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Grupo 4
Culinária da carne
DISCIPLINA: Gastrotecnia
Trabalho de carácter
avaliativo da disciplina de
Gastrotecnia leccionada
pela Dra. Beatriz da Sorte
Carne é definida como todos os tecidos comestíveis dos animais de açougue, englobando
músculos, com ou sem base óssea, gorduras e vísceras, podendo os mesmos a ser in natura ou
processados.
Objectivo Geral
Compreender a estrutura muscular da carne e a influência do calor e do pH sobre a
estrutura das proteínas.
Objectivos específicos
Explicar a estrutura muscular da carne;
Descrever a influência do calor sobre a estrutura das proteínas da carne;
Descrever a influência do pH sobre a estrutura das proteínas da carne;
Demonstrar a culinária da carne.
A carne apresenta uma complexidade estrutural que a torna única e inimitável, responsável por
suas características e propriedades. O termo carcaça para a ciência e tecnologia entende-se como
o corpo do animal abatido para o consumo humano, compondo-se basicamente de esqueleto
recoberto pelos tecidos que o revestem e sustentam, principalmente o muscular.1
A carne é composta quase que exclusivamente de tecido muscular esquelético, com alguma
musculatura lisa somente como componentes de paredes de vasos sanguíneos. Cada músculo é
coberto com uma fina camada de tecido conjuntivo que se ramifica para o seu interior. Fibras
nervosas e vasos sanguíneos entram e saem do músculo, proporcionando um sistema de
enervação bem como uma cadeia vascular para o suprimento de nutrientes e remoção de resíduos
do metabolismo. A unidade estrutural do tecido muscular é uma célula altamente especializada
denominada fibra muscular.1
As fibras musculares de mamíferos e aves são formadas por células alongadas, não ramificadas,
que se afunilam ligeiramente em ambas as extremidades, podendo ter vários centímetros de
comprimento e variando amplamente no diâmetro no mesmo músculo e na mesma espécie. De
acordo com algumas particularidades, estruturais e funcionais, essas fibras podem ser
classificadas em vermelhas, intermediárias ou brancas, embora ao nascerem todas sejam
vermelhas, diferenciando-se posteriormente. De outro modo, todos os músculos apresentam
indistintamente uma mistura de todos os tipos, em proporções variáveis, contribuindo para a cor
do músculo, sendo rara a presença de músculos compostos exclusivamente de fibras de um tipo
ou outro, mesmo naqueles cuja aparência seja predominantemente branca ou vermelha.1
As fibras musculares, como qualquer outro tipo de célula, possuem basicamente as mesmas
organelas encarregadas das tarefas celulares gerais, além de organelas especificas, relacionadas à
sua função. Muitas partes ou componentes da estrutura muscular adicionam-se elementos de
composição “mio” que significa músculo, como: miofibrilas e miofilamentos, ou “sarcos” que
significa carne, como sarcolema e sarcoplasma.1
Sarcolema é a membrana que circunda a fibra muscular, correspondendo a membrana celular.
As invaginações do sarcolema formam uma rede de túbulos que são chamados de túbulos
transversos ou túbulos T.1
A transmissão de calor para os alimentos pode ocorrer de três formas: irradiação, convecção e
condução.2
A irradiação ocorre por via electromagnética onde um corpo quente emite energia, e esta é
absorvida por um corpo frio.2
Durante a desnaturação proteica pelo calor, rompe-se a estrutura natural das proteínas,
permitindo assim uma acção mais efectiva das enzimas proteolíticas (digestivas) e uma maior
digestão, aumentando a biodisponibilidade dos aminoácidos.2
Quando a carne é bem cozida ocorre endurecimento, sendo esse denominado de endurecimento
proteico. Ao atingir uma temperatura em torno de 64 °C as proteínas miofibrilares se tornam
menos tenras e vão perdendo a capacidade de reter água.2
Em síntese, o tratamento térmico deve ser adequado, para que não haja resultados desfavoráveis,
incluindo, nesse caso, diminuição da digestibilidade protéica e da disponibilidade de
aminoácidos indispensáveis.2
Nos primeiros momentos post-mortem, o nível de ATP é mantido por conversão do ADP a ATP
(fosfocreatina + ADP ⇔ creatina + ATP), mas quando a fosfocreatina é exaurida, inicia-se a
queda do nível de ATP. Portanto, as reservas energéticas se esgotam mais rapidamente no
metabolismo anaeróbio. Inicialmente são degradadas as reservas de fosfocreatina, seguidas pelas
reservas de glicogénio e outros carbohidratos e finalmente o ATP, rico em energia. Como
resultado, os prótons que são produzidos durante a glicólise e durante a hidrólise de ATP a ADP
causam diminuição significativa do pH intracelular.3
A velocidade de queda do pH, bem como o pH final da carne após 24-48 horas, é muito variável.
A queda do pH é mais rápida nos suínos, intermediária nos ovinos e mais lenta nos bovinos.3
Em suínos, a velocidade de queda do pH é maior e, quando atinge níveis inferiores a 5,8 dentro
de 45 minutos post-mortem, tem-se o indício da presença de carne pálida, flácida e exsudativa
(PSE – pale, soft, exudative).3
Esta glicólise extremamente rápida, que ocorre em suínos susceptíveis ao estresse, não é
observada em bovinos, embora tenham encontrado mudanças post-mortem em músculo bovino
incubado a 37ºC, que podem ser consideradas como uma leve forma de PSE.3
O pH 6,0 tem sido considerado como linha divisória entre o corte normal e o do tipo DFD,
porém alguns autores também utilizam valores de 6,2 a 6,3.3
Nos dois casos extremos, declínio extremamente rápido ou extremamente lento do pH, o
desenvolvimento do rigor é rápido. No caso de declínio lento, o estabelecimento do estado de
rigor é rápido, porque o suprimento inicial de energia é baixo. Com o abaixamento rápido do pH,
o rigor também ocorre rapidamente porque o suprimento de energia ou é rapidamente
metabolizado, ou o abaixamento excessivo do pH poderá inibir reações químicas importantes no
metabolismo energético. Em um músculo onde haja um declínio de pH considerado normal, o
estado rigor se desenvolverá lentamente.3
Culinária da carne
Ingredientes
1kg de carne cortada em cubos
1 Unidade de pimento
Modo de preparo
Primeiro misturamos a carne, o alho e limão, depois deixamos marinar por alguns minutos. Em
uma panela de pressão adicionamos a carne e deixamos até dourar e cozer.
De seguida, em uma panela guisamos com o azeite a cebola, tomate, o feijão-verde e a cenoura,
depois de a mistura cozer adicionamos a carne já cozida e os temperos, o coentro e a folha de
louro e deixamos a ferver por alguns minutos e quando estiver quase pronto adicionamos o
pimento e deixamos só por 5 minutos e depois tiramos a panela do fogo.
De outro modo, todos os músculos apresentam indistintamente uma mistura de todos os tipos, em
proporções variáveis, contribuindo para a cor do músculo, sendo rara a presença de músculos
compostos exclusivamente de fibras de um tipo ou outro, mesmo naqueles cuja aparência seja
predominantemente branca ou vermelha.
O calor influencia a estrutura das proteínas da seguinte forma, durante o cozimento da carne
ocorrem alterações nas proteínas miofibrilares, na capacidade de retenção de água e na
redistribuição da gordura e alteração do tecido conectivo. Todas essas alterações que afectam a
qualidade da carne estão ligadas não somente ao processo de cocção utilizado, mas também à
espécie do animal, sua alimentação, idade e sexo, bem como ao estado físico (maior ou menor
teor de glicogénio) antes do abate. É essencial controlar o tempo de cozimento para não haver
desnaturação das proteínas.
O pH influencia a estrutura das proteínas da seguinte maneira, com a queda do pH a carne fica
com dificuldade de retenção de água. Por causa disso, há desnaturação e perda da solubilidade
das proteínas musculares, ou seja, o numero de cargas negativas.
Referências bibliográficas
1. PRATA, Luiz F. & FUKUDA, Rubens Toshio. Fundamentos de higiene e inspecção de
carnes. Jaboticabal: Funep, 2001.
2. MARTINEZ, Mateus Saurin. Efeito do processamento térmico na digestibilidade
proteica de carnes: Revisão. Universidade Federal do Rio Grand. Santo António da
Patrulha, 2018.
3. ALVES, Dorismar David. et al. Maciez da carne bovina. Produção animal. Protocolado
em: 23 de Junho de 2004. Aceito em: 22 de Novembro de 2004.
4. ROÇA, Prof. Roberto de Oliveira. Propriedades da carne. Departamento de Gestão e
Tecnologia Agro-industrial.