EXERCÍCIO 02 – 15/03/2022

Turma Eng. Civil – 2022.1

Disciplina: ESTRUTURAS DE PONTES

Prof. Vinícius Hanser de Souza

EXERCÍCIO 02
𝑇/2
PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE MULTI-VIGAS

Utilizando as fórmulas de pré-dimensionamento para

multi-vigas, conforme a norma AASHTO, delimite as
distâncias entre as vigas de um tabuleiro cuja largura
efetiva de tráfego seja de 11 metros, tendo passeios
laterais de 1,20 metros e barreiras New Jersey de
40cm. O vão principal da ponte tem 34 metros,
medido entre os eixos de apoios.

✓ 𝑎 ≅ 0,028 . 𝐿0 + 2
✓ 𝑏 ≤ 0,4 . 𝑎
✓ 2 ≤ 𝑎 ≤ 3𝑚 → vão econômico

Com a distância entre apoios de 34 metros, ou seja,

𝐿0 = 34 𝑚, logo:

𝑎 ≅ 0,028 . 𝐿0 + 2 → 𝑎 ≅ 0,028 . 34 + 2 → 𝑎 ≅ 2,952 𝑚

𝑏 ≤ 0,4 . 𝑎 → 𝑏 ≤ 0,4 . 2,952 → 𝑏 ≤ 1,18 𝑚
Como o tabuleiro útil (𝐵) é de 11 metros, vamos somar mais 1,20 m de passeio em cada lado e ainda mais 40cm
de barreira New Jersey em cada lado. Ou seja, a largura total do tabuleiro (𝑇) é:

𝑇 = 11 + 1,2 . 2 + 0,4 . 2 → 𝑇 = 14,20 𝑚

Para determinar a quantidade de multivigas, temos que descontar do tabuleiro total (𝑇) a distância do balanço
transversal (𝑏), para encontrar quanto sobra entre as vigas extremas (𝑛 . 𝑎). O número 𝑛 é a quantidade de vãos
que se repetem entre as vigas longitudinais, mas que ainda não conhecemos.

𝑻 = 𝒏. 𝒂 + 𝟐 . 𝒃
𝑛. 𝑎 = 14,20 − 1,15 . 2 = 11,90𝑚 → é o que sobra para o espaçamento entre vigas
Desses 11,90m, sabemos que aproximadamente o espaçamento entre as vigas (𝑎) é de 2,952m. Logo, a
quantidade de vigas transversais (𝑁) pode ser calculada em função:
𝒏. 𝒂
𝑵= +𝟏 ↔ 𝒏=𝑵−𝟏
𝒂
11,90
𝑁= + 1 = 5,03 vigas
2,952
Esse número é um indicativo da quantidade ideal perante à fórmula de pré-dimensionamento. Logo, pode-se
adotar 5 vigas longitudinais. Logo, arredondando o número, a medida efetiva entre eixos das vigas longitudinais
(𝑎𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑜 ) pode ser obtida a partir da equação a seguir, dada em função do 𝑏𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑜 :

𝑻 − 𝟐. 𝒃𝒆𝒇𝒆𝒕𝒊𝒗𝒐 14,20 − 2 . 1,10

𝒂𝒆𝒇𝒆𝒕𝒊𝒗𝒐 = → 𝑎𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑜 = → 𝒂𝒆𝒇𝒆𝒕𝒊𝒗𝒐 = 𝟑, 𝟎𝟎 𝒎
𝒏 4

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Altura das 5 vigas longitudinais ou do tabuleiro como um todo: interpolando os

valores da tabela ao lado, pode-se chegar a uma altura aproximada de 1,80 metros.

Largura da mesa superior da viga:

𝐿0 34
( ). ℎ ( ) . 1,80
100 100
𝑓 ≥ 𝑚á𝑥 = 𝑚á𝑥 → 𝑓 ≥ 1,13 𝑚 → 𝒇 = 𝟏, 𝟏𝟓𝒎
𝐿0 34
{ 30 } { 30 }
Determinação da largura da alma da viga:

• Por meio da fórmula abaixo, pode-se considerar inicialmente que a viga irá resistir à flambagem lateral
somente pela contribuição da área retangular formada pela altura (h) e a alma da viga (𝑡).
𝑒𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑣 𝐸𝑐𝑠
≤
𝑡 𝛽𝑚 . 𝑓𝑐𝑑
3⁄
ℎ𝑣𝑖𝑔𝑎 2
( 𝑡 )
𝛽𝑚 = 3,5 . 1⁄
ℎ𝑣𝑖𝑔𝑎 2
( 𝑡 − 0,63)

• 𝑒𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑣 para o caso de pontes são as distâncias entre os travamentos transversais entre as vigas, ou seja,
é o espaçamento entre as vigas transversinas. Podemos obter este valor assumindo uma relação 𝑙𝑦 /𝑙𝑥
para as lajes do tabuleiro, já que as mesmas possuem a tendência de descarregar as cargas nas vigas
longitudinais e, portanto, tal relação 𝑙𝑦 /𝑙𝑥 tende a se aproximar a 2,0 (laje armada em uma direção).
• Não necessariamente o valor da relação deve ser forçada a chegar a 2,0. Nesse exemplo, iremos adotar
um valor de 1,5. Ou seja, considerando a distância entre eixos das vigas extremas, temos:
𝑙𝑦 𝑒𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑣
= = 1,5
𝑙𝑥 𝑛 . 𝑎𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑜

→ 𝑙𝑥 = 𝑛 . 𝑎𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑜 = 4 . 3 → 𝒍𝒙 = 𝟏𝟐, 𝟎 𝒎

𝑙𝑦 = 1,5 . 12 → 𝒍𝒚 = 𝒆𝒕𝒓𝒂𝒏𝒔𝒗 = 𝟏𝟖 𝒎

• Este valor de 𝑙𝑦 é aproximado, devendo ser validado de forma simétrica em relação à ponte. Como a
ponte tem 34 metros, é mais viável espaçar as transversinas em 17 metros, ou seja, terá uma
transversina em cima de cada apoio, e outra no meio do vão.
• Com as transversinas espaçadas em 17 metros, pela equação de flambagem lateral, temos que
𝐿1 = 𝑒𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑣 = 17 𝑚.
• Para aplicar a equação, precisamos ainda do módulo de elasticidade secante do concreto. Adotando
𝑓𝑐𝑘 = 40 𝑀𝑃𝑎 e brita de rochas basalto (𝛼𝑒 = 1,2), temos:

𝑪𝟐𝟎 𝒂 𝑪𝟓𝟎 → 𝑬𝒄𝒊 = 𝜶𝑬 . 𝟓𝟔𝟎𝟎 . √𝒇𝒄𝒌

1/3
𝑓𝑐𝑘
𝐶55 𝑎 𝐶90 → 𝐸𝑐𝑖 = 21,5 . 103 . 𝛼𝐸 . ( + 1,25)
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𝑓𝑐𝑘 = 40 𝑀𝑃𝑎 → 𝐸𝑐𝑖 = 1,2 . 5600 . √40 → 𝑬𝒄𝒊 = 𝟒𝟐𝟓𝟎𝟎 𝑴𝑷𝒂

.
𝑓𝑐𝑘 40
(0,8 + 0,2. ) . 42500
𝐸𝑐𝑠 = 𝑚𝑖𝑛 [(0,8 + 0,2 . 80 ) . 𝐸𝑐𝑖 ] = min [ 80 ] → 𝑬𝒄𝒔 = 𝟑𝟖𝟐𝟓𝟎 𝑴𝑷𝒂
𝐸𝑐𝑖 42500
• Com o módulo de elasticidade secante, aí sim podemos retornar à obtenção da largura “t” da viga em
função do critério de flambagem lateral.
𝑘𝑁
𝑓𝑐𝑘 = 40 𝑀𝑃𝑎 = 4,0
𝑐𝑚2
𝑘𝑁
∗∗ (𝑏𝑎𝑠𝑡𝑎 𝑑𝑖𝑣𝑖𝑑𝑖𝑟 𝑝𝑜𝑟 10 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑣𝑒𝑟𝑡𝑒𝑟 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑀𝑃𝑎 𝑒 ) ∗∗
𝑐𝑚2

𝑓𝑐𝑘 4,0
𝑓𝑐𝑑 = → 𝑓𝑐𝑑 = → 𝒇𝒄𝒅 = 𝟐, 𝟖𝟓𝟕 𝒌𝑵/𝒄𝒎²
𝛾𝑐 1,4

• Agora, com todas as informações coletadas, podemos substituir os valores na equação de verificação de
flambagem lateral. Temos que uniformizar todas unidades das variáveis (todas para kN e cm).

𝐿1 𝐸𝑐0𝑒𝑓 𝒆𝒕𝒓𝒂𝒏𝒔𝒗 𝑬𝒄𝒔 𝟏𝟕𝟎𝟎 𝒄𝒎 𝟑𝟖𝟐𝟓 𝒌𝑵/𝒄𝒎²

≤ → ≤ → ≤
𝑏 𝛽𝑚 . 𝑓𝑐0𝑑 𝒕 𝜷𝒎 . 𝒇𝒄𝒅 𝒕 𝜷𝒎 . 𝟐, 𝟖𝟓𝟕 𝒌𝑵/𝒄𝒎²

• A equação do 𝛽𝑚 depende da altura da viga (ℎ𝑣𝑖𝑔𝑎 ). Esta por sua vez depende da altura total do tabuleiro
e a altura da laje.
o Espessura da laje sobre as vigas longitudinais: 𝑒𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 ≥ 0,1. 𝑎𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑜 → 𝑒𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 = 30 𝑐𝑚
o Espessura da laje entre as vigas longitudinais: 𝑒𝑣ã𝑜 ≅ 0,6 . 𝑒𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 → 𝑒𝑣ã𝑜 = 18 𝑐𝑚
o Espessura da laje nos balanços: 𝑒𝑏𝑎𝑙 = 35 𝑐𝑚
o Para uniformizar a execução da laje, adotaremos uma única espessura: 𝒆𝒍𝒂𝒋𝒆 = 𝟑𝟎 𝒄𝒎
• Logo, a altura útil das vigas longitudinais é de:

ℎ𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = ℎ𝑣𝑖𝑔𝑎 + 𝑒𝑙𝑎𝑗𝑒 → ℎ𝑣𝑖𝑔𝑎 = 180𝑐𝑚 − 30𝑐𝑚 → 𝒉𝒗𝒊𝒈𝒂 = 𝟏𝟓𝟎𝒄𝒎

• Agora sim, na equação do 𝛽𝑚 :

3⁄
150 𝑐𝑚 2
( 𝑡 )
𝛽𝑚 = 3,5 . 1⁄
150 𝑐𝑚 2
( 𝑡 − 0,63)

• Temos então duas equações que dependem entre si, e ambas possuem a variável indefinida “t” (largura
da viga longitudinal).
3⁄ 1700 𝑐𝑚 3825 𝑘𝑁/𝑐𝑚²
150 𝑐𝑚 2
≤
( ) 𝑡
𝛽𝑚 = 3,5 . 𝑡 𝛽𝑚 . 2,857 𝑘𝑁/𝑐𝑚²
1⁄
150 𝑐𝑚 2
( 𝑡 − 0,63)

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• Pode-se escrever as equações dentro do Excel, em forma de tabela, e utilizar a ferramenta “Atingir meta”,
na aba Dados. Durante a aula, formulamos a seguinte tabela, chegando ao resultado de 𝑏 = 26,595 𝑐𝑚,
mas que deve ser arredondado para 𝑏 = 27,5 𝑐𝑚.

etransv 1700 cm
t 26,59522 cm
hviga 150 cm (dado)
Ecs 3825 kN/cm² (dado)
βm 20,944783 -
𝑒𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑣 𝐸𝑐𝑠
fck 40 MPa (dado) ≤
𝑡 𝛽𝑚 . 𝑓𝑐𝑑
γc 1,4 (dado)
fcd 2,857 kN/cm² (dado) 𝑬𝒄𝒔 . 𝒕
𝒆𝒕𝒓𝒂𝒏𝒔𝒗 ≤
𝜷𝒎 . 𝒇𝒄𝒅

• A largura da alma da viga ficou em 27,5 cm, e portanto a base menor da viga deve ser:
𝑏𝑤 ≥ 2. 𝑡 = 55 𝑐𝑚.
• As alturas das mesas superior e inferior irão ficar entre 𝑡 e 2. 𝑡.
• Com base nisso, fica como sugestão o cálculo de inércia para essa viga “I”.

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