Você está na página 1de 78

ESTE015 – Fundamentos de Conversão de

Energia Elétrica

Eletrostática

Agradecimento Especial: Profa. Ahda Pionkoski Grilo Pavani e prof. Ademir Pelizari
pelo fornecimento das informações contidas nesta apresentação

Fabiana Ap. de Toledo Silva


toledo.silva@ufabc.edu.br

1
OBSERVAÇÃO

O OBJETIVO DESTE MATERIAL É APRESENTAR


RESUMIDADMENTE O CONTEÚDO DO PROGRAMA DA
DISCIPLINA, DE FORMA A MINIMIZAR O TEMPO QUE É
GASTO COM ANOTAÇÕES.

ESTE MATERIAL PODE SER UTILIZADO COMO GUIA


DE ESTUDO, MAS NÃO SUBSTITUI A LEITURA DO
LIVRO TEXTO E BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA.

2
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO
2. LEI DE COULOMB
3. INTENSIDADE DE CAMPO ELÉTRICO
4. CAMPOS ELÉTRICOS DE DISTRIBUIÇÕES CONTÍNUAS DE
CARGA
5. FLUXO E DENSIDADE DE FLUXO ELÉTRICO
6. POTENCIAL ELÉTRICO
7. CAPACITOR
8. EXERCÍOS
9. ATIVIDADE EXTRA-CLASSE
10. REFERÊNCIAS

3
Introdução
1. INTRODUÇÃO

 No domínio das baixas frequências (ω = 0), os campos elétricos e


campos magnéticos podem ser tratados de forma independentes.

 Um campo eletrostático é gerado por uma distribuição de carga de


cargas estáticas. Desse modo, a Eletrostática trata das propriedades
das interações de corpos eletrizados quando em repouso.

Inicialmente, serão apresentados os conceitos aplicáveis a campos


elétricos estáticos (ou invariáveis no tempo) no espaço livre (ou
vácuo).

Fonte: Adaptado de BASTOS (2012) , PAVANI (2023) , PELIZARI (2022) e SADIKU (2004) 4
Introdução
2. LEI DE COULOMB

 A Lei de Coulomb é uma lei experimental, formulada em 1785


pelo coronel francês Charles Augustin de Coulomb.

 Trata da força exercida por uma carga pontual sobre outra carga
pontual. (Carga pontual => carga localizada em um corpo cujas dimensões são muito
menores que outras dimensões relevantes).

 As cargas são medidas em Coulomb (C):


 1 coulomb = 6 x 1018 elétrons.
 Carga de um elétron = -1,6 x 10-19 C.

Fonte: Adaptado de SADIKU (2004) 5


LEI DE COULOMB

Charles Augustin de Coulomb (1736 – 1806)

 Nascimento: Angolema, 14 de junho de 1736.


 Falecimento: Paris, 23 de agosto de 1806.
 Foi um físico francês. Em sua homenagem, deu-se seu nome
à unidade de carga elétrica, o coulomb.
 Engenheiro de formação, Coulomb foi principalmente físico. Em
1783 publicou sete tratados sobre eletricidade e magnetismo, e
outros sobre torção, atrito entre sólidos, etc. Experimentador
genial e rigoroso, realizou uma experiência histórica com
uma balança de torção para determinar a força exercida entre
duas cargas elétricas, a partir da qual estabeleceu a chamada lei
de Coulomb.
 Durante os últimos quatro anos da sua vida, foi inspetor geral do
ensino público e teve um papel importante no sistema educativo
da época.

6
Fonte: Adaptado de https://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Augustin_de_Coulomb (2023)
Introdução
LEI DE COULOMB

 A Lei de Coulomb estabelece que a força F entre 2 cargas pontuais


Q1 e Q2 , como mostrado na Figura 2.1, é dada pela Equação 2.1.


Figura 2.1 – Vetor força coulombiana sobre as kQ1Q2 
cargas pontuais Q1 e Q2 F 12  2
a R12 Eq. 2.1
R12

Constante de
proporcionalidade

1
k  9 109 m / F
4 0
10 9
Permissividade  0  8,854 10 12  F /m
do espaço livre 36


Q1Q2 
F 12  a R12 Eq. 2.2
Fonte: Adaptado de SADIKU (2004) 4 0 R12
2
7
Introdução
LEI DE COULOMB

 Sendo:


 
R12  r 2  r 1

Eq. 2.3 R  R12 Eq. 2.4

 
 
R12
R12 Q1Q2 
a R12    Eq. 2.5 F 12  R 12 Eq. 2.6
R12 R 4 0 R 3

Fonte: Adaptado de SADIKU (2004) 8


Introdução
 OBSERVAÇÕES:
LEI DE COULOMB

    
1) F 21  F 12 a R 21  F 12 ( a R 12 ) ou
 
F 21   F 12
Eq. 2.7

2) Cargas de mesmo sinal se repelem, e cargas de sinal contrário se


atraem, conforme mostrado na Figura 2.2.

Figura 2.2 – Sentido da força coulombiana entre cargas de mesmo sinal e de


sinais contrários

Fonte: Adaptado de SADIKU (2004) 9


Introdução
LEI DE COULOMB

3) A distância R entre os corpos carregados Q1 e Q2 deve ser bem


maior que as dimensões lineares dos corpos (ou seja, as cargas
devem ser pontuais).

4) As cargas Q1 e Q2 devem ser estáticas (ou seja, as cargas devem


estar em repouso).

5) Os sinais das cargas Q1 e Q2 devem ser considerados na Equação


2.2.

Fonte: Adaptado de SADIKU (2004) 10


Introdução
LEI DE COULOMB

 Para um conjunto discreto de “n” cargas no vácuo, conforme a


Figura 2.3, a força resultante é dada pela Equação 2.9.
Figura 2.3 – Força sobre Q para um conjunto discreto de “n’ cargas no vácuo
Fonte: Adaptado de SADIKU (2004)

      
F 1  F 12  F 13  F 14  F 15  F 16    F 1n Eq. 2.8

1 nqi q j 
Fi   . a r ij  PRINCIPIO DA SUPERPOSIÇÃO Eq. 2.9
4 0 j  i rij 2 11
Introdução
3. INTENSIDADE DE CAMPO ELÉTRICO

 Imagine uma carga “q” no espaço. Até uma determinada distância,


contada a partir da carga “q”, qualquer outra carga aí colocada
sofrerá a ação de forças eletrostáticas. A essa região que envolve a
carga “q” denomina-se campo elétrico, conforme mostrado na
Figura 3.1.
Figura 3.1 – Campo elétrico devido à uma carga “q”

Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) e QUEVEDO (1993) 12


Introdução
INTENSIDADE DE CAMPO ELÉTRICO

 É importante ressaltar que, ao dizermos que o campo elétrico é a


região do espaço que envolve uma carga elétrica e na qual, ao
colocarmos outra carga, esta sofre a ação de uma força de atração
ou de repulsão, estamos dando uma noção apenas qualitativa do que
convencionamos chamar de campo elétrico.

 Devemos, entretanto, associar a essa noção uma grandeza que nos


permita efetuar cálculos e que seja compatível com a descrição
dada.

13
Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) e QUEVEDO (1993)
Introdução
INTENSIDADE DE CAMPO ELÉTRICO

Para caracterizar matematicamente as propriedades adquiridas pela


região do espaço na qual colocamos uma carga elétrica, ou seja, para
caracterizar essa nova qualidade da região, consideremos a seguinte
situação: suponhamos que uma carga elétrica “q” modifique uma
certa região, isto é, produza um campo elétrico ao seu redor.

Coloquemos num ponto qualquer dessa região que envolve “q”, uma
outra carga elétrica muito pequena, que chamaremos de carga de
prova ou carga-teste, e que por conveniência, será positiva (+). Nessa
segunda carga, aparecerá uma força . Definimos o vetor campo
elétrico (ou intensidade do campo), ou simplesmente campo elétrico
no ponto onde colocamos a carga-teste, como sendo a grandeza

vetorial dada pela Equação 3.1. 
F
E Eq. 3.1
q0 14
Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) e QUEVEDO (1993)
Introdução
INTENSIDADE DE CAMPO ELÉTRICO


F
módulo 
 q0


direção  a mesma de F

 
E  Eq. 3.2
 

sentido  o mesmo de F


 newtons  N  volts V 
 Unidade  ou
 coulomb  C  metro  m 

15
Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) e QUEVEDO (1993)
Introdução
INTENSIDADE DE CAMPO ELÉTRICO

 Se a carga-teste for colocada numa região onde já existam outras


cargas (Figura 3.2), a força em “q0” será a soma vetorial das
forças que cada uma das cargas, q1, q2, q3 exerce.

Figura 3.2 – Campo elétrico em uma região onde já existem outras cargas

16
Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) e QUEVEDO (1993)
Introdução
INTENSIDADE DE CAMPO ELÉTRICO

 Visto que as cargas são fixas, matematicamente tem-se a força


resultante dada pela Equação 3.12 e o campo elétrico pela
Equação 3.13.
    q0 q1  q0 q2  q0 q3  

F0  F 01  F02  F03  K  2 . a01  2 . a02  2 . a03  Eq. 3.12
 d 01 d 02 d 03 


F 1  q1  q2  q3  
E 0   2 . a01  2 . a02  2 . a03  Eq. 3.13
q0 4 0  d 01 d 02 d 03 
Campo elétrico no ponto A

 Generalizando para “n” cargas, o campo elétrico é dado pela


Equação 3.14.

1 qj 
n
E  2 a0 j Eq. 3.14
4 0 j 1 d 0 j
17
Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) e QUEVEDO (1993)
Introdução
4. CAMPOS ELÉTRICOS DE DISTRIBUIÇÕES
CONTÍNUAS DE CARGA

 Em muitos casos, ocorre que o número de cargas é tão grande que


pode-se considerar como se as mesmas estivessem espalhadas de
modo contínuo sobre uma certa região, conforme a Figura 4.1.

Figura 4.1 – Várias distribuições de carga e elementos de carga

Fonte: Adaptado de SADIKU (2004)


18
Introdução
CAMPOS ELÉTRICOS DE DISTRIBUIÇÕES CONTÍNUAS DE CARGA

Figura 4.2 – Expressão matemática para o campo elétrico em função do tipo de distribuição de carga

DISTRIBUIÇÃO
DE CARGA

CARGA
Q Q    L dl Q    S dS Q   Vol dVol
L S Vol


Q  
 L dl   dS
  
 dVol 
CAMPO E aR E a E   a S
E  a
Vol

4 0 R
R
4 0 R 4 R 4 R
R R
ELÉTRICO 2 2 2 2
S Vol
0 0

Fonte: Adaptado de SADIKU (2004) 19


OBSERVAÇÕES:
CAMPOS ELÉTRICOS DE DISTRIBUIÇÕES CONTÍNUAS DE CARGA

 Após os cálculos de campos elétricos para distribuições discretas e contínuas


de cargas, conclui-se que estamos diante de um procedimento que nos permite
calcular a força que atua sobre uma carga devido à presença de outras cargas.

 Qual será a vantagem que se apresenta agora, se já tínhamos um modo de


calcular forças de atração ou repulsão entre os mesmos elementos através da
Lei de Coulomb? A introdução do novo método não é apenas a divisão por
“q0”, pois isto não acarreta simplicidade alguma, uma vez que nos cálculos da
expressão do campo elétrico o valor e “q0” não parece.

 Assim sendo, nesse novo processo, elimina-se a individualidade das cargas,


ou seja, não é preciso mais de duas cargas para os cálculos das ações de
atração ou repulsão. Conhecendo uma carga, o campo elétrico dá ênfase aos
efeitos produzidos por essa carga no espaço que a rodeia. Finalizando, o vetor
campo elétrico nos dá sempre a força por unidade de carga em cada ponto da
região, mesmo que no ponto considerado não exista outra carga elétrica.
20
Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) e QUEVEDO (1993)
Introdução
5. FLUXO E DENSIDADE DE FLUXO ELÉTRICO

 Inicialmente, será apresentado o conceito de linhas de força (de


fluxo ou de direção).

a) Linhas de Força (de Fluxo ou de Direção)

 A noção de linhas de força foi introduzida pela primeira vez por


Faraday (1791-1867), constituindo-se até hoje num procedimento
muito comum e conveniente para a visualização e,
consequentemente, para a análise de campos elétricos.

 A fim de podermos utilizar as linhas de força, devemos


estabelecer um critério quantitativo para sua medição. Antes,
porém, vamos dar as principais características das linhas de força:
21
Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) e QUEVEDO (1993)
Introdução
FLUXO E DENSIDADE DE FLUXO ELÉTRICO

1ª) as linhas de força originam-se nas cargas positivas e terminam


nas cargas negativas;

2ª) as linhas de força são contínuas, exceto nas fontes (+) e


sorvedouros (-);

3ª) o número de linhas de força é proporcional ao valor absoluto


das cargas;

4ª) o sentido das linhas de força é, em todos os pontos, o mesmo do


campo elétrico;

5ª) a densidade de linhas de força é uma medida do campo elétrico.


22
Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) e QUEVEDO (1993)
Introdução
FLUXO E DENSIDADE DE FLUXO ELÉTRICO

 Antes de mais nada, a densidade de linhas de força significa a


razão entre o número de linhas de força e a unidade de área
perpendicular à direção das linhas de força, conforme Equação
5.1.

nº de linhas de força
densidade de linhas de força  Eq. 5.1
unidade de área perpendicular às linhas de força

 Para o estudo quantitativo das linhas de força deve-se atribuir um


certo valor ao número de linhas de força que se originam na
unidade positiva de carga. Desta forma, procura-se contar o
número de linhas de força que sai de uma carga positiva.

23
Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) e QUEVEDO (1993)
Introdução
FLUXO E DENSIDADE DE FLUXO ELÉTRICO

 Na Figura 5.1, será traçada uma esfera de raio OP = r, com centro


na carga +q. O campo em P será dado pela Equação 5.2.

Figura 5.1 – Esfera com


centro na carga “+q” 1 q
E Eq. 5.2
4 0 r 2

 Supondo que r seja unitário, têm-se a


Equação 5.3.
1
E q Eq. 5.3
4 0
(que nada mais é do que o campo elétrico
produzido por uma carga +q a uma distância
unitária) 24
Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) e QUEVEDO (1993)
FLUXO E DENSIDADE DE FLUXO ELÉTRICO

 De acordo com a 5ª característica das linhas de força (a densidade de


linhas de força é uma medida do campo elétrico), a densidade das linhas de
força é dada pela Equação 5.4.

q
densidade das linhas de força  Eq. 5.4
4 0

 Sendo o número total de linhas de força que sai de +q dado pela


Equação 5.5.
nº de linhas de força
N  área total
unidade de área perpendicular às linhas de força Eq. 5.5

N  densidade de linhas de força  área total Eq. 5.6

25
Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) e QUEVEDO (1993)
FLUXO E DENSIDADE DE FLUXO ELÉTRICO

Área total  4 R 2  4 1


2
Eq. 5.7

q q N 1
N . 4  N Eq. 5.8  Eq. 5.9
4 0 0 q 0

 Assim, o nº total de linhas de força por unidade de carga é igual


a 1/ε0. Ou seja, de cada 1C saem (ou entram) 1/ε0 linhas de
força.

26
Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) e QUEVEDO (1993)
FLUXO E DENSIDADE DE FLUXO ELÉTRICO

 A Figura 5.2 mostra alguns aspectos das linhas de força para


alguns casos simples.

Figura 5.2 – Linhas de força

27
Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) e QUEVEDO (1993)
5.1 Fluxo elétrico
FLUXO E DENSIDADE DE FLUXO ELÉTRICO

 Imagine uma superfície S qualquer situada numa região do espaço


onde exista um campo elétrico. Selecionamos dessa superfície um
Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) e QUEVEDO (1993)

elemento dS. Seja o versor da normal à superfície no ponto P,


como na Figura 5.3, e que forma um ângulo θ com a direção do
campo no mesmo ponto P.

Figura 5.3 – Superfície S em uma região onde existe campo elétrico

28
FLUXO E DENSIDADE DE FLUXO ELÉTRICO

.
 Um elemento dS dessa superfície é dado pela Equação 5.10 fluxo
do vetor E, através desse elemento, é dado pela Equação 5.11.
 
d S  dS an Eq. 5.10

   

dE  E  d S  fluxo do vetor E através de d S Eq. 5.11

 Como o módulo de E dá a densidade de linha de força, E.dS dará o


número total de linhas de força através da superfície elementar dS.

29
Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) e QUEVEDO (1993)
FLUXO E DENSIDADE DE FLUXO ELÉTRICO
.

 Se quisermos o fluxo total do vetor campo elétrico através de toda


a superfície S considerada, ele nos será dado pela Equação 5.12.
 
E  S E  d S  S E  dS  cos Eq. 5.12

(no. de linhas de força do campo elétrico E através


da superfície)

 O fluxo elétrico através de um campo elétrico assemelha-se a


situação apresentada na Figura 5.4. Se a superfície for fechada, o
fluxo será dado pela Equação 5.13
Figura 5.4 – Fluxo elétrico
 
E   E d S Eq. 5.13
S

30
Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) e QUEVEDO (1993)
5.2 Lei de Gauss para o campo elétrico
FLUXO E DENSIDADE DE FLUXO ELÉTRICO

 O cálculo do fluxo elétrico de uma carga pontual “q” através de

Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) e QUEVEDO (1993)


uma esfera (Figura 5.5) é dado por:

Figura 5.5 – Fluxo elétrico devido   


q q
a uma carga pontual “q” E aE  ar Eq. 5.14
4 0 r 2
4 0 r 2

   
E  S E d S  S E aE  dS an
 
E  S E  dS (ar  ar )  S E  dS Eq. 5.15

dS  r d   rsen d  Eq. 5.16

raio e o campo têm a mesma direção


 
(ar  ar )  11 cos(0) dS  r 2 sen 2 d d 31
FLUXO E DENSIDADE DE FLUXO ELÉTRICO
.

  2 
2  q q
E  S E d S  0 0  r sen d d 
2
 d  sen d Eq. 5.17
4 0 r 2
4 0 0 0

Figura 5.6 – Coordenadas esféricas


 

d S  r d   rsen d  a r  
q
E  S E d S  [ ]02  [ cos ]0
4 0
 
q
E  S E d S  2  [(cos( )  cos(0))]
4 0
 
q
E  S E d S  2  2
4 0
32
Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) e QUEVEDO (1993)
FLUXO E DENSIDADE DE FLUXO ELÉTRICO

 
q
E  S E d S  Eq. 5.19
0
Observações:

 O fluxo elétrico é proporcional à carga, e independente do raio.


Ou seja, para qualquer superfície, o fluxo elétrico através dela
vale q/ε0 .

 Quando nos afastamos da carga, o campo diminui, mas a área


aumenta, ficando constante o produto. Figura 5.7 – Fluxo elétrico

33
Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) e QUEVEDO (1993)
FLUXO E DENSIDADE DE FLUXO ELÉTRICO
:

 Considerando agora uma superfície S qualquer, como mostrado na


Figura 5.8, o fluxo elétrico é dado pela Equação 5.12., e o campo
elétrico é dado pela Equação 5.14.
Figura 5.8 – Fluxo elétrico devido  
a uma carga pontual “+q” através E  S E  d S  S E  dS  cos Eq. 5.12
de uma superfície qualquer

 
q
E aE Eq. 5.14
4 0 r 2

 Ou seja o campo elétrico em P, ponto da


superfície S, é devida à carga +q,
localizada em “O”, com OP = R.
Ângulo sólido: é o espaço incluído no interior
de uma superfície cônica.
34
Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) e QUEVEDO (1993)
FLUXO E DENSIDADE DE FLUXO ELÉTRICO

q dS cos dS . cos
E   Eq. 5.20 d  Eq. 5.21

Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) e QUEVEDO (1993)


4 0 S R 2 R2

E  direção radial

raio  perpendicular a sup erfície

  00

dScos  1 1 2 
  S   S dS  .   Rd  Rsen d 
R2 R2 R2 0 0
q
1
  2 .4R 2    4 E  Eq. 5.22
R 0
q q
E  .S d  E  .4
4 0 4 0
Fluxo elétrico para uma
superfície fechada qualquer. 35
FLUXO E DENSIDADE DE FLUXO ELÉTRICO

Conclusões:

 Portanto, a Lei de Gauss pode ser utilizada para calcular a


grandeza de E quando há um certo grau de simetria que permite
determinar a direção em todos os pontos e E tem módulo
constante sobre uma superfície simples.

 “O fluxo elétrico através de uma superfície fechada independe


das características da superfície e vale sempre q/ε0 , onde q é o
valor resultante das cargas dentro da superfície”.

36
Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) e QUEVEDO (1993)
FLUXO E DENSIDADE DE FLUXO ELÉTRICO

 Distribuição discreta de cargas


  n qi
S E d S   Eq. 5.23
i 1 0

 Distribuição contínua de cargas


 
1
S E S  Vol Vol dVol Eq. 5.24
0

37
Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) e QUEVEDO (1993)
5.3 Lei de Gauss na forma diferencial
FLUXO E DENSIDADE DE FLUXO ELÉTRICO

 Usada quando não há simetria.

Figura 5.9 – Fluxo elétrico através de uma superfície qualquer em


que não há simetria

 Na superfície ABCD de área dxdz (área 2)o fluxo elétrico é dado


pela Equação 5.25.
E y dxdz Eq. 5.25
38
Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) e QUEVEDO (1993)
FLUXO E DENSIDADE DE FLUXO ELÉTRICO

 Na superfície ABCD de área dxdz (área 1)o fluxo elétrico é dado


pela Equação 5.26.
Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) e QUEVEDO (1993)

 E y' dxdz Eq. 5.26

 O fluxo total através das duas superfícies (líquido) é dado pela


Equação 5.27.
 E y  E y
E y  E y dxdz   E y  dy  E y  dxdz  dydxdz
' Eq. 5.27
 y  y

E y E x E z
dvol Eq. 5.28 dvol Eq. 5.29 dvol Eq. 5.30
y x z

Fluxo através das Fluxo através das Fluxo através das


superfícies na direção y superfícies na direção x superfícies na direção z 39
FLUXO E DENSIDADE DE FLUXO ELÉTRICO

 O fluxo total através da superfície é dado pela Equação 5.31.


Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) e QUEVEDO (1993)

Ex Ey Ez dq 


dv  dv  dv  
x y

y 0 volume Eq. 5.31
c arg a contida no voume dvol

 Se ρvol (densidade volumétrica de carga) pode-se dizer que.

 Ex Ey Ez   dvol


   dv  vol Eq. 5.32
 x y y  0

dq
 
vol Eq. 5.33
dvol

40
FLUXO E DENSIDADE DE FLUXO ELÉTRICO

 

div D  Vol  div E  Vol
Eq. 5.34
 0
Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) e QUEVEDO (1993)

 Equação de Maxwell
 

  D  Vol    E  Vol
Eq. 5.35
 0

 Sendo: Onde não houver carga, o divergente


de será nulo, ou seja, não haverá
n º de linhas fluxo elétrico.
 vol

unidade de volume que sai ou entra

  densidade de linhas
0

  E  0  irrotacional Eq. 5.36

 dvol
vol
 linhas de força Eq. 5.37
 0
41
FLUXO E DENSIDADE DE FLUXO ELÉTRICO

 Talvez, uma das maiores dificuldades que encontramos quando


Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) e QUEVEDO (1993)

queremos aplicar a Lei de Gauss para uma certa situação, resida na


determinação de uma superfície conveniente envolvendo as cargas
que produzem o campo elétrico que desejamos calcular. A citada
superfície deverá acompanhar a simetria do problema em mãos e
deverá conter o ponto no qual queremos conhecer o campo. Uma
superfície assim é usualmente chamada de superfície gaussiana.

 A simetria do problema facilita a escolha da superfície (cubo,


cilindro, esfera) gaussiana.

42
FLUXO E DENSIDADE DE FLUXO ELÉTRICO

1º) E => normal ou tangencial à superfície de modo que:


 
 0
E d S   Eq. 5.37
 E  dS

 
2º) Para a porção onde E d S  0  E  cons tan te Eq. 5.38

OBS.: É imediata a conclusão de que, se uma carga não for


envolvida pela superfície considerada, o fluxo correspondente à
mesma será zero, conforme mostrado na Figura 5.10.

43
Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) e QUEVEDO (1993)
FLUXO E DENSIDADE DE FLUXO ELÉTRICO

Figura 5.10 – Fluxo elétrico através de uma superfície


que não envolve a carga

+q

     

   E d S   E d S   E d S
E S S 1 S 2
Eq. 5.39

 q dS1 cos1 q dS 2 cos 2


  S  S 0
4 0 4 0 Eq. 5.40
E 2 2
r r
44
Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) e QUEVEDO (1993)
6. POTENCIAL ELÉTRICO

 Lei de Coulomb  distribuição simples de carga


 Lei de Gauss  arranjos simétricos de carga

 Função escalar com uma simples integração determina-se o


Fonte: Adaptado de MARINS (1976), SADIKU (2004)

campo elétrico.

 Suponha que se quer movimentar uma carga pontual Q de um


ponto A para um ponto B, em um campo elétrico E, como
mostrado na Figura 6.1.

Figura 6.1 – Deslocamento de uma carga pontual Q em um campo elétrico E

45
POTENCIAL ELÉTRICO

 O trabalho realizado para provocar um deslocamento dl da


carga é dado pela Equação 6.1.
Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) e QUEVEDO (1993)

   
   F .d  F  q. E
B
Eq. 6.1 Eq. 6.2
AB A

 

  q  E.d   q  Ed cos  q  Edr


B B B
Eq. 6.3
AB A A A


Q 1
E . ar Eq. 6.4
4 0 r2

Q dr qQ B dr
  q A  
B
Eq. 6.5
4 0 r 4 0 A r 2
AB 2

qQ   1  B qQ 1 1
    A       Eq. 6.6
4 0  r  4 0
AB AB
 rA rB  46
POTENCIAL ELÉTRICO

 Como o trabalho para levar a carga de A até B independe da


trajetória  CAMPO CONSERVATIVO  a integral de linha
Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) e QUEVEDO (1993)

 E.dr só depende das posições final e inicial.


B

   

   F  d     F d  Eq. 6.7
A B

BA B A

O sinal negativo indica que o trabalho é


feito por um agente externo

 

   q B Ed   q B E  dr    q B Edr
A A A
Eq. 6.8
BA

qQ 1 1
 AB     Eq. 6.8
4 0  rB rA 
 

 total
  AB  BA  0  C E d   0 Eq. 6.9
47
POTENCIAL ELÉTRICO

 Pelo Teorema de Stokes:


Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) e QUEVEDO (1993)

C
 

S
 
 

 E d l     E  d S  0
Eq. 6.10

Não existe fluxo do rotacional.




 E é conservativo
 Pela 2ª Equação de Maxwell x E  0   Eq. 6.11

 E é irrotacional

 A energia potencial de um sistema é a energia que o sistema


possui devido à sua posição.
48
POTENCIAL ELÉTRICO

 A diferença de energia potencial entre dois pontos quaisquer é


definida como sendo o trabalho realizado pelas forças externas
Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) e QUEVEDO (1993)

no transporte de uma carga de um ponto a outro do campo


elétrico.
 

  Epot  Epot   q  E  d  Eq. 6.12


B

BA B A A

Epot B  Epot A  

VBA    A E  d 
B
Eq. 6.13
q

 

VBA  VB  VA   A E.d     qV
B
Eq. 6.14
AB BA

VBA  VB  VA Eq. 6.15


49
.
POTENCIAL ELÉTRICO

 VB e VA devem ter a mesma referência zero.


Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) e QUEVEDO (1993)

 Terra  referência zero

 Infinito  V∞ = 0  a Terra está reltivamente longe da região


na qual estamos interessados.

 O potencial num ponto P qualquer é igual ao trabalho realizado


por unidade positiva de carga pelas forças externas para levar
essa carga desde o infinito até o ponto P .
 

VP    E  d 
P
Eq. 6.16

trabalho Joule
 Unidade: Volt 
c arg a

Coulomb 50
OBSERVAÇÕES:
POTENCIAL ELÉTRICO

q dVP q
VP     E Eq. 6.17
4 0 r dr 4 0 r

   

E  Ex a x  E y a y  Ez az Eq. 6.18

   

d   dx a x  dy a y  dz az  deslocamento elementar Eq. 6.19

 

E d   Ex dx  E y dy  Ez d z Eq. 6.20

dV   E d    Ex dx  E y dy  Ez dz 
 
Eq. 6.21

V V V
dV  dx  dy  dz  diferencial total Eq. 6.22
x y z
51
Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) e QUEVEDO (1993)
POTENCIAL ELÉTRICO

V
  Ex
x
V
y
  Ey 
V  V  V 
x
ax 
y
ay 
z

  

a z   Ex a x  E y a y  Ez a z  Eq. 6.23

V
  Ez
z

 V   E “ O gradiente do potencial em um ponto é contrário


ao campo elétrico” .
Eq. 6.24

 0    90º V e d  0 


  

dV   E d   V  d    dV  0 e dV  0
 

V  d l  0

“ O gradiente do potencial em um ponto é contrário


ao campo elétrico” .
52
Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) e QUEVEDO (1993)
POTENCIAL ELÉTRICO

1) O campo é sempre perpendicular a uma superfície equipotencial.

2) O sentido de E é sempre os dos V decrescentes.

3) E tem módulo dado pela Equação 6.25.

 V   V   V 
2 2 2

E       Eq. 6.25
 x   y   z 

53
Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) e QUEVEDO (1993)
POTENCIAL ELÉTRICO

4) Para calcularmos o campo elétrico num ponto, devido a uma certa


distribuição de cargas, ao invés de superpormos os campos, podemos
superpor os potenciais no mesmo ponto. Esta consistirá na soma algébrica
Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) e QUEVEDO (1993)

(e não vetorial) dos mesmos, depois é só calcular o gradiente de potencial


no ponto considerado, conforme a Equação 6.26.

V   E Eq. 6.26

Figura 6.2 – Superfície equipotencial em um campo elétrico E

54
POTENCIAL ELÉTRICO

 Tomando a 1ª Equação de Maxwell e a definição de potencial:


Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) e QUEVEDO (1993)


 

 E  v
e E   V Eq. 6.27
0

 Substituindo:

 
 V   v
  V   v
Eq. 6.28
 0

0

 O divergente do gradiente é chamado Laplaciano e


simbolizado por  . 2

55
POTENCIAL ELÉTRICO

 Em coordenadas cartesianas:
Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) e QUEVEDO (1993)

    
  V  V  V   
 V  V    ax  a y   a z  . 
2
ax  ay  az    v Eq. 6.29
 x y   x y z  0

 2V  2V  2V v
V 
2
     Equação de Poisson Eq. 6.30
x 2 y 2 z 2 0

 Quando não há carga na região  ρv = 0

 2V  0  Equação de Laplace
Eq. 6.31

Fornece a distribuição de ponteciais na região
56
7. CAPACITOR

 Capacidade elétrica ou capacitância => “sugere uma certa


habilidade do capacitor em armazenar cargas elétricas”, e é
dada pela Equação 7.1.
Fonte: Adaptado de MARINS (1976), SADIKU (2004)

 

Q  E d S Eq. 7.1
C  b 
V   Ed 
a

 Farad => é a capacidade de um condutor isolado cujo potencial


elétrico depois de receber uma carga de 1 Coulomb é igual a 1
volt

C   coulomb  Farad Eq. 7.2


volt

57
7.1 Capacidade elétrica para um sistema de condutores
CAPACITOR

Figura 7.1 – Sistema de condutores


formando um capacitor

DS  Q
D  S
Figura 7.2 – Capacitor de placas
planas E   S
Eq. 7.3

 V
E S
 E
 d

58
Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) , QUEVEDO (1993) e PAVANI (2023)
CAPACITOR

Q S  S S  S S  S
C    C  r 0
Eq. 7.4
V E  d S  d d d

 Quanto maior a permissividade, maior a capacitância;

 Quanto maior a área das placas, maior a capacitância; este é o motivo da maioria
dos capacitores ser constituída de duas grandes lâminas metalizadas, enroladas para
ocupar menor espaço;

 Quanto menor a distância entre as placas, maior a capacitância; esta é a dificuldade


na fabricação de capacitores, pois pequenas distâncias resultam em grandes campos
para o mesmo potencial aplicado. Isto requer certos cuidados para não atingir a
rigidez dielétrica, sendo esta a razão dos capacitores de grande capacitância
suportarem pequenas tensões.

59
Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) , QUEVEDO (1993) e PAVANI (2023)
Exemplo 1
CAPACITOR

 Assumindo campo elétrico entre as placas constante e não sofra


espraiamento. Calcular o campo gerado por um plano infinito
possuindo uma densidade de carga qs.
Figura 7.3 – Cálculo de campo
Resolução: Escolhendo um paralelepípedo com
elétrico para um plano infinito extremidades equidistantes do plano.

O fluxo de E será dividido em três parcelas


correspondentes às superfícies S1, S2 e S3, sendo
que a última representa todas as superfícies laterais.
     

 E d S  E d S  E d S  q
S1
1
S2
2
S3
3 S

E S  E S  q
1 1 2 2 S

Sendo S1 e S2 equidistantes do plano e iguais a S:

2ES  qS E
qS
2S 60
Fonte: Adaptado de BATOS (2012) e PAVANI (2023)
7.2 Rigidez dielétrica
CAPACITOR

 “A intensidade máxima de campo que um dielétrico pode


suportar sem se romper é chamada “rigidez dielétrica”. Ou
maior valor de campo que os dipolos podem suportar sem se
romper, isto é, sem liberar elétrons, sem conduzir.

 A rigidez dielétrica é medida em volts/m.

Tabela 7.1 – Exemplos


MATERIAL RIGIDEZ DIELÉTRICA
Ar 3 MV/m
Borracha dura 21 MV/m
Papel impregnado 15 MV/m
Mica 200 MV/m

61
Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) , QUEVEDO (1993) e PAVANI (2023)
7.3 Energia do Campo Elétrico, ou Energia
em um Capacitor CAPACITOR

Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) , QUEVEDO (1993) e PAVANI (2023)
 Para carregar um capacitor é necessário realizar trabalho.

 Seja um capacitor, cuja capacitância é dada pela Equação 7.5.


Q
C Eq. 7.5
V
 O potencial elétrico => pode ser expresso como trabalho por carga,
conforma a Equação 7.6.
dTrab dW q
V   dW  Vdq  dq Eq. 7.6
dq dq C
1 Q 1 Q2
dW  0 qdq  W Eq. 7.7
C 2 C
1 Q2 1 1
Trab  W   CV 2  Q V  Warmazenada Eq. 7.8
2 C 2 2 62
7.4 Associação de capacitores
CAPACITOR

 Capacitância.
   

Q  D d S   E d S
C  a  a  Eq. 7.9
V   Ed    Ed 
 

1 1
 Associação Série  Eq. 7.10
C0 q Ci

 Associação Paralela C0 q   Ci Eq. 7.11

Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) , QUEVEDO (1993) e PAVANI (2023) 63
7.5 Ruptura do Dielétrico ou Efeito Corona
CAPACITOR

 Caracterizada pelo centelhamento que ocorre quando


determinado valor de tensão (ou campo) é ultrapassado.

64
Fonte: Adaptado de MARTINS (1975), EDMINISTER (1980) , QUEVEDO (1993) e PAVANI (2023)
Exemplo 2
CAPACITOR

 Para o capacitor de placas planas mostrado na Figura 7.4, verifique


se haverá ruptura de dielétricos em um ou mais materiais.

Figura 7.4 – Capacitor de placas


Resolução: Como não há espraiamento de campo
planas composto por três nas bordas das placas condutoras, o campo só terá as
materiais dielétricos componentes horizontais.

V  L E  d 

D1  D2 D2  D3

V  E1a  E2b  E3c  E  E  E


r1 1 r2 2 r3 3

21  1 E1  2  E2  3  E3 2  E1  3  E2  E3
MATERIAL
E1  2,52 kV / mm  K1 E2  1,68 kV / mm  K 2
PROPRIEDADES
1 2 3
Rigidez Dielétrica (K ) 4 kV/mm 4 kV/mm 4 kV/mm
Permissividade Elétrica 2ε0 3ε0 ε0
E3  5,04 kV / mm  K 3 65
Fonte: Adaptado de BATOS (2012) e PAVANI (2023)
7.6 O efeito de pontas
CAPACITOR

 O “efeito de pontas” é um fenômeno muito conhecido em


Engenharia Elétrica e seguidamente associado ao efeito corona.
Sendo uma fonte constante de preocupação, sobretudo na área de
alta tensão, pois é causador de campos elétricos intensos que podem,
eventualmente, causar a ruptura do dielétrico em contato com a
ponta.

 Considerando duas pontas A e B como semiesferas de raios ra e rb,


conforme mostrado na Figura 7.5.

Figura 7.5 – Condutor com pontas de diferentes raios

66
Fonte: Adaptado de BASTOS (2012)
CAPACITOR

 Analisando o potencial Va e Vb produzidos nas superfícies das


esferas hipotéticas, têm-se:

qa qb
Va  Vb 
Fonte: Adaptado de MARINS (1976), SADIKU (2004)

4 0 ra 4 0 rb Eq. 7.12

 Como os potenciais são idênticos, têm-se:


qa qb

ra rb Eq. 7.13

 Sendo as densidades superficiais de cargas dadas por:


qa qb
a  b  Eq. 7.14
4ra2 4rb2 67
CAPACITOR

 q r q r r r r
2 2 2


a
 
a

b a b a b b
Eq. 7.15
 r q q r r r r
b
2
a b b
2
a b
2
a a
Fonte: Adaptado de MARINS (1976), SADIKU (2004)

 Como o campo elétrico no interior de um condutor é nulo, têm-se:

 E 
0 a a  E 
0 b b Eq. 7.16

 O que leva a um campo elétrico inversamente proporcional ao


raio.

Ea  a Ea rb
  Eq. 7.17
Eb  b Eb ra
68
Exemplo 3
CAPACITOR

 Determine o campo elétrico para um capacitor de placas planas,


sendo que as condições de contorno são: V=Va para x=0 e V=Vb
para x=l.
Resolução: Com essas hipóteses, o problema é unidimensional
Figura 7.6 – Campo criado e se desenvolve na direção 0x, resultando em:
entre placas condutoras
 2V  0

A solução dessa equação só pode ser: V(x)=a.x+b, que


a derivada segunda é nula.

Aplicando as condições de contorno, têm-se:

Va  a  0  b b  Va Vb  Va
V ( x)  x  Vb
Vb  a  l  b Vb  Va l
a
l

V  Va  Vb
E   gradV  V   ax Ex 
x l 69
Fonte: Adaptado de BASTOS (2012)
8. EXERCÍCIOS

 EXERCÍCIO 3.1
Calcule o campo devido uma carga pontual.

 EXERCÍCIO 3.2

Calcule o campo devido a uma linha infinita de carga.

70
EXERCÍCIOS

 EXERCÍCIO 3.3
Calcule o campo devido a um plano infinito carregado
uniformemente.

 EXERCÍCIO 3.4

Calcule o campo devido a uma esfera uniformemente carregada.

71
EXERCÍCIOS

 EXERCÍCIO 3.5
Calcule o potencial em um ponto P devido a uma carga
puntiforme.

 EXERCÍCIO 3.6

Calcule o potencial em um ponto P devido a um sistema de


cargas puntiformes.

72
EXERCÍCIOS

 EXERCÍCIO 3.7
Calcule o potencial em um ponto P devido a um disco carregado
de carga.

73
EXERCÍCIOS

 EXERCÍCIO 3.8
Na situação apresentada na Figura 8.1a, despreze o espraiamento
de campo nas bordas das placas condutoras.
a) Calcule o campo E entre as placas e verifique se há
ruptura do dielétrico no ar.

b) Na Figura 8.1b, é introduzida uma porcelana isolante


na região central entre as placas; novamente calcule os campos no
ar e no vidro, e verifique se há ruptura dos dielétricos.

Tabela 8.1 – Dados dos materiais dielétricos


MATERIAL
PROPRIEDADES
Ar Vidro
Rigidez Dielétrica 3 kV/mm 4 kV/mm
Permissividade Elétrica ε0 4ε0
74
Fonte: Adaptado de BASTOS (2012)
EXERCÍCIOS

Figura 8.1 – Capacitor de placas planas

(a) (b)

75
Fonte: Adaptado de BASTOS (2012)
9. ATIVIDADE EXTRA-CLASSE

Estudar:

BASTOS, João Pedro Assumpção. Eletromagnetismo para engenharia: estática e quase-


estática. 3. ed. Florianópolis, SC: Ed. da UFSC, 2012. 396 p., il. (Didática). ISBN
9788532806024.

 Capítulo 3 – Eletrostática
 Item 3.11 - Exemplos

SADIKU, M. N. O. Elementos de Eletromagnetismo, 3. ed. Bookman Companhia, 2004.

 Capítulo 4 – Eletrostática
 Capítulo 5 – Campos Elétricos em Meio Material
 Capítulo 6 – Problemas de Valor de Fronteira em Eletrostática

76
REFERÊNCIAS

BASTOS, João Pedro Assumpção. Eletromagnetismo para engenharia: estática e quase-


estática. 3. ed. Florianópolis, SC: Ed. da UFSC, 2012. 396 p., il. (Didática). ISBN
9788532806024.

EDMINISTER, J. A. Eletromagnetismo – 310 Problemas Resolvidos. Coleção Schaum,


Ed. McGraw-Hill do Brasil, 1980.

HAYT JR, W. H. Eletromagnetismo. Livros Técnicos e Científicos Editora Ltda, 3a Edição,


1983.

HAYT JR, W. H.; BUCK, J. A. Eletromagnetismo. AMGH Ltda Editora, 8a Edição, 2013.

MARTINS, N. Introdução à Teoria da eletricidade e do Magnetismo. Editora Edgard


Blucher Ltda, 2a Edição, 1976.

PAVANI, Ahda Pionkoski Grilo. Notas de Aula da Disciplina ESTE015 – Fundamentos de


Conversão de Energia Elétrica. Universidade Federal do ABC. 2023. Santo André, SP.
77
10 - REFERÊNCIAS

PELIZARI, Ademir. Notas de Aula da Disciplina ESTE015 – Fundamentos de Conversão de


energia elétrica. Universidade Federal do ABC. 2022. Santo André, SP.

QUEVEDO, C. P. Eletromagnetismo. Edições Loyola, 1993.

SADIKU, M. N. O. Elementos de Eletromagnetismo, 3. ed. Bookman Companhia, 2004.

78

Você também pode gostar