumidas
montagem de espaços temporários e de "arquiteturas de no país dentre as marcas de água mineral, segundo
pequeno porte", empregando apenas materiais reaproveitados pesquisas registradas).
e reciclados, com a utilização de simples mecanismos, de modo
que qualquer pessoa possa operar com o sistema. O fechamento com os painéis dispensa aparafusamento e se
dá apenas através de um encaixe do tipo macho-fêmea entre
Constituído essencialmente por painéis artesanais de garrafas as tampas das garrafas e as vigas perfuradas “L”. Além disso, a
PET, que com peças pré-fabricadas em plástico reciclado elasticidade do painel garante uma fácil colocação.
(através do método de pultrusão), compõem kits, que
acompanhados de um manual de instruções, contém o passo- O encaixe desenvolvido entre as garrafas PET dispensa fita
a-passo da montagem. adesiva e é bastante eficiente, podendo ser aplicado para
desenvolver uma série de produtos, como sofás, biombos e
Trata-se de um sistema bastante aberto e flexível, tanto em outros utensílios de uso decorativo, além de outros tipos
relação aos seus componentes, que podem variar de acordo painéis de fechamento.
com a disponibilidade de material, quanto ao seu uso
(divisórias internas, biombos, stands para eventos, barracas de O processo da produção dos painéis por meio de uma ONG ou
feiras, entre outros). cooperativa pode ser uma forma de proporcionar a inserção
social de pessoas de comunidades carentes no mercado de
FAST-PET é um sistema modular e todas as medidas são trabalho formal, contribuindo para o desenvolvimento de uma
múltiplos do módulo: o diâmetro da garrafa PET da marca consciência ambiental e para o aumento da qualidade de vida.

18
FELIPE
BOTELHO FAST - PET

FELIPE BOTELHO | FAST - PET | ORIENTADOR: MARCOS FAVERO 19


1 Kit de montagem e possível
embasamento sugerido com
garrafões de 20L de ponta ca-
beça, enterrados e preenchidos
com areia ou argamassa, ou
locação e aparafusamento das
vigas perfuradas direto ao solo.

3 Encaixe dos painéis um a um


n o s f u r o s d a s v i g a s.
Esse encaixe dispensa parafusos.

2 Montagem e finalização da
estrutura principal.

20
modelo 1:1 completo

4 Colocação dos caibros


apoiados e aparafusados
nos pontaletes, seguida da
colocação e aparafusamento das
ripas de cima para baixo.

5 Colocação das
telhas recicladas,
seguidas dos painéis
porta-janela.

FELIPE BOTELHO | FAST - PET | ORIENTADOR: MARCOS FAVERO 21


LOCALIZAÇÃO

USOS | CHEIOS E VAZIOS | GABARITOS |

ISABELA
RESIDÊNCIAS KANITZ HANNA
O projeto consiste na criação de habitações destinadas a famílias De forma que o projeto sirva como um agente incentivador da
com renda mensal entre dez a quinze salários mínimos, a partir revitalização e do desenvolvimento da vizinhança, as alterações
da reabilitação do edifício que originalmente abrigou a fábrica no edifício a ser revitalizado, assim como a implantação da nova
da Perfumaria Kanitz. Situada na Rua Washington Luis 117, no construção, buscam promover uma “costura” entre as
Centro do Rio de Janeiro, a construção é um bem tombado pelo diferentes áreas do mesmo. Para isso, foi criado um bloco
município. Há também a inclusão de um terreno localizado ao principal com nove pavimentos, interligado a outros dois
seu lado, utilizado atualmente como estacionamento, no qual foi menores, que possuem a mesma altura dos prédios vizinhos.
implantada uma construção contemporânea integrada à Esta edificação possui um “rasgo” que permite uma ligação
existente. visual entre a Rua do Resende e a construção que abrigou a
antiga zzPerfumaria Kanitz.
A implantação de habitações no centro da cidade, além de
recuperar uma construção de grande importância histórica, visa A localização dos diferentes usos também foi refletida com a
utilizar infra-estruturas de saneamento, transporte e finalidade de se adequar ao existente. As áreas residenciais são
telecomunicações já existentes, por serem atualmente mal mantidas no centro do lote e as lojas em blocos menores, mais
aproveitadas e utilizadas essencialmente em horário comercial. próximos à rua e às áreas de comércio, o que permite um maior
As modificações propostas possuem a finalidade de criar controle de acesso aos apartamentos. Um subsolo foi criado em
unidades confortáveis e que atendam às necessidades do toda a extensão do novo terreno e interligado ao já existente
usuário, preocupando-se em conservar a identidade do edifício. para abrigar o estacionamento. A área coberta, onde se
Propõe-se preservar especialmente sua volumetria e seus encontra uma chaminé, considerada importante referência do
principais elementos da fachada, que são características de local, abriga a área de lazer.
maior destaque no local.

22 SELECIONADO PARA O OPERA PRIMA


ANTES

IMPLANTAÇÃO

implantaçao

ISABELA HANNA | RESIDÊNCIAS KANITZ | ORIENTADOR: JOÃO CALAFATE 23


planta baixa térreo

planta baixa 1o pav.

24 SELECIONADO PARA O OPERA PRIMA


APARTAMENTO 1

HALL

APARTAMENTO 3

APARTAMENTO 2

CORTE
ISABELA HANNA | RESIDÊNCIAS KANITZ | ORIENTADOR: JOÃO CALAFATE 25
A proposta de um Centro de Referência em Design se dá a partir da
idéia de criar um projeto abrangente. Um local que além de abrigar
mostras nacionais e internacionais, sirva também como espaço de
discussão e divulgação do design.

O terreno proposto para a construção se encontra nas imediações


da Praça XV, no centro da cidade do Rio de Janeiro, entre o viaduto
da Perimetral e o mar, área onde atualmente funciona o Hospital
Maternidade Oswaldo Nazareth. Este terreno está num ponto
estratégico da cidade, próximo ao eixo cultural (Centro Cultural
Banco do Brasil e Paço Imperial) e ao mesmo tempo ao lado da
Estação das Barcas.

O projeto se desenvolveu de dentro para fora, estabelecendo as


relações entre as diferentes áreas propostas e sua proximidade e
conexão com os outros espaços. A intenção foi criar um local lúdico,
que não fosse utilizado somente por visitantes interessados nas
atividades em questão, mas que também fosse aproveitado em
momentos de estudo, encontro e reflexão.

Existem diferentes níveis, e em cada um deles acontece uma


atividade. O espaço comporta uma área de exposição, café, livraria,
áreas educativas, salas multiuso, oficinas, biblioteca multimídia e
um laboratório de informática, que oferece cursos especializados
em design. A área administrativa, que se encontra em um prédio
independente, engasta perpendicularmente no edifício onde
acontecemzz as demais atividades. O auditório se destaca no meio
do edifício como uma imensa massa orgânica. Sua estrutura
metálica está atirantada em dois pórticos por colunas de aço,
fazendo com que pareça flutuar.
JULIANA
O acesso pode acontecer de diversas formas, por meio de elevador,
rampa ou escada, sendo as duas últimas consideradas também um ZENDRON
espaço. As fachadas são independentes da função interna e
funcionam principalmente como anteparos para insolação. Na
fachada nordeste, que é voltada para a Baía de Guanabara, há um
fechamento orgânico feito de uma tela que protege o interior contra
a insolação e ao mesmo tempo não bloqueia a vista para o mar. Em
alguns momentos, essa transparência desaparece, criando um CENTRO DE
ritmo na fachada. Já a fachada noroeste, que faz frente ao Tribunal
da Marinha, é a continuidade da cobertura do edifício. Trata-se de
um grande plano horizontal que cobre toda a sua extensão e se
REFERÊNCIA
dobra, dando um fechamento à forma. Já a fachada sudoeste,z se
apresenta como um grande “pano de vidro”, que permite total
EM DESIGN
transparência.

26
LOCALIZAÇÃO

JULIANA ZENDRON | CENTRO DE REFERÊNCIA EM DESIGN | ORIENTADOR: HERMANO FREITAS 27


8
1 13
10
6 9
5 11
3 4 14
12
7 2

LEGENDA

1. Exposição 8. Manutenção
2. Auditório 9. Administração
3. Café 10. Salas de Aula
4. Livraria 11. Acervo
5. Midiateca 12. Depósito
6. Salas Multiuso 13. Curadoria
7. Equipamentos Técnicos 14. Funcionários

CORTE PERSPECTIVADO

28
CORTES

JULIANA ZENDRON | CENTRO DE REFERÊNCIA EM DESIGN | ORIENTADOR: HERMANO FREITAS 29


LOCALIZAÇÃO
O parque está inserido no centro de Ji-Paraná em Rondônia, e é delimitado pelo
Rio Machado, pela BR-364 e por uma área urbana adjacente. Atualmente,
encontra-se em estado de abandono e com poucas instalações de equipamentos
de lazer, utilizados com uma freqüência mínima.

O projeto busca o equilíbrio entre preservação e a implantação de infra-estrutura


associada ao uso público. Os impactos positivos referentes à conservação do
meio-ambiente, à oferta de atividades de lazer, ao fomento do turismo ecológico e
à educação ambiental são os objetivos que nortearam a proposta. Esta se coloca
como ponto de partida para um processo de reconsideração da frente ribeirinha e
de ordenamento do território, implantados com ações a curto e médio prazo,
ampliando a abrangência das propostas e da área de atuação em cada etapa.

A localização dos acessos privilegia vias e fluxos existentes. Um eixo principal de


circulação reúne ciclovia, via de pedestres e de veículos de serviço, além de ligar as
duas praças de acesso, que sinalizam as extremidades do parque. Com a intenção
de possibilitar múltiplos trajetos de acesso, foram projetadas passarelas sobre as
áreas alagadas, que conduzem a espaços distintos de contemplação e de
descanso, permitindo visadas diversificadas. O elemento paisagístico de maior
destaque é o Rio Machado, que estrutura o desenho do parque. Buscou-se abordar
o rio enquanto objeto de apreciação estética, meio de circulação e marco na
paisagem, recuperando a relação que existiu no passado entre cidade e rio. A área
ainda possui três lagoas, uma extensa área alagável nos períodos chuvosos e
buritizais, que conformam os panoramas primordiais considerados no
desenvolvimento do projeto.

O projeto prevê atribuir diferentes níveis de preservação, baseados na existência


de dois tipos de áreas: as mais preservadas, destinadas à recomposição das
características originais, de uso controlado e interferência reduzida e áreas que
atualmente encontram-se degradadas, voltadas para o uso público mais intenso e
atividades de maior impacto. Interferência mínima, sustentabilidade e
conscientização ambiental, são conceitos que traduzem a proposta, considerando
que as ações humanas devem respeitar e preservar o ambiente natural existente.
Da mesma forma, os materiais empregados buscam uma fonte renovável, que
possam ser reciclados e que estimulem novas posturas ambientais.

O trabalho se propõe a estabelecer um forte elemento imagético no contexto


urbano. Devido à sua grande visibilidade, é possível abordá-lo como um elemento
de destaque na paisagem, e com forte identidade visual. Visto que a vida
contemporânea produz um distanciamento entre as pessoas e a natureza, o
parque busca proporcionar o estímulo à percepção sensorial dos visitantes.

PARQUE ECOLÓGICO
LAGOA DOS BURITIS
LAIS
VINHOSA

30
etapa 1: o parque

LAIS VINHOSA | PARQUE ECOLÓGICO LAGOA DOS BURITIS | ORIENTADORA: RACHEL COUTINHO 31
DIAGRAMAS

perpspectiva centro de pesquisa e parque

PLANTA GERAL

32
banco circular em madeira acesso pedestres
piso em pedriscos
pista em saibro praça de
acesso
arena 1439m²
piso em tijolos de solo-cimento 1005m²

“UM PARQUE URBANO mirante


h=10m
NA AMAZÔNIA”

restaurante
338m²
deck lagoa natural
126m²

praça de
acesso
ginástica 3000m² bicicletário
praia natural

PLANTA AMPLIADA

FASES | TRANSPORTE ALTERNATIVO

LAIS VINHOSA | PARQUE ECOLÓGICO LAGOA DOS BURITIS | ORIENTADORA: RACHEL COUTINHO 33
MARCELA
SISTEMA CONSTRUTIVO EM MADEIRA ABLA
A proposta deste trabalho consiste no desenvolvimento e na
aplicação de um sistema construtivo modular, que busca racionalizar o
uso da madeira do eucalipto em articulação de módulos, através de
combinações diversas e com formas e usos variadas.

A região de Itamonte, em Minas Gerais, foi o local de pesquisa do


material utilizado, devido à concentração do emprego do eucalipto em
construções distintas, razão pela qual o emprego do seu refugo
minimiza o impacto ambiental, o gasto de energia e o desperdício de
material. O sistema, ao se apoiar pontualmente no terreno, se adequa
a altas declividades sem necessitar de movimentação de terra,
facultando também a manutenção da permeabilidade do solo.

O melhor aproveitamento da madeira descartada é beneficiada na


própria madeireira consiste em duas réguas: uma com até 1,5m de
comprimento e 0,02m de espessura e outra com até 1m de
comprimento e 0,01m de espessura. Os painéis possuem medidas
básicas, devido à utilização de módulos de 0,70 x 0,70m, que são
compostos por camadas. A espessura final é de 0,03m, que permite
combinações com medidas e elementos construtivos tradicionais e
ainda receber tratamento isolante térmico e acústico. Quanto à
estrutura, esta tem a sua articulação feita através de encaixes que
utilizam peças metálicas e de madeira aparafusadas. As peças são
padronizadas com medidas de 1,20 x 0,10 x 0,02m, formando treliças
espaciais com disposição em forma de pórticos, que suportam tanto a
edificação quanto a cobertura, e as mantêm independentes e
elevadas do solo.

O sistema construtivo é aqui apresentado como a “Casa do


Pesquisador”, oferecendo aos técnicos um ambiente confortável e
seguro para o trabalho de coleta e zanálise de material. A casa é
situada no bairro do Rocio, em Petrópolis, a 1082m de altitude em
terreno de alta declividade na franja da floresta da Mata Atlântica,
implantada com orientação norte da maior água do telhado ao abrigo
dos ventos dominantes e da chuva e com vista privilegiada para a
cadeia de montanhas no horizonte.

Tanto a captação de água quanto a geração de energia e o esgoto


sanitário, são aplicadas dentro do melhor conceito de
sustentabilidade e parâmetros ambientais. A água é captada por
declividade, a energia e o aquecimento por módulos solar, e o esgoto
com sistema biodigestor.

34 SELECIONADO PARA O OPERA PRIMA


CONCEITUAÇÃO

MARCELA ABLA | SISTEMA CONSTRUTIVO EM MADEIRA | ORIENTADOR: FERNANDO BETIM 35


PLANTA BAIXA

DETALHES

36 SELECIONADO PARA O OPERA PRIMA


CORTE PERSPECTIVADO

MARCELA ABLA | SISTEMA CONSTRUTIVO EM MADEIRA | ORIENTADOR: FERNANDO BETIM 37


A Escola Técnica e Superior de Gastronomia funciona em um
imóvel preservado pelo município existente na esquina da Rua
Gomes Freire com a Rua do Senado, no Centro da Cidade. O
projeto visa reutilizar uma edificação histórica atualmente
ociosa e ocupar os terrenos vazios, além de reestruturar a
paisagem urbana com uma arquitetura morfologicamente
coesa e significativa, de modo que o funcionamento da escola
em tempo integral resulte em um constante movimento de
pessoas pela região.

O acesso principal é marcado por uma ferradura que compõe a


fachada de uma garagem (Garagem Poula), o que garante sua
identidade. No entanto, ela se encontra em total abandono, com
vãos de portas e janelas concretados e árvores enraizadas.
Existe ainda um grande estreitamento entre a área original da
garagem e o centro da quadra, além de uma fragmentação entre
as áreas do lote.

Conexão, oxigenação e integração são conceitos que orientam a


proposta. Assim, a implantação foi estudada a partir da divisão
de setores e de uma aproximação de suas áreas. Os blocos são
dispostos seguindo uma estratégia que propõe admitir áreas
livres existentes no lote, contrapondo com a tipologia do seu
entorno densamente construído. Os três acessos por três ruas
diferentes e a morfologia do terreno também são características
que influenciaram na escolha da implantação.

O hall principal de entrada, marcado pela ferradura, dá acesso a


LOCALIZAÇÃO

uma área administrativa, ao salão de eventos, e à cozinha de


demonstração. A ventilação cruzada e a iluminação desses
ambientes são garantidas por vãos que dão para a Avenida
Gomes Freire e para um jardim interno, de convivência dos
alunos. Um núcleo de circulação vertical encontra-se em um
volume próximo à entrada principal, o que possibilita a conexão
entre o bloco das cozinhas e o de apoio a elas. Onde existia o
antigo “Restaurante Esmeralda Brasil”, na esquina do imóvel, é
implantado o restaurante. Os blocos de apoio e de serviço
localizam-se ao longo do terreno, as aulas teóricas se dispõem
de maneira a permitir uma divisão entre o pátio de carga e
descarga e o pátio interno.

A intenção é incentivar o aproveitamento de um vazio urbano


existente em uma área valorizada, buscando o resgate da
memória coletiva. Além de procurar atender a uma demanda de
profissionais existente no mercado da Gastronomia da cidade
do Rio de Janeiro.

MIGUEL ESCOLA TÉCNICA


SAINT’YVES EGASTRONOMIA
SUPERIOR DE

38
ANTES

PROBLEMÁTICAS
PROBLEMÁTICAS

Administração
Aulas Teóricas
Aulas Práticas
Restaurante
Serviço Cozinhas

MIGUEL SAINT’YVES | ESCOLA TÉCNICA E SUPERIOR DE GASTRONOMIA | ORIENTADOR: ALDER CATUNDA 39


PLANTA BAIXA TÉRREO

CORTES

40
PLANTA BAIXA 1o PAV.

MIGUEL SAINT’YVES | ESCOLA TÉCNICA E SUPERIOR DE GASTRONOMIA | ORIENTADOR: ALDER CATUNDA 41


IMPLANTAÇÃO GERAL

Trabalhar a cultura em comunidades carentes é princípio Os muros podem conter as mais diversas formas de sua expressão
fundamental do projeto. A proposta pressupõe a interação do cultural, com informações das atividades dos módulos e da cultura da
publico com a estruturação do projeto, definido pela cidade em geral. O piso do térreo se expande para fora dos módulos,
consagração dos usos. Desta forma, o traço mais forte da podendo conter informações culturais, como pequenos poemas,
proposta é promover a participação da comunidade em todas as formando o que o projeto chama de "livro de rua".
fases do processo de projeto, que prevê estruturas flexíveis, que
sejam mais abertas possíveis. Procurou-se, a partir desse novo espaço cultural, oferecer conforto
ambiental, com ventilação e iluminação natural. A proposta baseia-se na
Seriam escolhidos pontos estratégicos para implantação dos estratégia de formar um pólo atrativo, e é refletida na arquitetura através
módulos, que conformam bibliotecas, centros culturais, cinemas de um espaço que se abre para a rua, tornando-se convidativo, atraente e
e vazios, de modo a responder à demanda e às aspirações sedutor. O projeto busca fixar uma marca cultural na comunidade e seu
constatadas, que se compreendem por espaços de convívio e de cunho pedagógico facilita a descoberta de talentos em suas diferentes
discussão para o desenvolvimento das culturas. A escolha da formas de expressão, criando verdadeiros espaços de formação.
implantação dos módulos prevê um estudo inicial da área,
incluindo um mapeamento dos vazios, dos principais fluxos, dos
locais já consagrados para o encontro e das atividades
espontaneamente desenvolvidas nas diferentes áreas, admitindo

NINA
que os projetos nos terrenos eleitos devem integrar a
comunidade como um todo. Para alcançar esse objetivo, a
arquitetura perfura o tecido da favela, liberando o térreo, abrindo
caminhos e desbloqueando passagens.

Para integração desses módulos, são propostos fragmentos de


LUCENA PONTOS
muros, que espalhados pela comunidade, tornam-se
responsáveis por ligar esses pontos e construir um sistema.
CULTURAIS

17
42
Corte

Planta 1o pav. Planta 2o pav.

implantação fluxos estratégicos | vazios | tipologia | atividades

NINA LUCENA | PONTOS CULTURAIS | ORIENTADOR: HERMANO FREITAS 43


Corte

Planta 1o pav.

Planta 2o pav.

Planta 1o pav. Planta 2o pav.


implantação

implantação Planta 3o pav.

CENTRO CULTURAL

44
Corte

Planta Térreo
CINEMA

Planta 1o Pav.

Planta 2o Pav.

implantação
BIBLIOTECA

NINA LUCENA | PONTOS CULTURAIS | ORIENTADOR: HERMANO FREITAS 45


O Centro de Pesquisa e Ensino em Música é um projeto
arquitetônico de um estabelecimento destinado ao ensino
superior e à pesquisa da música contemporânea, possui o
objetivo de oferecer uma alta qualidade de ensino, que possa
refletir em pioneirismo didático e evidenciar o caráter social
desta proposta.

A área escolhida possui 18.617,62 m² e localiza-se na Avenida


Henrique Valadares, no centro do Rio de Janeiro, local que
oferece facilidade de transporte público, segurança, e

LOCALIZAÇÃO
acessibilidade. Além disso, essa região relaciona-se com a
história do surgimento das escolas de música brasileiras. A
quadra era ocupada pela antiga Vila Rui Barbosa, onde moravam
ícones musicais renomados, como Bidu Saião e Villa-Lobos.
Entretanto, com a reforma Pereira Passos, a vila foi devastada,
sendo mantidos apenas cinco sobrados. Com a atribuição de
novos usos, esses sobrados recriam a sua história.

O movimento e a duração da música nos levam a refletir sobre


um espaço que possa promover a apreciação da arquitetura no
decorrer do movimento das pessoas, em um determinado tempo
de percurso. Esse processo é acentuado através das passarelas
implantadas no interior do edifício. A arquitetura é explicitada
pelas diversas formas de incidência de luz, o que torna o tempo
percorrido fundamental para o entendimento do projeto.
Espaços para a música e a música em si, são compostos pelos
mesmos elementos, o silêncio e o som. Sendo a música uma
organização temporal desses elementos, aplica-se na
arquitetura um conceito de organização tempo-espacial.

O programa é uma caracterização hierárquica de espaços em


relação ao nível de privacidade e silêncio, isto é, o silêncio é a
representação dos espaços de concentração e de ztranqüilidade.
Gradativamente, criam-se espaços de som, expressão e
aprendizado por troca. O espaço público de expressão tangencia
o espaço de silêncio, onde ocorre a fusão dos elementos silêncio-
som.

PATRÍCIA
G. GOMES

CENTRO DE PESQUISA
E ENSINO EM MÚSICA

46
PLANTA BAIXA 1o PAV.

planta 1o pav.

PATRÍCIA GUEDES | CENTRO DE PESQUISA E ENSINO EM MÚSICA | ORIENTADOR: OTAVIO LEONÍDIO 47


48
FACAHADAS
CORTES

PATRÍCIA GUEDES | CENTRO DE PESQUISA E ENSINO EM MÚSICA | ORIENTADOR: OTAVIO LEONÍDIO 49


O Brasil explora minimamente o seu potencial paisagístico marítimo,
mesmo possuindo ilhas e grutas com uma imensa variedade de fauna e
flora, o que é atualmente encontrado em poucos lugares do mundo. O
litoral norte do Estado do Rio de Janeiro, em especial, é muito carente de
infra-estruturas do gênero. Dentro dessa região, a cidade de Arraial do
Cabo se destaca com potenciais paisagísticos e náuticos, tornando-se um
ponto estratégico para a implantação de uma marina. Além disso, a
exploração do turismo e do lazer náutico na cidade ainda é mínima, o que
não produz um retorno econômico significativo.

A cidade era apenas uma colônia de pescadores, quando na década de


1940, a instalação da Companhia Nacional de Álcalis muda o seu perfil,
passando a operar o porto e se tornando a principal fonte de renda e
emprego da cidade. Mas a indústria está endividada, com parque
industrial obsoleto e com produtividade em queda, o que provoca
ociosidade do porto durante catorze dias ao mês. A falência de Álcalis
poderia gerar para a cidade de Arraial do Cabo uma lacuna, tanto na
dinâmica econômica da cidade quanto no seu território.

De forma a amenizar a situação, as estratégias do plano de implantação


do Complexo Náutico proposto são fundamentadas em etapas de
projeto, que acontecem baseadas em diretrizes que procuram revelar
potenciais ambientais, econômicos e culturais da região. Primeiramente,
grande parte da área portuária é liberada para a implantação de um
complexo náutico, integrando a marina dos pescadores, a turística e a
privativa. Simultaneamente, ocorre a inserção no projeto do centro
histórico e das trilhas ecológicas, que fazem a ligação com a praia do
forno e desenvolvem a educação ambiental com a criação do parque
ecológico do morro do forno.

Com o fim da Álcalis e da atividade portuária, surge a possibilidade de


expansão da marina, além da liberação de seu terreno para ser
apropriado com outros fins, sempre associados ao Complexo Náutico. A
idéia é implantar atividades que irão "costurar" a cidade pelos seus dois
extremos e a integrarão efetivamente aos outros municípios da Região
dos Lagos.
LOCALIZAÇÃO

O projeto do Complexo Náutico Arraial do Cabo se caracteriza como o


ponto inicial para a reestruturação da cidade, para a recuperação do
ecossistema marinho, da fauna e da flora, assim como da cultura local e
do eco-turismo. A intenção é representar um foco de propagação de um
espírito novo, que valoriza a essência do local e que será concluído ao
longo dos anos.

PRISCILA
COMPLEXO NÁUTICO
MAURO ARRAIAL DO CABO

50
PLANTA COBERTURA

PRISCILA MAURO | COMPLEXO NÁUTICO ARRAIAL DO CABO | ORIENTADORA: MARIA FERNANDA LEMOS 51
52
PRISCILA MAURO | COMPLEXO NÁUTICO ARRAIAL DO CABO | ORIENTADORA: MARIA FERNANDA LEMOS 53
PLANTA BAIXA TÉRREO

O projeto consiste em uma creche comunitária para idade. As atividades variam desde aulas de artes e música à
cinqüenta crianças de zero a seis anos de idade em leitura de histórias. Elas acontecem sempre com o uso de
assentamento informal. Este trabalho tem como brinquedos lúdicos selecionados, que estimulam o aprendizado
princípio fundamental respeitar o comportamento e a criatividade das crianças, além de não oferecerem nenhum
básico constituinte de toda criança: “o brincar”. risco a elas. A volumetria e o tratamento dado às fachadas e
coberturas, bem como as inclinações do telhado e os volumes
O programa elaborado é estruturado de forma que a que se projetam, remetem às brincadeiras infantis, por buscar
brincadeira seja sempre a atividade principal da creche. sempre movimentos e estimular o dinamismo.
Os espaços são amplos e não compartimentados, como
acontece na maioria das creches municipais. Desta A estratégia de construção adotada foi por “regime de
maneira, os fluxos tiveram prioridade, para que a mutirão”, que possui duas vantagens: além da redução do
brincadeira aconteça de forma contínua e ininterrupta. A custo total da obra em aproximadamente 20%, os moradores
divisão não rígida das salas de atividades se organiza de terão a oportunidade de aprender uma técnica construtiva,
modo que todos da creche possam perceber facilitando a busca de empregos e a própria feitura de suas
simultaneamente os espaços de brincadeiras, e assim, as casas. Para a possível realização através desse regime, o sistema
crianças possam optar por qual atividade desejam construtivo deveria ser simples e de fácil execução. Para isso,
realizar. Deste modo, somente os bebês (até dois anos alguns materiais foram empregados, como por exemplo, um
de idade), que exigem cuidados especiais, estão bloco de concreto 20x40m, outro estrutural de 0,40x0,40m
s e p a r a d o s d o s d e m a i s . O r e s t a n t e para pilares, e lajes pré-moldadas também em concreto.
das crianças convive sem separação por

54
PLANTA 1o PAV.

CRECHE ONDE
TUDO É
BRINCADEIRA

RENATA
FONTAINHA

RENATA FONTAINHA | CRECHE ONDE TUDO É BRINCADEIRA | ORIENTADOR: ALDER CATUNDA 55


FACHADAS

PLANTA 2o PAV.

56
CORTES

RENATA FONTAINHA | CRECHE ONDE TUDO É BRINCADEIRA | ORIENTADOR: ALDER CATUNDA 57


TATIANA ESCOLA
RIBEIRO SUPERIOR
DE CINEMA

FACHADAS

58
1 Convivência, pilotis e terraço
2 Entretenimento1
3 Entretenimento2
4 Administração
5 Ensino1
6 Ensino2
7 Pesquisa

O projeto consiste em uma Escola Superior de Cinema que A compactação admite a percepção do edifício como
abriga cursos técnicos de extensão, graduação e pós- objetona paisagem, tornando sua leitura mais clara. Seu
graduação. Com a intenção de promover uma articulação interior, entretanto, é caracterizado pela fragmentação,
entre o caráter educacional e social, são estimuladas as adquirida pela independência dos pavimentos, dada através
concepções de desenvolvimento cultural e de de uma estrutura híbrida, que cria locais de grande riqueza
entretenimento. espacial e conforma ambiências e percursos distintos.
Localizado na praia de Botafogo, ao lado do prédio da O edifício possui uma área total de 12.824m², distribuídos
Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, o terreno possui em três subsolos e oito pavimentos que acomodam áreas de
uma área de 7.301 m² e se situa entre as ruas Farani e serviços e apoio, entretenimento, administração, biblioteca,
Marquês de Abrantes, importantes vias do bairro. A que galeria de exposição, estúdios, laboratórios, aulas
dispõe de um grande número de equipamentos culturais e, expositivas, restaurantes e cinematecas. Todos os andares
acima de tudo, trata-se de um local de fácil acesso, servido possuem núcleos de circulação, banheiros, compartimentos
de linhas de ônibus, metrô e com previsão para um futuro técnicos e áreas de estar.
terminal de barcas. Os fechamentos internos são feitos com placas dry-wall,
Como estratégia de ocupação, a elevação do com isolamento acústico de lã mineral. Os externos são
objeto possibilita a conexão física e visual com a rua de trás, peles de vidro (curtain wall), utilizando um sistema de
liberando a travessia e a vista da praia para o pedestre. Essa fixação do tipo spider glass (ventosas e cabos para
permeabilidade permite um cruzamento mais seguro, contraventamento). Os tipos de vidro alternam-se em
evitando os fluxos significativos das vias principais. transparentes, translúcidos e fechamentos opacos.

TATIANA RIBEIRO | ESCOLA SUPERIOR DE CINEMA | ORIENTADOR: OTAVIO LEONÍDIO 59


planta baixa térreo planta baixa 1o pav.

planta baixa 3o pav. planta baixa 4o pav.

60
CORTES

TATIANA RIBEIRO | ESCOLA SUPERIOR DE CINEMA | ORIENTADOR: OTAVIO LEONÍDIO 61


62
63
amandamirandacecíliateixeirafelipebotelhoisabelahanna
julianazendronlaisvinhosamarcelaablaninalucenamiguelsainty’ves
patríciaguedes priscillamaurorenatafontainhatatianaribeiro

TdCAU06
Trabalho de Curso
Curso de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Rio 2006
Este livro tem o propósito de apresentar os trabalhos realizados pelos alunos do Curso de
Arquitetura e Urbanismo da PUC-Rio durante seu último ano de curso. Nesta primeira edição,
estão reunidos os Trabalhos de Curso da nossa primeira turma, formada no final de 2006 e
composta por treze alunos.
Essa turma representa nossa primeira experiência na formação de arquitetos por meio de uma
proposta disciplinar baseada em uma profunda integração das áreas de conhecimento, presentes
no fazer arquitetônico. Tal experiência mostrou-se extremamente positiva e produtiva, como
atestam os trabalhos de uma turma que definitivamente marcou os rumos e abriu caminho para
as turmas futuras.
O Trabalho Final de Graduação foi concebido no CAU como uma atividade de um ano de duração
e com várias etapas de desenvolvimento. Em linhas gerais, ele se desenvolve em dois períodos, o
primeiro denominado Proposta de Projeto Final e o segundo, Projeto Final.
A Proposta de Projeto Final está voltada para a definição do arcabouço teórico que fundamentará
o projeto a ser desenvolvido. Procurou-se fugir da pesquisa quantitativa e direcionamos para uma
pesquisa mais enxuta, porém de qualidade, e mais ainda da busca mais ou menos acrítica de
referências meramente imagéticas. Cabe ao aluno, amparado por orientador,, elaborar
conceitualmente sua proposta, definindo o tema e seu programa, explicitando sua relevância e os
objetivos almejados. Neste primeiro período, todos os trabalhos desenvolvem-se sob a
coordenação de um Supervisor de Projeto, com o concurso de Supervisores de diferentes áreas –
Urbanismo, Meio Ambiente e Paisagem; História e Teoria; Tecnologia e Construção; e
Representação. No período seguinte, o Projeto Final está voltado para o desenvolvimento do
projeto em si, e a relação é mais estreita com professor orientador individual
Da dimensão urbana e territorial ao detalhe, da cidade ao edifício, da escala 1/10.000 à 1/25, do
risco sobre o papel à pesquisa sobre a materialidade – este livro engloba, como previsto, a
multiplicidade de etapas e aspectos que definem o projeto de arquitetura. Mais do que a síntese
de um currículo, os trabalhos aqui presentes demonstram a capacidade dos recém-formados de
investigar, criticar e redefinir a prática da arquitetura e do urbanismo.

Supervisores do 5º ano Andrés Pássaro (2006)


Cláudia Miranda (2007)

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