Questão 01 – O rompimento do mundo feudal CHEVALLIER, Jean-Jacques.
As grandes obras políticas de
provocou o surgimento dos “Estados Modernos” Maquiavel a nossos dias. Rio de Janeiro: Agir, 1976.p. 60- 1). na Europa ocidental nos séculos XV e XVIII. Assinale a alternativa que o descreve Para Jean Bodin, o soberano absolutista deveria: corretamente: a) Tomar como exemplo os soberanos da Antiguidade para aprender a governar sua nação. a) Ascensão da burguesia industrial no poder, b) Aproximar-se da religião a fim de ser capaz de acompanhada de liberalização econômica e governar a partir dos ensinamentos bíblicos. descentralização administrativa. c) Ser duro com aqueles que fizessem oposição à b) Centralização administrativa, seguida da sua pessoa e ao governo. formação de uma burocracia e montagem de um d) Entender as necessidades do povo e satisfazê- exército nacional, em detrimento dos corpos las como um meio de garantir a paz. armados feudais. c) Auxílio à produção industrial por parte do Questão 04 – (Fuvest) "Um comerciante está Estado através da eliminação das taxas feudais e, acostumado a empregar o seu dinheiro por consequência, ajuda às artes por meio do principalmente em projetos lucrativos, ao passo mecenato. que um simples cavalheiro rural costuma d) Desenvolvimento da economia agrária, onde a empregar o seu em despesas. Um frequentemente burguesia e o apoio popular jogaram um papel vê seu dinheiro afastar-se e voltar às suas mãos fundamental. com lucro; o outro, quando se separa do dinheiro, raramente espera vê-lo de novo. Esses hábitos Questão 02 – Quem quiser praticar a bondade em diferentes afetam naturalmente os seus tudo o que faz está condenado a penar, entre temperamentos e disposições em toda espécie de tantos que não são bons. É necessário, portanto, atividade. O comerciante é, em geral, um que o príncipe que deseja manter-se aprenda a agir empreendedor audacioso; o cavalheiro rural, um sem bondade, faculdade que usará ou não, em tímido em seus empreendimentos..." (Adam Smith, cada caso, conforme seja necessário. […] A RIQUEZA DAS NAÇÕES, Livro III, capítulo 4) (MAQUIAVEL.O príncipe.Apud: ARANHA, Maria Lucia de Arruda. Maquiavel – A lógica da força. São Paulo: Moderna, 1993). Neste pequeno trecho, Adam Smith: a) contrapõe lucro à renda, pois geram A citação acima demonstra que: racionalidades e modos de vida distintos. a) O governante absolutista deveria se colocar b) mostra as vantagens do capitalismo comercial acima do Bem e do Mal se quisesse dirigir a em face da estagnação medieval. República. c) defende a lucratividade do comércio contra os b) O dirigente era livre para agir como desejasse, baixos rendimentos do campo. sem medo à represálias. d) critica a preocupação dos comerciantes com c) Maquiavel aconselha que o príncipe deveria seus lucros e dos cavalheiros com a ostentação de estar preparado para a guerra, se esta fosse para o riquezas. bem do seu país. e) expõe as causas da estagnação da agricultura no d) O autor explica que o líder não deve agir final do século XVIII. conforme seus sentimentos e sim de maneira objetiva. Questão 05 – Leia o texto a seguir referente ao historiador liberal inglês Lord Acton (1834-1902): Questão 03 – Nada havendo de maior sobre a “Embora [Lord] Acton nunca tenha publicado um terra, depois de Deus, que os príncipes soberanos, livro, ele escreveu vários artigos que refletiram e sendo por Ele estabelecidos como seus seu apaixonado interesse sobre a história da representantes para governarem os outros homens, liberdade, tolerância religiosa e governo é necessário lembrar-se de sua qualidade, a fim de constitucional. De acordo com Acton, não respeitar-lhes e reverenciar-lhes a majestade com podemos entender a história da civilização toda a obediência, a fim de sentir e falar deles com ocidental se não conseguirmos avaliar o conflito toda a honra, pois quem despreza seu príncipe eterno entre a liberdade e o poder. A ideia de soberano despreza a Deus, de Quem ele é imagem liberdade, ele disse, 'é a unidade, a única unidade na terra. (BODIN, Jean. Les six livres de la Republique da história do mundo, e o princípio único de uma (Os seis livros da República). Paris: Fayard, 1986. Apud: filosofia da história'.” (Smith, George H. Lord Acton e a III. Para os clássicos, a curva de oferta agregada é História da Liberdade. Portal do Libertarianismo.) uma reta origem no pleno emprego em decorrência da suposição de que os salários são O texto sugere que Lord Acton: fixos. a) defendia que o liberalismo precisava tomar o poder para tornar os homens livres. Quais estão corretas? b) defendia a ideia de liberdade como sendo a) Apenas I. aquilo que dá unidade e sentido para a história b) Apenas II. humana. c) Apenas III. c) acentuava o combate entre poder e liberdade, d) Apenas I e II. defendendo que a tomada do poder era o principal e) Apenas II e III. objetivo da “história da Liberdade”. d) defendia que o poder não poderia corromper o Questão 08 – (Unespar) A crise que começou em homem, já que suas características virtuosas eram 1929 nos Estados Unidos foi piorando nos anos inabaláveis. seguintes. Por isso se fala nos anos seguidos de e) defendia a liberdade apenas do nível político e, Grande Depressão (econômica). Em 1932, um no nível econômico, a intervenção maciça do novo presidente, Franklin D. Roosevelt, assumiu o Estado. poder. Ele colocou em prática o plano econômico de recuperação chamado New Deal. Entre as Questão 06 – Leia o texto a seguir: “Nos séculos características principais do New Deal está: XVIII e XIX, o termo liberalismo geralmente se a) A intervenção do Estado para minimizar a crise. referia a uma filosofia de vida pública que Essa prática seria justificada pelas ideias do afirmava o seguinte princípio: sociedades e todas economista inglês John M. Keynes (1883-1946) e as suas partes não necessitam de um controle por isso mesmo chamadas de keynesianas; central administrador porque as sociedades b) A ideia de que deveria haver total liberdade normalmente se administram através da interação econômica para que a iniciativa privada pudesse voluntária de seus membros para seus benefícios se desenvolver, sem a intervenção do Estado, a mútuos. Hoje não podemos chamar de liberalismo fim de que o mercado se auto-regule; essa filosofia porque esse termo foi apropriado por c) A auto-organização da sociedade numa rede democratas totalitários. Em uma tentativa de independente de produção e distribuição, sem recuperar essa filosofia ainda em nosso tempo, controle estatal, o que pode ser interpretado como damos a ela um novo nome: liberalismo clássico .” interação livre ou coordenação livre, conforme o (Rockwell, Lew. O que é o Liberalismo Clássico. IBM.) caso; d) A centralização da economia na iniciativa O autor do texto argumenta que o termo privada, sem que o Estado interfira nas economias “liberalismo clássico” reabilita a tradição de ideias em momentos de crise e recessão. Essas práticas políticas e econômicas dos séculos XVIII e XIX. seriam justificadas pelas ideias do economista Entre os representantes dessa tradição, estão: inglês John M. Keynes (1883-1946) e por isso a) Lenin, Mikhail Bakunin e Voltaire. mesmo, chamadas de keynesianas; b) Karl Marx, Vilfredo Pareto e John M. Keynes. e) A responsabilidade do Estado pela economia, c) Adam Smith, David Ricardo e John Locke. não apenas numa função reguladora, mas pela d) Rousseau, Louis Blanqui e Diderot. prática da coletivação de todos os meios e bens de e) Edmund Burke, Max Weber e Trotsky. produção. Questão 07 – (FUNDATEC) O equilíbrio na Questão 09 – (Ufu) Na década de 1990, durante economia continua sendo objeto de discussão, seu mandato como ministro da fazenda e especialmente entre a proposta clássica e a posteriormente presidente da república em dois proposta keynesiana. Considerando-se uma pleitos consecutivos até 1º de janeiro de 2003, economia a curto prazo, analise seguintes Fernando Henrique Cardoso implantou uma assertivas sobre esse tema: política que buscava, além da estabilidade econômica, uma maior aproximação do Brasil I. Na visão clássica, expansões de política com o comércio internacional. Para muitos monetária ou de política fiscal terão efeitos analistas, o alicerce dessa política foi edificado somente sobre os preços. sobre as ideias do neoliberalismo. Pode ser II. Na visão básica keynesiana, uma expansão de considerado como uma das estratégias dessa política fiscal ou de política monetária terá efeitos política no Brasil somente sobre a produção. a) a ampliação da participação do Estado no setor tal poder. (MONTESQUIEU. Do Espírito das Leis. São terciário. Paulo: Editora Nova Cultural, 1997 (adaptado)). b) a privatização de empresas estatais pelo governo. A característica de democracia ressaltada por c) o investimento maciço em infraestrutura de Montesquieu diz respeito: produção. a) ao status de cidadania que o indivíduo adquire d) a recuperação salarial da classe trabalhadora. ao tomar as decisões por si mesmo. b) ao condicionamento da liberdade dos cidadãos Questão 10 – (Unesp) O advento de chefes de à conformidade às leis. Estado-empresa marca uma transição sistêmica c) à possibilidade de o cidadão participar no poder entre o enfraquecimento do Estado-nação e o e, nesse caso, livre da submissão às leis. fortalecimento da corporação apoiada em sua d) ao livre-arbítrio do cidadão em relação àquilo racionalidade técnico-econômica e gerencial. Essa que é proibido, desde que ciente das transferência leva, por um lado, ao esvaziamento consequências. do Estado, reduzido à administração e à gestão, e, e) ao direito do cidadão exercer sua vontade de de outro, à politização da empresa, que expande acordo com seus valores pessoais. sua esfera de poder muito além de sua atividade tradicional de produção. A corporação tende a se Questão 13 – (Enem) A Justiça Eleitoral foi criada tornar o novo poder político-cultural. (Pierre Musso. em 1932, como parte de uma ampla reforma no “Na era do Estado-empresa”. http://diplomatique.org.br, processo eleitoral incentivada pela Revolução de 30.04.2019. Adaptado.) 1930. Sua criação foi um grande avanço institucional, garantindo que as eleições tivessem Coerentes com o neoliberalismo, as propostas do o aval de um órgão teoricamente imune à Estado-empresa convergem para influência dos mandatários. (TAYLOR, M. Justiça a) a apropriação das forças produtivas pelo Estado Eleitoral. ln: AVRITZER, L.; ANASTASIA, F. Reforma e a defesa da igualdade social. política no Brasil. Belo Horizonte: UFMG, 2006 b) o pluralismo democrático e a redistribuição de (adaptado)). renda por programas de assistência social. c) a regulamentação da força de trabalho e a Em relação ao regime democrático no país, a defesa da produção flexível. instituição analisada teve o seguinte papel: d) o protecionismo econômico e a implantação de a) Implementou o voto direto para presidente. políticas fiscais contra a inflação. b) Combateu as fraudes sistemáticas nas e) a adoção de privatizações e a mínima apurações. intervenção do Estado na economia. c) Alterou as regras para as candidaturas na ditadura. Questão 11 – (Unesp) O processo de d) Impulsionou as denúncias de corrupção mundialização do sistema capitalista sempre administrativa. esteve apoiado na difusão de políticas econômicas e) Expandiu a participação com o fim do critério e na constituição de determinadas lógicas censitário. geopolíticas e geoeconômicas de organização do espaço mundial. Constituem-se em política Questão 14 – (Enem) A democracia deliberativa econômica e em lógica capitalista de ordenamento afirma que as partes do conflito político devem do espaço mundial no período atual: deliberar entre si e, por meio de argumentação a) o keynesianismo e o colonialismo. razoável, tentar chegar a um acordo sobre as b) o desenvolvimentismo e o neocolonialismo. políticas que seja satisfatório para todos. A c) o neoliberalismo e a globalização. democracia ativista desconfia das exortações à d) o mercantilismo e a descolonização. deliberação por acreditar que, no mundo real da e) o liberalismo e o imperialismo. política, onde as desigualdades estruturais Questão 12 – (Enem) É verdade que nas influenciam procedimentos e resultados, processos democracias o povo parece fazer o que quer; mas democráticos que parecem cumprir as normas de a liberdade política não consiste nisso. Deve-se ter deliberação geralmente tendem a beneficiar os sempre presente em mente o que é independência agentes mais poderosos. Ela recomenda, portanto, e o que é liberdade. A liberdade é o direito de que aqueles que se preocupam com a promoção de fazer tudo o que as leis permitem; se um cidadão mais justiça devem realizar principalmente a pudesse fazer tudo o que elas proíbem, não teria atividade de oposição crítica, em vez de tentar mais liberdade, porque os outros também teriam chegar a um acordo com quem sustenta estruturas de poder existentes ou delas se beneficia. (YOUNG, 1. M. Desafios ativistas à democracia deliberativa. Revista democrática exige que o processo de tomada de Brasileira de Ciência Política, n. 13, jan.-abr. 2014). decisões políticas ocorra a partir de uma ampla discussão pública, para somente então decidir. As concepções de democracia deliberativa e de Assim, o caráter deliberativo corresponde a um democracia ativista apresentadas no texto tratam processo coletivo de ponderação e análise, como imprescindíveis, respectivamente: permeado pelo discurso, que antecede a decisão. a) a decisão da maioria e a uniformização de (VITALE, D. Jürgen Habermas, modernidade e democracia direitos. deliberativa. Cadernos do CRH (UFBA), v. 19, 2006 b) a organização de eleições e o movimento (adaptado)). anarquista. c) a obtenção do consenso e a mobilização das O conceito de democracia proposto por Jürgen minorias. Habermas pode favorecer processos de inclusão d) a fragmentação da participação e a social. De acordo com o texto, é uma condição desobediência civil. para que isso aconteça o(a): e) a imposição de resistência e o monitoramento a) participação direta periódica do cidadão. da liberdade. b) debate livre e racional entre cidadãos e Estado. c) interlocução entre os poderes governamentais. Questão 15 – (Enem) O conceito de democracia, d) eleição de lideranças políticas com mandatos no pensamento de Habermas, é construído a partir temporários. de uma dimensão procedimental, calcada no e) controle do poder político por cidadãos mais discurso e na deliberação. A legitimidade esclarecidos.