Você está na página 1de 14

FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ

DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO

ESTRUTURA METALICA
Viaduto de Millau

JAILSON ALVES DE SOUZA


LUDMILLA CARDOSO AVELINO

GOIÂNIA, GO
2019
SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO
2.MÉTODOS E SISTEMAS CONSTRUTIVOS
1.1 OS PILARES TEMPORÁRIOS
1.2 PILARES DE AÇO

3. ACABAMENTOS

4.CABOS ESTAIADOS
5.SISTEMA ESTRUTURAL
5.1.AÇÕES
6.COMPONENTES DA ESTRUTURA
7.PILARE DE CONCRETO
INTRODUÇÃO
O presente relatório irá estudar o Viaduto de Millau, localizado na
cidade de Millau na França sobre o vale do Rio Tarn, sendo a ponte mais alta
do Mundo em termos de sua própria estrutura com 343 metros de altura.
A fim de analisar e entender a estrutura dessa ponte serão abordadas
suas características, os métodos e materiais construtivos, as cargas atuantes,
o sistema estrutural utilizado, e as intervenções e manutenções realizadas .

ARQUITETURA: Foster and Partners, Londres

ENGENHARIA: Michel Virlogeux, Bonnelles - França

Greisch, Liège - Bélgica


 Arcadis, Sèvres - França
Thales E et C, Rungis - França
MÉTODOS E SISTEMAS CONSTRUTIVO

A principal fabrica contratada Eiffel, uma das fabricantes de aço mundialmente


reconhecida pela estrutura da Torre Eiffel foi projetada pelo engenheiro Gustave
Eiffel, uma torre que possui 324 metros de altura , criando uma estrutura de ferro
incrível por sua resistência, que chamou atenção do design de Norman Foster
necessitava de uma esbeltez não conseguida caso se realizasse o tabuleiro em
concreto no viaduto de Millau.
O motivo de não realizá-lo em concreto, mesmo que este material seria
utilizado no canteiro de obras do viaduto para as fundações e pilares, vai além
do maior tempo necessário para a construção, devido aos 28 dias de cura, e os
altos impactos ambientais que a produção de concreto por isso a decisão de
fazer o tabuleiro em aço.
A Eiffel, subsidiária da Eiffage realizou a pré-fabricação do tabuleiro longe
do canteiro de obras do viaduto, em uma fábrica própria, garantido seu
transporte e montagem para posterior lançamento acima dos pilares.

O transporte do tabuleiro até o canteiro de obras do viaduto de Millau, por


rodovia, foi feito na forma de seções, “kits” separados de peças, e contou com
mais de 2000 comboios de transporte escoltados até que a estrutura estivesse
totalmente entregue ( Houve um grande investimento, por parte da Eiffel,
em equipamentos de alta.
A tecnologia para que os 2078 elementos do tabuleiro fossem
fabricados. Além de robô de soldagem de duas cabeças, taqueômetros
automáticos a laser e reboques de auto elevação com capacidade de erguer
160 toneladas, foi uti lizada uma máquina automatizada de corte com
plasma e gás, cujo maçarico de corte alcança cinco vezes a temperatura
do centro da Terra (2800 ºC) e corta com precisão 1,80 m de aço por
minuto .

No canteiro de obras tinha uma área total de cerca de 8 hectares,


subdividida nos dois planaltos do vale, norte e sul. Além dessas duas áreas
principais existiam, em cada extremidade inferior dos pilares, canteiros menores
de 3.500 m². O canteiro de obras seria ainda maior se as peças de aço
(tabuleiro e pilares superiores de aço) não fossem pré-fabricadas em outros
locais, então isso foi uma vantagem, por diminuir a área de terra necessária
par a o canteiro.

 Construção dos pilares de concreto e os pilares de ancoragem das


extremidades do vale.
 A montagem dos elementos pré-fabricados do tabuleiro e pilares de aço
 A instalação do tabuleiro por operações de lançamento sucessivas.
 Os pilares P2, de 245 metros e P3, de 221 metros são os dois mais altos, já o
P7, com 77 metros é o mais baixo
Os pilares das extremidades, a fim de reduzir o tempo de construção, pois
assim possibilitava a equipe que começasse o lançamento do tabuleiro,
enquanto os demais pilares, do centro, que seriam alcançados posteriormente pelo
tabuleiro, seriam construídos concomitantemente.
A cada elevação de fôrmas, de 4 em 4 metros, era feita a realocação e
ajuste das fôrmas para haver o derrame do concreto. Todo este processo foi
feito com auxílios de checagens altimetrias, feitas por GPS, que garantir precisão
da ordem de 5 mm em ambas direções (X e Y).

OS PILARES TEMPORÁRIOS
Devido ao grande vão entre um pilar de concreto e outro, foi
necessário a construção de pilares auxiliares, que ficariam ali somente na fase
de construção e auxiliariam, sobretudo, o lançamento do tabuleiro, pois
diminuíram o espaçamento entre pilares de 342 para 171 metros, na serie (V
ÍDEO OBRAS INCRÍVEIS).
Estes pilares consistem de uma estrutura de metal com uma seção
quadrada de 12 metros x 12 metros na extremidade superior, seus elementos
são tubos de 1.016 mm de diâmetro. O mais alto pilar temporário era de 173 m

de altura. os pilares temporários são postos no lugar ,com auxílio de um

aparelho telescópico, a não ser os dois das extremidades, que devido a seu
pequeno tamanho (menos do que 30 m de altura), foram colocados diretamente
com uma grua.

PILARES TEMPORÁRIOS E APARADORES DE METAL


PILARES DE AÇO
Os pilares tem 460, ambos com 3200 toneladas ,em cada torre, das 7 totais,
possui aproximadamente 700 toneladas de aço S 355 e S460, com 3200
toneladas e 1400 toneladas, no total.

PILARES DE AÇO
Com o tabuleiro terminado, foi possível a colocação dos 5 pilares de aço
faltantes.(pois o pilar de aço 2 e 3 já estavam na posição final durante o
transporte do tabuleiro). Eles vieram na horizontal transportados por esteiras
rolantes, com o auxílio de duas torres sustentadas por cabos de aço e
equipadas com sistemas hidráulicos, como pode ser visto na a fim de levantar os
pilares de aço até a vertical e depois então, posicionar no ponto onde entraria no
tabuleiro (VÍDEO O BRAS INCRÍVEIS). Estes pilares de aço, por fim, seriam
soldados, por um método de soldagem de alta resistência

ACABAMENTOS

Após a montagem completa das partes de aço, começou -se o acabamento,


que engloba o asfalto e pequenas construções de acabamento da
rodovia, como guarda corpos de concreto no centro e os de aço nas
extremidades. Estes últimos, mostrados na , são essenciais para a
segurança dos usuários quanto ao vento, ao tráfego e também para
conforto acústico
(VÍDEO OBRAS INCRÍVEIS).
CABOS ESTAIADOS
Os cabos são os elementos que acoplados aos pilares de aço e ao
tabuleiro serão tracionados com a finalidade de fortalecer o tabuleiro e
auxiliar na sustentação do peso do tráfego no viaduto de Millau (VÍDEO
OBRAS INCRÍVEIS,).
Sendo cada um dos cabos consiste em um conjunto de feixes de aço,
como demonstrado na , de classe 1860 MPa. A cobertura desses feixes,
para garantir a proteção contra a corrosão é feita por meio de
galvanização e revestimento de cera de petróleo, e cada cabo, conjunto
de feixes, é coberto por uma bainha branca de polietileno extrudado. (LE
VIADUC DE MILLAU)

Cada pilar de aço conta com a fixação de onze pares de cabos,


que serão dispostos em um padrão um único plano, seus intervalos de
fixação no tabuleiro correspondem a 12,51 metros acompanhando a
curvatura do viaduto, esta fixação é ajustável nas plataformas .
Após serem posicionados, os cabos foram protendidos e suas tensões
variam de 900 a 1200 toneladas. As ondulações no tabuleiro, que antes
de os cabos serem tracionados eram exageradas, foram reduzidas a
menos de uma polegada depois da pretensão. (LE V IADUC DE MILLAU).

SISTEMA ESTRUTURAL
AÇÕES
Para dimensionar qualquer estrutura e atender as condições de
segurança é fundamental fazer uma análise das ações atuantes sobre a
estrutura.
De acordo com a ABNT NBR 8681/2003 – Ações e segurança nas
estruturas -Procedimento – ações são “ causas que provoca m esforços
ou deformações nas estruturas”. Essas ações podem ser classificadas
como: ações permanentes, variáveis e excepcionais.
Ações permanentes são aquelas que apresentam pequenas variações
durante praticamente toda a vida útil da construção. Ações variáveis são
aquelas que apresentam variações significativas durante a vida útil da
construção. E ações excepcionais são as que apresentam duração
extremamente rápida, e com baixa probabilidade de ocorrência.
Analisando o Viaduto de Millau, os estudos para definir as ações foram
baseados em normas francesas, são classificadas em 45C. Outro ponto
abordado foi a diferença de temperatura nas partes superior e inferior do
tabuleiro.
COMPONENTES DA ESTRUTURA
PILARE DE CONCRETO
Há sete pilares de concreto com alturas combinadas partindo do
extremo norte para o sul do vale. o terceiro pilar são os mais altos da
estrutura, sendo aproximadamente o pilar 2 igual a 245 m e o pilar 3 igual
a 221 m de altura, representados pelo o tabuleiro apoia-se nestes pilares de
concreto, onde cada pilar possui no seu topo quatro aparelhos de apoio,
que garantem uma fixação eficaz do tabuleiro ao pilar. é possível visualizar
apenas dois aparelhos de apoio, pois esta é uma visão transversal da
ponte, sendo que em cada eixo do pilar de concreto estão localizados dois
aparelhos de apoio.
O pilar de concreto possui uma seção transversal com o formato de
um hexágono, e começa em sua base como uma estrutura monolítica e
nos seus últimos 90 m, a estrutura é dividida em dois eixos, como
representado pela .Para Saxton (2007), essa divisão do pilar deve-se pelo
fato dos tabuleiros s e expandirem devido às variações de temperatura e,
consequentemente, causar uma flexão nos pilares, como ser á melhor
explicado no Esta solução foi adotada para obter a flexibilidade
necessária
para estrutura.
demonstra a flexão ocasionada nos pilares, porém é perceptível que
esse
efeito não ocorre em todos os pilares, mas para manter o padrão
arquitetônico, a divisão dos eixos foi mantida em todos eles. Os pilares
devem ter o momento de inércia relativamente grande para garantir
estabilidade contra o efeito de flambagem.

Tabuleiro
Cada lado da pista é composto por duas vias (3,50 metros cada), uma
pista de emergência (3 metros) e um rebordo de 1 metro ao lado da
central de reservas. A central de reservas é a área reservada à
separação das faixas de tráfego opostas e, nesse caso possui 4,45
metros. Nela estão dispostos os pilares de aço e os cabos ao longo do
viaduto. A largura do tabuleiro é de aproximadamente 27,80 metros .
A cada 4,17 metros, espaçados longitudinalmente, o tabuleiro possui
diafragmas dispostos em rede que garantem o enrijecimento transversal .
Quando analisado transversalmente, é possível verificar que o tabuleiro
não é apoiado por completo nos pilares de concreto, ficando uma parte
dele em balanço. Devido a isso é necessário que o tabuleiro tenha r
estrição à torção e isso é fornecido por esses diafragmas na forma de
triângulos, que acompanha a estrutura de pilares de aço, possui o formato
de um “Y” invertido e é divididos em duas “pernas”, duas vigas de caixa
metálica.

De acordo com o episodio , devido à altura da ponte, esta estaria


sujeita a ações de ventos muitos fortes. Estes ventos podem ocasionar
flexão nos pilares de aço como mostra a e para amenizar os efeitos desse
fenômeno era preciso uma estrutura mais rígida.
Para possuir a rigidez necessária a flexão, foi feita a divisão em duas
partes na base do pilar

de aço, ou seja, obtendo um pórtico em formato de “Y” invertido e,


consequentemente, adquirindo a resistência desejada às ações
submetidas. Outra causa para o formato adotado, seria o momento de
torção nos pilares de aço provocado pelos cabos, como será explicado no
é possível ver que o formato adotado para os
pilares de aço proporcionou uma ideia de continuidade com os pilares de
concreto, que possui
seu topo dividido em dois eixos.

Ao contrário do comportamento dos cabos de uma ponte suspensa,


nas pontes estaiadas os cabos ligam diretamente o tabuleiro às torres.
Isso faz com que as cargas do tabuleiro sejam transmiti das para as
torres através dos cabos, e devido à inclinação dos mesmos, a força de
tração
que se desenvolve em cada um deve ser resistida por uma reação
horizontal e vertical nas torres e nas âncoras. (GARLOCK).
No Viaduto de Millau, conforme a ancoragem dos cabos no tabuleiro
se dá ao longo do eixo da reserva central, em um único plano e é
espaçada em intervalos constantes de 12,5 m, o viaduto tem a
configuração longitudinal de um sistema de semi leque, seus cabos têm
diferentes inclinações, variando assim componentes verticais e horizontais,
e diferentes comprimentos, podendo afetar o momento no tabuleiro devida à
contrações e alongamentos.
Os cabos ancorados próximos ao meio do vão poderiam ser mais
espaçados entre si para diminuir sua inclinação, porém por motivos de
estética optou-se pelo espaçamento constante, o que torna os cabos mais
suscetíveis a uma maior tração , sob as cargas d e tráfego e suscetíveis
também a causar maior flexão na torre (SAXTON, 2007).
A maioria das pontes estaiadas construídas possuem dois planos de
cabos, caracterizando um sistema de suporte lateral do tabuleiro. Como
mencionado.

Você também pode gostar