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PREFÁCIO ..................................................................................................................................................................XIII
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................XVII
NOTA PRÉVIA ......................................................................................................................................................XXIII
condições bem mais favoráveis para realizar escolhas. Por esse moti-
vo, não poderia deixar de ser grata a esses orientandos, e espero que
a ajuda que deles recebi venha reverter, por meio desta obra, em
benefício de outros adolescentes que já estejam, ou que estejam
chegando, onde aqueles se encontravam na ocasião.
Uma idéia, em particular, bastante simples porém de inestimável
valor prático, devo à sugestão de um daqueles orientandos cujo no-
me, infeliz e inadvertidamente, não anotei na ocasião, mas a quem,
embora de forma anônima, ora dou crédito. Trata-se da idéia de
colorir as respostas: vermelho para as negativas, verde para as positi-
vas e amarelo para aquelas nem positivas nem negativas, usando um
código padronizado, o de trânsito, de fácil assimilação e rápida leitu-
ra e interpretação. Embora nada tenha acrescentado à teoria, essa
sugestão tornará o trabalho do orientador, principalmente daquele
que realiza a OV em escolas, mais rápido e eficiente, ensejando a ele
pronta visualização, além de uma comunicação mais fácil dos resul-
tados das atividades a cada orientando e aos seus responsáveis.
¬ ¬ ¬
L.R.A.G.
Capítulo 1
NECESSIDADE DE EMBASAMENTO TEÓRICO
PARA A PRÁTICA E PARA A PESQUISA EM
ORIENTAÇÃO VOCACIONAL
E mquestão
um livro em que é proposta uma teoria para a OV, a primeira
a ser colocada diz respeito à possibilidade, conveniência
e necessidade da existência de teorias nas ciências e nas práticas
profissionais em geral e, em particular, na OV.
A OV pode ser considerada tanto como um campo para reali-
zações de pesquisas — quer de outras disciplinas, quer de teste de
suas próprias hipóteses — como uma prática profissional funda-
mentada nos resultados dessas pesquisas.
Tradicionalmente, a ciência mais ligada à OV e que tem servido
de base na formulação da maior parte de suas teorias é a Psicologia.
Já em relação a essa ciência há controvérsias quanto à conveniência
e até quanto à possibilidade da existência de teorias.
Um dos mais eminentes psicólogos do século XX, o positivista
e behaviorista Skinner (1950), defendeu posição contrária à formu-
lação de teorias em Psicologia, alegando principalmente que: (1) a
existência das teorias tende a fornecer respostas, em lugar de levar o
cientista a buscá-las por meio de pesquisas, e (2) a existência de teo-
rias proporciona um falso sentido de segurança, uma satisfação com
o status quo, o que, segundo aquele autor, seria contraproducente
para uma atividade de busca e um espírito de inquietação que de-
vem caracterizar o pesquisador.
A posição assumida por Skinner é peculiar na Psicologia, pois a
maior parte dos psicólogos aceita a existência de teorias nessa ciên-
cia. Hyman (1964), acredita que tal posição constituiu reação a pes-
4 Orientação Vocacional por Atividades: uma nova teoria e uma nova prática
N oapoio
capítulo anterior afirmou-se que a OV tem por principal
teórico a Psicologia.
Os psicólogos costumam dizer que a Psicologia possui uma
longa vida, porém uma curta história. Isto porque, embora o inte-
resse pelo homem como ser psíquico date de muitos séculos, a Psico-
logia tornou-se oficialmente ciência apenas a partir de 1879, com a
fundação do primeiro laboratório de Psicologia, por Wilhelm Wundt,
na Universidade de Leipzig, na Alemanha.
Se a história daquela ciência é considerada curta a da OV o é,
com certeza, muito mais.
Há muito, pelo menos desde os tempos da Grécia antiga, já ha-
viam sido notadas as diferenças individuais por um lado e, por outro,
as diferenças ocupacionais e de status social entre as profissões. No
entanto, o conservadorismo, a aceitação quase incontestada das tra-
dições e a relativa simplicidade econômica e social, aliados a um
muitíssimo lento e contínuo desenvolvimento tecnológico, não eram
propícios a grandes preocupações com orientação vocacional. As
preocupações, então, se limitavam apenas a eventuais problemas de
desajustamento de alguns indivíduos em relação à profissão que lhes
caberiam exercer, de acordo com o nascimento de cada um e com sua
posição na sociedade. Conseqüentemente, não haveria razão para o
surgimento de teorias de OV, ou sequer da própria OV.
A necessidade de OV originou-se das grandes rupturas sociais,
tecnológicas e econômicas que vieram abalar e desestruturar os sis-
10 Orientação Vocacional por Atividades: uma nova teoria e uma nova prática