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Universidade Lúrio

Faculdade de Arquitectura e Planeamento Físico


Licenciatura em Arquitectura e Planeamento Físico
História de Arquitectura e das Artes II
2º Ano | 2º Semestre | Ano académico de 2022

Tema:

ESCOLA DE BAUHAUS

Docentes:
Milton Novela &
Arqto.Nelzia Dias

Nampula

Novembro 2022
UNILÚRIO – FAPF | HISTO RIA DE ARQUITECTURA E DAS ARTES II | 2º Ano |
2022
Universidade Lúrio

Faculdade de Arquitectura e Planeamento Físico


Licenciatura em Arquitectura e Planeamento Físico
História de Arquitectura e das Artes II
2º Ano | 2º Semestre | Ano académico de 2022
Tema:

ESCOLA DE BAUHAUS

Docentes:
Milton Novela &
Arqto.Nelzia Dias

Estudantes :
Aiubo Mateus
Alberto Calilombe
Carson Carlos
Dinizia Reginaldo
Stelio Chambule
Lima Júnior

Trabalho de carácter de carácter


avaliativo da cadeira de História
de Arquitectura e das Artes II

Incumbido pelo docente Dr.


Milton Novela e pela arq. Nelzia
Dias

Nampula

Novembro
UNILÚRIO – FAPF | HISTO RIA DE 2022
ARQUITECTURA E DAS ARTES II | 2º Ano |
2022
ÍNDICE
1.INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 4
1.1Objectivos ................................................................................................................ 4
1.1.2Especifico ................................................................................................................. 4
Metodologia .................................................................................................................. 4
BAUHAUS ....................................................................................................................... 5
FUNDAÇÃO DA ESCOLA DE BAUHAUS .................................................................. 6
A consolidação ................................................................................................................. 9
Desintegração ................................................................................................................. 10
Bauhaus: concepção e método pedagógico .................................................................... 10
A oficina de tecelagem ................................................................................................... 12
A oficina de móveis .................................................................................................... 13
Bauhaus: métodos de ensino em Weimar, Dessau e Berlim .......................................... 14
O ensino das artes antes da Bauhaus .............................................................................. 14
O ensino nas diferentes etapas da Bauhaus .................................................................... 15
O ensino em Weimar .................................................................................................. 15
O ensino em Berlim .................................................................................................... 16
Impacto do ensino da Bauhaus no ensino do desenho no mundo .................................. 17
Conclusões ...................................................................................................................... 19
Bibliografia ..................................................................................................................... 20

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2022
1.INTRODUÇÃO
A Bauhaus foi uma Escola de Artes e Ofícios que surgiu na Alemanha em 1919. Foi
pioneira ao sistematizar uma metodologia para o ensino do design e, ainda, ao buscar a
relação entre artesãos, arte e indústria. Fechada pelos Nazistas, em 1933, suas ideias vão
se perpetuar nos Estados Unidos com a imigração de alguns professores, tornando-se
referência para o ensino do design contemporâneo.

1.1Objectivos

1.1.1Geral
1. Conhecer a escola de Bauhaus ;

1.1.2Especifico

1. Identificar os diferentes critérios desenvolvidos para a arquitectura;


2. Descrever sobre os diferentes tipos de ensino;
3. Analisar os impactos e a sua influência em design e na pedagogia;

Metodologia

Segundo (GIL, 1999) a metodologia é o método ou conjunto de procedimentos


intelectuais e técnicos adoptados para atingir determinado propósito ou conhecimento,
isto é, representa o caminho pelo qual se trilhou para chegar a um determinado
resultado. Na presente metodologia apresenta-se a sequência lógica das fases de
elaboração do trabalho e os seus respectivos procedimentos metodológicos, para melhor
compreensão do trabalho

1ª Fase: Formulação de Objectivos


Antes de qualquer acção, foi feita a elaboração dos objectivos do trabalho;
2ª Fase: Busca de Dados
Consistiu no processo de recolha de dados e de informações feitas por meio de
pesquisas e consultas bibliográficas ;

3ª Fase: Documentação
Nesta fase se faz a compilação das informações colhidas por meio das pesquisas e
consultas bibliográficas;

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BAUHAUS
Bauhaus: contexto histórico

Quando a Bauhaus – termo alemão que significa literalmente “casa para construção” –
surgiu no ano de 19192, em Weimar, Alemanha, o mundo moderno vivia o ápice das
mudanças trazidas a partir da primeira Revolução Industrial.

No final do século XIX e inicio do século XX, vivenciava-se o ápice de idéias e


inquietudes trazidas com os amplos e diversos acontecimentos nas ciências, nas artes,
na política, na economia, na produção industrial e na estrutura e vida social daquele
tempo. A relação de distância fora drasticamente alterada com a invenção de meios de
transportes mais rápidos.

Ilustração 1 Escola de Bauhaus

Ilustração 2 Dessau bauhaus, 1926 foto: Junkers-Luftbild

Assim o fazer em série e a velocidade entrou definitivamente, na vida de todos. Tudo


começava a ser pensado e feito em “massa”. Teoricamente, o homem ao ser substituído
pela máquina, no trabalho braçal, teria mais tempo para se dedicar aos “prazeres” da
vida. Moholy-Nagy, em seu livro “La nueva visión”, lembra que a industrialização foi
uma armadilha da modernidade, pois o tempo livre passou a ser cada vez mais reduzido.
Lançando mão das palavras de Pevsner (2002, p. 3)

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[...] o progresso mecânico permitia aos fabricantes produzir milhares de artigos baratos
no mesmo período de tempo e ao mesmo preço anteriormente necessários para um
único objeto bem-trabalhado; [...] o artesanato, que tão notável era ainda nos tempos
de Chippendale e de Wedgwood, fora substituído pela rotina mecânica.

No final do século XVIII o processo de industrialização ganhou corpo na Europa


trazendo reflexões em relação ao mundo mecânico que estava surgindo. Um dos
primeiros questionamentos sobre este novo mundo industrial ocorreu na Inglaterra
(que no século XIX liderava o processo de industrialização na Europa) com o
movimento Arts and Crafts (Artes e Ofícios), idealizado por John Ruskin e William
Morris, que o colocou em prática.

FUNDAÇÃO DA ESCOLA DE BAUHAUS


A fundação

Considerada aprimeira escola de designer no mundo, a Bauhaus despontou na cidade de


Weimar, Alemanha.

Foi fundada pelo arquitecto e Director alemão da escola de artes aplicadas, Walter
Gropius (1883-1969), em 1919. A instiuicao surgio após a fusão das escolas de artes e
ofícios e belas artes de Weimar. Além das artes plásticas , a arquitectura, a escultura e
designer, a escola oferecia curso de designer, dansa e fotografia.

Os termos em alemão attatliches Bauhaus cunhados pelo próprio fundador,

Por ocasião da inauguração da escola, Gropius lançou o Manifesto Bauhaus, contendo,


como lembra DROSTE (2006), além de uma declaração de princípios, os objetivos da
escola, o seu currículo e os requisitos de admissão. Imediatamente 150 alunos
inscreveram-se, sendo quase metade do sexo feminino.

O objetivo específico da Bauhaus, segundo Walter Gropius, em seu livro Bauhaus: nova
arquitetura (1975, p. 30), era [...] concretizar uma arquitetura moderna que, como a
natureza humana, abrangesse a vida em sua totalidade.

Seu trabalho se concentrava principalmente naquilo que hoje se tornou uma tarefa de
necessidade imperativa, ou seja, impedir a escravização do homem pela máquina,
preservando da anarquia mecânica o produto de massa e o lar, insuflandolhes
novamente sentido prático e vida.

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Isto significava desenvolver objetos e construções voltados para a produção industrial.
Visavase “[...] eliminar as desvantagens da máquina, sem sacrificar nenhuma de suas
vantagens reais.

[...] criar padrões de qualidade, e não novidades transitórias” (GROPIUS, 1975, p. 30-
31). Para alcançar este fim, relatou Gropius, era preciso experimentar, ter um espírito
aberto e coordenante sem o limite das especialidades. Aliás, Moholy-Nagy (1963)
afirma que a educação especializada apenas faz sentido quando forma “a um indivíduo
integrado em suas funções biológicas” o que se traduz em equilíbrio de “faculdades
intelectuais e emocionais”.

em este fim as mais altas diferenciações do estudo especializado – que são “privilégios”
do adulto – são meras aquisições quantitativas, que não intensificam a vida nem dilatam
seus horizontes. Apenas homens dotados de claridade no sentir e de sobriedade
intelectual serão capazes de adaptar-se às exigências complexas e de dominar à vida em
sua integridade8 (MOHOLY-NAGY, 1963, p. 19).

PRINCIPAIS CARACTERISTICAS DA BAUHAUS

1. União da arte e do artesanato,


2. Uso de materiais inovadores (madeira, aço, vidro),
3. Funcionalidade dos produtos artísticos,
4. Arquitectura e Urbanismo,
5. Influencia do Construtivismo.

O objectivo da escola era ambicioso: reimaginar o mndo material para reflectir a


unidade de todas as artes. Gropius desejava fundir as disciplinas da arquitectura,
escultura e pintura em uma única expressão criativa, através do oficio.

PRINCIPAIS REPRESENTANTES DA BAUHAUS

 Walter Gropius (1883-1969): arquitecto alemão,


 Laszlo Moholy-nagy (1895-1946): design e pintor Húngaro,
 Wassily Kandinsky (1866-1944): artista plástico Russo,
 Paul Klee (1879-1940): pintor e poeta Suíço,
 Josef Albers (1888-1976): design alemão,
 Marcel Breuer (1902-1981): designer e arquitecto Húngaro,

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 Oskar Schlemmer (1888-1943): Pintor Alemão,
 Johannes Itten (1888-1967): pintor e escultor Suiço,
 Gerhard Marcks (1889-1981): escultor Alemão.

BAUHAUS E O MODERNISMO ALEMAO

Após a derrota da Alemanha na 1 guerra mundial, o estabelecimento da primeira


república de Weimar, um espírito liberal permitiu um surto de experimentação radical
em todas as artes, que havia sido suprimido pelo antigo regime. Muitos alemães, divisão
da esquerda foram influenciados pela experimentação cultural que se seguiu a revolução
russa, como construtivismo.

ARQUITECTURA BAUHAUS

A arquitectura foi bastante trabalhada na escolar Bauhaus. Os projectos arquitectónicos


produzidos no período possuem design em que predominam alguns elementos, como:

 Linhas rectas, simples e formas geométricas,


 Fachadas com muitas Janelas,
 Valorização de áreas arejadas,
 Uso de pilotes, ou pilares, que sustentam as construções,
 Predomínio da cor branca que destaca as estruturas,
 A chamada Arquitectura reproduzível, ou seja, um conjunto de prédios iguais.

Uma das principais características do movimento Bauhaus foi o foco no funcionalismo.


Ou seja, toda obra deve seguir um propósito, atendendo-o do inicio ao fim. Da mesma
forma, as obras devem ser acessíveis a todo tipo de publico, ou sendo capazes de passar
por uma produção em grande escala.

Por tanto o arquitecto Walter Gropius, entre os anos de 1919 e 1922, contratou artistas
de origens diferentes que atuariam nas oficinas – frequentadas pelos alunos após um
curso preparatório – como o pedagogo de arte e pintor Johannes Itten. Este mestre,
desenvolveu o Vorkurs (curso preliminar), ponto máximo do programa pedagógico da
Bauhaus.

Foram ainda admitidos Paul Klee, os pintores expressionistas Lyonel Feininger e Georg
Muche, o escultor Gerhard Marcks, Oskar Schlemmer, posteriormente o artista não-

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figurativo Wassily Kandisnky e Lothar Schreyer encarregado de criar um departamento
de teatro. “Apesar de não estar incluída no curriculum original, a oficina de teatro era
considerada um elemento indispensável da Bauhaus como um todo, e em particular
como um parceiro conceitual da „estrutura‟”

(DROSTE, 2006, p. 24) (“O objetivo final de toda atividade criativa é a estrutura”, diz o
Manifesto Bauhaus). Quanto ao convite aos artistas mais avançados para ensinarem na
Bauhaus, a intenção de Gropius, conforme Argan (1992) “[...] é recompor entre a arte e
a indústria produtiva o vínculo que unia a arte ao artesanato [...]”.

A consolidação
Em sua segunda fase, a de consolidação (1923–1928), a Bauhaus firmou-se, porém
enfrentou dificuldades com o governo.

Houve uma reorganização de suas oficinas e a substituição de alguns mestres – Itten


saiu em

1923, encerrando-se, assim, o “[...] conflito entre a arte autônoma e o objetivo da


criação comprometido socialmente” (WICK, 1989, p. 56) tendo Moholy-Nagy
assumido a direção do curso preliminar. Em 1925, ao incorporar jovens mestres
formados na Bauhaus, ao corpo docente e à direção, a escola passou por uma
estabilização interna, quando foram assegurados “a conformidade de objetivos e a
continuidade dos trabalhos desenvolvidos” (WICK, 1989, p.44).

Ressalta-se que, com o advento dos políticos conservadores ligados ao partido de direita
que venceu as eleições nacionais de 1924, a Bauhaus foi ameaçada de dissolução.
Acrescenta-se o fato de alguns professores, tais como Paul Klee e László Moholy-Nagy,
serem considerados bolchevistas e comunistas. Por isso, foram cortados os subsídios
para a escola.

Apesar destes fatos, no ano de 1925, por iniciativa do prefeito de Dessau, um social-
democrata, a escola encontrou um novo abrigo. Então, Gropius projetou e construiu um
conjunto de prédios para ser a nova sede da escola naquela cidade industrial alemã. No
ano de 1926, a Bauhaus transferiu-se para o novo endereço, o que foi estabilizador para
a instituição de ensino e contribuiu para a sua consolidação (WICK,1989).

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Nesta fase consumou-se, realmente, a orientação da Bauhaus, no sentido do, “[...]
estabelecimento de tarefas voltadas para a funcionalidade e (em parte) requeridas por
encargos assumidos junto à própria indústria”. [...]. Sob a tese “arte e técnica: uma nova
unidade”, “uma abstração instrumentalista” conforme Kröll (apud WICK, 1989, p.
56), “ [...] “domina a formulação de objetivos da Bauhaus” (WICK, 1989, p. 56).

Em 1928, Gropius, que por quase 10 anos esteve à frente da Bauhaus, despediu-se da
instituição, marcando o inicio da terceira fase, a de desintegração.

Desintegração
O suíço Hannes Meyer sucedeu Gropius no período de 1928 a 1930. Sob a sua direção,
“[...] a Bauhaus abandonou definitivamente a idéia de uma escola de arte [...]” e “[...]
tornou-se absolutamente imperiosa a idéia de um local de produção voltado à satisfação
de necessidades sociais” (WICK, 1989, p. 57).

Em 1930, em decorrência de pressões políticas, uma nova direção assumiu a escola.


Então, o diretor passou a ser o arquiteto Ludwig Mies van der Rohe. Permanecendo fiel
à trajetória traçada por Hannes Meyer, “[...] sob sua direção, também foram mantidos na
Bauhaus os traços de uma academia de arquitetura com algumas classes de design, duas
classes de pintura livre e uma classe de fotografia [...]” (WICK, 1989, p. 58).

No entanto, introduziu algumas modificações na distribuição da carga horária da


escola, quando “[...] reduziu-se drasticamente o trabalho de produção em benefício do
programa de ensino”, de acordo com Wingler (1975, apud WICK, 1989, p. 58).

Dois anos após, em 1932, a Bauhaus mudou-se para Berlim-Steglitz, como instituto
privado, mas mesmo assim, em 1933, sob pressão dos nazistas, teve suas atividades
encerradas. As idéias da Bauhaus, conforme já foi dito, não eram aceitas pelo regime
totalitário nazista que estava em plena ascensão na Alemanha. Os ideais da escola eram
considerados, pelo novo partido antipatriotas. Ressalta-se que após o fechamento da
escola, em 20 de junho de 1933, muitos de seus mestres emigraram para os Estados
Unidos.

Bauhaus: concepção e método pedagógico


A Bauhaus, primeira escola de arte reformadora a retomar actividades na nova
República de Weimar, após a Primeira Guerra Mundial, teve em sua pedagogia,
indubitavelmente, a marca definitiva para seu sucesso.

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Em muitas escolas de arte, provou-se ser virtualmente impossível implementar
quaisquer reformas; noutras, as reformas foram adiadas, como a de Karlsruhe, ou
limitadas quanto ao seu âmbito.

À primeira vista, o programa da Bauhaus parecia-se com o ensinado em várias escolas


de arte reformadas antes da Guerra: os alunos deviam receber uma formação artesanal,
uma de desenho e outra científica. A novidade residia, contudo, no objectivo global que
Gropius estabeleceu para a escola: a estrutura erguida

“em conjunto”, à qual todos deveriam contribuir através do “artesanato” (DROSTE,


2006, p. 22).

Gropius, no Manifesto Bauhaus, esboçou o que seria o programa pedagógico desta


escola: um ensino da arte, com o intuito de unificar o trabalho do artista, do artesão e da
indústria para assim ajudar a Alemanha a se reerguer economicamente. Propunha-se
transformar os artistas livres, sem “função social”, em um ser produtivo para a
sociedade (segundo parágrafo do Manifesto Bauhaus).

A Bauhaus resgatou, tendo em vista a produção industrial, “[...] uma gramática básica
do visual dos escombros das formas historicistas e tradicionais” (LUPTON &
MILLER, 1994, p. 4) (tradução das autoras). As formas básicas, triângulo, quadrado e
círculo foram o que pode ser considerado o elemento essencial dessa “gramática”.

A repetição destas três formas básicas e cores primárias na obra dos mestres e
estudantes da Bauhaus evidência o interesse da escola pela abstracção e sua ênfase nos
aspectos do visual que poderiam descrever-se como elementares, irredutíveis,
essenciais, fundacionais e originários13 (LUPTON & MILLER, 1994, p. 4) (tradução
das autoras).

A estrutura do programa de ensino da Bauhaus foi dividida em três etapas:


O curso preliminar

Etapa 1 - O curso preliminar, com duração de um semestre, obrigatório. A aprovação


neste curso era indispensável para o trabalho em uma oficina (atelier, laboratório) de
aprendizagem, a ser escolhida pelo aluno.

Etapa 2 - Aprendizagem na oficina (atelier, laboratório), juntamente com a teoria da


forma , ministrada por dois mestres, um artista e um artesão, nos três anos subsequentes.
A intenção era possibilitar ao aluno reunir a habilidade criativa do artista e o
conhecimento técnico do artesão.

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Etapa 3 - O estudo da construção, núcleo de ensino da Bauhaus (que teve inicio
posteriormente), fim último da arquitectura (WICK, 1989). Era opcional, caso o aluno
desejasse prosseguir os estudos e obter o certificado de Mestre em arquitectura.

O Vorkurs e Johannes Itten

Singularmente importante para os objetivos da Bauhaus foi o desenvolvimento do


Vorkurs, curso preparatório ou preliminar, mais tarde denominado curso básico,
obrigatório para os estudantes recém ingressados naquela escola. E, conforme palavras
de Wick (1989, p. 40), elemento estável na doutrina da escola, provocando “[...] pelo
menos em parte, uma formalização do sistema de ensino ainda indefinido no programa
da Bauhaus.”

Criado pelo pedagogo Joahannes Itten, o maior objetivo deste curso era introduzir e
propiciar ao aluno um contato com o mundo artístico e “interior”, para assim
desenvolver sua capacidade de observação e expressão; “[...] o ensino se limitava aos
problemas da observação e da representação visando „a identidade ideal entre forma e
conteúdo‟” (ARGAN, 2005, p. 58).

A oficina de tecelagem
Em seu início, a oficina de tecelagem, posteriormente, seção têxtil, teve Joahnnes Itten
como mestre da forma, substituído, em outubro de 1920, por Georg Muche.
Originalmente, a tecelagem foi planejada como uma das muitas técnicas têxteis a
aprender sendo o ensino nessa oficina complementado pelo atelier de produção.

Tudo o que era técnico – as funções do tear, as possibilidades de combinação de fios, o


modo de entrada dos fios – tinha de ser aprendido através de experiências. [...]”, relatou
Gunta Stölzl (1968, apud DROSTE, 2006, p. 72), diretor dessa oficina .

Ressalta-se que, se na tecelagem de Weimer a ênfase era a produção artesanal de


exemplar único, em Dessau foi reconhecida a necessidade de adaptarem-se os projetos
às exigências industriais, ou seja, à produção em série (WICK, 1989). Mas realizações
ligadas à tradição não foram um fator negativo, pois, com isso, os aprendizes –
predominantemente mulheres – foram levados a experimentar novos métodos em
Weimar, tendo a Bauhaus criado uma grande variedade de produtos de tecelagem e
macramé21 com padrões e formas novas.

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As inovações estilísticas apresentadas vinham essencialmente das aulas que foram
ministradas pelos artistas de Belas-Artes e, até o ano de 1921, a maior parte das áreas de
produção têxtil foi influenciada por Itten. Como já dito, o uso de formas e cores
elementares, ensinado no Vorkurs, foi uma das linhas estéticas adotada nesta oficina
(DROSTE, 2006).

A oficina de metal

O trabalho na oficina de metal só foi iniciado em 1920 e até o final do ano de 1922
esteve sob o comando artístico de Itten. Quando Itten deixou a oficina de metal, em
1923, e László Moholy–

Nagy assumiu a direção, como mestre da forma, foi alterado o estilo da oficina: “„[...]
conseguiu-se passar de um artesanato estetizante para um design que „obedecia às novas
exigências de funcionalidade‟” (WICK, 1989, p. 51), sendo apoiado o uso de novos
materiais. Foram feitas experiências com vidro e plexiglass22, materiais que não tinham
relação com um atelier de metal (DROSTE, 2006).

A oficina de móveis
O mestre da forma na oficina de móveis (denominada, de início, carpintaria), em
Weimar, era o então diretor Walter Gropius. Considerada por Wick (1989) uma das
oficinas mais eficazes (assim como a de metal), esta teria sido uma das primeiras que
aceitaram a estandardização, ou seja, a criação de um modelo que pudesse ser seguido
pela indústria, o que pode ser comprovado, segundo Droste (2006), pela cadeira de ripas
que se pretendeu ser um protótipo para se produzir em série, produzida em 1922 por
Marcel Breuer, um dos oficiais da oficina.

A nova estética do mobiliário da Bauhaus era atraente e desde 1924 foi apresentada
como decorrente de uma análise da função. Como explica Droste (2006), a inovação em
peças importantes do mobiliário foi justificada por meio das análises funcionais.

Em relação à produção comercial, o trabalho se concentrou na oficina de mobiliário a


partir de novembro de 1923, situação similar à das demais oficinas.

Tipo de plástico resistente às altas pressões.

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A oficina de vitrais e pintura mural foi anunciada por Gropius no Manifesto Bauhaus.
Todavia, no ano de 1924, a oficina de vitrais, em decorrência da reduzida produtividade,
tornou-se uma subdivisão da oficina de pintura mural.

Oskar Schlemmer foi o primeiro mestre da forma na oficina mural e assumiu,


posteriormente, a chefia da oficina de teatro. O pintor abstracionista Wassily Kandinsky
o substituiu de 1922 até 1925, sucedendo-lhe Hinnerk Scheper, em Dessau.

Kandinsky, “interessado por uma pintura monumental abstrata” (WICK, 1989, 53),
propôs, em abril de 1924, um programa de ensino para a oficina de pintura mural com
uma grande diversidade de tarefas teóricas e práticas. Particularmente, este mestre
estava interessado na correspondência entre cor e forma, uma relação que ele queria
explorar sistematicamente.

Ao contrário do interesse de Kandinsky, sob a direção de Scheper foi enfocada a


questão da decoração de interiores e da construção em cores. Ressalta-se que era
previsto, no programa de trabalho na oficina de pintura mural “[...] como complemento
às análises sobre a relação entre espaço e cor, a experimentação prática de materiais e
técnicas de todo o tipo, a fim de, com isto, garantir os fundamentos tecnológicos da
decoração de interiores e da construção em cores” (WICK, 1989, p. 53).

Bauhaus: métodos de ensino em Weimar, Dessau e Berlim


O ensino das artes antes da Bauhaus
O surgimento da Bauhaus, bem como sua pedagogia, não podem ser considerados
acontecimentos independentes, pois estão atrelados a todo um contexto histórico
precedente. Quando Walter Gropius propôs a síntese entre arte, artesanato e indústria
procurava dar respostas a todo um movimento decorrente de acontecimentos nas áreas
casas e sociais que vinham se intensificando na Europa a par r de meados do século
XIX.

Em uma breve retrospectiva histórica, devem ser lembradas as Bauhüaus em idade


medievais - comunidades de trabalho desenvolvidas nos séculos XII e XIII, construídas
de mestres, artesãos e para a construção de igrejas.

Um sistema organizado e com hierarquia definida, cujos trabalhadores renunciavam aos


seus anseios pessoais em prol do desejo do mestre de construção. O aprendizado era
segundo o princípio da imitação, ou seja, os alunos aprendiam na prática, por exemplo,
ao copiar um mestre.

A par r do século XV, com o fim da Idade Média, a formação ar s ca separou-se das
oficinas e surgiram os primeiros institutos ar s cos especificamente para o ensino das
artes: as academias. Estas, lentamente ganharam importância ao ponto de, no século

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XVI,I serem consideradas uma espécie de regulador social, podendo determinar o
sucesso ou o fracasso de um aresta.

Entretanto, à medida que se destacavam como unidades de ensino das artes, as


academias distanciavam-se cada vez mais da realidade e do progresso vivido pela
sociedade. Academias passaram a ser sinónimos de ambientes que reuniam a elite ar s
ca e intelectual da sociedade, no entanto eram consideradas distantes da vida co diana e
do desenvolvimento científico cada vez com maior intensidade. Isso foi o que mo vou o
pensamento de unificação entre o aprendizado e a prá ca a par r do desenvolvimento
industrial no século XIX.

A par r da Revolução Industrial, começaram a surgir na Europa diversos movimentos


como o Art Nouveau na França, o Jugends l na Alemanha, o Modern Life na Inglaterra
e o Sezessions l na Áustria; todos, em sua essência, buscavam um sen do de vida ar s co
que deveria se refle r nos produtos da vida diária (BÜRDEK, 2010).

A origem mais próxima do ensino na Bauhaus remonta-se à fusão da Escola de Artes


Aplicadas e a Escola Superior de Artes Plásticas, ambas com estalos de educação
contrários. A primeira foi fundada em 1906 pelo arquitecto belga Henry van de Velve
como uma estratégia para a revitalização ar s ca e industrial da Alemanha. A segunda
representava a tradicional maneira de ensinar, em que se primava a recepção de
conteúdos sem espaço para a criação.

Fontoura (2009), por sua vez identifica no estalo de ensino da Bauhaus especial
interesse no trabalho manual, já que era considerado o meio mais apropriado para a
formação integral do homem, e por isso eram adaptadas técnicas de ensino
encaminhadas a desenvolver a sensibilidade do indivíduo, entendendo-se a educação
como o meio para conseguir a reforma social.
O ensino nas diferentes etapas da Bauhaus

O ensino em Weimar
No curso básico inicial, por sua vez, a postura de I en também gerou confronto com os
ideais de Gropius. Embora I en tenha sido figura essencial para a estabilização da escola
através da implantação do curso básico preliminar, e emprestasse ao curso a
personalidade intuitiva, a postura de I en, ao envolver as práticas didáticas e religiosas,
tornou-se um ponto de conflito com Walter Gropius, o qual temia que os objetivos
centrais da Bauhaus de tornar arte e técnica uma só unidade, além do princípio social de
consolidar a arte no povo fossem desviados. I en defendia ainda o separa das artes da
indústria, demonstrando ter conceitos fundamentalmente opostos aos ideais de Gropius.

Com a saída de I en, em 1923, a Bauhaus inicia seu período de consolidação com o fim
das divisões sectárias e o “fortalecimento das relações de lealdade” (WICK, 1989).
Lazlo Moholy-Nagy assume o curso preliminar e, em 1925, a Bauhaus muda-se para
Dessau.

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Segundo Burdeck (1999) o diretor da Bauhaus em Dessau, Hans Meyer, preocupou-se
em desenvolver um es lo de educação sistêmico e cientifico, com um especial interesse
pela funcionalidade, a qual foi estudada tanto teórica como pra camente, bem como os
estudos das necessidades da sociedade, procurando com isso oferecer um desenho mais
social que respondesse a um amplo espectro da população. Meyer expôs com toda a
clareza suas ideias sobre o tema “Bauhaus e Sociedade” e nesta contextualização, sob a
direção de Meyer a Bauhaus abandonou defini vamente a idéia de uma escola de arte, e
que tornou-se absolutamente imperiosa a ideia de um local de produção voltado à sa
sfação de necessidades sociais.

O curso preliminar passou a ser dirigido por Lásló Moholy-Nagy e posteriormente por
Josef Albers, que adotou o método indu vo de ensino de I en, que permi a aos alunos
explorar e experimentar, fomentando desta forma a capacidade cogni va, es lo que
destaca Burdek (1999), já que a teoria do desenho provia das análises e discussões de
ditos experimentos.

Este enfoque que defende Albers influiu fortemente no perfil da educação da Bauhaus e
propõe nesta experimentação a base do processo de desenho como um conhecimento
que prove da abertura da mente e a aceitação dos erros no caminho, que sempre devem
ser analisados, discutidos e jus ficados.

Devido a fortes pressões políticas, Meyer teve que sair de seu cargo sendo substituído
por Mies van der Rohe, e durante seu passo pela direção da Bauhaus buscou a ngir um
alto grau de desenvolvimento de suas oficinas alavancado em um trabalho conjunto com
as empresas que se beneficiavam dos desenhos da escola.
Com isso, ficou conhecida como um “laboratório experimental” e segundo Wingler
(1975) “tudo o que se projetou e realizou neste período corresponde verdadeiramente
ao ideal de um programa - para todos -”. Em escola de Meyer desenvolveu-se um
estalo de ensino básico, mas geral, com conexões concretas à vida prá ca. Sistema
utilizou-se todo o referente ao ensino da arquitectura e se reconheceu o papel do estudo
da organização industrial.

O ensino em Berlim
Em 1932, o clima social estava cada vez mais marcado pelo avanço da direita, o que fez
com que a Bauhaus, pela terceira vez, precisasse buscar um novo local para estabelecer
sua sede. A par r disso, já como ins tuição privada, estabelece-se na capital da
Alemanha - Berlim, no entanto iria durar de outubro de 1932 a 20 de julho de 1933,
apenas.

Nesta fase da escola, o diretor passa a ser Mies Van der Rohe, consolidado arquitecto
modernista, que, no entanto, já havia assumido a direção da Bauhaus em 1930,
sucedendo Hannes Meyer, quando a mesma ainda funcionava em Dessau. Sob a direção

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de Mies Van der Rohe, figura poli camente conservadora, após sua entrada na Bauhaus
fez com que o clima de crí ca da direita se apaziguasse.

“Tanto no que respeita à determinação dos obje vos, quanto no que tange à organização
do ensino na Bauhaus, o claro perfil traçado outrora por Gropius vai perdendo seus
contornos, e o conceito de escola unificada de arte vai se diluindo até chegar à completa
desconfiguração.” (WICK, 1989). Nesse contexto, a estratégia pedagógica da Bauhaus
sofre novas adaptações, o que se confirma com os Estatutos do ano de 1930 e mais
claramente no Plano de ensino e de estudos no ano de 1932.

Conforme Rodrigues (1989), o ensino estava dividido em três etapas, na primeira


procurava-se uma orientação unitária de estudo. Na segunda eram administrados
conhecimentos teóricos integrados ao trabalho prático, em que os alunos eram
orientados conforme suas ap dões, embasados nos setores: arquitectura e decoração,
publicidade, fotografia, tecidos e belas-artes. Já na terceira, com o repertório adquirido
até então, o aluno nha livre escolha para projetar.

Mies Van der Rohe também foi o responsável pela implantação do departamento de
arquitectura, com o qual a estrutura original do ensino na Bauhaus sofre uma profunda
modificação, visto que o ensino de arquitectura foi equiparado à formação em outras
oficinas da escola. Nesse sen do, Wick (1989) aponta que a divisão hierárquica em
curso preliminar, deixa de exis r e assim os estudantes podem passar para o estudo de
arquitectura, sem a necessidade de serem aprovados em cursos artesanais, anteriormente
obrigatórios. No entanto, ainda assim os alunos eram condicionados a trabalharem em
uma oficina de livre escolha, a fim de adquirirem habilidades manuais consideradas
essenciais ao completo aprendizado.

Impacto do ensino da Bauhaus no ensino do desenho no mundo


Segundo Fontoura (2009), a forma tradicional do ensino aceita o ato mental como o
meio para a aprendizagem, considerando a mesma através da memorização. A
pedagogia da acção em que se fundamentou a Bauhaus deu um novo sen do ao
comportamento a vo do educando. Nela considera-se que o processo educativo se
concentra numa acção que não exige a actividades externas, mas de actividades
espontâneas que vêm de dentro do educando, constituindo numa conquista pessoal e um
processo de auto aprendizagem.

O mesmo autor destaca que o programa pedagógico da Bauhaus pretendia libertar as


forças expressivas e criadoras do indivíduo mediante a prá ca manual e ar s ca,
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exercitando integralmente seus sen dos, propiciando com isso cultivar conhecimentos
não somente intelectuais, senão também emocionais que provem não só da revisão de
literatura senão também através de seu próprio trabalho.

De Masi (2000) afirma que “após a queda do nazismo, em 1945, os métodos do curso
preliminar também foram introduzidos na maior parte dos institutos ar s cos da
Alemanha, por exemplo, o Instituto Superior de Belas Artes de Berlim”. Em
consequência da saída do país de muitos docentes e estudantes por problemas políticos,
a Bauhaus ficou conhecida no restante do mundo, onde se fundaram escolas, cursos
inspirados na metodologia de ensino da Bauhaus ou os docentes foram nomeados
diretores de institutos reconhecidos como o Black Mountain College nos EUA, onde
Albers foi professor até 1949.

Em seguida, a Universidade de Yale, em Connec cut, desenvolveu a investigação sobre


a interação da cor que hoje em dia se usa nos cursos iniciais de desenho.

Algumas das instituições fundadas foram: Escola de arte privada de Berlin por I en,
Bauhaus Budapest, The New Bauhaus em Chicago sob a direção de MoholyNagy, quem
também fundou o Institute of Design de Chicago, e a Escola superior de desenho da
Ulm fundada com a participação de egressos da Bauhaus e que se cons tuiu na en dade
mais importante criada depois da segunda guerra mundial, segundo Burdek (1999).

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Conclusões
O ideal proposto pelo ensino da Bauhaus que postulava o funcionalismo como a forma
de democratizar a sociedade através dos objetos nunca foi atingido de fato, e foi
criticado na década dos 60 e 70; no entanto Burdek (1999) afirma que o processo de
pesquisar as condições objetivas e cientistas do desenho serviu de base para que se
desse a mudança social que se requeria, do velho estilo burguês aos novos conceitos
cria vos na vida cotidiana.

O espírito que levou a desenvolver o método de ensino na Bauhaus se viu influenciado


por um forte distanciamento entre as academias e o progresso da sociedade. Antes da
Bauhaus considerava-se a vida na academia como a reunião da elite artistica e
intelectual, mas distante do desenvolvimento cientifico. Este distanciamento não está
muito afastado da situação atual e, apesar de muitos esforços de ambas as partes, ainda
não se consolidam em um modelo dinâmico e efectivo de trabalho conjunto entre as
academias de design e o setor real da economia.

Os trabalhos em grupo promovidos pela escola da Bauhaus, em que pintores,


desenhistas, arquitectos, entre outros, discutiam e contribuíam sobre as tema ca
estudadas foram algumas das principais contribuições pedagógicas da escola.
Actualmente, fala-se do trabalho colabora , a transdisciplinaridade e em geral todas as
práticas de comunicação que são fundamentais para a inovação e a gestão do
conhecimento.

O problema comprova que isso não se evidencia nas academias e pelo contrario, os
novos conhecimentos são escassamente divulgados inclusive entre colegas e com maior
dificuldade entre profissionais de outras áreas. Assim sendo, tem-se dado pouca ênfase à
interdisciplinaridade, ou seja, à estrutura real para o intercâmbio de conhecimentos com
outras disciplinas.

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Bibliografia

EVANGELISTI, S. (1999). O impressionismo. Lisboa: Editorial Presença.

KANDISNKY, W. (1997. ). Ponto e linha sobre plano. São Paulo: Martins Fontes.

KLEE, P. (1968.). Pedagogical sketchbook. London: Faber and Faber.

LUPTON, E., & MILLER, J. (1994). la Bauhaus y la teoria del diseño. Barcelona:
Barcelona.

LY-NAGY, M. (1963). La nueva visión y reseña de un artista. Buenos Aires: Ediciones


Infinito.

PEVSNER, N. (2001). Origens da arquitetura moderna e do design. São Paulo: 3. ed.


Tradução de Luiz Raul Machado,Martins Fontes.

WINGLER, H. M. ( 1919). 1933 Weimar - Dessau - Berlin. Barcelona: Editorial


Gustavo .

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