poema de Mensagem. 1.1. Carateriza-a, reunindo todos os elementos presentes.
A Europa aparece como uma figura feminina,
de "românticos cabelos", "olhos gregos" e "olhar esfíngico e fatal", deitada sobre os cotovelos, apoiando o rosto na mão direita. "O dos Castelos"
1.2. Salienta a importância dos olhos, referindo o
valor da repetição do verbo "fitar" e dos adjetivos que caraterizam o "olhar".
Os olhos revelam a atitude contemplativa,
expectante, enigmática e misteriosa da Europa que "Fita [...]o Ocidente", fixa-o com um objetivo, um fito. "O dos Castelos"
1.3. Comenta a simbologia da sua posição.
Os cotovelos em que a Europa se apoia,
estrategicamente colocados em Itália e em Inglaterra, simbolizam as raízes culturais da identidade europeia, as quais já tinham sido evocadas nos "românticos cabelos" e nos "olhos gregos" - heranças do norte e do sul. "O dos Castelos"
1.4. Esclarece o uso do verbo "jazer".
Como "jazer" significa estar deitado, estar
morto ou como morto (jazigo), destaca-se a imobilidade, a inatividade, o estatismo em que se encontra a Europa. No entanto, este continente adormecido "fita", o que significa que a qualquer momento pode despertar. "O dos Castelos"
2. Explica os três últimos versos do poema.
A Europa tem o olhar fixo no Ocidente, cuja
grandeza foi prevista no passado, e o seu rosto é Portugal. A Portugal, rosto da Europa, foi confiada uma missão de construção do futuro; é o olhar e guia predestinado da Europa. "O dos Castelos"
3. Explicita o título do poema.
O título "O dos Castelos" é uma perífrase de
Portugal; o [país] dos castelos, aqueles que figuram no seu brasão, os sete castelos conquistados aos mouros para garantir a demarcação do território nacional. "O dos Castelos"
4. Associa a disposição estrófica do poema com o
significado global do poema.
A disposição em quadra e quintilha,
terminando por um dístico e um monóstico remete para a particularização, para o destaque dado a Portugal, investido duma missão messiânica que recuperará a Europa decadente. "O dos Castelos"
5. Justifica a localização deste poema na estrutura
global de Mensagem.
Este poema localiza-se na 1ª parte de
Mensagem - "Brasão" - por fazer referência à origem de um país predestinado a grandes feitos. "O dos Castelos"
6. Estabelece uma comparação entre as estrofes de Os
Lusíadas (canto III) e o poema "O dos Castelos". Est.17 Eis aqui se descobre a nobre Espanha, Como cabeça ali de Europa toda, […] Est. 20 Eis aqui, quási cume da cabeça De Europa toda, o Reino Lusitano, Onde a terra se acaba e o mar começa E onde Febo repousa no Oceano. […] Luís de Camões, Os Lusíadas, Canto III "O dos Castelos"
Tal como nas estrofes do canto III de Os
Lusíadas, também no poema de Pessoa "O dos Castelos", Portugal é apresentado como “cume da cabeça/De Europa toda”. Camões é vertical: ”cume da cabeça”; Pessoa é horizontal: “jaz, posta nos cotovelos:/De Oriente a Ocidente”. Em Camões é o surgimento “Eis aqui”; em Pessoa, toda a postura é parada “jaz”/contemplativa. Camões canta tempos de expansão, Pessoa está em tempo de espera. Os Lusíadas ocupam-se das glórias do passado, em Mensagem o passado é apenas potencialidade do futuro de Portugal. "O dos Castelos" Questionário