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UNIAGES

ÂNIMA EDUCAÇÃO
BACHARELADO EM PSICOLOGIA

CLAUDIANE DOS SANTOS CARVALHO; GABRIEL JOSÉ


CARVALHO DE SOUZA

DISMORFIA E AUTOESTIMA EM JOVENS ADULTOS:


REVISÃO NARRATIVA

Paripiranga-BA
2022
CLAUDIANE DOS SANTOS CARVALHO; GABRIEL JOSÉ
CARVALHO DE SOUZA

DISMORFIA E AUTOESTIMA EM JOVENS ADULTOS:


REVISÃO NARRATIVA

Monografia apresentada no Curso de


Graduação do Centro Universitário AGES
como um dos pré-requisitos para obtenção do
título em bacharel em Psicologia.

Orientadora: Profa. Msc. Catiele dos Reis


Santos

Paripiranga- BA
2022
CLAUDIANE DOS SANTOS CARVALHO; GABRIEL JOSÉ
CARVALHO DE SOUZA

DISMORFIA E AUTOESTIMA EM JOVENS ADULTOS: REVISÃO


NARRATIVA

Monografia apresentada como exigência


parcial para obtenção do título de bacharel
em Psicologia, à Comissão Julgadora
designada pelo colegiado do Curso de
Graduação do Centro Universitário AGES.

Paripiranga, 02, de dezembro, de 2022

BANCA EXAMINADORA

Profs. Ms. Catiele, dos Reis Santos

Profs. Ms. Bruno Felipe de Santana Santos

Paripiranga – BA
2022
AGRADECIMENTOS

Um ciclo se encerra, agora mudam-se as metas e chegam as expectativas para


novas conquistas, foram cinco anos de muitos desafios, superações e muito
conhecimento adquirido. Em primeiro lugar agradeço a Deus, por minha vida e por ter
me dado sabedoria, benção e nunca ter deixado eu desanimar. Agradeço aos meus
familiares, que me incentivaram nos momentos difíceis e compreenderam a minha
ausência em momentos necessários, obrigada família Carvalho e Simões!
Meu agradecimento em especial é para minha mãe Laudeci, meu alicerce, que
sempre acreditou em mim e ajudou de todas as formas, fazendo lanches e me
esperado no ponto de ônibus, ao meu esposo Aislan, que todas as vezes que pensei
em desistir, ele estava ali para me incentivar e nunca me deixou cair, meu muito
obrigada a vocês dois, vocês foram o motivo para que hoje eu encerre esse ciclo, essa
conquista não é só minha, essa conquista também é de vocês!
Meu muito obrigada ao meu pai Francisco, minha Irmã Cris, minha madrinha
Débora, ao meu sobrinho Irineu Neto, a meu cunhado Ivan Rabelo e a todos os meus
primos e tios, que sempre acreditaram que eu era capaz. Aos meus avós Lindaura e
Pedro (in memoriam), sei que de onde eles estiverem, estão muito orgulhosos da neta
deles e sei que todas as benções que recebi durante esses anos todos foram eles.
Aos meus amigos que sempre estiveram ao meu lado e foram essenciais nessa
trajetória e pelo o apoio demonstrado, obrigada Natália, Carla, Gabrielle, Fátima
Mariana, Tamires, Mikelly, Tauane, Sara e em especial ao meu grupo, que sempre
esteve junto e nunca se separou, Carolina, Hannah e a minha dupla Gabriel, vocês
foram primordiais nesses cinco anos, sem vocês nada teria acontecido.
Meus agradecimentos a todos os professores da Uniages, por todo
conhecimento adquirido e trocas de experiências, vocês foram minha inspiração e
motivação diária, por último e não menos importante, agradeço a minha querida e
admirável orientadora Catiele Reis, que sempre esteve presente me dando a melhor
orientação e a Bruno Felipe que contempla a minha banca, meu muito obrigada a
vocês dois, vocês sempre foram e sempre vão ser meus mestres.

Claudiane dos Santos Carvalho


AGRADECIMENTOS

Gostaria de iniciar agradecendo a minha família por todo o suporte que me


deram durante esses cinco anos, obrigada pela paciência, pelo carinho e por todos os
ensinamentos que me acompanham desde o início da minha vida acadêmica.
Agradecer aos meus amigos Cassiane, Ivandro, Juliana e Lucas por todo o
suporte, conversas e risadas que me mantiveram na faculdade, apesar de todas as
dificuldades, por todos os conselhos e por todas as idas e vindas de ônibus que
animava a minha semana.
Agradeço a Carol e Hannah, por estarem ao meu lado e por todas as conversas
e jogos que mantiveram minha estadia na faculdade, só amor por essas pessoas
maravilhosas!
Agradeço a minha dupla de monografia, Claudiane, obrigada amiga por sempre
estar junto de mim, desde o terceiro período a gente se juntou e nunca mais se largou,
obrigada pela parceria, pelo esforço e por sempre estar ao meu lado nas minhas
loucuras.
Agradeço aos professores: Baruc, Beatriz, Bruno, Calila, Carol, Catiele por todo
o esforço, carinho e ensinamentos durante o curso, mesmo àqueles que não puderam
ficar até o fim da minha graduação, tenham meus agradecimentos mais sinceros por
mostrarem seu amor à psicologia e aos alunos.

Gabriel José Carvalho de Souza


DISMORFIA E AUTOESTIMA EM JOVENS ADULTOS:
REVISÃO NARRATIVA

Claudiane dos Santos Carvalho1


Gabriel José de Carvalho Souza2
Catiele dos Reis Santos3

RESUMO

O transtorno dismórfico corporal - também conhecido como dismorfofobia - é um tema


pouco discutido na sociedade e no meio acadêmico, o propósito deste trabalho
acadêmico é analisar o efeito que as redes sociais causam nos indivíduos e como
sociedade, o que fazemos em vigência dessa influência. Enquanto seres sociais, os
seres humanos são como esponjas que absorvem informação do meio para se formar
enquanto um indivíduo ativo da sociedade, inúmeras características são necessárias,
entre elas está a autoestima, o valorar a si mesmo, todavia, a mesma está sendo
minada pela influência externa, pelos extremismos sobre o corpo enquanto um objeto
de apreciação. Esta dissertação tem por objetivo analisar a relação do transtorno
dismórfico corporal com a autoestima, em conjunto com a influência das redes sociais
na vivência dos seres humanos.

PALAVRAS CHAVES: Transtorno Dismórfico Corporal, autoestima, redes sociais,


teoria cognitivo comportamental e pensamentos disfuncionais.
DYMORPHY AND SELF-ESTEEM IN YOUNG ADULTS:
NARRATIVE REVIEW

Claudiane dos Santos Carvalho1


Gabriel José de Carvalho Souza2
Catiele dos Reis Santos3

ABSTRACT

Body dysmorphic disorder - also known as body dysmorphia - is not a much discussed
subject in society and in academia, the purpose of this theoretical work is to analyze
the effect that social media cause on individuals and as a society, what can we do in
the face of this influence. As social individuals, human beings are like sponges that
absorb information from the environment to form themselves as an active individual in
society, numerous characteristics are necessary, among them is self-esteem, valuing
oneself, however, these factors have been undermined by the external influence of
extremism on the body as an appreciation object, this dissertation aims to analyze the
relationship between body dysmorphic disorder and self-esteem along with the social
media effect on the experience of human beings.

Keywords: Body dysmorphic disorder. Self-esteem. Social media. Cognitive


behavioral theory and dysfunctional thoughts.
LISTAS

LISTA DE FOTOS

FOTO 01- Ligação da autoimagem, imagem pessoal e autoestima..........................29


FOTO 02- Ação dos APIRS .......................................................................................47

LISTA DE TABELAS

TABELA 01- Avaliação da prevalência de transtorno dismórfico corporal................18


TABELA 02- Escala de autoestima de Rosenberg...................................................24
TABELA 03- Fatores clínicos e etiológicos que causam a baixa autoestima............28

LISTA DE QUADROS

QUADRO 01- Sinais e sintomas da presença ou risco de TDC................................20


QUADRO 02- Ciclo da autoestima.............................................................................27

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 01- Grau de insatisfação corporal.............................................................44


LISTA DE SIGLAS

DSM- Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders

EAR- Escala de Autoestima de Rosemberg

FDA- Food and Drug Admnistration

IRSN- Inibidores de Recaptação de Serotonina e Noradrenalina

ISRS- Inibidores Seletivos de Recaptação de Serotonina

OMS- Organização Mundial da Saúde

TCC- Teoria Cognitivo Comportamental

TDC- Transtorno Dismórfico Corporal

TOC- Transtorno Obsessivo Compulsivo


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 11
2. METODOLOGIA DE PESQUISA ........................................................................ 14
3. MARCO TEÓRICO ............................................................................................. 15
3.1 A história do Transtorno Dismórfico Corporal ............................................................................ 15
3.1.1 Critérios de diagnóstico........................................................................................................ 15
3.1.2 O transtorno dismórfico corporal e onde ele aparece ......................................................... 17
3.1.3 As formas de tratamento do transtorno .............................................................................. 19
3.2 Autoestima e suas variáveis ...................................................................................................... 24
3.2.1 Relação da Autoestima, autoconceito e autoimagem ......................................................... 28
3.2.2 Os seis pilares da autoestima ............................................................................................... 30
3.2.3 A interferência da autoestima na adolescência ................................................................... 31
3.2.4 A importância da saúde mental ........................................................................................... 33
3.2.5 A interferência da autoestima na saúde mental .................................................................. 33
3.2.6 Comportamentos de riscos .................................................................................................. 34
3.2.7 Atuação do psicólogo na autoestima ................................................................................... 35
3.2.8 Redes sociais e sua interferência na autoestima dos adolescentes .................................... 36
3.2.9 Procedimentos estéticos ...................................................................................................... 37
3.2.10 Covid-19 e os agravos na autoestima ................................................................................ 38
3.3 Transtorno Dismórfico Corporal e a redes sociais ...................................................................... 39
3.3.1 Autoestima na formação do indivíduo ................................................................................. 41
3.3.2 O tratamento entre Transtorno Dismórfico Corporal e baixa autoestima ................... 44
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 47
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 49
1. INTRODUÇÃO

A preocupação com a aparência é um assunto recorrente na vida dos


adolescentes. A este fenômeno, pode se dar o nome de dismorfia corporal, quando o
sujeito se sente inferior a outras pessoas por questões relacionadas à aparência,
considerando-se feio ou defeituoso diante da sociedade (PERIN, 2016). Em 1891, o
psiquiatra Morselli abordou o tema dismorfia corporal, essa expressão surgiu na
Grécia e remete o significado de “ser feio”, fazendo uma relação direta com o sentir-
se feio ou defeituoso diante a sociedade, mesmo quando esse defeito não exista
(ALMEIDA; LEAHY; MOREIRA, 2020). O transtorno dismórfico corporal está na
Classificação Internacional de Doenças - CID 10 com o código CID F45.22
(APA,2014).
O transtorno dismórfico corporal encontra-se no grupo dos transtornos
obsessivos-compulsivos, obtendo como características preocupar-se com a aparência
física e pequenas falhas em seu corpo, que são quase imperceptíveis aos olhos de
outras pessoas (APA, 2014). O sujeito passa horas do dia pensando sobre as falhas
e defeitos que possui, preocupando-se constantemente em se ver no espelho,
podendo ter imagens distorcidas da realidade (PERIN, 2016). A angústia aumenta
cada vez que se olha no espelho, supondo que as pessoas estão vendo o mesmo que
ele está vendo, muitas vezes o rosto é o foco principal, visto que é a primeira coisa a
ser vista diante do espelho, porém a dismorfia corporal pode possuir mais de um foco,
sendo eles: pernas, barriga, bumbum ou outras partes do corpo (ALMEIDA; LEAHY;
MOREIRA, 2020).
A pessoa com o Transtorno Dismórfico Corporal tem o constante desejo de
fazer mudanças para concertar as falhas que possui, muitas vezes recorrendo a
cirurgias plásticas em diferentes partes do corpo, em busca pelo corpo perfeito
(PERIN, 2016). De forma geral, o Transtorno Dismórfico Corporal atinge de 1% a 2%
da população e afeta homens e mulheres com o mesmo índice, pode-se observar um
maior impacto quando se fala nos subgrupos, pacientes em hospitais com 7,4%,
dermatologia 11,3%, rinoplastia 20,1%, dermatologia cosmética 9,2% psiquiátrico
12

ambulatorial 5,8%, cirurgia estética geral 13,2% e cirurgia ortognática 11,2%


(ALMEIDA; LEAHY; MOREIRA, 2020).
Com base nos dados acima, percebe-se que os adolescentes que possuem
Transtorno Dismórfico Corporal representam 13,2%, esse índice demostra que a
dismorfia provoca efeitos por estar relacionada a fase de transição entre adolescência
e vida adulta (ALMEIDA; LEAHY; MOREIRA, 2020). É natural nessa fase o jovem
passar por transformações físicas, cognitivas, psicológicas e sociais, pelo fato de estar
no período em que os hormônios modificam o corpo, deixando de lado traços físicos
infantis e ganhando uma aparência mais madura, fazendo com que os jovens não se
sintam confortáveis com o que estão vendo no espelho, provocando desconforto a
cada vez que se olham, impactando a autoestima (PERIN, 2012).
Autoestima é a valorização da identidade de cada sujeito, relacionando-se a
autoconfiança e satisfação com seu corpo, vinculadas as crenças e culturas
enraizadas no meio social, percebe-se que os jovens preocupam-se frequentemente
com a beleza, pressupõem que é algo que faz com que eles sejam aceitos no meio
social, concluindo que se o sujeito não for bonito o suficiente, o mesmo será rejeitado,
(FLORIANI; MARCANTE; BRAGGIO, 2014). Problemas com autoestima podem gerar
dificuldade de sair e frequentar lugares públicos, pelo fato de que não se sentem
bonitos ou adequados o suficiente para estar naquele ambiente, pois os jovens
tendem a se comparar com os outros, logo, acabam vendo falhas minimalistas e que
acreditam que não estejam no mesmo “padrão” dos seus colegas (PERIN,2012).
O dismórfico costuma ter a autoestima afetada, pois a sociedade exige que
sejamos padronizados e que tenham corpos perfeitos, os que não se encaixam são
considerados esquisitos (MOURA Et al, 2022). A sociedade cada dia mais impõe
corpos e rostos padronizados, criando uma busca incessante pela perfeição, mesmo
que essa busca o transforme em uma espécie de boneco de manequim, se pararmos
para observar, existem pessoas que após vários procedimentos estéticos, acabam
não ficando tão satisfeitas quanto imaginaram, entrando em ciclos sem fins de
procedimentos estéticos (FLORIANI; MARCANTE; BRAGGIO, 2014).
A dismorfia corporal pode gerar outros transtornos e síndromes em homens,
pois estes se preocupam frequentemente com o tamanho e formas de seus membros,
braços, abdômen e o mais recorrente, o pênis. Certamente, causando várias
síndromes, sendo uma delas a síndrome do pênis pequeno, provocando vários
prejuízos na vida social e sexual dos homens, tendo um efeito muito impactante na
13

fase da adolescência, por ser o momento que esses jovens adultos começam a se
descobrir e conhecer melhor seus corpos, assim os indivíduos acabam tendo
pensamentos mais recorrentes a respeito do corpo e suas formas, atrapalhando seu
convívio em sociedade (MEDEIROS,2019).
O objetivo desta pesquisa é retratar sobre a dismorfia corporal com os jovens
adultos, é um tema pouco abordado e que precisa de um olhar mais direcionado a
essa temática, o DSM- 5 possui o transtorno dismórfico corporal, esse transtorno é
mais recorrente em jovens adultos, na fase de transição da adolescência para adultos.
O presente estudo busca revisão sistemática na literatura, contudo, a literatura é
bastante escassa sobre o tema e suas relações. Sendo um ponto primordial para a
elaboração dessa pesquisa, para que houvesse as junções de estudos sobre os
diversos temas e apresentar a relação entre eles. Fazendo o presente trabalho ser de
grande relevância e importância para os futuros pesquisadores, profissionais e os
jovens adultos, pois ao decorrer dos capítulos, será abordado o transtorno dismórfico
corporal e suas relações diante dos comportamentos, pensamentos, emoções e
atitudes, como também a vinculação com a sociedade e a família.
Dessa forma, será destrinchado nos capítulos posteriores as seguintes
temáticas e relações: no capítulo um, descrever tudo sobre a dismorfia corporal, suas
causas e efeitos que estão causando nos jovens; capítulo dois, mencionar o construto
da autoestima e suas variáveis, tornando mais didática essa dialética; e no terceiro
capítulo, a relação entre a autoestima e a dismorfia corporal, explorando todos os
pontos primordiais que esses dois temas possuem, enfim, dando ao tema Dismorfia
Corporal nos jovens adultos uma maior visibilidade.
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2. METODOLOGIA DE PESQUISA

No trabalho acadêmico presente será utilizada uma revisão narrativa buscando


a correlação entre o Transtorno Dismórfico Corporal e a autoestima. Essa revisão é
justificada a partir de teor crítico na pesquisa em artigos, monografias, teses, entre
outros materiais já publicados com relação ao tema exposto, desde os processos de
observação, resumo e compreensão, tenho em vista a aplicação do tema na
modernidade (BENTO, 2012). A revisão narrativa é composta por publicações
abrangentes, para descrever e debater a evolução ou "estado da arte" de um
determinado tópico do ponto de vista teórico ou contextual, (CASARIN et. al. 2020).
A coleta de dados foi feita entre os anos 2012 a 2022, buscando artigos, teses,
livros e monografias utilizadas na criação deste projeto foram utilizados os portais
Google Scholar, Pepsic, BvSalud e Scielo. Os descritores foram construídos a parti
da ferramenta Decs (Descritores de Ciência em Saúde), sendo definido: “saúde
mental”; “dismorfia corporal”; “transtornos”; “jovens Adultos” “autoestima em jovens”
“autoestima”
15

3. MARCO TEÓRICO

3.1 A história do Transtorno Dismórfico Corporal

O Transtorno Dismórfico Corporal (TDC) foi descrito pela primeira vez em 1886
por Enrico Morselli como “dismorfofobia”, entretanto o mesmo só foi inserido no
Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM) em 1980 (BRITO et al.,
2014). Anterior a sua inserção no DSM, o Transtorno Dismórfico Corporal ficou popular
por volta dos anos de 1960 em casos de cirurgias cosméticas com desejo inextinguível
e a insatisfação constante com os procedimentos, que por uma ótica objetiva tinham
sido um sucesso, ou seja, na bibliografia dermatológica, esses casos foram
identificados como dismorfofobia, dermatological nondisease, síndrome dismórfica ou
hipocondria dermatológica (BRITO et al., 2014).
Por volta dos anos 80, o TDC era associado a sintomas de outros transtornos,
tais como a esquizofrenia, transtornos de humor e transtornos da personalidade,
sendo inserido pela primeira vez no DSM III e no DSM III-R com especificações sobre
oscilações não delirante e delirante (BRITO et al., 2014). A análise de informações
utilizadas nos estudos sobre o TDC pode ser considerada irrelevante, visto a mudança
dos padrões sociais, regras e a própria cultura, dada que a sua influência na pesquisa
pode obstaculizar os resultados (BRITO et al., 2014).

3.1.1 Critérios de diagnóstico

O DSM cita como características de diagnóstico do TDC a preocupação das


pessoas sobre uma ou mais falhas ínfimas para o indivíduo, que o fazem sem
perceber, como feio, anormal ou deformado, havendo uma progressão desse
16

pensamento, tendo foco em mais de uma área do corpo sendo os mais comuns a pele,
os pelos e o nariz, são pensamentos intrometidos de longa duração, difíceis de
rechaçar ou de administrar (APA, 2014).
O TDC apresentado pelo DSM-V tem quatro critérios de diagnósticos com duas
especificações. Os critérios se dividem em:
(a) aflição com um ou mais defeitos percebidos no físico do indivíduo, sendo
imperceptíveis para outras pessoas;
(b) apresentação de hábitos repetitivos (se olhar no espelho, agarrar a pele ou
se arrumar em demasia) ou de ações mentais em resposta a inquietação com a
aparência;
(c) a angústia causa sofrimento psíquico significativo afetando a vida social e
trabalho, entre outras áreas de interesse do sujeito;
(d) a inquietação com a aparência que não se restringe a gordura ou peso
corporal do indivíduo, eliminando a possibilidade de um transtorno alimentar; as
especificações se limitam a apresentação de dismorfia muscular (preocupação onde
o indivíduo se considera pequeno e fraco, sendo que o mesmo é grande e forte) e o
grau de insight (o grau do quanto o indivíduo acredita nos pensamentos providos pelo
transtorno) podendo ser de grau: pobre, bom/razoável e ausente a crenças delirantes
(APA, 2014).
O Transtorno Dismórfico Corporal pode aparecer durante a infância e a
adolescência, fases onde os seres humanos estão mais vulneráveis às mudanças da
aparência e após a menopausa, pode haver casos em pessoas mais idosas. Porém,
muitas vezes eles estão entrelaçados a traumas vividos pelo indivíduo, tornando
importante a avaliação do TDC em especialidades como Cirurgia Plástica e
dermatologia, conforme as condições podem afetar indivíduos em diferentes aspectos
(BRITO et al., 2014).
Os sintomas do TDC são amplos e atingem diferentes indivíduos, revelando
suas características clínicas em cada um e noções de gênero sendo parte do estudo
do TDC, visto que o maior número de pacientes são mulheres, o que exemplifica como
o meio social, individual e cultural afetam os indivíduos ou demarcam a predisposição
desses sujeitos para o aparecimento de outros transtornos relacionados a aparência,
a diferença entre os gêneros quando relacionados ao TDC vão desde as áreas de
preocupação até as comorbidades desenvolvidas (BRITO et al., 2014).
17

A dismorfia muscular num modelo do Transtorno Dismórfico Corporal ocorre


quase exclusivamente em homens que acreditam serem fracos, quando na verdade
são bem fortes, geralmente os indivíduos com esse transtorno são pessoas de porte
físico médio ou grande, podendo também ter outras áreas de preocupação como a
pele e o cabelo, fazendo com que os indivíduos façam dietas e exercícios, chegando
a casos em que é feito o uso de anabolizantes, a fim de se enxergar de forma mais
musculosa (APA, 2014).
Como é possível observar na tabela, mulheres tem uma pressão estético-social
diferente da qual os homens estão condicionados, a partir do estudo percebe-se que
muitas dessas mulheres são pessoas com baixa renda, ideação suicida e
antecedentes de violência doméstica sendo o alicerce para o TDC, visto que o ego
dessas mulheres está formado no objetivo de subserviência para com que a mesma
seja aceita, desejada, invejada e amada tanto pelos outros indivíduos do ambiente
social quanto dela mesma (MORITA et al.,2021).
O corpo emite diferente sensações para cada indivíduo, seja de beleza,
satisfação, nojo, vergonha, entre outros, a partir da relação com o corpo, a pessoa
desenvolve uma série de hábitos, no caso de pacientes com TDC, muitas vezes são
comportamentos de fuga e esquiva a eventos que agravem a situação aversiva a qual
o indivíduo se enxerga, criando fatores que facilitam o aparecimento de transtornos
afetivos, como por exemplo o isolamento social, busca por práticas educacionais
coercitivas, apego a eventos passados relacionados ao corpo, seja por partes que
antes se preocupavam ou a admiração por outro corpo com o qual conviveu durante
a infância (MORITA et al.,2021).

3.1.2 O transtorno dismórfico corporal e onde ele aparece

A tabela apresenta análise de múltiplos fatores, de acordo com a


predominância do TDC, vale destacar a procura por queixa cosmética, renda baixa,
histórico de violência doméstica, ideação suicida e a maneira que se relacionam ao
risco de apresentar TDC (MORITA et al., 2021).
18
19

O TDC geralmente aparece por volta dos 12 aos 18 anos de idade e se


desenvolve de forma gradual, entretanto, alguns indivíduos notificam ter um início
mais brusco do que os outros. Há casos crônicos do transtorno que podem ser
tratados a partir de evidências a fim de quebrar os pensamentos manipulados pelo
transtorno, o mesmo pode ocorrer com idosos (APA, 2014). O DSM-V aponta fatores
de risco do transtorno como: ambientais e genéticos; os riscos ambientais estão
interligados a abusos e negligência sofridos durante a infância que podem provocar o
agravamento da situação; os riscos genéticos correspondem a parentes de primeiro
grau de indivíduos com Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) (APA, 2014).
O TDC normalmente é encontrado em ambientes clínicos. Há estudos
apresentando um predomínio de 9% a 12% em espaços da dermatologia, 3% a 53%
em locais de cirurgia estética, 8% a 37% em indivíduos com TOC, 11% a 13% com
fobia social, 26% com tricotilomania (transtorno que faz com que o indivíduo sinta uma
vontade incontrolável de arrancar os fios de cabelo) e 14% a 42% com transtorno
depressivo maior atípico, comprovando assim maiores estudos de que pacientes
psiquiátricos internados apresentam de 13% a 16% o TDC de acordo com as
características apontadas pelo DSM-IV (BJORNSSON; DIDIE; PHILLIPS, 2022).
O tratamento direcionado para o TDC é um misto de tratamento com inibidores
seletivos da recaptação de serotonina junto da terapia cognitivo-comportamental, isso
pelo menos de acordo United Kingdom’s National Institute for Health and Clinical
Excellence (NICE) (BRITO et al., 2014). A Terapia Cognitivo-Comportamental provou
ser efetiva por conta das técnicas utilizadas nesta abordagem que auxiliam o indivíduo
a reconfigurar os processos cognitivos do indivíduo (BJORNSSON; DIDIE; PHILLIPS,
2022).

3.1.3 As formas de tratamento do transtorno

Durante as sessões com um paciente com TDC, uma anamnese carente de


informações pode prejudicar o diagnóstico e o curso de tratamento. É necessária uma
forte conexão entre o paciente e o terapeuta, a fim de extrair o máximo de informações
durante as sessões, além de diversas entrevistas para observar os sintomas como
20

listado no quadro abaixo para observar o grau de insight que o paciente aponta
(BRITO et al., 2014).

O tratamento do TDC é complicado, visto que muitas vezes os sintomas não


atingem os critérios, os sintomas de transtornos comórbidos sobrepujam os outros,
tornando difícil o seu curso de tratamento, por exemplo no caso de um transtorno
depressivo maior que é comórbido do TDC, o paciente não demonstra evolução, visto
que suas forças são sugadas pela depressão e sua imagem mental está distorcida,
tornando o tratamento cansativo, tendo em vista os problemas apresentados (BRITO
et al., 2014).
A dificuldade do tratamento do TDC por vezes deve-se às comorbidades entre
elas; tem o transtorno depressivo maior, sendo o mais comum, transtorno de
ansiedade social (fobia social) impedindo que a pessoa busque o terapeuta ou ajuda
de outras pessoas, TOC relacionado a comportamento repetitivos como se olhar
muitas durante o dia no espelho e transtornos relacionados a abuso de substâncias
(APA, 2014).
Algo importante de se ter em mente ao se falar no tratamento de qualquer
problema de ordem psicológica é a relação entre paciente e terapeuta, que deve ser
formada desde o primeiro momento, um bom rapport está ligado ao bom trabalho
21

terapêutico, porque a confiança em ambos é desenvolvida a partir da escolha de


palavras, tom de voz, linguagem corporal e afirmações empáticas (BECK, 2014). Para
um bom relacionamento terapêutico é necessário um skill set variado, que vai se
desenvolvendo a partir da experiência. Judith Beck cita uma série de habilidades que
auxiliam no tratamento, entre elas: habilidades terapêuticas, compartilhar o plano
terapêutico, feedback, tomar decisões junto do paciente, variar os estilos nos quais os
problemas e objetivos da sessão são abordados (BECK, 2014).
É possível haver problemas na terapia, seja de uma relação terapêutica mal
estabelecida, isso vem desde um feedback negativo que expõe uma falha no plano
do terapeuta ou quando o paciente apresenta comportamentos contraditórios a sua
fala, por isso muitas vezes psicólogos fazem uma supervisão para ajudá-los a
melhorar a forma a qual abordam o problema e a observar novas problemáticas, às
vezes encaminha o paciente para outro profissional, visto que o terapeuta esgotou
seu arcabouço de habilidades ou porque o assunto tratado não lhe permite ser
imparcial (BECK, 2014).
Como foi dito anteriormente, a Terapia Cognitivo-Comportamental provou-se
extremamente efetiva no tratamento de pacientes com TDC, porque ela auxilia o
indivíduo a ajustar os processos mentais do sujeito. A Terapia Cognitivo-
Comportamental (TCC) foi criada por Aaron Beck na década de 1960, para melhorar
o tratamento da depressão, modificando a terapia para uma de menor duração,
centrada no presente, buscando a resolução de problemas atuais e remodelando
pensamentos e comportamentos disfuncionais (BECK, 2014).
A TCC tem como base o modelo cognitivo, onde a partir da percepção do
indivíduo em determinados eventos, as emoções, os pensamentos automáticos e as
funções do corpo podem ser influenciados (BECK, 2014), quando se trata do TDC, a
partir da terapia serão vistos os eventos traumáticos que marcaram o paciente e a
partir deles, observar quais foram os resultados e como podem ser feitas as devidas
alterações da cognição do indivíduo.
Mesmo que a terapia deva se adaptar ao indivíduo, existem regras e princípios
básicos que devem ser seguidos pelos terapeutas. A Terapia Cognitivo-
Comportamental tem 10 princípios básicos que são:
1) A TCC tem como base o desenvolvimento contínuo do paciente e uma análise
singular em termos cognitivos de cada um. À medida que a terapia se estende, novas
22

informações são atribuídas às hipóteses do terapeuta, que por sua vez aplica novas
formas de tratamento;
2) A TCC precisa de uma forte ligação entre paciente e terapeuta. Como em qualquer
relação terapêutica, é necessário um rapport entre paciente e psicólogo para que haja
confiança entre ambos para a busca da melhor rota de tratamento;
3) A TCC encoraja a participação e colaboração ativa. Como a TCC resulta de uma
contínua evolução dos problemas, é necessária a inferência do paciente e do
psicólogo na busca de soluções confortáveis e efetivas;
4) A TCC é voltada para os objetivos e norteada pelos problemas. Numa sessão de
terapia ativa é preciso o entendimento mútuo dos problemas e objetivos que vão ser
tratados, para se obter um melhor entendimento e resultado;
5) A TCC é centrada no presente. As sessões são focadas nos problemas atuais e
nos desconfortos do paciente, muitas vezes resultados de seus pensamentos
disfuncionais;
6) A TCC tem como objetivo educar o paciente e o tornar autossuficiente, evitando
recaídas. O objetivo de cada sessão da TCC é psicoeducar o paciente, ao ponto de
que vir a terapia só em casos extremamente necessários;
7) A TCC tem um limite de tempo. O objetivo das sessões é promover o alívio dos
sintomas, dos pensamentos disfuncionais e dificultar a reaparição do transtorno;
8) As sessões da TCC têm uma estrutura pré-definida. A estrutura da sessão aumenta
a eficácia do tratamento, incluindo uma introdução, intermédio e um final;
9) A TCC auxilia os pacientes a reconhecer, qualificar e contestar seus pensamentos
disfuncionais. Os pensamentos disfuncionais podem aparecer uma, duas ou até cem
vezes durante o dia, cabe ao terapeuta auxiliar o paciente a identificar esses
pensamentos;
10) A TCC utiliza várias técnicas para alterar o comportamento, humor e pensamentos
do paciente. As técnicas auxiliam o paciente a verificar o seu progresso e as mesmas
podem ser feitas sem o terapeuta (BECK, 2014).
A Terapia Cognitivo-Comportamental funciona a partir da identificação dos
pensamentos funcionais e disfuncionais, os pensamentos funcionais são tidos como
os verdadeiro e que tem como ser comprovados a partir de evidências do mundo real,
para ajudar o paciente, o terapeuta faz uso da descoberta guiada onde o mesmo traz
as crenças, pensamentos automáticos entre outros dos assuntos relatados na terapia
23

e a partir de constantes perguntas, o terapeuta auxilia o sujeito a verificar a realidade


dos seus relatos (BECK, 2014).
Os pensamentos automáticos podem acontecer de forma visual, verbal ou
ambas e podem ser avaliados de acordo com a sua utilidade e validade, geralmente
os pensamentos automáticos ocorrem de maneira distorcida, modificando a
percepção do indivíduo sobre a realidade, deixando-o apreensivo, evocando as
mesmas decisões que fogem da realidade e sem contato com os fatos (BECK, 2014).
O psicólogo que utiliza a Terapia Cognitivo-Comportamental durante a sessão,
ajuda o paciente a identificar os pensamentos automáticos, estes são um fluxo de
pensamentos rápidos e às vezes inconsciente, que coexiste com o fluxo de
pensamentos conscientes, durante as sessões com o terapeuta, o paciente aprende
a identificar quais são os pensamentos automáticos e se os mesmos são reais, em
relação ao TDC, o terapeuta ajuda o paciente a identificar os pensamentos
automáticos, muitas vezes relacionadas ao corpo do indivíduo e a verificar o quão real
são esses pensamentos (BECK, 2014).
O terapeuta também auxilia a identificar as emoções, aliviando os sintomas e a
remissão do transtorno, visto que no TDC há casos de comorbidade, como o
Transtorno Depressivo Maior, mas sempre respeitando as crenças e emoções do
paciente, também auxiliando o mesmo a reconhecer suas emoções, quais são suas e
quais são os transtornos, falando e alterando a sua consciência (BECK, 2014).
No curso do tratamento, o terapeuta pode fazer uso de experimentos
comportamentais para apresentar ao paciente evidências de como seus pensamentos
são disfuncionais, a técnica pode ser realizada a partir do pensamento disfuncional do
paciente ou do problema central que o trouxe à terapia, por exemplo no caso do
indivíduo com depressão e com o pensamento disfuncional de que: “se eu ler um texto,
eu não vou conseguir entender”, pode se apresentar ao paciente frases curtas para o
mesmo ler e que comprovem a falsidade do seu pensamento (BECK, 2014).
O psicólogo deve ter em seu arcabouço várias técnicas que possam ser
utilizadas em situações inesperadas, a TCC apresenta múltiplas técnicas para auxiliar
o paciente, por exemplo no caso de um paciente com TDC, o terapeuta pode sugerir
o uso da exposição onde juntos vão identificar situações que coloquem o indivíduo
numa situação de estresse fraca ou moderada e pedir que o mesmo a enfrente, por
exemplo ir para casa de amigos com alguma roupa que acentue as partes que mais
chamam a atenção do paciente(BECK, 2014).
24

3.2 Autoestima e suas variáveis

A autoestima é a forma como o sujeito se vê e valida suas qualidades e defeitos,


tornando-se uma avalição de si mesmo, o nome autoestima foi a junção do “auto” que
tem o prefixo de “por si mesmo”, com o “estima”, cujo significado é valorização,
relacionando-se à valorização que a pessoa tem por si mesma (GIRALDO; HOLGUIN;
2017). A autoestima interfere nas emoções, pensamentos e atitudes, podendo deixar
o sujeito com autoconfiança ou inseguro diante de si e dos outros. Esse processo
surge a partir do momento que a pessoa passa conviver em sociedade, possibilitando
o crescimento de si mesmo, com base na percepção e importância dentro do meio
social (GIRALDO; HOLGUIN; 2017).
O conceito da autoestima foi descoberto através da Escala de Autoestima de
Rosemberg (EAR), criada no ano 1965, no idioma inglês, pelo psicólogo Marshall
Rosemberg, em seguida, foi feita adaptação pela Alfa de Cronbach passando por
validação para adolescentes, Alfa de Cronbach é uma técnica que valida a
confiabilidade da escala (SMOUTER; COUTINHO; MASCARENHAS, 2019).
A Escala de Autoestima de Rosemberg (EAR) é composta por 10 questões,
podendo ser respondida em quatro opções: 1) discordo totalmente, 2) discordo, 3)
concordo e 4) concordo totalmente, sendo separada em dois construtos: autoestima
negativa, tendo cinco questões e autoestima positiva com cinco questões, (Tabela 02)
(SMOUTER; COUTINHO; MASCARENHAS, 2019).

Tabela 2: referente a Escala de Autoestima de Rosenberg


Questões Concordo Concordo Discordo Discordo
plenamente totalmente
1. No conjunto, eu estou satisfeito
comigo mesmo

2. Às vezes eu acho que não presto


para nada

3. Eu acho que eu tenho várias boas


qualidades
25

4. Eu acho que sou capaz de fazer as


coisas tão bem quanto a maioria
das pessoas

5. Eu sinto que não tenho muito do


que me orgulhar

6. As vezes sinto-me inútil

7. Eu sinto que sou uma pessoa de


valor, pelo menos ao nível das
outras

8. Eu gostaria de poder ter mais


respeito por mim mesmo

9. Resumindo, eu sinto-me inclinado a


sentir que sou um fracasso

10. Eu tenho uma atitude positiva em


relação a mim mesmo

Cada questão corresponde a um valor, podendo ser de um a quatro pontos,


somando os valores de todas as questões e obtendo o escore total, chegando de dez
a quarenta pontos, cujo os pontos significam que quanto maior for a somatória, maior
é o nível de autoestima do indivíduo (SMOUTER; COUTINHO; MASCARENHAS,
2019). Foram adotadas categorias na EAR conforme o escore nesse estudo, usou-se
a mediana de vinte e oito pontos, com isso, a pessoa que tirar maior ou igual a vinte
e oito pontos, enquadra-se no grupo autoestima elevada (EAR+) e o indivíduo que
obter pontuação menor que vinte e oito, forma o grupo da autoestima baixa (EAR-),
(SMOUTER; COUTINHO; MASCARENHAS, 2019).
É possível compreender a autoestima a partir de duas abordagens, a teoria da
autoestima de Cooley e a teoria da autoestima de James:
1) A teoria de Cooley fala mais do olhar do outro para o sujeito, fazendo com que o
valor da pessoa só seja validado a partir do momento que as pessoas ao redor achem
algo valioso na pessoa (GIRALDO; HOLGUIN, 2017).
2) A teoria de James é quando o sujeito consegue separar o que ele aceita sobre si
próprio, do que ele gostaria de ser, tornando-se uma pessoa com a autoestima
26

elevada quando percebe o que o se tornou ou está próximo do que tem vontade de
ser (GIRALDO; HOLGUIN, 2017).
A autoestima tem seu desenvolvimento ao longo dos anos, mas tem o início na
infância do sujeito, no quadro abaixo podemos visualizar os três estágios da
autoestima, é possível diferenciar e descrever cada processo:
 Estágio do eu primitivo:
Essa fase ocorre entre o nascimento e aproximadamente dois anos, a criança toma
como referência a pessoa que oferece seus cuidados, na maioria das vezes é a figura
materna, com o passar dos meses, o bebê identifica que o reflexo que está no espelho
é dele e não o da cuidadora, com isso, adquire a auto percepção dele e dos outros,
(GIRALDO; HOLGUIN, 2017).
 Estágio do eu exterior
Esta é a fase que é de extrema importância para a autoestima, que está entre os dois
anos a aproximadamente doze anos de idade, nesta fase, as opiniões dos outros, os
fracassos e sucessos que irão definir se o sujeito será uma pessoa positiva ou
negativa sobre si mesmo, (GIRALDO; HOLGUIN, 2017).
 Estágio do eu interior
Essa fase acontece após os doze anos, que é quando a pessoa começa a questionar
“quem eu sou?” É quando começa a ser crítico consigo mesmo e com o outro, muitas
vezes existe comparações, pois vê a sociedade como um espelho, (GIRALDO;
HOLGUIN, 2017).
É possível identificar dois tipos de autoestima: a elevada e a baixa, é
considerada a autoestima elevada quando o sujeito tem pensamentos, percepções e
atitudes positivas, fazendo com que se sinta mais disposto e motivado para elevar os
propósitos e finalidade de vida, o sujeito com a autoestima elevada, considera ser
mais importante, manifesta ser mais independente, criativo e responsável, tende a não
se comparar com os outros e confiar em si mesmo (GIRALDO; HOLGUIN, 2017).
É de grande valia a autoestima elevada, o desempenho do sujeito é nítido tanto
no âmbito social, quanto no pessoal, pessoas que possuem autoestima elevada são
vistas sempre sorrindo, o pensamento positivo é algo que se torna frequente e com a
autoconfiança, irá conseguir desenvolver e atingir metas, e após atingi-las é motivado
a criar e superar mais metas (VASCONCELOS, 2017). É evidente a importância da
autoestima elevada também na saúde mental, pois o sujeito que consegue superar os
27

obstáculos e percalços, confiando em si mesmo e sendo menos crítico, adquire uma


ótima saúde mental (VASCONCELOS, 2017).
Contudo, é considerada autoestima baixa quando a pessoa não consegue lidar
com os problemas, fazendo com que o humor oscile bastante após passar por
momentos de dificuldades e não saber lidar com os mesmos, esse evento ocorre por
não possuir a autoconfiança para solucionar. Possuindo sentimento de medo,
insegurança, preocupação, culpa, inferioridade e autocrítica, surgindo pensamentos
negativos que não vão conseguir evoluir em nada do que executar, tornando-o
desmotivado, perdendo o interesse a cada dia que passa, (GIRALDO, HOLGUIN,
2017).

Baixa autoestima

CICLO DA BAIXA
Auto culpa Pensamentos
AUTOESTIMA
negativos

Fracasso Ansiedade e baixa


performance

A baixa autoestima modifica o dia a dia de quem a possui, podendo gerar vários
desconfortos e prejuízos no cotidiano, é algo que tem bastante estudos sobre e já
foram comprovados alguns fatores que influenciam na baixa autoestima, podendo ser
fatores clínicos e etiológicos, (tabela 2), (CASTRO; LOPES; MONTEIRO, 2018).
28

Tabela 3: Referente aos fatores Clínicos e Etiológicos que causam a baixa autoestima

Fatores clinicos Fatores Etiológicos

• Ideação suicida • Recebe afeto inadequado


• solidão • Redução ou ausência de apoio
• Enfrentamento ineficaz social
• Ruminação • Alteração na imagem corporal
• Desesperança • Resignação negativa
• Insônia • Baixa aceitação consciente
• Busca autoafirmação virtual • Perfeccionismo mal adaptativo
• Estigmatização
• Coesão familiar insatisfatória
• Fadiga
• Religiosidade prejudicada
• Renda financeira baixa
• Eventos estressantes
• Humor deprimido

3.2.1 Relação da Autoestima, autoconceito e autoimagem

A autoimagem é o que a pessoa ver no espelho, envolvendo sua percepção e


sentimentos, causando alguns efeitos que a autoestima possui, é exatamente por isso
que ambas estão ligadas, um deles é a segurança ou insegura que o indivíduo possui,
por se achar tão importante ao ponto de humilhar o outro ou se sentir inseguro que
não consegue executar tarefas diárias, (FLORIANI; MARCANTE; BRAGGIO, 2014).
A autoestima está ligada diretamente com a autoimagem, como também, a
autoimagem está remetida a autoestima, um influenciando o outro, caso algum dos
dois sofra alguma baixa, ambos serão afetados, (FLORIANI; MARCANTE; BRAGGIO,
2014).
A autoestima e a autoimagem interferem diretamente na relação que o sujeito
tem com a sociedade e consigo mesmo, tendo ligação de como se vê (autoimagem)
e como o outro o vê (imagem pessoal), (VASCONCELOS, 2017). Como mostra a
figura a baixo.
29

A sociedade possui um grande peso na autoimagem por conta dos padrões que
foram impostos, fazendo com que a autoimagem seja mais importante que seu bem-
estar, a partir do momento que o sujeito não está conforme os critérios que a
sociedade condiz, é considerada “feia” ou “fora do padrão”, tornando o indivíduo um
escavo da sociedade, pois, quem segue à risca os padrões sofre por não está
agradando a si próprio e deixando suas vontades em segundo plano, por outro lado,
na maioria das vezes as pessoas que não seguem os padrões se sentem
desconfortáveis por não serem tão belos o quanto a sociedade gostaria, causando
desconforto, insegurança, prejuízos na saúde mental e baixa autoestima (SILVA;
QUEIROZ; MELO, 2017).
O autoconceito é formado por duas ideias, a autoestima que é a aprovação e
avalição negativa ou positiva e a autoimagem que é como o sujeito se vê (FONSECA
et., 2019). O autoconceito é a forma que o sujeito se percebe, diante dos sentimentos,
atitudes e autoconhecimento, que acarreta sua competência na execução das tarefas,
na própria capacidade, aceitação social e na aparência física, com isso, é o conjunto
de fatores do próprio sujeito, que forma o conceito sobre ele mesmo, a partir do
julgamento de seus próprios comportamentos, fazendo parte da identidade do
indivíduo (FONSECA et., 2019).
30

Por isso que esses três conceitos: a autoestima, a autoimagem e o


autoconceito estão interligados na vida dos indivíduos, afetando indiretamente ou
diretamente o dia a dia, a partir do momento que algum está em desarmonia, afeta o
restante, causando efeitos no sujeito, como: tristeza, insegurança, desmotivação entre
outros, causando prejuízos na vida pessoal e social, o sujeito não se sente mais
confortável e confiante para ter uma vida “normal”, fazendo com que os projetos e
metas sejam adiados (SILVA; QUEIROZ; MELO, 2017). Portando, quando algum dos
três é afetado, a saúde mental fica fragilizada, causando ainda mais prejuízo ao
sujeito, por isso é importante o cuidado com a saúde mental (SILVA; QUEIROZ;
MELO, 2017).

3.2.2 Os seis pilares da autoestima

É notório a importância do bem-estar e da saúde mental, foram criadas seis


atitudes indispensáveis que influenciam positivamente a autoestima da pessoa,
denominado como “os seis pilares da autoestima”: 1) autoaceitação, 2)
autorresponsabilidade, 3) autoafirmação, 4) integridade pessoal e 5) intencionalidade,
6) viver conscientemente (RUIZ et al, 2016).

1.Atitude da autoaceitação
A auto aceitação é o fator primordial para a autoestima, sendo a valorização de si
próprio, acontece quando o sujeito respeita suas vontades e pensamentos, não
deixando que os outros ditem seus valores, é quando o indivíduo sabe que é capaz e
valoriza seus defeitos e qualidades, tornando-se o seu melhor amigo, mesmo com as
imperfeições (RUIZ et al, 2016).
2. Atitude da autorresponsabilidade
Refere-se ao momento que a pessoa assume seus erros, comportamentos,
atitudes, escolhas, fazendo seus objetivos e metas serem cumpridas, mas, caso não
sejam, assume o fracasso e seguem em frente, tentando acertar a cada tentativa
(RUIZ et al, 2016). Na autorresponsabilidade, não culpa o outro por atitudes e erros
cometidos do próprio sujeito, além disso, não cria mentiras para desculpar o erro que
foi cometido (RUIZ et al, 2016).
31

3. Atitude de autoafirmação
No pilar da autoafirmação é necessário ser protagonista na própria história, e não
coadjuvante, é nesse conceito que se deve respeitar os valores, necessidades,
desejos e vontades de si próprio, sem precisar esconder ou falsificar os defeitos e
qualidades, é preciso ter segurança, assertividade e saber se posicionar no momento
certo (RUIZ et al, 2016).
4. Atitude de integridade pessoal
É a junção das convicções, ideias, crenças, critérios e comportamentos, a
integridade pessoal é a coerência dos atos, compromissos, valores e prioridade do
sujeito, é a autoconsciência e auto responsabilidade, esse pilar é verdadeiro com a
própria pessoa, assumir os erros e reparar sem culpar o outro e tratar o outro como
gostaria de ser tratado (RUIZ et al, 2016).
5. Atitude da intencionalidade
É quando o sujeito escolhe objetivos ou projetos com responsabilidade e que tem
a consciência do término, é escolher de forma intencional. Para conseguir viver de
forma intencional e produtiva, é preciso ter autodisciplina, que é um atributo da
sobrevivência (RUIZ et al, 2016).
Nesse conceito é importante estar preocupado em quais atitudes são necessárias
para atingir os objetivos, preocupa-se com os comportamentos para que sejam
coerentes com os objetivos traçados e observar se os próprios atos condizem com o
presente, para que consiga ter um futuro assertivo (RUIZ et al, 2016).
6. Atitude de viver conscientemente
É saber tudo que está relacionado às ações do próprio sujeito e ter consciência do
que está por trás de cada atitude, a partir do momento que a consciência estiver
elevada, maior será a relação com a vida, (RUIZ et al, 2016). Neste pilar, é preciso
ter plena responsabilidade de saber tudo que faz, contemplando o contexto todo e
saber distinguir os fatos, a interpretação e as emoções, além disso, é preciso ter
coragem para realizar esse pilar (RUIZ et al, 2016).

3.2.3 A interferência da autoestima na adolescência

É na fase da adolescência que ocorrem modificações físicas, hormonais,


cognitivas e comportamentais, é quando a pessoa passa pela transição de puberdade
32

para adolescente, na puberdade estão presentes os surgimentos de pelos e


modificações do corpo, crescimento e desenvolvimento, (ESCORCIA; PEREZ, 2015).
A adolescência é a fase que modifica todo o corpo, os traços de criança passam a
ficar mais parecidos com adultos, deixando os adolescentes inseguros e com medo
dessas mudanças, por muitas das vezes não gostarem do que estão vendo, como
espinhas, pelos indesejáveis, alterações na voz e tamanho de membros não tão
adequados como gostaria (FELICIANO; AFONSO, 2012).
A adolescência é o momento que os indivíduos têm mais acessos aos outros
jovens com a mesma faixa etária e começam as saídas e reuniões em grupos, com
isso, as comparações surgem, de imediato analisando seus traços com os demais, os
hormônios estão aflorados, deixando-os emotivamente fragilizados por não serem
iguais aos colegas (ESCORCIA; PEREZ, 2015). Nessa fase da adolescência tudo é
mais intenso, às vezes não conseguindo compreender o processo, querendo que tudo
ocorra no tempo deles e que seja tudo rápido e simples, porém não é da forma como
os jovens pensam, e acaba os deixando-os ainda mais fragilizados (ESCORCIA;
PEREZ, 2015).
A adolescência é o período que existem mais comparações e insatisfações com
a beleza e o físico, partindo do momento que começam as comparações, surge a
importância da autoestima, que é um fator primordial na adolescência, é o momento
que se sentem frágeis, aumentando o sentimento de inferioridade em relação a outros
jovens (FELICIANO; AFONSO, 2012). A autoestima afeta o desempenho escolar,
social e pessoal, fazendo com que os jovens não consigam executar objetivos e metas
impostas pelos mesmos e pelos outros, deixando cada vez mais o sentimento de
inferioridade após não conseguirem cumprir o desejado (ESCORCIA; PEREZ, 2015).
No período da adolescência ocorre o descobrimento das emoções e
sentimentos por si e pelos outros sujeitos, contudo, o adolescente que possui
autoestima afetada, acaba se sentido inseguro e inferior para se comunicar com os
outros colegas, até mesmo para relacionamento amoroso, não se acham
autossuficiente para ter uma iniciativa amorosa, com esses fatores, a autoestima é
afetada a cada momento de insegurança, inferioridade e fragilidade (ESCORCIA;
PEREZ, 2015).
33

3.2.4 A importância da saúde mental

A saúde mental é um termo que pode ser utilizado para descriminar o nível de
qualidade emocional ou cognitiva do sujeito, pode ser definida como o estado de bem-
estar em que o sujeito consegue desenvolver bem suas atividades diárias,
enfretamentos ou dificuldades, trabalhando de forma produtiva e estar ciente de suas
qualidades e habilidades (CANTELE; ARPINI; ROSO, 2012). A saúde mental impacta
diretamente nas emoções e comportamento, influenciando como a pessoa se
relaciona com os outros, afetando o convívio social; a saúde mental fragilizada pode
causar prejuízos na vida de qualquer indivíduo (CANTELE; ARPINI; ROSO, 2012).
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a saúde mental é o
conceito mais amplo e definido de saúde, integra um conjunto de profissionais que
podem participar indiretamente e diretamente, o conceito é definido não somente por
ausência de doença ou enfermidade, que não inseridos as deficiências e transtornos
mentais (WHO, 2018).
A saúde mental é o estado em que o indivíduo consegue lidar com suas
emoções positivas e negativas, com consciência e coerência, sabendo manejar os
sentimentos da forma que eles surgem, agir de maneira relevante a cada processo
que aconteça, com o bem-estar, só sujeito percebe todas as suas atitudes nos
enfreamentos e soluções durante o dia a dia (MATHEUS, 2013).
Muitos fatores podem acarretar a saúde mental das pessoas, um deles é o
trabalho exaustivo, ingressão no âmbito acadêmico, sendo um período sensível e de
adaptações, com isso acontece o afastamento dos familiares e afastamento social por
questões da rotina e demandas, fragilizando a saúde mental do sujeito (SAHÃO;
KIENEN, 2021).

3.2.5 A interferência da autoestima na saúde mental

A autoestima é o fator primordial para uma boa saúde mental e o bem-estar


psicológico, quando o sujeito se sente bem consigo mesmo, ele está bem diante da
sociedade, se sente mais preparado para resolver os percalços do cotidiano (NUNES
34

et al, 2013). O sofrimento psíquico interfere na vida pessoal por não conseguir se
compreender e no âmbito social por se sentir inferior e incapaz de realizar qualquer
tarefa, por isso que o tema saúde mental e sofrimento psicológico é de importância
social e política e devem ser abordados por todos (NUNES et al, 2013).
A autoestima influencia nos comportamentos, emoções e atitude do sujeito
diante da sociedade, fazendo com que as pessoas se comportem a partir do estado
da autoestima (GIRALDO; HOLGUIN, 2017). A partir do momento que o sujeito
começa a ter a autoestima baixa, sua autoconfiança e segurança diminuem, perdendo
a vontade de sair e se expor em sociedade, reduzindo ainda mais a cada comentário
negativo feito, o sujeito perde essas características cruciais, acaba interferindo na vida
por completo, com isso, o indivíduo vai ficando mal a cada dia que passa, pois torna-
se triste, sem confiança e seu emocional abalado, causando interferência na saúde
mental (FLORIANI; MARCANTE; BRAGGIO, 2014).
É por essas questões que a autoestima está ligada à saúde mental, quando
possui a autoestima elevada, os comportamentos são mais sociáveis, o indivíduo
consegue se comunicar e se comportar diante de qualquer situação, se enxergando
com um ser sociável; a partir do momento que a autoestima está baixa, a pessoa não
consegue ter uma dicção boa, se sentindo inseguro e indisposto para atividades
diárias, tanto a autoestima, como a saúde mental estão interligadas, fazendo com que
se alguma sair do eixo, o sujeito fica instável, (GIRALDO, HOLGUIN, 2017).

3.2.6 Comportamentos de riscos

O sujeito fica fragilizado por questões internas e externas, fazendo com que
não se sinta bem, com isso procura válvulas de escapes, para que os sentimentos de
frustação e negação desapareçam atrás de comportamentos que muitas vezes
provocam ainda mais prejuízos para a vida, podendo comprometer a saúde física ou
mental (ZAPPE; DELL’AGLIO, 2015). Comportamentos como: automutilação,
excesso de bebidas, má alimentação, tabagismo, consumo de drogas, consumo
abusivo de bebidas alcoólicas, sexo excessivo, submetendo-se a exposição de
doenças sexualmente transmissíveis, muitas vezes o sujeito está exposto a mais de
um desses comportamentos (COUTINHO, 2013).
35

Os comportamentos como uso de drogas e álcool, fazem com que o


adolescente se sinta mais seguro para falar no meio social, tornando o sujeito mais
animado e incluído no grupo desejado, por isso que o uso se torna rotineiro, o sujeito
só se sente confortável quando possui algo que o deixa sentir-se dessa forma,
(ZAPPE; DELL’AGLIO,2015).
Esses comportamentos de risco são mais frequentes em jovem adultos, muitas
vezes causando morte por violências e até mesmo doenças sexualmente
transmissíveis, é por isso que houve aumento nas implementações dos programas
sociais e políticos, visando a promoção da saúde dos adolescentes, por estarem em
grupos de riscos por questões comportamentais, a fim de diminuir o sofrimento
psíquico, (COUTINHO, 2013).

3.2.7 Atuação do psicólogo na autoestima

A atuação do psicólogo na autoestima é primordial, o profissional faz com que


o sujeito perceba seus pontos positivos e valorize-os, como também é importante
perceber os possíveis defeitos e aceitá-los (BROTTO, 2020). O profissional da
psicologia ajuda o paciente a fazer uma melhor compreensão dos seus pensamentos,
auxiliando no entendimento dos pensamentos funcionais (pensamentos verdadeiros)
ou disfuncionais (pensamento não verdadeiro), essa é uma especialidade da terapia
cognitiva-comportamental, nessa teoria o profissional trabalha com a situação, os
pensamentos, emoções e comportamentos do sujeito, (WRIGHT; BASCO; THASE,
2008).
O psicólogo auxiliará na valorização das qualidades, a partir de alguma
situação que comprove que possua essa qualidade, a autonomia do paciente é de
extrema importância na terapia, é quando o sujeito entende que pode executar as
tarefas e sente-se disposto para o mesmo, além disso, o profissional faz com que o
paciente possua uma melhora na qualidade de vida, bem-estar e sentimento de
felicidade (BROTTO, 2020).
Na terapia o sujeito entende seus defeitos e aceita que ser diferente é algo
normal, que não possui anormalidade nas suas características físicas ou
comportamentais, com isso, entende que o importante é sua qualidade de vida e sua
36

opinião, que comentários e falas dos outros não são verdades absolutas e que não
deve se importar com a opinião dos outros, fazendo com que prevaleça a autoestima
elevada do sujeito (BROTTO, 2020).

3.2.8 Redes sociais e sua interferência na autoestima dos adolescentes

As redes sociais a cada dia que passa ganha mais força por conta da gama de
informações e por ser de fácil acesso, existem vários benefícios nas redes sociais,
mas também é a causa de sofrimento para muito jovens, umas das causas são a
autocobrança e baixa autoestima, o padrão que é exigido nas redes sociais influencia
e rotula o sujeito, fazendo com quem não se encaixe no padrão, tendo um misto de
sentimentos, como frustração, tristeza, insegurança e etc. tornando um ciclo vicioso
em busca da beleza imposta nas redes, para possuir like e engajamento (SILVA,
2021).
Com isso, a busca incessante por likes é algo que deixa os jovens viciados em
redes sociais, fazer conteúdo para que tenham engajamento, falar sobre coisas
“relevantes”, causando polêmicas e até Fake News, (BRUNELLI, AMARRAL, SILVA,
2019). Os jovens vão em busca de mostrar beleza e conteúdo para seu público, na
maioria das vezes o que mostrado é somente por “status” e likes, causando o
sentimento de bem-estar e alegria momentânea, assim, quando os jovens saem das
redes e voltam para sua vida normal, sentem-se mal por não serem aquilo que
mostram no instagram, twitter, tiktok entre outros (SILVA, 2021).
A rede social é o lugar em que os jovens se cobram bastante, inclusive da
autoimagem, por quererem o corpo perfeito, o rosto perfeito e a vida perfeita, é nesse
mundo que só é exposto o lado bom de todas as coisas, causando autocobrança dos
jovens, por pensarem que seus “amigos” possuem uma vida perfeita, é por essas
inúmeras questões que causam prejuízos na autoestima dos jovens, deixando-os
cada dia mais inseguros e com a busca incessante para a vida perfeita e corpo perfeito
(COSTA; MELO; PINA, 2022).
Os jovens possuem redes sociais para agradar e obter a aprovação do outro, a
partir do momento que as pessoas criticam ou fazem algum comentário negativo,
causam prejuízos na saúde mental do jovem, forçando a entrar nos padrões exigidos,
37

esse é um dos motivos da existência e utilização de vários efeitos e filtros, para


disfarçar e esconder as falhas, imperfeições, deixando o sujeito à mercê de sempre
postar com os mesmo efeitos, para que ninguém perceba as imperfeições, para que
não possua críticas ou comentários ruins (SOUSA,2013).

3.2.9 Procedimentos estéticos

A influência da sociedade é algo muito presente nos tempos de hoje, causando


cada vez mais insegurança, principalmente nos jovens adultos, pois é o momento que
o corpo passa por uma gama de transformações (PERIN,2016). Os adolescentes
estão na fase em que é tudo novo, a conquista, as emoções, procurando sempre estar
bem diante a sociedade, quando não entram no padrão imposto são considerados
esquisitos e muitas vezes excluídos dos grupos (MOURA Et al, 2022).
Com isso, os jovens ficam inseguros indo em busca do corpo e rosto perfeitos,
a fim do perfeito padrão que os apresentaram, procurando procedimentos que
prometem a perfeição e harmonização (FLORIANI; MARCANTE; BRAGGIO, 2014).
Contudo, a maioria dos procedimentos estéticos duram um tempo determinado,
fazendo com que o sujeito gaste mais dinheiro, tornando-se refém desses
procedimentos e o mercado de estética crescendo a cada dia, além disso, muitos
procedimentos causam riscos para a saúde do sujeito, mas a vontade dos jovens de
ficarem bonitos e harmoniosos superam os possíveis riscos (FLORIANI; MARCANTE;
BRAGGIO, 2014).
Os aumentos de cirurgias e procedimento estéticos crescem a cada dia, uma
vez que um digital influencier poste que fez algum procedimento estético, mostrando
só pontos positivos e resultados satisfatórios, ele acaba influenciando jovens adultos
na tomada de decisão por esse tipo de procedimento, porém, por trás daquele corpo
bonito existem dores e sofrimentos do pós-cirúrgico, que também são causadores de
sofrimento psíquico (MOURA Et al, 2022). A estética, autoestima e autoimagem estão
a cada dia mais andando alinhadas, fazendo com que esses três nichos interfiram nos
âmbitos pessoais, emocionais e sociais do sujeito, com isso a saúde mental fica cada
vez mais a mercê da sociedade, causando inúmeros prejuízos emocionais para os
indivíduos (FLORIANI; MARCANTE; BRAGGIO, 2014).
38

3.2.10 Covid-19 e os agravos na autoestima

Antes mesmo da COVID-19 a autoestima já era um assunto recorrente, mas,


após esse período pandêmico, o assunto ficou ainda mais evidente, causando
mudanças nas rotinas e nos hábitos, aumentando a obesidade por conta da
compulsão alimentar, por estar mais tempo em casa (SIMAS; MACARA; MELO,
2014). A população é afetada pelos impactos da pandemia e do distanciamento social,
tendo maior elevação a saúde mental da população, pois é a maior pandemia da
história e o distanciamento social pode ajudar a controlar, por conta do número
elevadíssimo de mortos que já existe em todo o mundo. A COVID-19 tem gerado
insegurança, havendo mudanças nas rotinas individuais e no meio social, afetando a
saúde mental da população, (FARO, 2020).
No período pandêmico, os trabalhos começaram a ser mais remotos/online,
passando a maior parte do tempo em casa, além disso, existia muita incerteza do que
iria acontecer, quando chegaria a vacina, quando poderia sair de casa e rever os
familiares e pessoas queridas, causando ansiedade por diversos fatores, deixando a
compulsividade ainda mais presente nas vidas dos sujeitos, (SIMAS; MACARA;
MELO, 2014). O confinamento em casa restringiu as pessoas a fazerem muitas
atividades, inclusive as atividades físicas, a falta de atividade física causa vários
prejuízos na vida do sujeito, deixando cada vez mais sedentários, indispostos e com
mudanças no físico, a falta da prática de exercício pode acarretar no aparecimento de
várias doenças físicas e psicológicas, umas delas são os transtornos emocionais e da
autoestima, é comprovado que a prática de atividade física previne diversas doenças
fisiológicas e emocionais, sendo uma delas a melhora da ansiedade após a prática
dos exercícios, (ALMEIDA Et al, 2021). A Organização Mundial de Saúde relata que
atividade física melhora a saúde física e mental dos indivíduos (WHO, 2018).
Exercícios físicos é fundamental para saúde física e mental no período
pandêmico da COVID-19, a manutenção das práticas de exercícios em casa ou em
lugares abertos e sem aglomerações, é uma maneira barata e eficiente no auxílio do
cuidado físico e mental, já que o isolamento social forçado, devido as circunstâncias
da pandemia causam sentimentos de depressão e ansiedade, afetando o sistema
imune do indivíduo que passa por sofrimento psicológico (RAIOL, 2020).
39

A relação do sistema imunológico e prática de exercícios estão inteiramente


ligadas, considerando que a defesa do nosso organismo é composta basicamente por
leucócitos, linfócitos e por imunoglobulinas, a atividade física exerce influência na
modulação em nosso corpo, tanto positivamente, como negativamente, os feitos estão
relacionados a duração das atividades e intensidade das mesmas, tornando-se o
volume de treino um fator primordial para que se manter fisicamente ativo possa ser
benéfico (PITANGA; BECK; PITANGA, 2020).
A COVID-19 causou vários abalos emocionais nas pessoas e na autoestima do
sujeito, a partir do momento em que o indivíduo se olha e não se sente valorizado e
bem consigo mesmo, interfere em toda o comportamento e emoção, como também a
falta de contato físico com outras pessoas, prejudica a interação social, deixando as
pessoas inseguras em ter contato físico novamente com outras pessoas (ALMEIDA
Et al, 2021).
Uma boa alternativa para se manter saudável fisicamente e psicologicamente
mesmo diante a uma pandemia como a da COVID 19, seria a manutenção das
atividades físicas mesmo diante do isolamento social, buscando ajuda de um
profissional de educação física para controlar a intensidade e volume dos exercícios
realizados, como também o acompanhamento com um profissional da área da
psicologia, para auxiliar nas demandas da saúde mental e para segurança de todos
utilizar os recursos tecnológicos para que essa comunicação entre profissionais e
indivíduos possa existir (PITANGA; BECK; PITANGA, 2020).
É notário a importância do tema da autoestima, é um tema que está presente
todos as esferas do sujeito, podendo prejudicar ou ajudar. A autoestima é um assunto
que precisa ser mais abordado, destacando a importância da autoestima como
qualquer outra coisa na vida de todos e que precisa ter um olhar mais individualizado,
pois quando a autoestima do sujeito é afetada, tudo na vida do mesmo torna-se
afetado, com isso, é preciso cuidar da autoestima e da saúde mental, para que tudo
ande bem.

3.3 Transtorno Dismórfico Corporal e a redes sociais

O ser humano enquanto uma criatura social se desenvolve a partir do meio em


que vive, seja de maneira consciente ou inconsciente, as regras e cultura da
40

sociedade são absorvidas pelo sujeito e o auxiliam a forma sua identidade, entretanto
as regras impostas são muitas vezes extremamente rígidas e podem causar o
sofrimento da população e ainda por cima as mesmas tornam-se antiquadas com o
passar dos anos. É possível observar na atualidade a importância do padrão de beleza
que circula pelo país: branca, alta, magra, entre outras características que estão
disponíveis, há uma parcela da sociedade nessas particularidades corporais que
assolam a população ao ponto de que mais e mais pessoas apresentam sintomas
similares ao Transtorno Dismórfico Corporal, que é definido pela preocupação
extrema do indivíduo com o corpo e falhas visíveis apenas para o próprio (SCHERER;
et. al., 2017).
A percepção do corpo é uma atividade diária, ao andar na rua o sujeito percebe
outros corpos convivendo em sociedade, posando em recursos midiáticos, esculpidos
e expostos nos museus, há uma variedade entre ambos, porém a linha temporal entre
esses é diversa, na atualidade onde as redes sociais ditam o mundo da moda, o corpo
escultural tem ganhado cada vez mais seguidores. Essa percepção é também
observada pelo próprio indivíduo, que enquanto um ser social transita por seu meio
absorvendo as informações necessárias para a sua vivência, então se todo um
agrupamento afirma que um corpo magro é o mais bonito, o sujeito absorve e propaga
tal informação, porque é dessa maneira que o mesmo continua a viver e ser relevante
para o meio (LAUS, 2012).
Como foi mencionado anteriormente, o TDC começou a ser estudado por volta
de 1886, sendo nomeado de dismorfofobia por Enrico Morselli, apenas sendo possível
porque o corpo tornou-se o novo objeto de estudo da psicologia e um fenômeno na
sociedade, o que se mostraria uma variável maior do que o esperado pela equipe de
Morselli, tornando difícil analisar e aplicar as devidas intervenções por conta dos
diferentes padrões sociais (BRITO; et. al., 2014). Tais conclusões sobre o corpo se
devem porque naturalmente a psicologia é entendida como o estudo da mente e como
muitas vezes os temas abordados são de natureza intátil, os psicólogos tendem a se
afastar do plano físico em que vive o indivíduo.
Por conta do TDC, a preocupação do indivíduo com certas partes de seu corpo
aumenta de maneira desproporcional, esse tipo de comportamento pode se tornar um
espaço fértil para que outros problemas venham a florescer, entre eles temos os
problemas com a autoestima do sujeito, problemas emocionais, problemas
comportamentais e alimentares; esse conjunto de problemas pode ocasionar no
41

surgimento de transtornos dos mais variados casos decorrentes do Transtorno


Dismórfico Corporal (BRITO; et. al., 2014).
O TDC assim como outros transtornos é diagnosticável a partir dos critérios de
diagnóstico presentes no DSM-V, o Transtorno Dismórfico Corporal está classificado
como um Transtorno Obsessivo-compulsivo, número 300.7, F45.22, os critérios são:
A. Inquietação com um ou mais defeitos percebidos no visual e que não são
percebidos ou observáveis por outros;
B. No decorrer do transtorno, o indivíduo apresentou comportamentos repetitivos (ex:
olhar no espelho, aprontar-se excessivamente, beliscar-se) ou prática mentais (ex:
comparar-se com outros) em reação a inquietação com a aparência;
C. A aflição causa sofrimento clinicamente considerável ou detrimento do
funcionamento social ou de outras áreas importantes da vida do sujeito;
D. Perturbação não é mais explicada por variáveis como gordura ou peso corporal em
um indivíduo cujos sintomas satisfazem os parâmetros de diagnóstico de um
transtorno alimentar (APA, 2014).
Há também chances de se desenvolver outros tipos de transtorno junto ao TDC,
o caso mais frequente é o Transtorno Depressivo Maior ocorrendo secundário às
obsessões que causam sofrimento e prejuízo ao indivíduo e podem causar alterações
psicomotoras como a agitação ou retardo psicomotor, além do humor triste que é a
marca registrada desse transtorno, pode haver casos de Transtorno de Ansiedade
Social por conta da visão distorcida que o indivíduo tem, sua percepção sobre como
o mundo o vê é interferida pelo transtorno, há também Transtorno Obsessivo-
Compulsivo este que dá o nome para a categoria de transtornos onde se encontra o
TDC no DSM-V por conta dos comportamentos obstinados e transtornos relacionados
ao uso de substâncias (APA, 2014).

3.3.1 Autoestima na formação do indivíduo

Os estudos sobre a autoestima se iniciaram a partir da década de 1960, com o


Inventário de autoestima de Coopersmith e a Escala da autoestima de Rosenberg,
ambos estudaram formas de avaliar a autoestima, seja através da teoria da atitude
como fez Coopersmith ou Rosenberg e a influência da autoestima positiva e/ou
42

negativa no indivíduo perante a sociedade, ambas visaram atestar a influência da


autoestima perante as ações diárias do indivíduo na sociedade e como o mesmo se
porta e se enxerga perante os demais (SCHULTHEISZ; APRILE, 2013).
A autoestima é definida pela literatura como o valor que o indivíduo atribui a si
mesmo, a partir das suas relações com o meio social através da linguagem e crenças
ali propostas, ou seja, o meio define como o indivíduo deve se sentir e a partir desse
conjunto de sentimentos formular seu valor próprio e apresentá-lo à sociedade que
determina a validade do sujeito (VASCONCELOS, 2017). Esse modelo entretanto,
coloca muita pressão no indivíduo em agradar a sociedade, porém com o
desenvolvimento do senso crítico é possível observar aos poucos que o único a ser
agradado ou a ter de avaliar o gosto do indivíduo é o próprio.
Branden propõe que a autoestima para que seja exercida de forma positiva é
sustentada por seis atitudes, sendo chamados de “seis pilares da autoestima”, eles
são:
1. A prática da vida consciente: viver de forma a estar conectado as suas ações,
emoções, motivações e valores que mostram a razão de se comportar de forma
razoável;
2. A prática da autoaceitação: ter compaixão para consigo mesmo, buscar por
entendimento de suas ações perante o seu ambiente;
3. A prática da autorresponsabilidade: assumir a responsabilidade pela própria vida,
tornar-se responsável pela realização dos seus desejos e escolhas;
4. A prática da autoafirmação: significa respeitar seus quereres, necessidades e moral e
buscar por forma de se expressar no mundo;
5. A prática de viver com propósito: estabelecer objetivos que sejam possíveis a partir
de suas habilidades, sendo necessária a autodisciplina para se manter no caminho de
realizá-las;
6. A prática da integridade pessoal: é necessário haver harmonia entre o comportamento
e a moral, o comportamento deve ser um espelho dos valores do indivíduo (BRANDEN,
1995).
Junto a autoestima está a autoimagem que é a maneira como o indivíduo se
vê, tanto em relação a sua aparência, quanto a maneira de portar perante os seus
pares, agregado a esta existe a ansiedade pela discrepância entre imagem posta ao
mundo social e a imagem individual (SCHULTHEISZ; APRILE, 2013). A longo prazo,
caso a diferença entre ambas aumente de forma tóxica para o indivíduo, é possível
43

observar uma mudança entre ambas as imagens citadas anteriormente e a busca por
uma igualdade.
Como um ser social, o ser humano é bombardeado por informações desde o
momento que nasce, em busca da sobrevivência, as pessoas tendem a se moldar
perante as regras daqueles que estão no comando, que representam a vontade de
uma maioria, com o avanço da internet e das mídias sociais, os processos de
globalização se tornaram mais acessíveis, entretanto com o grande acesso,
processos de cultura estética são propagados em quantidades descomunais, esse
avanço tende a ditar as regras sobre os corpos dos indivíduos, é possível observar
que discussões sobre o corpo vem aumentando e um padrão estético sobre a
constituição física do indivíduo afetando a psique do ser humano desde crianças à
octogenários, propagando gatilhos para que esses indivíduos tenham sentimentos de
angústia e ansiedade para procurar defeitos na sua constituição (BASTOS; et. al.,
2022).
O aumento das mídias sociais na vida do indivíduo tornou cada aspecto da vida
uma fonte de reforço positivo através das redes sociais, uma vez que quanto mais
likes, comentários, seguidores e engajamento em seus posts, maiores são os frutos
que o indivíduo colhe, entretanto, tanto reforçamento chega a ser tóxico para o
indivíduo que não está mentalmente preparado para as inúmeras situações que a vida
na internet proporciona, visto que mesmo com inúmeros comentários positivos,
existem também em quantidades proporcionais comentários negativos que magoam
o ego mal desenvolvido, forçando o indivíduo a estar sempre atento as características
do seu corpo e seguir o padrão estético definido pela mídia, tornando a procura por
procedimentos estéticos superior a décadas anteriores (BASTOS; et. al., 2022).
É possível observar a mudança da percepção dos indivíduos sobre sua
aparência a partir dos estudos realizados anteriormente, como é possível na pesquisa
de Laus onde foi feita uma enquete de satisfação corporal no Brasil, sendo possível
observar os níveis insatisfação corporal no gráfico abaixo:
44

Grau de insatifação corporal


76%

74%

72%

70%

68%

66%

64%

62%

60%

58%
Crianças Adolescentes Adultos Idosos

Niveis de insatifação corporal (LAUS, 2012)

A partir desses dados coletados entre os anos de 2007 a 2011 e com o aumento
de indivíduos com acesso à internet e as redes sociais, existe a possibilidade de que
os dados apresentados anteriormente tenha se alterado de maneira que crianças e
adolescentes estão mais preocupados com a aparência do que a dez anos atrás, dada
a influência do padrão estético em suas vidas, podendo até colocar seus corpos
expostos a hábitos perigosos, a fim de entrar e se manter no padrão, podendo ser
desde dietas extremas a atividade física extrema (MEDEIROS; et. al.,2022).

3.3.2 O tratamento entre Transtorno Dismórfico Corporal e baixa autoestima

A partir da linha de pensamento da Psicologia comportamental, a autoestima


pode ser diminuída a partir do controle aversivo, onde as ações do indivíduo sejam
por elas serem reprovados, estimulam bloqueio e medo da exposição que oferece a
oportunidade de aparecer comportamentos de fuga e esquiva, a falta dessa liberdade
de expressão limita o sujeito a agir da mesma forma que o círculo social, entretanto o
45

indivíduo não se derroga ao seu meio, ainda que esse seja um importante fator na
construção do self (SCHULTHEISZ; APRILE, 2013).
O tratamento apropriado para o Transtorno Dismórfico e para a ansiedade é de
certa forma similar, sendo que a partir do Terapia Cognitivo Comportamental (TCC)
serão estudados os processos cognitivos do indivíduo, observando a existência de
pensamentos funcionais e disfuncionais que eclipsam a visão do sujeito, não o
permitindo ser objetivo em relação as suas decisões e em certos casos, se necessário,
o auxílio de medicação mais especificamente medicamentos que trabalhem na
recaptação de serotonina podem funcionar tanto nos casos de TDC, quanto de
ansiedade (MEDEIROS; et. al, 2022).
A TCC criada por Aaron Beck não conseguia mais utilizar as práticas da
psicanálise, visto que havia certa exclusão dos pensamentos do paciente, além da
influência de psicanalistas pós-freudianos, focaram na distorção de imagens do
subconsciente, preconizando a formulação de aparatos cognitivos comportamentais
mais complexos que complementam as matrizes da personalidade, visto que Beck em
seus primeiros ensaios fala sobre o processo de como as informações são captadas
e interpretadas pelo indivíduo (WRIGHT; BASCO; THASE, 2008).
Após esses ensaios, o objetivo de Beck foi criar uma teoria fundada no cognitivo
com a função de reverter os processos cognitivos disfuncionais junto dos
comportamentos que os acompanhavam, tendo em vista a importância de estudos
sobre o comportamento definidos por Pavlov e Skinner que auxiliam no tratamento de
diversos problemas de ordem psíquica, desde técnicas de dessensibilização e
relaxamento e do condicionamento operante, desta forma Beck encontrou uma forma
de alinhar técnicas cognitivas e comportamentais, pois a partir de seu ponto de vista
ambas eram correspondentes (WRIGHT; BASCO; THASE, 2008).
A terapia sendo feito no início do tratamento deixa aberta maiores
possibilidades de sucesso, obviamente nem todos os casos necessitam de
medicamentos junto a terapia, a TCC trabalhará o cognitivo como dito anteriormente,
auxiliando o sujeito a monitorar seus pensamentos, comportamentos e a confrontar
os acontecimentos que por alguma razão o indivíduo se sente incapaz de competir e
dificulta a eliminação de comportamentos obsessivos (MENEZES; et. al., 2014).
Em relação ao uso de medicamentos, a recomendação está no uso dos
inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS), sendo um antidepressivo é
comprovado a sua efetividade em perturbações da ansiedade, através da aprovação
46

do Food and Drug Administration (FDA), sendo recomendado a monoterapia com


ISRS ou com inibidores de recaptação de serotonina e noradrenalina (IRSN), sendo
esse um cuidado de ordem primária, com o tratamento feito por 1 a 2 anos, mesmo
sendo fármacos que podem ser tolerados pelos indivíduos, apresentam alguns efeitos
colaterais como:
 Insônia;
 Náusea;
 Cefaleias (termo médico para dores de cabeça);
 Aumento ponderal;
 Tremor;
 Boca seca;
 Diarreia;
 Obstipação (conhecido como “intestino preso”);
 Disfunção sexual (por conta da sua problemática pode ser acompanhado por
um tratamento adjuvante) (FREIRE, 2022).
Como é possível observar na imagem abaixo, os ISRS atuam no corpo a partir
dos neurônios serotoninérgicos onde ao ser aplicado, o medicamento induz um
bloqueio na bomba de recaptação de serotonina, provocando um aumento nos níveis
de serotonina apenas no espaço somatodendrítico do neurônio serotoninérgico,
entretanto o mesmo não ocorre nos terminais axônicos, a consequência desse
aumento na área somatodendrítica é a dessensibilização ou infrarregulação dos
autorreceptores 5HT1A , provocando dessa forma a liberação indesejada em inúmeras
áreas do cérebro por conta da liberação tardia da serotonina, podendo gerar efeitos
colaterais que com o tempo vão sendo amenizados pelo próprio medicamento por
conta da dessensibilização (STAHL, 2014).
47

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho presente é relevante em virtude das consequências que o Transtorno


Dismórfico Corporal pode ter na vida do sujeito, nas relações sociais, pessoais,
comportamentais e cognitivas, afetado principalmente na saúde mental. Dessa forma,
nota-se a necessidade de mais suporte e estudos na literatura, foi observada a
escassez na base teórica sobre o transtorno, como também é notória a falta de
preparo da sociedade, é possível observar que não é um assunto corriqueiro e nem
comentado, mas a cada dia o assunto está cada vez mais presente, sendo o público
alvo a ser mais afetado os jovens.
Esses tendem a ser mais afetados por estarem na fase de descobrimento e
modificações hormonais e físicas, deixando-os cada vez mais inseguros com a
aparência, a autocobrança é algo que se torna corriqueira e os jovens não possuem
uma rede de apoio que valide os sentimentos que surgem diante de tantas mudanças,
muitas vezes os adultos não dão a importância que esse tema precisa.
Um dos pontos primordiais para que esse trabalho seja validado é a pouca
literatura sobre o Transtorno Dismórfico Corporal, justificando cada vez mais a falta
de abordagem sobre um assunto tão relevante, que após a covid-19 obteve um
agravamento, o fato de os jovens estarem mais em casa e se olharem mais no
espelho, além disso, o avanço das redes sociais tem os deixado cada vez mais
inseguros, por questões dos efeitos e os padrões que precisam ser seguidos.
A inserção constante de figuras públicas que pregam sobre padrões de beleza e o
bombardeamento constante nas redes sociais de trends que não são acessíveis para
todos, causa um isolamento de uma grande porção da sociedade, que se vê sem
opção, além de intervenções cirúrgicas que acabam por denigrir seus corpos com o
único objetivo de se adequar a sociedade.
Autoestima derivada do grego autós que significa “a si mesmo”, mais o latim
aestimare que significa “valorizar, apreciar”, apreciar a si mesmo é uma atividade
diária, muitas vezes minada pelo ambiente onde se vive, além de ser uma habilidade
individual que não é trabalhada a não ser para aqueles que já encontram o ambiente
terapêutico, entretanto essa é uma forma de resolver um problema quando já
deveriam ser pensadas formas de evitá-lo.
48

Durante este trabalho é discutido sobre a origem da autoestima e como a mesma


é desenvolvida desde um processo pessoal para então ser colocado a prova no
ambiente social, onde sem a mentalidade necessária e o grupo social adequado, a
autoestima tende a baixar e pode chegar ao ponto de se tornar um problema de ordem
psíquica mais avançado.
No texto é discutida a relação entre o transtorno dismórfico corporal e a autoestima,
apesar da falta de literatura envolvendo ambos os temas, foi possível observar como
estes são problemas retroalimentativos, melhor dizendo, são codependentes,
tornando imprescindível fazer o tratamento de ambos ao mesmo tempo.
O tratamento pode ser feito através da terapia cognitivo-comportamental como
pode-se observar através da desconstrução dos pensamentos disfuncionais que
acompanham ambos os problemas, para além disso, é possível fazer o treinamento
cognitivo do indivíduo para reforçar as estruturas psíquicas do indivíduo, este fato não
é apresentado nos materiais utilizados na formação deste trabalho, visto a falta de
percepção na junção dos temas utilizados para nortear esta monografia.
A importância dessa dissertação encontra-se na convergência entre os temas
abordados, além das formas com que o indivíduo enquanto um ser interdisciplinar
permeia por vários ambientes e campos de estudo o que lhe concede múltiplos
significados, os que foram tratados nesse estudo final de curso tem por objetivo
propagar a importância de se discutir ambos os temas, formar mais ligações entre eles
e expandir a discussão para além do meio acadêmico.
49

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TERMO DE RESPONSABILIDADE

RESERVADO AO TRADUTOR DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: INGLÊS, ESPANHOL OU FRANCÊS.


Anexar documento comprobatório da habilidade do tradutor, oriundo de IES ou instituto de línguas.

Eu, Lucas Nauan da Silva Andrade, declaro inteira responsabilidade pela tradução do Resumo
(Abstract/Resumen/Résumé) referente ao Trabalho de Conclusão de Curso (Monografia),
intitulada: DISMORFIA E AUTOESTIMA EM JOVENS ADULTOS: REVISÃO NARRATIVA, a ser
entregue por Gabriel José Carvalho de Souza e Claudiane dos Santos Carvalho,
acadêmicos (as) do curso de Psicologia.

Em testemunho da verdade, assino a presente declaração, ciente da minha responsabilidade pelo


zelo do trabalho no que se refere à tradução para a língua estrangeira.

Paripiranga, 16 de Novembro de 2022.

Assinatura do tradutor
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56

TERMO DE RESPONSABILIDADE

RESERVADO AO REVISOR DE LÍNGUA PORTUGUESA


Anexar documento comprobatório da habilidade com a língua, exceto quando revisado pelo
orientador.

Eu, Catiane dos Reis Santos, declaro inteira responsabilidade pela revisão da Língua Portuguesa
referente ao Trabalho de Conclusão de Curso (Monografia), intitulado: DISMORFIA E AUTOESTIMA
EM JOVENS ADULTOS: REVISÃO NARRATIVA a ser entregue por CLAUDIANE DOS SANTOS
CARVALHO e GABRIEL JOSÉ CARVALHO DE SOUZA, acadêmicos (as) do curso de Psicologia.

Em testemunho da verdade, assino a presente declaração, ciente da minha responsabilidade no


que se refere à revisão do texto escrito no trabalho.

Paripiranga, 20 de novembro de 2022.

Assinatura do revisor
57

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