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Tema:
ESCOLA DE BAUHAUS
Docentes:
Milton Novela &
Arqto.Nelzia Dias
Nampula
Novembro 2022
UNILÚRIO – FAPF | HISTO RIA DE ARQUITECTURA E DAS ARTES II | 2º Ano |
2022
Universidade Lúrio
ESCOLA DE BAUHAUS
Docentes:
Milton Novela &
Arqto.Nelzia Dias
Estudantes :
Aiubo Mateus
Alberto Calilombe
Carson Carlos
Dinizia Reginaldo
Stelio Chambule
Lima Júnior
Nampula
Novembro
UNILÚRIO – FAPF | HISTO RIA DE 2022
ARQUITECTURA E DAS ARTES II | 2º Ano |
2022
ÍNDICE
1.INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 4
1.1Objectivos ................................................................................................................ 4
1.1.2Especifico ................................................................................................................. 4
Metodologia .................................................................................................................. 4
BAUHAUS ....................................................................................................................... 5
FUNDAÇÃO DA ESCOLA DE BAUHAUS .................................................................. 6
A consolidação ................................................................................................................. 9
Desintegração ................................................................................................................. 10
Bauhaus: concepção e método pedagógico .................................................................... 10
A oficina de tecelagem ................................................................................................... 12
A oficina de móveis .................................................................................................... 13
Bauhaus: métodos de ensino em Weimar, Dessau e Berlim .......................................... 14
O ensino das artes antes da Bauhaus .............................................................................. 14
O ensino nas diferentes etapas da Bauhaus .................................................................... 15
O ensino em Weimar .................................................................................................. 15
O ensino em Berlim .................................................................................................... 16
Impacto do ensino da Bauhaus no ensino do desenho no mundo .................................. 17
Conclusões ...................................................................................................................... 19
Bibliografia ..................................................................................................................... 20
1.1Objectivos
1.1.1Geral
1. Conhecer a escola de Bauhaus ;
1.1.2Especifico
Metodologia
3ª Fase: Documentação
Nesta fase se faz a compilação das informações colhidas por meio das pesquisas e
consultas bibliográficas;
Quando a Bauhaus – termo alemão que significa literalmente “casa para construção” –
surgiu no ano de 19192, em Weimar, Alemanha, o mundo moderno vivia o ápice das
mudanças trazidas a partir da primeira Revolução Industrial.
Foi fundada pelo arquitecto e Director alemão da escola de artes aplicadas, Walter
Gropius (1883-1969), em 1919. A instiuicao surgio após a fusão das escolas de artes e
ofícios e belas artes de Weimar. Além das artes plásticas , a arquitectura, a escultura e
designer, a escola oferecia curso de designer, dansa e fotografia.
O objetivo específico da Bauhaus, segundo Walter Gropius, em seu livro Bauhaus: nova
arquitetura (1975, p. 30), era [...] concretizar uma arquitetura moderna que, como a
natureza humana, abrangesse a vida em sua totalidade.
Seu trabalho se concentrava principalmente naquilo que hoje se tornou uma tarefa de
necessidade imperativa, ou seja, impedir a escravização do homem pela máquina,
preservando da anarquia mecânica o produto de massa e o lar, insuflandolhes
novamente sentido prático e vida.
[...] criar padrões de qualidade, e não novidades transitórias” (GROPIUS, 1975, p. 30-
31). Para alcançar este fim, relatou Gropius, era preciso experimentar, ter um espírito
aberto e coordenante sem o limite das especialidades. Aliás, Moholy-Nagy (1963)
afirma que a educação especializada apenas faz sentido quando forma “a um indivíduo
integrado em suas funções biológicas” o que se traduz em equilíbrio de “faculdades
intelectuais e emocionais”.
em este fim as mais altas diferenciações do estudo especializado – que são “privilégios”
do adulto – são meras aquisições quantitativas, que não intensificam a vida nem dilatam
seus horizontes. Apenas homens dotados de claridade no sentir e de sobriedade
intelectual serão capazes de adaptar-se às exigências complexas e de dominar à vida em
sua integridade8 (MOHOLY-NAGY, 1963, p. 19).
ARQUITECTURA BAUHAUS
Por tanto o arquitecto Walter Gropius, entre os anos de 1919 e 1922, contratou artistas
de origens diferentes que atuariam nas oficinas – frequentadas pelos alunos após um
curso preparatório – como o pedagogo de arte e pintor Johannes Itten. Este mestre,
desenvolveu o Vorkurs (curso preliminar), ponto máximo do programa pedagógico da
Bauhaus.
Foram ainda admitidos Paul Klee, os pintores expressionistas Lyonel Feininger e Georg
Muche, o escultor Gerhard Marcks, Oskar Schlemmer, posteriormente o artista não-
(DROSTE, 2006, p. 24) (“O objetivo final de toda atividade criativa é a estrutura”, diz o
Manifesto Bauhaus). Quanto ao convite aos artistas mais avançados para ensinarem na
Bauhaus, a intenção de Gropius, conforme Argan (1992) “[...] é recompor entre a arte e
a indústria produtiva o vínculo que unia a arte ao artesanato [...]”.
A consolidação
Em sua segunda fase, a de consolidação (1923–1928), a Bauhaus firmou-se, porém
enfrentou dificuldades com o governo.
Ressalta-se que, com o advento dos políticos conservadores ligados ao partido de direita
que venceu as eleições nacionais de 1924, a Bauhaus foi ameaçada de dissolução.
Acrescenta-se o fato de alguns professores, tais como Paul Klee e László Moholy-Nagy,
serem considerados bolchevistas e comunistas. Por isso, foram cortados os subsídios
para a escola.
Apesar destes fatos, no ano de 1925, por iniciativa do prefeito de Dessau, um social-
democrata, a escola encontrou um novo abrigo. Então, Gropius projetou e construiu um
conjunto de prédios para ser a nova sede da escola naquela cidade industrial alemã. No
ano de 1926, a Bauhaus transferiu-se para o novo endereço, o que foi estabilizador para
a instituição de ensino e contribuiu para a sua consolidação (WICK,1989).
Em 1928, Gropius, que por quase 10 anos esteve à frente da Bauhaus, despediu-se da
instituição, marcando o inicio da terceira fase, a de desintegração.
Desintegração
O suíço Hannes Meyer sucedeu Gropius no período de 1928 a 1930. Sob a sua direção,
“[...] a Bauhaus abandonou definitivamente a idéia de uma escola de arte [...]” e “[...]
tornou-se absolutamente imperiosa a idéia de um local de produção voltado à satisfação
de necessidades sociais” (WICK, 1989, p. 57).
Dois anos após, em 1932, a Bauhaus mudou-se para Berlim-Steglitz, como instituto
privado, mas mesmo assim, em 1933, sob pressão dos nazistas, teve suas atividades
encerradas. As idéias da Bauhaus, conforme já foi dito, não eram aceitas pelo regime
totalitário nazista que estava em plena ascensão na Alemanha. Os ideais da escola eram
considerados, pelo novo partido antipatriotas. Ressalta-se que após o fechamento da
escola, em 20 de junho de 1933, muitos de seus mestres emigraram para os Estados
Unidos.
A Bauhaus resgatou, tendo em vista a produção industrial, “[...] uma gramática básica
do visual dos escombros das formas historicistas e tradicionais” (LUPTON &
MILLER, 1994, p. 4) (tradução das autoras). As formas básicas, triângulo, quadrado e
círculo foram o que pode ser considerado o elemento essencial dessa “gramática”.
A repetição destas três formas básicas e cores primárias na obra dos mestres e
estudantes da Bauhaus evidência o interesse da escola pela abstracção e sua ênfase nos
aspectos do visual que poderiam descrever-se como elementares, irredutíveis,
essenciais, fundacionais e originários13 (LUPTON & MILLER, 1994, p. 4) (tradução
das autoras).
Criado pelo pedagogo Joahannes Itten, o maior objetivo deste curso era introduzir e
propiciar ao aluno um contato com o mundo artístico e “interior”, para assim
desenvolver sua capacidade de observação e expressão; “[...] o ensino se limitava aos
problemas da observação e da representação visando „a identidade ideal entre forma e
conteúdo‟” (ARGAN, 2005, p. 58).
A oficina de tecelagem
Em seu início, a oficina de tecelagem, posteriormente, seção têxtil, teve Joahnnes Itten
como mestre da forma, substituído, em outubro de 1920, por Georg Muche.
Originalmente, a tecelagem foi planejada como uma das muitas técnicas têxteis a
aprender sendo o ensino nessa oficina complementado pelo atelier de produção.
A oficina de metal
O trabalho na oficina de metal só foi iniciado em 1920 e até o final do ano de 1922
esteve sob o comando artístico de Itten. Quando Itten deixou a oficina de metal, em
1923, e László Moholy–
Nagy assumiu a direção, como mestre da forma, foi alterado o estilo da oficina: “„[...]
conseguiu-se passar de um artesanato estetizante para um design que „obedecia às novas
exigências de funcionalidade‟” (WICK, 1989, p. 51), sendo apoiado o uso de novos
materiais. Foram feitas experiências com vidro e plexiglass22, materiais que não tinham
relação com um atelier de metal (DROSTE, 2006).
A oficina de móveis
O mestre da forma na oficina de móveis (denominada, de início, carpintaria), em
Weimar, era o então diretor Walter Gropius. Considerada por Wick (1989) uma das
oficinas mais eficazes (assim como a de metal), esta teria sido uma das primeiras que
aceitaram a estandardização, ou seja, a criação de um modelo que pudesse ser seguido
pela indústria, o que pode ser comprovado, segundo Droste (2006), pela cadeira de ripas
que se pretendeu ser um protótipo para se produzir em série, produzida em 1922 por
Marcel Breuer, um dos oficiais da oficina.
A nova estética do mobiliário da Bauhaus era atraente e desde 1924 foi apresentada
como decorrente de uma análise da função. Como explica Droste (2006), a inovação em
peças importantes do mobiliário foi justificada por meio das análises funcionais.
Kandinsky, “interessado por uma pintura monumental abstrata” (WICK, 1989, 53),
propôs, em abril de 1924, um programa de ensino para a oficina de pintura mural com
uma grande diversidade de tarefas teóricas e práticas. Particularmente, este mestre
estava interessado na correspondência entre cor e forma, uma relação que ele queria
explorar sistematicamente.
A par r do século XV, com o fim da Idade Média, a formação ar s ca separou-se das
oficinas e surgiram os primeiros institutos ar s cos especificamente para o ensino das
artes: as academias. Estas, lentamente ganharam importância ao ponto de, no século
Fontoura (2009), por sua vez identifica no estalo de ensino da Bauhaus especial
interesse no trabalho manual, já que era considerado o meio mais apropriado para a
formação integral do homem, e por isso eram adaptadas técnicas de ensino
encaminhadas a desenvolver a sensibilidade do indivíduo, entendendo-se a educação
como o meio para conseguir a reforma social.
O ensino nas diferentes etapas da Bauhaus
O ensino em Weimar
No curso básico inicial, por sua vez, a postura de I en também gerou confronto com os
ideais de Gropius. Embora I en tenha sido figura essencial para a estabilização da escola
através da implantação do curso básico preliminar, e emprestasse ao curso a
personalidade intuitiva, a postura de I en, ao envolver as práticas didáticas e religiosas,
tornou-se um ponto de conflito com Walter Gropius, o qual temia que os objetivos
centrais da Bauhaus de tornar arte e técnica uma só unidade, além do princípio social de
consolidar a arte no povo fossem desviados. I en defendia ainda o separa das artes da
indústria, demonstrando ter conceitos fundamentalmente opostos aos ideais de Gropius.
Com a saída de I en, em 1923, a Bauhaus inicia seu período de consolidação com o fim
das divisões sectárias e o “fortalecimento das relações de lealdade” (WICK, 1989).
Lazlo Moholy-Nagy assume o curso preliminar e, em 1925, a Bauhaus muda-se para
Dessau.
O curso preliminar passou a ser dirigido por Lásló Moholy-Nagy e posteriormente por
Josef Albers, que adotou o método indu vo de ensino de I en, que permi a aos alunos
explorar e experimentar, fomentando desta forma a capacidade cogni va, es lo que
destaca Burdek (1999), já que a teoria do desenho provia das análises e discussões de
ditos experimentos.
Este enfoque que defende Albers influiu fortemente no perfil da educação da Bauhaus e
propõe nesta experimentação a base do processo de desenho como um conhecimento
que prove da abertura da mente e a aceitação dos erros no caminho, que sempre devem
ser analisados, discutidos e jus ficados.
Devido a fortes pressões políticas, Meyer teve que sair de seu cargo sendo substituído
por Mies van der Rohe, e durante seu passo pela direção da Bauhaus buscou a ngir um
alto grau de desenvolvimento de suas oficinas alavancado em um trabalho conjunto com
as empresas que se beneficiavam dos desenhos da escola.
Com isso, ficou conhecida como um “laboratório experimental” e segundo Wingler
(1975) “tudo o que se projetou e realizou neste período corresponde verdadeiramente
ao ideal de um programa - para todos -”. Em escola de Meyer desenvolveu-se um
estalo de ensino básico, mas geral, com conexões concretas à vida prá ca. Sistema
utilizou-se todo o referente ao ensino da arquitectura e se reconheceu o papel do estudo
da organização industrial.
O ensino em Berlim
Em 1932, o clima social estava cada vez mais marcado pelo avanço da direita, o que fez
com que a Bauhaus, pela terceira vez, precisasse buscar um novo local para estabelecer
sua sede. A par r disso, já como ins tuição privada, estabelece-se na capital da
Alemanha - Berlim, no entanto iria durar de outubro de 1932 a 20 de julho de 1933,
apenas.
Nesta fase da escola, o diretor passa a ser Mies Van der Rohe, consolidado arquitecto
modernista, que, no entanto, já havia assumido a direção da Bauhaus em 1930,
sucedendo Hannes Meyer, quando a mesma ainda funcionava em Dessau. Sob a direção
“Tanto no que respeita à determinação dos obje vos, quanto no que tange à organização
do ensino na Bauhaus, o claro perfil traçado outrora por Gropius vai perdendo seus
contornos, e o conceito de escola unificada de arte vai se diluindo até chegar à completa
desconfiguração.” (WICK, 1989). Nesse contexto, a estratégia pedagógica da Bauhaus
sofre novas adaptações, o que se confirma com os Estatutos do ano de 1930 e mais
claramente no Plano de ensino e de estudos no ano de 1932.
Mies Van der Rohe também foi o responsável pela implantação do departamento de
arquitectura, com o qual a estrutura original do ensino na Bauhaus sofre uma profunda
modificação, visto que o ensino de arquitectura foi equiparado à formação em outras
oficinas da escola. Nesse sen do, Wick (1989) aponta que a divisão hierárquica em
curso preliminar, deixa de exis r e assim os estudantes podem passar para o estudo de
arquitectura, sem a necessidade de serem aprovados em cursos artesanais, anteriormente
obrigatórios. No entanto, ainda assim os alunos eram condicionados a trabalharem em
uma oficina de livre escolha, a fim de adquirirem habilidades manuais consideradas
essenciais ao completo aprendizado.
De Masi (2000) afirma que “após a queda do nazismo, em 1945, os métodos do curso
preliminar também foram introduzidos na maior parte dos institutos ar s cos da
Alemanha, por exemplo, o Instituto Superior de Belas Artes de Berlim”. Em
consequência da saída do país de muitos docentes e estudantes por problemas políticos,
a Bauhaus ficou conhecida no restante do mundo, onde se fundaram escolas, cursos
inspirados na metodologia de ensino da Bauhaus ou os docentes foram nomeados
diretores de institutos reconhecidos como o Black Mountain College nos EUA, onde
Albers foi professor até 1949.
Algumas das instituições fundadas foram: Escola de arte privada de Berlin por I en,
Bauhaus Budapest, The New Bauhaus em Chicago sob a direção de MoholyNagy, quem
também fundou o Institute of Design de Chicago, e a Escola superior de desenho da
Ulm fundada com a participação de egressos da Bauhaus e que se cons tuiu na en dade
mais importante criada depois da segunda guerra mundial, segundo Burdek (1999).
O problema comprova que isso não se evidencia nas academias e pelo contrario, os
novos conhecimentos são escassamente divulgados inclusive entre colegas e com maior
dificuldade entre profissionais de outras áreas. Assim sendo, tem-se dado pouca ênfase à
interdisciplinaridade, ou seja, à estrutura real para o intercâmbio de conhecimentos com
outras disciplinas.
KANDISNKY, W. (1997. ). Ponto e linha sobre plano. São Paulo: Martins Fontes.
LUPTON, E., & MILLER, J. (1994). la Bauhaus y la teoria del diseño. Barcelona:
Barcelona.