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EBD – Lição 07: Santidade – de Dentro para Fora | 1° Trimestre De 2023 | JOVENS

TEXTO PRINCIPAL
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que sois semelhantes aos
sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas
interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia.” (Mt
23.27)

RESUMO DA LIÇÃO
Deus deseja uma santidade autêntica, que vem de dentro para fora.

LEITURA SEMANAL
SEGUNDA – Mt15.11 O que contamina o ser humano
TERÇA – Mt 15.19 Os pensamentos maus
QUARTA – Is 29.13 A falsa religiosidade
QUINTA – Nm 5.1-4 O leproso e o imundo
SEXTA – Mt 23.27 Jesus exorta a respeito da hipocrisia
SÁBADO – Mt 24.24 Uma santidade somente exterior

OBJETIVOS
MOSTRAR a hipocrisia dos fariseus e escribas, os mestres da Lei;
CONSCIENTIZAR de que uma pseudo santidade favorece a prática da
injustiça;
MOSTRAR o que leva uma pessoa à cegueira espiritual.

INTERAÇÃO
Professor(a), a hipocrisia é um tema que precisa de uma atenção especial,
pois infelizmente, existem pessoas em nosso meio com atitudes
semelhantes às dos escribas e fariseus. Elas querem impor, por falta de
conhecimento bíblico e doutrinário, um jugo pesado e impraticável que
acaba afastando as pessoas do Evangelho. Muitos, como os fariseus e
publicanos, até têm um discurso eloquente, mas não se comportam de
maneira adequada na igreja ou na sociedade em geral. Muitos estão
envergonhando o Evangelho e a Igreja. Um debate bem conduzido a
respeito do assunto poderá contribuir para que os jovens compreendam a
necessidade de viver uma vida íntegra e coerente diante das pessoas e de
Deus, pois sem santidade ninguém verá o Senhor.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor(a), sugerimos que para a aula de hoje você organize uma
dramatização. Solicite dois voluntários. Enquanto os demais alunos
assistem, coloque uma venda nos olhos dos voluntários e peça para um
guiar o outro em uma pequena caminhada pela sala, não permitindo que
retirem a venda, como se fosse uma pessoa cega, guiando à outra. Após a
atividade, peça para cada voluntário expressar qual o sentimento que
teve nas duas funções exercidas, bem como a opinião do público que
presenciou a atividade. Depois de ouvir a todos, explique que os escribas e
fariseus se achavam perfeitos e queriam guiar as demais pessoas, mas
Jesus afirmou que eles eram como cegos guiando cegos.

TEXTO BÍBLICO
Mateus 15,10-14
10 E, chamando a si a multidão, disse-lhes: Ouvi e entendi:
11 O que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai da
boca, isso é o que contamina o homem.

12 Então, acercando-se dele os seus discípulos, disseram-


lhe: Sabes que os fariseus, ouvindo essas palavras, se
escandalizaram?

13 Ele, porém, respondendo, disse: Toda planta que meu Pai celestial não
plantou será arrancada.
14 Deixa-os: são condutores cegos; ora, se um cego guiar outro cego,
ambos cairão na cova.

Mateus 23.25-28
25 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que limpais o exterior do
copo e do prato, mas o interior está cheio de rapina e de iniquidade.
26 Fariseu cego! Limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que
também o exterior fique limpo.
27 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que sois semelhantes aos
sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas
interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia.
28 Assim, também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas
interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniquidade.

INTRODUÇÃO
Na Lição deste domingo, vamos conhecer a respeito dos fariseus e
escribas e suas atribuições para a sociedade judaica da época. Os escribas
e fariseus são, por diversas vezes, confrontados por Jesus por serem
hipócritas. Eles são desmascarados por Jesus em suas muitas
“pegadinhas” teológicas cujo intento era apanhar o Mestre em alguma
contradição. Veremos que Jesus advertiu aos escribas e fariseus, e a nós
também, que a santidade deve vir de dentro para fora e não o contrário.

I- A HIPOCRISIA DOS FARISEUS E ESCRIBAS


1- A Origem dos fariseus. Josefo defendia que o judaísmo, nos tempos de
Jesus, estava subdividido em três escolas principais: os saduceus (que
desfrutavam do apoio da elite), os fariseus (que tinham o apoio popular) e
os essênios (partido sacerdotal que buscou o afastamento do Templo e do
restante do sacerdócio). A origem dos fariseus, cujos membros eram
oriundos de todos os níveis sociais, sobretudo da “classe” média, deu-se na
época dos Macabeus (século II a.C.).

Eles preferiram priorizar a manutenção do seu status político e garantir


os direitos religiosos por meio de uma adaptação parcial ao sistema
dominante. Outra característica no farisaísmo é sua proximidade com os
escribas, que eram os responsáveis pelas ideologias dos fariseus.

2- Os escribas e fariseus acreditavam ser os verdadeiros mestres (Mt


23.2-4). Jesus afirma que os escribas e fariseus estavam assentados na
cadeira de Moisés, dando a entender que conheciam bem a Lei de Moisés.
Eles eram reconhecidos pelos judeus como os herdeiros da autoridade de
Moisés para ensinar.

Jesus não nega a capacidade intelectual deles, inclusive, afirma que como
mestres eles têm o seu devido valor. No entanto, Ele recomenda: “não
procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não
praticam” (v. 3). Eles colocavam pesados jugos sobre os ombros do povo
com base em suas próprias interpretações da Lei.

3-Jesus repreende a falsa devoção dos fariseus (Mt 23.25-28). Jesus fez
uma crítica ao comportamento hipócrita dos escribas e fariseus e,
também, quanto às regras de purificação, que ressaltava uma falsa
“santificação” à mesa (v. 25). As regras de purificação serviam como
pretexto para impedir as pessoas, tidas como impuras por eles, de
compartilhar da mesma mesa. Por isso, Jesus condena as atitudes dos
escribas e fariseus.

Eles, que eram tidos como “santos” e que faziam parte de uma elite entre
os judeus, viviam de aparência, enquanto interiormente estavam “cheios
de hipocrisia e iniquidade” (v. 28). Podemos concluir que a santidade que
Deus requer de nós, é a verdadeira, aquela que vem de um coração puro,
quebrantado diante do Senhor. É essa maneira de viver santa que faz
diferença no dia a dia.

PENSE! Jesus não negou o valor do ensino dos fariseus. Ele repreendeu a
hipocrisia deles.
PONTO IMPORTANTE! O hipócrita é um mentiroso e nenhum mentiroso
pode agradar a Deus.

SUBSÍDIO 1
Professor(a). no primeiro tópico da lição os seus alunos vão conhecer mais
a respeito da origem dos fariseus. Então, inicie fazendo a seguinte
pergunta: “Quem eram os fariseus?” Ouça os alunos com atenção e
incentive a participação de todos. Em seguida explique que os fariseus
eram “partidários de uma das principais seitas rabínicas dos tempos de
Cristo”. Depois, explique que “ainda que pareciam ser santos, não eram
sóbrios nem justos (escribas e fariseus). Realmente somos o que somos
por dentro.

Os motivos externos podem manter limpo o exterior, enquanto o interior


está imundo; porém, se o coração e o espírito são feitos novos, haverá
vida nova; aqui devemos começar por nós mesmos. A justiça dos escribas
e dos fariseus era como os adornos de uma tumba ou 0 vestido de um
cadáver, que só serviam como espetáculo.

O engano dos corações dos pecadores se manifesta em que navegam rio


abaixo, pelas torrentes de pecado de sua própria época, enquanto se
sentem orgulhosos de oporem-se aos pecados mais frequentes em épocas
anteriores. […] Justo é que Deus entregue à carnalidade de seus corações a
estes que se obstina em satisfazerem-se a si mesmos” (HENRY, Matthew.
Comentário Bíblico de Matthew Henry. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p. 783)
II- A EXTERIORIDADE DA SANTIDADE E A
PRÁTICA DA INJUSTIÇA
1- Os escribas e fariseus faziam acusações injustas a Jesus e aos seus
discípulos (Mt 15.1,2). Jesus e seus discípulos estavam na terra de
Genesaré pregando as Boas-Novas e curando os enfermos quando alguns
escribas e fariseus, vindos de Jerusalém, perceberam que os discípulos de
Jesus comiam sem lavar as mãos. O que os incomodava não era a falta de
higiene, mas sim a questão cerimonial, a tradição.

A Torá previa alguns procedimentos quanto ao ritual de pureza (Lv 11-15;


Nm 5.1-4). Todavia, a questão levantada pelos escribas e fariseus não
constava nela, mas sim na tradição dos anciãos. Portanto, eles acusaram
Jesus e seus discípulos injustamente. A tradição deles, na verdade, era
acréscimo feito pelos homens e não por Deus.

2- Jesus demonstrou que os acusadores eram, na verdade, os


transgressores (Mt 15.1-20). Os escribas e fariseus acusaram Jesus e os
discípulos de comer sem lavar as mãos. No entanto, Jesus os repeliu e
mostrou que eles estavam equivocados e o quanto eram hipócritas. Então,
o Mestre questiona o fato deles transgrediram os mandamentos de Deus
(v. 3). Jesus repreende os fariseus e escribas afirmando: “E assim
invalidastes, pela vossa tradição, o mandamento de Deus” (v. 6).

Jesus cita a lei mosaica em que os filhos deveriam honrar o pai e a mãe (o
quinto mandamento), cuja penalidade para tal transgressão era a morte.
Mas, para não atenderem as necessidades materiais de seus pais
alegavam que o bem que possuíam era Corbã, isto é, oferta ao Senhor(Mc
711).

Segundo A. T. Robertson na obra Comentário Mateus e Marcos, “os


rabinos permitiam que o filho infiel fizesse a mera declaração dessas
palavras para deixar de usar o dinheiro necessário para o sustento do pai
ou mãe.” Na verdade, os acusadores eram os verdadeiros transgressores
da Lei de Deus.

3- O profeta Isaías já havia alertado a respeito da falsa santidade em


nome da religião (Mt 15.7-9). Jesus exorta os escribas e fariseus,
demonstrando que eram eles que estavam burlando a lei de Moisés por
ganância. O Mestre chama os fariseus e escribas de hipócritas e afirma a
atitude errada deles citando Isaías 29.13.
O profeta Isaías já havia, por diversas vezes, reprovado a exterioridade da
santidade do seu povo. Ele afirmou que seu povo adorava a Deus somente
com palavras, mas o coração deles estava bem longe do Senhor. Da
mesma forma também estavam os judeus na época de Jesus, como
também muitos cristãos nominais de nossos dias.

PENSE! A Santidade Autêntica vem de dentro para fora e é refletida em


nossas palavras e ações.
PONTO IMPORTANTE! Deus conhece a intenção dos corações.

SUBSÍDIO 2
“Os fariseus e os doutores da lei vinham de Jerusalém, centro da
autoridade judaica, para inspecionar as atividades de Jesus. Ao longo dos
séculos, desde a volta dos judeus do cativeiro babilônico, centenas de
tradições religiosas haviam sido acrescentadas à lei de Deus, e eram
consideradas igualmente importantes por parte desses fariseus e mestres
religiosos.

Muitas tradições não são más em si mesmas, e podem acrescentar maior


significado e riqueza à nossa vida, mas não devemos admitir que, por
nossas tradições terem sido observadas durante anos, devam ser elevadas
à mesma condição das Escrituras. Os princípios de Deus são imutáveis e a
sua lei não precisa de qualquer complemento.

As tradições servem para nos ajudar a compreender melhor as leis de


Deus, não para se transformarem em outros mandamentos.” (Bíblia de
Estudo Aplicação Pessoal Rio de Janeiro: CPAD, p. 1249.)

III- A CEGUEIRA ESPIRITUAL


1- A cegueira espiritual dos escribas e fariseus (Mt 15.10-14). Jesus não
se intimidou diante dos fariseus e dos escribas. Ele os exortou de forma
segura e eficaz, chamando-os de cegos e condutores de cegos. Os fariseus e
escribas se apegavam tanto às questões secundárias e irrelevantes
(tradições humanas) que se privavam da observância da Lei divina. Na
realidade, o que os incomodava era a popularidade.

O reconhecimento e o respeito que Jesus e seus discípulos vinham


conquistando diante da população. Os testemunhos dos feitos de Jesus se
espalhavam rapidamente e todos queriam ouvir e ver o Senhor. Os líderes
religiosos, com suas tradições, discursos monótonos e repetitivos, já não
chamavam mais a atenção do povo.

2- Pedro pede que Jesus os ensine (Mt 15.15). Em alguns momentos, os


discípulos também tiveram dificuldades para entender os ensinos de
Jesus. Entretanto, Pedro, tomando a palavra pediu a Jesus: “Explica-nos
essa parábola” (Mt 15.15). O discípulo Pedro não se preocupava em
declarar publicamente que não havia compreendido.

Ele estava certo, pois quem quer aprender tem de perguntar e não pode se
importar com a reação das pessoas. Muitas pessoas deixam de aprender
por receio de perguntar. Jesus fica admirado com a atitude de Pedro e diz:
“Até vós mesmos estais ainda sem entender?” (V. 16). De acordo A. T.
Robertson, Comentário Mateus & Marcos, “os discípulos ainda estavam
sob o ‘encanto’ da perspectiva teológica dos fariseus.” Por isso, a
dificuldade de entendimento.

Os fariseus e escribas ouviam os ensinos de Jesus e não aprendiam, pois


seus interesses pessoais e a hipocrisia impediam que seus “olhos fossem
abertos” para entender a mensagem do Reino. Já os discípulos de Jesus
realmente desejavam compreender e aplicar, às suas vidas, o ensino do
Mestre.

3- O que contamina o ser humano é o que está no seu coração (Mt


15.16-20). Jesus explica aos discípulos que o que contamina o ser humano
não é o que entra pela boca, mas o que procede do seu coração. É do
interior do ser humano que provém os maus pensamentos, mortes,
adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias.

As práticas, os ensinos errôneos e perversos dos escribas e fariseus ainda


influenciam muitos religiosos na atualidade, pois, infelizmente, ainda há
pessoas que valorizam mais as tradições humanas do que a Palavra de
Deus. Jesus deixa claro que a falsa santidade contamina o ser humano, e
não o fato de comer sem lavar as mãos. O Mestre critica duramente o
ritualismo hipócrita e a falsa santidade dos fariseus e escribas.

PENSE! O que realmente contamina o coração do homem?


PONTO IMPORTANTE! O que contamina o homem é o que vêm do seu
interior
SUBSÍDIO 3
“O profeta Isaías também criticou os hipócritas (Is 20.23). Jesus aplica as
palavras do profeta àqueles líderes religiosos. Quando afirmamos que
honramos a Deus, porém nosso coração está longe dEle, o culto que
prestamos nada significa. Não basta agir com religiosidade, nossas
atitudes devem ser sinceras. Se não forem, as palavras de Isaías também
se aplicam a nós.” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro:
CPAD, p. 1249)

CONCLUSÃO
Nesta lição, aprendemos que a santidade vem de dentro para fora. Os
escribas e fariseus viviam uma falsa santidade exterior e foram
duramente criticados por Jesus. Eles acusaram os discípulos de Jesus de
não cumprirem as tradições religiosas. Entretanto, Jesus derruba o
argumento deles demonstrando que em nome de uma falsa santidade,
eles estavam dando mais importância às tradições humanas do que à
essência da Palavra de Deus.

HORA DA REVISÃO
1- Segundo a lição, quais eram as principais escolas do
judaísmo? Josefo defendia que o judaísmo nos tempos de Jesus estava
subdividido em três escolas principais: os saduceus, os fariseus e os
essênios.
2- Em qual época os fariseus surgiram? A origem dos fariseus, cujos
membros eram oriundos de todos os níveis sociais, sobretudo da “classe”
média, se deu na época dos Macabeus (século II a.C.).
3- Segundo a lição, o que contamina o homem? Jesus afirma que o
homem é contaminado pelo que sai da sua boca, pois procede do seu
interior.
4- Qual a recomendação de Jesus em relação aos fariseus? Ele
recomenda: “não procedais em conformidade com as suas obras, porque
dizem e não praticam” (v. 3).
5- Qual o profeta do Antigo Testamento que havia alertado a respeito
da falsa santidade? O profeta Isaías

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