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(Aula sobre o assunto ministrada em 22/02 e 08/03 de 2022 – Profa. Dra. Josy Rosa)
A anatomia é a ciência que estuda o corpo animal, no atinente à sua forma, estrutura e
arquitetura, sem descuidar dos seus aspectos funcionais. Vê-se hoje a anatomia como um
ramo da morfologia, tendo esta última sua abrangência ampliada para os aspectos
microscópicos e embriológicos dos seres vivos, enquanto aquela dedica-se aos seus aspectos
macroscópicos.
O termo anatomia, etimologicamente de origem grega – ana = em partes e tomnein
= cortar – significa literalmente dissecação. Ou seja, a maneira de afastar, com o uso de
instrumentos apropriados, as partes do corpo dos animais, respeitando a sua estrutura e
arquitetura, permitindo assim o seu reconhecimento. O termo está, portanto atrelado aos
tempos em que a anatomia era apenas uma arte rudimentar de dissecação; só mais tarde
tornou-se ela uma ciência. Com o aprimoramento das técnicas de investigação anatômica,
como o advento do microscópio e todos os seus derivados, expandiu-se o objetivo da ciência
anatômica e, paralelamente, o seu conhecimento, tornando-se necessário dividi-la em
anatomia macroscópica e anatomia microscópica.
Pode-se afirmar, ainda, que a Anatomia é a ciência que estuda a arquitetura e a
estrutura dos seres organizados.
O termo estrutura, proveniente do latim structura (de structus, struere = combinar,
arranjar), significa a combinação, ou arranjo, de alguns elementos para constituir os tecidos,
destes para constituir os órgãos e dos órgãos para conformar a totalidade do organismo. Como
se pode depreender, há duas modalidades de estrutura, a macroscópica e a microscópica.
Contudo, na conformação do organismo, a estrutura e a arquitetura acham-se de tal modo
dependentes que à reunião de ambas dá-se o nome de constituição anatômica.
Figura 01 – Planos de delimitação do corpo dos vertebrados. D – Plano dorsal; V – Plano ventral; Cr
– Plano cranial; Ca – Plano caudal; L – Planos laterais.
Para favorecer o seu estudo e a indicação de suas partes, o corpo animal é encerrado,
por meio de seis planos imaginários, dentro de uma figura geométrica em forma de
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paralelepípedo (ex: uma caixa). São os chamados planos de delimitação do corpo animal e
serão, sempre, usados como referência. Esses planos, tangentes à superfície corporal, são:
1. Plano ventral – é o plano horizontal sobre o qual se apoiam os quatro membros, podendo
ser representado pelo próprio solo. Quaisquer detalhes anatômicos que dele estiverem
próximos, com o conseqüente afastamento do plano oposto, será, no atinente à sua
posição, ventral em relação àquele;
2. Plano dorsal – é o plano horizontal que tangencia o dorso do animal, portanto em posição
oposta ao plano ventral. Todo detalhe anatômico que dele se aproxime será dorsal em
relação àquele;
3. Planos laterais (direito e esquerdo) – são planos verticais que tangenciam as faces
laterais do corpo. Todo componente anatômico que deles se aproxime será dito lateral;
4. Plano cranial – é o plano vertical, situado à frente do animal, tangenciando, portanto o
crânio, e constituindo a face anterior do paralelepípedo. Qualquer elemento anatômico que
dele se aproxime será cranial em relação àqueles que estiverem mais para o plano oposto;
e
5. Plano caudal – é o plano vertical oposto ao cranial, ou seja, tangencia a cauda do animal
em posição anatômica. As referências anatômicas que dele estiverem próximas serão ditas
caudais em relação àquelas que estejam mais para o plano oposto.
O plano transversal (Figura 3), que divide o animal em segmentos desiguais (sem
simetria), os quais, de modo sucessivo crânio-caudalmente passam a ser chamados de
metâmeros. Este plano pode ser aplicado até mesmo nos membros.
Por último, encontramos um plano horizontal, que divide o animal em partes
distintas (sem simetria), os paquímeros (que ficam dorsal e ventral ao corte).
Quadros resumo:
craniocaudal, para designar aspectos cranial e caudal, conforme estejam mais próximos
daqueles planos.
Para os membros, ou até mesmo para a cauda, empregam-se termos especiais de
posição, como proximal e distal, conforme a parte a ser referida se encontre mais próxima ou
mais distante da raiz do membro (raiz é a parte do membro que permanece fixa ao tronco).
Nos membros torácicos empregam-se ainda os termos: face dorsal e palmar (à partir dos ossos
do carpo) e para membros pélvicos empregam-se os termos: face dorsal e plantar (à partir dos
ossos do tarso).
Para a cabeça (crânio e face) aplicam-se os termos rostral e caudal, designativos para
estruturas que estamos comparando entre si e que se encontrem mais próximas ou mais
afastadas da extremidade da face, respectivamente. Também empregam-se, para estruturas
localizadas na cabeça, os termos superior e inferior.
Plano
Horizontal