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DECLARAÇÃO
A Revista Brazilian Journal of Development, ISSN 2525-8761 avaliada
pela CAPES como Qualis CAPES 2019 B2, declara para os devidos fins,
que o artigo intitulado “CISTO MESENTÉRICO DE
DUPLICAÇÃO: RELATO DE CASO’’ de autoria de Helen Brambila
Jorge Pareja, Marcos Vinícius Bertol, Kevin Seidi Kito, Pedro Augusto
de Assis Goes, Beny Goulart Dias de Castro, Alessandro Luiz
Gonçalves, Aryssa Anielli Sakai, Tatiana Jaqueline Ceolato Pelisson, foi
publicado no v. 7, n.8, p.77164-77168.
DOI: https://doi.org/10.34117/bjdv7n8-096
DOI:10.34117/bjdv7n8-096
RESUMO
O Cisto Entérico de Duplicação é uma anomalia congênita rara, que pode acometer
qualquer porção do trato gastrintestinal, da boca ao ânus, mas ocorre principalmente do
intestino delgado. É relatado um caso de paciente do sexo masculino, 36 anos, com queixa
de desconforto abdominal, náuseas e vômitos; abdômen plano e presença de massa de
consistência endurecida em mesogástrio ao exame físico, confirmado por tomografia
computadorizada. O paciente foi submetido a laparotomia exploradora que revelou cisto
em raiz do mesentério aderido ao cólon transverso. Foi realizada ressecção do cisto e
porção do intestino adjunto e síntese por planos.
ABSTRACT
The Enteric Duplication Cyst is a rare congenital anomaly that can affect any portion of
the gastrointestinal tract, from the mouth to the anus, but it occurs mainly in the small
intestine. A case of a 36-year-old male patient complaining of abdominal discomfort,
nausea and vomiting is reported; flat abdomen and presence of a hardened mass in the
mesogastrium on physical examination, confirmed by computed tomography. The patient
underwent exploratory laparotomy which revealed a mesentery root cyst attached to the
transverse colon. Resection of the cyst and adjunct bowel portion and synthesis by planes
was performed.
1 RELATO DE CASO
Paciente J. G. Q., masculino, 36 anos, admitido em consulta médica queixando-se
de desconforto abdominal, náuseas e vômitos. Ao exame físico apresentava-se eutrófico,
bom estado geral e corado. Abdômen plano, massa de consistência endurecida em
mesogástrio. Prosseguiu investigação com tomografia computadorizada de abdome total
evidenciando-se presença de cisto.
Paciente foi internado e prescrito tratamento para alívio dos sintomas. Foi
marcado para o dia seguinte da internação: laparotomia exploratória + exérese de cisto
mesentérico + enterectonomia + omentectomia.
Em avaliação pré-anestésica o paciente nega hipertensão arterial sistêmica (HAS),
asma, tabagismo, diabetes mellitus (DM), dispneia, alergias; nega doenças raras,
hepatopatias e procedimentos anteriores; boa capacidade funcional (> ou = 4 METs);
ASA 2 por etilismo social; Hb = 14,3; Ht = 43; plaquetas = 365 M; INR = 1,12; TTPA =
36.
No momento da cirurgia, sob anestesia geral, com o paciente em decúbito dorsal
horizontal, foi realizado a assepsia e antissepsia com colocação dos campos estéreis. Foi
realizada incisão mediana com bisturi frio lâmina nº 22 e diérese por planos com
eletrocautério. O inventário da cavidade abdominal mostrou presença de cisto
mesentérico em raiz do mesentério aderido ao cólon transverso, delgado 30 cm Tretz,
omento, com sinais de sofrimento do delgado, por compressão.
Foi realizado exérese do cisto mesentérico à nível da raiz do mesentério,
omentectomia e enterectomia, com melhora do aspecto da alça após procedimento. Uma
amostra do cisto foi enviada para exame anatomopatológico e citopatológico.
Fez-se a revisão da hemostasia e cavidade, contagem de compressas, foi colocado
dreno tubular nº 10 e ao final foi feita a síntese por planos com fio PDS 1, Vycril 2.0 e
pele com com fio Nylon 4.0 e por fim curativo.
Após tratamento cirúrgico paciente evoluiu bem clinicamente recebendo alta após
3 dias, com funções de eliminação presentes, sem dor, deambulava, sem náuseas e
vômitos. Recebeu orientações, receita e atestado médico.
Após 11 dias da alta hospitalar, o resultado exame anatomopatológico confirmou
cisto mesentérico e ausência de indícios de malignidade na amostra e o citopatológico
evidenciou amostra constituída por material proteináceo com raras células mesoteliais de
permeio.
2 DISCUSSÃO
O Cisto Entérico de Duplicação (CED) é uma anomalia congênita rara, que pode
acometer qualquer porção do trato gastrintestinal (TGI), da boca ao ânus (1-6). Acomete
principalmente o intestino delgado, sendo mais comum o íleo, e sua incidência é baixa
(1:4.500 nascimentos) com leve predomínio no sexo masculino (2, 5).
A etiologia dos CEDs ainda é desconhecida, mas existem várias teorias para
explicar sua origem, o que permite pensar que pode ser uma condição de etiologia
multifatorial. A teoria mais aceita é que ocorre uma compressão de um divertículo durante
o desenvolvimento embrionário levando à duplicação do intestino (2, 5).
O CED pode ser tubular ou cístico e fica fixo à parede do TGI, possui o mesmo
revestimento da mucosa e compartilha da mesma parede da porção do trato normal
adjunto (1-5). Portanto, a nomenclatura das duplicações é de acordo com a porção do TGI
à que estão ligados. Neste caso a ser apresentado, trata-se de um Cisto Mesentérico de
Duplicação - CMD (2).
O diagnóstico é realizado na maioria das vezes na primeira infância (5, 6).
Apresenta-se um quadro clínico variável, que depende da localização, tipo e tamanho da
duplicação (2, 3, 7). O paciente pode apresentar-se assintomático ou sintomático. As
manifestações clínicas são inespecíficas, sendo as mais comuns: náuseas, vômitos, dor
abdominal, presença de massa abdominal, sangramento gastrintestinal e obstrução
intestinal (3, 6, 7). Em adultos, devido ao longo período de presença da duplicação, podem
ocorrer complicações como infecção, torção, perfuração ou malignidade (5, 7).
Exames de imagem podem auxiliar no diagnóstico e nos procedimentos cirúrgicos
de maior dificuldade. A ultrassonografia (US) de abdômen é o método mais utilizado,
mas também podem ser usadas a tomografia computadorizada e ressonância magnética
de abdômen em casos mais complicados (2, 3).
Mesmo com o uso de todos esses recursos, o diagnóstico de CMD é difícil e pode
facilmente ser confundido com outras doenças mais comuns como Doença de Crohn e
Divertículo de Meckel (7).
O tratamento cirúrgico recomendado é a ressecção do cisto junto com a porção do
intestino adjunto para evitar complicações futuras, devendo ser evitado a realização de
cirurgias em casos de cistos de duplicação de tamanho importante, devido à necessidade
de ressecção de grande parte do intestino levando à síndrome do intestino curto. Mas cada
caso deve ser analisado conforme risco-benefício à saúde do paciente (5).
3 COMENTÁRIOS FINAIS
O cisto mesentérico de duplicação é uma anomalia congênita rara de difícil
diagnóstico com o avanço da idade. Os exames de imagem são importantes para o
diagnóstico, que apesar de no caso ter sido tardio, foi feita a ressecção do cisto e porção
do intestino adjunto sem que houvesse complicações, como a síndrome do intestino curto.
REFERÊNCIAS
DECLARAÇÃO
A Revista Brazilian Journal of Development, ISSN 2525-8761 avaliada
pela CAPES como Qualis CAPES 2019 B2, declara para os devidos fins,
que o artigo intitulado “TRATAMENTO CONSERVADOR DE
ABDOME AGUDO PERFURATIVO PÓS POLIPECTOMIA
COLONOSCÓPICA: RELATO DE CASO’’ de autoria de Helen
Brambila Jorge Pareja, Beny Goulart Dias de Castro, Tatiana Jaqueline
Ceolato Pelisson, Aryssa Anielli Sakai, Pedro Augusto de Assis Goes,
Alessandro Luiz Gonçalves, Bruna Ribeiro Lazari, Tatylla Moraes
benedito Vinha, foi publicado no v. 7, n.8, p.77112-77120.
DOI: https://doi.org/10.34117/bjdv7n8-093
DOI:10.34117/bjdv7n8-093
RESUMO
A Perfuração Iatrogênica do Cólon (PIC), é considerada uma das complicações mais
graves relacionadas à colonoscopia. As PICs podem ser manejadas de maneira
conservadora, cirúrgica e endoscópica. Trazemos o relato de um paciente do sexo
masculino que realizou com sucesso o tratamento conservador e endosco em regime de
internação hospitalar após o dignóstico de perfuração de colon pós-colonoscopia. A
mesma ocorreu durante uma polipectomia e foi diagnosticada durante o procedimento.
ABSTRACT
Iatrogenic Colon Perforation (ICP) is considered one of the most serious complications
related to colonoscopy. ICPs can be managed conservatively, surgically and
endoscopically. We present the report of a male patient who successfully underwent
conservative and endoscopic treatment in a hospital stay after the diagnosis of colonic
perforation after colonoscopy. It occurred during a polypectomy and was diagnosed
during the procedure.
1 APRESENTAÇÃO DO CASO
H.Z., do sexo masculino, 68 anos, assintomático, foi diagnosticado com pólipo
cecal de 12 mm durante colonoscopia de rastreio e submetido a polipectomia. Durante o
procedimento houve perfuração do ceco e optou-se por realizar a clipagem endoscópica.
O paciente evoluiu com dor em FID, afebril e estável hemodinamicamente, sem sinais de
IMAGEM 1: Tomografia inicial. Seta azul evidenciando clipe endoscópico deslocado a nível de cólon
transverso.
2 DISCUSSÃO
A colonoscopia é um exame extremamente importante no diagnóstico de doenças
do intestino, como doenças inflamatórias, hemorragias intestinais, doenças benignas e o
câncer colorretal. É utilizada no seu rastreamento, bem como na ressecção de lesões
precursoras, sendo um exame seguro, porém não isento do risco de complicações. Um
estudo com 9012 colonoscopias realizadas por um único gastroenterologista encontrou
uma incidência de 0,07% de complicações maiores. Dentre estas a Perfuração Iatrogênica
do Cólon (PIC) é considerada a de maior gravidade com uma incidência de 0,016% a
0,09%. (1), sendo mais frequente nos procedimentos terapêuticos, representando 0,02–
8%.(2) A ASGE/ACG (American Society for Gastrointestinal Endoscopy/ American
College of Gastroenterology) Task Force on Quality in Endoscopy recomenda um limite
aceitável para incidência de PIC sendo ≤1 em 500 colonoscopias (≤1/1000 naquelas de
rastreio).
A perfuração iatrogênica do cólon é definida com a visualização de gordura intra
abdominal ou vísceras durante o exame, pneumoperitônio ao raio x de abdome ou com a
presença de gás ou líquido livre localizado ou difuso em uma Tomografia
Computadorizada de abdome. (3) O mecanismo de lesão da colonoscopia diagnóstica é
dividido basicamente em 2: trauma direto, mais comum no sigmóide e causador de
perfurações maiores; barotrauma, mais comum no ceco, por ter sua parede mais fina, as
3 CONCLUSÃO
A PIC é uma complicação rara, mas possivelmente letal. Trazemos um caso de
perfuração de cólon pós polipectomia no qual o manejo conservador foi realizado com
sucesso. O objetivo é enfatizar que este deve ser considerado como tratamento, mediante
a experiência do cirurgião e condições clínicas do paciente.
REFERÊNCIAS
(3)Kim SY, Kim HS, Park HJ. Adverse events related to colonoscopy: Global trends and
future challenges. World J Gastroenterol. 2019;25(2):190-204.
doi:10.3748/wjg.v25.i2.190
(4) Corey W. Iqbal, MD; Daniel C. Cullinane, MD; Henry J Schiller, MD; et al. Surgical
Management and Outcomes of 165 Colonoscopic Perforations From a Single Institution.
Arch Surg. 2008;143(7):701-707. doi:10.1001/archsurg.143.7.701
DECLARAÇÃO
DOI: https://doi.org/10.34117/bjdv7n8-121
Por ser a expressão da verdade, firmamos a presente declaração.
RESUMO
A neoplasia pancreática neuroendócrina tem incidência de 1:100.000 e representa 5% de
todos os tumores relacionados ao pâncreas. São classificados em funcional ou não
funcional, de acordo com a síndrome hormonal hipersecretiva. O diagnóstico se dá por
imagens e sua classificação por histopatologia e imunohistoquímica. O diagnóstico e
tratamento precoce são de grande importância; embora muitas vezes os achados se dão
por exames de rotina, em acompanhamento com clínica variada, ou ainda por queixas que
são incomuns e que podem progredir e comprometer a evolução. Dessa forma, torna-se
relevante os diagnósticos diferenciais, diante da complexidade de sinais e sintomas que
podem representar enfermidades raras.
ABSTRACT
The neuroendocrine pancreatic neoplasia has an incidence of 1: 100,000 and represents
5% of all tumors related to the pancreas. They are classified as functional or non-
functional, according to the hypersecretive hormonal syndrome. The diagnosis is made
by images and its classification by histopathology and immunohistochemistry. Treatment
is based on tumor resection. Early diagnosis and treatment are of great importance;
although the findings are often due to routine exams, in follow-up with a varied clinic, or
due to complaints that are epidemiologically uncommon and that can progress and
compromise the evolution. Thus, differential diagnoses are relevant, given the complexity
of signs and symptoms that can represent rare diseases.
1 INTRODUÇÃO
Os tumores neuroendócrinos correspondem a um grupo de neoplasias
relacionadas às células do sistema neuroendócrino difuso. Em geral elas se relacionam
principalmente com pulmão, trato gastroinstestinal e pâncreas (1). No órgão pancreático,
estão localizadas nas ilhotas de langerhans, foram descritas pela primeira vez no ano de
1869 (2).
São tumores heterogêneos, com variações nas manifestações clínicas,
comportamentos biológicos, características patológicas e prognóstico diversificado (3).
As neoplasias neuroendócrinas pancreáticas representam 5% de todos os tumores
relacionados ao pâncreas. Grande parte possui a capacidade de secretar hormônios
endócrinos, entretanto, apenas alguns pacientes possuem sintomatologia que estão
intimamente relacionados ao hormônio predominantemente liberados (4).
O manejo dos pacientes deve obedecer a um acompanhamento multidisciplinar e
o tratamento varia de acordo com o tipo histológico, a localização, tamanho, extensão da
massa tumoral e seu caráter funcional ou não funcional (5).
O tumor neuroendócrino pode ser classificado como funcional ou não funcional,
de acordo com a ocorrência ou não da síndrome clínica/hormonal relacionada à
hipersecreção produzida pela massa tumoral presente; aproximadamente 70%
correspondem ao subtipo não funcional (2).
Os tumores neuroendócrinos funcionais destacam-se dois; o insulinoma
corresponde ao Tipo funcional, é geralmente pequeno e tem um comportamento benigno
em 95% dos casos, com baixo risco de recorrência após a ressecção; o gastrinoma,
responsável pela produção de gastrina, apresenta comportamento maligno, com
progressão lenta. Outros tumores funcionais menos frequentes são vipoma, glucagonoma
e somatoestatinoma; que em média possuem são maiores e de caráter maligno (6). Já os
tumores não funcionais, que corresponde a maioria dos casos dessa neoplasia, não estão
associados a síndromes clínicas; embora frequentemente secretam substâncias variadas,
como polipeptídeos pancreáticos e outros peptídeos, porém não produzem sintomas
específicos e portanto são considerados sem funcionalidade clínica (7). Entretanto,
quando presentes, existem associações com sintomas inespecíficos, na maioria das vezes
relacionada ao efeito de massa que é produzido de acordo com seu tamanho em relação
às estruturas adjacentes.
As manifestações clínicas estão intimamente relacionadas ao tipo de hormônio
produzido pela neoplasia, e/ou seu efeito compressivo em casos específicos.
Os Tumores neuroendócrinos apresentam associação com algumas patologias
hereditárias, em 10 a 20% dos casos, tais como, neoplasia endócrina múltipla tipo 1
(NEM1), síndrome de Von Hippel-Lindau, esclerose tuberosa e neurofibromatose tipo 1
(2,9).
2 RELATO DO CASO:
J.M.N., 23 anos, sexo feminino, vendedora, católica, solteira, negra, não tabagista
e não etilista; procurou serviço de emergência do Hospital Regional de Presidente
Prudente – SP (HRPP) em março de 2019, apresentou quadro de dor abdominal difusa,
com exame ultrassonográfico de abdome identificando imagem nodular, adjacente a
cauda do pâncreas, formação de contornos bem definidos, levemente lobulados e
medindo em seus eixos 46x 43 x 42 mm; Esta formação determina efeito de massa
regional, é hipoecogênica de forma difusa / uniforme e com algumas calcificações em sua
periferia; Não se observou áreas degenerativas císticas, não se observando fluxo ao
doppler colorido. realizado tomografia computadorizada (TC) abdome que evidenciou
lesão expansiva sólida cística na cauda pancreática com realce semelhante ao parênquima
pancreático, que mantém contato com a veia esplênica, com trombose do ramo esquerdo
da porta e seus segmentos laterais e parte medial, lesão sugere Tumor de Frantz ou Tumor
neuroendócrino (FIGURA 1 e 2).
Figura 1 - Tomografia computadorizada de abdome superior com lesão sólido-cística em cauda pancreática
ao corte axial
Fonte: Autores
Figura 2 - Tomografia computadorizada de abdome superior com lesão sólido-cística em cauda pancreática
ao corte coronal
Fonte: Autores
Fonte: Autores
3 DISCUSSÃO
Os tumores neuroendócrinos do pâncreas são neoplasias raras, correspondendo a
aproximadamente 3% de todas as neoplasias pancreáticas primárias e em torno de 10%
de todas as neoplasias neuroendócrinas (1,2). Podem ter apresentação variada que vão
desde síndromes hormonais, até metástases hepáticas ou ainda ter caráter assintomático
com descoberta incidental da massa pancreática em exame de imagem. No relato descrito,
assim como pode ser evidenciado na literatura, a clínica foi diversificada, nossa paciente
demonstrou inicialmente dor abdominal de característica inespecífica, e seu diagnóstico
realizado pela USG de abdome.
4 CONCLUSÃO
O diagnóstico e tratamento precoce do Tumor Neuroendócrino de Pâncreas são de
grande importância; embora muitas vezes os achados se dão por exames de rotina, com
clínica variada, ou por queixas que são incomuns e que podem progredir e comprometer
a evolução. Dessa forma, torna-se relevante os diagnósticos diferenciais, diante da
complexidade de sinais e sintomas que podem representar as enfermidades raras,
necessitando de atenção e cuidado do profissional responsável, uma vez que a progressão
e atraso na abordagem podem configurar prognóstico reservado e sobrevida diminuída.
BIBLIOGRAFIA
4. Guarneri G, et al. Diagnostic strategy with a solid pancreatic mass. Presse Med.
(2019).
7. Jensen RT, et al. ENETS Consensus Guidelines for the Management of Patients
with Digestive Neuroendocrine Neoplasms: Functional Pancreatic Endocrine Tumor
Syndromes. Neuroendocrinology 2012;95:98–119.
10. Brooks JC, et al. Life expectancy in pancreatic neuroendocrine cancer. Clin Res
Hepatol Gastroenterol (2018).
12. Ishida H, Yin Lam AK. Pancreatic Neuroendocrine Neoplasms: The Latest
Surgical and Medical Treatment Strategies based on the current World Health
Organization classification. Critical Reviews in Oncology / Hematology S1040-
8428(19)30219-7.
13. Klimstra DS. Nonductal neoplasms of the pâncreas. Modern Pathology (2007)
20, S94–S112.
DECLARAÇÃO
DOI: https://doi.org/10.34117/bjdv7n8-124
Por ser a expressão da verdade, firmamos a presente declaração.
RESUMO
A tuberculose peritoneal consiste na presença da Mycobacterium tuberculosis na
cavidade peritoneal, mesentério e/ou omento. Sua origem relaciona-se com a rotura
linfonodal ou disseminação hematogênica. É de instalação insidiosa, com perda de peso,
dor abdominal e ascite. A persistência na investigação e a opção pela laparoscopia
possibilitaram a definição diagnóstica e o acesso ao tratamento adequado. A laparoscopia
tem sido uma ferramenta decisiva neste percurso e com potencial terapêutico já em
primeira avaliação.
ABSTRACT
Peritoneal tuberculosis consists of the presence of Mycobacterium tuberculosis in the
peritoneal cavity, mesentery and / or omentum. Its origin is related to lymph node rupture
or hematogenous dissemination. It is insidious, with weight loss, abdominal pain and
ascites.The anatomopathological study identified a tuberculoid granulomatous
inflammatory process and was referred to infectious diseases. The persistence of the
investigation and the option for laparoscopy made it possible to define the diagnosis and
access the appropriate treatment. Laparoscopy has been a decisive tool in this path and
has therapeutic potential already in the first evaluation.
1 INTRODUÇÃO
A tuberculose é um grave problema da saúde pública. A cada ano, no Brasil, são
notificados aproximadamente 70 mil casos novos e ocorrem 4,5 mil mortes em
decorrência da doença. Afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros
órgãos e sistemas. Em 2010, ocorreram no Brasil 71.658 novos casos de tuberculose,
considerando-se todas as formas, e 10.071 de tuberculose extrapulmonar (1).
2 RELATO DO CASO
M.L.M.B, sexo feminino, 62 anos, relatou perda ponderal significativa, 9kg em 4
meses. Realizado tomografia de abdome cujo laudo descrevia “múltiplos nódulos
peritoneais medindo até 1,1 cm. Linfonodomegalias retroperitoneais e ilíacas bilaterias
medindo até 1,9 cm x 1,8 cm na cadeia ilíaca externa esquerda. Fígado com contornos e
dimensões conservadas. Ausência de liquido livre na cavidade peritoneal.” Em
atendimento, negou queixas álgicas, mudança no apetite ou hábito intestinal. Também
não houve febre ou dispneia no período, encaminhada ao Hospital Regional, Ao exame
físico, sem alterações, realizou exames laboratoriais inespecíficos e marcadores tumorais
CEA; CA 125; CA 19,9; CA 15.3; alfa fetoproteina, todos dentro da normalidade, exceto
CA 15.3 com valor de 36,5 e CA 19,9 de 41, ambos com discreto aumento. Realizou-se
Figura 1 – Tomografia de abdome demonstrando implantes omentais em local onde foi realizada a biopsia
Fonte - Autor
3 DISCUSSÃO
A Tuberculose Peritoneal desenvolve-se através da reativação de foco latente no
peritônio estabelecido a partir de disseminação hematogênica de um foco primário
pulmonar e mais raramente por disseminação transmural ou contiguidade com a cavidade
peritoneal, seja por rotura linfonodal, disseminação gastrointestinal ou envolvimento
tubário (6). Está associada, em apenas 1/3 dos casos, à tuberculose pulmonar ativa, assim
como as outras formas extrapulmonares (5).
Em relação à apresentação clínica, a tuberculose peritoneal ocorre de forma
subaguda, com sintomas inespecíficos sendo visualizados num período de semanas a
Fonte - Autor
4 CONCLUSÃO
Dessa forma, a pesquisa ou cultura de amostras de tecidos constitui padrão-ouro
para o diagnóstico de tuberculose peritoneal. A abordagem cirúrgica quer por
laparoscopia ou laparotomia, é, portanto, importante para investigação na suspeita de
tuberculose peritoneal, pois permite a inspeção e a obtenção de amostras para análise
histopatológica e microbiológica.
A tuberculose peritoneal é uma entidade de amplo espectro de difícil diagnóstico
e que requer um alto grau de suspeição. Os exames laboratoriais e de imagem
demonstraram baixo grau de sensibilidade e especificidade em relação à laparoscopia
diagnóstica, em muitos se apresentando como elemento de confusão quando tal
diagnóstico não é suspeitado. A partir deste relato constatou-se não só a relevância da
doença como hipótese diagnóstica, mas principalmente a importância da exclusão ou
comprovação de diagnósticos diferenciais tratáveis quando se suspeita de doença
avançada.
BIBLIOGRAFIA
1) http://portalsinan.saude.gov.br/tuberculose
2) Rocha EL, Pedrassa BC, Bormann RL, Kierszenbaum ML, Torres LR, D’Ippolito
G. Tuberculose abdominal: uma revisão radiológica com ênfase em
achados de tomografia computadorizada e ressonância magnética. Radiol Bras. 2015
Mai/Jun;48(3):181–191.
5) Kai Ming Chow, Viola Chi Ying Chow, Lawrence Cheung Tsui Hung, Shiu Man
Wong, Cheuk Chun Szeto, Tuberculous Peritonitis–Associated Mortality Is High among
Patients Waiting for the Results of Mycobacterial Cultures of Ascitic Fluid
Samples, Clinical Infectious Diseases, Volume 35, Issue 4, 15 August 2002, Pages 409–
413
DECLARAÇÃO
DOI: https://doi.org/10.34117/bjdv7n8-126
Por ser a expressão da verdade, firmamos a presente declaração.
RESUMO
O tumor de krukenberg é um carcinoma metastático ovariano gastrointestinal. A
apresentação é inespecífica com dor abdominal e alterações intestinais. Em média 30%
das neoplasias ovarianas são metastáticas, sendo o estômago sua origem mais comum
(76%), seguido do colorretal (11%). O objetivo do estudo foi relatar e revisar na literatura
um caso de um paciente de 24 anos diagnosticada com Tumor de Krukenberg após
investigação com exames de imagens devido à sintomatologia de dor abdominal e
enterorragia, onde se identificou adenocarcinoma de reto e massa anexial esquerda. Foi
realizado retossigmoidectomia com anastomose colo-anal, ileostomia em alça de proteção
e salpingooforectomia esquerda. O tumor de Krukenberg tem o estômago como principal
órgão de origem, seguido de retossigmóide, em baixa proporção. O prognóstico não é
favorável; sendo um diagnóstico raro com possibilidade de recorrência após cirurgia
citorredutora e muitas vezes seguida de terapia paliativa. Portanto, sendo o relato descrito
apenas para um único ovário e sua origem retal, com dificuldade para traçar um
prognóstico, torna-se relevante, o que demonstra um caso raro e de menor incidência na
literatura.
ABSTRACT
Krukenberg's tumor is a gastrointestinal ovarian metastatic carcinoma. The presentation
is nonspecific with abdominal pain and intestinal changes. On average 30% of ovarian
neoplasms are metastatic, with the stomach being its most common origin (76%),
followed by colorectal (11%). The aim of the study was to report and review in the
literature a case of a 24-year-old patient diagnosed with Krukenberg's Tumor diagnosed
after imaging studies due to symptoms of abdominal pain and enterorrhagia, which
identified adenocarcinoma of the rectum and left adnexal mass. Rectosigmoidectomy was
performed with a coloanal anastomosis protective loop ileostomy and left
salpingoophorectomy. The Krukenberg tumor has the stomach as its main organ of origin,
followed by a rectosigmoid, in a low proportion. The prognosis is not favorable; being a
rare diagnosis with the possibility of recurrence after cytoreductive surgery and often
followed by palliative therapy. Therefore, since the report is described only for a single
ovary and its rectal origin, with difficulty in drawing a prognosis, it becomes relevant,
which shows it is a rare case and of lesser incidence in the literature.
1 INTRODUÇÃO
Os tumores de Krukenberg são definidos como sendo tumores ovarianos
metastáticos com origem primária definida essencialmente nos adenocarcinomas
gastrointestinais (1). É descrito como um tipo incomum de câncer de ovário, demonstrado
na literatura em 1896 pelo ginecologista e patologista Friedrish Ernest Krukenberg.
Entretanto, apenas em 1902 Schlagenhaufer demonstrou de fato a metástase e evidenciou
seu sítio principal (2). Sabe-se que aproximadamente 30 % das neoplasias ovarianas são
metastáticas, sendo o estômago o local de origem mais comum (76%), seguido da
localização colorretal (11%), apêndice, mama, sistema biliar, intestino delgado e
pâncreas, com mal prognóstico e alta taxa de recorrência. (3,4,5) Sua incidência tem um
intervalo variável entre 0,7% e 6,7% (2). A ocorrência varia de acordo com as taxas de
tumor no trato gastrointestinal, sendo assim, em países com alta prevalência de carcinoma
gástrico, como os orientais, o tumor de Krukenberg alcança proporções elevadas, de
17,8% de todas as neoplasias ovarianas (5).
A avaliação pré-operatória da extensão da lesão metastática possui melhor prognóstico
quando confinadas em pelve, com um planejamento que deve abranger a citorredução
completa e a quimioterapia ativa, visando um procedimento cirúrgico com intensão
curativa e possíveis benefícios ao paciente (3). As drogas quimioterápicas geralmente
apresentam baixa atividade antiproliferativa nos ovários, sendo assim, a intervenção
cirúrgica radical associada a terapia adjuvante, possui melhores resultados (3). O tumor
de Krukenberg com o sitio primário colorretal, tem prognóstico mais favorável após
tratamento, utilizando assim, a técnica de completa ressecção cirúrgica e quimioterapia
sistêmica (6).
2 RELATO DO CASO
T.C.S., 24 anos, encaminhada para serviço de referência em cirurgia geral do
Hospital Regional de Presidente Prudente- SP (HRPP), com quadro de dor abdominal em
fossa ilíaca esquerda acompanhado de enterorragia há 2 dias, refere que já apresentou
episódios anteriores, com mesma sintomatologia, porém não procurou atendimento
médico, nega história de câncer na família e nega perda de peso, sem outras queixas. Ao
toque retal foi identificado massa em reto médio sub estenosante, sangrante, sem outras
alterações no exame físico sistematizado. Realizado colonoscopia, que visualizou lesão
vegetante com bordas elevadas e infiltradas a cerca de 6 cm da borda anal, com centro
necrótico e formato circunferencial, subestenosante, ocupando 80% da luz do órgão, com
biopsia da lesão, em que o anatomopatológico identificou adenocarcinoma bem
diferenciado retal (figura 1).
Fonte: Autores
Figura 2 - Tomografia de Pelve. Seta superior demonstrando massa anexial esquerda; seta inferior com
lesão vegetante estenosante de reto com caráter neoplásico primário
Fonte: Autores
Figura 3 - Volumosa formação expansiva cística multiloculada e heterogênea na região anexial esquerda
medindo 10,6 x 6,8 x 9,3 cm e contato com a lesão infiltrativa da lesão retal junto ao paramétrio esquerdo
Fonte: Autores
Figura 4 - Produto de retossigmoidectomia com 21,0cm de comprimento e diâmetros variáveis entre 4,0
cm e 7,0 cm
Fonte: Autores
Figura 5 - Produto de retossigmoidectomia superiormente; ovário esquerdo inferiormente com peso de 186
gramas e 10,0 x 7,0 x 5,3 cm, com superfície lisa e acinzentada
Fonte: Autores
3 DISCUSSÃO
O tumor de krukenberg é um tumor ovariano que surge de metástase
principalmente do sítio primário relacionado à adenocarcinoma do trato gastrointestinal,
sendo principalmente de localização estomacal (76%), seguido de colorretal.(11%).
Observa-se também, com menor frequência, relatos de localização mamária, sistema
biliar, apêndice e até mesmo trato urinário. (4). O caso relatado demonstra uma paciente
que teve como origem o reto e sigmoide, confirmado pela clínica e exames
complementares.
A maioria dos pacientes são assintomáticos para o tumor ovariano em seu estágio
inicial, demonstrando uma clínica mais característica quando se tem o crescimento
exagerado da massa tumoral. Por esta razão, o atendimento médico somente é procurado
em casos mais avançados da enfermidade. Contudo, na grande parte dos acometidos
(70%), há sintomas inespecíficos, incluindo dor abdominal e até mesmo ascite (10). No
caso relatado, sintomas como dor abdominal estavam presentes, evidenciando também
anatomopatológico, fator descrito como prognóstico ruim, uma vez que a doença é de
forma geral, agressiva e de progressão desfavorável (14). Portanto, desse modo, temos
características para uma evolução positiva da doença e também para um
comprometimento precoce em sua evolução pós-operatória, o que dificulta desse modo,
traçar um prognóstico favorecedor ou ruim.
A Sociedade Americana de Cirurgiões Retais não recomendam a realização de
ooforectomia profilática de rotina para pacientes acometidos com neoplasia de cólon,
entretanto, para casos de extensão metastática por seus diversos acometimentos, em
envolvimento ovariano subsequente, deve-se realizar o procedimento cirúrgico - em casos
suspeitos ou com diagnóstico conclusivo; sendo assim, o cirurgião após avaliação
complementar, deve realizar a retirada do tumor secundário durante a ressecção do tumor
do trato gastrointestinal (15). Por consequência, as técnicas realizadas no relato acima
estão descritos em literatura médica, visto que foi diagnosticado o acometimento primário
por história clínica, exame físico e complementar e o envolvimento do ovário esquerdo
por técnica de imagem. Dessa maneira, efetuou-se a retossigmoidectomia abdominal em
oncologia, jejunostomia/ileostomia em alça e adicionalmente, salpinpooforectomia
esquerda em oncologia.
O estadiamento deve sempre ser realizado de acordo com o TNM e incluir uma
avaliação da integridade da peça cirúrgica - profundidade do tumor primário, o
acometimento de linfonodos e metástase à distância. Podemos descrever o caso de acordo
com o diagnóstico disponível em T4A, N1C e M1B. Logo, na interpretação, descrevemos
como tumor penetrante de serosa, presença de implantes satélites em tecido adiposo
perirretal e metástase para ovário e peritônio, pertencente, por consequência, ao estádio
IVB. Neste caso, indica-se um tratamento individualizado com intervenção
multidisciplinar para a ressecção colônica e da metástase, adicionalmente ao tratamento
quimioterápico (15).
4 CONCLUSÃO
O tumor de Krukenberg é um raro tumor secundário de origem metastática do
trato gastrointestinal, acometendo mais frequentemente bilateralmente os ovários. O local
de maior acometimento primário é o estômago, seguido de retossigmóide, em baixa
proporção (4). Portanto, sendo o relato descrito apenas para o ovário esquerdo e sua
origem o adenocarcinoma retal, torna-se relevante a descrição, concluindo ser um caso
mais raro e de menor incidência na literatura.
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DECLARAÇÃO
DOI:10.34117/bjdv7n7-468
RESUMO
Dentre as hérnias que acometem a população feminina, as de ocorrência mais rara
descritas são aquelas que possuem como conteúdo partes de órgãos reprodutivos. Estas
são mais comuns em crianças devido a particularidades anatômicas e anomalias
congênitas. A suspeita de hérnia ovariana deve ser levantada no diagnóstico diferencial
em pacientes adultas com queixa de abaulamento ou massa em região inguinal durante
exame físico. Não raro, o conteúdo herniário torna-se um desafio para o cirurgião, pois
na maioria das vezes este é descoberto intra-operatório, durante o tratamento de urgência
de uma hérnia encarcerada ou estrangulada. O tratamento das hernias é cirúrgico, com
reparo seguro e eficiente, evitando tais complicações. Nesse estudo, relatamos um caso
de hérnia inguinal encarcerada em paciente feminino, adulta, com conteúdo ovariano com
cisto hemorrágico roto.
ABSTRACT
Among the hernias of the female population, those of the rarest occurrence described are
those with content of reproductive organs, more common in children due to anatomical
particularities and congenital anomalies that confer the low occurrence in the adult female
population. Ovarian hernia should be considered in the differential diagnosis in adult
women, with bulging or mass in the inguinal region during physical examination.
However, not infrequently, the hernia content becomes a challenge for the surgeon
because it is often discovered intraoperatively, during emergency treatment due to
complications of incarceration and strangulation. The treatment of hernia is surgical, with
safe and efficient repair, avoiding such complications. In this study, we report a case of
incarcerated Inguinal hernia with ruptured ovarian cyst in a female adult.
1 INTRODUÇÃO
A hérnia inguinal corresponde a protrusão de estruturas abdominais por uma
abertura miofascial dos músculos oblíquo e transverso do abdômen. Elas podem ser
genéticas ou adquiridas, diretas ou indiretas. No adulto, a maioria das hérnias são
consideradas adquiridas, porém, evidências sugerem fatores genéticos os quais elevam
2 CASO
F.D.R, sexo feminino, 39 anos, natural e procedente de Presidente Prudente,
apresentou-se para consulta do pronto socorro no dia 28 de Outubro de 2019 com história
de dor há três dias em região inguinal esquerda, de forte intensidade, associada a náuseas,
negava vômitos e outros sintomas. Paciente com histórico de duas cesáreas, sendo que,
em uma delas, houve morte fetal dois dias após o nascimento. Foi relatado também
pieloplastia anterior realizada em 2002 por estenose JUV e agenesia de ovário esquerdo.
Ao exame físico geral apresentou-se em bom estado geral, corada, hidratada, eupneica,
afebril, acianótica, anictérica e orientada em tempo e espaço. Na ausculta pulmonar:
murmúrio vesicular presente bilateral, sem ruídos adventícios; ausculta cardíaca: Bulhas
rítmicas normofonéticas, em dois tempos, sem sopro; avaliação do abdômen: normotenso,
ruídos hidroaéreos presentes, sem visceromegalias. Presença de abaulamento em região
inguinal esquerda irredutível, com hematoma local e sinais flogísticos, o resultado da
avaliação foi compatível com hérnia inguinal esquerda encarcerada e estrangulada.
Devido aos achados de exame físico, paciente foi imediatamente encaminhada à cirurgia
(figura 1), sendo submetida à inguinotomia de urgência com exploração local, com
hipótese diagnóstica de hérnia inguinal unilateral encarcerada. Achados cirúrgicos
revelaram cisto de corpo lúteo ovariano roto (figura 2). Foi realizada ooforectomia
3 DISCUSSÃO
Hérnias inguinais são definidas como a protusão de um órgão abdominal ou da
gordura pré-peritoneal através do canal inguinal. Apresentam maior incidência em
homens, com um risco variavel de 27% a 43% enquanto o risco na população feminina
varia entre 3 e 6%4. As hérnias inguinais que apresentam órgãos reprodutores femininos
são casos mais atípicos, tendo uma incidencia de apenas 2,9 %6. Apesar de Gurer (2005)
ter encontrado em seu estudo retrospectivo uma incidência semelhante de hérnias
inguinais com conteúdo anexial entre a população feminina adulta e perimenopausa e em
crianças, estudos mais atuais demonstram uma prevalência maior em lactentes e crianças,
comumente associada a anomalias congênitas do trato genital.7,4,6,8
Esta ocorrência rara em mulheres adultas nos levam a uma escassez de dados
relacionados a prevalência de hérnias da região inguinal contendo partes dos órgãos
reprodutores femininos4. O presente relato descreve o caso de uma mulher adulta
apresentando hérnia inguinal com conteúdo de cisto ovariano de corpo lúteo roto.
Através do exame físico incluindo inspeção e palpação da região inguinal é
possível realizar o diagnóstico frente ao achado de abaulamento ou massa inguinal
dolorosa ou indolor, redutível ou não melhor evidenciada em ortostase ou durante a
manobra da Valsalva. A presença do cólon sigmóide à esquerda torna menos comum sua
apresentação deste lado em comparação ao contralateral. Ao diagnóstico clínico de hérnia
inguinal deve-se buscar por sinais de encarceramento ou estrangulamento, como por
exemplo a presença de conteúdo irredutível, com eritema ou endurecimento.9
A imagem pré-operatória pode ser importante pois facilita o diagnóstico imediato,
levando a um gerenciamento adequado e melhor atendimento ao paciente.9 Em mulheres
pré-menopausa, as características morfológicas do ovário em saco herniário podem ser
identificadas pelo exame ultrassonográfico, onde o ovário é identificado como uma massa
com múltiplos pequenos cistos sonolucentes e uma porção hiperecóica da massa
envolvida por um fluxo arterial ao Doppler indicaria o corpo lúteo. Além disso, exames
ultrassonográficos transabdominais da pelve podem revelar a ausência de um ovário na
pelve inferior do mesmo lado da hérnia inguinal10 ; dado evidenciado no presente relato
pelo antecedente da paciente de agenesia de ovário a esquerda. A ultrassonografia com
doppler pode também distinguir encarceramento e estrangulamento, avaliando
ocomprometimento do fluxo sanguíneo que pode levar a necrose do conteúdo hérniario.9
Embora útil no diagnóstico pré-operatório, a ultrassonografia não deve atrasar o
4 CONCLUSÃO
Pela raridade da patologia em pacientes do sexo feminino adultas há uma escassez
de estudos que esclareçam os mecanismos exatos para a ocorrência deste tipo de
herniação.
As hérnias ovarinas devem ser consideradas como diagnóstico diferencial de
massa palpável em região inguinal e ter alto nível de suspeita, frente ao risco de
complicações como isquemia vascular visto que a torção ovariana pode estar presente
mesmo sem sinais de estrangulamento do conteúdo herniário. Dessa maneira, o cirurgião
deve estar preparado para encarar tais complicações quando encontradas no intra-
operatório.
Os exames de imagem, apesar de colaborarem com o diagnóstico e conduta
terapêutica nem sempre são úteis principalmente quando trata-se de um caso emergencial,
sendo assim, a experiência médica e o exame físico, quando bem realizados, se
sobressaem aos métodos ultrassonográficos em casos de urgência como este, diminuindo
o atraso cirúrgico e determinando melhor prognóstico.
REFERÊNCIAS
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DECLARAÇÃO
DOI:10.34117/bjdv7n7-471
RESUMO
A hérnia paracolostomica (HPC) é uma complicação comum que pode ocorrer em
decorrência da abertura de um estoma e seu aparecimento tem um mecanismo
multifatorial. O diagnóstico é clinico através de exame físico, mas pode ser
complementado com exames de imagem (tomografia computadorizada e
ultrassonografia. As principais complicações se referem a problemas no ajuste do estoma
que causam prejuízos e risco pros pacientes. O tratamento é cirúrgico, existindo,
atualmente, diversas técnicas para reparo e a escolha dessas é feita com o objetivo de
apresentar menor risco de complicações e recidiva. Nesse trabalho relatamos um caso de
hérnia paracolostomica de paciente feminino, idosa, que apresentou perfuração após
preparação de cólon para realização de reconstrução do trânsito intestinal.
ABSTRACT
Paracolostomic hernia (PCH) is a common complication that can occur as a result of the
opening of a stoma and its appearance has a multifactorial mechanism. The diagnosis is
clinical through physical examination, but can be complemented with imaging tests
(computed tomography and ultrasound. The main complications refer to problems in the
adjustment of the stoma that cause damage and risk to patients. The treatment is surgical,
existing, currently, , several repair techniques are chosen with the aim of presenting a
lower risk of complications and recurrence. In this paper we report a case of
paracolostomic hernia in an elderly female patient, who presented perforation after colon
preparation for transit reconstruction intestinal.
1 INTRODUÇÃO
Hérnia paracolostomica (HPC) é a complicação mais comum que pode ocorrer
após a confecção de um estoma.¹,²,³,5 Incide 50% da população ostomizada, sendo que
2,5
aumenta a cada ano que passa. Alguns fatores aumentam seu aparecimento, como o
tamanho da abertura do estoma, defeitos da parede e a idade.4,11
2 DESCRIÇÃO DO CASO
M.A.L, sexo feminino, 79 anos, admitida no serviço de Cirurgia Geral do Hospital
Regional de Presidente Prudente com quadro de dor abdominal, distensão, parada da
eliminação de gases e fezes, vômitos e hipotensão, que surgiram após iniciar preparo de
cólon para realização de reconstrução de trânsito intestinal. História pregressa de
neoplasia de reto submetida a retossigmoidectomia com colostomia por técnica de
hartmann em 2012 em outro serviço. Paciente com antecedentes pessoais de doença renal
crônica.
Ao exame físico apresentava-se em regular estado geral, descorada, desidratada,
eupneica, afebril, PA: 100x50 mmHg, frequência cardíaca de 107 batimentos por minuto,
Figura 3. Raio-X de abdômen em decúbito dorsal com distensão de alças e sinal de Rigler.
4 DISCUSSÃO
A hérnia paracolostomia é um tipo de hérnia incisional decorrente da abertura de
um estoma criado durante o tratamento cirúrgico de doenças oncológicas, inflamatórias
ou neurogênicas do cólon quando há necessidade de um desvio temporário ou permanente
da continuidade intestinal, sendo uma complicação frequente e considerada inevitável. 3,5
A grande maioria das vezes as hérnias apresentam assintomáticas ou por um abaulamento
na parede abdominal que pode ser melhor visualizado com manobra de Valsalva durante
o exame físico. Quando sintomáticas, elas podem causar desconforto, dor no local do
estoma, obstrução intestinal, vazamentos, problemas no manuseio do estoma e
encarceramento.13
A PHS pode ocorrer por uma origem multifatorial. Dentro dos fatores
relacionados a cirurgia, uma das principais causas está na falha na confecção do estoma
que, por ser uma técnica imprecisa, pode criar um defeito de tamanho grande,
contribuindo por si só para o desenvolvimento de hérnia4. Além disso, a hérnia também
pode ser associada a um posicionamento incorreto do estoma3, podendo ser colocado em
o estoma e com um saco peritoneal percebido menor ou maior que 5 cm. Sendo Ia uma
condição vista como “pré-hernial”. A classificação II quando conteúdo herniário é de
gordura omental através da ostomia e a classificação III é usada quando há uma alça
intestinal herniante que não o intestino que forma o estoma. Essa classificação é
percebida através da TC, frequentemente usada em estudos de PHS e a importância do
estadiamento, descrito pelo estudo, deve-se ao fato de que a associação da tomografia
com o exame clinico aumenta a precisão da técnica para estimar a real taxa de incidência
da hérnia. Apesar disso, parece que a precisão técnica diminui quando se trata de hérnias
assintomáticas, sendo uma redutível invariavelmente subdiagnosticada e assim, não teria
relevância clinica diagnóstica.12 Assim, a tomografia computadorizada tem sido utilizada
para uma melhor precisão do diagnóstico principalmente em casos sintomáticos, como
descreveu Hotouras (2013) em seu estudo. Além da TC, atualmente, o ultra-som
endoscópico (EUS) com reconstrução 3D foi recentemente proposto como uma
ferramenta para classificação de hérnias parasitas. O EUS foi associado a uma
confiabilidade justa entre observadores e intra-observadores e pode se tornar um método
de baixo custo para avaliação de hérnias parastomais.9
No caso descrito, os exames complementares realizados foram para diagnosticar
a presença do abdome agudo, que confirmou com a radiografia, não sendo realizada
tomografia computadorizada devido ao caráter urgência do caso.
As indicações para o tratamento cirúrgico da hérnia parastomal sejam limitadas
principalmente aos casos com sintomas e complicações graves, ocorrendo em
aproximadamente 30% de todos os pacientes com hérnia. As principais indicações para a
cirurgia de correção contemplam o estrangulamento, encarceramento, obstrução, fistula
paraestomal, perfuração e isquemia somal. Enquanto que as contra-indicações dizem
respeito a uma doença maligna terminal, câncer irressecável ou metastático, comorbidade
e fechamento programado temporário do estoma.11 No caso relatado foi indicado cirurgia
de urgência, pois se trata de uma complicação grave, com estrangulamento da mesma e
perfuração.
A escolha do tipo de reparo a ser realizado bem como a abordagem dependem não
só dos riscos, mas também da experiência do cirurgião para a técnica de correção
escolhida, além das particularidades de cada paciente em relação a complicações e
comorbidades.11,14 Neste relato foi optado por laparotomia e herniorrafia sem colocação
de tela, pois paciente estava com peritonite, e o uso da mesma é proscrito nessa situação.
4 CONCLUSÃO
Apesar de ser uma complicação esperada à confecção do estoma, os estudos ainda
trazem como objetivos estabelecer a melhor técnica de confecção de estomas para
prevenir o aparecimento das hérnias paraestomais, melhores métodos diagnósticos destas
e, principalmente, o tratamento mais adequado das mesmas de acordo com as
características da hérnia e riscos do paciente. Em meio disso, a utilização de exames
complementares de imagem, como a ultrassonografia e, principalmente, a tomografia
computadorizada são essenciais para a classificação e o diagnóstico da PHS. Em relação
ao tratamento cirúrgico, este deve ter indicação adequada frente aos sintomas e principais
complicações envolvidas, e o tipo de reparo deve levar em consideração os riscos para o
paciente e a experiência do cirurgião.
Nosso estudo demonstrou que, diante de uma complicação grave prevista em
literatura, nem sempre é possível a realização de diagnóstico por imagem bem como uma
programação cirúrgica, sendo necessária muitas vezes recorrer a cirurgia de urgência em
busca de, não só a correção da hérnia, como também o tratamento das complicações
envolvidas, em nosso caso, o estrangulamento e a perfuração.
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DECLARAÇÃO
DOI: https://doi.org/10.34117/bjdv7n7-533
Por ser a expressão da verdade, firmamos a presente declaração.
05 de setembro de 2021
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Certificamos que o trabalho
05 de setembro de 2021
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