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Material Teórico
Carnes
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos
Carnes
• Introdução;
• Conceito;
• Estrutura;
• Valor Nutritivo;
• Qualidade da Carne;
• Cortes Bovinos e suas Utilizações em Técnica Dietética;
• Aves;
• Suínos;
• Ovinos;
• Caprinos;
• Pescados;
• Outros Tipos de Carnes;
• Embutidos;
• Pré-preparo e tipos de corte;
• Cocção;
• Indicador de Parte Comestível (IPC);
• Índice de Conversão (IC);
• Ficha Técnica (FT).
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Conhecer as variedades de carnes, seus valores nutricionais, classificações, os tipos de
corte, além das utilizações e aplicações em Técnica Dietética, possibilitando, assim, o uso
do IPC e IC na Ficha Técnica.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Carnes
Introdução
Nessa unidade da disciplina de Técnica Dietética, iremos abordar as carnes.
Conceito
São considerados carnes os tecidos musculares de diversos animais tradicional-
mente incluídos na dieta humana.
Estrutura
• Tecido muscular: é composto de feixes de fibras musculares, de forma tubular,
que se afinam nas extremidades. Essas fibras variam em tamanho, tendo em
média de 2,5 a 5 cm de comprimento (PHILIPPI, 2015).
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» Tecido conjuntivo branco: de coloração semitransparente, quando cozido
em calor úmido torna-se gelatinoso e macio. Composto principalmente de
colágeno, é encontrado em grandes proporções nos tendões. Ex.: pés de
galinha e pele de peixe;
» Tecido conjuntivo amarelo: composto de elastina, é muito flexível e tem
aspecto brilhante. Encontrado em abundância nos ligamentos que unem os
ossos e os órgãos, mas não é amaciado pela cocção.
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UNIDADE Carnes
Valor Nutritivo
As carnes são fontes de proteínas de alto valor biológico. Em sua composição,
as proteínas representam de 10 a 20%, e as gorduras de 5 a 30%. As carnes são
consideradas uma excelente fonte de vitaminas do complexo B, além de vitamina A
e minerais, como ferro, cálcio, fósforo, zinco, magnésio, sódio e potássio.
Os extratos da carne estimulam a secreção dos sucos digestivos e, dessa forma, contri-
buem para a digestão de outros alimentos.
Importante! Importante!
Qualidade da Carne
O glicogênio encontrado nos músculos dos animais continua metabolizando e
sendo armazenado mesmo depois de o animal ser abatido, pois nem todos os teci-
dos morrem ao mesmo tempo. Durante o processo de maturação da carne, ocorre
a transformação do glicogênio em ácido láctico, tornando a carne mais macia e
suculenta. Em casos em que não ocorra essa transformação, é possível realizar o
abrandamento dos músculos e fibras por meio de agentes amaciadores que melho-
ram a aparência da carne e o aspecto sensorial do alimento (DOMENE, 2018).
Agentes amaciadores
Alguns procedimentos podem ser utilizados com a finalidade de amaciar a car-
ne. O processo de amaciamento pode se dar por ação mecânica, enzimática, quí-
mica ou por maturação a vácuo.
• Ação Mecânica: pode ser realizada por um batedor de bife ou equipamento
que contenha várias lâminas que seccionam as fibras da carne, tornando-a
mais macia;
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• Ação Enzimática: utilizam-se enzimas naturais, como a papaína e a bromelina,
extraídas do mamão e abacaxi, respectivamente, ou industrializadas, que pro-
movem uma desorganização na estrutura da fibra, fazendo com que haja um au-
mento da acidez, resultando em uma consistência gelatinosa (DOMENE, 2018).
Importante! Importante!
Vinha-d’alhos: é a técnica de amaciamento em que a carne fica por algum tempo descan-
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sando no vinagre ou vinho com ervas. O pH ácido da vinha-d’alhos quebra as proteínas, con-
tinuando a maturação natural conferida pelo ácido láctico.
Aquisição
De forma geral, para aquisição de carnes frescas, deve-se observar característi-
cas que definem a qualidade dos alimentos, como coloração vermelha intensa, umi-
dade superficial, gordura creme e macia, carne não pegajosa e lisa. Essas caracte-
rísticas tornam a carne apta para aquisição e consumo. A carne embalada a vácuo,
entretanto, tem coloração mais escura, o que é normal e não indica deterioração,
porém o excesso de líquido dentro das embalagens, assim como manchas esverde-
adas, ou caso a embalagem não esteja bem aderida ao produto, pode ser sinal de
deterioração. Além disso, na embalagem devem constar informações como data de
fabricação e validade, marca do produto, registro do S.I.F. (Serviço de Inspeção
Federal) (ARAUJO et al., 2007).
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UNIDADE Carnes
Armazenamento
Os alimentos resfriados devem ser armazenados conforme prazo de validade e
temperatura indicados na embalagem. Caso não haja informações, devem dispor
de armazenamento refrigerado a no máximo 4ºC por 3 dias para carne bovina,
suína, de aves, entre outras, exceto os pescados, que não podem ultrapassar 2ºC.
Mas os alimentos congelados, quando armazenados abaixo de -18ºC, podem ser
utilizados em até 90 dias (BRASIL, 2011).
Quarto Dianteiro
• 1. Pescoço: é um dos cortes com mais gordura. Utilizado no preparo de sopas
e cozidos;
• 2. Acém: corte do lombo do boi, considerado duro e gorduroso. Muito utiliza-
do para o preparo de sopas, cubos, ensopados e assados de panela;
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• 3. Braço, Pá ou Patela: corte formado por músculos, com muitos nervos e
gorduras. Utilizado moído, ensopado, em caldos e picado;
• 19. Músculo: corte formado por músculos, de consistência mais rígida. Con-
sumido em sopas, cozidos e caldos;
• 12. Peito: constituído de músculos e fibras duras;
» Cupim: corte bastante gorduroso, localizado na corcova dos bois. Utilizado
em churrascos e assados. É comum ser consumido cozido, em caldos e assa-
do sob temperatura controlada por longo período;
» Tutano: é uma substância rosada, mole e gordurosa que se encontra dentro
dos ossos longos. Consumido como parte de molhos e acompanhamentos.
Quarto traseiro
• 14. Fraldinha: corte pequeno, de fibras longas, é a parede da carne que forra
o abdome. Consumido em ensopados, refogados, assados de panela, espeti-
nhos e churrasco;
• 13. Ponta da agulha: é a parte constituída pelas últimas costelas, com múscu-
los duros e fibras grossas e compridas. Comum em sopas e ensopados;
• 6. Filé mignon: corte macio localizado ao longo do dorso do animal. Muito
consumido em bifes altos, como medalhão e chateubriand, e em preparações
como strogonoff e escalope.
Ponta do contrafilé
• 7. Contrafilé ou filé do lombo: carne macia, de forma redonda, fica ao longo
da parte externa da coluna vertebral. Consumida em ensopados;
• 4. Capa de filé: tem textura desigual e muitos nervos. Usada para assados,
refogados e ensopados;
• 9. Alcatra: forma alongada e fibras semelhantes ao coxão mole. Utilizada para
bifes de chapa ou grelhados, refogado, assado, picadinho, espeto, escalope,
medalhão, strogonoff e churrasco;
• 16. Patinho: parte menos macia que a alcatra, indicada para assados e cozi-
dos, carne moída, bife a rolê e cubos;
• 18. Coxão mole ou Chã-de-dentro: músculo do interior da perna. Consumido
em assados, bife a rolê, refogados, bife à milanesa, strogonoff, espetinho, pi-
cado e moído;
• 17. Coxão duro ou Chã-de-fora: músculo grande, um pouco fibroso. Indicado
para carne moída, caldos, ensopados, bife à rolê, rosbife e preparações assadas;
• 10. Lagarto: parte da coxa do boi, de fibras longas. Usado em assados, bife,
rosbife e carpaccio;
• 11. Aba de filé: corte menos macio que o filé mignon. Muito comum ser uti-
lizado como carne moída;
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UNIDADE Carnes
• 15. Maminha de alcatra: corte macio. Indicado para assados, bifes, grelhados
e churrascos;
• 8. Picanha: macia, usada em churrasco. Utilizada para grelhar, assar, fritar;
• 5. Filé de costela: em geral, é utilizado no preparo de ensopados.
Vísceras ou miúdos
São os órgãos internos dos animais, de coloração escura, porém muito utilizados
na alimentação humana, pois possuem alto valor nutritivo, baixo custo e sabores
característicos. São eles:
• Fígado: possui vitaminas do complexo B, vitamina A, ferro, é de fácil digestão.
O fígado de vitela é mais macio que o de boi, porém é menos macio que o de
porco, que tem gosto mais acentuado. O fígado de boi apresenta cor mais clara.
Pode ser consumido frito, grelhado ou assado (ORNELLAS, 2013; PHILIPPI,
2015). Também é utilizado para consumo humano o fígado de frango;
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Polenta: é uma pasta feita com fubá de milho, água e sal. Pode ser acrescida de manteiga
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ou queijo.
• Rim: existem três tipos de rim, sendo de vitela, boi ou porco. O primeiro é o mais
macio e de sabor menos acentuado. O de boi é um pouco mais duro, e o de porco
tem cheiro mais forte. Pode ser preparado como croquetes fritos e ensopado;
• Coração: pode ser consumido o coração de boi, porco, vitela, carneiro e
frango, que é o mais macio. É duro e precisa de um longo tempo de cocção
para tornar-se macio e saboroso. É uma carne com bom teor de proteínas e
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minerais, como cálcio, ferro e fósforo. O coração de frango é utilizado assado
como churrasco, e os demais devem ser cozidos (ORNELLAS, 2013);
• Miolo: tem forma ovalada, superfície irregular e alguns fios de sangue. Sua cor
é bege, levemente acinzentada. É todo coberto por uma pele elástica, que deve
ser retirada no momento do preparo. É também rico em proteínas, gorduras,
cálcio, ferro e fósforo. Utilizado em croquetes e ensopados.
Carne de sol
É feita com a carne de boi e são utilizados prioritariamente o coxão duro e o co-
xão mole. Depois de cortada, é ligeiramente salgada e exposta ao sol forte. Como
exige um clima muito seco, o preparo da carne de sol é possível nas regiões quentes
do Nordeste. A secagem é rápida, formando-se uma espécie de crosta protetora,
que conserva a parte de dentro da carne úmida, suculenta e macia.
Importante! Importante!
A forma adequada de preparar carne de sol é grelhar ou fritar, pois contém fibras macias
que não necessitam de cocção muito longa.
Os tipos de preparações mais comuns são arroz com carne de sol frita misturada
com farinha de mandioca e amassada no pilão (ORNELLAS, 2013; PHILIPPI, 2015).
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Carne-seca
É a carne de boi desossada que passa por um processo de conservação em que,
após o abatimento do animal, junta-se a carne, esfrega-se com sal e empilha-se em
lugar seco. As “mantas” de carne são constantemente trocadas de posição nessas
pilhas, para facilitar a evaporação da água e evitar que a carne se deteriore. Em
seguida, estendem-se os pedaços em varais ao sol até completar a desidratação.
O cozimento da carne-seca é demorado, pois, para ficar no ponto, ela deve estar
quase se desmanchando. Preparações como arroz de carreteiro e feijoada utilizam
carne-seca.
Mocotó
É obtido pelo cozimento das cartilagens e dos tendões das patas de bois e por-
cos, sendo muito apreciado em algumas regiões do Brasil. Pode ser consumido
cozido, na forma de caldo ou geleia (PHILIPPI, 2015).
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UNIDADE Carnes
Timo
Trata-se de uma glândula existente no pâncreas e na garganta do animal jovem.
O timo comestível situa-se na garganta, é uma iguaria das mais apreciadas pela
alta gastronomia.
Importante! Importante!
No caso das carnes salgadas, segundo a portaria 2619/2011, o dessalgue deve ser realiza-
do por meio de imersão em água potável, em refrigeração a 5ºC ou por fervura (BRASIL.
Portaria 2619/11). Disponível em: http://bit.ly/2AsBEaY
Aves
Os tipos mais comuns de aves utilizadas na alimentação são frango, peru, pato,
marreco, ganso, faisão, galinha-d’angola, codorna, perdiz, pombo e chester.
Classificação do frango
O frango pode ser classificado em quatro tipos, conforme o tamanho e a idade
do animal.
• Frango de leite ou galeto: ave de até 3 meses de idade, com cerca de 600
g de peso. Tem carne macia, com cartilagem e ossos moles, pouca gordura
e gosto não muito forte. As formas de preparo são: grelhado, frito ou assado;
• Frango comum: tem entre 3 e 7 meses e chega a pesar mais de 1 kg. Em
geral, são os animais machos, pois as fêmeas são destinadas à postura dos
ovos. A carne tem sabor mais acentuado, os ossos são firmes e as cartilagens
mais duras que as do galeto. O frango pode ser consumido assado, grelhado,
frito ou ensopado;
• Galo ou galinha: são as aves adultas, com mais de 7 meses e pesam cerca de
1,5 kg. A carne é saborosa, variando segundo a raça e o tipo de ração consumida
pelo animal. O galo tem a carne mais rija que a da galinha, menos gordura e
precisa de mais tempo de cozimento. É adequada para ensopados e canja;
• Frango capão: é o frango castrado para que possa engordar mais. Geralmen-
te, é abatido com cerca de 7 meses e pesa mais de 1,5 kg. A carne é saborosa,
tem bastante gordura e é adequada para assar no forno.
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Cortes de frango e suas utilizações em Técnica Dietética
Agora vamos conhecer a indicação das formas de preparo para os diferentes
cortes de carne de frango.
Suínos
São considerados suínos: porco, leitão e leitoa adultos. A carne de porco é
nutritiva e saborosa, fonte de vitaminas A e B2, cálcio, ferro e fósforo. Do porco,
além da carne, retiram-se subprodutos, como toucinho, presunto, miúdos, ossos
e uma variedade de embutidos e defumados. A carne de porco deve ser rosada,
firme, com gordura branca e consistente. Em casos de carne com qualidade inferior,
esta apresenta muita gordura, é menos firme e os ossos são menos vermelhos
(ORNELLAS, 2013; PHILIPPI, 2015).
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UNIDADE Carnes
Importante! Importante!
A carne de porco pode transmitir parasitoses (teníase e triquinose). Por isso, recomenda-
-se o consumo de carnes inspecionadas pelo S.I.F. Além disso, deve-se cozinhar a carne
de porco até se atingir temperatura interna de 74°C e jamais consumi-la com sangue.
• Acém: corte firme e macio, que começa perto das vértebras, abaixo do pescoço.
Consumido em refogados, frito, grelhado, picado, como recheio de linguiças, em
tortas e assados;
• Papada: é constituída por banha, pouca carne e contém muito colágeno.
Depois de derretida a banha, aproveita-se o torresmo;
• Paleta, braço ou pá: carne mais escura, com nervos e tendões, muito utiliza-
da na indústria de alimentos para produção de embutidos;
• Lombo: considerado a parte nobre do porco, o carré é o lombo com osso,
abrangendo todo o dorso e as costeletas. Consumido assado, grelhado, como
hambúrguer, picado e em recheio de linguiças;
• Costela: é a parte de carne retirada da caixa torácica. Consumida normalmente
frita ou assada;
• Barriga: situada atrás das costelas, é uma das peças mais gordurosas do por-
co, de onde se extrai a banha usada para óleos, e serve de matéria-prima para
a produção do toucinho e bacon;
• Pernil: compreende toda a parte traseira do porco, exceto o pé. Utilizado em
preparações assadas e grelhadas, produção de alguns tipos de presunto e tender;
• Joelho: é a parte logo acima do pé. Consumo em feijoada, sopas e cozidos;
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Feijoada: prato típico brasileiro.
• Pé: usado juntamente com rabo, língua, orelha e focinho, como ingredientes
da feijoada;
• Toucinho: é a gordura que envolve o dorso do porco, logo abaixo do couro.
Pode ser fresco, salgado, curado ou defumado. Pode ser mais magro ou mais
gordo, dependendo dos processos a que foi submetido;
• Cabeça: pode ser utilizada inteira com a língua e os miolos, cortada na metade
ou em preparação de patês.
Ovinos
São considerados ovinos: cordeiro (até 3 meses), carneiro (entre 4 meses e 1 ano)
e ovelha (fêmea que fornece leite e lã). A carne mais consumida e fácil de encontrar
é a de cordeiro, possui textura lisa, macia, coloração rosa avermelhada, de con-
sistência firme, pouca gordura e sabor característico. Normalmente, o carneiro é
vendido inteiro ou em cortes.
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UNIDADE Carnes
• Pernil: é a perna traseira, considerada uma peça nobre. Deve-se retirar a glân-
dula da perna entre o tendão e o osso, próximo da articulação do joelho, para
que a carne não fique com mau cheiro e gosto ruim. Muito consumida assada,
frita, grelhada e ao leite de coco;
• Paleta, pá: peça que compreende as pernas dianteiras do animal. Consumida
inteira assada; e desossada recheada, além de picadinho;
• Lombo: parte superior do dorso do animal. Compreende o carré e a selle.
Consumida assada, frita, em recheios e molhos;
• Carré: parte superior e média do dorso, equivale ao lombo e às costelas. Pode
ser preparada assada, frita e grelhada;
• Selle: parte do quarto traseiro, das últimas costelas até a perna. Consumi-
da assada;
• Medalhões: fatias de carne tiradas do lombo. Depois de desossadas, são amar-
radas para adquirir a forma arredondada. Consumida frita ou grelhada;
• Bisteca: o conjunto das bistecas do carneiro é uma das peças mais apreciadas.
Utilizada cozida, assada, grelhada e frita;
• Costelinhas: têm menos carne que as bistecas. Podem ser consumidas assa-
das, grelhadas e fritas;
• T-Bone: corresponde ao contrafilé do boi. Consumo em churrasco;
• Peito: corresponde à aba que recobre a região intestinal e a cavidade torácica
do carneiro. Consumo comum em assados e ensopados;
• Pescoço: carne com osso, geralmente usada em receitas típicas regionais.
Consumo em assados e ensopados.
Caprinos
São considerados carne caprina o cabrito (2 a 3 meses de idade), o bode e a
cabra. Animais muito jovens possuem carne de coloração clara, e os muito velhos
carne escura e desagradável.
Pescados
Pescados são todos os animais aquáticos que servem de alimento para o consu-
mo humano, podem ser consumidos diretamente ou industrializados.
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Classificação
Os pescados são classificados em peixes, mariscos e quelônios. Vamos conhece-
-los melhor?
• Peixes: são animais aquáticos que possuem esqueleto cartilaginoso ou ósseo
e apresentam guelras. Exemplos: tubarão, cação, arraia, corvina, badejo, pes-
cada e pargo.
Para sua aquisição, é importante que estejam com olhos brilhantes, carne fir-
me, área atrás das guelras com coloração viva vermelha.
Deterioração do pescado
De todos os produtos cárneos, o pescado é considerado muito suscetível à dete-
rioração, pois vários processos contribuem para isso, como ação dos sucos digesti-
vos, enzimas dos tecidos e desenvolvimento de microrganismos (DOMENE, 2018;
PHILIPPI, 2015). Vamos entender melhor.
• Ação dos sucos digestivos: um peixe recentemente capturado quase sempre
tem alimento nos intestinos, o qual será digerido por sucos ácidos secretados
por certas glândulas. Esses sucos são tão fortes, que pequena quantidade deles
digere grande quantidade de alimentos. Enquanto o peixe está vivo, a parede
dos intestinos resiste a eles, mas, depois de morto, as paredes intestinais são
destruídas e os sucos digestivos chegam a atingir os tecidos musculares. Os tecidos
atingidos escurecem, causando as chamadas queimaduras abdominais, tornando
o peixe inadequado para o consumo (DOMENE, 2018 & ORNELLAS, 2013).
Essa ação resulta em acelerar a decomposição do pescado;
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UNIDADE Carnes
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• Lagosta, siri e caranguejo: a lagosta deve ser adquirida e levada à cocção ain-
da viva e sua cauda se curvará para baixo do corpo. Quando cozidas depois de
mortas, não apresentam qualidade adequada. Siris e caranguejos também devem
estar vivos no momento da cocção.
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UNIDADE Carnes
Tucupi é uma espécie de molho feito com água de goma e pimenta, que acompanha
vários pratos da cozinha do norte do Brasil.
• Rã: pode ser criada em cativeiro. Apesar de a carne ser saborosa e nutritiva,
o consumo de rã está restrito a apreciadores. Pode ser preparada frita, empa-
nada, ensopada, como patê, risoto, sopa, à provençal, moqueca, canja e ao
molho, porém somente as coxas são comestíveis.
Embutidos
O sabor dos embutidos varia conforme as carnes que entram em sua compo-
sição, os temperos e a quantidade de gordura utilizada. Entre os processos mais
conhecidos, estão a secagem, a defumação e o cozimento. Algumas vezes, utiliza-
-se mais de um processo, dependendo do tempo de conservação que cada produto
requer. Depois de prontos, os embutidos sofrem um processo de maturação para
apurar o sabor (PHILIPPI, 2015).
• Bacon: é a parte gorda do peito do porco, defumada e cortada em fatias;
• Chouriços: é a mistura de carne de porco, pimentão doce, pimentão picante,
alho, cravo-da-índia e vinho. Depois de marinar por 3 dias nesse preparo, a
carne é colocada nas tripas, que são depois defumadas. Tipos: chouriço mou-
ro, de carne e de sangue;
• Paio: é feito com o lombo de porco, pimentas doces, misturadas com sal e
alho. É regado com um vinho branco seco e após 5 dias, o lombo é envolvido
no peritônio do porco. Depois, é pendurado no fumeiro até secar;
órgãos digestivos.
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• Mortadela: fabricada industrialmente, é feita com carne de porco e toucinho
fortemente condimentado. De origem italiana, é feita com carne de porco,
vaca e vitela, e temperada com noz-moscada, pimenta em grão e toucinho.
Em bom estado para o consumo, deve apresentar uma pele lisa, brilhante e
elástica, que cede a uma leve pressão dos dedos. Internamente, sua cor deve
ser rosada, sem manchas escuras ou cinzentas. O cheiro é característico, mas
não muito forte. Apresenta-se ao natural e com recheios, como pistache e
azeitona (PHILIPPI, 2015; ORNELLAS, 2013);
• Presunto: é o nome dado à perna traseira do porco, depois de salgada e
defumada. Pode-se fazer o presunto também com a perna dianteira, mas ele
não tem o mesmo sabor e qualidade. O presunto pode ser cru ou cozido,
dependendo da técnica empregada para fazê-lo. No caso do presunto cru, a
coxa do porco é colocada para secar por no mínimo 6 meses. Depois desse
período, ela adquire uma crosta endurecida, enquanto o interior fica úmido e
macio. O presunto cozido é aquele que foi salgado e submetido à defumação.
Recebe uma grossa camada de sal, salitre e açúcar, permanece algum tempo
coberto com essa mistura e, depois, é lavado e submetido à defumação. Nessa
etapa, ele já apresenta a cor rosada, característica do presunto (PHILIPPI,
2015; DOMENE, 2018).
Salitre: denominação aplicada aos sais nitrato de sódio ou nitrato de potássio. São produtos
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Leia mais em: Dossiê técnico. Produção de embutidos crus-curados (salame). Disponível em:
Explor
http://bit.ly/2QqagVA
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UNIDADE Carnes
• Bifes: o fatiamento da peça deve ser feito no sentido transversal à fibra, sec-
cionando-a, pois cortar a carne no sentido da fibra torna-a dura após a cocção.
Para que não se tornem ressecados, os bifes devem ter espessura de 1 a 1,5 cm;
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Importante! Importante!
A gordura não deve ser totalmente removida da carne, pois tem efeito amaciante e con-
fere a ela sabor.
Importante! Importante!
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UNIDADE Carnes
Cocção
Para os cortes de carne que contêm pouco colágeno, como paleta, acém, fraldinha,
peito e capa de filé, deve-se utilizar cocção por calor úmido no momento do preparo.
O calor seco pode ser utilizado em cortes de carne mais macias, como a alcatra,
o lagarto, o peito de frango e peixes no geral, além de preparações grelhadas e
malpassadas, como é o caso de bifes bovinos de filé-mignon, contrafilé ou patinho.
Nas carnes que contêm muito tecido conjuntivo, como carne de peixes e aves,
devem ser utilizadas temperaturas mais brandas, na faixa de 50 a 60ºC, mas a
temperatura de cocção adequada para as carnes pode variar.
SELADA
MAL PASSADA
AO PONTO
BEM PASSADO
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Para os alimentos em que não é necessária a etapa de limpeza, o IPC é igual a 1,
pois o PB é igual ao PL. Vamos entender melhor:
Peso Bruto(gramas)
IPC=
Peso Líquido(gramas)
Importante! Importante!
Sempre buscar um IPC mais próximo de 1, pois isto indica menor perda e, consequente-
mente, menor custo.
A conversão do alimento pode ser medida por meio da relação entre o peso
do alimento processado e o peso do alimento inicialmente. Para alimento cozidos,
deve-se utilizar “peso do alimento cozido / peso do alimento cru”. E para saber a
diferença no peso de um alimento após o descongelamento, utiliza-se o peso do
“alimento descongelado / peso do alimento congelado”.
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UNIDADE Carnes
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Os Principais Cortes da Carne Bovina
https://youtu.be/G0RtSui2dRw
Leitura
Conhecendo a Carne que Você Consome
BRASIL. Curso Conhecendo a carne que você consome. Qualidade da carne
bovina. Campo Grande: Embrapa Gado de Corte, 1999. 25 p.
http://bit.ly/2Atpgat
Dossiê Técnico. Produção de Embutidos crus-curados (salame)
MARTINS, Renata. Dossiê técnico. Produção de embutidos crus-curados (salame).
REDETEC - Rede de Tecnologia do Rio de Janeiro, junho, 2006.
http://bit.ly/2AtCa8G
Embutidos, Frios e Defumados
ROCCO, Sylvio Cesar. Embutidos, frios e defumados. Coleção Saber, volume 4.
Brasília: EMBRAPA-SPI, 1996.
http://bit.ly/2Atxfo9
Serviço de Inspeção Federal (SIF)
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Serviço de Inspeção
Federal (SIF).
http://bit.ly/2ArP5b4
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Referências
ARAUJO, W. M. C; MONTEBELLO, N. P.; BOTELHO, R. B. A.; BORGO, L. A.
et al. Alquimia dos alimentos. Brasília: SENAC, 2007.
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