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ARTES E LEYENDAS: UMA ANÁLISE DOS ASPECTOS BAKHTINIANOS

PRESENTES NA OBRA DE GUSTAVO ADOLFO BÉCQUER

Fernando Rodrigues da Costa1 (Unesp/Assis)


Maira Angélica Pandolfi2 (Unesp/Assis)

RESUMO: Este trabalho tem como foco a realização de um estudo sobre algumas propostas
analíticas de Mikhail Bakhtin, sendo estes aspectos baseados no diálogo entre as expressões
artísticas e seu intercâmbio com a literatura. A análise traz a lenda O bracelete de ouro (1861)
do escritor sevilhano Gustavo Adolfo Bécquer, uma história onde o tempo e espaço da igreja
surge como elemento propulsor para o desenvolvimento da trama. Percebe-se que em sua obra
há também diferentes abordagens do universo fantástico destacando recorrentemente a
arquitetura, a música e a pintura para a concepção de ações, espaços, temas e personagens,
ressaltando assim a pluralidade de vozes e pontos de vista que aproveitam o recurso de outras
linguagens para a construção do texto.

PALAVRAS-CHAVE: Leyendas; Gustavo Adolfo Bécquer; Mikhail Bakhtin; Artes

A OBRA DE GUSTAVO ADOLFO BÉCQUER

O escritor Gustavo Adolfo Bécquer nasceu em Sevilha no dia 17 de fevereiro


de 1836, seu último sobrenome “Bécquer” foi na verdade adotado como uma
homenagem aos antepassados de sua família, sendo que o registro completo traz
originalmente Gustavo Adolfo Cláudio Dominguez Isausti y Bastida. Pode-se dizer que
o autor marca uma época de transição entre o período romântico e a modernidade, sendo
muitas vezes classificado como um romântico tardio, pois paradoxalmente conduz
novas perspectivas literárias por um lado e preserva aspectos da tradição por outro. No
entanto, Bécquer é considerado um dos escritores mais importantes para o século XIX,
não só emblemático para a literatura produzida na Espanha, mas também publicado e
estudado no mundo inteiro até os dias atuais.
O autor escreveu em diferentes gêneros e estilos, sua obra contempla desde os
versos e poesias (popularmente conhecidas como Rimas), até os tratados, estudos
históricos, cartas, textos jornalísticos, entre outros. Suas lendas em prosa, ou Leyendas,
formam outra parte importante do que o escritor propôs dentro de um estilo narrativo.

1
Mestrando em Letras – Unesp/Assis-CAPES
2
Professora Doutora FCL Assis – UNESP.
Nesta modalidade ele tende em geral a apresentar características que preservam a
verossimilhança das histórias, com fortes recursos da oralidade assim como
personagens, cenários e enredos que criam destaque para as cidades espanholas,
trazendo recorrentemente paisagens reais como as catedrais, monastérios, ruínas e
igrejas que até hoje formam a base histórica de seu país.
Gustavo Adolfo Bécquer, apesar dos trabalhos junto aos periódicos e jornais da
época, não obteve a consagração em vida. Devido aos problemas de saúde, problemas
financeiros e extremamente fragilizado pela morte do irmão, o escritor morre no dia 22
de dezembro de 1870, com apenas trinta e quatro anos de idade. Os amigos Rodríguez
Correa, Férran e Campillo logo no ano seguinte realizam as primeiras compilações de
suas obras, numerando as rimas e agregando outros materiais deixados.
Um dos pressupostos discutidos neste trabalho é justamente a aproximação que
o escritor Gustavo Adolfo Bécquer teve com as artes ao longo de seu curto, porém
intenso período de vida. Em alguns pontos de sua trajetória pode-se observar aspectos
emblemáticos desta concepção, como por exemplo o fato deste ter sido filho de José
Dominguez Isausti Bécquer, um renomado pintor da cidade de Sevilha. Ainda cedo
Bécquer e seus irmãos aprendem as mais variadas técnicas artísticas, estas que
envolvem desde a observação de figuras no espaço até as formas de reprodução.
Entre todos os irmãos Bécquer desenvolve uma maior afinidade com
Valeriano, irmão mais velho e que se dedica integralmente para a pintura. No entanto, a
juventude é extremamente difícil para ambos, além das precárias condições de moradia,
saúde e alimentação, perdem o pai e a mãe ficando então aos cuidados de parentes
próximos. Valeriano segue compondo quadros e Bécquer, apesar da admiração pelas
técnicas do irmão, descobre na arte literária uma forma muito mais profunda e
particular. É neste período que o jovem artista passa a ter contato com as obras de
Balzac, Walter Scott, Hoffmann, Byron, Victor Hugo, entre tantos outros autores que
mudariam os rumos de sua vida e se tornariam uma referência inicial para as criações
escritas. Bécquer consegue publicar ainda na juventude, num dos principais periódicos
de Sevilha, os seus primeiros versos e poemas românticos em 1853, antes de completar
dezoito anos. Já se percebe que neste momento as inspirações artísticas recorrentes no
escritor acontecem sobretudo no âmbito do mistério, do obscuro e dos sentimentos
aflorados, sendo que as obras deste autor tenderão a envolver em seu cerne uma ampla
gama de estilos e gêneros.

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Seus poemas foram na maioria agrupados e organizados após a morte do
escritor, ganhando notoriedade como “rimas becquerianas”, mas sabe-se que muitas
delas já estavam em processo de composição entre 1858 e 1860, algumas inclusive
puderam ser lidas em reuniões musicais e literárias. Ainda na década de 1860 Bécquer
torna-se redator do diário “El contemporâneo” e nos anos posteriores publica algumas
de suas Leyendas. Pode-se apontar ainda que este jornal foi central para a carreira do
escritor, onde publica também a famosa obra Cartas literarias a una mujer (1860-
1861), um pequeno tratado sobre a imaginação e a composição poética.
Em 1864 publica Cartas desde mi celda, onde elabora diversas análises sobre
o Monastério de Santa María de Veruela e continua na revista “La América” mais
publicações de suas Leyendas nos anos posteriores. Bécquer atuou também ao lado de
outros importantes periódicos de Madrid, realizando pesquisas, dirigindo ou publicando
em diferentes modalidades textuais. Valeriano, irmão de Bécquer e pelo qual este tinha
clara admiração, acaba por falecer na metade do ano de 1870 e o escritor morre apenas
alguns meses depois.

SOBRE AS FORMAS ARTÍSTICAS E AS LEYENDAS

Na forma que ficou conhecida como Leyenda, Bécquer possibilitou um


exercício constante de sua escrita em prosa, observando-se que nestas, não raramente,
há também a presença dos temas que remetem para o sobrenatural, lúgubre, divino,
esotérico, oculto, maravilhoso, sombrio e religioso. Nas mais de vinte e cinco narrativas
produzidas por Gustavo Bécquer é possível ainda perceber o diálogo que este retoma
com as artes plásticas, a música e a arquitetura, trazendo ainda diversos elementos da
história medieval com cenários cheios de ruínas, templos, conventos, castelos e
mosteiros. Todos estes elementos estão permeados por fatos que em geral ocorrem num
tempo que antecede o de Bécquer, sendo estes os pontos essenciais para um autor que
através de suas viagens pela Espanha se indagava initerruptamente sobre a história de
seu país como de sua própria origem.
Em 1854 Bécquer muda-se para Madrid, levando uma vida de extrema
dificuldade até 1860, este foi um período importante para que o autor pudesse de fato
situar e consolidar os seus processos criativos. Ainda nesta época, Bécquer trabalha em
uma relevante publicação chamada História de los templos de España entre os anos de
1857 e 1858. Através desta obra podemos visualizar um exercício de observação que o
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escritor irá desenvolver mais profundamente em suas narrativas, desse modo
percebemos que a descrição tão minuciosa de construções e espaços vistos em suas
Leyendas é de certa forma tributária de análises que Bécquer já havia criado em seus
primeiros textos. Há ainda o fato de que suas primeiras Leyendas são publicadas por
incentivo de amigos e como forma do autor obter algum auxílio financeiro para gastos
que teve devido à constantes problemas de saúde.
Pensando na forma dialógica que Bécquer propõe entre as artes e a literatura, é
possível apontar também que o autor realiza em sua obra uma relação que segue desde
os textos e autores com os quais teve contato durante a juventude, até suas viagens e
incursões pelo mundo artístico, que como vimos teve valor fundamental nas concepções
deste autor. Um fato relevante e que mostra as pontes que o escritor realizou ao lado de
outras formas artísticas é que entre os anos de 1865 e 1866 ele trabalhou junto com as
pinturas de seu irmão Valeriano, ambos fizeram um projeto de colaboração para uma
das maiores revistas ilustradas de Madrid chamada El Museo Universal. Nesta edição
especial Valeriano ficou responsável pelas gravuras e artes pictóricas dos personagens
tradicionais, cenas do cotidiano e figuras populares, enquanto Bécquer atuou na parte
textual ficando encarregado de todos os comentários, análises e escritos correspondentes
aos retratos que seu irmão criava.
Na lenda O bracelete de ouro (1861) é interessante notar que o autor insere a
classificação logo abaixo do título de “Lenda Toledana”, esta inserção comum nas
histórias de Bécquer pode nos mostrar o seu lado historiador, tendo em vista que ele
comenta e descreve vários traços da cultura do país, apontando também para a
construção de palácios, igrejas e templos.
Neste enredo chama primeiramente a atenção o uso da repetição como
importante elemento da forma, como vemos logo nas primeiras frases. Outro ponto é
que a narrativa está dividida em três partes, como de costume o narrador nos apresenta
na primeira etapa um relato sobre onde ouviu ou presenciou determinado
acontecimento, neste em específico, a voz do narrador enfatiza inicialmente que vai
tentar nos transmitir o relato da melhor maneira possível.
A lenda está permeada por temas que podem suscitar diferentes questões, como
por exemplo uma imagem da perversidade feminina, a beleza da mulher que esconde o
diabólico e o demoníaco, o amor sem limites, o belo magnífico, o amor ambíguo e
diversas oposições simbólicas como a dor e prazer, amor e ódio, tristeza e alegria, entre
outros.
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Pode-se notar que os nomes também são emblemáticos e muito atrelados aos
pressupostos religiosos, trazendo os protagonistas Pedro e Maria. O narrador não insere
o personagem que supostamente teria lhe contado a história, alguém que normalmente
seria um frade, abade, viajante ou um velho sábio. Temos diretamente um narrador em
terceira pessoa que não se identifica, apenas se coloca como um “cronista verídico”.
Este diz que não acrescentará nem sequer uma palavra na história que ouviu,
pretendendo contar os fatos como pede a tradição, um aspecto muito ligado ao caráter
oral da prosa becqueriana.
No segundo capítulo há a cena inicial do encontro entre Pedro e Maria, a garota
está chorando sozinha e Pedro lhe pergunta o motivo, ao que a jovem diz não poder
revelar em hipótese alguma. Outro ponto interessante são as descrições de cenários
como o rio Tejo, o sol, a névoa, as rochas e diversos elementos da natureza plena que
são ressaltados (aspectos composicionais recorrentes na obra do escritor). Vemos
também que o narrador chama a atenção para o caráter misterioso da garota, uma alma
feminina, cheia de desejos e ideias loucas que cruzam e transpassam a imaginação.
Logo em seguida a jovem Maria conta uma cena fantástica vivida em uma igreja, neste
relato ela afirma ter visto e cobiçado um bracelete de ouro que a santa da catedral trazia
em um dos braços, aqui merece destaque também um clima descritivo cercado de
música sacra onde há forte presença de coros, órgãos e sons de igreja.
Na terceira parte temos o principal ponto da narrativa que é a Catedral de
Toledo, neste local parece transcorrer as cenas em um tempo e espaço próprio e
significativo conforme veremos adiante. Pedro vai adentrar a igreja para roubar o
bracelete da imagem da santa, porém há uma longa descrição de partes e detalhes da
catedral cercada por um clima obscuro, fantástico e misterioso. O pensamento, a
inspiração e a ideia voltam a aparecer nestes parágrafos finais, lembrando ainda das
questões arquitetônicas que retomam cada ponto da igreja, aspectos constantes também
em outras obras do autor. Na cena final quando Pedro finalmente chega ao altar onde se
encontra a imagem sagrada com o bracelete, há uma descrição demoníaca e terrível de
energias que se espalham pela igreja, algo como um verdadeiro delírio mórbido e
tétrico. Pedro então desmaia em meio a uma convulsão, sendo encontrado apenas no dia
seguinte ainda deitado no altar da igreja, mas agora completamente imerso em suas
gargalhadas de loucura.

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PROPOSTAS PARA UMA ANÁLISE BAKHTINIANA

Pensando nos diálogos estabelecidos por Bécquer, podemos trazer aqui


algumas análises propostas por Mikhail Mikhailovich Bakhtin (1895-1975) que podem
ser úteis neste estudo. Lembrando que a multiplicidade de temas analíticos propostos
por Bakhtin produz um material de infinitas aplicações para as obras artísticas e
literárias, tornando estas passíveis de uma observação pela ótica do dialogismo,
cronotopo, polifonia, alteridade, cultura popular e cultura erudita, exotopia,
carnavalização, gêneros do discurso entre outras formas de abordagens.
É importante apontar que o próprio grupo em que Bakhtin estava inserido e no
qual formaram-se grande parte das suas teorias era composto por intelectuais e artistas
das mais variadas áreas do saber, fator positivo e que inevitavelmente influenciou na
abrangência de concepções. Este círculo de amizades que Bakhtin preservou durante os
anos de 1920 quando lecionava em Nevel seria depois conhecido como “Círculo de
Bakhtin”. O grupo proporcionou um amplo diálogo que o pensador estabeleceu com
outros campos, abordando pesquisas que envolviam a linguagem, o discurso, a
psicologia, a sociologia, a filosofia e as artes, o círculo contava inicialmente com o
filósofo Matvei Issaévitch Kagan, Pável Medvedev e Valentin Voloshinov.
Outro fato diz respeito as dificuldades que o autor enfrentou para a difusão de
suas obras, Bakhtin foi perseguido a vida toda e sempre teve dificuldades para publicar,
sofrendo constantes prisões, condenações e perseguições. Desse modo, não raramente
podemos encontrar escritos fundamentados por Bakhtin, mas que não puderam ser
publicados em seu próprio nome, muitas vezes assinados por seus companheiros.
Uma das abordagens presentes nesta apresentação é a questão do cronotopo,
mostrando assim as possibilidades práticas de aplicação nas obras de Bécquer. O
cronotopo é colocado por Bakhtin como uma categoria que une tempo e espaço em suas
formas artisticamente trabalhadas ou assimiladas em diferentes textos e obras literárias.
Pode-se dizer que após as novas descobertas da física trazendo os conceitos universais
de espaço-tempo, tornou-se fundamental a compreensão desses dois elementos como
algo único e inseparável, desse modo a acepção proposta por Bakhtin sobre a questão do
cronotopo vai de encontro com as concepções modernas da humanidade: “Bakhtin
toma-o empresado à matemática e à teoria da relatividade de Einstein para exprimir a

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indissolubilidade da relação entre o espaço e o tempo, sendo este último definido como
a quarta dimensão do primeiro.” (BRAIT, 2018, p.102).
Nas obras de Gustavo Adolfo Bécquer é possível lançar mão desta teoria tendo
em vista que na maioria de suas Leyendas há a figura do narrador que introduz uma
história, havendo frequentemente o deslocamento posterior no tempo para o enredo que
será então contado. Na perspectiva do autor este recurso é usado para reafirmar o caráter
oral, os aspectos históricos e a cultura popular, mas quando analisamos esta aplicação
pelo viés bakhtiniano, torna-se evidente o deslocamento pelos diferentes tempos e
espaços da trama como pontos fundamentais.
Na introdução da lenda O bracelete de ouro podemos destacar a figura de um
narrador sem nome (provavelmente em um tempo presente ao do leitor), transmitindo
uma história emblemática e que marca a cidade e a catedral de Toledo. Este narrador se
apresenta como cronista verídico que pretende expressar na mesma altura de intensidade
os fatos ocorridos, havendo logo após a transposição do tempo para iniciar a narrativa:
“Yo, en mi calidad de cronista verídico, no añadiré ni una sola palabra de mi cosecha
para caracterizarlos mejor.” (BÉCQUER, 1973, p.115).
Nas lendas becquerianas pode-se frequentemente observar que o autor lança
mão de aspectos reais como as histórias tradicionais de seu país ou personagens que de
fato tenham existido. Percebemos assim uma evidente correspondência de tempo e
espaço entre duas realidades, sendo a do conhecimento histórico e seu diálogo com a
ficção: “Figura-se o mundo por meio de cronotopos, que são, pois, uma ligação entre o
mundo real e o mundo representado, que estão em interação mútua.” (FIORIN, 2011, p.
53).
É possível salientar também que a religiosidade surge com grande força nas
lendas becquerianas, não raramente trazendo o espaço-tempo da igreja para revelar
verdadeiras epifanias para as personagens. Este mesmo percurso pode ser analisado
também no enredo de Mestre Pérez organista de Sevilha (1861), onde o local sagrado se
contrapõe aos demais espaços da cidade para se transformar no elemento propulsor de
todo o fio narrativo.
Ao longo desta análise da lenda O bracelete de ouro foi possível revelar alguns
aspectos fundamentais para os estudos do cronotopo propostos por Bakhtin. É
importante lembrar que este exame sobre a relação entre espaço e tempo pode também
ser expandido nas mesmas lendas suscitadas ou partir de novos estudos em narrativas
deste e de outros autores. Gustavo Adolfo Bécquer deixou um legado cultural altamente
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reconhecido até os dias de hoje em seu país e no mundo, seus textos, rimas e lendas
servem não apenas como material de análise literária, mas também como importante
fonte de pesquisa para a compreensão histórica, artística e cultural da Espanha.

REFERÊNCIAS

BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. Trad. Maria Ermantina G. G. Pereira.


São Paulo: Martins Fontes, 1997.
BÉCQUER, Gustavo Adolfo. Leyendas/Lendas. Coleção Orellana. Edição Bilíngue;
seleção, estudo introdutório e tradução de Antonio Roberto Esteves (com a colaboração
de Nélson A. Kakitani e Edson A. Locoman). Brasília: Consejeria de Educación, 2005.
BÉCQUER, Gustavo Adolfo. Rimas y Leyendas. Madrid: J. Perez Del Royo, 1973.
BRAIT, Beth. (Org). Bakhtin: outros conceitos-chave. São Paulo: Contexto, 2006.
CANAVAGGIO, Jean. Historia de la literatura española. Tomo V - El siglo XIX.
Traducción: Juana Bignozzi. Barcelona: Editorial Ariel, 1995.
FIORIN, José Luiz, BARROS, Diana Luz Pessoa de. (orgs.). Dialogismo, Polifonia,
Intertextualidade: Em torno de Bakhtin. São Paulo: Editora da Universidade de São
Paulo, 1999.
LACALLE, Angel. Historia de la literatura española – Tomo II. Barcelona: Bosh Casa
Editorial, 1951.

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